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Série geStão TÉCNICAS E FUNDAMENTOS DA QUALIDADE Série geStão TÉCNICAS E FUNDAMENTOS DA QUALIDADE CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Robson Braga de Andrade Presidente DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor de Educação e Tecnologia Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade Presidente SENAI – DEPARTAMENTO NACIONAL Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti Diretor Geral Julio Sergio de Maya Pedrosa Moreira Diretor Adjunto de Educação e Tecnologia Gustavo Leal Sales Filho Diretor de Operações Série geStão TÉCNICAS E FUNDAMENTOS DA QUALIDADE SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317- 9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br © 2015. SENAI – Departamento Nacional © 2015. SENAI – Departamento Regional de Santa Catarina A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico, mecâ- nico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI. Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI de Santa Catarina, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância. SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Profissional e Tecnológica – UNIEP SENAI Departamento Regional de Santa Catarina Gerência de Educação e Tecnologia – GEDUT FICHA CATALOGRÁFICA _____________________________________________________________________________ S491t Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. Técnicas e fundamentos da qualidade / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. Brasília : SENAI/DN, 2015. 77 p. : il. (Série Gestão). ISBN 978-85-7519-961-9 1. Controle de qualidade. 2. Controle de qualidade – Custos. 3. Normalização. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento Regional de Santa Catarina. II. Título. III. Série. CDU: 658.56 _____________________________________________________________________________ Lista de ilustrações Figura 1 - Elementos do processo de comunicação .............................................................................................19 Figura 2 - Perdas ou desperdícios ...............................................................................................................................31 Figura 3 - Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade ........................................................................45 Figura 4 - Estrutura organizacional da ABNT ...........................................................................................................51 Figura 5 - Níveis de Normalização ..............................................................................................................................60 Figura 6 - Fluxograma Vertical ......................................................................................................................................67 Figura 7 - Simbologia do fluxo .....................................................................................................................................68 Figura 8 - Exemplo de fluxograma ..............................................................................................................................69 Figura 9 - Simbologia fluxograma de coluna ..........................................................................................................70 Figura 10 - Exemplo de fluxograma de colunas .....................................................................................................71 Figura 11 - Diagrama de blocos ...................................................................................................................................73 Figura 12 - Fluxograma funcional ................................................................................................................................73 Figura 13 - Fluxograma geográfico ............................................................................................................................74 Figura 14 - Fluxograma Padrão ....................................................................................................................................74 Quadro 1 - Características dos tipos de Custos ......................................................................................................30 Quadro 2 - Tipos de desperdício, segundo o sistema Toyota de produção. ................................................31 Quadro 3 - Avaliação ........................................................................................................................................................33 Quadro 4 - Falhas internas ............................................................................................................................................37 Quadro 5 - Custos associados às falhas externas ...................................................................................................40 Quadro 6 - Organismos de Certificação em Sistema de Gestão da Responsabilidade Social ...............46 Quadro 7 - Simbologia do fluxograma ......................................................................................................................66 Quadro 8 - Gabarito .........................................................................................................................................................71 Sumário 1 Introdução ..........................................................................................................................................................................9 2 Sensibilização e Motivação para a Qualidade .....................................................................................................11 2.1 A Qualidade na empresa ..........................................................................................................................12 2.2 A influência da motivação e a qualidade ............................................................................................13 2.3 Sensibilização para motivação no trabalho ......................................................................................16 2.4 Paradigmas no ambiente de trabalho .................................................................................................17 2.5 Comunicação para a qualidade..............................................................................................................19 2.6 A influência da percepção no comportamento humano .............................................................22 2.7 Equipe ..............................................................................................................................................................23 2.7.1 Diferenças entre pessoas .......................................................................................................25 3 Custos da Qualidade .....................................................................................................................................................29 3.1 Introdução aos custos da qualidade ....................................................................................................30 3.2 Custos da qualidade ..................................................................................................................................343.2.1 Custos de prevenção ...............................................................................................................34 3.2.2 Custos de avaliação ..................................................................................................................34 3.2.3 Custos de falhas .........................................................................................................................36 3.3 Identificação de áreas críticas para redução de custos da qualidade ......................................40 4 Identificação de Normas Técnicas ............................................................................................................................43 4.1 Organismos de registros ...........................................................................................................................44 4.2 Tipos de normas e órgãos normativos ...............................................................................................47 4.2.1 Tipos de normas ........................................................................................................................47 4.2.2 Órgãos normativos ...................................................................................................................50 4.3 Elaboração e registros das normas .......................................................................................................56 4.4 Normalização ................................................................................................................................................58 4.4.1 Níveis de normalização ...........................................................................................................59 4.4.2 Objetivos da normalização ....................................................................................................60 4.5 Método de ensaio .......................................................................................................................................62 4.6 Fluxograma para elaboração de um procedimento .......................................................................65 4.6.1 Fluxograma vertical ..................................................................................................................66 4.6.2 Fluxograma horizontal ............................................................................................................67 4.7 Outras definições e termos relativos à qualidade ...........................................................................75 Referências ...........................................................................................................................................................................79 Minicurrículo dos Autores ..............................................................................................................................................83 Índice .....................................................................................................................................................................................85 1 introdução Prezado estudante, Seja bem-vindo à Unidade Curricular Técnicas e Fundamentos da Qualidade. Todas as empresas que buscam o melhor desempenho de seus colaboradores, satisfação de clientes e maior produtividade, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte, necessitam de um assistente de controle de qualidade em seu quadro de funcionários. Esse assistente é o profissional que atua no controle da qualidade e deve estar em contato com as normas e os órgãos normativos, atualizando-se constantemente. Nesse cenário, as em- presas buscam nos profissionais atitudes relevantes, das quais destacamos: um bom relaciona- mento interpessoal, organização, adaptação a novas situações e pró-atividade. Esse profissional irá realizar atividades de suporte ao Sistema de Gestão da Qualidade, en- volvendo desde a análise de normas, preparação de treinamentos, atividades de apoio admi- nistrativo, organização de documentação, dentre outras atividades de apoio administrativo, visando a contribuir para o alcance dos objetivos estabelecidos pela empresa. Nesta Unidade Curricular, você terá a oportunidade de aprender a empregar fatores moti- vacionais e de sensibilização para utilizar junto às equipes e aos colaboradores para a implan- tação da qualidade, adquirirá, ainda, informações sobre os custos, identificando suas áreas crí- ticas para implantação da redução dos custos. Além de conhecer termos e definições relativos à qualidade, aumentando assim o seu conhecimento e sua capacidade para aplicar normas técnicas na implantação e manutenção de programas de qualidade. Siga em frente e bons estudos! 