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MÓDULO I
Coordenação Alcance.Enem
Dione Soares
Coordenação Pedagógica
Eridiana Macêdo
Fábio Frota
Supervisão
Adelaide Oliveira
Davi Félix
Equipe Técnica
Designer:
Valdo Costa
Diagramador:
C. Junior
Mídias Digitais:
Lucas Almeida
Natália Ribeiro
Alcance Virtual:
Janete Batista
Nazareth Magalhães
Wládia Moreira
Núcleos Municipais:
Anangélica Damasceno
Expediente
Supervisão Alcance.Enem
Eridiana Macêdo
Davi Félix
Equipe Técnica
Diagramador:
C. Junior
Designer:
Valdo Costa
Mídias Digitais:
Natália Ribeiro
Lucas Almeida
Alcance Virtual:
Nazareth Magalhães
Janete Batista
Wládia Moreira
Núcleos Municipais:
Anangélica Damasceno
Coordenação Alcance.Enem
Dione Soares
Adelaide Oliveira
Fábio Frota
alcancevirtual.al.ce.gov.br
alcance@al.ce.gov.br
@alcance.enemoficial | /alcancenem2019
Av. Desembargador Moreira, 2807
Dionísio Torres, Fortaleza-Ce
(85) 3277.2500
Av. Barbosa de Freitas, 2674, Anexo II
Dionísio Torres, Fortaleza-Ce
(85) 3277.2590
 Expediente
 Apresentação
O acesso ao ensino superior tem sido um grande desafio para os jovens que 
concluíram o ensino médio, principalmente para os egressos da escola pública. 
Ciente desta dificuldade e preocupados com a formação de milhares de jovens, a 
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, dá continuidade e amplia o Alcance.
Enem que, desde o seu início em 2012, tem buscado oportunizar aos estudantes 
cearenses o acesso ao ensino superior.
Dessa forma, estamos disponibilizando as apostilas produzidas pelos pro-
fessores do Alcance.Enem, em formato físico e virtual para que os alunos de For-
taleza e dos municípios cearenses possam acompanhar as aulas que são minis-
tradas de forma presencial no Auditório do Anexo II da Assembleia Legislativa e 
transmitidas, em tempo real, pela internet e TV Assembleia.
 
 Acreditamos que esse material didático servirá para facilitar o ingresso nas 
instituições de ensino superior aos nossos alunos, permitindo que isso seja rever-
tido em sucesso profissional e ascensão social para todos que participam de tão 
valorosa ação social da Assembleia Legislativa.
 
Deputado Evandro Leitão
Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
 
 
Deputado Elmano Freitas
Presidente do Conselho de Altos Estudos e Assuntos Estratégicos
Grandes desafi os são realizados com grandes apoiadores. Acreditar na con-
scientização de um projeto que ajuda a milhares de jovens a conquistar seus 
sonhos é mérito dos nossos parceiros.
Parceiros
Linguagens e Códigos
Matemática
Ciências Humanas
Ciências da Natureza
EQUIPE PEDAGÓGICA:
Sumário
Linguagens e Códigos: Steller de Paula |Sueli Oliveira | vicente Jr.
MateMátiCa: angêlO victOr | FábiO FrOta | rObériO bacelar
CiênCias HuManas: andré rOSa | geOrge WiltOn | PaulO Sá
Redação: KarOline MatOS | SaMuel de FreitaS 
O texto Literário e as Figuras de Linguagem......................................................................................................
Funções de Linguagem...........................................................................................................................................
Redação.........................................................................................................................................................................
Frações...........................................................................................................................................................................
Sistemas de Numeração..........................................................................................................................................
Conjuntos Numéricos..............................................................................................................................................
História..........................................................................................................................................................................
Geografia....................................................................................................................................................................
Filosofia.........................................................................................................................................................................
Física ..............................................................................................................................................................................
Química ........................................................................................................................................................................
Biologia .........................................................................................................................................................................
07 a 11
12 a 16
17
19 a 22
23 a 27
28 a 30
32 a 44
45 a 51
52 a 54
56 a 63 
64 a 68
69 a 77
LINGUAGENS, CÓDIGOS
E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO I
9
MÓDULO I
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O TEXTO LITERÁRIO E AS FIGURAS DE LINGUAGEM
AS PRINCIPAIS FIGURAS DE LINGUAGEM
*Material de fi guras de linguagem retirado e adaptado do site: http://esjmlima.prof2000.pt/fi guras_estilo/fi guras_estilo.html
01 - COMPARAÇÃO ou SÍMILE: Trata-se de uma fi gura 
que apresenta uma comparação explícita através do 
uso de conectores do tipo: por exemplo, como, tal, as-
sim, qual, semelhante a. 
- Exemplos: “Meu coração tombou na vida tal qual uma 
estrela ferida pela fl echa de um caçador”. Cecília Meireles
“Amar é como ter sede, depois de muito ter bebido.” João 
Guimarães Rosa
02 - METÁFORA: Na metáfora está sempre implíci-
ta uma comparação, ou seja, como que corresponde 
a uma associação comparativa entre duas realidades, 
entre duas ideias, mas coladas uma à outra sem quais-
quer elementos que explicitem essa associação.
- Exemplos: “Diadorim é minha neblina.” João Gui-
marães Rosa
“A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantaremos a canção das chamas!” Mário Quintana
03 - SINESTESIA: Trata-se da combinação ou fusão de 
diversas impressões sensoriais - visuais, auditivas, olfa-
tivas, gustativas e tácteis - entre si, e também entre as 
referidas sensações e sentimentos.
- Uma melodia azul tomou conta dá sala. (Sensação au-
ditiva + visual)
- A sua voz áspera intimidava a plateia. (Sensação audi-
tiva + tátil)
- Senti saudades amargas. (Sentimento + sensação gus-
tativa)
04 - METONÍMIA: Consiste em designar uma determi-
nada realidade por meio de um termo que se refere a 
uma outra realidade, mas entre as quais (entre as duas 
realidades) existe uma relação.
Na metonímia, a associação que se estabelece entre 
X e Y (entre duas realidades, entre duas ideias) é o re-
sultado de uma relação por contiguidade e não por 
semelhança.
Vejamos o fenômeno metonimíco, de acordo com os 
diversos tipos de relação:
A) A causa pelo efeito, ou vice-versa: "As barbas longas 
merecem ser ouvidas”  deve prestar-se atenção aos 
mais idosos, porque a longa experiência enriqueceu os 
seus conhecimentos e clarifi cou a sua razão. 
B) O autor pela sua obra: "leu Vinícius de Moraes" 
obra de Vinícius de Moraes;
C) o lugar de origem pelo produto, ou vice-versa: "fu-
mar um Havana”  fumar um charuto fabricado em 
Havana; "Beber um Porto!”  Beber um vinho produ-
zido em Porto.
D) O específi co pelo genérico e/ou o objetivo pelos 
meios: "Não sabe ganhar o pão”  não sabe arranjar 
maneira de sobreviver, de arranjar algumas econo-
mias...; "ganhar a vida”  conseguir os meios de sub-
sistência para viver.
E) O abstrato pelo concreto: "Reuniu-se em Lisboa a cul-
tura do país.” os homens cultos; A juventude veste-se 
aqui” os jovens
F) O continente pelo conteúdo, ou vice-versa: "O teatro 
aplaudiu o artista” os espectadores aplaudiram o ar-
tista; "beber uma lata de refrigerante”  beber o líquido 
contido numa latade refrigerante
G) O físico pelo moral: "Ele é um grande coração.” ho-
mem bom, com boas qualidades, generoso; "Aquele ra-
paz é uma grande cabeça” é muito inteligente.
H) A matéria pela coisa: "o aço”  a espada; "os bron-
zes”  os sinos.
I) O instrumento por aquele que o maneja: "o baixo" 
 aquele que toca viola baixo; "O melhor pincel da sua 
época"  o melhor pintor da sua época;
J) A parte é expressa pelo todo e o todo é expresso 
pela parte: "a vela singrou os mares”  O navio à vela 
singrou os mares); "Este povo que é meu, por quem der-
ramo as lágrimas...” (L. Camões)  povo representa 
aqui apenas os marinheiros de Vasco da Gama e não 
o povo português; "Que, da Ocidental praia lusitana” 
 Portugal; "Andar nas bocas do mundo” de muitas 
pessoas, mas não de todas as pessoas.
6 - ANTÍTESE: Termo proveniente da palavra grega an-
tithesis e que a civilização latina adoptou com a grafi a 
de antithese, designando oposição, contraste. Como fi -
gura de estilo, a antítese consiste na utilização de dois 
termos, na mesma frase, que contrastam entre si.
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MÓDULO I
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O TEXTO LITERÁRIO E AS FIGURAS DE LINGUAGEM
- Exemplo: “O mito é o nada que é tudo” (Fernando 
Pessoa, Mensagem, “Os Castelos”); “O esforço é gran-
de e o homem é pequeno” (Fernando Pessoa).
7 - PARADOXO OU OXÍMORO: É a reunião de ideias 
contraditórias e aparentemente inconciliáveis num só 
pensamento. É a conciliação de contrários, o contraste 
que se estabelece através de dois pontos de vista si-
multâneos.
Exemplos: AUTOPSICOGRAFIA
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração 
(Fernando Pessoa)
8 - HIPÉRBOLE: Na linguagem corrente, seu domínio de 
preferência, a HIPÉRBOLE consiste em utilizar termos 
excessivos e impróprios, como "genial", "fantástico", "su-
blime", "ignóbil", "execrável", etc.; comparações irrealistas 
("Forte como um touro"); abuso de superlativos.
No fundo, na linguagem corrente ou na linguagem literá-
ria, a HIPÉRBOLE corresponde sempre a um exagero, seja 
do real seja do imaginário, por excesso ou por defeito.
"Se aquele mar foi criado num só dia, eu era capaz de o 
escoar todo numa hora... era capaz de o beber só para 
me ver livre dele.” (Agustina Bessa Luís) 
"Vê-se ondear um oceano de cabeças.” (Rebelo da Silva)
09 - IRONIA: Consiste em dar a sensação de louvar o 
que se pretende condenar, em dizer o inverso do que 
se pretende deixar entender. Com a IRONIA pretende-
-se sugerir o contrário daquilo que se diz com as pala-
vras. A IRONIA assemelha-se à hipocrisia, mas comba-
tendo-a com as armas que esta mesma utiliza.
Exemplos: “Moça linda bem tratada, três séculos de fa-
mília, burra como uma porta: um amor!"(Mário de An-
drade)
“A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar 
crianças”. (Monteiro Lobato)
10 - PROSOPOPEIA ou PERSONIFICAÇÃO: Consiste 
em atribuir qualidades ou características humanas a 
tudo o que não seja humano (ideias, animais, plantas, 
coisas, objetos inanimados, o irracional, etc.):
“A Ilha era deserta e o mar com medo 
da própria solidão já te sonhava. 
Ia em vento chamar-te para longe 
E longamente, em espuma, te aguardava.” (Carlos de 
Oliveira) 
“A chuva é obrigada a sentir que eles nem as encostas 
lhes estendem.” (Jorge de Sena) 
"As estrelas foram chamadas e disseram: aqui estamos.” 
(António Vieira)
“Toda esta noite o rouxinol chorou, gemeu, rezou, gritou 
perdidamente.” (Florbela Espanca)
11 - ALITERAÇÃO: Enquanto a assonância recai so-
bre a repetição de sons vocálicos, a aliteração incide 
sobre a repetição de sons consonânticos. A ALITERA-
ÇÃO tem sobretudo uma função imitativa. Além disso, 
embora menos que a ASSONÂNCIA, pode substituir o 
efeito da RIMA.
Exemplos: "O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia.”
“Antes que o sol se levante 
Vai Vilante a ver o gado 
Mas não vê sol levantado" 
"Quem vê primeiro a Vilante." (Camões) 
“Que o fraco rei faz fraca a forte gente.” (Camões)                
"Na messe, que enlourece, estremece a quermesse... 
O sol, o celestial girassol, esmorece... 
E as cantilenas de serenos sons amenos 
Fogem fluidas, fluindo à fina flor dos fenos..." (Eugénio 
de Castro)          
“(...) Vozes veladas, veludosas vozes, 
Volúpias dos violões, vozes veladas 
Vagam nos velhos vórtices velozes 
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” (Cruz e Souza)
“Brandas, as brisas brincam nas flâmulas, teu sorriso...” 
(F. Pessoa)
12 - ASSONÂNCIA: É uma repetição de sons vocálicos, 
algumas vezes prolongando o efeito da RIMA.
Exemplos: "As mãos do mar que vêm e vão, 
As mãos do mar pela areia 
Onde os peixes estão. 
As mãos do mar vêm e vão 
Em vão. 
Não chegarão 
Aos peixes do chão. 
De permeio a morte? Sim, a arrenegada, 
venha rebuçada ou escancarada, 
a que te ceifa inteiro ou se deita, primeiro, 
de esperanças, na tua cama.” (Alexandre O’ Neill)
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MÓDULO I
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O TEXTO LITERÁRIO E AS FIGURAS DE LINGUAGEM
“Água fria fica quente,
Água quente fica fria
Mas eu fico frio
Sem a tua companhia” (Manuel Bandeira)
“Sou um mulato nato no sentido lato mulato democráti-
co do litoral.” (Caetano Veloso)
“O que o vago e incógnito desejo de ser eu mesmo de 
meu ser me deu.” (Fernando Pessoa)
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 (Enem PPL 2014) - Fogo frio
O Poeta
A névoa que sobe
dos campos, das grotas, do fundo dos vales,
é o hálito quente da terra friorenta.
O Lavrador
Engana-se, amigo.
Aquilo é fumaça que sai da geada.
O Poeta
Fumaça, que eu saiba,
somente de chama e brasa é que sai!
O Lavrador
E, acaso, a geada não é
fogo branco caído do céu,
tostando tudinho, crestando tudinho, queimando tudinho,
sem pena, sem dó?
FORNARI, E. Trem da serra. Porto Alegre: Acadêmica, 1987.
Neste diálogo poético, encena-se um embate de ideias 
entre o Poeta e o Lavrador, em que: 
a) a vitória simbólica é dada ao discurso do lavrador 
e tem como efeito a renovação de uma lingua-
gem poética cristalizada. 
b) as duas visões têm a mesma importância e são 
equivalentes como experiência de vida e a capa-
cidade de expressão. 
c) o autor despreza a sabedoria popular e traça uma cari-
catura do discurso do lavrador, simplório e repetitivo. 
d) as imagens contraditórias de frio e fogo referidas 
à geada compõem um paradoxo que o poema 
não é capaz de organizar. 
e) o discurso do lavrador faz uma personificação da 
natureza para explicar o fenômeno climático ob-
servado pelos personagens. 
QUESTÃO 02 (Enem 2018) - O rio que fazia uma volta 
atrás de nossa casa era a imagem de um vidro mole que 
fazia uma volta atrás de casa. 
Passou um homem e disse: Essa volta que o rio faz por 
trás de sua casa se chama enseada. 
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fa-
zia uma volta atrás de casa. 
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem.
BARROS, M. O livro das ignorãças. Rio de Janeiro; Best Seller. 2008.
O sujeito poético questiona o uso do vocábulo “ensea-
da” porque a:
a) terminologia mencionada é incorreta.
b) nomeação minimiza a percepção subjetiva.
c) palavra é aplicada a outro espaço geográfico.
d) designação atribuída ao termo é desconhecida.
e) definição modifica o significado do termo no dicionário. 
QUESTÃO 03 (Enem Digital 2020) - Ponto morto
"A minha primeira mulher
se divorciou do terceiro marido.
A minha segunda mulher
acabou casando com a melhor amiga dela.
A terceira (seria a quarta?)
detesta os filhos do meu primeiro casamento.
Estes, por sua vez, não suportam os filhos
do terceiro casamento da minha primeira mulher.
Confesso que guardo afeto pelas minhas ex-sogras.
Estava sozinho
quando um dos meus filhos acenou para mim no
meio do engarrafamento.
A memória demorou para engatar seu nome.
Por segundos, a vida parou em ponto morto."
MASSI, A.A vida errada. Rio de Janeiro: 7Letras, 2001.
No poema, a singularidade da situação representada é 
efeito da correlação entre:
a) a dissipação das identidades e a circulação de su-
jeitos anônimos.
b) as relações familiares e a dinâmica da vida no es-
paço urbano.
c) a constatação da incomunicabilidade e a solidão 
humana.
d) o trânsito caótico e o impedimento à expressão 
afetiva.
e) os lugares de parentesco e o estranhamento social.
QUESTÃO 04 (Enem PPL 2013) - Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, F. Mensagens. São Paulo: Difel, 1986.
Nos versos 1 e 2, a hipérbole e a metonímia foram utili-
zadas para subverter a realidade. Qual o objetivo dessa 
subversão para a constituição temática do poema?
a) Potencializar a importância dos feitos lusitanos 
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MÓDULO I
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O TEXTO LITERÁRIO E AS FIGURAS DE LINGUAGEM
durante as grandes navegações. 
b) Criar um fato ficcional ao comparar o choro das 
mães ao choro da natureza. 
c) Reconhecer as dificuldades técnicas vividas pelos 
navegadores portugueses. 
d) Atribuir as derrotas portuguesas nas batalhas às 
fortes correntes marítimas. 
e) Relacionar os sons do mar ao lamento dos derro-
tados nas batalhas do Atlântico. 
QUESTÃO 05 (Enem 2ª aplicação 2016) - Casamento
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como “este foi difícil”
“prateou no ar dando rabanadas”
e faz o gesto com a mão.
O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.
PRADO, A. Poesia reunida. São Paulo: Siciliano, 1991.
O poema de Adélia Prado, que segue a proposta mo-
derna de tematização de fatos cotidianos, apresenta a 
prosaica ação de limpar peixes na qual a voz lírica re-
conhece uma:
a) expectativa do marido em relação à esposa. 
b) imposição dos afazeres conjugais. 
c) disposição para realizar tarefas masculinas. 
d) dissonância entre as vozes masculina e feminina. 
e) forma de consagração da cumplicidade no 
casamento. 
06. (Enem PPL 2016) O adolescente
A vida é tão bela que chega a dar medo.
Não o medo que paralisa e gela,
estátua súbita,
mas
esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz
o jovem felino seguir para frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.
Medo que ofusca: luz!
Cumplicentemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:
Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua
– vestida apenas com o teu desejo!
QUINTANA, M. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1998.
Ao abordar uma etapa do desenvolvimento humano, o 
poema mobiliza diferentes estratégias de composição. 
O principal recurso expressivo empregado para a cons-
trução de uma imagem da adolescência é a: 
a) hipérbole do medo.
b) metáfora da estátua.
c) personificação da vida.
d) antítese entre juventude e velhice.
e) comparação entre desejo e nudez.
QUESTÃO 07 (Enem PPL 2016) - Um cachorro cor de 
carvão dorme no azul etéreo de uma rede de pesca en-
rolada sobre a grama da Praça Vinte e Um de Abril. O 
sol bate na frente nos degraus cinzentos da escadaria 
que sobe a encosta do morro até a Igreja da Matriz. A 
ladeira de paralelepípedos curta e íngreme ao lado da 
igreja passa por um galpão de barcos e por uma casa 
de madeira pré-moldada. Acena para a velhinha mar-
rom que toma sol na varanda sentada numa cadeira de 
praia colorida. O vento nordeste salgado tumultua as 
árvores e as ondas. Nuvens esparramadas avançam em 
formação do mar para o continente como um exército 
em transe. A ladeira faz uma curva à esquerda passan-
do em frente a um predinho do século dezoito com 
paredes brancas descascadas e janelas recém-pintadas 
de azul-cobalto.
GALERA, D. Barba ensopada de sangue. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
A descrição, subjetiva ou objetiva, permite ao leitor 
visualizar o cenário onde uma ação se desenvolve e 
os personagens que dela participam. O fragmento do 
romance caracteriza-se como uma descrição subjetiva 
porque:
a) constrói sequências temporais pelo emprego de 
expressões adverbiais. 
b) apresenta frases curtas, de ordem direta, com 
elementos enumerativos. 
c) recorre a substantivos concretos para representar 
um ambiente estático. 
d) cria uma ambiência própria por meio de nomes e 
verbos metaforizados. 
e) prioriza construções oracionais de valor semânti-
co de oposição. 
QUESTÃO 08 (Enem 2015) - Primeiro surgiu o homem 
nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então aparece-
ram os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, 
as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida 
se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que 
não devia ser feito. Então surgiram os números racio-
nais e a História, organizando os eventos sem sentido. 
A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram 
inventados o calmante e o estimulante. E alguém apa-
gou a luz. E cada um se vira como pode, arrancando as 
cascas das feridas que alcança.
BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, I. (Org.). Os cem melhores 
contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
13
MÓDULO I
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O TEXTO LITERÁRIO E AS FIGURAS DE LINGUAGEM
A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi 
configura um painel evolutivo da história da humani-
dade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo mani-
festa uma percepção que:
a) recorre à tradição bíblica como fonte de inspira-
ção para a humanidade. 
b) desconstrói o discurso da filosofia a fim de ques-
tionar o conceito de dever. 
c) resgata a metodologia da história para denunciar 
as atitudes irracionais. 
d) transita entre o humor e a ironia para celebrar o 
caos da vida cotidiana. 
e) satiriza a matemática e a medicina para desmisti-
ficar o saber científico. 
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08
A B B A E C D D
14
MÓDULO I
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
FUNÇÕES DA LINGUAGEM: O ato da comunicação 
só é possível quando se estabelecem os elementos 
comunicativos que podem interagir diretamente 
através da linguagem, isto é, um sistema, um con-
junto organizado de sinais estabelecido pelo homem 
para possibilitar uma mensagem.
Nas diversas situações comunicativas, a linguagem 
assume funções diferentes, que dependem das inten-
ções do emissor e do contexto da interação linguística.
Segundo o linguista Roman Jakobson, existem seis ele-
mentos fundamentais da comunicação atrelados dire-
tamente a seis funções da linguagem como podemos 
observar no diagrama a seguir:
(Roman Jakobson)
OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO/FUNÇÕES 
DA LINGUAGEM:
01. O REFERENTE é constituído pelo contexto, pela 
situação e pelos objetos reais aos quais a mensagem 
remete. Há dois tipos de referentes: 
- o referente situacional, constituído pelos elementos 
da situação do emissor e do receptor e pelas circuns-
tâncias de transmissão da mensagem. 
- o referente textual, constituído pelos elementos do 
contexto linguístico.
FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA (INFORMATIVA):
A função referencial, também chamada de função de-
notativa , tem como principal objetivo informar sobre 
um determinado assunto. Assim, a ênfase é dada ao 
contexto comunicativo.
Características da função referencial ou denotativa:
- Transmite uma informação de forma clara, objetiva e direta;
- Informasobre a realidade, tendo como base fatos e 
dados concretos;
- É impessoal, não apresentando a opinião do emissor;
- Utiliza uma linguagem denotativa;
- Utiliza a 3.ª pessoa do discurso.
(...)
Onde se usa a função referencial ou denotativa (FONTES):
- notícias de jornal;
- textos técnicos;
- artigos científi cos;
- livros didáticos;
- documentos ofi ciais;
- correspondências comerciais. 
(...)
EXEMPLIFICAÇÃO: Profi ssionais de saúde de Fortaleza 
diagnosticados com Covid-19 têm 2ª dose da vacina 
garantida, diz SMS.
Mais de 100 mil pessoas foram vacinadas com a primei-
ra dose. A segunda etapa já aplicou 15.629 doses até a 
última quarta-feira (17).
Profi ssionais da saúde recebem vacinação no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza — Foto: Camila Lima/SVM 
(https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2021/02/18/profi ssionais-de-saude-de-fortaleza-diagnosticados-com-
-covid-19-tem-2a-dose-da-vacina-garantida-diz-sms.ghtml. Acesso em: 21 de fev. 2021.)
02. O EMISSOR ou DESTINADOR é o que emite a 
mensagem; pode ser um indivíduo ou um grupo (fi r-
ma, organismo de difusão etc.).
FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA: A função emotiva, 
também chamada de função expressiva, tem como prin-
cipal objetivo transmitir as emoções e sentimentos do 
emissor. Assim, a ênfase é dada ao emissor da mensagem.
Características da função emotiva ou expressiva:
- A mensagem transmitida é subjetiva, conforme a vi-
são do emissor.
- É pessoal, sendo utilizada a 1.ª pessoa do discurso.
- Há a presença de interjeições que enfatizam o discurso.
- Utiliza pontuação que acentua a sua entonação emo-
tiva, como os pontos de exclamação e as reticências.
Onde se usa a função emotiva ou expressiva (FONTES):
- poemas;
- cartas pessoais;
- memórias;
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
- autobiografias;
- depoimentos;
- entrevistas;
- músicas.
 EXEMPLIFICAÇÃO: SAMBA EM PRELÚDIO
Eu sem você não tenho porquê
Porque sem você não sei nem chorar
Sou chama sem luz, Jardim sem luar
Luar sem amor, amor sem se dar
E eu sem você sou só desamor
Um barco sem mar, um campo sem flor
Tristeza que vai, tristeza que vem
Sem você, meu amor, eu não sou ninguém
(Letras.mus.br/toquinho-Vinicius/1507124/.Acessoem: 11defev.2021)
03. O RECEPTOR OU DESTINATÁRIO é o que recebe 
a mensagem; pode ser um indivíduo, um grupo, ou 
mesmo um animal ou uma máquina (computador). Em 
todos estes casos, a comunicação só se realiza efetiva-
mente se a recepção da mensagem tiver uma incidência 
observável sobre o comportamento do destinatário.
FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA: A função apela-
tiva, também chamada de função conativa, tem como 
principal objetivo influenciar e persuadir o receptor, 
sendo um apelo para que este faça algo. Assim, a ênfa-
se é dada ao receptor da mensagem.
Características da função apelativa ou conativa:
- Predomina o uso de verbos no imperativo.
- Utiliza a 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso (tu e você).
- Há a presença de vocativos que direcionam a mensagem.
- Recorre a pontos de exclamação para enfatizar o discurso.
(...)
Onde se usa a função apelativa ou conativa (FONTES):
- publicidades;
- propagandas;
- discursos políticos;
- sermões religiosos;
- livros de autoajuda;
(...)
EXEMPLIFICAÇÃO
(https://www.maisbolsas.com.br/enem/lingua-portuguesa/funcoes-da-linguagem-funcao-apelativa. Acesso em: 17 de fev. 2021)
04. A MENSAGEM é o objeto da comunicação; ela é 
constituída pelo conteúdo das informações transmitidas.
FUNÇÃO POÉTICA: A função poética tem como prin-
cipal objetivo transmitir uma mensagem bem elabo-
rada, formalmente estruturada, com as palavras cuida-
dosamente selecionadas para produzir um resultado 
estético. A ênfase dada à própria mensagem.
Características da função poética:
- Utiliza uma linguagem elaborada e cuidada.
- Dá importância ao ritmo, melodia e sonoridade das 
palavras (organização do texto/estrutura).
- Predomínio da conotação e de outros recursos expressivos.
- Procura o que é belo e inovador.
(...)
Onde se usa a função poética:
- poemas;
- obras literárias;
- letras de músicas;
- publicidade;
- propaganda.
(...)
EXEMPLIFICAÇÃO:VIE * NAM 
 t
 t t t
 t t t t t
 t t t t t t t
 t t t t t
 t t t
 t
 (HORÁCIO DÍDIMO)
05. O CÓDIGO é um conjunto de signos e regras de 
combinação destes signos; o destinador lança mão 
dele para elaborar sua mensagem (esta é a operação 
de codificação). O destinatário identificará este sistema 
de signos (operação de decodificação) se seu repertó-
rio for comum ao do emissor.
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA: A função metalinguísti-
ca tem como principal objetivo usar um determinado 
código para explicar esse próprio código. Assim, a ên-
fase dada ao código comunicativo.
Características da função metalinguística:
- Utiliza o código como tema da mensagem.
- Tem uma função explicativa.
-- Utiliza metalinguagem.
- Utiliza verbos: ser, consistir, explicar, significar... 
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FUNÇÕES DA LINGUAGEM
(...)
Onde se usa a função metalinguística:
- dicionários;
- glossários;
- manuais de instrução;
- gramáticas.
(...)
EXEMPLIFICAÇÃO: Malandro é Malandro e Mané é Mané
Bezerra da Silva
(...)
Malandro é o cara 
Que sabe das coisas 
Malandro é aquele 
Que sabe o que quer 
Malandro é o cara 
Que tá com dinheiro 
E não se compara 
Com um Zé Mané 
Malandro de fato 
É um cara maneiro 
Que não se amarra 
Em uma só mulher...
(https://www.letras.mus.br/bezerra-da-silva/44558/. Acesso em: 12 de fev. 2021)
06. O CANAL de comunicação é a via de circulação das 
mensagens. Ele pode ser definido, de maneira geral, 
pelos meios técnicos aos quais o destinador tem aces-
so a fim de assegurar o encaminhamento de sua men-
sagem para o destinatário com: 
- meios sonoros: voz, ondas sonoras, ouvido...
- meios visuais: excitação luminosa, percepção da retina ... 
FUNÇÃO FÁTICA: A função fática tem como principal 
objetivo estabelecer um canal de comunicação entre o 
emissor e o receptor, quer para iniciar a transmissão da 
mensagem, quer para assegurar a sua continuação. A 
ênfase dada ao canal comunicativo.
Características da função fática:
- Recorre a frases interrogativas para obter resposta do receptor.
- Utiliza interjeições e onomatopeias para manter o discurso.
- Utiliza frases curtas e/ou consagradas pelo uso social.
(...)
Onde se usa a função fática:
- cumprimentos;
- saudações;
- conversas telefônicas.
(...)
EXEMPLIFICAÇÃO: ALÔ! ALÔ MARCIANO!
Alô, alô marciano
Aqui quem fala é da Terra
Pra variar, estamos em guerra
Você não imagina a loucura
O ser humano tá na maior fissura porque
Tá cada vez mais down no high society !
Alô, alô marciano
A crise tá virando zona
Cada um por si, todo mundo na lona
E lá se foi a mordomia
Tem muito rei aí pedindo alforria porque
Tá cada vez mais down no high society !
Alô, alô marciano
 A coisa tá ficando russa
 Muita patrulha, muita bagunça
 O muro começou a pichar
 Tem sempre um aiatolá prá atolá , Aláh !
 Tá cada vez mais down no high society !
(https://www.letras.mus.br/rita-lee/82879/.Acesso em: 11 de fev. 2021)
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 (ENEM DIGITAL-2020) -
Nessa simulação de verbete de dicionário, não há a 
predominância da função metalinguística da lingua-
gem, como seria de se esperar. Identificam-se elemen-
tos que subvertem o gênero por meio da incorporação 
marcante de características da função
a) conativa, como em “(valeu, galera)!”. 
b) referencial, como em “é festejar o próprio ser.”
c) poética, como em “é a felicidade fazendo visita.” 
d) emotiva, como em “é quando eu esqueço o 
que não importa.” 
e) fática, como em “é o dia que recebo omaior nú-
mero de ligações no meu celular.”
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QUESTÃO 02 (ENEM DIGITAL- 2020) - 
De acordo com as intenções comunicativas e os recur-
sos linguísticos que se destacam, determinadas fun-
ções são atribuídas à linguagem. A função que predo-
mina nesse texto é a conativa, uma vez que ele:
a) atua sobre o interlocutor, procurando convencê-
-lo a realizar sua escolha de maneira consciente. 
b) coloca em evidência o canal de comunicação 
pelo uso das palavras “corrige” e “confirma”.
c) privilegia o texto verbal, de base informativa, em 
detrimento do texto não verbal. 
d) usa a imagem como único recurso para interagir 
com o público a que se destina. 
e) evidencia as emoções do enunciador ao usar a 
imagem de uma criança.
QUESTÃO 03 (ENEM - 2019) - O Instituto de Arte de 
Chicago disponibilizou para visualização on-line, com-
partilhamento ou download (sob licença Creative 
Commons), 44 mil imagens de obras de arte em altís-
sima resolução, além de livros, estudos e pesquisas so-
bre a história da arte. 
Para o historiador da arte, Bendor Grosvenor, o sucesso 
das coleções on-line de acesso aberto, além de demo-
cratizar a arte, vem ajudando a formar um novo públi-
co museológico. Grosvenor acredita que quanto mais 
pessoas forem expostas à arte on-line, mais visitas pes-
soais acontecerão aos museus. 
A coleção está disponível em seis categorias: paisa-
gens urbanas, impressionismo, essenciais, arte africa-
na, moda e animais. Também é possível pesquisar pelo 
nome da obra, estilo, autor ou período. Para navegar 
pela imagem em alta definição, basta clicar sobre ela e 
utilizar a ferramenta de zoom. Para fazer o download, 
disponível para obras de domínio público, é preciso uti-
lizar a seta localizada do lado inferior direito da imagem.
Disponível em: www.revistabula.com. Acesso em: 5 dez. 2018 (adaptado).
A função da linguagem que predomina nesse texto se 
caracteriza por:
a) evidenciar a subjetividade da reportagem com 
base na fala do historiador de arte. 
b) convencer o leitor a fazer o acesso on-line, levan-
do-o a conhecer as obras de arte.
c) informar sobre o acesso às imagens por meio da 
descrição do modo como acessá-las.
d) estabelecer interlocução com o leitor, orientan-
do-o a fazer o download das obras de arte.
e) enaltecer a arte, buscando popularizá-la por meio 
da possibilidade de visualização on-line.
QUESTÃO 04 (ENEM - 2020) - Vou-me embora p’ra Pa-
sárgada foi o poema de mais longa gestação em toda a 
minha obra. Vi pela primeira vez esse nome Pasárgada 
quando tinha os meus dezesseis anos e foi num autor 
grego. [...] Esse nome de Pasárgada, que significa “cam-
po dos persas” ou “tesouro dos persas”, suscitou na mi-
nha imaginação uma paisagem fabulosa, um país de 
delícias, como o de L’invitation au Voyage, de Baudelai-
re. Mais de vinte anos depois, quando eu morava só na 
minha casa da Rua do Curvelo, num momento de fun-
do desânimo, da mais aguda sensação de tudo o que 
eu não tinha feito em minha vida por motivo da do-
ença, saltou-me de súbito do subconsciente este grito 
estapafúrdio: “Vou-me embora p’ra Pasárgada!” Senti 
na redondilha a primeira célula de um poema, e tentei 
realizá-lo, mas fracassei. Alguns anos depois, em idên-
ticas circunstâncias de desalento e tédio, me ocorreu o 
mesmo desabafo de evasão da “vida besta”. Desta vez 
o poema saiu sem esforço como se já estivesse pronto 
dentro de mim. Gosto desse poema porque vejo nele, 
em escorço, toda a minha vida; [...] Não sou arquiteto, 
como meu pai desejava, não fiz nenhuma casa, mas re-
construí e “não de uma forma imperfeita neste mundo 
de aparências”, uma cidade ilustre, que hoje não é mais 
a Pasárgada de Ciro, e sim a “minha” Pasárgada.
BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL, 1984
Os processos de interação comunicativa preveem a pre-
sença ativa de múltiplos elementos da comunicação, en-
tre os quais se destacam as funções da linguagem. Nesse 
fragmento, a função da linguagem predominante é a:
a) emotiva, porque o poeta expõe os sentimentos 
de angústia que o levaram à criação poética.
b) referencial, porque o texto informa sobre a 
origem do nome empregado em um famoso 
poema de Bandeira. 
c) metalinguística, porque o poeta tece comentá-
rios sobre a gênese e o processo de escrita de 
um de seus poemas.
d) poética, porque o texto aborda os elementos estéticos 
de um dos poemas mais conhecidos de Bandeira.
e) apelativa, porque o poeta tenta convencer os leito-
res sobre sua dificuldade de compor um poema.
QUESTÃO 05 (ENEM- 2014) - O telefone tocou.
— Alô? Quem fala?
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
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MÓDULO I
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— Como? Com quem deseja falar?
— Quero falar com o sr. Samuel Cardoso.
— É ele mesmo. Quem fala, por obséquio?
— Não se lembra mais da minha voz, seu Samuel?
Faça um esforço.
— Lamento muito, minha senhora, mas não me
lembro. Pode dizer-me de quem se trata?
(ANDRADE, C. D. Contos de aprendiz. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.)
Pela insistência em manter o contato entre o emissor e 
o receptor, predomina no texto a função:
a) metalinguística. b) fática. c) referencial.
d) emotiva. e) conativa.
QUESTÃO 06 (ENEM- 2013) - Lusofonia- rapariga: s.f., 
fem. de rapaz: mulher nova; moça; menina; (Brasil), meretriz.
Escrevo um poema sobre a rapariga que está sentada 
no café, em frente da chávena de café, enquanto 
alisa os cabelos com a mão. Mas não posso escrever este 
poema sobre essa rapariga porque, no Brasil, a palavra 
rapariga não quer dizer o que ela diz em Portugal. Então, 
terei de escrever a mulher nova do café, a jovem do café, 
a menina do café, para que a reputação da pobre rapariga 
que alisa os cabelos com a mão, num café de Lisboa, não 
fique estragada para sempre quando este poema atra-
vessar o Atlântico para desembarcar no Rio de Janeiro. 
E isto tudo sem pensar em África, porque aí lá terei de 
escrever sobre a moça do café, para evitar o tom dema-
siado continental da rapariga, que é uma palavra que 
já me está a pôr com dores de cabeça até porque, no 
fundo, a única coisa que eu queria era escrever um po-
ema sobre a rapariga do café. A solução, então, é mu-
dar de café, e limitar-me a escrever um poema sobre 
aquele café onde nenhuma rapariga se pode sentar à 
mesa porque só servem café ao balcão.
JÚDICE, N. Matéria do Poema. Lisboa: D. Quixote, 2008.
O texto traz em relevo as funções metalinguística e po-
ética. Seu caráter metalinguístico justifica-se pela
a) discussão da dificuldade de se fazer arte inovado-
ra no mundo contemporâneo.
b) defesa do movimento artístico da pós-moderni-
dade, típico do século XX.
c) abordagem de temas do cotidiano, em que a arte 
se volta para assuntos rotineiros.
d) tematização do fazer artístico, pela discussão do 
ato de construção da própria obra.
e) valorização do efeito de estranhamento causado 
no público, o que faz a obra ser reconhecida.
QUESTÃO 07 (ENEM - 2010) - A biosfera, que reúne to-
dos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, 
se divide em unidades menores chamadas ecossiste-
mas, que podem ser uma tem múltiplos mecanismos 
que regulam o número de organismos dentro dele, 
controlando sua reprodução, crescimento e migrações.
DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Predomina no texto a função da linguagem:
a) emotiva, porque o autor expressa seu sentimento 
em relação à ecologia.
b) fática, porque o texto testa o funcionamento do 
canal de comunicação.
c) poética, porque o texto chama a atenção para os 
recursos de linguagem.
d) conativa, porque o texto procura orientar com-
portamentos do leitor.
e) referencial, porque o texto trata de noções e in-
formações conceituais.
QUESTÃO 08 (ENEM- 2009) - 
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas,
O vento varria os frutos,
O vento varria as flores...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De frutos, de flores, de folhas.
[...]
O vento varriaos sonhos
E varria as amizades...
O vento varria as mulheres...
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De afetos e de mulheres.
O vento varria os meses
E varria os teus sorrisos...
O vento varria tudo!
E a minha vida ficava
Cada vez mais cheia
De tudo.
BANDEIRA, M. Poesia completa prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
Predomina no texto a função da linguagem:
a) fática, porque o autor procura testar o canal de 
comunicação.
b) metalinguística, porque há explicação do signifi-
cado das expressões.
c) conativa, uma vez que o leitor é provocado a par-
ticipar de uma ação.
d) referencial, já que são apresentadas informações 
sobre acontecimentos e fatos reais.
e) poética, pois chama-se a atenção para a elabora-
ção especial e artística da estrutura do texto.
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08
C A C C B D E E
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
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REDAÇÃO
A estrutura da Dissertação nos vestibulares e concursos.A estrutura da Dissertação nos vestibulares e concursos.
Obs. A caixa com a quantidade de parágrafos é apenas 
uma sugestão sobre o tamanho do texto. Uma redação 
tem, na verdade, a quantidade de parágrafos que seu 
autor achar que ela deve ter. Mas, no caso dos vesti-
bulares, 04 parágrafos são sufi cientes com um número 
máximo de 25 ou 30 linhas.
EXEMPLIFICANDO: A utopia da igualdade
A indignação de Humberto Gessinger, da banda En-
genheiros do Havaí, em uma de suas famosas compo-
sições, ao dizer: “Todos iguais, todos iguais, mas uns 
mais iguais que os outros” remete-nos, no contexto 
atual brasileiro, de graves crises, a uma gama de péssi-
mos exemplos dos quais não podemos nos orgulhar e 
que tornam utópica a ideia de um país igualitário, jus-
to, ético e rico. Por conta disso, urge entender as raízes 
do problema e tentar resolvê-lo urgentemente.
Nesta perspectiva, de resolução da grave crise fi nan-
ceira, a população se queda horrorizada com o cres-
cimento de ações extremamente desproporcionais, 
como o aumento da idade para a aposentadoria, mas 
estabelecendo diferença entre o cidadão comum e os 
militares, que continuarão com seus benefícios e pro-
gressões inalterados. É pertinente que o Estado se pro-
ponha a corrigir os erros do governo anterior, mas não 
de forma desigual e injusta, aprovando a PEC-241, que 
limita os investimentos públicos por vinte anos, con-
cedendo aumento abusivo ao Judiciário e mantendo 
inalterados os gastos anuais com o Legislativo.
Sobre este parâmetro da injustiça é que Antônio Gramsci, 
pensador italiano, discute o princípio da hegemonia a 
partir do vilipêndio da Ética. Em um país, como o Brasil, 
em que a Suprema Corte tem suas determinações igno-
radas ou descumpridas, como aconteceu recentemen-
te no episódio Renan Calheiros, veiculado em mídia 
aberta, é natural, embora, extremamente vergonhoso, 
que, em busca da retomada do crescimento econô-
mico, que parece justifi car todas as ações incautas da 
nova ordem governamental, princípios como ética e 
equidade sejam fl agrantemente desrespeitados. 
Em suma, enquanto tivermos um Legislativo que tem 
como hábito legislar em causa própria (aumento de sa-
lário e outras benesses); um Judiciário que apenas se 
faz ouvir, mas que tem difi culdade para se fazer obe-
decer, e um Executivo que assiste a tudo isso de forma 
pacífi ca, repetindo outros governos e a si mesmo, te-
remos cada vez mais certeza de que, nas palavras de 
Gessinger: “Ninguém é igual a ninguém”. 
NOTA:
LEGENDA
- ABORDAGEM INDIRETA DO TEMA
- TESE
- COESÃO 
- ARGUMENTOS
- REAFIRMAÇÃO DA TESE
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MATEMÁTICA
E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO I
21
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FRAÇÃO
01 - AS VÁRIAS IDEIAS DE FRAÇÃO: A esta altura 
do ensino médio, certamente, você já resolveu diver-
sas questões em que as informações eram dadas por 
meio de frações ou em que as respostas precisavam 
ser apresentadas como frações. Aliás, em alguns casos, 
elas não eram dadas, nem pedidas, mas precisavam 
ser utilizadas na montagem dos raciocínios, ganhando 
uma importância ainda maior.
Nesse contexto, muito embora não tenhamos percebido, 
acabamos utilizando as frações para representar situa-
ções bem distintas e, agora, precisamos organizar melhor 
este conhecimento adquirido, identifi cando as várias 
ideias que podem ser construídas em torno das frações.
a) FRAÇÃO COMO SÍMBOLO DE UMA DIVISÃO (÷), 
COMO UM QUOCIENTE: Antes mesmo de conhecer-
mos direitinho os vários signifi cados teóricos de uma 
fração, já podemos lembrar que ela pode ser utilizada 
como um símbolo para indicar a realização de uma 
mera divisão. Ou seja, podemos olhar para uma fração 
como uma mera operação matemática de divisão.
É nesse sentido que as frações podem ser substituídas 
pelos resultados das suas correspondentes divisões, 
nem que, para isso, sejam utilizados números decimais 
exatos ou dízimas periódicas. Vejamos alguns exemplos:
Aliás, neste primeiro sentido, a fração acaba tendo
o signifi cado de repartição igualitária, indicando que 
um conjunto de A objetos será distribuído em partes 
iguais entre B pessoas. Por exemplo, para repartir 450 
reais entre 3 pessoas, basta distribuir 450/3 = 150 reais 
para cada pessoa.
b) FRAÇÃO COMO UMA CONTAGEM DA QUANTIDA-
DE DE PARTES IGUAIS: Certamente, quando estamos 
comendo uma pizza ou fatiando um bolo, a ideia de 
frações aparece com bastante naturalidade. Basta que, 
no momento de cortar a pizza ou o bolo, todas as fatias 
tenham um mesmo tamanho.
 1/2 1/3
 3/4 2/3
Não estamos querendo dizer que, em todos as pizzas, 
as fatias sempre terão o mesmo tamanho, mas sim que, 
em cada pizza, as fatias terão o seus tamanhos dados 
pelo denominador, ou melhor, pela forma com que o 
denominador propõe a divisão da pizza. Por exemplo:
Fica claro assim que o numerador indica a quantidade 
de fatias, enquanto que o denominador está relacio-
nado ao tamanho das fatias iguais em que a pizza está 
dividida. E, de um modo geral, teremos:
22
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FRAÇÃO
O número “A” será chamado de numerador (indicando 
a quantidade contada de partes) e o número “B” será 
chamado de denominador (indicando a divisão que foi 
feita no objeto inteiro).
Isso é interessante porque explica o motivo de não po-
dermos somar frações com denominadores distintos. 
Ora, se o denominador é diferente, então o tamanho 
das fatias não é o mesmo e não temos um referencial 
para a soma. Olhe para o exemplo abaixo que esclare-
ce o nosso problema:
Percebe-se com isso que o ponto central desta ideia de 
fração é a DIVISÃO EM PARTES IGUAIS. Assim, quando a 
divisão não estiver com partes iguais, devemos imedia-
tamente reorganizar as frações para que seja possível 
identifi carmos partes que sejam iguais.
EXERCÍCIOS RESOLVIDO 01 -
Que fração da área do quadrado maior 
corresponde à área pintada de verme-
lho na fi gura ao lado?
a)3/16 b)2/7 c)1/4
d)3/8 e)2/5
SOLUÇÃO:
I) De início, deve-se observar que ape-
sar de a fi gura pedida representar uma 
parte da fi gura maior, ela ainda não 
pode ser medida pois a fi gura maior 
ainda não foi dividida em partes iguais.
II) Observando os pedaços em que a fi gura original foi 
recortada, percebe-se que eles ligam alguns dos pon-
tos médios dos lados do quadrado maior e dos lados 
dos triângulos grandes. Ligando TODOS esses pontos 
médios com retas horizontais e verticais, tem-se uma 
fi gura quadriculada formada por quadradinhos de 
mesmo tamanho.
iii) Considerando que a cada 2 triângulos pequenos te-
mos um quadradinho, então: Área vermelha = 1 qua-
dradinho + 4 triângulos = 3 quadradinhos; Área total = 
16 quadradinhos.
EXERCÍCIO RESOLVIDO 02 - Determine a fração do re-
tângulo que é equivalente à sua área hachurada. 
a)1/2 b)3/5 c)4/7
d)7/6 e)13/36
SOLUÇÃO:
I) Aqui, basta perceber que os 
pedaçosestão com tama-
nhos diferentes e fazer um 
redimensionamento na fi gu-
ra para que todos os retângu-
los tenham a mesma área.
C) FRAÇÃO COMO UM INSTRUMENTO DE COMPA-
RAÇÃO ENTRE UMA PARTE E O TODO: Neste terceiro 
sentido, a fração serve para representar uma relação 
entre uma quantidade “A” de pedaços que existem na 
parte analisada e a quantidade “B” de pedaços que 
existem no objeto completo.
(PARTE-TODO)
 
