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São distúrbios na pele induzidos por medicamentos. As principais medicações relacionadas as farmacodermias são: - Anticonvulsivantes aromáticos: Fenitoina, carbamazepina, fenobarbital; - AINES xicam: piroxicam, tenoxicam; - Sulfonamidas - Penicilinas - Alopurinol - Hidralazina Macula de caráter purpurico ou eritemato-azulado, com limites bem definidos, podendo aparecer na forma urticada ou bolhosa em formas mais graves. Associado a prurido e queimação. - Caracteriza-se por recidivas de localização fixa, mantendo a lesão inicial e podendo surgir novas lesões. - Lesões predominantes em palmas, plantas e mucosas. Principais drogas causadoras - Antipiréticos: AAS, dipirona - Barbituricos: fenobarbital - Antibióticos: tetraciclinas, bactrin - Sulfas: sulfametoxazol Fisiopatogenia Ligação do medicamento aos queratinócitos, produção de TNF-a e hiperestimulação da ICAM-1 com atração de infiltrado linfocitico. Diagnóstico Diagnóstico Clínico Pode ser feito análise histopatológica, revelando dermatite de interface em camada basal, com infiltrado linfocitico Lesões eritematopapulares circulares, em alvo, com limites bem definidos, podendo se apresentar como eritemas com centro violáceo, bordar eritematoedematosas, e halos concêntricos de colorações diferentes. Predominio por extensores Principais drogas causadoras - Sulfonamidas - Penicilinas - Quinolonas - Aines - Alopurinol 90% dos casos reicidivantes são pós-infecção por herpes-virus simplex Caracteriza-se por placas eritematosas de bordas irregulares muitas vezes confluentes e com centro pálido. Apresenta prurido intenso. Pode vir associada de edema angioneurótico em língua, pálpebras, lábios, de modo assimétrico. Etiologia Pode ser causados por alimentos, medicações, insetos. Tratamento 1) Anti-histaminicos antagonistas H1 loratadina, prometazina, dexclorfeniramina 2) Anti-histaminicos antagonistas HII (casos refratários) ranitidina, cimetidina Lesões eritematosas maculopapulares em membros inferiores, de modo simétrico, evoluindo para purpuras em petéquias. Formada a partir de Hipersensibilidade tipo III Eritema generalizado + descamação PRINCIPAIS CAUSAS - Evolução ou agravamento de dermatoses: Penfigo foliáceo que evolui Agravamento para psoríase - Farmacodermia: Sulfas, amitriptilina, iECAS Arsenico Bismuto - Lesões iniciais de linfomas CLINICA Pele: eritema generalizado + descamação furfurácea ou foliácea, associado ou não a prurido e associado ou não a alopecia. Pode evoluir para liquenificação. Gerais: anorexia, febre, infartos linfonodais Pode evoluir para infecção, sepse e morte DIAGNÓSTICO O diagnóstico é clinico, identificando possíveis causas, sejam dermatoses, farmacológicas e linfomas. TRATAMENTO Depende da causa, podendo ser usado corticoides tópicos, antibióticos, anti-histaminicos e internação em casos graves. PRINCIPAIS CAUSAS - Sulfas - Cloroquina - Metotrexato - Griseofulvina CLINICA Reações fototóxicas: Exacerbação da resposta ao sol, isto é, eritema, edema, bolhas exacerbadamente Reações fotoalérgicas: Caracterizadas por lesões eczematosas PRINCIPAIS CAUSAS Iodo e Bromo presentes nas medicações CLINICA Bromoderma: lesões acneiformes vegetantes desde o inicio, com caráter menos pustuloso. Ioderma: lesões acneiformes mais pustulosas que evoluem com vegetações. (SSSS) CAUSA Lesão dermatológica causada por toxina liberada do Staphylococcus aureus, não existindo obrigatoriamente relação com medicação. CLINICA Comum em crianças, com estafilococos ativo, caracterizada por exantema escarlatiniforme que evolui com bolhas flácidas, nikolsky presente, poupando mucosa, e baixa mortalidade. Histopatologia É semelhante a do pênfigo foliáceo, com acometimento intradermico, prejudicando a desmogleina-1. Tratamento Antibioticoterapia contra S. aureus Reação a drogas com eosinofília e sintomas sistêmicos É uma farmacodermia caracterizada por febre, linfonodomegalia, alterações cutâneo-mucosas, eosinofilia, linfócitos atípicos e acometimento hepático. - Inicia-se 2 a 6 semanas após exposição à droga, sendo comum a reação tardia. Etiologia É multifatorial : - Exposição a droga - Predisposição genética - Alterações metabólicas de detoxificação - Linfócitos T sensibilizados - Hipogamaglobulinemia provisória - Ativação de infecção viral latente Fisiopatologia Alteração geneticometabólica: várias medicações causadoras de DRESS são metabolizadas pelo citocromo P450. Fatores genéticos podem propiciar a liberação de radicais livres de oxigênio, que causam apoptose, necrose e desencadeiam respostas imunes. Reativação viral: a reativação viral principalmente do herpesvirus 6 e 7, além do citomegalovírus e Epstein- Bar parece estar associada a uma cascata de infecção que corrobora com a farmacodermia. Medicações: anticonvulsivantes aromáticos (fenitoina, fenobarbital, valproato); antimicrobianos (trimetropima, abacavir, RIPE); sulfas (dapsona, sulfassalazina) Manifestações Clínicas FASE AGUDA: após 2 a 6 semanas Fase prodromica - Febre alta (38-39 graus) - Mal-estar - Linfonodomegalia - Faringite, tonsilite Evolução Exantema: maculopapular de aspecto morbiliforme Edema facial: 80% dos casos vão apresentar edema periorbitário ou em região medial de face; Alterações hematológicas: leucocitose com eosinofilia e presença de linfócitos atípicos (60- 70% dos casos); Envolvimento multiorgânico: Figado: hepatocelular, misto, canalicular Rins: nefrite, insuficiência renal aguda Pulmão: dispneia, taquipneia, pleurite e padrão intersticial Diagnóstico Devemos suspeitar de DRESS em pacientes utilizando fármacos sistêmicos e com o mnemônico LEFE: - Linfonodomegalia - Erupções cutâneas - Febre alta - Edema de face O SCORE mais utilizado para o diagnóstico é o de RegiSCAR: Linfonodomegalia: > 1 cm em pelo menos 2 cadeias diferentes Rash sugestivo: associado a pelo menos duas alterações de pele (purpura, dermatite esfoliativa, infiltração, edema facial) Alteração multiorgânica: pelo menos 2 orgaos internos Febre Alterações hematológicas Reação suspeita à medicação Hospitalização DRESS definido > 5 pontos DRESS provável 4-5 pontos DRESS possível 2-3 pontos DRESS improvável < 2 pontos Histopatológico Na DRESS vai haver infiltrado linfocitário com eosinofilia predominando na derme. Tratamento A retirada ou troca da medicação é o mais importante. O uso de corticoide sistêmico pode ser usado em casos mais graves com comprometimento hepático importante. E em casos suspeitos de reativação viral, pode ser utilizado ganaciclovir. Farmacodermia associada à necrose cutânea por apoptose. SSJ: acomete < 10% da superfície corporal NET (necrose epidérmica tóxica): acomete > 30% da superfície corporal Inicio dos sintomas de 4-28 dias Epidemiologia - É mais comum em mulheres - Mais comum em adultos - Não é recorrente, exceto com re- exposição ao medicamento. Etiologia 50% dos casos de SSJ são devido à ação medicamentosa e 80-95% dos casos de NET são devido a ação medicamentosa. Farmacos principais: Anticonvulsivantes Carbamazepina – mais comum Hidantoina – mais comum causa de NET em crianças Fenobarbital, lamotrigina Sulfas (sulfadiazina) AINES (oxicam) Outras causas: - Agentes infecciosos: agentes que sensibilizam os linfócitos T, como mycoplasma pneumoniae - Doença enxerto vs hospedeiro: é descrita como causa de NET na literatura. Fatores de risco individuais: - HIV (10-100x mais chance) - Exposição a radiação UV e raio-X - Neoplasias Patogênese - Predisposição genética - Alteraçõesno metabolismo da droga - Resposta imunológica Genes HLA especifícos para certas drogas foram relatados como responsáveis pela síndrome em algumas populações. A interação entre HLA e medicamento ativa linfócitos TCD8+ citotóxicos, produzindo mediadores citotóxicos, principalmente o Fas que se liga ao ligante FasL na superfície do queratinócito promovendo necrose por apoptose. Achados clinicos Prodromo Sintomas influenza-simile: - Tosse - Coriza - Febre - Mialgia - Astenia - Mal-estar Lesões mucosas - Podem aparecer durante ou antes das lesões cutâneas Quase sempre acomete a mucosa oral, podendo acometer a região ocular e a região anogenital. São lesões erosivas com presença de crosta hemática e muito dolorosas. Lesões cutaneas As lesões cutâneas se iniciam com quadro de ardor ou dor. Evoluem com máculas eritematosas ou eritematopurpuricas que crescem e confluem. Podem se tornar bolhosas e começam a se descolar, com Nikolsky+. Falência cutânea aguda O paciente com SSJ-NET apresenta uma perda de volume de 3-4 Litros em uma superfície de 50% de superfície corporal. Essa perda volumétrica gera uma hipovolemia e uma diminuição da proteína sérica, levando a um quadro que pode evoluir com insuficiência renal aguda. Mas o principal mecanismo de morte aqui será a infecção pela perda da barreira mecânica. Acometimento de órgãos Gastrointestinais: erosões esofágicas, disfagia, odinofagia, sangramentos; Respiratórias: comprometimento da faringe, traqueia, brônquios Renais: insuficiência renal aguda, hipocalemia, hiponatremia Hepático: aumento das aminotransferases Hematológico: anemia, diminuição dos linfócitos TCD4+, trombocitopenia Diagnóstico Habitualmente por parâmetros clínicos Histopatológico Confirma o diagnóstico clinico: - Necrose basal e suprabasal epidérmica, com infiltrado linfomono e eosinofílico. Prognóstico SCORTEN Idade +40 anos Taquicardia Malignidade Superficie > 10% Ureia aumentada Glicemia aumentada Bicarbonato diminuido 5+ - 90% de mortalidade 4 – 60% 3 – 35% 2 – 12% 0/1 – 3% Tratamento Retirar a medicação de maneira precoce - Terapia de suporte: Controle de vias aéreas Controle da dor Controle de temperatura Manutenção hidroeletrolítica Anticoagulação profilática - Antibioticoterapia sistemica: Cultura da pele, cateter, mucosas, sangue é obrigatória Antibioticoterapia profilática é opcional - Cuidados com as mucosas: Cuidado com ulcerações oculares Cuidado com mucosas orais e nasais Cuidado com mucosas genitourinárias - Terapia especifica: Corticoterapia é considerada ineficaz e estudos sugerem risco aumentado de infecção e aumento do tempo de cicatrização. Evolução Principais causas da mortalidade: - Sepse por S. aureus e P. aeruginosas; - Edema pulmonar - TEP - Sangramento gastrointestinal.