2 Sensibilização e Motivação para a Qualidade Para um bom entendimento sobre os conteúdos deste material, é importante identificar o conceito do termo Qualidade adotado. Para tanto, acompanhe a seguir como alguns autores da administração conceituam esse termo. Segundo Juran (1974), Qualidade é a adequação ao uso. Já para Crosby (1979), Qualida- de é a conformidade do produto às suas especificações. Edwards (1968) conceitua o termo da seguinte forma: Qualidade consiste na capacidade de satisfazer desejos. E, finalmente, mas não menos importante, Broh (1982) ilustra Qualidade como sendo o grau de excelência a um preço aceitável e o controle da variabilidade a um custo aceitável. Perceba como a Qualidade envolve muitos aspectos e inúmeras variáveis, portanto precisa adaptar-se ao longo do tempo, tornando-se um processo evolutivo. Você conhecerá alguns procedimentos e ferramentas de estudo que auxiliarão na satisfação dos participantes durante o processo de controle de qualidade e no sucesso da empresa. Ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) realizar o controle do processo de qualidade, aplicando as ferramentas da qualidade, se- guindo procedimentos de trabalho e normas da qualidade, saúde, segurança e meio am- biente; b) aplicar normas técnicas na implantação de programas de qualidade conforme padrões específicos definidos; c) empregar os fatores que levem à sensibilização, motivação e integração de equipes para a realização das atividades relacionadas à qualidade. Agora você está convidado a iniciar seus estudos verificando a importância de buscar qua- lidade nas empresas. Técnicas e FundamenTos da Qualidade12 2.1 A QuALidAde nA eMpreSA A busca pela qualidade está cada vez mais frequente em nossas vidas. É comum ouvir relatos sobre a qualidade de vida, de produto, de serviço, de ensino, dentre outros. Isso ocorre porque os clientes estão mais exigentes. Os clientes possuem mais informação e conhecem melhor seus desejos visto que o fluxo das informações está cada vez rápido e o acesso à tecnologia é realidade constante. Dessa forma, as empresas buscam continuamente melhorar a qualidade de seus produtos ou serviços, reduzir os custo e aumentar a produtividade. Da mesma forma que seus clientes, as empresas podem con- tar com a rapidez das informações para acompanharem o que os concorrentes estão realizando, a fim de satisfazer seus clientes. Com base nessa nova realidade, destaca-se, na sequência, as diretrizes básicas que direcionam a empre- sa a fim de que ela consiga os resultados esperados: a) aumento da Produtividade – aumento da qualidade e diminuição do custo; b) satisfação dos clientes – harmonia entre produção e necessidade do cliente; c) realização dos colaboradores (sócio/profissional) – realização profissional e motivação dos colabora- dores. A maior parte das empresas trabalha para conquistar melhores resultados. Isso faz com que seja per- manente a busca por mais qualidade dos produtos ou serviços que oferece. Para atingir esses objetivos, é necessário, que o desempenho de cada indivíduo inserido no processo esteja também direcionado à satisfação das necessidades do cliente. Acompanhe, na sequência, um casos e relatos sobre a qualidade de um serviço prestado. CASoSe reLAtoS Isso é qualidade! A colaboradora de uma empresa que trabalha com a administração de condomínios recebeu a tarefa com as devidas informações para a execução. Ao entregar o trabalho, verificou-se que todos os itens listados foram realizados na ordem solicita- da e alguns resultados foram além das expectativas do solicitante... (ISTO É QUALIDADE!). Pense no que acontece com uma pessoa que fica infeliz com um serviço ou produto ou com um problema não resolvido. Ela fica com raiva e conta isso para os seus amigos. A disseminação boca a boca começa assim. 2 SenSibilização e Motivação para a Qualidade 13 Como você pôde ver, surpreender o outro positivamente é uma marca que todos devem procurar im- primir na sua vida profissional e pessoal. Pensar além do que foi solicitado e verificar todas as opções dis- poníveis pode transformar um ato comum em um ato de qualidade e excelência. SAIBA MAIS Para aprender mais sobre Marketing, leia o livro de Andy Sernovitz, Marketing Boca a Boca. SERNOVITZ, Andy. Marketing Boca a Boca: como as empresas inteligentes levam as pessoas a falar delas. Cultrix, 2012. Agora que você já conheceu quais conteúdos que irá aprender, experimentou um pouco sobre o que significa Qualidade e como ela pode influenciar suas atividades de forma positiva, ingresse em mais uma parte deste conteúdo importante para a sua vida profissional. Na sequência, aprenda sobre a influência da motivação e a qualidade. 2.2 A infLuênCiA dA MotivAção e A QuALidAde O sucesso de uma empresa está diretamente relacionado à motivação de seus colaboradores. Só uma equipe motivada poderá fazer a diferença nos resultados. Segundo Maximiano (2008, p. 179), o “desempenho é positivo quando o resultado beneficia a própria pessoa, o grupo do qual ela participa, um cliente ou uma organização na qual trabalha”. O desempenho, a dedicação e os resultados obtidos em qualquer atividade é diretamente influenciado pelo motivo de fazê-lo, são as forças que nos levam à motivação para o trabalho. Essa força, quanto maior for, maior será a qualidade obtida, pois implica diretamente em uma maior dedicação, de forma a resultar em um trabalho bem feito. A motivação é uma força interior que se modifica a cada momento durante toda a vida, onde direciona e intensifica os objetivos de um indivíduo. Dessa forma, atribuir a motivação a algo ou alguém é errado, uma vez que a motivação é um processo pessoal. (JURAN, 2002). Com base nesses conceitos, pode-se concluir que a motivação, ou ato de motivar, funciona a partir do empenho das pessoas. Neste sentido, é importante que a motivação deva permear o objetivo que se pre- tende alcançar. Para as organizações, é importante manter uma equipe comprometida e motivada, pronta para novas formas de pensar e agir, pois as mudanças no mercado de trabalho, na necessidade e no comportamento das pessoas exigem novos conceitos, que devem fazer parte da cultura organizacional. Atualmente, algumas empresas disponibilizam espaços direcionados ao bem-estar e descanso dos fun- cionários. Esses espaços são equipados com televisores, jogos, entre outros. Isso reflete uma preocupação das empresas em manter seus colaboradores satisfeitos com o ambiente profissional, mantendo, conse- quentemente, sua motivação no desempenho de suas funções. Técnicas e FundamenTos da Qualidade14 As pessoas devem sentir-se parte de um todo, perceberem-se ouvidas e compreendidas e a comunica- ção é o resultado do respeito e da motivação que se forma naturalmente nessas relações. Num cenário onde as mudanças são necessárias, aprender e assimilá-las com menor dificuldade au- menta a possibilidade de êxito e conta com o estímulo do desenvolvimento motivacional, a força interna e externa do colaborador. Outro atributo importante e que pode levar a influenciar na motivação é a liderança. FIQUE ALERTA A Liderança é a arte de dirigir pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos. O Líder atua como um facilitador na orientação do grupo, coordenando atividades, sugerindo ideias, ajudando os colaboradores a identificar problemas e possíveis soluções. A liderança está relacionada com a motivação, porque um líder eficaz sabe como motivar os elementos do seu grupo ou equipe. Liderança é o processo de dar propósito (direção significativa) ao esforço coletivo e provocar o desejo de despender este esforço para atingir o objetivo. (JACOBS e JAQUES, 1998 apud CAVALCANTI et alii, 2006). Dessa forma, a liderança atua como facilitadora no processo de implementação da qualidade, através da percepção da individualidade de seus seguidores, conduzindo os resultados em benefício da equipe. Quando os gestores exercem uma liderança democrática, os colaboradores subordinados se sentem ouvidos e compreendidos e o clima torna-se respeitoso e motivado. Nesse contexto, o colaborador torna- -se motivado a dar resultados, pois sentem-se parte da organização. Nos tempos em que vivemos, a impo- sição não gera resultados satisfatórios. Portanto, o líder deve ser capaz de ensinar, delegar, acompanhar, inspirar e mobilizar os colaboradores. E é este perfil que as empresas procuram. di m a_ si de ln ik ov ([ 20 -- ?] ) 2 SenSibilização e Motivação para a Qualidade 15 Para obter engajamento dos colaboradores, é preciso considerar a automotivação. A automotivação gira em torno de três elementos básicos, sejam eles: domínio, autonomia e propósito. Na sequência, acom- panhe a definição de cada um desses elementos. a) Domínio: deseja melhorar sempre mais, fazendo algo que importa. b) Autonomia: a vontade de dar direção à própria vida. c) Propósito: aquilo que se quer fazer; desígnio. É importante distinguir a motivação designada até esse momento, da motivação financeira aplicada ao colaborador. Veja na sequência a história curiosa da “Cenoura e do Bastão”. CASoS e reLAtoS A relação entre salário e motivação João é assistente de Recursos Humanos em uma empresa de pequeno porte. Ele lida diariamente com funcionários e tem percebido que alguns colegas estão bastante desmotivados. João decidiu estudar a questão da motivação. Ele descobriu que, no que tange a Teoria de Maslow, a motivação obedece ao ranking descrito a seguir. 