Ex.: Se, em uma festa, houver 1 homem para cada 2 mu-
lheres, então a fração que corresponde à quantidade de 
homens é dada por 1/3 do total de pessoas na festa.
Ex.: Se, semanalmente, temos dois dias de folga, então a 
fração da semana que corresponde à quantidade de folgas 
é dada por: folga/semana = 2 dias/7 dias = 2/7 da semana.
Observação: Perceba que, neste sentido, todas as frações 
aparecem acompanhadas da preposição “de”, justamente 
para indicarem a que total se referem. Mudando-se o que 
vem após o “de”, altera-se completamente o sentido da 
fração, pois muda-se o valor total de referência. Assim, tão 
importante quanto o número, é a expressão indicativa da 
grandeza que vem após o “de”. Vejamos:
Ex.: “1/3 das mulheres de uma escola” não é o mesmo 
que “1/3 das pessoas de uma escola”.
D) FRAÇÃO COMO UMA RELAÇÃO: As duas últimas 
ideias, se baseiam no uso das frações para representar 
relações de razão entre os valores de uma mesma gran-
deza em 2 situações diferentes ou de razão entre os va-
lores de 2 grandezas diferentes numa mesma situação.
Razão de valores de uma mesma grandeza em situ-
ações diferentes:
23
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FRAÇÃO
Razão de valores de 2 grandezas diferentes na 
mesma situação:
Dentre os vários exemplos de uso das frações como 
representativas da relação entre duas grandezas des-
tacamos os seguintes:
Escala = 
Velocidade Média (Vm) = 
Neste último sentido, quando igualamos duas frações 
(razões) acaba surgindo a ideia de proporção, que nada 
mais é do que uma igualdade na relação que descreve 
o comportamento de 2 grandezas diferentes em 2 situ-
ações diferentes.
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES:
A) ADIÇÃO (ou subtração) DE FRAÇÕES QUE TÊM O 
MESMO DENOMINADOR: Como explicado no item 
1.b acima, somar (ou subtrair) frações que têm um de-
nominador igual é bem tranquilo, já que, neste caso, 
os pedaços que foram contados em cada fração têm o 
mesmo tamanho.
Por isso, basta manter esse denominador constante e 
somar (ou subtrair) os seus numeradores (indicadores 
das quantidades). Como por exemplo:
7
1
+ 7
5
 = 7
51+
 = 7
6
B) ADIÇÃO (ou subtração) DE FRAÇÕES QUE TÊM 
DENOMINADORES DISTINTOS: Realmente, só tem 
sentido somarmos (ou subtrairmos) frações que têm 
denominadores iguais, ou seja, em que há um denomi-
nador comum nas duas frações.
Nos casos em que os denominadores forem distintos, 
obrigatoriamente devemos ajustar as frações para que 
elas passem a ter um mesmo denominador. Enfim, de-
vemos primeiramente buscar FRAÇÕES EQUIVALENTES 
àquelas que foram dadas, fazendo surgir um denomi-
nador igual (comum às duas frações), correspondente 
ao MMC entre os denominadores.
Uma vez transformadas as frações iniciais nas suas fra-
ções equivalentes de mesmo denominador, a soma 
(ou subtração) passará a ser feita normalmente pela 
manutenção do denominador comum e pela soma 
dos numeradores.
28
11
28
74
28
7
28
4
)7.(4
)7.(1
)4.(7
)4.(1
4
1
7
1
=
+
=+=+=+
Obs.: É fácil perceber que as frações equivalentes são 
obtidas ao multiplicarmos o numerador e o denomi-
nador por um mesmo número. Assim, NOS DENO-
MINADORES DAS FRAÇÕES EQUIVALENTES SEMPRE 
SURGEM MÚLTIPLOS DOS DENOMINADORES INICIAIS. 
Por conta disso, para diminuir o trabalho nas contas, 
um dos números mais utilizados como denominador 
comum é justamente o MÍNIMO MÚLTIPLO COMUM 
(MMC) dos denominadores iniciais.
C) MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES: Independente-
mente dos denominadores, a multiplicação de frações 
é obtida a partir da multiplicação dos termos corres-
pondentes (numerador multiplicado por numerador e 
denominador multiplicado por denominador).
28
3
47
31
4
3
7
1
==
x
xx
D) DIVISÃO DE FRAÇÕES: Como a divisão é a opera-
ção inversa da multiplicação, basta substituirmos cada 
divisão por uma multiplicação, repetindo a 1ª fração e 
multiplicando-a pelo inverso da 2ª fração.





=




÷
4
3
7
1
3
4
7
1 x
Depois, realizamos uma multiplicação normal (nume-
rador multiplicado por numerador e denominador 
multiplicado por denominador).
28
3
47
31
4
3
7
1
==
x
xx
EXERCÍCIO RESOLVIDO 03 -Calcule o valor da expressão: 
a) 2/3 b) 24/7 c) 38/15
d) 2 e) 11/2
SOLUÇÃO: I) De início, observe que as frações a serem 
somadas têm denominadores diferentes, o que reve-
la estarmos diante de frações que representam partes 
que não são iguais. Nesses casos, a primeira providên-
cia é deixar os dois denominadores iguais.
II) Para isso, basta substituir cada fração por uma que 
lhe seja equivalente, multiplicando o numerador e 
o denominador por um mesmo número, de forma 
a ficarmos com um único denominador que seja o 
MMC(3,5)=15.
III) Agora que os denominadores estão iguais, basta 
somar as quantidades dadas nos numeradores.
IV) Por fim, basta lembrar que, na divisão de frações, 
24
MÓDULO I
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FRAÇÃO
repetimos a 1ª fração e a multiplicamos pelo inverso 
da segunda.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 - Em um concurso vestibular, a razão en-
tre o número de candidatos inscritos na área de ciên-
cias humanas e na de ciências exatas é, nessa ordem, 
9/7. Supondo que a universidade divide todas as suas 
vagas entre estas duas áreas, a porcentagem de candi-
datos inscritos na área de ciências humanas é:
a) 55,5% b) 56,25% c) 56,5%
d) 56,75% e) 57,5%
QUESTÃO 02 - Qual é a fração do quadrado abaixo que 
corresponde à área ocupada pela fi gura colorida que 
se encontra no seu interior, sabendo que os seus vér-
tices são centros, vértices ou pontos médios dos lados 
dos quadradinhos em que o quadrado abaixo se subdi-
vide e que cada quadradinho tem 1cm de lado?
a) 47,250% b) 53,125% c) 56,750%
d) 60,125% e) 62,375%
QUESTÃO 03 - Assinale o item correto:
a) A soma de 2/3 com 3/5 vale 5/8.
b) O 50º termo após a vírgula na representação deci-
mal de 1/91 é igual a 0.
c) O quociente de 6,88... por 2,44... é 3,222...
d) A raiz quadrada de 0,444... é 0,666...
e) O número máximo de algarismos no período de uma 
dízima periódica obtida a partir do número racional 
p/q, onde q é um número primo, é dado por q+1.
QUESTÃO 04 - Em um bar, suco de tangerina é uma 
mistura de xarope com água na razão de 1 parte de 
xarope para 2 de água e refresco de tangerina é uma 
mistura de xarope com água na razão de 1 para 5. Jun-
tando dois copos de suco com um de refresco, obte-
mos uma mistura de xarope com água na razão de:
a) 1 para 3 b)2 para 5 c)3 para 5
d)5 para 13 e)6 para 17
QUESTÃO 05 - A água do Mediterrâneo contém 35mg 
de sal por cm³ e a do Atlântico, 25mg. A quantidade de 
água doce que deve ser acrescentada a 1 litro de água 
do Mediterrâneo para se ter a mesma concentração de 
sal que a do Atlântico é, em litros, igual a:
a) 0,3 b) 0,4 c) 0,5
d) 0,6 e) 0,7
QUESTÃO 06 - Uma loja instrui seus vendedores a cal-
cular o preço de uma mercadoria, nas compras a cartão 
de crédito, dividindo o preço à vista por 0,80. Dessa for-
ma, pode-se concluir que o valor da compra com car-
tão de crédito, em relação ao preço à vista, apresenta:
a) um desconto de 20% b) um aumento de 20%
c) um aumento de 25% d) um desconto de 25%
e) um aumento de 80%
QUESTÃO 07 - Uma pera tem cerca de 90% de água e 
10% de matéria sólida. Um produtor coloca 100 kg de 
pera para desidratar até o ponto em que a água repre-
sente 60% da massa total. Quantos litros de água serão 
evaporados?(Use que 1 litro de água tem massa de 1kg.)
a) 15 litros b) 30 litros c) 45 litros
d) 75 litros e) 80 litros
QUESTÃO 08 - Na última prova do ENEM,o aluno Ân-
gelo observou que, no geral, para cada 5 questões cer-
tas, acabou deixando uma questão errada no gabarito. 
Se a prova possuía 180 itens, quantas questões foram 
respondidas com erro?
a) 16 b) 25 c) 30 d) 36 e) 42
QUESTÃO 09 - Em uma festa, há 14 homens para cada 
11 mulheres. O percentual de mulheres na festa é:
a) 78,6% b) 62,3% c) 48,2%
d) 44% c) 35,7%
QUESTÃO 10 - A porcentagem de não fumantes em 
uma cidade é de 67%. Se 3 em cada 11 fumantes deixa-
rem de fumar, qual será o novo percentual de fuman-
tes na cidade?
a) 33% b) 27% c) 21%
d) 30% e) 24%
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
- - - - - - - - - -
25
MÓDULO I
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
SISTEMAS DE NUMERAÇÃO E OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS
Sistemas de Numeração: Os algarismos e a organi-
zação dos números nem sempre ocorreram com os 
símbolos que utilizamos hoje. Cada povo adotava um 
sistema de numeração. Entendemos como sistema 
de numeração  os algarismos e a organização da sua 
representação. O nosso sistema de numeração atual 
possui 10 símbolos e é conhecido como sistema deci-
mal posicional, ou seja, nele a posição dos algarismos 
é importante. Existem sistemas de cinco símbolos, 60 
símbolos, entre outros, utilizados ao longo da história.
Organizar os números em um sistema de numeração 
nem sempre foi fácil, e uma das difi culdades era, por 
exemplo, na  representação do zero. Por mais que o 
principal sistema de numeração utilizado seja o de-
cimal posicional, outros estão presentes nas nossas 
vidas, como o sistema de numeração romano, para 
numerar-se séculos, e o sistema de base sexagesimal, 
para medir-se as horas. Ainda, a base 12 é bastante pre-
sente no cotidiano, como quando consideramos que 
um ano possui 12 meses ou quando compramos obje-
tos em dúzia no mercado.
Sistema de numeração egípcio:Sistema de numeração egípcio:
Exemplo: 
Sistema de numeração chinêsSistema de numeração chinês
Sistema de numeração romanoSistema de numeração romano
Sistema de numeração maiaSistema de numeração maia
Sistema indo-arábico ( Sistema de numeração Decimal):
O sistema de numeração que ainda utilizamos sofreu 
algumas adaptações na grafi a das letras, porém ele 
traz grande facilidade na realização das operações 
básicas e na escrita. Esse sistema, conhecido também 
como sistema de numeração decimal ou sistema posi-
cional decimal, possui 10 símbolos para representar os 
números de 0 até 9.
Nele a posição dos algarismos é importante, algarismos 
posicionados à frente valem 10 vezes mais que os da po-
sição anterior. Trata-se da divisão que conhecemos como 
unidade, dezena, centena, e assim sucessivamente. Ele 
recebe esse nome, indo-arábico, por ter recebido a con-
tribuição desses dois povos. Ao primeiro deve-se a sua 
invenção e organização; e ao segundo, algumas adapta-
ções e a propagação desses números pelo comércio.
Os 10 símbolos conhecidos pelo mundo todo hoje são:
0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9
Características desse sistema:
• Existe o zero;
• O sistema é posicional;
• As quantidades são agrupadas de 10 em 10.
26
MÓDULO I
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
Sistema de numeração decimal é de base 10, ou seja 
utiliza 10 algarismos (símbolos) diferentes para repre-
sentar todos os números.
Formado pelos algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, é um 
sistema posicional, ou seja, a posição do algarismo no 
número modifica o seu valor.
É o sistema de numeração que nós usamos. Ele foi con-
cebido pelos hindus e divulgado no ocidente pelos 
árabes, por isso, é também chamado de "sistema de 
numeração indo-arábico".
Evolução do sistema de numeração decimal
Características:
• Possui símbolos diferentes para representar quan-
tidades de 1 a 9 e um símbolo para representar a 
ausência de quantidade (zero).
• Como é um sistema posicional, mesmo tendo pou-
cos símbolos, é possível representar todos os nú-
meros.
• As quantidades são agrupadas de 10 em 10, e rece-
bem as seguintes denominações:
10 unidades = 1 dezena
10 dezenas = 1 centena
10 centenas = 1 unidade de milhar, e assim por diante
Exemplos:
Ordens e Classes: No sistema de numeração decimal 
cada algarismo representa uma ordem, começando da 
direita para a esquerda e a cada três ordens temos uma 
classe.
Para fazer a leitura de números muito grandes, dividi-
mos os algarismos do número em classes (blocos de 3 
ordens), colocando um ponto para separar as classes, 
começando da direita para a esquerda.
Exemplos:
1) 57283: Primeiro, separamos os blocos de 3 algaris-
mos da direita para a esquerda e colocamos um ponto 
para separar o número: 57. 283.
No quadro acima vemos que 57 pertence a classe dos 
milhares e 283 a classe das unidades simples. Assim, o 
número será lido como: cinquenta e sete mil, duzentos 
e oitenta e três.
2) 12839696: Separando os blocos de 3 algarismos te-
mos: 12.839.696
O número então será lido como: doze milhões, oito-
centos e trinta e nove mil, seiscentos e noventa e seis.
Operações com os números inteiros
Adição e subtração de números inteiros: As adições 
e subtrações envolvendo estes números, requerem a 
utilização de regras matemáticas envolvendo os sinais 
positivos e negativos, assim como o conceito módulo 
(valor absoluto) de um número.
Exemplos:
Módulo de + 5 = |+5| = 5
Módulo de –2 = |–2| = 2
Adição e subtração de números inteiros sem a pre-
sença de parênteses.
Sinais iguais: adicionamos os módulos e conservamos 
o sinal.
Sinais diferentes: subtraímos os módulos e conserva-
mos o sinal do número de maior módulo.
Exemplos:
+ 6 + 7 = + 13
– 7 + 4 = – 3
+ 10 – 8 = +2
– 5 – 7 = –12
Adição e subtração de números inteiros com a pre-
sença de parênteses.
Para eliminarmos os parênteses devemos realizar um 
jogo de sinal, observe:
27
MÓDULO I
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
Após a eliminação dos parênteses, seguimos as regras 
já estabelecidas:
+ (+7) + (–5) = + 7 – 5 =  + 2
– (– 9) – (+5) = + 9 – 5 = + 4
+ (– 10) – (– 6) = – 10  + 6 = – 4
– (+ 15) − (– 8) = – 15 + 8 = – 7
– ( + 8 ) + (– 11) = – 8 – 11 = – 19
Multiplicação e divisão de números inteiros
Sinais iguais na multiplicação ou na divisão sempre re-
sultam em sinal positivo.
Exemplos:
(+ 3) . (+ 4) = + 12
(– 4) . (– 9) = + 36
(– 15) : (– 3) = + 5
(+ 20) : (+ 4) = + 5
Sinais diferentes na multiplicação ou na divisão sem-
pre resultam em sinal negativo.
Exemplos:
(+ 6) . (– 8) = – 48
(– 11) . (+ 3) = – 33
(+ 100) : (– 4) = – 25 (– 50) : (+ 5) = – 10
ALGORITMO DA DIVISÃO
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 (Enem 2014 ) - Os incas desenvolveram 
uma maneira de registrar quantidades e representar 
números utilizando um sistema de numeração decimal 
posicional: um conjunto de cordas com nós denomi-
nado quipus. O quipus era feito de uma corda matriz, 
ou principal (mais grossa que as demais), na qual eram 
penduradas outras cordas, mais fi nas, de diferentes 
tamanhos e cores (cordas pendentes). De acordo com 
a sua posição, os nós signifi cavam unidades, dezenas, 
centenas e milhares. Na Figura 1, o quipus representa 
o número decimal 2 453. Para representar o “zero” em 
qualquer posição, não se coloca nenhum nó.
O número da representação do quipus da Figura 2, em 
base decimal, é:
a) 364. b) 463. c) 3 064.
d) 3 640. e) 4 603.
QUESTÃO 02 (Enem 2015) - Os maias desenvolve-
ram um sistema de numeração vigesimal que podia 
representar qualquer número inteiro, não negativo, 
com apenas três símbolos. Uma concha representava o 
zero, um ponto representava o número 1 e uma barri-
nha horizontal, o número 5. Até o número 19, os maias 
representavam os números como mostra a Figura 1:
Números superiores a 19 são escritos na vertical, se-
guindo potências de 20 em notação posicional, como 
mostra a Figura 2. Ou seja, o número que se encontra 
na primeira posição é multiplicado por 200 = 1,o nú-
mero que se encontra na segunda posição é multipli-
cado por 201 = 20 e assim por diante. Os resultados 
obtidos em cada posição são somados para obter o 
número no sistema decimal.
28
MÓDULO I
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
Um arqueólogo achou o hieróglifo da Figura 3 em um 
sítio arqueológico:
Disponível em: http://mdmat.mat.ufrgs.br. Acesso em: 13 ago. 2012 (adaptado).
O número, no sistema decimal, que o hieróglifo da Fi-
gura 3 representa é igual a:
a) 279. b) 539. c) 2 619.
d) 5 219. e) 7 613.
QUESTÃO 03 (Enem 2016) - O ábaco é um antigo ins-
trumento de cálculo que usa notação posicional de 
base dez para representar números naturais. Ele pode 
ser apresentado em vários modelos, um deles é forma-
do por hastes apoiadas em uma base. Cada haste cor-
responde a uma posição no sistema decimal e nelas são 
colocadas argolas; a quantidade de argolas na haste re-
presenta o algarismo daquela posição. Em geral, colo-
cam-se adesivos abaixo das hastes com os símbolos U, 
D, C, M, DM e CM que correspondem, respectivamente, 
a unidades, dezenas, centenas, unidades de milhar, de-
zenas de milhar e centenas de milhar, sempre começan-
do com a unidade na haste da direita e as demais ordens 
do número no sistema decimal nas hastes subsequen-
tes (da direita para esquerda), até a haste que se encon-
tra mais à esquerda. Entretanto, no ábaco da figura, os 
adesivos não seguiram a disposição usual.
Nessa disposição, o número que está representado na 
figura é:
a) 46.171. b) 147.016. c) 171.064.
d) 460.171. e) 610 741.
QUESTÃO 04 ( Enem 2020) - Um motociclista planeja 
realizar uma viagem cujo destino fica a 500 km de sua 
casa. Sua moto consome 5 litros de gasolina para cada 
100 km rodados, e o tanque da moto tem capacidade 
para 22 litros. Pelo mapa, observou que no trajeto da 
viagem o último posto disponível para reabastecimen-
to, chamado Estrela, fica a 80 km do seu destino. Ele 
pretende partir com o tanque da moto cheio e plane-
ja fazer somente duas paradas para reabastecimento, 
uma na ida e outra na volta, ambas no posto Estrela. 
No reabastecimento para a viagem de ida, deve consi-
derar também combustível suficiente para se deslocar 
por 200 km no seu destino. A quantidade mínima de 
combustível, em litro, que esse motociclista deve rea-
bastecer no posto Estrela na viagem de ida, que seja 
suficiente para fazer o segundo reabastecimento, é:
a) 13. b) 14. c) 17.
d) 18. e) 21.
QUESTÃO 05 (Enem 2020) - Um hotel de 3 andares 
está sendo construído. Cada andar terá 100 quartos. Os 
quartos serão numerados de 100 a 399 e cada um terá 
seu número afixado à porta. Cada número será com-
posto por peças individuais, cada uma simbolizando 
um único algarismo. Qual a quantidade mínima de pe-
ças, simbolizando o algarismo 2, necessárias para iden-
tificar o número de todos os quartos?
a) 160 b) 157 c) 130
d) 120 e) 60
QUESTÃO 06 (Enem 2016) - Um executivo sempre 
viaja entre as cidades A e B, que estão localizadas em 
fusos horários distintos. O tempo de duração da via-
gem de avião entre as duas cidades é de 6 horas. Ele 
sempre pega um voo que sai de  A  às  15h  e chega à 
cidade B às 18h (respectivos horários locais). Certo dia, 
ao chegar à cidade B, soube que precisava estar de vol-
ta à cidade A, no máximo, até as 13h do dia seguinte 
(horário local de A). Para que o executivo chegue à ci-
dade  A  no horário correto e admitindo que não haja 
atrasos, ele deve pegar um voo saindo da cidade B, em 
horário local de B, no máximo à(s):
a) 16h. b) 10h. c) 7h.
d) 4h. e) 1h.
QUESTÃO 07 (Enem 2014) - Para garantir a seguran-
ça de um grande evento público que terá início às 4 
h da tarde, um organizador precisa monitorar a quan-
tidade de pessoas presentes em cada instante. Para 
cada 2 000 pessoas se faz necessária a presença de 
um policial. Além disso, estima-se uma densidade de 
quatro pessoas por metro quadrado de área e terreno 
ocupado. Às 10 h da manhã, o organizador verifica que 
a área de terreno já ocupada equivale a um quadra-
do com lados medindo 500 m. Porém, nas horas se-
guintes, espera-se que o público aumente a uma taxa 
29
MÓDULO I
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SISTEMAS DE NUMERAÇÃO
de 120.000 pessoas por hora até o início do evento, 
quando não será mais permitida a entrada de público. 
Quantos policiais serão necessários no início do evento 
para garantir a segurança?
a) 360 b) 485 c) 560
d) 740 e) 860
QUESTÃO 08 (Enem 2020 digital) - Para sua festa de 17 
anos, o aniversariante convidará 132 pessoas. Ele convi-
dará 26 mulheres a mais do que o número de homens. 
A empresa contratada para realizar a festa cobrará R$ 
50,00 por convidado do sexo masculino e R$ 45,00 por 
convidado do sexo feminino. Quanto esse aniversarian-
te terá que pagar, em real, à empresa contratada, pela 
quantidade de homens convidados para sua festa?
a) 2 385,00 b) 2 650,00 c) 3 300,00 
d) 3 950,00 e) 5 300,00
QUESTÃO 09 (Enem 2019) - Após o Fórum Nacional 
Contra a Pirataria (FNCP) incluir a linha de autopeças 
em campanha veiculada contra a falsificação, as agên-
cias fiscalizadoras divulgaram que os cinco principais 
produtos de autopeças falsificados são: rolamento, 
pastilha de freio, caixa de direção, catalisador e amor-
tecedor. Após uma grande apreensão, as peças falsas 
foram cadastradas utilizando-se a codificação: 1: rola-
mento, 2: pastilha de freio, 3: caixa de direção, 4: catali-
sador e 5: amortecedor. Ao final obteve-se a sequência: 
5, 4, 3, 2, 1, 2, 3, 4, 5, 4, 3, 2, 1, 2, 3, 4, 5, 4, 3, 2, 1, 2, 3, 4, 
... que apresenta um padrão de formação que consiste 
na repetição de um bloco de números. 
Disponível em: www.oficinabrasil.com.br. Acesso em: 25 ago. 2014 (adaptado).
Essa sequência descreve a ordem em que os produtos 
apreendidos foram cadastrados. O 2.015º item cadas-
trado foi um(a):
a) rolamento. b) catalisador. 
c) amortecedor. d) pastilha de freio.
e) caixa de direção.
QUESTÃ0 10 (G1 - ifce 2011) - Seja x = a1a2a3a4 um 
número de quatro algarismos. Considere o número 
y = a4a3a2a1 formado pelos mesmos algarismos de x, 
escritos na ordem inversa. A diferença x – y é sempre 
divisível por:
a) 2. b) 4. c) 5. d) 7. e) 9.
QUESTÃO 11 - Um síndico precisa pintar os muros, por-
tões e calçamento de um edifício. Os pintores seleciona-
ram três galões de tinta T1 para os muros, um galão de 
tinta T2 para os portões e dois galões de tinta T3 para 
o calçamento. Ele pesquisou o preço das tintas em cinco 
lojas diferentes, obtendo os seguintes valores, em real:
Loja T1 T2 T3
1 82,00 134,00 202,00
2 80,00 122,00 214,00
3 85,00 115,00 209,00
4 88,00 132,00 199,00
5 90,00 116,00 202,00
O síndico irá comprar as tintas numa única loja, esco-
lhendo aquela em que o valor total da compra resulte 
no menor preço médio por galão. Com base nessas in-
formações, a loja escolhida será:
a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.
QUESTÃO 12 (Enem 2020 Digital) - “1, 2, 3, GOL, 5, 
6, 7, GOL, 9, 10, 11, GOL, 13, GOL, 15, GOL, 17, 18, 19, 
GOL, 21, 22, 23, GOL, 25, ...” Para a Copa do Mundo de 
Futebol de 2014, um bar onde se reuniam amigos para 
assistir aos jogos criou uma brincadeira. Um dos pre-
sentes era escolhido e tinha que dizer, numa sequência 
em ordem crescente, os números naturais não nulos, 
trocando os múltiplos de 4 e os números terminados 
em 4 pela palavra GOL. A brincadeira acabava quando 
o participante errava um termo da sequência. Um dos 
participantes conseguiu falar até o número 103, respei-
tando as regras da brincadeira. O total de vezes em que 
esse participante disse a palavra GOL foi:
a) 20. b) 28. c) 30. d) 35. e) 40.
QUESTÃO 13 (Uerj 2016) - Uma campanha de super-
mercado permite a troca de oito garrafas vazias, de 
qualquer volume, por uma garrafa de 1 litro cheia de 
guaraná. Considere uma pessoa que, tendo 96 garrafasvazias, fez todas as trocas possíveis. Após esvaziar todas 
as garrafas que ganhou, ela também as troca no mesmo 
supermercado. Se não são acrescentadas novas garrafas 
vazias, o total máximo de litros de guaraná recebidos 
por essa pessoa em todo o processo de troca equivale a:
a) 12 b) 13 c) 14 d) 15 e) 16
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
C D D A C D E B E E
11 12 13
- C B
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MÓDULO I
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CONJUNTOS NUMÉRICOS E DIAGRAMAS
CONJUNTOS NUMÉRICOS: O conjunto dos números 
naturais, é representado por: IN={0,1, 2, 3, 4, 5, ...}. Um 
subconjunto importante de IN é o conjunto IN* = {1, 2, 
3, 4, 5, ...}, onde o zero é excluído do conjunto IN.  
O conjunto dos números inteiros é definido por:  
Z = {...,–3,–2,–1, 0, 1, 2, 3, ...}.
Z+ = conjunto dos inteiros não negativos = 
{0,1,2,3,4,5,...}.
Z_ = conjunto dos inteiros não positivos = {0,–1,–2,–
3,–4,–5,...}
O conjunto dos números racionais é representado por 
Q = {p/q ; p e q є Z e q ≠ 0}. 
Ex: 
 