1. Autorrealização – ou seja, o estimulo ao completo comprometimento. O trabalho se torna uma dimensão importante na vida do empregado. 2. Autoestima – os cargos que permitam realização, autonomia, e responsabilidade, trabalho que valoriza a identidade. 3. Sociais – estímulos à interação com os colegas no trabalho, possibilidade de atividades sociais e esportivas e reuniões sociais que ocorram fora da organização. 4. Segurança – seguro-saúde e planos de aposentadoria, segurança no trabalho, estabelecimento e divulgação do plano de carreira. 5. Fisiológicos – salário e benefício; segurança e condições agradáveis no trabalho. João ficou bastante surpreso ao perceber que, segundo esta teoria, o aspecto salarial aparece ape- nas em quinto lugar. João comprometeu-se em elaborar um plano de desenvolvimento pessoal e garantir que os colegas fiquem mais motivados e consequentemente mais eficientes. Fonte: Adaptado de MORGAN, Gareth. Imagens da organização. São Paulo. Atlas, 1996. A seguir, você conhecerá mais um aspecto importante de como é possível obter motivação no trabalho. Técnicas e FundamenTos da Qualidade16 2.3 SenSibiLizAção pArA MotivAção no trAbALho A sensibilização é um fator de grande importância e que influencia a motivação para o trabalho. A sen- sibilização exige um tempo de preparação e assimilação para começar a surtir os resultados. A utilização de técnicas de dinâmicas de grupo direcionadas à elevação da autoestima e incentivo à mo- tivação, contribuem significativamente para implementar o processo de modificação do comportamento dos membros das equipes. A sensibilização dos colaboradores se dá principalmente enfatizando o respeito pela importância e a capacidade que cada umtem para alcançar as metas e transformar o seu ambiente de trabalho, tornando- -o mais produtivo e harmonioso. O estímulo à motivação é uma ferramenta essencial, pois colabora de forma expressiva para a formação de um clima organizacional harmônico. Os recursos estimulantes utilizados compõem-se de ações de reconhecimento pelos trabalhos execu- tados. A criação de times, torneios, até mesmo de festas para os colaboradores são um excelente meio de tra- balhar a missão, visão, trabalho em grupo e as metas, possibilitando, inclusive, a integração da família com o ambiente de trabalho. Pe te S al ou to s ([2 0- -? ]) Atividades como as que foram citadas consolidam o processo de comunicação e fortalecem a confian- ça entre líder e liderado, facilitando o comprometimento para a integração de equipes e a realização das atividades. Na sequência de seus estudos, você estudará sobre os paradigmas no ambiente de trabalho e quais as consequências que eles podem trazer para as empresas. 2 SenSibilização e Motivação para a Qualidade 17 2.4 pArAdigMAS no AMbiente de trAbALho Você já ouviu falar na palavra paradigma? Essa palavra tem sido bastante utilizada, principalmente em frases como: “quebrar paradigmas”. Paradigma é uma maneira de enxergar o todo, ele mostra como interpretar e analisar fatos e determi- nadas situações. Le on ar d M c La ne ([ 20 -- ?] ) O termo Paradigma pode ser definido como algo que serve de exemplo geral ou de modelo. Os para- digmas são ideias preconcebidas que devem ser reavaliadas. A quebra de paradigmas pode trazer mudan- ças, é preciso estar atento a elas, aceitá-las e assim transformar o ambiente ao qual se vive. A quebra de paradigmas para uma organização é fator essencial. Isso porque possibilita rever proces- sos, atitudes. Além disso, utilizar sempre as mesmas ideias é perigoso e pode levar ao fracasso. Quando se acredita que existe somente uma maneira de realizar uma tarefa, cria-se uma barreira para aproveitar as novas oportunidades. Por sua vez, essa atitude se torna um empecilho para aceitar e com- preender ideias. A seguir, destacam-se alguns paradigmas frequentemente encontrados nas organizações, segundo Lo- pes (2013), acompanhe. a) O vendedor já nasce feito. b) O Planejamento é algo que não sai do papel. c) Para ter sucesso é preciso competência técnica e sorte. d) Marketing é caro para ser implementado. e) Elaborar um plano com objetivos e metas é perda de tempo para a empresa e para o colaborador. f) A qualidade deve estar focada somente em produtos e não em processos. A implantação de Sistemas de Gestão da Qualidade pode levar à quebra de paradigmas devido às ne- cessárias mudanças do modelo atual, a fim de implementar processos de renovação constante, por exem- plo. Esses processos trarão benefícios para a gestão, tais como: a valorização do capital intelectual e huma- no; a descentralização e flexibilização das formas de gestão; entre outros. Técnicas e FundamenTos da Qualidade18 Uma dificuldade comum das empresas é saber identificar quais os processos precisam ser melhorados. E, para conseguir identificá-los, é necessário muita determinação e força de vontade, principalmente quan- do são necessárias mudanças mais profundas para a obtenção da Qualidade Total, que nada mais é que a melhoria da qualidade e a satisfação de vida dos clientes da organização. A seguir, você estudará sobre a comunicação, fator determinante para o bom funcionamento das empresas. 2.5 CoMuniCAção pArA A QuALidAde A comunicação é um fator importante para manter o bom funcionamento de uma empresa. A palavra “comunicação” provém do latim “communicare” e significa tornar algo comum. Na Língua Portuguesa, essa palavra assume diversos significados, como, por exemplo: ação, efeito ou meio de comunicar; aviso, informação; participação; transmissão de uma ordem ou reclamação; transmissão; relação, correspondên- cia fácil; trato, amizade; processo pelo qual ideias e sentimentos se transmitem de indivíduo para indiví- duo, tornando possível a interação social; meios para conservar as relações entre diversos exércitos ou corpos de exército que operam conjuntamente; dentre outros significados possíveis. A comunicação humana é um processo complexo. É por meio da comunicação que há a troca de in- formações, de experiências, estilos de vida, comportamentos e normas. A comunicação é um processo interativo no qual se utiliza linguagem verbal e escrita, símbolos, dentre outras formas de comunicação. rb v ([2 0- -? ]) Segundo Kotler (1993), as funções mais importantes do processo de comunicação são quatro: codifica- ção, decodificação, reposta e feedback. Acompanhe, a seguir, outros conceitos da comunicação. 2 SenSibilização e Motivação para a Qualidade 19 a) Emissor: é aquele que transmite a mensagem para a outra parte. b) Codificação: é o processo de transformar o pensamento em forma simbólica. c) Mensagem: é o conjunto de símbolos que o emissor transmite. d) Meio: são os canais de comunicação através dos quais a mensagem passa do transmissor para o re- ceptor. e) Decodificação: processo pelo qual o receptor confere significado aos símbolos transferidos pelo emissor. f) Receptor: é aquele que recebe a mensagem transferida pelo emissor. g) Resposta: conjunto de reações do receptor após a mensagem. h) Feedback: é a parte da resposta do receptor que retorna ao emissor. i) Ruído: distorção não planejada durante o processo de comunicação. Observe na ilustração a seguir, os elementos do processo de comunicação. Ruido Emissor Codicação Decodicação Receptor RespostaFeedback Meio Mensagem Ko tle r ( 20 00 ) Figura 1 - Elementos do processo de comunicação Fonte: Adaptado de Kotler (2000, p. 571) Acompanhe na sequência de seus estudos exemplos de ruídos na comunicação. Sobrecarga de Informações: ocorre quando há uma quantidade muito grande de informações e o receptor acaba perdendo parte da informação ou distorcendo. Percepção seletiva: quando o receptor e emissor veem e escutam a mensagem, mas selecionam ape- nas a informação que corrobora suas próprias expectativas, ou seja, que é favorável às suas próprias ne- cessidades. Filtragem: quando o emissor manuseia a informação para que o receptor receba a mensagem de forma mais favorável. Semântica: estuda o significado das palavras. O significado pode ser diferente dependendo dos inter- locutores. Por exemplo: o significado dependerá da carga cultural, etnia, situação e o contexto da situação. Na comunicação unilateral, se o emissor enviar uma mensagem ao receptor e este não responder, o emissor não saberá se a mensagem foi recebida e compreendida. Técnicas e FundamenTos da Qualidade20 Na comunicação bilateral o emissor transmite a mensagem, cabendo ao receptor decifrá-la e oferecer sua resposta. É possível, então, afirmar que a comunicação bilateral possui um sistema dinâmico, permi- tindo o retorno. O emissor saberá se a mensagem chegou ao receptor e se foi bem compreendida. Dessa forma, o emissor garante a compreensão da mensagem. D ig ita l V is io n. ([ 20 -- ?] ) Uma pessoa leiga em determinado assunto provavelmente encontrará problemas para compreender uma mensagem com palavras técnicas. Portanto, é necessário adequar a fala e as palavras ao receptor. A forma de se expressar, o tom de voz, o meio utilizado e as palavras utilizadas na comunicação poderá influenciar na forma como o receptor interpretará a mensagem, para que isto ocorra da melhor maneira é necessário entender o seu receptor. FIQUE ALERTA Uma comunicação eficaz e hábil é a base do sucesso para qualquer atividade pro- fissional. Uma forma de garantir o sucesso no processo de comunicação é planejar como esta será realizada. A comunicação é a facilitadora da disseminação dos processos na implementação e manutenção da qualidade. Quando o processamento desses dados se transforma em informação, esta informação pode ser utilizada nas tomadas de decisões, bem como na melhoriado processo de comunicação das organizações. Depois de ter estudado diversos conteúdos e ter aprendido sobre características como a motivação e a liderança, acompanhe outro fator importante e que pode muito influenciar o comportamento e as atitudes das pessoas: a percepção. 