Dízimas Periódicas: Há frações que não possuem repre-
sentações decimais exatas. A esses números, que pos-
suem repetição periódica e infinita de um ou mais alga-
rismos, dá-se o nome de dízimas periódicas. Numa dízima 
periódica, os algarismos que se repetem infinitamente, 
constituem o período dessa dízima. As dízimas classifi-
cam-se em dízimas periódicas simples e compostas.
Período Simples: Temos as dízimas periódicas simples, 
quando a parte periódica (parte periódica) se apresen-
ta imediatamente após a vírgula. Veja os exemplos:
a) 15,3333... (parte periódica é 33333...) 
b) 0,1111... (parte periódica é 1111...)
c) 0,32323... (parte periódica é 32323...) 
d) 2,32153215321... (parte periódica é 3215...)
e) 2,3222... não é uma dízima periódica simples, já que 
possui, após a vírgula, o algarismo 3 destoando na 
parte periódica.
Período Composto: São dízimas periódicas compostas 
as que possuem, entre o período e a vírgula, uma parte 
não periódica (parte não periódica). Veja os exemplos:
a) 15,43333... (parte não periódica é 4 e parte periódica 
é 3333...)
b) 0,22111... (parte não periódica é 22 e parte periódica 
é 1111...)
c) 0,3143232... (parte não periódica é 314 e parte peri-
ódica é 32323...)
Transformando Dízimas Periódicas em Frações Geratrizes
Exemplo: Calcule a fração geratriz da dízima 2,321212...
1º) Multiplicamos toda dízima por potências de 10 até 
encontrarmos dois valores com parte periódica iguais
I) Multiplicando por 10: 10x = 23,21212... 
II) Multiplicando por 100: 100x = 232,1212...
III) Multiplicando por 1000: 1000x = 2321,21212...
As partes periódicas de (i) e (iii) são iguais: Logo, 1000x 
– 10x = (2321,21212... – 23,21212....). 
As partes periódicas se anulam nesta subtração, então 
teremos que: 990x = 2321 – 23 ou 990x = 2298. Logo, 
 é a fração geratriz.
O conjunto dos números irracionais é formado por 
decimais infinitas não periódicas, ou seja, os números 
que não podem ser escrito na forma de fração (divisão 
de dois inteiros). Um número irracional bastante co-
nhecido é o número π (Pi) = 3,1415926535...
Uma representação para os irracionais pode ser vista 
como IR – Q. Outros exemplos de irracionais:
 
O conjunto dos números reais, representado por IR, é 
a união entre os conjuntos dos números racionais, Q, e 
dos irracionais. Portanto, os números naturais, inteiros, 
racionais e irracionais são todos, números reais.
IR+ = conjunto dos números reais não negativos;
IR+
* = conjunto dos números reais positivos. 
Diagrama dos Conjuntos Numéricos
Intervalo Real: Entre dois números inteiros existem infi-
nitos números reais. Por exemplo, entre os números 1 e 
2 existem vários números reais tais como: 
1,01; 1,001; 1,0001; 1,1; 1,2; 1,5; 1,99; 1,999; 1,9999 . . .
31
MÓDULO I
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CONJUNTOS NUMÉRICOS E DIAGRAMAS
Escrever todos os números entre, por exemplo, 1 e 2, re-
presenta um intervalo de tais números onde, se inclui os 
extremos, considera-se fechado e se não inclui, conside-
ra-se aberto. Sendo a e b números reais e a < b, temos:
Intervalo Fechado: [a , b] = {x є IR / a ≤ x ≤ b} 
Intervalo Aberto: ]a , b[ = {x є IR / a < x < b} 
 
Intervalo Fechado à Esquerda: [a , b[ = { x є IR / a x < b} 
Intervalo Fechado à Direita: ]a , b] = { x є IR / a < x b} 
Intervalos Infinitos: 
 [ a , + ∞[ = { x є IR / x a}; ] a , + ∞ [ = {x є IR / x > a};
 ] –∞ , a] = { x є IR / x ≤ a }; ] –∞, a[ = { x є IR / x < a}; 
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 (Enem Digital 2020) - Um jogo pedagó-
gico é formado por cartas nas quais está impressa uma 
fração em uma de suas faces. Cada jogador recebe 
quatro cartas e vence aquele que primeiro consegue 
ordenar crescentemente suas cartas pelas respectivas 
frações impressas. O vence dor foi o aluno que rece-
beu as cartas com as frações: 3/5, 1/4, 2/3 e 5/9. A ordem que 
esse aluno apresentou foi:
a) 1/4; 5/9; 3/5; 2/3 b) 1/4; 2/3; 3/5; 5/9 c) 2/3; 1/4; 3/5; 5/9
d) 5/9; 1/4; 3/5; 2/3 e) 2/3; 3/5; 1/4; 5/9
QUESTÃO 02 - Um estudante se cadastrou numa rede 
social na internet que exibe o índice de popularidade do 
usuário. Esse índice é a razão entre o número de admi-
radores do usuário e o número de pessoas que visitam 
seu perfil na rede. Ao acessar seu perfil hoje, o estudante 
descobriu que seu índice de popularidade é 0,3121212... 
O índice revela que as quantidades relativas de admira-
dores do estudante e pessoas que visitam seu perfil são:
a)03 em cada 330 b)04 em cada 333
c)04 em cada 3.333 d)139 em cada 330
e)1.039 em cada 3.330
QUESTÃO 03 - As frações podem ser representadas 
graficamente de diversas formas. Observe um exemplo 
de representação gráfica da fração 4/7
Considere as frações A, B e C referentes à mesma uni-
dade, representadas a seguir:
A)
B)
C)
Assinale a igualdade que relaciona corretamente e 
a) A + B = C b) A - C = B
c) A . B = C d) A : A = C
QUESTÃO 04 - Em um campus do Colégio Pedro II, foi 
realizada uma pesquisa para saber quais eram as redes 
sociais preferidas por estudantes com idades entre 9 e 
15 anos, sendo que cada estudante deveria citar uma 
única rede. Os resultados apontaram que desses es-
tudantes preferia utilizar o Facebook, o Instagram, e 
o restante dos entrevistados preferia utilizar o Twitter. 
A fração que corresponde à quantidade de estudantes 
que declararam preferência pelo Twitter é:
a) 2/7 b) 5/7 c) 5/12 d) 7/12
QUESTÃO 05 - Chamamos uma fração de unitária se o 
numerador for igual a um e o denominador for um in-
teiro positivo, por exemplo: 1/3, 1/7, 1/2 Os antigos egípcios 
costumavam trabalhar com frações que poderiam ser 
obtidas como soma de frações unitárias diferentes, por 
exemplo: 5/8 = 1/2 + 1/8 Por esse motivo, esse tipo de fra-
ção, que pode ser obtido por soma de frações unitárias 
distintas, é conhecido por “frações egípcias”. O uso das 
frações egípcias facilitava as contas e comparações, 
especialmente num mundo onde não havia calculado-
ras. Encontre uma fração F, equivalente à soma F = 1/3 + 
1/4 + 1/6 + 1/7 
a) 77/84 b) 51/56 c) 25/28 d) 73/84 e) 49/56
QUESTÃO 6 - Um ciclista estabeleceu a meta de per-
correr a distância entre duas cidades durante três dias. 
No primeiro dia, percorreu um terço da distância. No 
dia seguinte, mais um terço do que faltava. Que fração 
da distância ele necessita percorrer no terceiro dia para 
atingir sua meta? 
a) 1/3 b) 2/3 c) 2/9 d) 4/9 e) 5/9
QUESTÃO 07 - A quantidade de números inteiros po-
sitivos que satisfazem a desigualdade: 3/7 < n/14 < 2/3 é:
a) 2 b) 3 c) 4 d) 5
QUESTÃO 08 - Analise as afirmaçõesabaixo:
I. O conjunto dos Números Naturais é subconjunto 
dos Números Inteiros.
II. O conjunto dos Números Naturais é subconjunto 
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CONJUNTOS NUMÉRICOS E DIAGRAMAS
dos Números Racionais.
III. O conjunto dos Números Naturais é subconjunto 
dos Números Irracionais. 
a) Apenas a afi rmação I é verdadeira. 
b) Apenas a afi rmação II é verdadeira. 
c) Apenas a afi rmação III é verdadeira. 
d) Apenas as afi rmações I e II são verdadeiras. 
e) Todas as afi rmações são verdadeiras. 
QUESTÃO 09 - Marque a alternativa INCORRETA. 
a) Todo número NATURAL é também INTEIRO.
b) Todo número NATURAL é também RACIONAL.
c) Todo número NATURAL é também IRRACIONAL.
d) Todo número NATURAL é também REAL.
e) Todo número IRRACIONAL é também REAL.
QUESTÃO 10 - Um grupo sanguíneo, ou tipo sanguí-
neo, baseia-se na presença ou ausência de dois antíge-
nos, A e B, na superfície das células vermelhas do san-
gue. Como dois antígenos estão envolvidos, os quatro 
tipos sanguíneos distintos são:
- Tipo A: apenas o antígeno A está presente;
- Tipo B: apenas o antígeno B está presente;
- Tipo AB: ambos os antígenos estão presentes;
- Tipo O: nenhum dos antígenos está presente.
Disponível em: http://saude.hsw.uol.com.br. Acesso em: 15 abr. 2012 (adaptado).
Foram coletadas amostras de sangue de 200 pessoas 
e, após análise laboratorial, foi identifi cado que em 100 
amostras está presente o antígeno A, em 110 amostras 
há presença do antígeno B e em 20 amostras nenhum 
dos antígenos está presente. Dessas pessoas que fo-
ram submetidas à coleta de sangue, o número das que 
possuem o tipo sanguíneo A é igual a:
a) 30. b) 60. c) 70. d) 90. e) 100.
QUESTÃO 11- Em uma escola, 35% dos alunos leem 
jornal e 55% leem revista. Sabe-se que 25% não leem 
jornal nem revista e que a escola possui 3.800 alunos. 
Qual é o número de alunos que leem jornal e revista? 
a) 285
b) 570
c) 760 
d) 950
e) 1.330
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A A D C C D B D C C
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CIÊNCIAS HUMANAS 
E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO I
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HISTÓRIA
Aula 01 - Período Pré-colonizador (1500-1530): 
Chegada dos portugueses: Após o retorno de Vasco 
da Gama, o rei de Portugal, Dom Manuel, o Venturoso, 
mandou organizar uma esquadra para garantir a su-
premacia portuguesa na Índia, fundando um império 
naquela região, e para levar a religião cristã aos pagãos.
A esquadra, a maior até então organizada em Portugal, 
era composta de treze navios e cerca de 1500 homens 
(navegadores, entre os quais Bartolomeu Dias, Nicolau 
Coelho e Gaspar de Lemos; soldados; comerciantes e re-
ligiosos). O comando foi entregue a Pedro Álvares Cabral, 
fidalgo de uma das mais tradicionais famílias portugue-
sas. Para as trocas comerciais, os navios levavam tecidos 
finos e grossos de lã, veludos e quinquilharias variadas.
A expedição partiu de Lisboa no dia 9 de março de 1500 e, 
após um mês de viagem, afastou-se da costa africana, na-
vegando em direção a oeste, que culminou com a desco-
berta do Brasil em 22 de abril de 1500.
Nesse dia, ao entardecer, um monte alto e redondo foi 
avistado e, ao sul dele, uma extensa faixa de terras baixas 
repleta de arvoredos. O monte recebeu o nome de Pascoal, 
por ser época da Páscoa e a esquadra seguiu a costa em 
direção ao norte, procurando um porto, onde os navios fi-
cassem abrigados. O lugar escolhido recebeu o nome de 
Porto Seguro (atual Baía Cabrália, no Estado da Bahia).
Expedições Portuguesas: Desde a descoberta do 
novo caminho para as Índias, por Vasco da Gama, o 
comércio das especiarias transformou-se na mais pre-
ciosa fonte de riqueza para Portugal. A “descoberta” do 
Brasil não alterou a política de expansão para o Orien-
te, pois nada indicava a existência de especiarias no 
litoral brasileiro. Embora pudesse haver riquezas no in-
terior, sua exploração torna-se dispendiosa e os lucros 
não seriam imediatos. Assim, a presença portuguesa 
no Brasil, nos primeiros trinta anos, foi mínima, limitan-
do-se à utilização do litoral como ponto de reabasteci-
mento e de reparo das naus que se dirigiam ao Oriente.
Nessa época, assistiu-se à presença de expedições 
francesas e espanholas no litoral brasileiro, devido, 
principalmente ao não-reconhecimento do Tratado 
de Tordesilhas. Portugal, então, enviou algumas ex-
pedições destinadas ao reconhecimento da terra e à 
manutenção de sua posse, com o estabelecimento das 
primeiras feitorias ao longo da costa.
Expedições Exploradoras
• 1501: composta de três navios e comandada por 
Gaspar de Lemos. Partiu de Lisboa com o objetivo 
de reconhecer o litoral e os acidentes geográficos. 
Participava da tripulação o experiente navegador 
Florentino América Vespúcio que verificou a exis-
tência de grande quantidade de pau-brasil em lon-
ga faixa do litoral. Essa expedição deu nome aos 
principais acidentes geográficos que foi encontra-
do, conforme o santo de cada dia e as festas religio-
sas comemoradas na época.
• 1503: organizada em função de um contrato assi-
nado pelo rei de Portugal e um grupo de comer-
ciantes de Lisboa, dentre os quais se destacava Fer-
nando de Noronha. Era composta de seis navios e 
comandada por Gonçalo Coelho, contando com a 
ajuda de Américo Vespúcio.
• 1511: compunha-se, exclusivamente, de nau Bre-
toa e foi organizada com finalidades comerciais 
pelo grupo financeiro que arrendou o Brasil para 
explorar o pau-brasil. É uma das mais conhecidas, 
porque restou seu diário de bordo. Armada pelo 
banqueiro Bartolomeu Marchioni, por Benedito 
Morelli, por Francisco Martins e por Fernando de 
Noronha, retornou a Portugal com um grande car-
regamento de pau-brasil (5000 toras), uma grande 
quantidade de exemplares de nossa fauna (papa-
gaios, gatos selvagens, tuins) e 36 índios escravos. 
Alguns historiadores não consideram esta viagem 
como expedição exploradora.
Expedições Guarda-Costas:
• 1516/1526: organizadas com o objetivo de con-
ter o intenso contrabando de pau-brasil, realizado 
principalmente pelos franceses. Ambas foram co-
mandadas por Cristóvão Jaques. Na primeira, fun-
dou uma feitoria em Itamaracá, no atual Estado de 
Pernambuco; na segunda, perseguiu os franceses 
que se abasteciam de paubrasil, aprisionando-os e 
afundando seus navios.
Expedição Colonizadora: Em poucos anos, os portu-
gueses tiveram que enfrentar algumas dificuldades:
• o comércio de especiarias nas Índias vinha sofrendo 
a concorrência dos franceses, ingleses e holandeses;
• o pau-brasil estava cada vez mais escasso no litoral 
brasileiro;
• já não conseguiam conter a presença de contra-
bandistas estrangeiros no litoral do Brasil.
Assim, a Coroa portuguesa decidiu promover a colonização, 
investindo e produzindo nas suas possessões do ultramar.
Em 1530, organizou-se a expedição de Martim Afonso 
de Sousa, que veio para o Brasil com objetivos bem de-
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HISTÓRIA
finidos: estabelecer núcleos de povoamento: explorar 
o litoral norte, em busca de plantas medicinais, e o Rio 
da Prata, ao sul; enviar homens ao interior, em busca de 
metais preciosos; garantir a posse da terra.
Martim Afonso de Sousa fora companheiro de infância 
de Dom João III e amigo do Conde de Castanheira (que 
era muito influente na Corte) e, pela sua capacidade e 
ambição, foi escolhido para o comando de tão impor-
tante missão. Essa expedição era composta de cinco 
navios, com uma tripulação de aproximadamente 400 
pessoas. Seu comandante dispunha de plenos pode-
res: tomar posse da terra, dentro dos limites que deter-
minasse o Tratado de Tordesilllas, doar terras a quem 
quisesse cultivá-las; exercer justiça e fundar vilas.
Em 1532, a expedição deteve-se no Porto de São Vi-
cente, já muito frequentado e centro de comércio de 
índios escravos. Com auxílio de Antônio Rodrigues e 
João Ramalho, portugueses ali estabelecidos, Martim 
Afonsotornou efetiva a ocupação portuguesa, sendo 
então considerado o fundador de São Vicente. Nessa 
região foi iniciado o cultivo da cana-de-açúcar, utilizan-
do-se da mãode-obra indígena.
No interior (Planalto de Piratininga) estabeleceram se 
outros núcleos de povoamento: Santo André da Bor-
da do Campo e Santo Amaro. Em 1534, Martim Afonso 
partiu para as Índias.
Administração Colonial: As dificuldades para realizar 
a colonização do Brasil foram inúmeras:
• insuficiência de colonos portugueses para ocupar 
região tão extensa, como o litoral do Brasil;
• condições geográficas desfavoráveis da costa bra-
sileira, um clima muito diferente do europeu, flo-
resta de difícil penetração, barreira representada 
pela Serra do Mar;
• resistência dos indígenas;
• carência de recursos econômicos do governo de 
Portugal para realizar a colonização a curto prazo;
diante desses obstáculos, a Coroa portuguesa optou pela 
descentralização do poder político administrativo, trans-
ferindo a tarefa de colonização para a iniciativa privada.
Capitanias Hereditárias: Em 1534, o rei de Portugal divi-
diu o Brasil em quinze grandes lotes e os entregou a pes-
soas de razoáveis condições financeiras (donatários). Esse 
processo já vinha sendo aplicado, desde o século anterior, 
com muito sucesso, na Ilha da Madeira e nos Açores.
O donatário era a autoridade máxima dentro de sua 
capitania tendo a responsabilidade de desenvolvê-la 
com seus descendentes. Por esse motivo, tiveram o 
nome de capitanias hereditárias.
As capitanias hereditárias eram domínios dependentes 
da Coroa e se governavam pelas leis de Portugal. Ao 
donatário não se davam condições de legislador, mas 
de administrador e de intérprete das leis. O donatário 
recebia o direito de explorar a terra, mas não o de pro-
priedade, pois esta continuava sendo posse da Coroa.
A ligação jurídica entre o rei de Portugal e os donatá-
rios era estabelecida em dois documentos básicos: car-
ta de doação e carta foral.
Carta de Doação: Conferia ao donatário o domínio he-
reditário da capitania.
Carta Foral: Estabelecia os direitos e os deveres do do-
natário relativos à exploração da terra. Essa carta ga-
rantia aos donatários os seguintes direitos:
• pertencia-lhe todas as salinas, moendas de água e 
engenhos da capitania;
• podiam escravizar índios em número indetermina-
do e enviar até 30 por ano a Portugal;
• ficavam com a vigésima parte da renda do pau-brasil;
• podiam fundar vilas, administrar a justiça e doar 
sesmarias, menos para a esposa, para o filho mais 
velho e para judeus e estrangeiros;
• eram favorecidos pela entrada livre de mantimen-
tos, armas, artilharia, pólvora, salitre, enxofre;
• havia liberdade de comunicação e comércio entre 
as capitanias.
O rei reservava para a Coroa vantagens que lhe garantiam 
os melhores proveitos que a terra poderia oferecer dez 
por cento dos lucros sobre todos os produtos da terra; 
vinte por cento (um quinto) sobre a exploração de pedras 
e metais preciosos; monopólio do pau-brasil, das drogas 
(plantas medicinais e remédios) e das especiarias.
Sob o ponto de vista econômico, o sistema não alcan-
çou sucesso esperado. A extensão imensa dos lotes foi, 
talvez, principal razão do insucesso. Os donatários não 
possuíam recursos suficientes senão para fundar es-
tabelecimentos precários na região costeira dos lotes, 
não podendo realizar, a colonização no interior.
Podemos citar outras causas do insucesso:
• muitos donatários não se interessaram pela doa-
ção real e muitos nem vieram tomar posse da capi-
tania que receberam;
• a distância enorme que separava as capitanias da 
Metrópole, de onde vinham os recursos, dificultava 
ainda mais o desenvolvimento da colonização;
• havia constantes ataques das tribos indígenas, le-
gitimamente revoltadas contra a escravidão que o 
colonizador lhes pretendia impor.
Governo-Geral: Visando equilibrar o desenvolvimen-
to das diversas capitanias, em 17 de dezembro de 
1548, o rei de Portugal, Dom João III, assinou um docu-
mento criando o governo-geral no Brasil. Nessa época, 
Portugal já havia abandonado uma série de áreas na 
África, o negócio das especiarias nas Índias não mais 
36
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HISTÓRIA
compensava e a Espanha continuava encontrando mi-
nas na América do Sul. Assim, o Brasil era a esperança 
de obtenção de lucros.
O objetivo da Coroa portuguesa era promover a cen-
tralização administrativa. A capitania da Bahia, pela sua 
localização em um ponto médio do nosso litoral, o que 
facilitava a comunicação, foi escolhida como sede. Dali, 
o representante direto da Coroa (governador-geral) 
deveria coordenar os esforços dos capitães-donatário 
e dar a eles apoio econômico e militar.
Entre as disposições do governo geral, podemos citar:
• comando e a defesa militar da Colônia ficavam a 
cargo do governador-geral;
• os donatários perdiam seus poderes judiciais (exer-
cidos agora pelo governador-geral);
o governador-geral possuía três auxiliares:
– Ouvidor-mor — encarregado dos negócios e da justiça.
– Capitão-mor — encarregado da defesa do litoral.
– Provedor-mor — encarregado da fazenda (finanças e tributos ).
Primeiros Governadores Gerais: Tomé de Sousa - Foi 
militar e administrador colonial português, era primo de 
Dom Antônio de Ataíde (Conde de Castanheira) e de Mar-
tim Afonso de Sousa, amigos íntimos do rei Dom João III.
Com o Regimento de Almerim e com a carta régia de no-
meação, Tomé de Sousa partiu de Tejo, em 1 de fevereiro 
de 1549, com 5 naus, 2 caravelas e 1 bergantim, levando 
1000 homens (colonos e degredados) e seis jesuítas: pa-
dres Manuel da Nóbrega, Aspicueta Navarro, Leonardo 
Nunes, Antônio Pires, Vicente Pires e Diogo Jácome.
Deixou o cargo em 1553.
As principais realizações de Tomé de Sousa, foram:
• fundação em 1549 da cidade de Salvador, sede do 
governo até 1763;
• início da catequese patrocinada pelos jesuítas, 
chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega;
• incentivos à lavoura da cana-de-açúcar;
• busca de solução para o problema da mão-de-
-obra, com a importação de escravos da África;
• início da criação extensiva de gado;
• organização de expedições que saíam pelas inatas 
à procura de metais preciosos;
• visitas a várias capitanias.
Duarte da Costa - Fidalgo português foi presidente do 
Senado em Lisboa. Ocupava o cargo de armeiro-mar do 
Reino, quando recebeu a nomeação de segundo gover-
nador-geral do Brasil. Exerceu o cargo de 1553 a 1556.
Os principais acontecimentos ocorridos durante o 
governo de Duarte da Costa foram:
• fundação da cidade de São Paulo, originada do co-
légio dos jesuítas, criado pelos padres José de An-
chieta e Manuel da Nóbrega, em 1554;
• estabelecimento dos franceses, no Rio de Janeiro, 
onde fundaram a França Antártida, em 1555, sob o 
comando de Nicolau Durand de Villegaignon;
• desentendimentos entre o bispo Dom Pero Fer-
nandes Sardinha e o filho de governador, Álvaro da 
Costa, provocados pelas críticas que bispo o fazia 
ao comportamento moral do jovem. O problema 
culminou com a retirada do bispo para Europa. 
Tendo naufragado o navio que o conduzia o bispo 
acabou sendo devorado pelos índios cactés, nas 
costas de Alagoas.
Mem de Sá - Irmão do poeta Sá de Miranda. Mem de 
Sá era formado em Direito, desembargador, correge-
dor e, nas horas vagas, também fazia versos. Havia sido 
amigo de Dom João III e do príncipe João Manuel. Ao 
escolhê-lo para governar o Brasil, Dom João III quis dar 
à nova terra um administrador capaz. Mem de Sá foi 
governador-geral até 1572 e durante o seu governo foi 
fundada a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro 
(1565), por seu sobrinho Estácio de Sá.
As principais realizações de Mem de Sá foram:
• promoção da paz entre indígenas e colonos, con-
tando com a ajuda dos jesuítas José de Anchieta e 
Manuel da Nóbrega;
• expulsão dos invasores franceses estabelecidos no 
Rio de Janeiro (França Antártida), em 1567;
• estabelecimento do domínio português no Rio de 
Janeiro, onde deixou o sobrinho SalvadorCorreia 
de Sá como administrador;
• estímulo à formação de entradas e bandeiras.
Com o Governo-geral, criaram-se condições propícias 
ao desenvolvimento da colonização portuguesa no Bra-
sil. Durante a União Ibérica, não houve grande mudança 
na forma da administração colonial, mas, após este perí-
odo, Portugal tomou algumas medidas visando aumen-
tar o controle e a exploração da Colônia: criou o Conse-
lho Ultramarino para administrar os negócios coloniais e 
diminuiu a autoridade dos donatários.
A centralização definitiva foi alcançada durante a ad-
ministração do Marquês de Pombal (primeiro-ministro 
de Dom José I) que, animado por conceitos admi-
nistrativos decorrentes da própria evolução política 
portuguesa, resolveu liquidar o regime de capitanias 
hereditárias, em 1759, elevar o Brasil à categoria de 
vice-reino, em 1762.
Com exceções relativas aos territórios e ao Distrito 
Federal, a divisão administrativa do Brasil ainda hoje 
é a mesma originada do regime colonial, com a ele-
vação das capitanias hereditárias para províncias e, 
posteriormente, para Estados.
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HISTÓRIA
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM - AULA 1
QUESTÃO 01 - Leia com atenção a citação seguinte: “A 
celebração dos 500 anos do Brasil fortalecerá a ideia 
da pretensa obra colonizadora luso-tropical e permiti-
rá que as elites nacionais reforcem os laços simbólicos 
com os dominadores do passado. Sobretudo, levará 
a que nosso povo, ao olhar-se no espelho da história, 
veja refletida apenas a falsa imagem de uma nação 
construída por brancos e ricos, para brancos e ricos.” 
MAESTRI, Mário. “500 Anos: faltam velinhas no bolo.”, reproduzido em MENEZES, Diatahy B. de. 
“Brasil 500 anos: há o que festejar?”, O Povo, 30 maio 1999.)
Sobre a campanha de comemoração dos 500 anos do 
descobrimento do Brasil, é correto afirmar que:
a) é um empreendimento comercial que pretende 
gerar um fervoroso nacionalismo, questionando 
o caráter pacífico da colonização e ressaltando 
a chegada dos portugueses como uma invasão.
b) a chegada dos portugueses é resgatada como o 
início de um processo civilizatório que foi, aos 
poucos, incorporando pacificamente elementos 
da cultura africana.
c) a contribuição de indígenas e africanos é mos-
trada como as mais fortes heranças culturais da 
colonização brasileira.
d) a campanha ressalta os aspectos de etnocídio e 
escravidão que marcaram a colonização portu-
guesa no Brasil, derrubando os mitos a respeito 
de uma democracia racial nos trópicos.
e) a campanha realça o papel dos portugueses na 
direção e organização da colonização brasileira, 
omitindo ou relegando a posições subalternas a 
presença de indígenas e africanos.
QUESTÃO 02 - Leia com atenção: “Essa primazia acen-
tuada da vida rural concorda bem com o espírito da 
dominação portuguesa, que renunciou a trazer normas 
imperativas e absolutas, que cedeu todas as vezes que 
as conveniências imediatas aconselharam a ceder, que 
cuidou menos em construir, planejar ou plantar alicer-
ces, do que em feitorizar uma riqueza fácil e quase ao al-
cance da mão.” (HOLANDA, Sérgio Buarque de.Raízes do 
Brasil. 6ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1971, p. 61.)
Este texto nos remete a algumas características das 
primeiras fases da colonização portuguesa no Brasil, 
entre as quais podemos assinalar:
a) A atividade mineira, com a descoberta das minas 
de ouro ainda no século XVI, e a construção pla-
nejada das cidades.
b) A grande agricultura de exportação, criando cida-
des como simples entrepostos de comércio para a 
metrópole, e a intensa exploração da mão de obra.
c) A racionalidade urbana, com as plantas das cida-
des cuidadosamente planejadas a partir do mo-
delo de Lisboa, e a atividade agrícola intensiva.
d) A cultura do café, baseada no trabalho escravo, e a ma-
nufatura do açúcar, empreendida com trabalho livre.
e) A implementação de uma ampla política de co-
lonização no Brasil, com a introdução de escolas 
e universidades e a criação de centros de forma-
ção profissional para o trabalho nos engenhos.
QUESTÃO 03 - Leia o trecho abaixo.
“Na mineração, como de resto em qualquer atividade 
primordial da colônia, a força de trabalho era basica-
mente escrava, havendo entretanto os interstícios ocu-
pados pelo trabalho livre ou semilivre.” 
(SOUZA, Laura de M. Desclassificados do Ouro: pobreza mineira no século XVIII.3 ed. Rio de Janeiro: Graal, 1990, p. 68.)
Com base neste trecho sobre o trabalho livre pratica-
do nas áreas mineradoras do Brasil colônia, é correto 
afirmar que:
a) devido à abundância de escravos no período do 
apogeu da mineração, os homens livres conse-
guiam viver exclusivamente do comércio de ouro.
b) em função da riqueza geral proporcionada pelo ouro, 
os homens livres dedicavam-se à agricultura comer-
cial, vivendo com relativo conforto nas fazendas.
c) perseguidos pela Igreja e pela Coroa, os homens 
livres procuravam sobreviver às custas da men-
dicância e da caridade pública.
d) sem condições de competir com as grandes em-
presas mineradoras, os homens livres dedicavam-
-se à “faiscagem” e à agricultura de subsistência.
e) em função de sua educação, os homens livres 
conseguiam trabalho especializado nas grandes 
empresas mineradoras, obtendo confortáveis 
condições de vida.
QUESTÃO 04 - A passagem dos 500 anos do achamen-
to oficial do Brasil pelos portugueses tem sido vivida 
de forma contraditória. De um lado, há os que procu-
ram enaltecer os feitos dos descobridores e a grandeza 
da epopeia de construção de uma nação nas dimen-
sões da brasileira. De outro lado, diversos setores so-
ciais aproveitam a efeméride, chamando a atenção 
para as graves questões sociais que persistem no seio 
da sociedade brasileira. Que alternativa oferece a abor-
dagem histórica apropriada, de acordo com o acima 
exposto?
a) Não tem havido unidade nas comemorações dos 
500 anos do Brasil, exatamente porque os seto-
res apontados não conseguem perceber que a 
História os reuniu enquanto povo brasileiro.
b) Os governantes, preocupados em preservar a 
História, esquecem de atender as reivindicações 
dos setores mais carentes da população brasilei-
ra, cuja postura acaba por ser a de lembrar a sua 
presença, fazendo História a partir da sua pró-
pria História.
c) Os manifestantes esqueceram de suas próprias 
origens e procuram atribuir a culpa de seus ma-
les tanto aos descobridores quanto aos gover-
nantes, que os querem enaltecer.
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HISTÓRIA
d) As posturas diferenciadas que foram apontadas 
refletem as leituras históricas e os distintos inte-
resses políticos, econômicos, culturais, e outros, 
de cada segmento da sociedade, os quais são 
construídos a partir da própria posição social que 
ocupam na estrutura da sociedade brasileira.
e) O momento deveria ser considerado de festa por-
que, como nas conquistas futebolísticas, todos 
percebemos o quanto brasileiros todos somos.
QUESTÃO 05 - “A mineração se estabeleceu sob o signo da 
pobreza e da conturbação social, marcando-a sobretudo o 
enorme afluxo de gente que acudiu ao apelo do ouro (...)”
(Laura de Mello e Souza. Os desclassificados do ouro.)
Com relação à sociedade mineradora no Brasil, assinale 
a alternativa INCORRETA:
a) foi marcada pela diversidade, percebida não só 
pela presença de cativos, como também de vas-
ta população livre, envolvida em atividades co-
merciais, artesanais e de prestação de serviços;
b) no seu auge, caracterizou-se por amplas possi-
bilidades de mobilidade social, observada pela 
presença de grande população negra liberta e 
sua ascensão a cargos políticos e burocráticos 
da Coroa Portuguesa;
c) a rápida concentração de pessoas na região minera-
dora gerou problemas de abastecimento que, aos 
poucos, foram solucionados através da formação de 
uma dinâmica economia mercantil de alimentos ;
d) foi marcada por intensas rebeldias, não só de 
escravos, mas também da população livre, em 
oposição aos rigores da fiscalização e da alta tri-
butaçãoimposta pela Metrópole.
Aula 02 - Ocupação e povoamento do litoral: Durante 
o período colonial (séculos XVI a XVIII), a ocupação das 
terras brasileiras pelos portugueses fez-se através de dis-
tintas atividades econômicas. Nos primeiros tempos, fo-
ram ocupados apenas alguns pontos do litoral, onde era 
extraído o pau-brasil. A partir de meados do século XVI, 
com o início do cultivo da cana-de-açúcar, intensificou-se 
a ocupação do litoral nordestino, seguida pela expansão 
para o Agreste e o Sertão, com a atividade pecuária.
No mesmo período, parte das atuais regiões Sul e Cen-
tro-Oeste do Brasil era explorada pelo bandeirismo apre-
sador. Iniciava-se, também, a colonização do interior da 
Região Sul, patrocinada pela Metrópole portuguesa.
No final do século XVII, o bandeirismo prospector deu 
início à ocupação da região das minas de ouro. Simul-
taneamente, a metrópole iniciou o esforço de explo-
ração da Região Amazônica. A seguir, veremos, mais 
detalhadamente, todos os passos dessa expansão.
Cana-de-açúcar: Diante das ameaças de perda do ter-
ritório pelas pressões políticas e invasões promovidas 
pela Inglaterra, Holanda e França, Portugal resolveu 
realizar uma ocupação mais efetiva das terras recém-
-conquistadas. Animado com a experiência de explo-
ração econômica em suas colônias das costas e ilhas 
africanas, e pelos altos preços do açúcar na Europa, 
Portugal decidiu introduzir o cultivo da cana-de-açú-
car no litoral brasileiro.
A preferência portuguesa pelos pontos litorâneo 
explicava-se por três razões:
• as condições naturais do litoral nordestino (solo 
de massapê, clima quente e úmido, madeira abun-
dante para as fornalhas e rios que favoreciam o 
transporte) facilitavam a instalação de empreendi-
mentos agrícolas de grande envergadura;
• o litoral era o ponto do território brasileiro mais 
próximo dos mercados europeus. Isso tornava 
mais barato o frete dos produtos exportados, con-
ferindo maiores lucros aos colonos e comerciantes;
• o litoral propiciava as melhores condições para defesa 
da terra, frequentemente ameaçada pelo estrangeiros.
Economia canavieira: A atividade açucareira exigiu a as-
sociação da experiência técnica portuguesa na produção 
com os capitais holandeses na comercialização. Lembre-
mos que esse tipo de empreendimento comercial exigia 
o investimento de grande soma de dinheiro de que os ca-
pitalistas portugueses, na época, não dispunham.
Para resolver o problema da mão-de-obra, isto é, reu-
nir pessoas que trabalhassem nos engenhos, Portugal 
optou pela utilização do trabalho escravo dos negros 
africanos. Esta preferência pode ser compreendida se 
atentarmos para o fato de que o tráfico de escravos 
abria um novo e importante setor do comércio, ou 
seja, de uma só vez resolvia-se o problema do trabalho 
e abria-se mais uma fonte de lucros.
A exploração teve início com a fundação da Capitania 
de São Vicente, em 1532. O povoamento litorâneo am-
pliou-se com os sistemas das capitanias hereditárias 
e do governo-geral. No final do século XVI, eram três 
principais cidades do Brasil:
- Salvador, a capital.
- São Sebastião do Rio de Janeiro.
- Filipéia de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa.
Em 1570: já existiam no Brasil 60 engenhos. Em fins 
do século XVI, o número tinha duplicado para 120 en-
genhos, dos quais 62 estavam em Pernambuco, 36 na 
Bahia, e os restantes nas demais capitanias.
Na Capitania de São Vicente, o cultivo cana-de-açúcar 
não progrediu devido às condições desfavoráveis do 
litoral paulista. Nessa região, a cana logo substituída 
pela policultura de subsistência, com mão-de-obra 
escrava indígena, e a economia açucareira ficou mais 
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HISTÓRIA
concentrada rio litoral do Nordeste.
Engenho era o nome da grande propriedade voltada 
para a produção do açúcar. Compunha-se de algumas 
construções básicas:
• casa grande – residência do senhor-de-engenho. Nela 
moravam o senhor e toda sua família, além de emprega-
dos de confiança (capatazes), que cuidavam de sua segu-
rança pessoal. A casa grande era o centro de comando de 
toda atividade econômica e social do engenho.
• capela – nos domingos e dias santos, era o centro 
de reunião de toda a comunidade, assim como nos 
batizados, casamentos e funerais.
• senzala – era a habitação pobre dos escravos.
• casa-de-engenho – abrangia todas as instalações 
destinadas ao preparo do açúcar. Entre elas, citam-
se a moenda onde se moia a cana para extração do 
caldo; as fornalhas ou caldeiras, onde o caldo era de-
vidamente fervido e purificado em grandes tachos 
de cobre; a casa-de-purgar, onde o açúcar, depois 
de refinado e condensado, era levado para ser bran-
queado — e os galpões, onde os blocos de açúcar 
eram quebrados em várias partes e reduzidos a pó.
Características da sociedade açucareira:
• Sociedade rural
• A vida econômica baseava-se predominante na agricul-
tura, com quase toda a população habitando o campo.
• Sociedade aristocrática
• Era dominada pelos ricos proprietários e donos de 
todas as riquezas materiais da Colônia.
Sociedade patriarcal: O proprietário rural plenos po-
deres sobre sua família e seus escravos. Esses poderes 
eram estendidos para toda a sociedade próxima: como 
dono das riquezas materiais (terra, lavoura, gado, es-
cravos etc.), o senhor considerava toda a população 
não-proprietária dependente dele.
Sociedade escravista: A força de trabalho baseava-
-se no escravo, no índio e no negro. A acumulação de 
riquezas do senhor, provinha da exploração realizada 
sobre o trabalho escravo.
A sociedade era formada, basicamente, por duas clas-
ses antagônicas: a dos senhores proprietários e a dos 
trabalhadores escravos. Entre essas classes, circula-
vam um contingente populacional menos numeroso, 
composto de forros, mestiços, mascates, rendeiros e 
agregados, todos sem posição definida. Ainda que os 
escravos pudessem comprar ou ganhar a liberdade, a 
ascenção econômica era quase impossível.
Base da colônia de exploração monocultura:
- Escravidão 
- Latifúndio 
- Mercado externo 
Ocupação do interior pecuária: No Brasil, a pecuária 
foi responsável pela ocupação de duas importantes re-
giões: o interior do Nordeste e o Interior do Sul.
No Nordeste, o gado bovino foi introduzido em 1549. 
No início, era criado nas próprias terras ocupadas pe-
los engenhos e plantações. Com a expansão da lavou-
ra canavieira e o crescimento natural dos rebanhos, a 
coexistência dessas duas atividades, em uma mesma 
propriedade ficou inviável. Lentamente, os rebanhos 
penetraram em direção ao interior da região.
O avanço para o agreste foi facilitado pelas seguintes 
condições:
• pastagens naturais oferecidas pela vegetação de 
cerrado e de caatinga.
• existência de sal-gema no solo e subsolo, o qual su-
pria as necessidades do gado, abundância e pereni-
dade das águas do rio São Francisco favorecendo a 
formação de fazendas.
• clima quente durante todo o ano, dispensando gastos 
com a construção de estábulos para o períodos frios.
O fenômeno do bandeirantismo: Bandeirismo apre-
sador - Após o fracasso da produção de cana-de-açúcar 
no litoral paulista, os colonos tiveram que procurar outros 
recursos para complementar a sobrevivência. Ávidos de 
riquezas minerais, os colonos de São Vicente, de Santos 
e, mais tarde, de São Paulo, avançaram para o interior. A 
interiorização iniciou-se com a fundação, em 1533, de 
Santo André da Borda do Campo. Em 1554, os padres je-
suítas Manuel de Nóbrega e José de Anchieta fundaram o 
colégio que originou São Paulo de Piratininga.
As primeiras bandeiras a saírem pelo sertão perse-
guiam apenas os índios, selvagens que não manti-
nham contato com o homem branco. Logo depois, elas 
passaram a atacar também os índios já catequizados, 
que habitavam os aldeamentos religiosos organizados 
pelos jesuítas. Os compradores de escravos paulistas, 
vicentinos e baianos preferiam os índios vindos das 
missões, pois já sabiam trabalhar na lavoura e realizar 
uma sériede outros ofícios aprendidos com os jesuítas.
As missões ou reduções jesuíticas, estavam localizadas 
nos atuais Estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato 
Grosso do Sul. Eram verdadeiros “viveiros de índios”. 
Quando os bandeirantes ali chegavam, as aldeias eram 
destruídas e os índios escravizados.
Sertanismo de contrato: O sertanismo (ou bandeiris-
mo) de contrato era formado por expedições contra-
tadas por grandes proprietários de engenhos ou de 
gado para capturar escravos fugido das lavouras, arra-
sar quilombos e submeter as populações indígenas.
Por aniquilarem milhares de índios que resistiam ao 
avanço da pecuária no sertão nordestino (Ceará, Piauí 
e Maranháo) e destruírem quilombos da região, o ser-
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HISTÓRIA
tanismo de contrato assegurou aos grandes proprietá-
rios a posse de largas extensões das terras. Os índios 
foram expulsos para regiões mais remotas e, os negros 
e mestiços sobreviventes ao massacre dos quilombos 
retomaram à condição de cativos.
Bandeirlsmo prospector: Com a decadência da pro-
dução da cana-de-açúcar no Nordeste (final do século 
XVII), os senhores-de-engenho pararam de comprar 
escravos negros e índios. Com isso, o bandeirismo 
apresador perdeu seu principal comprador. Foi, então, 
paulatinamente, desativado e canalizado para a procura 
de metais preciosos.
Encontrar ouro no Brasil sempre foi um ardente desejo de 
Portugal, principalmente depois que os espanhóis encon-
traram ouro e prata em suas colônias da América. Com o 
fim da União Ibérica (1641), Portugal atravessava grave 
crise econômica. O próprio rei chegou, em 1574, a redigir 
cartas aos bandeirantes paulistas, encorajando-os, a pro-
curar riquezas minerais, e oferecendo prêmio, privilégios e 
honrarias àqueles que encontrassem metais preciosos.
No início do século XVII, o ouro jâ tinha sido encontra-
do na Vila, de São Vicente, em São Paulo, na região de 
Curitiba e Paranaguá, porém em quantidades reduzi-
das. Diante disso, os bandeirantes resolveram entrar 
no sertão à procura de jazidas mais fecundas.
Com o bandeirismo prospector, a exploração dos rios 
Paranapanema e Tietê, principais canais de penetração 
do bandeirismo apresador, foi substituída pela o Rio de 
Paraíba do Sul. Seguindo o curso deste rio, os bandei-
rantes atingiram o Rio das Velhas (Minas Gerais), onde 
realizaram as primeiras descobertas de ouro, em 1693.
Monções: Com a notícia da descoberta do ouro, mi-
lhares de pessoas dirigiram-se para áreas do interior 
do Brasil, cujo acesso era dificílimo. Formaram-se ex-
pedições fluviais, denominadas “monções”, que percor-
riam o sertão matogrossense, seguindo os cursos dos 
rios Paraná, Pardo, Paraguai, São Lourenço e Cuiabá. 
As monções, ao mesmo tempo que procuravam ouro, 
comerciavam com as populações estabelecidas na re-
gião. O roteiro dessas expedições, que iam do Rio Tietê 
(Porto Feliz) até o Rio Cuiabá, era interrompido por cer-
ca de 113 cachoeiras, e eram gastos pelo menos cinco 
meses de viagem para percorrê-lo.
A mineração no Brasil colônia: Depois da descoberta de 
jazidas de ouro e de diamantes, no final do século XVII, 
Portugal iniciou a exploração dessas riquezas no Brasil.
A região mineradora ia da Serra da Mantiqueira até 
Cuiabá, atraindo correntes de povoamento espontâ-
neo de várias regiões da Colônia e da Metrópole.
O ouro era extraído de duas maneiras:
- faiscação – extração do ouro realizada nas areias dos 
rios e dos riachos. O faisqueiro trabalhava sozinho ali com 
poucos ajudantes. A mão-de-obra era geralmente livre.
- lavra – extração do ouro nas grandes jazidas. Predo-
minava uso da mão-de-obra escrava.
A intendência das Minas era o órgão responsável pelo 
policiamento da mineração, pela fiscalização e direção 
da exploração das jazidas. Funcionava como tribunal e 
realizava a cobrança dos impostos. Pela lei portuguesa, 
toda descoberta de jazida deveria ser comunicada à In-
tendência para, mais tarde, os lotes serem distribuídos. O 
descobridor da jazida tinha o direito de escolher os dois 
primeiros lotes, o terceiro cabia à Coroa, e os restantes 
eram sorteados entre as pessoas interessadas que faziam 
seu pedido junto à intendência. Para estes, o tamanho do 
lote variava de acordo com o número de escravos que o 
interessado possuía para trabalhar na jazida.
Pela extração do ouro, Portugal também cobrava o 
quinto. Mas, após 1750, o governo português substi-
tuiu a cobrança do quinto pela de uma taxa fixa anual 
de 100 arrobas de ouro (1500 quilos). Com a decadên-
cia da mineração, esta taxa criou sérios problemas para 
a população mineira. Nas casas de fundição, como o 
próprio nome explica, fundia-se em barras todo o ouro 
extraído. De cada cinco barras, uma pertencia a Por-
tugal (como cobrança do quinto). Outro objetivo das 
casas de fundição era conter o contrabando do ouro 
em pó que circulava na colônia, principalmente, na 
compra de mercadorias de primeira necessidade como 
alimentos, vestimentas e calçados.
A exploração de diamantes, cujas jazidas eram muito 
modesta, era livre, Portugal cobrava o quinto (20%) do 
que fosse encontrado. A partir de 1740, o diamante só 
pôde ser extraído por aqueles que faziam um contrato 
com o governo português (os contratadores). Depois 
de 1771, a extração passou a ser monopólio da Coroa.
Contando com os metais preciosos, Portugal superou, 
temporariamente, a crise de sua economia, sem romper 
com a dependência inglesa. Mas, a partir de 1703, com 
o Tratado de Methuen (abertura dos mercados ingleses 
ao vinho português. em troca da abertura dos mercados 
lusitanos aos tecidos ingleses), aprofundou-se o déficit 
comercial português e a dependência em relação à In-
glaterra. Para cobrir este déficit, grande parte do ouro e 
dos diamantes explorados no Brasil foi transferido para 
os cofres ingleses.
No final do século XVIII, teve início a decadência da 
produção do ouro, provocada pelo esgotamento das 
jazidas e pelo uso de técnicas precárias e rudimentares. 
Ainda que tenha sido uma economia de caráter mais 
regional, foi a mineração que, na colônia, promoveu 
um relativo progresso. Gerou uma incipiente urbaniza-
ção, formou um mercado interno e promoveu um ra-
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HISTÓRIA
zoável desenvolvimento cultural. Foi na região de mi-
neração que se formou a primeira elite intelectualizada 
da colônia, a qual, influenciada pelas Idéias Iluministas, 
se opôs à exploração metropolitana. Outro resultado 
da mineração foi a transferência da sede do governo 
de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763.
Como nesta cidade estava o porto pelo qual o ouro brasileiro 
era exportado para a Europa, a intenção do governo era me-
lhor administrar e fiscalizar a circulação de metais preciosos.
Movimentos Nativistas: A função básica do sistema 
colonial implantado no Brasil era explorar ao máximo as 
riquezas da possessão e promover o enriquecimento da 
Metrópole. Aqui, as classes proprietárias não esboçavam 
qualquer reação contrária à exploração metropolitana, 
contentando-se com as poucas riquezas que ficavam na 
colônia e que lhes asseguravam a acumulação.
Essas classes somente se rebelaram quando se senti-
ram prejudicadas pelo boicote do desenvolvimento da 
Colônia, através de medidas como:
• proibição do ofício de ourives, para evitar extravio 
do ouro (1751);
• proibição de todas as manufaturas têxteis, exceto 
aquelas que produziam panos grosseiros de algo-
dão, destinados à vestimenta dos escravos (1785);
• proibição da instalação de indústria de ferro, obri-
gando os colonos a importar as ferramentas de 
que necessitavam (1795).
Portanto as primeiras manifestações nativistas repre-
sentavam a luta de uma parcela da população nascida 
na Colônia — as elites proprietárias — em defesa de 
seus bens materiais (a terra, as propriedades e o co-
mércio). Analisando essas revoltas ou rebeliões, pode-
mos dividi-las em:
• rebeliões de natureza econômica e politica contra a 
Metrópole: Aclamação de Amador Bueno(SP1641 ); 
Revolta de Beckman (MA-1684); Revolta de Filipe dos 
Santos (MG-1720);
• rebeliões de cunho regionalista e econômico: 
Guerra dos Emboabas (MG-1708), Guerra dos Mas-
cates (PE-1710);
• rebeliões com objetivo de separação politica: Con-
juração Mineira (MG-1789) e Conjuração Baiana 
(BA-1798), Revolução Pernambucana (PE-1817).
Aclamação de Amador Bueno (1641): Em meados 
do século XVII, a população de São Paulo sobrevivia da 
agricultura de subsistência, contando com a mão-de-
-obra indígena. Pressionada pelos jesuítas, a Metrópo-
le passou a reprimir a escravização dos índios.
Neste sentido, o Governador-geral Dom Jorge de Mas-
carenhas tentou um acordo com os colonos paulista-
nos para que não mais se utilizasse o trabalho escravo 
indígena. Reunidos na Câmara Municipal, os colonos 
rejeitaram a intervenção metropolitana e decidiram 
transformar a Vila de São Paulo em reino, aclamando 
Amador Bueno da Ribeira seu primeiro rei.
Declarando-se fiel ao rei de Portugal, Amador Bueno 
não aceitou a coroa que lhe era oferecida. Dois dias de-
pois as autoridades pacificaram a população.
Revolta de Beckman (1684): Em 1680, a coroa portu-
guesa proibiu a escravização de índios no Brasil. Mas, 
no Maranhão, a indústria açucareira via tempos difíceis 
e não havia recursos para realizar a necessária reposição 
da mão-de-obra escrava negra. Optou-se pela compra de 
índios capturados pelas tropas de resgate nas missões re-
ligiosas do norte, apesar da forte oposição aos Jesuítas.
Para tentar resolver o problema e melhorar o abaste-
cimento de gêneros naquela região, o governo portu-
guês criou, em 1682, a Companhia de Comércio do Es-
tado do Maranhão. Essa empresa recebeu o monopólio 
do comércio da região e se obrigaria a abastecer de 
escravos negros os empreendimentos agrícolas. Dona 
do monopólio do trigo, vinho, bacalhau e azeite, a em-
presa aumentou o preço desses produtos e deixou de 
cumprir o trato do fornecimento da mão-deobra.
Liderados pelos irmãos Beckman, comerciantes e pro-
prietários rurais rebelaram-se e criaram uma junta de go-
verno composta por dois membros de cada classe social.
O novo governo extinguiu a Companhia de Comércio, 
abolindo o direito exclusivo do Estado português de 
explorar o comércio de certas mercadorias com sua 
colônia (estando), expulsou os jesuítas e enviou Tomás 
Beckman para negociar com o rei, em Lisboa. O emis-
sário foi aprisionado e reconduzido ao Maranhão, vi-
sando a atrair os rebeldes e facilitar a repressão.
O comando da repressão foi entregue a Gomes Freire 
de Andrade, nomeado também novo governador do 
Maranhão. Este, depois de prender os principais líderes 
da rebelião e autorizar a execução de Jorge Sampaio e 
Manuel Beckman, restabeleceu a autoridade metropo-
litana, restaurando a Companhia de Comércio e autori-
zando o retorno dos jesuítas.
Guerra dos Emboabas (1709): A descoberta de me-
tais preciosos na região das Minas provocou um rápi-
do povoamento nessa região. Construíram se vilarejos 
que logo se transformaram em filas e cidades. Foi em 
uma dessas cidades, Vila Rica (maior centro populacio-
nal das Minas), que eclodiu a Guerra dos Emboabas.
Foi uma rebelião de interesses econômicos e políticos 
que envolveu os paulistas descobridores e primeiros 
povoadores e os forasteiros ou emboabas. Cada um 
dos de grupos queria exclusividade sobre a exploração 
mineral e comercial da região mineira.
Depois de vários conflitos vencidos pelos emboabas, 
Manuel Nunes Viana foi aclamado Governador das Mi-
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HISTÓRIA
nas e os paulistas abandonaram a região em busca de 
novas jazidas.
Para evitar novos conflitos, o rei Dom João V, em 1709, 
separou a Capitania de São Paulo e Minas do Ouro da 
jurisdição do Rio de Janeiro e nomeou Antônio de Al-
buquerque seu primeiro governador.
Esse momento coincidiu com a época das monções, a últi-
ma fase da expansão bandeirante em direção ao centro-oes-
te. Expulsos das Minas Gerais, muitos paulistas, participando 
das monções, descobriram ouro em Goiás e Mato Grosso.
Guerra dos Mascates (1710): A expulsão dos holan-
deses do Nordeste e a competição antilhana criaram 
muitas dificuldades para as empresas açucareiras nor-
destinas. Sofrendo a crise dos preços do açúcar, os se-
nhores-de-engenho de Olinda começaram a recorrer 
aos comerciantes portugueses do vizinho povoado do 
Recife, os quais lhes faziam empréstimos a juros altos.
Enquanto os comerciantes portugueses de Recife 
(mascates) prosperavam em seus negócios, os senho-
res-de-engenho tornavam-se, dia-a-dia, mais endivi-
dados, até chegarem a perder parte de suas proprieda-
des rurais para os mascates recifenses.
O rei de Portugal, Dom João V, atendendo o pedido dos 
comerciantes, elevou Recite, até então comarca subordi-
nada à câmara municipal de Olinda, à condição de vila. 
Insatisfeitos, os senhores-de-engenho de Olinda organi-
zaram uma rebelião e, liderados por Bernardo Vieira de 
Melo, invadiram Recife, derrubando o pelourinho da cida-
de. Com esse ato, Recife retomou à condição de comarca.
Com a invasão, os comerciantes de Recife fugiram para 
não serem capturados. O bispo Manuel Álvares da Costa 
foi indicado governador pelos revoltos e encarregado 
de encaminhar suas exigências ao governo de Portugal.
Os mascates, apoiados por forças da Paraíba e coman-
dados por João da mata, contra-atacaram invadindo 
Olinda e prendendo o bispo. Depois de fugir da prisão 
e renunciar ao cargo de governador, o bispo nomeou 
uma junta governativa para substituí-lo.
Somente em 1711, com a chegada do novo governa-
dor indicado pela coroa portuguesa, Félix José Macha-
do de Mendonça, o cerco terminou. O novo governa-
dor comandou violenta repressão aos revoltosos. 
Bernardo Vieira de Melo e outros líderes foram presos 
e condenados ao exílio. Os mascates reassumiram suas 
posições e Recife retornou à condição de vila indepen-
dente. Como centro principal da 1ª Capitania de Per-
nambuco, Recife passou a capital.
Revolta de Vila Rica (1720): A implantação das casas 
de fundição, em 1719, visando a controlar a economia 
mineradora e aumentar a arrecadação fiscal, descon-
tentou a classe proprietária das Minas, já insatisfeita 
com os altos impostos.
A revolta eclodiu em 1720, na cidade de Vila Rica (atual 
Ouro Preto). Chefiada por Manuel Mosqueira da Rosa, Se-
bastião da Veiga Cabral e Filipe dos Santos, entre outros.
• A revolta tinha como objetivos:
• extinguir as casas de fundição;
• revogar a proibição do uso do ouro em pó;
• reduzir os impostos;
• extinguir o monopólio da Coroa sobre o sal, o 
gado, o fumo e a aguardente.
Cerca de dois mil revoltos dirigiram-se para Ribeirão do 
Carmo (atual Mariana), afim de pressionar o governa-
dor das Minas, Dom Pedro de Almeida — Conde de As-
sumar — a atender suas exigências. No entanto, alguns 
dias depois, a população de Vila Rica foi surpreendida 
com a repressão dos “dragões da cavalaria” e a prisão 
dos principais líderes: Filipe dos Santos (enforcado e 
esquartejado), Manuel Mosqueira da Rosa, Sebastião 
da Veiga Cabral e Tomé Afonso Pereira.
Mais uma vez, o governo metropolitano resolvia as ques-
tões coloniais de forma arbitrária, sem levar em conta as 
reivindicações cada vez mais explosivas da população.
Movimentos Emancipacionistas (séc. XVIII): A Incon-
fidência Mineira (1789) - Dentre as rebeliões ocorridas 
nos séculos XVII e XVIII, a que mais repercutiu foi a Incon-
fidência Mineira, tanto pela amplitude, pois envolveu 
numerosos setores da população, quanto pelo caráter 
de contestação do próprio sistema colonial. Na época, as 
minas já se esgotavam e o governo insistia em medidas 
antipáticas e prejudiciais à população e aos mineradores:
• queria todos trabalhando nas minas, ambicionando 
por mais ouro;
• proibia engenhos na região, para não deslocar 
escravos da extração do metal;
• mantinha o monopólio do sal nas mãos de alguns 
comerciantes;
• fechou fábricas de tecidos; os brasileiros tinham de 
comprar tecidos de Portugal;• proibia o uso de estradas para o litoral, temendo o 
contrabando de ouro;
• cobrava quintos atrasados, mesmo diante da 
queda da produção.
Tais medidas fortaleciam o sentimento de liberdade, 
independência, cada vez mais forte. Contribuíam para 
alimentar tal sentimento as ideias vindas do norte, das 
colônias inglesas recém-libertadas da Inglaterra (Esta-
dos Unidos, 1776), e da Europa, trazidas por estudantes 
brasileiros que de lá voltavam.
O descontentamento se generaliza, mas faltava a or-
ganização do movimento. Para isso, uniram-se poetas, 
escritores, mineradores, militares, padres e populares. 
Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, era um mi-
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HISTÓRIA
litante destacado: vivia viajando pela região, para con-
quistar adeptos.
O que pretendiam os conspiradores? Os planos esta-
beleciam que o movimento armado eclodiria no dia 
em que começasse a cobrança de impostos atrasados. 
Vitoriosos, os conspiradores proclamariam a Repúbli-
ca, criariam uma Universidade em Vila Rica e fundariam 
fábricas por todo o país. Um traidor infiltrado, avisou 
o governador, que suspendeu a derrama e mandou 
prender os principais líderes.
Conjuração Baiana (1798): Na Bahia também crescia 
a insatisfação com a carestia, a falta de produtos, os 
baixos soldos etc. E também corriam de boca em boca 
as ideias de liberdade, igualdade e fraternidade, que 
ecoavam da recente Revolução Francesa (1789). Para 
discutir e divulgar essas ideias, a burguesia baiana fun-
dou a loja maçônica Cavaleiros da Luz.
Em 12 de agosto de 1798, Salvador amanheceu com 
papéis afixados nas casas, exaltando o povo à revo-
lução. Os panfletos falavam em República, liberdade, 
igualdade, melhores soldos para os soldados, promo-
ção de oficiais, comércio com todos os povos etc. Um 
traidor denunciou ao governo dia, hora e local da reu-
nião que daria início ao movimento. Alguns conspira-
dores conseguiram fugir, mas 49 foram presos, entre 
eles nove escravos e três mulheres.
Nenhum dos Cavaleiros da Luz estava entre os presos. 
Os advogados de defesa mostraram que a linguagem 
dos panfletos estava acima das possibilidade intelec-
tuais dos acusados, homens simples. Mas quatro foram 
condenados à morte: Luís Gonzaga das Virgens, Lucas 
Dantas de Amorim Torres, João de Deus do Nascimen-
to e Manuel Faustino dos Santos. Os outros foram ex-
pulsos do Brasil.
Para o historiador Afonso Ruy, a conspiração de 1798 
foi a primeira revolução social brasileira, por não se tra-
tar de simples motim de quartel, inquietação de des-
contentes ao levante de escravos, mas sim de “trabalho 
lento, persistente, de massas doutrinada”, que pleitea-
va um governo “onde todas as classes colaborassem”, 
prometendo extinguir “privilégios e restrições à pro-
priedade dos produtos comerciáveis com escoadouro 
franco nos portos, abertos a todas as nações, além da 
independência espiritual, com a fundação da igreja 
brasileira América, desligada da Cúria romana”.
A Conjuração também ficou conhecida como Revolta 
dos Alfaiates, pelo grande número desses profissionais 
envolvidos, ao lado de homens letrados e padres, tam-
bém participaram homens simples, como mulatos, ne-
gros libertos e mesmo escravos.
A vinda da família real para o Brasil e a conjuntu-
ra europeia no século XIX: Em 1807, a Europa esta-
va, praticamente sob o jugo napoleônico. A Inglaterra, 
contudo, apresentava-se irredutível, e em torno dela 
aglutinavam-se todas as forças que resistiam ao predo-
mínio do imperador francês.
Portugal, tradicional aliado da Inglaterra, viu-se ameaçado 
pela França no sentido de aceitar o bloqueio continental.
A exigência francesa chegou ao extremo: no dia 30 de 
novembro de 1807, o exército francês, comandado por 
Junot, ocupou Lisboa. Porém, no dia anterior, a Família 
Real portuguesa, cerca de 10.000 pessoas da aristocra-
cia portuguesa, havia embarcado para o Brasil.
A decisão de transferir a Corte para o Brasil foi tomada 
após um período de hesitação do regente, pois este 
pretendia manter-se neutro com relação a competição 
anglo-francesa.
Contudo, a ideia não era nova. Desde o século XVIII ha-
via em Portugal partidários da solução brasileira, isto é, 
da ideia de se dar uma nova estrutura a organização do 
Reino português, instalando sua sede no Brasil, que era 
sua colônia mais rica e, por isso, a parte mais dinâmi-
ca dos domínios portugueses afinal, desde a época de 
Pombal, se reconhecia que Portugal, sem o Brasil, seria 
uma insignificante potência.
Assim, ante essa competição internacional, polariza-
da pelas duas nações mais prominentes, a ideia de se 
transferir a Corte para o Brasil foi logo lembrada.
A primeira medida de D. João: a abertura dos portos
Logo após o desembarque, ainda em Salvador o go-
vernante português declarou abertos, em caráter pro-
visório, os portos da colônia a “todas as nações amigas”, 
franqueando-os ao comércio internacional (Carta Ré-
gia de 28 de janeiro de 1808).
Essa medida, aconselhada por José da Silva Lisboa (fu-
turo Visconde de Cairu), correspondeu a uma imposi-
ção da nova realidade implantada com o advento da 
Corte lusa, ou seja, à necessidade de fornecer recursos 
ao erário público para a montagem de um aparelho 
administrativo no Brasil. Dessa necessidade resultou a 