2 SenSibilização e Motivação para a Qualidade 21 2.6 A infLuênCiA dA perCepção no CoMportAMento huMAno Para a Psicologia, a percepção é a função que nos permite elaborar interpretar e receber a informação que chega através dos sentidos. A percepção não é uma impressão passiva, pois, a mente cria a experiência completa, ela é uma combinação de elementos. É através da percepção que a informação é processada e que se consegue formar a ideia de um objeto. Na percepção, este objeto não muda ainda que se mude a posição de onde estiver sendo observada. Por exemplo, uma cômoda será sempre uma cômoda ainda que olhe de lado, por cima, ainda que a toque devagar ou rápido. São listadas, a seguir, alguns tipos de percepção, acompanhe. a) Percepção visual: é interpretação de certos estímulos visuais. b) Percepção social: essencial para a interação social, é a capacidade de ver e interpretar o comporta- mento de outros indivíduos. c) Percepção musical: é a capacidade de um indivíduo de reconhecer e ter a percepção do som, ritmo e melodia. A percepção musical pode incluir a identificação de acordes, de intervalos, de solfejos etc. Além disso, existem tipos de percepção que estão relacionados com os outros sentidos, como, por exemplo: percepção tátil (relativo ao tato), percepção olfativa (relativo ao olfato), percepção auditiva (rela- tivo a sinais sonoros) e percepção gustativa (relacionada ao paladar). D rA ft er 12 3 ([2 0- -? ]) Técnicas e FundamenTos da Qualidade22 FIQUE ALERTA A percepção nada mais é que o estímulo enviado à mente. A percepção contribui de várias maneiras de como observar uma situação, a forma de julgá-la, de administrar um conflito ou até um projeto, auxiliando na busca da qualidade, possibilitando uma análise crítica sobre determinado assunto ou a criação de uma ação corretiva para solucionar um problema. A percepção é um ganho para as organizações, pois, somando-se todas as percepções dos seus colabo- radores, pode-se aprimorar e adquirir a qualidade dos produtos ou serviços. Não deixe que sua posição social, seus preconceitos, seus pré-julgamentos influenciem seu profissio- nalismo. Cabe ao indivíduo desenvolver a capacidade de perceber as diferentes questões sob pontos de vistas diversos, sem ficar paralisado por seu próprio julgamento. Na sequência, você aprenderá sobre o sistema de trabalho em equipes, outro importante tema quando se estuda técnicas e fundamentos da Qualidade. 2.7 eQuipe Equipe é o conjunto ou grupo de indivíduos que se unem na realização de uma mesma tarefa ou trabalho. FIQUE ALERTA Trabalho em equipe é um sistema de trabalho que busca valorizar cada indivíduo e é desenvolvido por um grupo de pessoas, onde todos se dedicam na realização de uma tarefa, possibilitando a troca de experiência e conhecimento compartilhando uma direção comum. Uma equipe multidisciplinar, por sua vez, é um grupo formado por pessoas com diferentes especialida- des, ou seja, de diversas áreas, permitindo uma troca de conhecimentos de maior abrangência. A m m en to rp D K ([2 0- -? ]) 2 SenSibilização e Motivação para a Qualidade 23 A expressão em inglês “staff”, que significa pessoal, grupo ou corpo de assistentes, corpo docente ou quadro de funcionários, é muito usada no Brasil, para nomear uma equipe de apoio ou suporte no desen- volvimento de qualquer atividade. Para se desenvolver um bom trabalho em equipe, algumas posturas devem ser adotadas, acompanhe. a) Tenha paciência: às vezes, é difícil conciliar diferentes pontos de vista, opiniões diversas, por isso a necessidade do indivíduo ter paciência, expor o ponto de vista de forma tranquila e ouvir o que os outros têm a dizer. b) Aceite as ideias dos outros: admitir que não se tem razão ou mesmo aceitar ideias novas é complica- do, porém, é importante reconhecer quando uma ideia é melhor que a sua e lembrar que o que está em jogo é o objetivo comum. c) Não critique os colegas, mas as ideias: em um conflito, é importante ser imparcial, não é prudente deixar que sua opinião sobre um colega influencie no trabalho da equipe. Você deve avaliar a ideia independente de quem a tenha apresentado. d) Saiba dividir, compartilhe tarefas, responsabilidades e informação. e) Participe e seja solidário, ajudando os colegas não haverá constrangimento quando precisar pedir ajuda. f) Converse quando se encontrar desconfortável com determinada situação. Procure sempre encontrar soluções de forma a não prejudicar o objetivo da equipe. g) O planejamento e a organização são tarefas importantes, levando em conta que as pessoas tendem a se dispersar. Essas ferramentas contribuem para um trabalho eficiente e eficaz. É preciso mensurar os resultados de acordo com as metas definidas no planejamento. O trabalho em equipe é uma ótima oportunidade para aprender e conviver com os colegas de trabalho. E as pessoas são formadas por características desde a infância, o local onde foram criadas, a família, a esco- la, além de toda a expectativa pessoal. Essas diferenças devem representar um desafio e não uma barreira. Estude sobre esse tema na sequência. 2.7.1 Diferenças entre pessoas O choque de gerações, diferenças pessoais, etnias, religiões e outras características influenciam no comportamento das pessoas e podem ser prejudiciais ao trabalho em equipe. Nessa fase, é ideal ter um líder que consiga equalizar as diferenças e manter o grupo produzindo o má- ximo possível. É possível extrair o melhor das pessoas, a soma das diferenças e sua correta exploração agregam conte- údo para o trabalho e para a vida. Técnicas e FundamenTos da Qualidade24 FIQUE ALERTA Enxergar as diferenças e buscar experiência na interação aumentará a formação inte- lectual. Quanto maior o contraste e a diversidade, mais interessantes serão as pessoas e essa percepção é que faz a grande diferença. Vivemos em um mundo cheio de diferenças, como foi dito, as pessoas são diferentes entre si. Para se viver em sociedade, é necessário aceitar e respeitar as diferenças, compreender as pessoas. A nd re yP op ov ([ 20 -- ?] ) Na vida social, o indivíduo precisa estabelecer boas relações sejam elas de cooperação ou afetivas, sem- pre respeitando as diferenças individuais que não devem ser vistas como um impedimento. As diferenças devem ser percebidas, então, como oportunidades de se manter uma equipe heterogênea, em que as habilidades podem se complementar a fim de se alcançar um bom desempenho. Quando o indivíduo é valorizado e aceito, ele tende a se tornar uma pessoa mais afetuosa, tornando o relacionamento interpessoal mais harmonioso, permitindo a cooperação, a integração de esforços, o trabalho em equipe. Mas, como é possível contribuir para o bom relacionamento interpessoal? Fale educadamente com as pessoas, sorria, seja amigo, colaborador, chame as pessoas pelo nome, seja cordial e sincero, considere a opinião dos outros, seja generoso em elogiar e cauteloso em criticar. Em uma organização, nota-se que os indivíduos podem ter condutas e posturas que diferem da mis- são, dos valores e da cultura da empresa. Parece difícil administrar essa adversidade, mas não é. É preciso conhecer e respeitar os indivíduos valorizando o que eles têm de melhor, principalmente aqueles que contribuem para o desenvolvimento da empresa. FIQUE ALERTA A riqueza das diversidades torna-se fundamental para as organizações, pois garante o pensamento criativo. 2 SenSibilização e Motivação para a Qualidade 25 Para que sejam alcançados os objetivos, a comunicação deve ser eficiente. A comunicação pode trazer bons resultados para o desenvolvimento de equipes. Isso porque quando a informação disseminada na empresa é bem estruturadae compreendida por todos, os receptores estarão contribuindo para a forma- ção de indivíduos e de equipes. E, diante de qualquer situação, é preciso prezar pela ética e respeitar uns aos outros. Acompanhe, na sequência, um Casos e Relatos sobre intolerância e preconceito. CASoS e reLAtoS O preconceito de Júlio Em uma empresa bem conceituada, trabalhavam dentro do mesmo departamento Júlio e Tomaz. Eles possuíam a mesma faixa etária e escolaridade. Entretanto, Júlio sentia uma grande antipatia por Tomaz, pelo fato de Tomaz ser homossexual. Tamanha intolerância fez com que Júlio agredisse verbalmente Tomaz, na frente de outros colegas de trabalho, causando-lhe grande constrangimen- to, pois Júlio o via como diferente e incapaz de realizar as mesmas tarefas que ele. (GEOCITIES, [s.d]) Perceba como é necessário utilizar sempre a ética e respeitar os outros em todas as situações. Veja a seguir o que diz a Constituição Brasileira (BRASIL, 1988) que trata sobre esse assunto. TÍTULO I DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. TÍTULO II DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- -se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Técnicas e FundamenTos da Qualidade26 I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Consti- tuição[...]. Antes de prosseguir com seus estudos sobre Técnicas e Fundamentos da Qualidade, leia o recapitulan- do. Neste, você encontrará os principais temas abordados neste capítulo. reCApituLAndo Neste capítulo, você foi apresentado a diversos fatores que influenciam na construção da qualidade na empresa. Dentre eles a sensibilização, a motivação e integração de equipes para a realização das atividades relacionadas à Gestão da Qualidade. Você obteve subsídios para entender a importância dos conceitos abordados e pode, a partir deste estudo, implementá-los e aplicá-los ao seu dia de dia. No próximo capítulo, você aprenderá sobre a definição dos tipos de custos da qualidade classifica- dos por categoria, identificará áreas para possíveis reduções de custos, desperdícios e falhas. 