principal consequência da abertura dos portos: a fixa-
ção da tarifa alfandegária única de 2% a vaiarem. 24%.
A abertura dos portos teve ainda outras consequên-
cias importantes:
• fez diminuir consideravelmente o contrabando, ativida-
de até então em franco progresso na colônia brasileira;
• forneceu recursos à real fazenda;
• estimulou as trocas internacionais;
• impossibilitou, em virtude do grande fluxo 
de mercadorias estrangeiras, o surgimento de 
manufaturas brasileiras;
• deu status de cidade aos portos instituídos oficial-
mente (além disso, a grande afluência de naus es-
trangeiras aumentou a importância dos portos do 
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MÓDULO I
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Rio de Janeiro, Salvador, Recife. São Luís, Belém em 
menor escala, Desterro, Rio Grande e Santos).
Em decorrência do ato de abertura dos portos, a Ingla-
terra, cujas manufaturas inundaram o mercado da co-
lônia, praticamente excluiu a burguesia portuguesa do 
comércio brasileiro. Eliminadas as restrições monopo-
listas do Pacto Colonial (o “exclusivo”), base em que se 
assentara a dominação metropolitara, Portugal, e sua 
camada mercantil passaram a não dispor de condições 
para enfrentar a concorrência estrangeira.
Além disso, a Grã-Bretanha logo cuidaria, de preservar a 
liberdade comercial de que se fizera a grande beneficiária.
Em 1810, Lord Strangford — apoiada na maciça pre-
sença naval inglesa em águas brasileiras — e Rodrigo 
de Sousa Coutinho, líder de facção anglófila que cer-
cava o príncipe regente, firmaram dois tratados. Um 
deles dispunha sobre comércio e navegação, e o outro 
sobre amizade e alianças. Ambos confirmaram o con-
trole britânico sobre a vida econômica e financeira do 
Brasil. Dentre as obrigações que compunha esses acor-
dos destacavam-se as seguintes:
• tarifas alfandegárias preferencias para as merca-
dorias inglesas (no decreto de abertura dos portos 
fixa-se um direito geral de importação para todas 
18 nações de 24% ad valorem. As mercadorias por-
tuguesas seriam beneficiadas pouco depois, com 
uma taxa reduzida de 160%). Pelo Tratado de 1810, 
a Inglaterra obteve a tarifa preferencial de 15%, 
mais favorável, portanto, a própria outorgada a 
Portugal.” (Caio Prado Júnior)
• D. João obrigava-se a não permitir o estabeleci-
mento da Inquisição da América portuguesa.
• O príncipe regente comprometia-se a abolir gradu-
almente o tráfico de escravos negros para o Brasil.
• Os súditos ingleses residentes no Brasil escolhe-
riam seus próprios juízes: entretanto, nos domínios 
britânicos, os cidadãos luso-brasileiros estariam 
sujeitos à legislação britânica.
Brasil, reino unido a Portugal: Os mapas políticos 
da Europa, que haviam sido profundamente alterados 
com ascampanhas militares francesas, deveriam ser 
reorganizadas e as dinastias depostas reconduzidas 
aos seus respectivos tronos.
Com esses objetivos foi organizado o Congresso de 
Viena. Nele tiveram maior destaque Talleyrand, repre-
sentante francês, defensor do “Princípio da Legitimi-
dade” , segundo o qual as fronteiras deveriam voltar 
aos limites anteriores a Revolução Francesa. Com essa 
proposta os franceses, não queriam ganhar, mas evi-
tar perder; e também Metternich, chanceler austríaco, 
autor da propositura do “Direito de Intervenção” dos 
regimes absolutistas nos países onde as ideias republi-
canas os ameaçassem.
Para Portugal ter representatividade no Congresso de 
Viena D. João elevou o Brasil à condição de Reino Uni-
do. Dessa maneira terminou oficialmente o período 
colonial de nosso país (16/12/1815).
Se na prática o Brasil deixara de ser colônia com a as-
sinatura do Alvará de Abertura dos Portos (12/1/1808), 
que pôs fim ao monopólio comercial português sobre 
a economia brasileira, oficialmente, o Pacto Colonial só 
acabou em 1815.
Realizações de D. João no Brasil
• a criação do criação do Teatro Real de São João;
• a fundação da Biblioteca Real;
• a criação da Imprensa Régia;
• a criação do jornal, a Gazeta do Rio de Janeiro;
• a fundação da Escola de Medicina;
• a criação da Academia Militar;
• a fundação do Banco do Brasil;
• a criação da Casa da Moeda.
A Revolução do Porto: A característica principal de 
uma Revolução é o fato de promover transformações 
estruturais, a ruptura comum modo de produção e a 
implantação de outro.
Muitos dos episódios históricos denominados de revo-
luções a rigor não são, a mudança de um governo por 
outro, mantendo-se os mesmos segmentos sociais no 
poder, representa muito mais um golpe de Estado do 
que uma revolução.
Foi o caso do movimento contestador da cidade do 
Porto. Realizado pela burguesia comercial lusitana, 
prejudicada com a abertura dos portos brasileiros ao 
comércio internacional, ela escondia através de suas 
manifestações políticas liberais o seu real objetivo eco-
nômico: a recolonização do Brasil.
Querer voltar ao passado equivale a fazer a roda da his-
tória a girar para trás. O passado só ocupa o espaço da 
memória, perde-se no labirinto dos neurônios. Tentar 
reeditá-lo não tem sentido, visto que essa seria uma 
nova situação, jamais igual a anterior.
Pense um pouco, você está apaixonado(a) e por um 
dos enigmas da vida a pessoa que ama eclipsou-se, e 
naquele preciso instante em que a revê, sua adrenalina 
o(a) empurra a repetir aquele beijo inesquecível, aque-
le momento inigualável; não será o mesmo e sim outro 
beijo, outro momento, até mesmo maravilhosos, mas 
de qualquer modo, uma outra situação. Fazemos coi-
sas parecidas a cada dia, nunca iguais.
Os objetivos da Revolução:
• A invasão francesa a Portugal havia pintado o país 
com o vermelho do sangue e o amarelo da fome. Sua 
economia declinou. Sem a grandeza do Brasil, sua 
principal colônia, Portugal assumiu sua pequenez.
• Voltar a sentir-se grande era para a burguesia por-
HISTÓRIA
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tuguesa mais do que um objetivo, uma questão 
de honra. Em agosto de 1820, alguns burgueses 
integrantes de uma sociedade secreta chamada Si-
nédrio, se propuseram eleger uma Junta Provincial 
Preparatória das Cortes, a qual se responsabilizaria 
pela elaboração de uma Constituição para Portugal.
• A imposição de uma lei acima do rei implica pôr 
fim ao regime absolutista, reduzindo a autoridade, 
do monarca. Assim o centro do poder decisório 
desloca-se do palácio real para o Parlamento.
• Expulsar o governante inglês Beresford e forçar o retor-
no da Família Real para Lisboa foram outros objetivos 
do movimento liberal da cidade do Porto. Vale lembrar, 
liberal para Portugal, colonialista em relação ao Brasil.
• Entretanto o principal objetivo da burguesia portu-
guesa era de fechar os portos brasileiros ao comér-
cio internacional e restabelecer a exclusividade de 
seu monopólio.
• Evidentemente, nem a aristocracia brasileira e mui-
to menos a burguesia industrial inglesa concorda-
vam com essa intenção portuguesa.
Consequências da Revolução:
• Os três primeiros objetivos da Revolução do porto 
foram alcançados, Beresford foi expulso, a Corte re-
tornou para Lisboa com os navios pesados de ouro 
e joias arrancados do Brasil, o rei foi submetido ao 
cabresto da Constituição, conjunto de leis iden-
tificadas com a vontade da burguesia, mas o seu 
principal objetivo teve efeito contrário, provocou a 
Independência do Brasil.
• A Revolução do Porto foi um movimento que defen-
deu a liberdade para o português e a opressão do bra-
sileiro, o enriquecimento do primeiro seria conquista-
do através da exploração comercial sobre o segundo.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM 
QUESTÃO 01 (Fac. Albert Einstein - Medicin 2016) - 
“Na sua condição de propriedade, o escravo é uma coi-
sa, um bem objetivo. (...) Daí ter sido usual a prática de
marcar o escravo com ferro em brasa como se ferra o 
gado. Os negros eram marcados já na África, antes do 
embarque, e o mesmo se fazia no Brasil, até no final da 
escravidão. (...) Seu comportamento e sua consciência 
teriam de transcender a condição de coisa possuída no 
relacionamento com o senhor e com os homens livres 
em geral. E transcendiam, antes de tudo, pelo ato cri-
minoso. O primeiro ato humano do escravo é o crime, 
desde o atentado contra o senhor à fuga do cativeiro. 
Em contrapartida, ao reconhecer a responsabilidade 
penal dos escravos, a sociedade escravista os reconhe-
cia como homens: além de incluí-los no direito das coi-
sas, submetia-os à legislação penal.” 
Jacob Gorender. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1992, p. 62-63.
O texto indica:
a) a ambiguidade no reconhecimento, pela socie-
dade colonial e imperial brasileira, da condição 
dos africanos escravizados, que se manifestava 
sobretudo diante de algumas formas de resis-
tência à exploração.
b) a precocidade da legislação brasileira contra cri-
mes hediondos e contra o desrespeito, pelos 
africanos escravizados, às obrigações e deveres 
de todo trabalhador rural.
c) o reconhecimento, pelos governantes brasilei-
ros na colônia e no império, da necessidade de 
mediar e controlar as relações dos proprietários 
rurais com o amplo contingente de africanos es-
cravizados.
d) o descumprimento, pelos senhores de escravos 
no Brasil colonial e imperial, das leis que regu-
lavam o trabalho compulsório e que impediam 
a aplicação da pena de morte aos africanos es-
cravizados.
QUESTÃO 02 (Fuvest 2016) - Eu por vezes tenho dito 
a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da 
França, e isto por ver por conjecturas e aparências 
grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais 
aparentes, que consigo traziam muito prejuízo ao esta-
do e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerra-
va em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos 
de fazer que esta gente não houvesse de entrar nem 
possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo 
dano que daí se podia seguir.
Serafim Leite. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 1954.
O trecho acima foi extraído de uma carta dirigida pelo pa-
dre jesuíta Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal D. João 
III, escrita em Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo mostra:
a) a persistência dos ataques franceses contra a 
América, que Portugal vinha tentando colonizar 
de modo efetivo desde a adoção do sistema de 
capitanias hereditárias.
b) os primórdios da aliança que logo se estabelece-
ria entre as Coroas de Portugal e da França e que 
visava a combater as pretensões expansionistas 
da Espanha na América.
c) a preocupação dos jesuítas portugueses com a 
expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil, 
vinham exercendo grande influência sobre as 
populações nativas. 
d) o projeto de expansão territorial português na 
Europa, o qual, na época da carta, visava à do-
minação de territórios franceses tanto na Europa 
quanto na América.
e) a manifestação de um conflito entre arecém-cria-
da ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno 
do combate à pirataria francesa.
QUESTÃO 03 (Fgv 2016) - Reverendo padre reitor, eu, 
HISTÓRIA
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Manoel Beckman, como procurador eleito por aquele 
povo aqui presente, venho intimar a vossa reverência, 
e mais religiosos assistentes no Maranhão, como justa-
mente alterados pelas vexações que padece por terem 
vossas paternidades o governo temporal dos índios 
das aldeias, se tem resolvido a lançá-los fora assim do 
espiritual como do temporal, então e não tem falta ao 
mau exemplo de sua vida, que por esta parte não tem do 
que se queixar de vossas paternidades; portanto, notifico a 
alterado povo, que se deixem estar recolhidos ao Colégio, 
e não saiam para fora dele para evitar alterações e mortes, 
que por aquela via se poderiam ocasionar; e entretanto 
ponham vossas paternidades cobro em seus bens e fazen-
das, para deixá-las em mãos de seus procuradores que lhes 
forem dados, e estejam aparelhados para o todo tempo e 
hora se embarcarem para Pernambuco, em embarcações 
que para este efeito lhes forem concedidas. 
João Felipe Bettendorff, Crônica dos Padres da Companhia de Jesus no Estado do Maranhão. 2ª 
Edição, Belém: SECULT, 1990, p.360. 
O movimento liderado por Manuel Beckman no Mara-
nhão, em 1684, foi motivado pela:
a) proibição do ensino laico no Brasil colonial e pe-
las pressões que os jesuítas realizavam para im-
pedir a sua liberação.
b) questão da mão de obra indígena e pela insatis-
fação de colonos com as atividades da Compa-
nhia de Comércio do Maranhão.
c) ameaça dos jesuítas de abandonarem a região e pela 
catequese dos povos indígenas sob a sua guarda.
d) crítica dos colonos maranhenses ao apoio dos jesuí-
tas aos interesses espanhóis e holandeses na região.
e) tentativa dos jesuítas em aumentar o preço dos 
escravos indígenas, contrariando os interesses 
dos colonos maranhenses.
QUESTÃO 04 (Enem 2016) - O que ocorreu na Bahia 
de 1798, ao contrário das outras situações de contes-
tação política na América Portuguesa, é que o projeto 
que lhe era subjacente não tocou somente na condi-
ção, ou no instrumento, da integração subordinada 
das colônias no império luso. Dessa feita, ao contrário 
do que se deu nas Minas Gerais (1789), a sedição avan-
çou sobre a sua decorrência.
JANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA, C. G. (Org.). Viagem Incompleta: a 
experiência brasileira (1500-2000). São Paulo: Senac, 2000.
A diferença entre as sedições abordadas no texto
encontrava-se na pretensão de:
a) eliminar a hierarquia militar.
b) abolir a escravidão africana.
c) anular o domínio metropolitano.
d) suprimir a propriedade fundiária.
e) extinguir o absolutismo monárquico.
QUESTÃO 05 (Unicamp 2016) - Os estudos históricos 
por muito tempo explicaram as relações entre Portugal 
e Brasil por meio da noção de pacto colonial ou exclusi-
vo comercial. Sobre esse conceito, é correto afirmar que:
a) Trata-se de uma característica central do sistema 
colonial moderno e um elemento constitutivo 
das práticas mercantilistas do Antigo Regime, 
que considera fundamental a dinâmica interna 
da economia colonial. b) Definia-se por um sis-
tema baseado em dois polos: um centro de deci-
são, a metrópole, e outro subordinado, a colônia. 
Esta submetia-se à primeira através de uma série 
de mecanismos político-institucionais.
c) Em mais de uma ocasião, os colonos reclamaram e 
foram insubordinados diante do pacto colonial, 
ao exigirem sua presença e atuação nas Cortes 
dos reis ou ao pedirem a presença do Marquês 
de Pombal na colônia.
d) A noção de pacto colonial é um projeto embrioná-
rio de Estado que acomodava as tensões surgidas 
entre os interesses metropolitanos e coloniais, ao 
privilegiar as experiências do “viver em colônia”.
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM - AULA 01
01 02 03 04 05
C A C C B
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM - AULA 02
01 02 03 04 05
C A C C B
HISTÓRIA
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MÓDULO I
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GEOGRAFIA
CIÊNCIA GEOGRÁFICA: A análise do conhecimento cien-
tífico é profundamente dinâmica e evolui sob a influência 
das transformações econômicas e de suas repercussões 
sobre a formulação do pensamento científico.
Ao longo da história os seres humanos foram transfor-
mando gradativamente a natureza com o objetivo de 
garantir a subsistência do grupo social a que pertence 
e melhorar suas condições de vida.
A Geografia, por ser uma ciência social, se torna mais di-
nâmica que as denominadas exatas como a Matemática, 
a Física etc. Comprovando a evolução do pensamento 
geográfico, ela hoje se propõe a algo mais que descre-
ver a paisagem, pois a simples descrição não oferece 
elementos suficientes para uma compreensão global 
daquilo que pretendemos conhecer geograficamente.
Alguns autores chegavam a definir a Geografia como es-
tudo da superfície terrestre apoiado no próprio significa-
do etimológico do termo Geografia − descrição da Terra.
GEO = Terra GRAPHEIN = Estudo
Conheço o espaço geográfico foi ficando cada vez 
mais artificializado pela ação do trabalho humano 
novas técnicas foram desenvolvidas e incorporado ao 
território de um meio natural as sociedades avançaram 
para um meio cada vez mais técnico poucas áreas da 
superfície terrestre ainda não sofreram transformações 
antrópicas e mesmo naquelas aparentemente em to-
cadas como muitas no interior da floresta amazônica 
ou do Continente Antártico.
Muitos pensadores elaboraram estudos geográficos des-
de a antiguidade, mesmo o conhecimento sendo disper-
so e desarticulado. A partir da década de 1930, começou 
a gradativa expansão do sistema escolar no Brasil, e a Ge-
ografia manteve-se em todos os níveis do ensino básico.
É interessante se observar como diferentes autores de-
finem a geografia. 
Para Kant caberia ao estudo geográfico descrever 
todos os fenômenos manifestados na superfície do 
planeta, sendo uma espécie da síntese de todas as ci-
ências. Foi um dos primeiros a se preocupar com a sis-
tematização do conhecimento geográfico e desenvol-
veu reflexões sobre os conceitos de espaço e tempo.
Para Emanuel de Martonne a Geografia é a ciência que 
estuda a distribuição dos fenômenos físicos, biológicos 
e humanos pela superfície da Terra, as causas desta dis-
tribuição e as relações locais desses fenômenos.
Para Levi Marrero a Geografia se define como uma ci-
ência que estuda as diferentes paisagens da Terra e as 
modificações nela introduzidas pelo homem localizan-
do-as, descrevendo-as, explicando-as e comparando-
-as entre si.
Heródoto (484 a.C – 420 a.C), Erastótenes (275 a.C – 
194 a.C), Estrabão (63 a.C – 21 e 25 a.C): analisaram 
a dinâmica dos fenômenos naturais, elaboraram descri-
ções e paisagens. Estudaram a relação homem-natureza
Claudio Ptolomeu(c.100-180): em sua obra Sintaxe 
Matemática e Geografia, encontram-se importantes 
registros geográficos, cartográficos e astronômicos. 
Seus conhecimentos ajudaram na rodução de mapas 
mais precisos, fundamentais para a expansão marítima 
do final do século XV.
Karl Ritter (1779-1859) e Alexander Von Humbol-
dt(1769-1859): Fundadores da Geografia como ciên-
cia, Ritter e Humboldt iniciaram a sistematização de 
seus fundamentos teórico-metodológicos. Humboldt 
fez diversas viagens exploratórias, entre as quais uma 
para a América do Sul e Central(1799-1804), na obra 
Cosmos, cinco volumes publicados entre 1845 e 1862 
que registram anos de estudos geográficos, tentou fa-
zer uma síntese da parte terrestre do cosmos.
Friedrich Ratzel (1844-1904)-Alemanha: Foi um 
dos principais formuladores da Geografia. Definiu a 
Geografia como ciência humana, embora na prática 
a tenha tratado como ciência natural. Considerou a 
influência que as condições naturais exercem sobre a 
humanidade um objeto de estudo da disciplina. Seus 
discípulos radicalizaram suas ideias, dando origem ao 
“determinismo geográfico.”
Paul Vidal de La Blache(1845-1918)- França: criticou o 
método puramente descritivo e defendeuque a Geo-
grafia se preocupasse com a relação homem-meio.
A primeira cátedra de Geografia foi criada na Universi-
dade de Berlim, em 1825, e foi ocupada por Karl Ritter. 
Em 1870 somente três universidades alemãs ofereciam 
o curso de Geografia – Berlim, Breslau e Gottingen, 
mas em 1890 praticamente todas as universidades do 
país passaram a oferecê-lo.
CURIOSIDADES:
- 1825: Primeiro curso acadêmico de Geografia – Ale-
manha: o Friedrich Wilhelm Gymnasium, em Trier na 
Alemanha foi onde Karl Marx estudou (1830-1835) 
antes de ingressar na Universidade de Berlim, onde foi 
aluno de Karl Ritter.
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GEOGRAFIA
-1837: O imperial Colégio Pedro II-Brasil, passou a fun-
cionar no antigo Seminário de São Joaquim, no Rio de 
Janeiro(RJ).
- 1934: Primeiro curso superior de Geografia no Brasil.
A INFLUÊNCIA DO POSITIVISMO: O positivismo é 
uma corrente filosófica criada pelo francês Augusto 
Comte(1798-1857). Valoriza apenas a verdade positiva, 
isto é, concreta, objetiva; na busca de leis que gover-
nam a realidade, preconiza a observação e a pesquisa 
empírica. No início do século XX, um grupo de filóso-
fos austríacos , conhecidos como “Círculo de Viena”, foi 
além das propostas de Comte e desenvolveu o positi-
vismo lógico ou neopositivismo.
Entendendo a evolução das ciências sociais como re-
sultado das transformações da própria sociedade, fica 
fácil compreender as mudanças conceituais que ocor-
reram na Geografia, daí esta ser hoje definida como 
uma ciência que busca explicar o espaço como resul-
tado da dinâmica social a que se encontra submetido.
O espaço geográfico deve ser entendido como resulta-
do da relação Homem, Natureza e Trabalho, elementos 
considerados o tripé da Geografia.
A DIVISÃO DA GEOGRAFIA: Costuma-se dividir a Ge-
ografia, pelo menos para efeito didático, em dois gran-
des ramos, a Geografia Sistemática ou Geral e a Geo-
grafia Regional. Muitos admitem que esta divisão é o 
resultado apenas da escala adotada, de vez que o geral 
se refere as grandes áreas - os continentes ou países de 
grande extensão - e o regional a pequenas áreas - as 
regiões. O problema não é bem este. Faz-se Geografia 
Sistemática quando se toma um segmento dos estu-
dos geográficos, como o relevo, o clima, a população, a 
agricultura etc., estudando-o isoladamente para toda 
superfície da Terra ou para uma área determinada e 
faz-se Geografia Regional quando, seguindo o modelo 
de Vidal de La Blache, se toma uma área determinada 
e se procura obter da mesma uma visão global, obser-
vando tanto os aspectos físicos - estrutura geológica, 
relevo, clima, vegetação etc., como os humanos, popu-
lação, agricultura, pecuária, indústria, comércio e servi-
ços - através de sua ação conjunta, integrada.
Vê-se assim que mais do que dois grandes ramos da 
Geografia, a Geografia Sistemática e a Geografia Regio-
nal são, na verdade dois enfoques diferentes do conhe-
cimento geográfico.
A Geografia Sistemática costuma ser dividida em dois 
grandes ramos, a Física e a Humana. A primeira estu-
da e analisa a ação dos aspectos físicos e a segunda 
analisa e interpreta a ação dos fatores humanos. A 
Geografia Humana vem recebendo denominações di-
versas, conforme as escolas geográficas. Na Alemanha, 
Ratzel a chamou de Antropogeografia, ou geografia do 
homem, embora hoje utilize mais o termo Geografia 
Cultural, em face das influências antropológicas. Na 
França preferem chamá-la de Geografia Humana, por 
considerarem o objetivo mais abrangente, enquanto 
que nos Estados Unidos a denominam de Geografia 
Econômica, em face da importância dada à economia 
na organização do espaço.
Na verdade esta dualidade - Geografia Física/Geografia 
Humana - já se encontra ultrapassada, de vez que, em 
relação à produção do espaço geográfico, temos de es-
tudar a ação do homem apropriando-se dos recursos 
existentes, de acordo com as estruturas econômicas, 
sociais e políticas como estão organizadas. Daí a influ-
ência do modo de produção e das formações sociais e 
econômicas e sociais dominantes no espaço e no tem-
po e concluímos que exista apenas uma Geografia que 
é chamada de uma ou de outra maneira, conforme o 
enfoque que se dá maior atenção às relações homem/
meio e, quando se analisa a organização do espaço em 
função da apropriação dos recursos naturais e da trans-
formação dos bens em mercadorias, em uma socieda-
de avançada, faz-se Geografia Econômica. Apenas para 
exemplificar, podemos apontar os ramos que seguem:
a) a Geomorfologia, ciência que estuda as formas 
do relevo, preocupada em explicar a gênese da 
mesma como ramo intermediário entre a Geo-
morfologia e a Geologia.
b) a Geofísica que estuda a física do globo.
c) a Geoquímica estuda a química do globo terrestre.
d) a Geopolítica, campo intermediário entre a Geo-
grafia, a Ciência política e o Direito Internacional, 
tenta explicar a importância estratégica de cer-
tas áreas da superfície da Terra e a evolução das 
fronteiras entre os países, assim como das áreas 
de influência das grandes nações.
e) a Geoeconomia, campo intermediário entre a Geo-
grafia e Ciência Econômica, procura explicar a ex-
pansão da influência dos grandes grupos econômi-
cos e dos países a ele ligados pela superfície da Terra.
OS PRINCÍPIOS DA GEOGRAFIA: Ao estudar a ciência geo-
gráfica, devemos levar em consideração os seus princípios.
- Princípio da extensão: Princípio segundo o qual, 
deve o geógrafo, ao estudar um fato ou área, proceder 
a sua localização e delimitação, utilizando para tanto 
os recursos da cartografia. (Frederich Ratzel)
- Princípio da analogia ou geografia geral: Princípio se-
gundo o qual, delimitada e observada a área deve o geó-
grafo compará-la com outras áreas buscando as semelhan-
ças e as diferenças existentes (Karl Riter e Vidal de la Blache).
Princípio da causalidade: Princípio segundo o qual 
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GEOGRAFIA
deve o geógrafo explicar as causas do fato ou fatos ob-
servados. (Alexander Von Humboldt)
Princípio da conexão ou interação: Princípio segun-
do o qual os fatores físicos e humanos nunca atuam 
isoladamente. (Jean Brunhes)
Princípio da atividade: Princípio segundo o qual a 
paisagem possui um caráter sempre dinâmico. (Jean 
Brunhes)
AS CORRENTES DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO: 
As principais correntes do pensamento geográfico ou 
paradigmas da Geografia são os seguintes: o determi-
nismo ambiental, o possibilismo, o método regional, 
a nova Geografia e a Geografia crítica. Foram formal-
mente explicadas a partir do século XIX constituindo 
uma sequência histórica de incorporações de práticas 
teóricas, empíricas e políticas que, não excluindo ne-
nhuma delas, apresenta a cada momento um ou dois 
padrões dominantes. Assim, o determinismo ambien-
tal e, menos ainda, o possibilismo não desaparecem 
totalmente, mas perderam o destaque, sobretudo o 
determinismo ambiental. Por outro lado, a geografia 
crítica é um dos últimos modelos a ser incorporado, 
passando a coexistir conflitivamente com os outros, 
principalmente a Nova Geografia.
O determinismo ambiental: A Geografia é instituída 
como uma disciplina universitária a partir de 1870, e “foi 
o determinismo ambiental o primeiro paradigma a ca-
racterizar a Geografia que emerge no final do século XIX” 
(Corrêa, 1991, p. 9). Os teóricos deterministas afirmam 
que as condições naturais, em especial as climáticas, são 
determinantes para a evolução do homem; portanto, 
desenvolver-se-iam os povos ou países que estivessem 
localizados em áreas climáticas mais favoráveis. 
O filósofo inglês Herbert Spencer foi o grande defensor 
de ideias naturalistas nas ciências sociais, sobretudo as 
teorias de Lamarck (sobre a hereditariedade dos carac-
teres adquiridos) e Darwin (sobre a adaptação dos in-
divíduos mais bem preparados para sobreviverem no 
meio natural). Essas duas teorias serviram como fun-
damentação para a tese do determinismo ambiental.
A Geografia teve como grande nome da teoria de-
terministao naturalista e etnógrafo alemão Frederic 
Ratzel, que viveu no período da unificação alemã, es-
tando, portanto, muito voltado para as aspirações da 
sociedade alemã da época. Em seu livro Antropogeo-
grafia, Ratzel fundamenta toda a sua teoria determi-
nista, sendo por isso apontado como o fundador da 
escola determinista alemã. Também é considerado um 
dos precursores da Geopolítica, devido às suas ideias 
que originaram a política do “espaço vital”² e do direito 
de conquista dos povos “inferiores” pelos “superiores”. 
Essa política foi, mais tarde, utilizada por Hitler para 
justificar sua expansão nazista através da Europa.
A escola estadunidense também nasceu sob a influ-
ência determinista. Esse fato também se deu, como na 
Alemanha, por uma necessidade de afirmação nacio-
nal e expansão territorial. Os estadunidenses justifica-
ram sua expansão e domínio de territórios mexicanos 
e indígenas através da teoria determinista. Ellen Sem-
ple, discípula de Ratzel, foi o principal nome do deter-
minismo nos Estados Unidos.
A teoria do espaço vital defende que o território repre-
sentaria “o equilíbrio entre a população ali residente 
e os recursos disponíveis para as suas necessidades, 
definindo e relacionando, deste modo, deste modo, as 
possibilidades de progresso e as demandas territoriais” 
(Corrêa, 1991, p. 11), isto é, para que uma nação possa 
desenvolver-se é necessário que ela possua um territó-
rio suficientemente rico para atender às demandas de 
sua população, mesmo que essa nação necessite, para 
tanto, dominar territórios de outras nações.
O possibilismo: A corrente possibilista surgiu em rea-
ção ao determinismo ambiental, inicialmente na Fran-
ça (final do século XIX), e posteriormente na Alemanha 
(início do século XX) e Estados Unidos (década de 20).
Não foi por acaso que esta corrente nasceu na França. 
“O possibilismo, francês em sua origem, opõe-se ao de-
terminismo ambiental germânico. Esta oposição fun-
damenta-se nas diferenças entre os dois países” (Cor-
rêa, 1991, p. 12). As rivalidades existentes entre França 
e Alemanha, existentes há muito tempo, aumentaram 
com a perda da região francesa da Alsácia-Lorena para 
a Prússia, durante a guerra franco-prussiana. Esse fato 
impulsionou o crescimento da Geografia na França, 
visto que a perda da guerra pela França foi atribuída 
não ao exército alemão, mas sim à sua Geografia.
Sob a égide possibilista, a Geografia francesa se desen-
volve, tendo em Vidal de la Blache seu grande mestre. A 
natureza passou a ser encarada como uma fornecedo-
ra de possibilidades para a modificação humana, e não 
determinando sua evolução, sendo o homem o prin-
cipal agente geográfico. La Blache também redefine o 
conceito de gênero de vida, herdado do determinismo: 
trata-se não mais de uma consequência inevitável da 
natureza, mas de “um acervo de técnicas, hábitos, usos e 
costumes, que lhe permitiram utilizar os recursos natu-
rais disponíveis” (Corrêa, 1991, p. 13 apud Claval, 1974).
Os gêneros de vida ocorrem em uma paisagem geo-
gráfica – aquela que já foi natural e passou a ser mo-
dificada pela ação humana –, que possui uma exten-
são territorial razoavelmente identificável. Assim, uma 
região “é a expressão espacial da ocorrência de uma 
mesma paisagem geográfica” (Corrêa, 1991, p. 13); 
portanto, sendo o objeto da Geografia possibilista a re-
gião, ela se confunde com a Geografia Regional. Neste 
contexto, a geografia francesa teria de cumprir simul-
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taneamente vários papéis.
a) Desmascarar o expansionismo germânico - criti-
cando o conceito de espaço vital - sem, no en-
tanto, inviabilizar intelectualmente o colonialis-
mo francês.
b) Abolir qualquer forma de determinação da na-
tureza ou não, adotando a ideia de que a ação 
humana é marcada pela contingência.
c) Enfatizar a fixidez das obras do homem, criadas 
através de um longo processo de transformação 
da natureza; assim os elementos mais estáveis, 
solidamente implantados na paisagem, são res-
saltados, não se privilegiando os mais recentes, 
resultantes de transformações que podem colo-
car em risco a estabilidade e o equilíbrio, alcan-
çados anteriormente. Daí a ênfase no estudo dos 
sítios predominantemente rurais.
Método regional: A terceira corrente de pensamento 
geográfico, o método regional, opõe-se às duas ante-
riores, visto que “a diferenciação de áreas não é vista a 
partir das relações entre o homem e a natureza, mas 
sim da integração de fenômenos heterogêneos em 
uma dada porção da superfície da Terra” (Corrêa, 1991, 
p. 14). Esse paradigma é voltado, portanto, para o estu-
do de áreas, regiões.
O método regional tem sido estudado desde o século 
XVII, por Varenius, passando por Kant e Ritter, nos sécu-
los XVIII e XIX, respectivamente. Contudo, esse método 
foi esquecido na passagem do século XIX para o XX, 
em função da disputa vigente entre determinismo e 
possibilismo. Somente a partir dos anos 40, especial-
mente nos Estados Unidos, esse paradigma voltou a 
ser valorizado, tendo no centro dessa valorização o ge-
ógrafo estadunidense Richard Hartshorne.
Essa corrente evidencia a necessidade de se produ-
zir uma Geografia regional, isto é, um conhecimento 
sintético sobre as diferentes áreas do globo. O pensa-
mento de Hartshorne é de que o cerne da Geografia 
é a regional. Contudo, não considera que a região é o 
objeto da Geografia: o importante é o método de iden-
tificação das diferenciações de áreas, que são resultado 
de uma integração única de fenômenos heterogêneos. 
O objeto da Geografia regional é unicamente o caráter 
variável da superfície da Terra – uma unidade que só 
pode ser dividida arbitrariamente em partes, as quais, 
em qualquer nível da divisão, são como as partes tem-
porais da História, únicas em suas características (Cor-
rêa, 1991, p. 16 apud Hartshorne, 1939, 643-4).
O objetivo da Geografia regional é unicamente o cará-
ter variável da superfície da Terra - Uma unidade que só 
pode ser dividida arbitrariamente em parte, as quais, 
em qualquer nível da divisão, são como as partes tem-
porais da história, únicas em suas características.
A Nova Geografia: Essa corrente do pensamento geo-
gráfico surgiu em meados do século XX, a partir da 2ª. 
Guerra Mundial, na Inglaterra, Estados Unidos e Suécia. 
Foi o período da chamada “Guerra Fria”, da recuperação 
econômica da Europa, do desmantelamento dos impé-
rios coloniais e do progresso tecnológico.
O momento histórico em que surgiu esse paradigma 
foi caracterizado pela intensa urbanização, industria-
lização e expansão de capital, gerando modificações 
profundas na organização espacial; essas modificações 
inviabilizaram a aplicação dos três paradigmas tradi-
cionais – determinismo, possibilismo e método regio-
nal –, propiciando o surgimento da nova Geografia, na 
qual utilizaram-se freqüentemente técnicas estatísti-
cas e matemáticas, o emprego da geometria e de mo-
delos normativos. Por essa razão, passou a ser conheci-
da também como Geografia quantitativa ou teorética. 
Esse arsenal de regras e princípios resulta de um com-
promisso ideológico da Nova Geografia, o de justificar 
a expansão capitalista e seu poder imperialista; através 
dessa metodologia, poder-se-ia esconder a situação 
real, apresentando estudos que nada exprimiam. Essa 
foi a Geografia oficial do Brasil, durante o período da 
ditadura militar – regime apoiado pelos grandes Esta-
dos capitalistas, sobretudo os Estados Unidos.
A Geografia Crítica: Em oposição ao pensamento da 
Nova Geografia emerge, a partir da década de 70, a Ge-
ografia crítica. Essa corrente é calcada no materialismo 
histórico e na dialética marxista. Suas origens remontam 
a fins do século XIX, quando foi proposta pelo francês Eli-
sée Reclus e pelo russo Piotr Kropotkin, ambos anarquis-
tas. Contudo não obteve expressão, submergida pela Ge-
ografia “oficial”, ligada aos interesses dominantes.
O agravamento das tensões sociais nos países desenvol-
vidos, aliado aos movimentos libertáriosnos países sub-
desenvolvidos, animou o surgimento da Geografia crítica, 
criticando severamente a nova Geografia. “Os modelos 
normativos e as teorias de desenvolvimento foram redu-
zidos ao que efetivamente são: discursos ideológicos, no 
melhor dos casos empregados por pesquisadores ingê-
nuos e bem intencionados” (Corrêa, 1991, p. 20).
A corrente crítica não foi apoiada pelo Estado capi-
talista como a quantitativa, visto que não podia mais 
desempenhar seu papel de controle, sustentado por 
informações oriundas de seus serviços de propagan-
da. Ao contrário da nova Geografia, “a Geografia crítica 
descobre o Estado e os demais agentes da organização 
espacial: os proprietários fundiários, os industriais, os 
incorporadores imobiliários, etc.” (Corrêa, 1991, p. 21).
As relações homem-natureza, refutadas pela nova 
Geografia, é retomada na corrente crítica, sob a luz 
do marxismo, assim como o tema da região, sob uma 
GEOGRAFIA
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visão dialética.O 3º Encontro Nacional de Geógrafos, 
realizado no ano de 1978 em Fortaleza, marca o sur-
gimento da Geografia crítica no Brasil. A contribuição 
dos geógrafos brasileiros para as discussões da Geo-
grafia crítica é muito importante, sendo que o livro Por 
uma Geografia nova, de Milton Santos, é um dos mar-
cos dessa corrente, não só para o Brasil mas também 
para a Geografia mundial.
No caso do Brasil, a Geografia Crítica nasce no final da 
década de 70, cujo marco foi o 3º Encontro Nacional de 
Geógrafos, realizado em julho de 1978 em Fortaleza, sob 
os auspícios da Associação dos Geógrafos Brasileiros.
A Geografia Cultural e Humanista: A Geografia cultu-
ral tem mais de cem anos e apresentam dois caminhos 
principais a geografia cultural saueriana e a nova geo-
grafia cultural ou geografia cultural pós-80, ambas se 
distinguem, sobretudo, pela gênese, pelo discurso de 
cada uma e pelo conceito de cultura adotado (CORRÊA 
e ROSENDAHL, 2012a). Na década de 30 nos Estados 
Unidos Carl Sauer propôs o estudo das paisagens cul-
turais, como um povo cria a cultura, na organização do 
seu meio, a descrição e análise de como a linguagem, 
religião, governo e trabalho. A geografia humanista é a 
corrente da geografia que pesquisa as experiências das 
pessoas e grupos em relação ao espaço com o fim de 
entender seus valores e comportamentos. Alguns auto-
res preferem designá-la geografia humanística, pois ar-
gumentam que, como todos os trabalhos de geografia 
humana enfocam comportamentos do homem, aquela 
expressão serve para enfatizar que o objetivo dos geó-
grafos humanistas é pesquisar os elementos mais par-
ticularmente humanos da relação dos homens com o 
espaço e o ambiente, que são os valores, crenças, símbo-
los e atitudes. A geografia humanista surgiu em meados 
dos anos 1960 e ganhou força a partir da década seguin-
te, sob influência da fenomenologia e de várias outras 
correntes epistemológicas ligadas ao humanismo. Três 
dos mais importantes autores para a origem e desenvol-
vimento da perspectiva humanista da geografia são Yi-
-Fun, anne Buttimer e Armanad Frémont.
Na visão dos geógrafos dessa corrente, como Tuan, se 
as abordagens humanistas da ciência procuram ser 
meio de autoconhecimento para o homem, a contri-
buição particular da geografia nesse trabalho está na 
pesquisa dos muitos tipos de percepção, valores e ati-
tudes relativos ao espaço e à natureza. Nesse sentido, 
dois conceitos fundamentais da geografia humanista 
são os de espaço vivido e de lugar. O lugar representa 
cada um dos aspectos que uma pessoa ou grupo vive, 
de forma a criar diferentes laços afetivos. O conjunto 
dos lugares onde um indivíduo ou um grupo habita e 
cumpre sua rotina diária é chamada de espaço vivido.
CATEGORIAS DE ANÁLISE DA GEOGRAFIA: Atual-
mente, além do espaço geográfico – principal objeto 
de análise da Geografia –, existem quatro principais 
conceitos que se consolidaram como categorias geo-
gráficas: território, região, paisagem e lugar. A seguir, 
uma breve conceituação:
- Paisagem: refere-se às configurações externas do 
espaço. Por muitas vezes, ela foi definida como “aquilo 
que a visão alcança”. Porém, essa definição desconsi-
dera as chamadas “paisagens ocultas”, ou seja, aqueles 
processos e dinâmicas que são visíveis, mas que de algu-
ma forma foram ocultados pela sociedade. Além disso, tal 
definição também peca por apenas considerar o sentido 
da visão como preceptora do espaço, cabendo a impor-
tância dos demais sentidos, com destaque para a audição 
e o olfato. Dessa forma, podemos afirmar, de maneira 
simples e direta, que o conceito de paisagem refere-se 
às manifestações e fenômenos espaciais que podem ser 
apreendidos pelo ser humano através de seus sentidos.
- Território: é classicamente definido como sendo um 
espaço delimitado. Tal delimitação se dá através de 
fronteiras, sejam elas definidas pelo homem ou pela 
natureza. Mas nem sempre essas fronteiras são visíveis 
ou muito bem definidas, pois a conformação de um 
território obedece a uma relação de poder, podendo 
ocorrer tanto em elevada abrangência (o território de 
um país, por exemplo) quanto em espaços menores (o 
território dos traficantes em uma favela, por exemplo).
- Região: é uma área ou espaço que foi dividido obe-
decendo a um critério específico. Trata-se de uma ela-
boração racional humana para melhor compreender 
uma determinada área ou um aspecto dela. Assim, as 
regiões podem ser criadas para realizar estudos sobre 
as características gerais de um território (as regiões 
brasileiras, por exemplo) ou para entender determina-
dos aspectos do espaço (as regiões geoeconômicas do 
Brasil para entender a economia brasileira). Eu posso 
criar minha própria região para a divisão de uma área a 
partir de suas práticas culturais ou por suas diferentes 
paisagens naturais, entre outros critérios.
- Lugar: é uma categoria muito utilizada por aqueles 
pensadores que preferem construir uma concepção 
compreensiva da Geografia. Grosso modo, o lugar pode 
ser definido como o espaço percebido, ou seja, uma de-
terminada área ou ponto do espaço da forma como são 
entendidos pela razão humana. Seu conceito também 
se liga ao espaço afetivo, aquele local em que uma de-
terminada pessoa possui certa familiaridade ou intimi-
dade, como uma rua, uma praça ou a própria casa.
É preciso lembrar, no entanto, que essas categorias e 
conceitos não são exclusivos da Geografia, podendo 
ter outros significados quando utilizados em outras 
ciências ou pelo senso comum. Além disso, essas não 
são necessariamente as únicas categorias dessa ciên-
GEOGRAFIA
52
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cia, mas apenas as mais comumente adotadas pelos 
geógrafos em seus estudos.
Ao longo da história do pensamento geográfico, outras 
categorias predominaram, como a noção de “posição”, 
um importante conceito nos estudos de Friedrich Ratzel, 
e “gêneros de Vida”, termo utilizado por Vidal de La Blache.
Referências
ANDRADE, Manuel Correia de. A Geografia como ciencia. 
In:___. Geografia, ciência da sociedade –uma introdução 
à análise do pensamento geográfico. São Paulo: Atlas, 
1992. 143 p., p. 11-19.
ANDRADE, Manuel Correia de. Caminhos e descaminhos 
da Geografia. Campinas, SP: Papirus, 1989.85p.
CORRÊA, Roberto Lobato. As correntes do pensamento 
geográfico. In:___. Região e organização espacial São 
Paulo: Ática, 1991. 93 p., p. 7-21.
DE MARTONNE, Emmanuel. Noções gerais. In:___. Pa-
norama da Geografia – Geografia Física. Lisboa: Edições 
Cosmos, 1953. vol. 1, 979 p., p. 1-22.
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/categorias-ge-
ografia.htmTUAN, Yi Fu.
Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. São 
Paulo: Difel, 1983.___.Geografia Humanística. 
In:CHRISTOFOLETTI, Antonio (Org.). Perspectivas da Geo-
grafia. São Paulo: Difel, 1982. p. 143-164.______. Topofi-
lia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio 
ambiente. São Paulo: Difel, 1980.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 (ENEM-2018) - No Segundo Congressointernacional de Ciências Geográficas, em 1875, a que 
compareceram o presidente da República, o governa-
dor de Paris e o presidente da Assembleia, o discurso 
inaugural do almirante La Roucière-Le Noury expôs 
a atitude predominante no encontro: “Cavalheiros, a 
Providência nos ditou a obrigação de conhecer e con-
quistar a terra. Essa ordem suprema é um dos deveres 
imperiosos inscritos em nossas inteligências e nossas 
atividades. A geografia, essa ciência que inspira tão 
bela devoção e em cujo nome foram sacrificadas tan-
tas vítimas, tornou-se a filosofia da terra”.
SAID, E. Cultura e política. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
No contexto histórico apresentado, a exaltação da ci-
ência geográfica decorre do seu uso para o(a):
a) preservação cultural dos territórios ocupados.
b) formação humanitária da sociedade europeia.
c) catalogação de dados úteis aos propósitos 
colonialistas.
d) desenvolvimento de técnicas matemáticas de 
construção de cartas.
e) consolidação do conhecimento topográfico 
como campo acadêmico.
QUESTÃO 02 (ENEM-2018) - TEXTO I - Quando um exér-
cito atravessa montanhas, florestas, zonas de precipícios, 
ou marcha ao longo de desfiladeiros, alagadiços ou pân-
tanos, ou qualquer outro terreno onde a deslocação é ár-
dua, está em terreno difícil. O terreno onde é apertado e 
a sua saída é tortuosa e onde uma pequena força inimiga 
pode atacar a minha, embora maior, é cercado.
TZU, S. A arte da guerra. São Paulo: Martin Claret, 2001
TEXTO II - O objetivo principal era encontrar e matar Osa-
ma Bin Laden. Onde ele se esconde? Não podemos esque-
cer a dificuldade de ocupação do país, que possui um re-
levo montanhoso, cheio de cavernas, onde fica fácil, para 
quem está acostumado com esse relevo, esconder-se.
OLIVEIRA, M. G.; SANTOS, M. S. Ásia: uma visão histórica, política e econômica do continente. Rio 
de Janeiro: E-Papers, 2009 (adaptado).
As situações apresentadas atestam a importância da 
relação entre a topografia e o(a):
a) construção de vias terrestres.
b) preservação do meio ambiente.
c) preservação do meio ambiente.
d) intimidação contínua da população local.
e) domínio cognitivo da configuração espacial.
QUESTÃO 03(ENEM-2018) - TEXTO I - As fronteiras, 
ao mesmo tempo que se separam, unem e articulam, 
por elas passando discursos de legitimação da ordem 
social tanto quanto do conflito.
CUNHA, L. Terras lusitanas e gentes dos brasis: a nação e o seu retrato literário. Revista Ciências Sociais, n. 2, 2009.
TEXTO II - As últimas barreiras ao livre movimento do 
dinheiro e das mercadorias e informação que rendem 
dinheiro andam de mãos dadas com a pressão para ca-
var novos fossos e erigir novas muralhas que barrem o 
movimento daqueles que em consequência perdem, 
física ou espiritualmente, suas raízes.
BAUMAN, Z. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
A ressignificação contemporânea da ideia de fronteira 
compreende a:
a) liberação da circulação de pessoas.
b) preponderância dos limites naturais.
c) supressão dos obstáculos aduaneiros.
d) desvalorização da noção de nacionalismo.
e) seletividade dos mecanismos segregadores.
QUESTÃI 04 (ENEM-2018) - Então disse: “Este é o local 
onde construirei. Tudo pode chegar aqui pelo Eufrates, o 
Tigre e uma rede de canais. Só um lugar como este susten-
tará o exército e a população geral”. Assim ele traçou e des-
tinou as verbas para a sua construção, e deitou o primeiro 
tijolo com sua própria mão, dizendo: “Em nome de Deus, e 
em louvor a Ele. Construí, e que Deus vos abençoe”.
AL-TABARI, M. Uma história dos povos árabes. São Paulo: Cia. das Letras, 1995 (adaptado).
A decisão do califa Al-Mansur (754-775) de construir 
Bagdá nesse local orientou-se pela:
a) disponibilidade de rotas e terras férteis como 
base da dominação política.
GEOGRAFIA
53
MÓDULO I
alcancevirtual.al.ce.gov.br
b) proximidade de áreas populosas como afi rmação 
da superioridade bélica.
c) submissão à hierarquia e à lei islâmica como con-
trole do poder real.
d) fuga da península arábica como afastamento dos 
confl itos sucessórios.
e) ocupação de região fronteiriça como contenção 
do avanço mongol.
QUESTÃO 05 - Atente à seguinte descrição: “Conjunto de 
correntes que caracterizou a geografi a no período que se 
estende de 1870 aproximadamente, quando a geografi a 
tornou-se uma disciplina institucionalizada nas universi-
dades europeias, à década de 1950, quando se verifi cou a 
denominada revolução teorético-quantitativa [...]”.
Correa, Roberto Lobato. Espaço um conceito chave da Geografi a. p. 17. In: Geografi a: conceitos e temas. 1995.
Essa descrição se refere ao conceito de geografi a:
a) tradicional. b) cultural. c) crítica.
d) agrária. e) urbana
QUESTÃO 06 (ENEM-2010) -
Nova Escola,n.226,out.2009
A tirinha mostra que o ser humano, na busca de aten-
der suas necessidades e de se apropriar dos espaços.
a) adotou a acomodação evolucionária como forma 
de sobrevivência ao se dar conta de suas defi ci-
ências impostas pelo meio ambiente. 
b) utilizou o conhecimento e a técnica para criar 
equipamentos que lhe permitiram compensar 
as suas limitações físicas 
c) levou vantagens em relação aos seres de menor 
estatura, por possuir um físico bastante desen-
volvido, que lhe permitia muita agilidade. 
d) dispensou o uso da tecnologia por ter um organismo 
adaptável aos diferentes tipos de meio ambiente. 
e) sofreu desvantagens em relação a outras espé-
cies, por utilizar os recursos naturais como forma 
de se apropriar dos diferentes espaços. 
QUESTÃO 07 (ENEM) - O meu lugar, 
Tem seus mitos e seres de luz, 
É bem perto de Oswaldo Cruz, 
Cascadura, Vaz Lobo, Irajá. 
O meu lugar, 
É sorriso, é paz e prazer, 
O seu nome é doce dizer, 
Madureira, ia, Iaiá. 
Madureira, ia, Iaiá 
Em cada esquina um pagode um bar, 
Em Madureira.
Império e Portela também são de lá, 
Em Madureira. 
E no Mercadão você pode comprar 
Por uma pechincha você vai levar, 
Um dengo, um sonho pra quem quer sonhar, 
Em Madureira. 
CRUZ, A. Meu lugar. Disponível em: www.vagalume.uol.com.br. Acesso em: 16 abr. 2010 (fragmento).
A análise do trecho da canção indica um tipo de intera-
ção entre o indivíduo e o espaço. Essa interação explí-
cita na canção expressa um processo de:
a) autossegregação espacial. 
b) exclusão sociocultural. 
c) homogeneização cultural. 
d) expansão urbana. 
e) pertencimento ao espaço.
QUESTÃO 08 - No dia 1º de julho de 2012, a cidade 
do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a re-
ceber o título da Unesco de Patrimônio Mundial como 
Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional 
(Iphan), foi aprovada durante a 36.ª Sessão do Comitê 
do Patrimônio Mundial. O presidente do Iphan expli-
cou que “a paisagem carioca é a imagem mais explícita 
do que podemos chamar de civilização brasileira, com 
sua originalidade, desafi os, contradições e possibilida-
des”. A partir de agora, os locais da cidade valorizados 
com o título da Unesco serão alvo de ações integradas 
visando à preservação da sua paisagem cultural.
Disponível em: www.cultura.gov.br. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado).
O reconhecimento da paisagem em questão como pa-
trimônio mundial deriva da:
a) presença do corpo artístico local.
b) imagem internacional da metrópole.
c) herança de prédios da ex-capital do país.
d) diversidade de culturas presente na cidade.
e) relação sociedade-natureza de caráter singular.
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08
C E E A A B E E
GEOGRAFIA
54
MÓDULO I
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FILOSOFIA
ÉTICA E A NATUREZA DO CONHECIMENTO: Do gre-
go ethikos: ethika: tratado de moral: caráter, costume, 
hábito, modo de ser. Na Grécia Antiga foi estudada por 
Demócrito, sendo o equilíbrio interno das paixões, en-
contrado na alma e levando à felicidade.
Enquanto os Pré-socráticos buscavam a origem da vida 
no cosmos e a Arqueologia, Sócrates traz a seguinte 
pergunta: “Como viver?”.Na busca do saber autêntico, 
procurando a verdade e compreender a si mesmo. Para 
ele a ética não seria um campo da Filosofia, mas a filo-
sofia por si só é uma ciência ética.
Para Sócrates aqueles que conhecem o bem, o fazem. 
Ninguém age mal deliberadamente. A relação entre 
ética e moral pode ser observada nos Hábitos Morais 
X Filosofia Ética. Aqui podemos perceber os valores, 
as suas origens e reinventá-los. Seria o estudo sobre a 
doutrina dos costumes.
Os hábitos morais também são objeto de estudo da 
Sociologia, Antropologia e Psicologia. Ainda para Só-
crates o bem não pode ser ensinado, mas sim encon-
trado pelo método da maiêutica, formando assim a 
ética intelectualista.
O melhor comportamento ético será aquele que con-
seguir ensinar a melhor maneira de viver: A felicidade. 
Esta seria a finalidade última das ações. O que significa 
ser feliz? Riquezas, bens? Estes seriam precários, passa-
geiros. Estaríamos na busca daquilo que nos faz huma-
nos: a racionalidade.
Com a realização da racionalidade alcançamos a felici-
dade humana, possuindo assim uma vida ética e por 
fim, uma vida contemplativa. As ações humanas pos-
suem um fim, cada bem particular procura um bem 
supremo: a felicidade.
Para Aristóteles a ética é voluntarista, a razão depen-
de da vontade humana. Para Platão a ética está liga-
da aos apetites da alma, os seus instintos que podem 
ser controlados pela razão através das virtudes éticas. 
Voltando para Aristóteles também percebemos a ética 
como justa medida ou justo meio: “Nada em demasia”. 
Por exemplo: a coragem é a justa medida entre a teme-
ridade e a timidez. “A ética é justa medida”.
Seriam problemas éticos: A norma e o bem, a ética 
individual e a ética social, classificação das virtudes, a 
relação entre a vida teórica e a vida prática. O hábito 
também compõe parte fundamental na ética. Em Ética 
a Nicômaco, Aristóteles afirma “Uma andorinha só não 
faz verão”. Para ele a ética ocupa toda a vida, o ser hu-
mano se torna aquilo que repetidamente faz, ou se é 
ético ou não. Não existe meio termo.
Já para Immanuel Kant o dever é uma lei moral, um 
guia para as ações. Partindo da natureza racional hu-
mana. Kant encontra na própria razão humana um nor-
te para saber qual ação é correta, o dever.
Teríamos então dois tipos de leis, as materiais: aquelas 
que dependem do conteúdo, tendo como direção o 
empirismo e o utilitarismo. E as leis morais: não depen-
dem do conteúdo, “Deves porque deves”.
Cada sociedade, cada civilização possui as suas teias de 
valores. Para os gregos seria a realidade (cosmos), na 
Idade Média, Deus. Para Kant seria a razão, para Friedrich 
Nietzsche, as convenções sociais.
A busca pelo conhecimento, que é fundamental para 
a formação ética, também perpassa várias questões. 
Desde os Pré-socráticos percebemos a busca da res-
posta para a seguinte pergunta: Como obter conheci-
mento? A cosmologia e a cosmogonia pareciam possí-
veis caminhos.
A partir de Sócrates podemos observar novos cami-
nhos para uma resposta epistemológica. Temos etapas 
para se alcançar o conhecimento, a verdade. Admitir a 
própria ignorância, “Só sei que nada sei”. Em seguida, 
“Conhece-te a ti mesmo”. A maiêutica, o ato de parir, 
dar a luz, ressalta um movimento interno, longo, entrar 
em contato com aquilo que nem se quer tentamos: o 
interior, a alma.
Para Platão, a alma também é determinante no pro-
cesso de obtenção da verdade, utilizando o método 
da dialética: questionar um conhecimento até que 
este seja totalmente purificado, retirando assim todas 
as impurezas nele presentes. Crítico da democracia e 
defensor da República, Platão defendia a divisão de 
dois mundos: O sensível; aquele onde interagimos por 
meio dos sentidos e a verdade é mutável, não sendo 
absoluta, logo, não seria o conhecimento de fato. Seria 
no mundo inteligível, no mundo das ideias, alcançado 
por meio da inteligência que poderíamos observar a 
verdade tal como ela é: universal, absoluta e imutável.
Aristóteles, por sua vez, fala de diferentes graus de 
conhecimento. Diferentemente de Sócrates e Platão, 
Aristóteles defende o conhecimento como algo ex-
terno ao ser humano, sendo assim obtido por meio 
da experiência. O método da sistematização foi então 
55
MÓDULO I
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FILOSOFIA
desenvolvido por ele para selecionar o conhecimento.
Na modernidade temos as seguintes reflexões sobre a 
obtenção do conhecimento: Os racionalistas e o inatis-
mo, os empiristas e a experiência. Além da presença de 
Nietzsche e a questão da perspectiva: cada fato passa 
por uma percepção dos indivíduos que o presenciam. 
Os positivistas, representados por August Comte, fa-
lam sobre o método pautado nas Ciências da natureza 
como principal forma de obtenção de uma verdade 
única e absoluta.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01(Enem 2019) - TEXTO I - Os segredos da 
natureza se revelam mais sob a tortura dos experimen-
tos do que no seu curso natural.
BACON, F. Novum Organum, 1620. In: HADOT, P. O véu de Ísis: ensaio sobre a história da ideia de 
natureza. São Paulo: Loyola, 2006.
TEXTO II - O ser humano, totalmente desintegrado do 
todo, não percebe mais as relações de equilíbrio da na-
tureza. Age de forma totalmente desarmônica sobre o 
ambiente, causando grandes desequilíbrios ambientais.
GUIMARÃES, M. A dimensão ambiental na educação. Campinas: Papirus, 1995.
Os textos indicam uma relação da sociedade diante da 
natureza caracterizada pela:
a) objetificação do espaço físico.
b) retomada do modelo criacionista.
c) recuperação do legado ancestral.
d) infalibilidade do método científico.
e) formação da cosmovisão holística.
 