2 SenSibilização e Motivação para a Qualidade 27 3 Custos do processo produtivo Neste capítulo você entrará numa nova etapa dos estudos, estará adquirindo conhecimento para identificar os diversos tipos de custos dentro da organização e áreas críticas para redução de custos da qualidade. Sendo assim ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) definir os tipos de custos da qualidade classificados por categoria; b) identificar áreas para possíveis reduções de custos; c) elaborar um relatório gerencial de custos. Veja quantas possibilidades você terá neste capítulo de construir novos conhecimentos! Ini- cie então seus estudos conhecendo uma breve introdução aos custos da qualidade. Técnicas e FundamenTos da Qualidade30 3.1 introdução AoS CuStoS do proCeSSo produtivo A corrida pela qualidade foi impulsionada pela competitividade do mercado e estimulada pela glo- balização. Com o ambiente competitivo em que as empresas se encontram, a qualidade tornou-se peça fundamental para a sobrevivência. E para manter essa sobrevivência os gastos são muito grandes, mas serão ainda maiores para aqueles que ainda não trabalham tendo como objetivo a Qualidade. A estrutura de custos é fundamental para a manutenção das empresas e estão diretamente ligados ao programa de qualidade. Os custos de uma empresa podem ser divididos em diferentes tipos; acompanhe na sequência as características de cada um deles. CARACTERÍSTICA DE CUSTOS CUSTO CONCEITO Custos fixos e variáveis Os custos fixos, como o próprio nome diz, não são alterados pelo volume de produção. Quanto aos custos variáveis aumentam e diminuem conforme as atividades da empresa, ou seja, estão ligados ao volume de produção. Custos diretos e indiretos Custo direto é todo custo (custo de insumos, material, mão de obra, equipamen- to) diretamente associado com o serviço. Já os custos indiretos são aqueles não identificados no produto, por exemplo, a depreciação, seguro, dentre outros. Custos eficientes e ineficientes Os custos eficientes são aqueles utilizados em toda sua totalidade, sem desper- dício e os ineficientes geram desperdício. Como exemplo temos no setor de corte de uma empresa o desperdício de matéria-prima ou o retrabalho por uma atividade mal executada. Custo semivariável ou semifixo Varia de acordo com a atividade desenvolvida. Por exemplo: a energia elétrica, a despesa com água. Custo primário É a soma dos custos relacionados ao material utilizado com a embalagem do produto, a mão de obra direta e a matéria-prima. Custo de Transformação É a somatória dos custos de produção, exceto a matéria-prima e outros elemen- tos adquiridos. É o custo do esforço realizado pelas empresas. Quadro 1 - Características dos tipos de Custos Fonte: do Autor (2015) Os números de redução de desperdícios, ganho na produtividade e aumento de lucratividade aconte- cem de forma rápida quando se investe em Qualidade, muitas vezes antes mesmo de finalizar o processo de implementação e efetivar a Certificação da Qualidade. Os resultados desse processo de implementação da Qualidade devem ser medidos para servirem de incentivo à manutenção do programa, uma vez que os resultados se tornam, de forma prática, visíveis e compreensíveis para aqueles envolvidos no processo. É considerado desperdício tudo o que não agrega valor ao produto, resultando em gasto de dinheiro e tempo. O desperdício pode gerar ainda custos desnecessários ao produto aumentando o valor do produto. 3 Custos do ProCesso Produtivo 31 Perdas ou desperdício Especicação Aquisição Estocagem Recebimento Processamento Inspeção Embalagem Pós-venda Entrega Estoque Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 2 - Perdas ou desperdícios Para possibilitar uma melhor compreensão, os diferentes tipos de desperdícios serão categorizados na sequência, acompanhe. TIPOS DE DESPERDÍCIO DESPERDÍCIO CONCEITO Desperdício por superprodução Produzir itens com muita antecedência, e em quantidade maior que a necessária, gerando aumento de estoque e ocupação de grandes áreas. Desperdício pela espera São definidos por instalações e colaboradores ociosos, gerando custo. Algumas causas podem ser a demora na preparação, a falta de produção sincronizada ou possíveis falhas do sistema produtivo. Desperdício no transporte Verificar o layout do sistema produtivo a fim de reduzir o tempo de produção e os recursos como otimização do espaço, de pessoas e materiais. Desperdício no processamento Ocorre no processo de atividades desnecessárias ou incorretas que geram aumento nos cus- tos. Este desperdício geralmente é percebido quando medida a produtividade. Desperdício de movimento É a ineficiência da operação. Exemplos deste tipo de desperdício são a procura por peças, por formulários, equipamentos etc. Desperdício na produção de produ- tos com defeito Quando um produto em produção ou pronto para consumo não atende às exigências de Qualidade. Os produtos com defeito implicam em desperdício de material, gera retrabalho ou refugo da mercadoria, além de despender local para armazenagem, tempo utilizado do equi- pamento e mão de obra. Observe que é necessário o controle e combate ao desperdício, pois implica em outros desperdícios e consequentemente custos desnecessários para a empresa. Desperdício de estoque O custo de manutenção é alto, além do desperdício de investimento e espaço. É possível se diminuir o estoque ao se identificar ascausas que levam a empresa a manter o estoque. Por exemplo, se você ajustar o sistema de vendas da empresa, poderá auxiliar na redução do estoque do produto. Outra alternativa é fazer a venda sob pedido, o que auxiliaria mais no planejamento de uma produção enxuta. Quadro 2 - Tipos de desperdício, segundo o sistema Toyota de produção. Fonte: Adaptado de Ohno (1997) Técnicas e FundamenTos da Qualidade32 Para alcançar a qualidade desejada de um produto, é necessário um investimento, seja ele de ordem financeira, emocional ou física. Mesmo quando o produto não tem excelência em qualidade, possui custo de fabricação, manutenção, venda etc. O gerenciamento do custo da qualidade é fazer com que o custo seja o menor possível. Os custos da qualidade são aqueles definidos pelo sistema de gestão da qualidade adotado pela em- presa. Aos custos para implantação deste sistema, é necessário incluir também aqueles incorridos na pre- venção, na avaliação e na correção do trabalho defeituoso. Confira na sequência, o quadro que traz casos de empresas brasileiras que ilustram os ganhos ocasiona- dos com a implementação dos programas de qualidade. ELEMENTO DO CUSTO DEFINIçãO CUSTOS ASSOCIADOS 1. Identificação das necessida- des dos clientes São os custos incorridos relacionados à avaliação contínua das necessidades e percepção do cliente e/ou usuário quanto à qualidade (incluindo dados de confiabilidade e desempenho), que afetam a sua satisfação com os produtos e/ou serviços fornecidos. • Pesquisa de mercado. • Programas para buscar a opinião dos clientes. • Análise crítica de contrato ou outros documentos que afetam os requisitos do produto/serviço. • Desenvolvimento de procedimentos e listas de verificação para análise da entrada de pedidos. 2. Desenvolvimento do projeto do produto São os custos necessários para gerenciar a qualidade na fase de desenvolvimento de um novo produto ou serviço, antes de liberar a documentação autorizada para a produção inicial. • Análise crítica de projeto. • Testes de qualificação de novos produtos. 3. Suprimentos São os custos voltados para assegurar a conformidade e minimizar o impacto das não conformidades dos materiais adquiridos na qualidade dos produtos e/ou serviços, envol- vendo as atividades antes e após a colocação do pedido de compra. • Avaliação de fornecedores. • Preparação e manutenção da lista de fornece- dores aprovados e do índice de desempenho dos mesmos. • Análise crítica dos dados técnicos constantes da documentação de compra. • Planejamento de inspeção de recebimento e na fonte. 3 Custos do ProCesso Produtivo 33 4. Planejamento da Qualidade do Processo Produtivo São aqueles custos incorridos para garantir a capacidade das operações produtivas em atingir os requisitos e os padrões da qualidade. • Planejamento das atividades de controle da quali- dade para todas as etapas do processo. • Qualificação do processo (inclusive estudos de capacidade do processo). • Projeto e desenvolvimento de técnicas e instru- mentos de medição e ensaios. • Desenvolvimento de planos e procedimentos de inspeção e ensaios. • Aquisição e implantação de software para proces- samento de dados de inspeção e ensaios. 5. Administração da Qualidade São os custos voltados para administrar e gerenciar a função qualidade. • Salários administrativos da qualidade (gerentes, supervisores etc.). • Planejamento do sistema da qualidade (inclui manual da qualidade). • Análise e divulgação de índices da qualidade (rela- tórios de auditoria, de custos etc.). • Desenvolvimento de plano de melhoria da quali- dade envolvendo todas as atividades. • Auditorias da qualidade (somente sistema e processo). • Despesas administrativas em geral. 6. Educação para a Qualidade São os custos necessários à educação para a qualidade de todas as funções da empresa que possam afetar, direta ou indiretamente, a qualidade dos produto e/ou serviços. • Inclui os custos de educação, conscientização e motivação de todo o pessoal ou funções da empre- sa, para a qualidade. Quadro 3 - Avaliação Fonte: Toledo (2002) Na sequência de seus estudos, acompanhe exemplos de investimentos de empresas brasileiras em Qualidade. Nos exemplos, você também poderá perceber os resultados obtidos: Técnicas e FundamenTos da Qualidade34 a) a Sulzer Brasil, multinacional suíça, fabricante de equipamentos rotativos sob encomenda, econo- mizou 1,1 milhão de dólares por ano investindo em prevenção de erros e na diminuição de refugos, reparos, retrabalhos etc. (COSTAS, 1994); b) em São Leopoldo (RS), a Andreas Stihl Motosserras conseguiu baixar os gastos com ferramentas au- xiliares utilizadas para cada motor de US$ 19,18 para US$ 4,82, numa produção anual de 150 mil mo- tores (FLORES, 1994); c) na Amadeo Rossi S/A Armamentos e Munições, os resultados mensurados com os programas im- plantados evidenciam uma redução no desperdício de materiais, que anteriormente era de 20% dos componentes utilizados na linha de produção para os atuais 2,44%. Além disso, houve um ganho de produtividade substancial: produzia-se 0,85 revólver/dia por funcionário, passando para uma produ- ção de 1,75 revólver/dia por funcionário (FLORES, 1994). 3.2 tipoS de CuStoS do proCeSSo produtivo Além dos custos ligados à organização, existem ainda os custos de prevenção, avaliação e falhas. Você estudará na sequência sobre os custos de prevenção, confira! 