QUESTÃO 02 (Enem 2020) - Vemos que toda cidade 
é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se 
forma com vistas a algum bem, pois todas as ações de 
todos os homens são praticadas com vistas ao que lhe 
parece um bem; se todas as comunidades visam algum 
bem, é evidente que a mais importante de todas elas 
e que inclui todas as outras tem mais que todas este 
objetivo e visa ao mais importante de todos os bens.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB,1988.
No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que 
associa dois elementos essenciais à discussão sobre a 
vida em comunidade, a saber: 
a) Ética e política, pois conduzem à eudaimonia. 
b) Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na ágora. 
c) Metafísica e ontologia, pois tratam da filosofia 
primeira. 
d) Democracia e sociedade, pois se referem a 
relações sociais. 
e) Geração e corrupção, pois abarcam o campo da physis. 
 
QUESTÃO 03 (Enem 2020) - A sociedade como um sis-
tema justo de cooperação social consiste em uma das 
ideias familiares fundamentais, que dá estrutura e orga-
nização à justiça como equidade. A cooperação social 
guia-se por regras e procedimentos publicamente re-
conhecidos e aceitos por aqueles que cooperam como 
sendo apropriados para regular a sua conduta. Diz-se 
que a é cooperação é justa porque seus termos são tais 
que todos os participantes podem razoavelmente acei-
tar, desde que todos os demais também o aceitem.”
FERES JR., J.; POGREBINSCHI, T. Teoria política contemporânea: uma introdução. Rio de Janeiro: Elsevier. 2010.
No contexto do pensamento político, a ideia apresen-
tada mostra-se consoante o(a):
a) ideal republicano de governo. 
b) corrente tripartite dos poderes. 
c) posicionamento crítico do socialismo. 
d) legitimidade do absolutismo monárquico. 
e) entendimento do contratualismo moderno. 
QUESTÃO 04 (Enem 2020) - TEXTO I
Os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
PESSOA, F. O guardador de rebanhos – IX. In: GALHOZ. M. A. (Org.). Obras poéticas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1999 (fragmento).
TEXTO II - Tudo aquilo que sei do mundo, mesmo por 
ciência, eu o sei a partir de uma visão minha ou de uma 
experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciên-
cia não poderiam dizer nada.
MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologiada percepção. São Paulo: Martins Fontes, 1999 (adaptado).
Os textos mostram-se alinhados a um entendimento 
acerca da ideia de conhecimento, numa perspectiva 
que ampara a:
a) anterioridade da razão no domínio cognitivo. 
b) confirmação da existência de saberes inatos. 
c) valorização do corpo na apreensão da realidade. 
d) verificabilidade de proposições no campo da lógica. 
e) possibilidade de contemplação de verdades atemporais. 
 
QUESTÃO 05 (Enem 2020) - Adão, ainda que supusés-
semos que suas faculdades racionais fossem inteira-
mente perfeitas desde o início, não poderia ter inferido 
da fluidez e transparência da água que ela o sufocaria, 
nem da luminosidade e calor do fogo que este poderia 
consumi-lo. Nenhum objeto jamais revela, pelas quali-
dades que aparecem aos sentidos, nem as causas que 
o produziram, nem os efeitos que dele provirão; e tam-
pouco nossa razão é capaz de extrair, sem auxílio da 
experiência, qualquer conclusão referente à existência 
efetiva de coisas ou questões de fato.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Unesp 2003.
Segundo o autor, qual é a origem do conhecimento 
humano? 
a) A potência inata da mente. 
b) A revelação da inspiração divina. 
c) O estudo das tradições filosóficas. 
d) A vivência dos fenômenos do mundo. 
e) O desenvolvimento do raciocínio abstrato. 
 
56
MÓDULO I
alcancevirtual.al.ce.gov.br
FILOSOFIA
QUESTÃO 06 (Ufpr) - A estética corresponde ao ramo 
da filosofia que se ocupa das manifestações artísticas, 
buscando apontar, por exemplo, os diferentes critérios 
e modos como em diferentes momentos ou culturas se 
percebe e classifica algo como belo, sublime ou agra-
dável. Trata-se, assim, de uma forma de conhecimento 
que não nega a razão, ao certo, mas que coloca em re-
levo a forma como ela se relaciona com a imaginação 
e com a sensibilidade. A partir do exposto acima, é cor-
reto afirmar:
a) Juntamente com a razão, a imaginação e a sensi-
bilidade são fatores indispensáveis para a nossa 
apreensão do mundo e das coisas. 
b) A estética é o campo da filosofia que se ocupa da 
relação entre o pensamento e a religião. 
c) Na estética, a razão predomina sobre a sensibili-
dade e a imaginação. 
d) O sublime e o agradável devem ser apreendidos 
de forma objetiva pelo raciocínio lógico. 
e) Na estética não há lugar para a razão, visto que 
ela se baseia na sensibilidade e na imaginação. 
 
QUESTÃO 07 (Enem PPL) - Uma parte da nossa forma-
ção científica confunde-se com a atividade de uma polí-
cia de fronteiras, revistando os pensamentos de contra-
bando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas 
passam os pensamentos de carimbada cientificidade. A 
biologia, por exemplo, é um modo maravilhoso de emi-
grarmos de nós, de transitarmos para lógicas de outros 
seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que não so-
mos o centro da vida nem o topo da evolução.
COUTO, M. Interinvenções. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado).
No trecho, expressa-se uma visão poética da epistemo-
logia científica, caracterizada pela:
a) implementação de uma viragem linguística com 
base no formalismo. 
b) fundamentação de uma abordagem híbrida com 
base no relativismo. 
c) interpretação da natureza eclética das coisas com 
base no antiacademicismo. 
d) definição de uma metodologia transversal com 
base em um panorama cético. 
e) compreensão da realidade com base em uma 
perspectiva não antropocêntrica. 
 
QUESTÃO 08 (Unesp) - Nosso conhecimento científi-
co “está começando a nos capacitar a interferir direta-
mente nas bases biológicas ou psicológicas da moti-
vação humana, por meio de drogas ou por seleção ou 
engenharia genética, ou usando dispositivos externos 
que interferem no cérebro ou nos processos de apren-
dizagem”, escreveram recentemente os filósofos Julian 
Savulescu e Ingmar Persson. [...] James Hughes, espe-
cialista em bioética [...], defendeu o aprimoramento 
moral, afirmando que ele deve ser voluntário e não co-
ercitivo. “Com a ajuda da ciência, poderemos descobrir 
nossos caminhos para a felicidade e virtude proporcio-
nadas pela tecnologia”.
(Hillary Rosner. “Seria bom viver para sempre?” www.sciam.com.br, outubro de 2016.)
As possibilidades tecnológicas descritas no texto per-
mitem afirmar que:
a) o aprimoramento visado pelos pesquisadores 
desvaloriza o progresso técnico no campo neu-
rocientífico. 
b) tais interferências técnicas somente seriam pos-
sibilitadas sob um regime político totalitário. 
c) ideais espiritualistas de meditação permitem 
concentração intensa da mente. 
d) o caráter voluntário dos experimentos elimina a 
existência de controvérsias de natureza ética. 
e) os recursos científicos estão direcionados ao 
aperfeiçoamento técnico da espécie humana. 
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08
A A E C D A E E
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MÓDULO I
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CIÊNCIAS DA NATUREZA
E SUAS TECNOLOGIAS
MÓDULO I
58
MÓDULO I
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FÍSICA
Cinemática: Corresponde ao estudo dos movimentos, 
descrevendo-os sem a preocupação com as causas 
desses movimentos, ou das transformações que ocor-
rem nesses movimentos.
Posição e referencialPosição e referencial
A fi m de descrevermos a posição de um objeto (um pás-
saro, por exemplo), vamos precisar de um outro objeto 
como referência. No caso da fi gura acima, o rapaz é utili-
zado como referência para avaliar a posição do pássaro.
Sendo assim, o estado de repouso ou de movimento, 
vão depender de um referencial. Quando você está sen-
tado no banco de um carro, está em repouso em relação 
ao referencial do carro. Contudo, esse carro pode encon-
trar-se a 60 km/h em relação à Terra. Nesse caso, você 
também se encontra em movimento no referencial da 
Terra. Dessa forma, o movimento é um estado relativo.
A posição é uma grandeza vetorial, porque será repre-
sentada por uma seta que liga a origem do sistema de 
referência (ou do sistema de coordenadas xyz) ao ob-
jeto cujo movimento se irá analisar.
Contudo, vamos estudar inicialmente o movimento apenas 
em uma direção, que poderá ser a direção x, por exemplo.
Posição no movimento retilíneo (Posição X ou espaço S)Posição no movimento retilíneo (Posição X ou espaço S)
Na fi gura acima, o objeto encontra-se inicialmente na 
posição x = -2 m e, em seguida, na posição x’ = 3 m.
Vetores apresentam três propriedades: módulo (que é 
sempre positivo), direção e sentido.
Contudo, quando o movimento é retilíneo, podemos 
associar o sentido do vetor ao sinal do valor de x.
Deslocamento no movimento retilíneo: O vetor des-
locamento está relacionado à variação do vetor posi-
ção. Assim, é matematicamente defi nido como:
Valores positivos de deslocamento signifi cam deslocamen-
to no sentido a favor do eixo, ou seja, deslocamentos pro-
gressivos, nos quais os valores de x progridem, aumentam.
Valores negativos de deslocamento signifi cam deslocamen-
to no sentido contrário ao do eixo, ou seja, deslocamentos 
retrógrados, nos quais os valores de x retroagem, diminuem.
Movimento progressivo (os valores de x progridem)Movimento progressivo (os valores de x progridem)
Movimento retrógrado (os valores de x retroagem)Movimento retrógrado (os valores de x retroagem)
Instante e intervalo de tempo: Todo evento ocorre 
em uma posição no espaço e no tempo! Quando tra-
tamos de tempo, usamos a expressão “instante”. Para 
termos o valor de um instante, precisamos de um refe-
rencial de tempo, precisamos de um cronômetro que, 
em algum momento registrou zero. Chamamos inter-
valo de tempo entre dois instantes a diferença entre o 
instante fi nal e o instante inicial:
Velocidade média no movimento retilíneo: Defi ne-se ve-
locidade média no movimento retilíneo, matematicamente:
Tal expressão representa a rapidez média com que 
ocorre o deslocamento do objeto.
59
MÓDULO I
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FÍSICA
Caso de um movimento progressivoCaso de um movimento progressivo
Caso de um movimentoretrógradoCaso de um movimento retrógrado
Transformação de unidadesTransformação de unidades
Observações:
- Velocidade média não é necessariamente média de 
velocidades
- (nada de sair somando e dividindo por dois!)
- Ao calcular a velocidade média, deve ser incluído o 
tempo que o objeto fi cou parado na viagem
- Se o objeto retornar à posição inicial, a velocidade 
média será nula.
- Velocidade de percurso ou rapidez de percurso é di-
ferente de velocidade média, porque trata da distância 
percorrida:
Noção de velocidade instantânea: Um instante corres-
ponderia a um intervalo de tempo nulo. Assim, calcular a 
velocidade de tempo em um instante nos traria uma divi-
são por zero. Por isso, na matemática, não se faz a divisão 
por zero, mas por um número que seja quase zero. Aí pode! 
Formalmente defi ne-se velocidade instantânea assim: 
ela é o limite do valor da velocidade média quando o 
intervalo de tempo tende a zero.
Mas relaxa! Por enquanto, você só precisa saber que 
corresponde, no caso de um automóvel, à leitura feita 
no velocímetro!
Agora vem uma observação importante!
Quando nos é fornecido o valor da velocidade média, não 
conseguimos saber se o móvel parou durante o percurso ou 
se ele atingiu velocidades instantâneas acima da permitida. 
Por exemplo, se em uma viagem a velocidade média 
desenvolvida foi de 60 km/h, não se pode garantir que 
o motorista não chegou a 100 km/h em algum trecho!o motorista não chegou a 100 km/h em algum trecho!
Movimento Retilíneo Uniforme: É um movimento 
com vetor velocidade constante (em módulo, em dire-
ção e em sentido). Por isso, ocorre em trajetória retilínea.
Para intervalos de tempo iguais, haverá deslocamentos iguais.Para intervalos de tempo iguais, haverá deslocamentos iguais.
Velocidade média no MRU: Se a velocidade é cons-
tante, a velocidade média terá o valor da velocidade 
instantânea, que é a mesma em todos os instantes:
60
MÓDULO I
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FÍSICA
média ins tantânea
0
0
v v
x v
t
x x v
t t
==
∆∆
==
∆∆
−−
==
−−
Fazendo t0 = 0
0
0 0
x x v x x vt x x vt
t
−−
= → − = → = += → − = → = +
Diferença entre Movimento Retilíneo Uniforme e 
Movimento Uniforme
Movimento uniforme progressivoMovimento uniforme progressivo
Movimento uniforme progressivo com velocidade 
maior que a anterior
Movimento uniforme retrógradoMovimento uniforme retrógrado
Funções horárias e o encontro de objetosFunções horárias e o encontro de objetos
Travessia da ponte ou do Túnel
61
MÓDULO I
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FÍSICA
UltrapassagemUltrapassagem
Propriedades dos gráfi cosPropriedades dos gráfi cos
Vetor aceleração: O vetor aceleração representa o 
quão rápido o vetor velocidade varia (em módulo, em 
direção ou em sentido.
Vetor Aceleração Média: média
va
t
∆∆
==
∆∆
rr
Módulo: média
v
a
t
∆∆
==
∆∆
r
r
Direção: mesma de v∆∆r
Sentido: mesmo de v∆∆r
Aceleração média no movimento retilíneo (cinemá-
tica escalar)
média
v m / sa em m / s²
t s
∆∆
= == =
∆∆
, nesse estudo, não va-
mos escrever o vetor i, mas vamos representar a exis-
tência dele por meio do sinal positivo ou negativo dos 
valores encontrados.
Exemplos
Movimento progressivo e acelerado
Movimento progressivo e retardado
Movimento retrógrado e aceleradoMovimento retrógrado e acelerado
Movimento retrógrado e retardado
62
MÓDULO I
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FÍSICA
Resumo:
A gramática do nome Movimento retilíneo unifor-
memente variado
Matemática do MRUV: Se a aceleração é constante, o 
valor da aceleração instantânea, a cada instante, terá o 
valor da aceleração média:
Gráfi co do valor da velocidade em função do tempo
Função horária do espaço a partir do estudo da 
área do gráfi co da velocidadeárea do gráfi co da velocidade
63
MÓDULO I
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FÍSICA
Resumo das equaçõesResumo das equações
Gráfi cos do movimento
Quando a aceleração é negativa
Quando a aceleração é positivaQuando a aceleração é positiva
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 (Enem) - Você foi contratado para sincro-
nizar os quatro semáforos de uma avenida, indicados 
pelas letras O, A, B e C, conforme a fi gura.
Os semáforos estão separados por uma distância de 
500 m. Segundo os dados estatísticos da companhia 
controladora de trânsito, um veículo, que está inicial-
mente parado no semáforo O, tipicamente parte com 
aceleração constante de 1m s-2 até atingir a velocidade 
de 72 km h-1 e, a partir daí, prossegue com velocida-
de constante. Você deve ajustar os semáforos A, B e C 
de modo que eles mudem para a cor verde quando o 
64
MÓDULO I
alcancevirtual.al.ce.gov.br
FÍSICA
veículo estiver a 100 m de cruzá-los, para que ele não 
tenha que reduzir a velocidade em nenhum momen-
to. Considerando essas condições, aproximadamente 
quanto tempo depois da abertura do semáforo O os 
semáforos A, B e C devem abrir, respectivamente? 
a) 20s, 45s e 70s b) 25s, 50s e 75s
c) 28s, 42s e 53s d) 30s, 56s e 80s
e) 35s, 60s e 85s
 
QUESTÃO 02 (Enem) - A agricultura de precisão reúne 
técnicas agrícolas que consideram particularidades lo-
cais do solo ou lavoura a fim de otimizar o uso de re-
cursos. Uma das formas de adquirir informações sobre 
essas particularidades é a fotografia aérea de baixa al-
titude realizada por um veículo aéreo não tripulado 
(vant). Na fase de aquisição é importante determinar o 
nível de sobreposição entre as fotografias. A figura ilus-
tra como uma sequência de imagens é coletada por um 
vant e como são formadas as sobreposições frontais.
O operador do vant recebe uma encomenda na qual as 
imagens devem ter uma sobreposição frontal de 20% 
em um terreno plano. Para realizar a aquisição das ima-
gens, seleciona uma altitude H fixa de voo de 1.000m 
a uma velocidade constante de 50 ms-1. A abertura da 
câmera fotográfica do vant é de 90º. Considere tg (45º) - 1
Natural Resources Canada. Concepts of Aerial Photography. Disponível em: www.nrcan.gc.ca. Acesso em: 26 abr. 2019 (adaptado).
Com que intervalo de tempo o operador deve adquirir 
duas imagens consecutivas? 
a) 40 segundos b) 32 segundos 
c) 28 segundos d) 16 segundos 
e) 8 segundos 
 
QUESTÃO 03 (Enem (Libras) - No Brasil, a quantidade 
de mortes decorrentes de acidentes por excesso de ve-
locidade já é tratada como uma epidemia. Uma forma 
de profilaxia é a instalação de aparelhos que medem a 
velocidade dos automóveis e registram, por meio de 
fotografias, os veículos que trafegam acima do limite 
de velocidade permitido. O princípio de funcionamen-
to desses aparelhos consiste na instalação de dois sen-
sores no solo, de forma a registrar os instantes em que 
o veículo passa e, em caso de excesso de velocidade, 
fotografar o veículo quando ele passar sobre uma marca 
no solo, após o segundo sensor. Considere que o dispo-
sitivo representado na figura esteja instalado em uma 
via com velocidade máxima permitida de 60 km / h.
No caso de um automóvel que trafega na velocidade 
máxima permitida, o tempo, em milissegundos, medi-
do pelo dispositivo, é:
a) 8,3 b) 12,5 c) 30,0 d) 45,0 e) 75,0
QUESTÃO 04 (Enem PPL) - Antes das lombadas ele-
trônicas, eram pintadas faixas nas ruas para controle da 
velocidade dos automóveis. A velocidade era estimada 
com o uso de binóculos e cronômetros. O policial uti-
lizava a relação entre a distância percorrida e o tempo 
gasto, para determinar a velocidade de um veículo. 
Cronometrava-se o tempo que um veículo levava para 
percorrer a distância entre duas faixas fixas, cuja dis-
tância era conhecida. A lombada eletrônica é um sis-
tema muito preciso, porque a tecnologia elimina erros 
do operador. A distância entre os sensores é de 2 me-
tros, e o tempo é medido por um circuito eletrônico. 
O tempo mínimo, em segundos, que o motorista deve 
gastar para passar pela lombada eletrônica, cujo limite 
é de 40 km/h, sem receber uma multa, é de:
a) 0,05. b) 11,1. c) 0,18.
d) 22,2. e) 0,50.
 
QUESTÃO 05 (Enem PPL) - Em apresentaçõesmusicais 
realizadas em espaços onde o público fica longe do 
palco, é necessária a instalação de alto-falantes adicio-
nais a grandes distâncias, além daqueles localizados no 
palco. Como a velocidade com que o som se propaga 
no ar ( Vsom = 3,4 x 10
2m/s), é muito menor do que a ve-
locidade com que o sinal elétrico se propaga nos cabos 
(Vsinal = 2,6 x 10
8 m/s), é necessário atrasar o sinal elétrico 
de modo que este chegue pelo cabo ao alto-falante no 
mesmo instante em que o som vindo do palco chega 
pelo ar. Para tentar contornar esse problema, um técni-
co de som pensou em simplesmente instalar um cabo 
elétrico com comprimento suficiente para o sinal elétri-
65
MÓDULO I
alcancevirtual.al.ce.gov.br
FÍSICA
co chegar ao mesmo tempo que o som, em um alto-fa-
lante que está a uma distância de 680 metros do palco. 
A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elé-
trico de comprimento mais próximo de:
a) 1,1 x 103 km b) 8,9 x 10⁴ km
c) 1,3 x 10⁵ km d) 5,2 x 10⁵ km
e) 6,0 x 1013 km
 
QUESTÃO 06 (Enem cancelado) - No mundial de 
2007, o americano Bernard Lagat, usando pela primei-
ra vez uma sapatilha 34% mais leve do que a média, 
conquistou o ouro na corrida de 1,500 metros com um 
tempo de 3,58 minutos. No ano anterior, em 2006, ele 
havia ganhado medalha de ouro com um tempo de 
3,65 minutos nos mesmos 1,500 metros.
Revista Veja, São Paulo, ago. 2008 (adaptado).
Sendo assim, a velocidade média do atleta aumentou 
em aproximadamente:
a) 1,05% b) 2,00% c) 4,11%
d) 4,19% e) 7,00%
 
QUESTÃO 07 (Enem PPL) - Ao soltar um martelo e 
uma pena na Lua em 1973, o astronauta David Scott 
confirmou que ambos atingiram juntos a superfície. 
O cientista italiano Galilei Galilei (1564-1642), um 
dos maiores pensadores de todos os tempos, previu 
que, se minimizarmos a resistência do ar, os corpos 
chegariam juntos à superfície.
OLIVEIRA, A. A influência do olhar Disponível em: www.cienciahoje.org.br. Acesso em: 15 ago. 2016 (adaptado).
Na demonstração, o astronauta deixou cair em um 
mesmo instante e de uma mesma altura um martelo 
de 1,32 kg e uma pena de 30 g. Durante a queda no 
vácuo, esses objetos apresentam iguais 
a) inércias. b) impulsos.
c) trabalhos. d) acelerações.
e) energias potenciais. 
 
QUESTÃO 08 (Enem cancelado) - O Super-homem 
e as leis do movimento. Uma das razões para pensar 
sobre física dos super-heróis é, acima de tudo, uma 
forma divertida de explorar muitos fenômenos físicos 
interessantes, desde fenômenos corriqueiros até even-
tos considerados fantásticos. A figura seguinte mostra 
o Super-homem lançando-se no espaço para chegar 
ao topo de um prédio de altura H. Seria possível ad-
mitir que com seus superpoderes ele estaria voando 
com propulsão própria, mas considere que ele tenha 
dado um forte salto. Neste caso, sua velocidade final 
no ponto mais alto do salto deve ser zero, caso con-
trário, ele continuaria subindo. Sendo g a aceleração 
da gravidade, a relação entre a velocidade inicial do 
Super-homem e a altura atingida é dada por: v2 = 2gH.
A altura que o Super-homem alcança em seu salto de-
pende do quadrado de sua velocidade inicial porque:
a) a altura do seu pulo é proporcional à sua velo-
cidade média multiplicada pelo tempo que ele 
permanece no ar ao quadrado. 
b) o tempo que ele permanece no ar é diretamente 
proporcional à aceleração da gravidade e essa é 
diretamente proporcional à velocidade. 
c) o tempo que ele permanece no ar é inversamente 
proporcional à aceleração da gravidade e essa é 
inversamente proporcional à velocidade média. 
d) a aceleração do movimento deve ser elevada ao qua-
drado, pois existem duas acelerações envolvidas: a 
aceleração da gravidade e a aceleração do salto. 
e) a altura do seu pulo é proporcional à sua velo-
cidade média multiplicada pelo tempo que ele 
permanece no ar, e esse tempo também depen-
de da sua velocidade inicial.
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08
D B C C D B D E
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MÓDULO I
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QUÍMICA
QUÍMICA AMBIENTAL
Competências:
ÁREA 3 - Associar intervenções que resultam em degra-
dação ou conservação ambiental a processos produtivos 
e sociais e a instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
H8 – Identificar etapas em processos de obtenção, trans-
formação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, 
energéticos ou matérias-primas, considerando proces-
sos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
H10 – Analisar perturbações ambientais, identificando 
fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou pre-
vendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
H12 – Avaliar impactos em ambientes naturais decor-
rentes de atividades sociais ou econômicas, conside-
rando interesses contraditórios.
ÁREA 5 - Entender métodos e procedimentos próprios 
das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
H17 – Relacionar informações apresentadas em diferentes 
formas de linguagem e representação usadas nas ciências 
físicas, químicas ou biológicas, como texto discursivo, gráfi-
cos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 – Relacionar propriedades físicas, químicas ou 
biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos 
tecnológicos às finalidades a que se destinam.
H19 – Avaliar métodos, processos ou procedimentos 
das ciências naturais que contribuam para diagnosti-
car ou solucionar problemas de ordem social, econô-
mica ou ambiental.
ÁREA 7 - Apropriar-se de conhecimentos da química 
para, em situações problema, interpretar, avaliar ou 
planejar intervenções científico-tecnológicas.
H26 – Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou 
econômicas na produção ou no consumo de recursos 
energéticos ou minerais, identificando transformações 
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 – Avaliar propostas de intervenção no meio am-
biente aplicando conhecimentos químicos, observan-
do riscos ou benefícios.
Chuvas Ácidas
Processo de como ocorre a chuva ácida: Entre os vá-
rios problemas ambientais consequentes da Revolu-
ção Industrial está a chuva ácida. A chuva contém um 
pequeno grau natural de acidez, que por sua vez, não 
agride o meio ambiente. No entanto, esse processo é 
intensificado em virtude do grande lançamento de ga-
ses poluentes na atmosfera, fenômeno esse, que ocor-
re principalmente nas cidades industrializadas, com 
grande quantidade de veículos automotores e em lo-
cais onde estão instaladas usinas termoelétricas. Entre-
tanto, em função das correntes atmosféricas, as chuvas 
ácidas podem ser desencadeadas em locais distantes 
de onde os poluentes foram emitidos.
Os óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido de carbono 
(CO2) e o dióxido de enxofre (SO2) (liberados na atmos-
fera pela queima de combustíveis fósseis) em reação 
com as partículas de água que formam as nuvens, tem 
como resultado o ácido nítrico (HNO3) e o ácido sulfúri-
co (H2SO4), que depois se precipitam em forma de chu-
va, neve ou neblina, caracterizando as chuvas ácidas.
As chuvas ácidas prejudicam as lavouras, altera os ecossis-
temas aquáticos, contribui para a destruição de florestas, 
danifica edifícios, corroí monumentos históricos, contami-
na a água potável, e sobretudo, prejudica a saúde humana.
As maiores ocorrências de chuvas ácidas até os anos 
1990, era nos Estados Unidos. No entanto, os países 
asiáticos – principalmente China, Índia, Tailândia e Ja-
pão – superaram os EUA. Essas nações asiáticas lançam 
na atmosfera, cerca de 34 milhões de toneladas de di-
óxido de enxofre (SO2) ao ano, pois elas são extrema-
mente dependentes do carvão para o desenvolvimen-
to das atividades industriais.
As regiões mais afetadas pela chuva ácida são a Europa, 
a América do Norte e alguns países asiáticos. No Brasil, 
esse fenômeno ocorre com mais intensidade nas cida-
des com grande concentração industrial (São Paulo, 
Cubatão, Rio de Janeiro).
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) estima que 
cerca de 35% dos ecossistemas europeus se encontram 
degradadospelas chuvas ácidas. Entre as principais 
67
MÓDULO I
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QUÍMICA
medidas para a redução desse fenômeno, figura-se o 
uso de fontes energéticas limpas, como por exemplo, a 
energia solar e a energia eólica.
Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/chuvas-acidas.htm
Destruição da camada de ozônio pelos CFCs
 
A maioria dos Sprays contém CFCs, que destroem a camada de ozônio
Os Clorofluorcarbonetos, também comumente cha-
mados de CFCs, são haletos orgânicos formados, como 
o próprio nome diz, por cloro, flúor e carbono. Esses 
compostos também são conhecidos como freons. Os 
mais comuns desse grupo são o triclorofluormetano 
(CCl3F) e o  dicloro-difluormetano (CCl2F2).
Na década de 1970, descobriu-se que o grande res-
ponsável pela destruição da camada de ozônio era o 
uso desses fréons em refrigeradores - esses compostos 
estão presentes também em produtos tipo spray e em 
ares-condicionados. Até então eles eram considerados 
inertes. No entanto, os químicos Mário J. Molina (me-
xicano) e F. Sherwood Rowland (americano) relataram 
pela primeira vez, em 1974, que o ozônio (O3) poderia 
ser destruído pelos CFCs.
A reação de degradação do ozônio ocorre primeiro 
pela decomposição das moléculas de CFCs por meio 
da radiação solar na estratosfera:
CH3Cl (g)  CH3 (g) + Cl(g)
Em seguida, os átomos de cloro liberados reagem com 
o ozônio, conforme a equação a seguir:
Cl(g)+O3  ClO(g)+O2 (g)
Desse modo, os átomos de cloro terão um efeito devas-
tador, pois esse ClO formado reagirá novamente com os 
átomos livres de oxigênio, formando mais átomos de 
cloro, que reagirão com o oxigênio e assim por diante.
ClO(g) + O (g)  Cl(g) + O2 (g)
Esse efeito é destruidor porque areação dos átomos de 
cloro com o ozônio ocorre 1500 vezes mais rápido que 
a reação abaixo, em que os próprios átomos livres  de 
oxigênio presentes na atmosfera decompõem o ozônio.
O(g) + O3(g)  O2 (g) + O2 (g)
Assim, um simples átomo de cloro pode destruir cerca 
de um milhão de moléculas de ozônio, levando ainda 
em consideração o fato de que os CFCs permanecem 
na troposfera por aproximadamente 100 anos.
Por isso, em 1987, representantes dos maiores produ-
tores de CFCs se reuniram em Montreal e assinaram 
um acordo de gradativamente substituí-los por subs-
tâncias que não agridem a camada de ozônio.
Entretanto, além de ser um processo demorado, as 
substâncias que foram desenvolvidas para substituir 
os freons (hidroclorofluorcarbonetos e hidrofluorcar-
bonetos) contribuem para o aquecimento global.
Assim, resta-nos esperar mais pesquisas nessa área 
para que se desenvolvam substâncias inofensivas à 
camada de ozônio e à natureza. Além disso, devemos 
fazer a nossa parte, evitando sprays que contenham 
CFCs como gases propelentes.
Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/destruicao-camada-ozonio-pelos-cfcs.htm
Efeito estufa – Resumo das causas e consequências
O efeito estufa é um processo natural pelo qual parte da 
radiação solar permanece na atmosfera em forma de calor. 
Sem esse fenômeno, a temperatura do nosso planeta se 
esfriaria a ponto de inviabilizar a vida tal qual conhecemos.
Cerca de 35% da radiação solar que incide sobre a su-
perfície do planeta é refletida de volta para o espaço 
e aproximadamente 65% fica retida na atmosfera. Isso 
acontece sobretudo devido a ação de gases como o 
ozônio, gás carbônico e metano.
O efeito estufa natural mantém a Terra a uma tempera-
tura média de 15ºC, cerca de 30ºC acima do que ela te-
ria na sua ausência. O nome remete à dinâmica de uma 
estufa, na qual a radiação solar passa pelo vidro, mas o 
calor (radiação de comprimento de onda mais longo) 
não sai direto porque é absorvido, primeiro, pelo vidro.
Foto: depositphotos
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MÓDULO I
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QUÍMICA
O problema está no fato de que as atividades humanas 
podem aumentar a quantidade de calor retido na su-
perfície terrestre, devido à emissão de gases provenien-
tes das indústrias, principalmente. A poluição atmosfé-
rica agravou-se com a Revolução Industrial, iniciada na 
segunda metade do século XVIII, na Inglaterra, quando 
o movimento migratório da população rural aumentou 
em direção às cidades e as atividades baseadas na quei-
ma de combustíveis fósseis cresceu exponencialmente.
Nos centros urbanos industrializados, a poluição do ar 
passou a ser um grave problema ambiental e de saúde, 
provocada principalmente pela presença das indústrias 
e pelo número crescente de automóveis.
Efeito estufa e o aquecimento global: A tese do 
“aquecimento global” começou a ganhar destaque a 
partir da década de 80, com seu argumento central ba-
seado na associação entre os registros do aumento da 
temperatura média do planeta nos últimos 150 anos e 
o aumento da concentração de gases poluentes.
Esses gases são produzidos pelo uso de combustíveis 
fósseis, como o carvão e o petróleo e seus derivados. 
Monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio (monóxi-
do e dióxido de nitrogênio), dióxido de carbono (CO2) 
e metano  (CH4) estão entre os principais causadores 
desses desequilíbrios.
Consequências do Efeito Estufa
Foto: depositphotos
O aumento da temperatura do planeta é responsável 
por uma série de problemas. O derretimento parcial das 
calotas polares levaria ao aumento do nível do mar em 
cerca de 60 cm. Além disso, seriam mais comuns eventos 
climáticos extremos como ondas de calor, furacões e se-
cas, que provocariam um complexo conjunto de reações, 
afetando numerosos sistemas naturais e a produção agrí-
cola em todo o mundo – o que interfere diretamente na 
segurança alimentar mundial.
Medidas para amenizar o problema: Vários países, 
organizações não governamentais e entidades do go-
verno já se reuniram para discutir medidas que ameni-
zem o processo. Em 1997, foi realizada a 3ª Conferên-
cia das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre 
Mudanças Climáticas, em Kyoto, no Japão. Naquela 
ocasião, 84 países assinaram o Protocolo de Kyoto, que 
visava à redução das emissões dos gases de efeito es-
tufa (GEE) dos países industrializados.
De acordo com esse tratado, os países desenvolvidos 
deveriam reduzir essas emissões em 5,2%, no período 
de 2008 a 2012, e criar um modelo de desenvolvimen-
to limpo para os países em desenvolvimento. Países 
como Estados Unidos e China, altamente industrializa-
dos, no entanto, dificultaram esse processo ao afirmar 
que a redução na emissão desses gases prejudicaria o 
avanço industrial.
Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/efeito-estufa-resumo-das-causas-e-consequencias/
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01 (Enem 2020) - O dióxido de carbono 
passa para o estado sólido (gelo seco) a -78º C e retor-
na ao estado gasoso à temperatura ambiente. O gás é 
facilmente solubilizado em água, capaz de absorver ra-
diação infravermelha da superfície da terra e não con-
duz eletricidade. Ele é utilizado como matéria-prima 
para a fotossíntese até o limite de saturação. Após a fi-
xação pelos organismos autotróficos, o gás retorna ao 
meio ambiente pela respiração aeróbica, fermentação, 
decomposição ou por resíduos industriais, queima de 
combustíveis fósseis e queimadas. Apesar da sua im-
portância ecológica, seu excesso causa perturbações 
no equilíbrio ambiental. Considerando as proprieda-
des descritas, o aumento atmosférico da substância 
afetará os organismos aquáticos em razão da:
a) redução do potencial hidrogeniônico da água.
b) restrição da aerobiose pelo excesso de poluentes.
c) diminuição da emissão de oxigênio pelos autótrofos.
d) limitação de transferência de energia entre 
os seres vivos.
e) retração dos oceanos pelo congelamento do gás 
nos polos.
 
QUESTÃO 02 (Enem 2020) - A Química Verde é um 
ramo da química que prega o desenvolvimento de 
processos eficientes, que transformem a maior parte 
do reagente em produto, de forma mais rápida e se-
letiva, que utilizem poucos reagentes, que produzam 
somente o produto desejado, evitando a formação de 
coprodutos, e queutilizem solventes não agressivos ao 
meio ambiente. Assim, as indústrias contornariam pro-
blemas relacionados à poluição ambiental e ao desper-
dício de água e energia. O perfil de um processo que 
segue todos os princípios desse ramo da química pode 
ser representado por:
a) A + B + C  D (a reação ocorre a altas pressões). 
b) A + B  C + D (a reação é fortemente endotérmica). 
c) A + 3B  C (a reação ocorre com uso de solvente orgânico). 
69
MÓDULO I
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QUÍMICA
d) 3A + 2B  2C  3D + 2E (a reação ocorre sob 
pressão atmosférica).
e) A + 1/2B  C (a reação ocorre com o uso de um 
catalisador contendo um metal não tóxico).
QUESTÃO 03 (Enem 2019) - Algumas toneladas de me-
dicamentos para uso humano e veterinário são produzi-
das por ano. Os fármacos são desenvolvidos para serem 
estáveis, mantendo suas propriedades químicas de forma 
a atender a um propósito terapêutico. Após o consumo 
de fármacos, parte de sua dosagem é excretada de for-
ma inalterada, persistindo no meio ambiente. Em todo o 
mundo, antibióticos, hormônios, anestésicos, anti-infla-
matórios, entre outros, são detectados em concentrações 
preocupantes no esgoto doméstico, em águas superfi-
ciais e de subsolo. Dessa forma, a ocorrência de fármacos 
residuais no meio ambiente pode apresentar efeitos ad-
versos em organismos aquáticos e terrestres.
BILA, D. M.; DEZOTTI, M. Fármacos no meio ambiente. Química Nova, v. 26, n. 4, ago. 2003 (adaptado).
Qual ação minimiza a permanência desses contami-
nantes nos recursos hídricos?
a) Utilização de esterco como fertilizante na agricultura.
b) Ampliação das redes de coleta de esgoto na zona urbana.
c) Descarte dos medicamentos fora do prazo de 
validade em lixões.
d) Desenvolvimento de novos processos nas estações 
de tratamento de efluentes.
e) Reuso dos lodos provenientes das estações de 
tratamento de esgoto na agricultura.
QUESTÃO 04 (Enem (Libras) 2017) - A energia elétrica 
nas instalações rurais pode ser obtida pela rede pública 
de distribuição ou por dispositivos alternativos que geram 
energia elétrica, como os geradores indicados no quadro.
Tipo Geradores Funcionamento
I A gasolina
Convertem energia térmica 
da queima da gasolina em 
energia elétrica
II Fotovoltaicos
Convertem energia so-
lar em energia elétrica e 
armazenam-na em baterias
III Hidráulicos
Uma roda-d’água é acopla-
da a um dínamo, que gera 
energia elétrica
IV A carvão
Com a queima do carvão, a 
energia térmica transforma-
-se em energia elétrica
Disponível em: www.ruralnews.com.br. Acesso em: 20 ago. 2014.
Os geradores que produzem resíduos poluidores durante 
o seu funcionamento são:
a) I e II. b) I e III. c) I e IV.
d) II e III. e) III e IV. 
 
QUESTÃO 05 (Enem PPL 2017) - As lâmpadas fluo-
rescentes apresentam vantagens com maior eficiência 
luminosa, vida útil mais longa e redução do consumo 
de energia. Contudo, um dos constituintes de energia. 
Contudo, um dos constituintes dessas lâmpadas é o 
mercúrio, que apresenta sérias restrições ambientais 
em função de sua toxicidade. Dessa forma, as lâmpa-
das fluorescentes devem passar por um processo pré-
vio de descontaminação antes do descarte ou recicla-
gem do material. O ideal é que nesse processo se tenha 
o menor impacto ambiental e, se possível, o mercúrio 
seja recuperado e empregado em novos produtos.
DURÃO JR, W. A.; WINDMÖLLER, C. C. A questão do mercúrio em lâmpadas fluorescentes. Química Nova na Escola, n. 28, 2008 (adaptado).
Considerando os impactos ambientais negativos, o 
processo menos indicado de descontaminação desse 
metal presente nas lâmpadas seria o(a):
a) encapsulamento, no qual as lâmpadas são tritura-
das por via seca ou úmida, o material resultante 
é encapsulado em concreto e a disposição final 
do resíduo é armazenada em aterros. 
b) lixiviação ácida, com a dissolução dos resíduos 
sólidos das lâmpadas em ácido (HNO3), seguida 
de filtração e neutralização da solução para recu-
perar os compostos de mercúrio. 
c) incineração, com a oxidação das lâmpadas junto 
com o lixo urbano em altas temperaturas, com 
redução do material sólido e lançamento dos 
gases e vapores para a atmosfera. 
d) processo térmico, no qual o resíduo é aquecido 
em sistema fechado para vaporizar o mercúrio e 
em seguida ocorre o resfriamento para conden-
sar o vapor e obter o mercúrio elementar. 
e) separação por via química, na qual as lâmpadas 
são trituradas em sistema fechado, em seguida 
aditivos químicos são adicionados para precipi-
tação e separação do mercúrio. 
 
QUESTÃO 06 (Enem (Libras) 2017) - A Química Verde 
pode ser definida como criação, o desenvolvimento e a 
aplicação de produtos e processos químicos para redu-
zir ou eliminar o uso e a geração de substâncias nocivas 
à saúde humana e ao meio ambiente. Um recurso de ge-
ração de energia que obedeça a esses princípios é:
a) Petróleo bruto. b) Carvão mineral.
c) Biocombustível. d) Usinas nucleares.
e) Usinas termoelétricas.
 
QUESTÃO 07 (Enem (Libras) 2017) - O polietileno é 
formado pela polimerização do eteno, sendo usual-
mente obtido pelo craqueamento da nafta, uma fra-
ção do petróleo. O “plástico verde” é um polímero pro-
duzido a partir da cana-de-açúcar, da qual se obtém o 
etanol, que é desidratado a eteno, e este é empregado 
para a produção do polietileno. A degradação do po-
lietileno produz gás carbônico (CO2), cujo aumento 
da concentração na atmosfera contribui para o efeito 
70
MÓDULO I
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QUÍMICA
estufa. Qual a vantagem de se utilizar eteno da cana-
-de-açúcar para produzir plástico?
a) As fontes utilizadas são renováveis.
b) Os produtos gerados são biodegradáveis.
c) Os produtos gerados são de melhor qualidade.
d) Os gases gerados na decomposição estão em 
menor quantidade.
e) Os gases gerados na decomposição são menos 
agressivos ao ambiente.
QUESTÃO 08 (Enem 2ª aplicação 2016) - Algumas 
práticas agrícolas fazem uso de queimadas, apesar de 
produzirem grandes efeitos negativos. Por exemplo, 
quando ocorre a queima da palha de cana-de-açúcar, 
utilizada na produção de etanol, há emissão de poluen-
tes como CO2, SOX, NOX e materiais particulados (MP) 
para a atmosfera. Assim, a produção de biocombustí-
veis pode, muitas vezes, ser acompanhada da emissão 
de vários poluentes.
CARDOSO, A. A.; MACHADO, C. M. D.; PEREIRA, E. A. Biocombustível: o mito do combustível limpo. Química Nova na 
Escola, n. 28, maio 2008 (adaptado).
Considerando a obtenção e o consumo desse biocom-
bustível, há transformação química quando:
a) o etanol é armazenado em tanques de aço inoxidável. 
b) a palha de cana-de-açúcar é exposta ao sol para 
secagem. 
c) a palha da cana e o etanol são usados como fonte 
de energia. 
d) os poluentes SOX, NOX e MP são mantidos intac-
tos e dispersos na atmosfera. 
e) os materiais particulados (MP) são espalhados no 
ar e sofrem deposição seca. 
 
QUESTÃO 09 (Enem 2ª aplicação 2016) - Nos anos 
1990, verificou-se que o rio Potomac, situado no esta-
do norte-americano de Maryland, tinha, em parte de 
seu curso, águas extremamente ácidas por receber um 
efluente de uma mina de carvão desativada, o qual con-
tinha ácido sulfúrico (H2SO4). Essa água, embora límpi-
da, era desprovida de vida. Alguns quilômetros adiante, 
instalou-se uma fábrica de papel e celulose que empre-
ga hidróxido de sódio (NaOH) e carbonato de sódio Na-
2CO3 em seus processos. Em pouco tempo, observou-
-se que, a partir do ponto em que a fábrica lança seus 
rejeitos no rio, a vida aquática voltou a florescer.
HARRIS, D. C. Análise química quantitativa.Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2012 (adaptado).
A explicação para o retorno da vida aquática nesse rio é a:
a) diluição das águas do rio pelo novo efluente 
lançado nele. 
b) precipitação do íon sulfato na presença do 
efluente da nova fábrica. 
c) biodegradação do ácido sulfúrico em contato 
com o novo efluente descartado. 
d) diminuição da acidez das águasdo rio pelo 
efluente da fábrica de papel e celulose. 
e) volatilização do ácido sulfúrico após contato com 
o novo efluente introduzido no rio. 
 