3.2.1 Custos De prevenção O primeiro tipo de custo que compõe o custo da qualidade é o de prevenção que é definido por Robles Jr. (1994, p. 63) como sendo “os gastos com as atividades no intuito de se assegurar que produtos, compo- nentes ou serviços insatisfatórios ou defeituosos não sejam produzidos”. Os custos de prevenção existem para prevenir defeitos, do planejamento, implementação, mão de obra, compras e manutenção de um sistema de qualidade, a fim de evitar falhas e controlar a qualidade evitando gastos advindos de erros, referem-se aos gastos ocasionados com o propósito de se evitar defeitos. As ações preventivas podem auxiliar no controle do aumento de gastos. As ações preventivas possibi- litam que o profissional enxergue melhor o panorama da empresa e do mercado auxiliando na tomada de decisões. SAIBA MAIS Aprofunde seus conhecimentos consultando livros sobre qualidade, em especial o li- vro de Antônio Robles Junior, Custos da Qualidade. Na sequência de seus estudos, você aprenderá sobre os Custos da Avaliação, diferentemente dos cus- tos de prevenção, os custos de avaliação são realizados posteriormente a uma atividade. Eles são muito importantes para verificação dos padrões dos produtos. Siga em frente, aprender é estimulante e melhora seu desempenho profissional! 3 Custos do ProCesso Produtivo 35 3.2.2 Custos De avaliação Outro tipo de investimento utilizado para garantir a qualidade é o custo de detecção ou avaliação dos gastos realizados. Essa avaliação visa a garantir a conformidade acertada no início do processo, investigando também a entrada dos insumos de produção na empresa para avaliar o grau de qualidade (ROBLES JR.,2007). fr om 20 15 ([ 20 -- ?] ) São os custos (internos ou externos) relacionados à atividade de avaliação, de detecção ou inspeção da qualidade do produto ou serviço para que os mesmos atendam aos requisitos especificados no projeto. Alguns dos custos incluídos neste item são apresentados na sequência. a) Inspeções de recebimento: são análises técnicas e de laboratórios para se determinar a qualidade do material adquirido. b) Inspeções de processo: os custos advindos da avaliação realizada durante o processo de execução ou produção de um produto ou serviço. Neste, verifica-se a conformidade do processo. c) Inspeções de testes finais: são os custos de verificação do produto para sua aceitabilidade. A maior contribuição nos custos de avaliação são os gastos com pessoal de inspeção, teste e separação de peçasdefeituosas. Outros exemplos de custos de avaliação são descritos a seguir, confira: a) coleta, análise e relato dos dados da qualidade; b) inspeção de acessórios; c) simulações; Técnicas e FundamenTos da Qualidade36 d) custos de verificação e revisão de produto; e) testes de produtos; f) inspeção de matéria-prima; e g) aceitação do produto. Esses custos são analisados a fim de se obter resultados que identifiquem e avaliem se as características do produto ou serviço estão dentro dos padrões e que satisfaçam minimamente às expectativas do cliente. FIQUE ALERTA Para que haja qualidade, o processo de avaliação deve buscar a verificação desde a matéria-prima até o produto acabado ou serviço prestado, avaliando e propondo mudanças. O mercado competitivo obriga as empresas a buscar sempre a melhoria contínua. Por isso, avaliar os processos e os produtos é indispensável para a organização que visa a atender a seus clientes da melhor maneira possível. . . Dando sequência aos seus estudos sobre Custos de Qualidade, você aprenderá sobre Custos de Falhas. 3.2.3 Custos De falhas A não qualidade nos produtos está relacionada às falhas na produção. Essas falhas podem ser geradas por ineficiência das ferramentas da qualidade e podem ser evitadas. As falhas na produção estão associa- das a processos internos ou externos à empresa. Como você pôde perceber, estes custos estão divididos em dois tipos: custos de falhas internas e custo de falhas externas. Você aprenderá sobre os custos de falhas internas, a seguir. Custos De falhas internas Os Custos de Falhas Internas são aqueles decorrentes da produção de peças defeituosas, antes que elas cheguem ao cliente. Os custos cometidos nesta fase podem ser considerados como prejuízos, pois resulta na diminuição do lucro da empresa. Geralmente esses custos estão relacionados à ineficiência na aplicação de recursos nos custos de pre- venção, principalmente quanto à capacitação do corpo funcional. A falta de gerenciamento adequado a sua otimização poderá levar a empresa a suportar custos de fa- lhas internas geralmente muito altos diante de outros custos. Alguns exemplos comuns de falhas internas são: os refugos; peças rejeitadas e retrabalho de peças; re- trabalho; paradas de produção devido a peças defeituosas; re-inspeção de lotes ou estoques; reengenharia de produção; repetição de testes; sucata. 3 Custos do ProCesso Produtivo 37 No quadro a seguir, você poderá aprender sobre os elementos do custo. Provavelmente, o quadro aju- dará a identificar o que é uma falha no seu dia a dia de trabalho. ELEMENTO DO CUSTO DEFINIçãO FALhAS ASSOCIADAS 1. Falhas de projeto de produto/ serviço São aqueles custos não planejados que existem em função das inadequações inerentes ao projeto e sua relação com a execução das operações da produção. Destaca-se que não estão considerados os custos relativos às alterações solicitadas pelo cliente para melhoria do produto, ou os esforços maiores de reprojetos que fazem parte do plano de marketing da empresa. • Ação corretiva de projeto. • Retrabalho devido às mudanças de projeto. • Sucata devido às alterações de projeto. 2. Falhas de suprimentos São os custos devidos às falhas de materiais de fornecedores em relação aos requisitos da quali- dade, inclusive com o pessoal envolvido nessas atividades. • Rejeição de materiais comprados. • Reposição de materiais comprados. • Retrabalho sobre os materiais não conformes recebidos do fornecedor. 3. Falhas de operação (produto/ serviço) Custos de falhas de operação quase sempre representam uma significativa porção dos custos gerais da qualidade e podem, geralmente, serem vistos como os custos relacionados com produtos ou serviços defeituosos, descobertos durante as operações de processo. • Análise de produto ou serviço não conforme e ação corretiva. • Retrabalho e reparo de operação. • Re-inspeção/reteste. • Operações extras. • Sucatas de operação. • ubclassificação do produto/serviço final (usualmente chamado de produto de 2ª linha). • Horas de trabalho por falha interna. OUTROS CUSTOS DE FALhAS INTERNAS: • Problema de embarque de material. • Reelaboração de propostas antes de submetê-las aos clientes. • Comparecimento a reuniões internas sobre problemas da qualidade. • Redução de receita e penalidade devido a atraso nas vendas faturadas. • Projetar novamente um item devido a erros ou problemas de fabricação. Quadro 4 - Falhas internas Fonte: Toledo (2002) Técnicas e FundamenTos da Qualidade38 Como você pode verificar no quadro acima, as falhas internas são muitas. É necessário estar atento aos processos e sempre revê-los para reduzir ao máximo os problemas e falhas futuras. Além disso, uma falha interna pode ocasionar uma falha externa como você verá no próximo tópico. Custos De falhas externas Os custos de falhas externas são custos resultantes da incapacidade de um produto ou serviço em satis- fazer as exigências da qualidade após o seu fornecimento. Se uma empresa recebe reclamação de seus consumidores, pode existir uma falha. Para o processa- mento dessas reclamações de clientes, despenderá de mão de obra para a análise, implantação de ação corretiva, o que significa aumento de custo. Em caso de Recalls¹ é necessário a utilização de desmontagem, transporte, horas extras, despesas do cliente, que deverão ser suportadas pela empresa, processos judiciais, tempo, nova garantia e a perda de imagem da organização. Os custos por falhas externas afetam o perfil da qualidade do produto ou serviço gerando tanto custos mensuráveis como não mensuráveis, podendo muitas vezes tornar o negócio inviável, dependendo da dimensão que tomar. CURIOSIDADES Você sabia que se um fabricante de automóveis realizar um recall de um lote de veículos devido a um problema detectado na caixa de direção, de- pendendo da maneira como for exposta esta situação a seus clientes com certeza despertará falta de confiabilidade na qualidade do produto? Além disso, pode produzir receio na aquisição de veículos daquele modelo. Perceba que a exposição negativa da empresa pode levá-la a sofrer consequências relevantes, tais como: a perda de clientes, diminuição nas vendas pela divulgação negativa dos clientes. No quadro a seguir veja os elementos do custo, sua definição e o custo associado. Lembre-se de que nesse momento o cliente já está envolvido e o processo de solução dessa falha pode ser mais complexo e oneroso à empresa. 1 Chamada de produtos com defeito. 3 Custos do ProCesso Produtivo 39 ELEMENTO DO CUSTO DEFINIçãO CUSTOS ASSOCIADOS 1. Administração de recla- mações São os custos incorridos na investigação, julga- mento e resposta às reclamações individuais dos clientes ou usuários por razões de qualidade. • Custos com suporte e atendimento às reclama- ções. 2. Responsabilidade civil pelo item São os custos incorridos pela empresa devido às reclamações de responsabilidade pelo produto ou serviço. • Custos com honorário advocatícios, registros e indenizações. 3. Produtos ou serviços devolvidos São os custos incorridos para manusear, transpor- tar e contabilizar produto devolvido, bem como avaliar e reparar ou trocar bens que não atendem aos requisitos de aceitação pelo cliente ou usuário devido a problemas de qualidade. Não inclui gastos com reparos realizados como parte de uma manutenção rotineira. • Custo de produto retornado para retrabalho e custo de produto rejeitado e devolvido. • Erros de marketing (custos de substituições devidas a erros na interpretação dos requisitos do consumidor). 4. Solicitação em garantia É o custo total envolvido na correção de não conformidades nos produtos em garantia. Deve- -se adicionar os custos de pessoal de serviço e administrativo que não podem ser custeados na conta de garantia, mas que estão fazendo trabalho associado com garantia. • Custos de substituição de produtos durante o períodode garantia. 5. Alteração das especifica- ções de projeto São os custos para atualizar ou alterar as especifi- cações de produtos/serviços no local de operação, para uma nova condição de projeto, baseado em recálculos significativos para minimizar ou mesmo eliminar as deficiências do projeto anterior. Inclui somente aquelas últimas modificações devidas aos problemas da qualidade. Inclui-se os custos incorridos como resultado do recolhimento de produtos ou componentes já em uso, a fim de corrigir problemas que não puderam ser previstos (custos com recall). • Campanha de campo (após a distribuição de um produto no mercado pode ser constatado, ainda durante a sua vida útil, que um componente pre- cisa ser trocado). Ex: campanha da substituição do rolamento externo do cubo das rodas traseiras do Corsa. • Erros de Engenharia (idem para desenhos e especificações). Técnicas e FundamenTos da Qualidade40 6. Penalidades pós-entrega São os custos incorridos para o pagamento das penalidades por falhas no atendimento aos requi- sitos contratuais pós-entrega do produto/serviço. • Multas incorridas por devoluções e atrasos na entrega (conforme contratos). 