QUESTÃO 10 (Enem PPL 2016) - O processo de des-
sulfurização é uma das etapas utilizadas na produção 
do diesel. Esse processo consiste na oxidação do enxo-
fre presente na forma de sulfeto de hidrogênio (H2S) 
a enxofre elementar (sólido) que é posteriormente 
removido. Um método para essa extração química é 
o processo Claus, no qual parte do H2S é oxidada a di-
óxido de enxofre (SO2) e, então, esse gás é usado para 
oxidar o restante do H2S. Os compostos de enxofre re-
manescentes e as demais moléculas presentes no die-
sel sofrerão combustão no motor.
MARQUES FILHO, J. Estudo da fase térmica do processo Claus utilizando fluidodinâmica computacional. São Paulo: USP, 2004 (adaptado).
O benefício do processo Claus é que, na combustão do 
diesel, é minimizada a emissão de gases:
a) formadores de hidrocarbonetos. 
b) produtores de óxidos de nitrogênio. 
c) emissores de monóxido de carbono. 
d) promotores da acidificação da chuva. 
e) determinantes para o aumento do efeito estufa. 
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
A E D C C C A C D D
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BIOLOGIA
SISTEMA DIGESTÓRIO
Nutrição − Tipos Básicos: Todo ser vivo necessita, para 
sua sobrevivência, de alimentos como fonte de energia 
e de matéria-prima para construir sua própria estrutura.
Os vegetais, em geral, são capazes de fabricar seus pró-
prios alimentos a partir de substâncias simples como o 
CO2 e a água, utilizando como fonte de energia a luz 
solar, num processo de fotossíntese, são por isso, deno-
minados seres autótrofos.
Os animais, ao contrário, têm que obter substâncias or-
gânicas já elaboradas − os alimentos, comendo vegetais 
ou outros animais; são denominados seres heterótrofos.
Os alimentos são constituídos predominantemente 
por três grupos de compostos orgânicos complexos: 
proteínas, carboidratos e lipídios, que não podem ser 
incorporados diretamente pelos organismos animais. 
É necessário, portanto, um processo de desdobramen-
to das proteínas em aminoácidos, dos carboidratos em 
açúcares simples e das gorduras em ácidos graxos e 
glicerol, ou seja, em moléculas menores e mais solú-
veis a fim de que possam ser absorvidas pelo corpo.
Esse processo é denominado digestão e ocorre em con-
juntos de estruturas integradas fisiologicamente denomi-
nadas sistema digestivo, cuja função principal é a nutrição.
Assim, a nutrição consiste na ingestão (obtenção do alimen-
to), na digestão (quebra em partículas menores) e na assimi-
lação (incorporados os nutrientes ás células e tecidos).
Os autótrofos podem ser classificados em dois grupos:
- Autótrofos fotossintetizantes (já definido anteriormente);
- Autótrofos quimiossintetizantes algumas bactérias 
que produzem suas próprias moléculas orgânicas uti-
lizando a energia liberada da oxidação de certas subs-
tâncias (sulfetos, nitritos, nitratos).
Os heterótrofos, por sua vez, também são divididos 
em dois grupos:
- Os heterótrofos por ingestão − compreendem a 
maioria dos animais e muitos protozoários que fazem 
a ingestão, digestão e assimilação de nutrientes.
- Os heterótrofos por absorção – obtêm nutrientes di-
retamente por absorção, utili zando-se diretamente no 
metabolismo. Também denominados saprobiontes, in-
cluem os fungos, várias bactérias e alguns protozoários.
- Alguns seres vivos, variando as circunstâncias, po-
dem apresentar nutrição autotrófica, ou heterotrófica, 
tais como a euglena e as plantas carnívoras, sendo, por 
isso, denominadas mixótrofos.
SISTEMA DIGESTIVO HUMANO
Sistema digestivo humano
Fases da digestão 
FASE MECÂNICA - Após a ingestão, os alimentos já 
começaram a sofrer uma digestão mecânica (mastiga-
ção) e química (insalivação).
Mastigação: consiste na ação física dos dentes e da 
língua sobre os alimentos.
Os dentes podem ser classificados em:
a) Incisivos (I) − servem para cortar
b) Caninos (C) − prestam-se para dilacerar a carne.
c) Pré-molares (P.M.) e molares (m) − destinados à 
trituração dos alimentos.
Isalivação: Trata-se da ação da saliva sobre os alimen-
tos, simultaneamente com a mastigação.
Secreção Salivar: As principais glândulas da salivação 
são as parótidas, as submandibulares e as sublinguais, 
existindo, além delas, as glândulas salivares menores 
ou orais. A saliva compreende dois tipos principais de 
secreção protética: uma secreção serosa, contendo a 
ptialina ou amilase salivar (enzima para a digestão do 
amido), outra, uma secreção mucosa, contendo mucina, 
substância lubrificante. Outros componentes da saliva: 
quantidades grandes de íons potássio e bicarbonato; 
substâncias bactericidas (íons tiocianato e a lisozima, 
uma das enzimas proteolíticas que ajudam a destruir as 
bactérias); quantidades significativas de anticorpos ca-
pazes de destruir bactérias orais.
Regulação da secreção salivar: o centro de controle da 
secreção salivar está localizado no tronco encefálico e é 
ativado (ou inibido) tanto pelos estímulos gustativos no 
nível da boca, como pelo menos impulsos provenientes 
do cérebro, como resultado de sensações olfatórias, da 
visualização do alimento ou de fatores emocionais.
Deglutição: Consiste resumidamente nos seguintes eventos:
a) o alimento é voluntariamente pressionado pela 
língua (num movimento para cima e para trás) 
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BIOLOGIA
contra o palato membranoso. Este, ao ser em-
purrado para cima, fecha as coanas, evitando, as-
sim, que o alimento alcance as cavidades nasais.
b) com o movimento da língua, a epiglote dobra-se 
para baixo, sobre a abertura superior da laringe, 
ao mesmo tempo que as cordas vocais são for-
temente aproximadas uma da outra, o que evita 
que o alimento caia nas veias respiratórias.
c) o bolo alimentar passa automaticamente da fa-
ringe para o esôfago, cujos movimentos peristál-
ticos o conduzem ao estômago.
FASE GÁSTRICA - Ocorre no estômago, uma bolsa 
músculo-membranosa localizada no abdome, logo 
abaixo do diafragma.
A comunicação esôfago-gástrica é denominada cárdia, 
onde existe uma válvula funcional que evita, normal-
mente, o reflexo do bolo alimentar para o esôfago. A 
junção gastro-duodenal é guarnecida por uma válvula 
ou esfíncter pilórico, que regula o esvaziamento do es-
tômago para o duodeno, após o alimento ter alcança-
do a consistência de uma massa denominada quimo.
A ação do suco gástrico sobre o bolo alimentar recebe 
a denominação de qualificação.
Secreção Gástrica: O epitélio da mucosa gástrica é do 
tipo simples colunar. Além das células secretoras de 
muco (glicoproteínas), que revestem toda a superfície 
do estômago, a mucosa gástrica apresenta as glându-
las tubulares constituídas por três tipos de células: cé-
lulas mucosas, que secretam principalmente o muco 
(protege a mucosa com relação ao ácido clorídrico e às 
enzimas); células pépticas ou principais, secretoras de 
pepesinogênio, precursor da pepsina, que é a enzima 
que inicia a digestão das proteínas, desdobrando-se 
em proteoses e peptonas; células parietais ou oxínti-
cas, que secretam o ácido clorídrico e o fator intrínse-
co. O HCl ativa a pepsina e tem função antisséptica. O 
fator intrínseco é essencial para a absorção da vitami-
na B-12 no íleo, sem a qual não se dá a maturação das 
hemácias na medula óssea (anemia perniciosa). Outras 
enzimas secretadas em quantidades irrelevantes são: 
renina, encontrada nos mamíferos de tenra idade, atua 
na coagulação do leite, que favorece a ação da pepsi-
na; tributirase, uma lipase que age sobre a tributirina, a 
gordura da manteiga.
Regulação da secreção gástrica - há que se considera 
tanto a estimulação como a inibição.
Estimulação da secreção gástrica: Os neurotransmis-
sores ou hormônios básicos que estimulam diretamen-
te a secreção pelas glândulas gástricas são acetilcolina, 
a gastrina (hormônio produzido pelas células G das 
glândulasda região pilórica) e a histamina.
É aceito que a secreção gástrica ocorre em três fases distintas:
a) fase cefálica − é medida por fibras nervosas viscerais 
(mecanismos reflexos) em respostas à visão, olfato, 
ingestão e gosto do alimento. Essas fibras liberam 
a acetilcolina que estimula a secreção de todos os 
tipos celulares secretores nas glândulas gástricas. 
Menos de um quinto da secreção gástrica está as-
sociada a ingestão e mastigação do alimento.
b) fase gástrica − a chegada do alimento ao estô-
mago gera estímulos mecânicos (distensão da 
mucosa gástrica − (reflexos neurais) e estímulos 
químicos que acionam os mecanismos da gastri-
na (célula G) das glândulas pilóricas, que por sua 
vez, determinam a secreção do suco gástrico.
c) fase entérica − a presença do alimento no duodeno 
inicialmente estimula, levemente, a secreção gástri-
ca, através da discreta produção de gastrina pelas 
células da mucosa duodenal. Todavia, esse processo 
é logo sobrepujado por mecanismos intestinais que 
efetivamente inibem a secreção gástrica.
Inibição da secreção gástrica: O equilíbrio entre a estimu-
lação e a inibição da secreção determina a atividade das 
glândulas gástricas em determinado momento. Dois meca-
nismos inibidores da secreção gástrica foram identificados:
a) o reflexo enterogástrico, pelo qual a presença do 
alimento ácido no duodeno aciona os mecanis-
mos inibidores da secreção gástrica.
b) a secreção dos hormônios entéricos secretina e co-
lecistocinina; ambos inibem a secreção gástrica.
O reflexo enterogástrico e esses hormônios inibidores 
atuam reduzindo a motilidade do estômago ao mes-
mo tempo em que reduzem a secreção gástrica.
FASE ENTÉRICA - Ocorre nos intestinos, onde se dá se-
quencialmente:
• A qualificação: o tratamento físico e químico do 
bolo alimentar pela ação simultânea do suco pan-
creático, da secreção biliar e do suco entérico.
• Absorção: no nível das microvilisidades das células 
intestinais, através das quais os nutrientes alcan-
çam a circulação sanguínea e também linfática.
• Ingestão: eliminação do material não ingerido (ce-
lulose) e/ou não absorvido.
Secreção Pancreática: No suco pancreático estão pre-
sentes as enzimas para a digestão das proteínas, car-
boidratos e gorduras, além de grandes quantidades de 
íons bicarbonatos que neutralizam, e depois alcalini-
zam o bolo alimentar. As principais enzimas são:
- Tripsina e quimotripsina, ambas proteolíticas, desdo-
bram as proteínas integrais ou parcialmente digeridas 
em peptídeos de vários tamanhos, sem alcançar a libe-
ração de aminoácidos isolados.
- Carboxipeptidase, também proteolítica, é enzima que final-
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BIOLOGIA
mente desdobra os peptídeos menores em aminoácidos.
- Amilase pancreática, que hidrolisa os amidos, o glico-
gênio e outros carboidratos (menos a celulose), para 
formar dissacarídeos (sacarose, maltose, lactose).
- Lipase pancreática é a enzima que hidrolisa, a gordu-
ra neutra em ácidos graxos e monoglicerídeos.
- Colesterol esterase e fosfolipase que hidrolisa, respec-
tivamente, os ésteres do colesterol e os ácidos graxos 
dos fosfolipídios.
- Nucleases (ribonuclease e desoxiribonucleases) são 
enzimas igualmente presentes no suco pancreático, 
porém em pequenas quantidades. Desdobramos mo-
léculas de DNA e RNA em nucleotídeos.
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO PANCREÁTICA: São quatro 
os fatores básicos que regulam a secreção pancreática:
a) acetilcolina − liberada nas terminações das fibras 
nervosas parassimpáticas, estimula a secreção do 
suco pancreático.
b) gastrina − este hormônio atua também no pâncre-
as. Por ocasião da fase gástrica da secreção do estô-
mago; a gastrina estimula a secreção pancreática.
c) colecistocinina − hormônio elaborado pela mu-
cosa duodenal e pela porção superior do jejuno, 
estimula a produção do suco pancreático rico em 
enzimas, tal como fazem a acetilcolina e a gastrina.
d) secretina − produzido pelas células secretoras da 
mucosa duodenal e jejunal (porção inicial) esti-
mula a secreção ductal (células dos ductos se-
cretores) de grandes quantidades de solução de 
bicarbonato de sódio; quase não atua na secre-
ção enzimática no nível dos ácidos pancreáticos.
Secreção Biliar: A bile é secretada pelo fígado e de-
sempenha duas importantes funções:
1ª) pelos sais biliares que contém, promove a emulsifica-
ção das gorduras alimentares e participa eficazmente na 
absorção de ácidos graxos, monoglicerídeos e colesterol.
2ª) a bile serve como meio de excreção do sangue ao 
eliminar a bilirrubina (produto terminal da destruição 
da hemoglobina) e o excesso de colesterol, sintetizado 
pelas células hepáticas.
Regulação da secreção biliar: A colecistocinina a con-
tração da vesícula biliar e a secretina aumenta a secre-
ção hepática, durante a digestão.
Secreção intestinal ou entérica (Intestino Delgado): 
As células secretoras de enzimas digestivas, na mucosa 
do intestino delgado, retêm essas enzimas na membra-
na plasmática das microvilosidades, de tal forma que 
algumas substâncias só são digeridas enquanto estão 
sendo absorvidas pelo epitélio intestinal. Em outras pa-
lavras, secreções do intestino delgado, quando isentas 
de restos celulares, não apresentam enzimas “livres” em 
solução na cavidade intestinal. Essas enzimas incluem:
a) peptidases − em tipos variados, para a hidrólise 
de pequenos peptídeos em aminoácidos.
b) sacarase, maltose, lactose − desdobram os dissa-
carídeos em monossacarídeos.
c) lipase intestinal − para a clivagem das gorduras 
neutras em glicerol e ácidos graxos.
d) nucleotidases e nucleosidases − desdobram, hidro-
liticamente, os nucleotídeos e os nucleosídeos em 
ácido fosfórico, bases nitrogenadas e pentoses.
REGULAÇÃO DA SECREÇÃO ENTÉRICA:
a) vários reflexos neurais locais, em resposta a estímulos 
mecânicos devidos à presença do bolo alimentar.
b) ações secundárias dá secretina e da colecistocinina.
SECREÇÃO DO INTESTINO GROSSO: A secreção do in-
testino grosso consiste predominantemente em muco, 
isto é, as células epiteliais quase não contêm enzimas.
ABSORÇÃO: Pelo que foi exposto, conclui-se que a 
digestão, na sua fase entérica é completada na parte 
mais longa do intestino delgado, o jejuno-íleo, pela 
ação conjunta das secreções pancreática, biliar e intes-
tinal, após o que, o alimento é transformado em um 
líquido esbranquiçado, chamado quilo.
À medida que os nutrientes vão surgindo ocorre a ab-
sorção ao nível da parede intestinal. Esta, apresenta 
uma grande área de absorção por conta das muitas do-
bras na sua mucosa as vilosidades intestinais, no eixo 
das quais existe tecido conjuntivo contendo vasos san-
guíneos (artérias, capilares e veias) e linfáticos, onde 
os nutrientes são lançados para distribuição nos vários 
tecidos. Além disso, cada célula epitelial da mucosa in-
testinal possui pequenas projeções − as microvilosida-
des, que aumentam mais ainda a área de absorção.
Esquema das vilosidades intestinais
SISTEMA RESPIRATÓRIO
A RESPIRAÇÃO NOS ANIMAIS - A maioria dos seres 
vivos absorve o oxigênio. As células necessitam destas 
substâncias para liberar a energia que as moléculas or-
gânicas contêm. São, portanto, reações de oxidação que 
libertam energia. Com o subproduto destas reações for-
ma-se o gás carbônico, que deve ser eliminado. A troca 
de gases (O2 e CO2) entre um organismo e o meio am-
biente é vital para os seres vivos (pelo menos a maioria).
Organismos unicelulares e certos seres pluricelulares 
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BIOLOGIA
(formas inferiores) trocam gases diretamente com o 
meio externo, isto é, as trocas gasosas são feitas dire-
tamente entre as células e o meio que as circunda. Nos 
animais superiores (aqui se incluem os vertebrados), 
existem muitas células que estão afastadas do contato 
direto com o meio ambiente. Observamos, então que 
tais células estão banhadas por um líquido (líquido tis-
sular). A este líquido chamamos meio interno e dele que 
as células absorvem oxigênio.É também nele que as 
células eliminam gás carbônico. O sangue se encarrega 
do transporte destes gases do meio interno e vice-versa. 
As trocas gasosas que ocorrem nos órgãos respiratórios 
(pulmões, brânquias, pele) constituem o que chamamos 
RESPIRAÇÃO EXTERNA. As trocas de gases que ocorrem 
no meio interno constituem a RESPIRAÇÃO INTERNA. 
Todavia, ressalva-se que a respiração propriamente dita 
é aquele conjunto de reações químicas celulares que re-
sulta na libertação de energia dos alimentos.
RESPIRAÇÃO HUMANA -
A) VIAS AÉRIAS:
• Narinas 
• Fossas nasais
• Coanas 
• Faringe 
• Laringe
• Traquéia 
• Brônquios 
• Bronquíolos
B) PULMÕES:
Os pulmões são órgãos esponjosos, localizados na 
caixa torácica. O pulmão direito é maior, possuindo 
três lóbulos, enquanto o pulmão esquerdo apresenta 
apenas dois lóbulos. Revestindo externamente os pul-
mões, existe uma membrana serosa (epitelial) chama-
da pleura, que é dupla: pleural visceral (colada ao pul-
mão) e pleura parietal (unida à parede torácica).
FENÔMENOS MECÂNICOS DA RESPIRAÇÃO
A) INSPIRAÇÃO: Movimento de expansão do tórax, 
com a consequente entrada de ar nos pulmões.
Principais músculos inspiradores:
- Diafragma 
- Escalenos 
- Músculos intercostais, etc.
B) EXPIRAÇÃO: Movimento de contração do tórax ou 
a liberação do ar nos pulmões. O principal músculo da 
respiração é o:
DIAFRAGMA: Observação - Durante as 24 horas do 
dia, cerca de 10 mil litros de ar passam pelos pulmões, 
com uma frequência de movimentos respiratórios de 
15 a 20 por minuto.
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BIOLOGIA
FENÔMENOS QUÍMICOS DA RESPIRAÇÃO:
A) Transporte e troca de gases: A inspiração enche os 
alvéolos pulmonares com o ar contendo cerca de 20% 
de oxigênio, 79% de nitrogênio e traços de CO2. De-
vido à contração de O2 nos capilares que circundam 
os alvéolos ser muito menor que do que no interior 
destes, verifica-se a difusão de O2 dos alvéolos para 
os capilares e de CO2 dos capilares para os alvéolos; 
o sangue pobre em oxigênio (venoso) passa a arterial 
(rico em oxigênio esse fenômeno é chamado:
HEMATOSE: P(O2) PULMÃO > P(O2) SANGUE
P (CO2) SANGUE > P(CO2) PULMÃO
DIFUSÃO DOS GASES (HEMATOSE) − SANGUE VENOSO 
 SANGUE ARTERIO
TRANSPORTE DO O2: Dentro dos capilares o O2 dis-
solve-se no plasma e depois rapidamente prende-se às 
moléculas de hemoglobina no interior das hemácias 
formando assim a oxiemoglobina. O sangue carregado 
de O2 (arterial) volta ao coração e de lá é bombeado 
para todo o corpo, oxigenando os tecidos.
Hb + O2  HbO2
TRANSPORTE DE CO2
No plasma, menos de 10% de CO2 permanece dissol-
vido; outra parte, cerca de 27%, une-se à hemoglobi-
na formando a carboemoglobina; a parcela restante 
(maior parte) combina-se com água, originando íons 
bicarbonato (HCO3) e íons (H+) hidrogênio. Esta reação 
é catalisada por uma enzima (das hemácias) chamada 
ANIDRASE CARBÔNICA.
Quando o sangue chega aos pulmões ocorre à rever-
são da reação, com formação de CO2 e água. O CO2 é 
então eliminado.
O RITMO RESPIRATÓRIO: O ritmo é especialmente in-
fluenciado pela variação de concentração de CO2 no san-
gue. Quando esta aumenta, provoca uma redução do pH 
sanguíneo, o que, por sua vez estimula o centro respirató-
rio, fazendo-o descarregar impulsos nervosos nos múscu-
los intercostais e no diafragma. Assim, o ritmo respiratório 
intensifica-se, promovendo uma eliminação mais rápida 
de CO2 e uma maior captação de O2 pelo sangue.
O ritmo respiratório pode ser acelerado também, em 
resposta a uma baixa concentração de O2 no sangue. 
Entretanto, o O2 atua sobre os quimiorreceptores loca-
lizados na parede das artérias aorta e carótidas. Esses 
receptores são para o centro respiratório, que, por sua 
vez, desencadeai o aumento do ritmo respiratório.
Quociente Respiratório: Quociente respiratório (QR) é a 
relação existente entre volume do CO2, liberado durante 
a respiração e o volume de O2 consumido. Assim, temos:
2
2
COQR
O
=
As gorduras têm quociente respiratório menor que 1, 
pelo fato de exigirem muito oxigênio para sua oxida-
ção; já os ácidos orgânicos têm, geralmente, QR maior 
que 1, por necessitarem de pouco O2 na sua queima; 
para os carboidratos QR = 1.
Observe agora como se efetua o cálculo do RQ para al-
gumas substâncias:
Exemplo 1: 
Glicose (C6H12O6)
C6H12O6 + 6O2  6 CO2 + 6H2O + energia
2
2
CO 6QR 1
O 6
= − −
Exemplo 2:
Ácido málico (C4H6O5)
C4H6O5 + 3O2  4 CO2 + 3H2O + energia
2
2
CO 4QR 1,33
O 3
= − =
SISTEMA CARDIOVASCULAR 
INTRODUÇÃO: Algumas das funções do sistema circu-
latório dos vertebrados:
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a) Transporte de nutrientes, desde os intestinos até 
vários tecidos do corpo. 
b) Transporte dos gases respiratórios (O2 e CO2). 
c) Distribuição dos hormônios, até os órgãos nos 
quais exercem suas respectivas ações. 
d) Regulação da temperatura corporal. 
e) Transporte dos resíduos do metabolismo (Uréia, 
ácido úrico) até os órgãos excretores.
SISTEMA CIRCULATÓRIO DOS MAMÍFEROS 
1) Coração − órgão central do sistema, atua como 
“bomba” muscular realizando a propulsão do 
sangue ao longo dos vasos sanguíneos.
2) Vasos sanguíneos − os vasos que levam o sangue 
do coração a todos os órgãos são as ARTÉRIAS, 
as quais se ramificam nos tecidos até o nível de 
CAPILARES; estes, confluem formando vênulas, 
que por sua vez reúnem-se constituindo VEIAS, 
pelas quais o sangue retorna ao coração.
3) SANGUE − variedade de tecido conjuntivo, consti-
tui-se no meio circulante, no interior do sistema.
SISTEMA CIRCULATÓRIO HUMANO
Esquema do coração humano, em corte longitudinal
Ciclo cardíaco: O coração e o pericárdio 
1) Pericárdio: 
Fibroso - é uma bolsa membranosa (tecido conjuntivo 
denso) que envolve o coração.
Seroso - é uma dupla membrana serosa; uma, reveste a 
superfície interna do pericárdio fibroso (lâmina parie-
tal); outra, constitui a camada mais externa do coração 
e é denominada epicárdico (lâmina visceral).
2) Parede Cardíaca: 
• Epicárdico − (= pericárdio visceral) 
• Miocárdio − (= músculo cardíaco) 
• Endocárdio − ( = endotélio cardíaco)
3) Cavidades Cardíacas
Direito(AD)
Átrios
Esquerdo (AE)



Direito(VD)
Ventrículos
Esquerdo (VE)



4) Valvas cardíacas
• Tricúspide − AD/VD
• Mitral ou bicúspide – AE/VE 
• Pulmonar − VD/ Tronco pulmonar 
• Aórtica − VE/ Artéria aorta
5) Sistema de comando cardíaco
• Nódulo sinoatrial 
• Nódulo atrioventricular 
• Feixe de His
• Fibras de Purkinje.
• NSA − nódulo sinoatrial
• NAV − nódulo atrioventricular 
• F.H − feixe de His
• F.P − fibras d Purkinje
O músculo cardíaco ou miocárdio é capaz de funcionar 
independente do sistema nervoso à presença de um 
grupo de células musculares especiais, auto estimu-
láveis, que constituem o nódulo sinoatrial ou marca-
-passo primário, localizado no átrio direito. Quando as 
fibras do nódulo sinoatrial se contraem, os impulsos 
elétricos que aí surgem se dirigem à musculatura das 
aurículas, determinando sua contração, e também, 
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com um pequeno “retardo”, estimula o nódulo atrio-
ventricular, onde impulsos são levados aos ventrículos 
pelo feixe de His e pelas fibras de Purkinje, provocando 
a sístole ventricular.
6) Circuitos vasculares: Circulação pulmonar ou pe-
quena circulação.
TROCA DE SUBSTÃNCIAS ATRAVÉS DOS CAPILARES
Durante muito tempo não se sabia como se dava a pas-
sagem de substâncias através dos capilares. Sabia-se 
que as proteínas do plasma permanecem no sangue. 
Isto tornava o sangue uma solução de elevada pressão 
osmótica, o que explica a entrada de substâncias para 
o sangue, mas não a saída.
Foi o fisiologista inglês Starling quem fez uma hipóte-
se (hipótese de Starling para explicar o fenômeno). Diz 
esta hipótese que a pressão sanguínea não é constante 
em todo o capilar: é grande na extremidade arterial e 
pequena na extremidade venosa. A pressão osmótica, 
todavia, permanece constante. Assim, na extremidade 
arterial, a pressão sanguíneaé maior do que a pressão 
osmótica, resultando a saída de substância do sangue 
para os tecidos. Na extremidade venosa, a pressão os-
mótica é maior que a pressão sanguínea e daí as subs-
tâncias passam dos tecidos para o sangue. A hipótese 
foi comprovada e é plenamente aceita atualmente.
EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
QUESTÃO 01- Um pesquisador colocou a mesma 
quantidade de solução aquosa da enzima digestiva 
pepsina em cinco tubos de ensaio. Em seguida, adicio-
nou massas iguais dos alimentos descritos no quadro. 
Os alimentos foram deixados em contato com a solu-
ção digestiva durante o mesmo intervalo de tempo.
a) I. b) II. c) III. d) IV. e) V.
QUESTÃO 02 - Na indústria farmacêutica, é muito co-
mum o emprego de substâncias de revestimento em 
medicamentos de uso oral, pois trazem uma série de 
benefícios como alteração de sabor em medicamentos 
que tenham gosto ruim, melhoria da assimilação do 
composto, entre outras ações. Alguns compostos po-
liméricos à base do polissacarídeo celulose são utiliza-
dos para garantir que o fármaco somente seja liberado 
quando em contato com soluções aquosas cujo pH se 
encontre próximo da faixa da neutralidade. Qual é a fi-
nalidade do uso desse revestimento à base de celulose?
a) Diminuir a absorção do princípio ativo no intestino.
b) Impedir que o fármaco seja solubilizado no intestino.
c) Garantir que o fármaco não seja afetado pelas se-
creções gástricas.
d) Permitir a liberação do princípio ativo pela ação 
das amilases salivares.
e) Facilitar a liberação do fármaco pela ação dos sais 
biliares sobre o revestimento.
QUESTÃO 03 - Assinale a afirmação correta relativa à di-
gestão e absorção de substâncias nutritivas no homem:
a) O amido é digerido pela ptialina existente na sa-
liva e o produto da digestão é absorvido princi-
palmente na boca e no esôfago. 
b) As proteínas são digeridas pela pepsina produzi-
da nas glândulas gástricas e sua absorção ocorre 
principalmente no estômago. I IV V III II 
c) Os lipídios são digeridos pela lipase produzida na 
vesícula biliar e sua absorção ocorre principal-
mente no intestino grosso. d) A celulose é absor-
vida integralmente no intestino grosso, sem ne-
cessidade de sofrer ação de enzimas digestivas. 
e) A glicose não necessita de desdobramento por enzimas.
QUESTÃO 04 - A celíase é uma doença caracterizada 
pela intolerância ao glúten presente em trigo, centeio e 
aveia. Nas pessoas que apresentam essa doença, o glúten 
provoca a atrofia da mucosa que reveste internamente o 
intestino delgado, tornando-a lisa. Assinale a alternativa 
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BIOLOGIA
que descreve a (s) consequência (s) dessa lesão. 
a) desnutrição por incapacidade de digestão de car-
boidratos e proteína. 
b) diarreia e desidratação por dificuldade de absorção 
de água. 
c) diarreia e emagrecimento, pois a superfície de 
absorção de nutrientes diminui.
 d) anemia devida à hemorragia apresentada. 
e) diarreia por incapacidade de emulsionar e digerir 
lipídios.
QUESTÃO 05 - Embora as atividades das enzimas ptia-
lina, pepsina e tripsina sejam bem caracterizadas nos 
seus respectivos pH fisiológicos em seres humanos, o 
gráfico abaixo demonstra estas atividades com as va-
riações de amplitude de pH quando realizadas in vitro. 
Observe o gráfico e assinale a afirmativa.
a) A pepsina é representada por II; a sua atuação 
ocorre tanto em pH ácido quanto em neutro. 
b) A ptialina é representada por I; a sua atividade é 
maior em pH mais alcalino. 
C) As enzimas I e III atuam sobre carboidratos, em-
bora suas atividades ocorram em pH diferentes. 
d) A tripsina é representada por III; a sua atividade 
pode ocorrer do pH ácido ao alcalino. 
e) As enzimas II e III não apresentam atividades na 
digestão de seus substratos em pH neutro
QUESTÃO 06 - Na Copa Libertadores da América de 
2012, o time do Santos perdeu de 2 a 1 para o Bolívar, 
da Bolívia, em La Paz. O fraco desempenho físico do 
time santista em campo foi atribuído à elevada altitu-
de da cidade, onde os jogadores desembarcaram às 
vésperas do jogo. Duas semanas depois, jogando em 
Santos, SP, o time santista ganhou do Bolívar por 8 a 
0. Considerando a pressão atmosférica, a mecânica e a 
fisiologia da respiração e, ainda, o desempenho físico 
dos jogadores do Santos nesses dois jogos, é correto 
afirmar que em Santos a pressão atmosférica é:
a) menor que em La Paz, o que implica menor es-
forço dos músculos intercostais e do diafragma 
para fazer chegar aos pulmões a quantidade ne-
cessária de O2. Disso resulta saldo energético po-
sitivo, o que melhora o desempenho físico dos 
jogadores quando o jogo acontece em cidades 
de baixa altitude.
b) maior que em La Paz, o que implica maior esforço 
dos músculos intercostais e do diafragma para 
fazer chegar aos pulmões a quantidade neces-
sária de O2. Em Santos, portanto, o maior esforço 
físico dos músculos envolvidos com a respiração 
resulta na melhora do desempenho físico dos 
atletas no jogo.
 c) menor que em La Paz, o que implica maior es-
forço dos músculos intercostais e do diafragma 
para fazer chegar aos pulmões a quantidade ne-
cessária de O2. Tanto em Santos quanto em La 
Paz a quantidade de O2 por volume de ar inspi-
rado é a mesma, e a diferença no desempenho 
físico dos jogadores deve-se apenas ao esforço 
empregado na respiração. 
d) maior que em La Paz, porém é menor a concen-
tração de O2 por volume de ar. atmosférico inspi-
rado. Em La Paz, portanto, o organismo do atleta 
reage diminuindo a produção de hemácias, pois 
é maior a quantidade de O2 disponível nos alvé-
olos. A menor quantidade de hemácias resulta 
no baixo desempenho físico dos jogadores. 
e) maior que em La Paz, assim como é maior a con-
centração de O2 por volume de ar atmosférico 
inspirado. Em Santos, portanto, com maior dis-
ponibilidade de oxigênio, a concentração de he-
mácias do sangue é suficiente para levar para os 
tecidos musculares o O2 necessário para a ativi-
dade física empregada no jogo.
QUESTÃO 07 - A produção de soro antiofídico é feita 
por meio da extração da peçonha de serpentes que, 
após tratamento, é introduzida em um cavalo. Em se-
guida são feitas sangrias para avaliar a concentração 
de anticorpos produzidos pelo cavalo. Quando essa 
concentração atinge o valor desejado, é realizada a 
sangria final para obtenção do soro. As hemácias são 
devolvidas ao animal, por meio de uma técnica deno-
minada plasmaferese, a fim de reduzir os efeitos cola-
terais provocados. A plasmaferese é importante, pois, 
se o animal ficar com uma baixa quantidade de hemá-
cias, poderá apresentar:
a) O febre alta e constante.
b) A redução de imunidade.
c) aumento da pressão arterial. 
d) quadro de leucemia profunda. 
e) problemas no transporte de oxigênio.
QUESTÃO 08 - No corpo humano, 70% do transporte 
de CO2 para os pulmões, por meio das hemácias e do 
plasma, ocorre sob a forma de íons bicarbonato. Estes 
são produzidos pela reação do dióxido de carbono 
com água, representada pela seguinte reação química:
CO2 (aq) + H2O (l) <=> H+ (aq) + HCO3 - (aq) 
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BIOLOGIA
A diminuição do pH do sangue constitui a acidose, que 
provoca náusea, vômito e cansaço. O aumento do pH 
do sangue corresponde à alcalose, que provoca distúr-
bios respiratórios, cãibras e convulsões. Considere as 
seguintes afirmações: 
I. Pessoas com deficiência respiratória não exalam 
CO2 suficientemente, com o que a reação deste 
com H2O se desloca para a esquerda. 
II. Pessoas ansiosas respiram rapidamente, elimi-
nando muito CO2 com o que a reação deste com 
H2O se desloca para a esquerda. III. Pessoas com 
diarréia sofrem grande perda de íons bicarbona-
to, com o que a reação do CO2 com H2O se deslo-
ca para a direita. É correto o que se afirmar em: 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas. 
e) I, II e III. 
GABARITO EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM
01 02 03 04 05 06 07 08
A C E C DE E D
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MÓDULO I
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Acordo de Convivência
 
 Buscando a plena qualidade no processo ensino-aprendizagem, o curso prepa-
ratório Alcance.Enem estabeleceu NORMAS DISCIPLINARES e COMPORTAMENTAIS ade-
quadas para o bom andamento das atividades. 
 A adesão às normas é obrigatória a partir do momento em que o aluno é inscrito 
no Alcance.Enem. Portanto, é importante ler atentamente todas as normas, pois será co-
brado dos alunos o seu cumprimento integral. 
 
COMPORTAMENTO E CUMPRIMENTO DOS DEVERES DO ALUNO:
• Ter ciência que a partir de 03 (três) faltas o aluno terá sua inscrição cancelada.
• Respeitar à diversidade dos participantes do Alcance.Enem, não sendo permitidas ati-
tudes excludentes e preconceituosas (“bullying”).
• Usar permanentemente de diálogo respeitoso, evitando a agressividade nas discussões e atos.
• Preservar o patrimônio, colaborando na manutenção, conservação e asseio do prédio 
onde ocorrem as aulas.
• É proibido o uso de equipamentos eletrônicos, tais como: celular, tablet, jogos, etc., 
durante as aulas.
• Cumprir com as orientações dos monitores e demais colaboradores do Alcance.Enem, 
acatando suas instruções.
• É defeso comer ou beber nas salas de aula e no auditório.
• É vedado a circulação de alunos nos andares onde não haja atividade do Alcance.
Enem, sem acompanhamento de um monitor. 
• É, terminantemente, proibido consumir cigarros e fazer uso ou venda de qualquer 
tipo de droga e/ou bebida alcoólica no prédio onde acontecem as aulas do Alcance.
Enem, bem como nas suas imediações.
• Evitar brigas (discussões) dentro ou nas proximidades do prédio onde acontecem as 
aulas do Alcance.Enem, nem portar ou fazer uso de quaisquer objetos que ameacem 
a integridade física do próprio aluno ou de terceiros.
 A Coordenação do Alcance.Enem estará à disposição dos participantes para fazer 
cumprir o presente ACORDO DE CONVIVÊNCIA.
EDIÇÕES INESP
Ernandes do Carmo
Coordenador da Gráfica
Cleomarcio Alves (Márcio), Francisco de Moura, 
Hadson França e João Alfredo
Equipe de Acabamento e Montagem
Aurenir Lopes e Tiago Casal 
Equipe de Produção em Braile
Mário Giffoni e Carol Molfese
Diagramação
José Gotardo Filho e Valdemice Costa (Valdo) 
Equipe de Design Gráfico
Rachel Garcia Bastos de Araújo 
Redação
Luzia Lêda Batista Rolim 
Assessoria de Comunicação/Imprensa
Lúcia Maria Jacó Rocha e Vânia Monteiro Soares Rios
Equipe de Revisão
Marta Lêda Miranda Bezerra e Maria Marluce Studart Vieira 
Equipe Auxiliar de Revisão
Site: https://al.ce.gov.br/index.php/institucional/inesp 
E-mail: presidenciainesp@al.ce.gov.br
Fone: (85) 3277-3701
Assembleia Legislativa do Estado do Ceará
Av. Desembargador Moreira 2807,
Dionísio Torres, Fortaleza, Ceará
Site: www.al.ce.gov.br
Fone: (85) 3277-2500
João Milton Cunha de Miranda
Presidente

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