7. Concessões ao cliente/ usuário São os custos incorridos, sobre e acima dos custos de vendas normais, com clientes ou usuários que não estão completamente satisfeitos com a quali- dade dos produtos ou serviços recebidos. • Descontos de vendas. • Extensões de garantia de produtos ou serviços etc. 8. Perdas de vendas São os custos incorridos pela perda de margem de lucro devido à redução de vendas por problemas de qualidade (ex: quantidade de negócios que perdidos no período medido). Este elemento está associado com a perda da imagem pela empresa do ponto de vista do cliente. • Desgaste da imagem da empresa. OUTROS CUSTOS DE FALhAS EXTERNAS Inclui-se aqui qualquer outra conta associada ao produto/serviço no local de operação (ex: assistência técnica), diretamente atribuída à correção de imperfeições ou testes especiais, mas que não se inclui nos itens anteriores. Quadro 5 - Custos associados às falhas externas Fonte: Toledo (2002) Você estudou que as falhas são constantes e que podem influenciar negativamente a imagem da em- presa, além de causar inúmeros prejuízos. Por isso, a importância em procurar a melhoria contínua dos processos, só assim será possível o controle e solução dos problemas. 3 Custos do ProCesso Produtivo 41 3.3 identifiCAção de áreAS CrítiCAS pArA redução de CuStoS do proCeSSo produtivo Conhecer a empresa é muito importante, para tanto é necessário um fluxograma de todos os processos a fim de visualizar o papel de cada um dos envolvidos. Para entender melhor a organização interna da empresa e seus processos, além da identificação dos custos relacionados à qualidade, reuniões com as pessoas responsáveis pelos setores, são necessárias a busca de informações a respeito da clientela e forne- cedores, bem como a análise dos resultados. Conhecidas as causas dos problemas, o próximo passo é a elaboração de um plano de ação, definindo mudanças a curto, médio e longo prazo, com a intenção de melhorar os processos e reduzir os custos. Por- tanto, a melhor maneira é medir as perdas e quantificá-las em valores monetários; este é o primeiro passo para desencadear o processo de implantação de custos de qualidade. Após a implantação, é necessário desenvolver um sistema de medição para fornecer informações e auxiliar na identificação das áreas que necessitem de aprimoramento, um sistema que vise a uma melhoria contínua e a utilização dos programas de controle dos custos em conjunto com programas de qualidade. reCApituLAndo Neste capítulo, você aprendeu sobre os tipos de custos da qualidade; aprendeu, por exemplo, a classificá-los por categoria. Você também aprendeu a identificar áreas para possíveis reduções de custos e verificar os tipos de falhas e desperdícios. Sendo esta parte fundamental para o sucesso de um programa de qualidade e para a manutenção da empresa ativa no mercado. No próximo capítulo, você terá a oportunidade de estudar as normas técnicas e poderá entender as definições e os termos relativos à qualidade da Normalização, organismos de registros. Você estudará também sobre os Tipos de Normas, os Órgãos Normativos, como a ABNT, o Inmetro e a Norma Brasileira Registrada (NBR), os métodos de Ensaio e o fluxograma para elaboração de um procedimento. 4 Identificação de normas técnicas A partir de agora você está convidado a conhecer um pouco mais sobre as normas técnicas, definições de qualidade, órgãos normativos, normatização e muito mais. Uma norma técnica é um documento, que estabelece regras e características sobre um pro- duto, serviço ou processo e geralmente é produzido por órgãos oficiais. Você irá aprofundar o conhecimento sobre o assunto e dessa forma aplicar o conhecimento no dia a dia da empresa. Ao final deste capítulo, você terá subsídios para: a) identificar a importância da linguagem técnica de acordo com a terminologia da NBR ISO 9001:2015; b) conceituar os diversos tipos de Normas Técnicas aplicáveis; c) utilizar os diversos Órgãos Normativos; d) empregar a sequência de atividades para redação de uma Norma Técnica, Procedimento e Instrução de Trabalho. Inicie com dedicação e atenção, fazendo do seu estudo uma oportunidade de refletir sobre suas práticas diárias, pois as oportunidades de aprendizagem serão muitas. Técnicas e FundamenTos da Qualidade44 4.1 orgAniSMoS de regiStroS O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade foi criado pelo Governo Federal e marcou o re- torno do Brasil para a melhoria da qualidade de produtos e serviços. A avaliação da conformidade que se utiliza é a certificação, que é caracterizada por uma empresa terceira que atesta o produtor ou prestador de serviço perante o mercado. A declaração do fornecedor funciona como o mecanismo de avaliação da conformidade. Esta declara- ção é comumente utilizada e, dentre elas, a mais conhecida é a certificação. FIQUE ALERTA A certificação caracteriza-se pela existência de uma terceira parte entre o produtor e o consumidor. Esta parte é, portanto, independente e trabalha como avalista do pro- dutor ou prestador de serviços diante do mercado. Os programas de avaliação da conformidade, de acordo com as práticas internacionais, proporcionam um reconhecimento mútuo entre os países, evitando a repetição de avaliações e ensaios pelos países que adquirem os produtos. Dentro do Sistema Brasileiro de Avaliação existem dois tipos de certificação: Certificações Voluntárias e Compulsórias. Acompanhe, a seguir, a caracterização dessas certificações. • Certificações voluntárias: a empresa define se deve ou não certificar o seu produto de acordo com o prescrito em uma norma técnica, identificando os benefícios que essa certificação pode trazer ao seu negócio. • Certificações compulsórias: determinam que o produto poderá ser comercializado depois que for certificado. Os requisitos obrigatórios e prazos estão descritos em uma portaria do Inmetro². SAIBA MAIS Para aprender mais sobre a certificação voluntária ou compulsória, consulte o site do In- metro. Certificação Voluntária: <http://www.inmetro.gov.br/qualidade/prodVoluntarios.asp>. Certificação Compulsória: <http://www.inmetro.gov.br/qualidade/prodCompulsorios.asp>. As empresas são as responsáveis por verificar se estão, ou não, aptas a solicitar a certificação ou iniciar o processo de certificação de seu produto. Para que isso aconteça, é necessário procurar um Organismo de Certificação (OCP) acreditado pelo Inmetro. A lista de OCPs registrados pelo Inmetro está disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/organismos/consulta.asp>. 2 Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade Industrial. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 45 O Inmetro tem o escopo de acreditar os Organismos de acordo com as regras definidas pela Cgcre (Coordenação Geral de Acreditação).Portanto, qualquer OCP acreditada pelo Inmetro é competente para conduzir a certificação. A partir de 2010, o Inmetro iniciou a realização do registro do Objeto, conforme Resolução Conmetro nº 5, de 06 de maio de 2008. O Registro os Objetos após a entrada em vigor da Resolução são elaborados conforme forem publicadas as portarias que aprovam os Requisitos de Avaliação da Conformidade – RAC. Aquele que fabrica ou importa (fornecedor) é o único que poderá pleitear ao Inmetro o registro do objeto. Programa brasileiro de avaliação da conformidade Prospecção de demandas de avaliação da conformidade Educação para a Qualidade Consumidor Plano de ação quadrienal Avaliação da conformidade Fiscalização Vericação da conformidade In M et ro (2 01 5) Figura 3 - Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade Fonte: Inmetro ([s.d]) O responsável pela gestão de avaliação de conformidade no Brasil é o Inmetro. Os regulamentos e normas são estabelecidos pelo Inmetro bem como o credenciamento de organismos para atuarem como certificadores. O Inmetro aprova os agentes de credenciamento que, por sua vez, credenciam os auditores indepen- dentes de terceira parte, que tem a finalidade de certificar natureza de negócio ou tipo de empresa. O credenciamento segue as normas mundialmente reconhecidas (Normas Europeias série 45.000 ou sua cor- respondente ISO/IEC Guidelines). A avaliação de conformidade é um processo predefinido, sistematizado, com acompanhamento e ava- liado para que um produto, processo ou serviço, ou ainda um profissional adquira um certo grau de con- fiança atendendo ao estabelecido em normas e regulamentos. Técnicas e FundamenTos da Qualidade46 Os mecanismos de avaliação da conformidade são descritos, a seguir, conforme publicação do Inmetro: a) Certificação: é realizada pela terceira parte, uma organização devidamente credenciada para emitir a Avaliação de Conformidade, seja em produtos, serviços ou sistemas de gestão e pessoal. b) Declaração do Fornecedor: é dada uma garantia por escrito e por um fornecedor que os requisitos de um produto, serviço ou processo estão em conformidade com os requisitos. c) Inspeção: é uma avaliação da conformidade que se dá pela observação e julgamento seguidos, se necessário, por ensaios, calibrações ou por medições. Na avaliação de conformidade Ensaio e Certi- ficação são diferentes, os resultados servem para amparar a Certificação e Etiquetagem, e o Ensaio poderá complementar as atividades de Inspeção. d) Etiquetagem: poderá ser compulsória ou voluntária, podendo ser informativa indicando o desempe- nho do produto ou comparativa entre produtos do mesmo tipo ou indicar que atende a um critério específico. e) Ensaios: é o mecanismo de Avaliação da Conformidade mais utilizada. A partir de um procedimento específico, é feito o ensaio que é uma operação técnica que compreende na determinação de uma ou mais características de um certo produto, serviço ou processo. Segundo informações do Inmetro, em abril de 2007 foi oficialmente lançado o Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade em Responsabilidade Social, juntamente com a entrega do 1º Certificado. Os Organismos de Certificação em Sistema de Gestão da Responsabilidade Social são acreditados pelo Inmetro. NOME DO ORGANISMO E-MAIL/SITE FCAV - Fundação Carlos Alberto Vanzolini certific@vanzolinicert.org.br / http://www.vanzolini.org.br BRTÜV Avaliações da Qualidade S. A. rmaia@tuv-nord.com / http://www.brtuv.com.br BVQI do Brasil Sociedade Certificadora Ltda certificacao.bvqi@br.bureauveritas.com / http://www.bvqi.com.br Quadro 6 - Organismos de Certificação em Sistema de Gestão da Responsabilidade Social Fonte: Inmetro ([s.d]) A acreditação pelo Inmetro permite algumas vantagens, sejam elas: a) ter o sistema de reconhecimento internacional; b) o Inmetro é o sistema oficial reconhecido; c) ajudar na captação de novos mercados e ser um diferencial; d) aumento da confiança dos clientes e da diminuição no número de avaliações. Na sequência, aprenda sobre os tipos de Normas e Órgãos Normativos. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 47 4.2 tipoS de norMAS e órgãoS norMAtivoS Segundo a ABNT, norma técnica é o resultado de um processo de consenso estabelecido por um orga- nismo reconhecido onde todas as partes interessadas podem participar e contribuir. As Normas se baseiam em estudos consolidados da ciência, tecnologia e experiência acumulada, visan- do a benefícios para a comunidade. fil m fo to ([ 20 -- ?] ) Proporcionam maior facilidade e segurança nas trocas de informações entre o fornecedor e o consumi- dor, eliminando ruídos na comunicação. Além disso, cria padrões de qualidade, em respeito ao seu consu- midor, aos novos mercados que pretende alcançar e, ainda, à imagem de sua empresa e setor industrial. A Norma Técnica promove a difusão tecnológica, consolidando e estabelecendo parâmetros consensu- ais entre todas as partes envolvidas. As comissões de estudos a ela relacionadas reúnem agentes especiali- zados nas mais diferentes matérias, que interagem continuamente na troca do conhecimento. Um de seus grandes méritos é exatamente a atualização tecnológica, para a busca de melhoria do pro- duto e dos processos, além da melhor adequação da mão de obra e dos centros e institutos de pesquisa (ABNT ISO/IEC GUIA 2, [s.d]). 4.2.1 tipos De normas Os tipos de normas técnicas não se excluem mutuamente. Assim, uma norma de produto específico pode também ser considerada como uma norma de ensaio se ela contém métodos de ensaios relativos às características do produto em questão. Técnicas e FundamenTos da Qualidade48 A tipologia funcional distingue os diferentes tipos de normas, por exemplo: normas de base, normas de terminologia, norma de produtos, normas de ensaio, normas de segurança, normas de serviço, normas de interface. A tipologia estrutural estabelece a distinção entre normas de meio e norma de resultado. Os normaliza- dores têm privilegiado as normas de resultado. A tipologia administrativa ou a nova forma como as empresas são estruturadas se distinguem das nor- mas em conformidade do seu campo de aplicação, por exemplo, as normas de empresa, de indústria, nacionais, regionais e internacionais. (FIGUEIREDO NETO, [s.d.]) Acompanhe, na sequência, os tipos de normas existentes. a) Normas de Ensaio – referentes a métodos de ensaio, geralmente acompanhadas de métodos esta- tísticos, sequência de ensaio e amostragem. b) Normas de Produto – refere-se aos requisitos de um produto. Determina quais são os requisitos necessários, por um grupo de produtos ou somente um produto, ao propósito de ensaio. Termino- logia, embalagem, etiquetagem feita de forma direta ou por referência. A norma de produto poderá especificar parte do produto, podendo ser uma norma relativa aos materiais, norma de fornecimento ou dimensional. c) Normas de Base – serve para ser aplicada diretamente à norma ou como base para outras, é de âm- bito geral ou direcionada a um campo específico. d) Normas de Terminologia – referentes à terminologia, geralmente acompanhadas de definições, ilustrações, exemplos etc. e) Normas de Processo – estabelece requisitos de um processo produtivo, adequando-o ao seu propósito. f) Normas de Serviço – serve para demonstrar os requisitos que um serviço deve atender, adequando-o a sua finalidade. Os campos de atendimento são bastante variados e podem ser: hotelaria, manuten- ção de veículos, lavanderia, operações bancárias, comércio, telecomunicações, serviços, transporte. g) Normas de interface – demonstra os requisitos referentes à compatibilidade de produtos ou siste- mas em seus pontos de interligação. h) Normas sobre dados a serem fornecidos – é uma lista de características onde são indicados os da- dos de forma a especificar o produto, serviço ou processo. Algumas normas fornecem os dados que devem ser declarados pelos compradores ou fornecedores. Acompanhe, na sequência, um casos e relatos sobre as alternativas queo Senhor Cláudio encontrou para aumentar suas vendas. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 49 CASoS e reLAtoS O comércio e a qualidade de serviços O Senhor Claudio estava com suas vendas em baixa e percebeu que deveria fazer algo para melho- rar sua competitividade no mercado. Foi, então, que ele resolveu buscar informações e percebeu que poderia começar melhorando a qualidade no seu atendimento. Primeiro ele verificou que era preciso não apenas tratar bem o cliente, mas também surpreendê-lo em suas expectativas. O Senhor Claudio gostaria de despertar a confiança e credibilidade de seus clientes. Para isso, ele precisaria empreender em sua loja um padrão de qualidade no atendimen- to. No entanto, ele precisa também saber quais ações poderia implementar para criar facilidade, conforto e qualidade para o cliente. Senhor Claudio também precisava identificar se o cliente sen- tia que o valor que pagava pelo produto era justo. Como o Senhor Claudio não sabia como fazer, ele procurou a norma de qualidade de serviços para pequenos comércios que já foi testada e aprovada por profissionais. Tendo utilizado a norma como um roteiro até que implantou definitivamente em seu comércio. Você viu como é fácil aplicar uma norma em seu estabelecimento? A atitude do Senhor Claudio pode aumentar as vendas, melhorar sua imagem diante dos clientes e proporcionar o desenvolvimento de seus funcionários. CURIOSIDADES Você já parou para pensar sobre as condições que te satisfazem quando você compra alguma coisa? Na sequência de seus estudos sobre Técnicas e Fundamentos da Qualidade, você aprenderá sobre os órgãos normativos ABNT. Siga em frente! Técnicas e FundamenTos da Qualidade50 4.2.2 Órgãos normativos O principal objetivo destes órgãos normativos é garantir o consenso dos envolvidos direta e indireta- mente na elaboração das Normas. No Brasil, a ABNT é o grande Fórum Nacional de Normalização. Você iniciará seus estudos sobre os órgãos normativos e, principalmente, sobre a ABNT; siga em frente. assoCiação Brasileira De normas téCniCas (aBnt) A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fundada em 1940, é o órgão responsável pela nor- malização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como Fórum Nacional de Normalização – ÚNICO – atra- vés da Resolução n.º 7 do CONMETRO, de 24.08.1992. É membro fundador da ISO (International Organiza- tion for Standardization), da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação Mercosul de Normalização). A ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil das seguintes entidades internacionais: ISO (Inter- national Organization for Standardization), IEC (International Electrotechnical Comission); e das entidades de normalização regional COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul de Normalização). SAIBA MAIS Para aprender mais sobre a ABNT, acesse o site da instituição, disponível em: <http://www.abnt.org.br/>. Na figura Estrutura Organizacional da ABNT, observe que existem três grandes eixos temáticos, onde cada um possui um grupo de comitês e conselhos. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 51 Política · Conselho diretivo da ISO (ISO/CD) · Conselho de gerenciamento técnico da ISO (ISO/TMB) · Conselho de avaliação da conformidade da ISO (ISO/CASCO) · Conselho de política de consumidor da ISO (ISO/COPOLCO) · Conselho de política para países em desenvolvimento (ISO/DEVCO) · Conselho superior da IEC (IEC/CB) · Conselho de gerenciamento de normalização da IEC (IEC/SMB) · Conselho diretivo da COPANT (COPANT/CD) · Conselho diretivo da AMN (AMN/CD) Estratégia 8 Presidências de comitês técnicos da ISO 1 Presidência de comitê técnico da IEC 16 Secretarias de comitês técnico da ISO 1 secretaria de comitê técnico da COPANT 14 secretarias de comitês técnicos da AMN Técnica 340 Comitês técnicos da ISO 120 Comitês técnicos da IEC 20 Comitês técnicos da AMN 8 Comitês técnicos da COPANT A BN T (2 01 5) Figura 4 - Estrutura organizacional da ABNT Fonte: ABNT ([s.d]) A ABNT é responsável pelo processo de normalização no Brasil e pela elaboração de normas técnicas nos campos técnico, industrial, científico, industrial, comercial e agrícola e a concessão do direito de uso “Marca de Conformidade” às suas normas. O consumidor adquiriu o direito quanto à obrigatoriedade das normas técnicas que antes tinham o caráter facultativo junto à ABNT. Hoje existem implementações constantes de normas da ABNT, muito aquém das exigências do merca- do e de países. É crucial que os comerciantes, produtores, consumidores, entidades e órgãos técnicos se conscientizem, a fim de implementarem novas discussões nas Comissões de Estudo e nas sugestões de novos textos normativos. A ABNT busca obter o consenso de todas as partes envolvidas para a elaboração da norma e este traba- lho é feito por 24 Comitês Brasileiros, que trabalham nas mais diversas áreas. Técnicas e FundamenTos da Qualidade52 Com o advento do Código de Defesa do Consumidor (CDC), lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, as publicações das normas deverão acontecer de forma mais rápida, tendo em vista as exigências do novo código para o aumento do número de Comissões de Estudo. Este é o resultado que se obteve com o CDC, refletido diretamente nos processos normativos desenvol- vidos pela ABNT, e futuramente servirá para, de forma eficaz, melhorar a qualidade dos produtos e serviços no Brasil e não somente para regular direitos do consumidor, conforme determina o artigo 39. O artigo 39 traz em seu texto: Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusi- vas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994) VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conme- tro); (http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10602881/artigo-39-da-lei-n-8078-de-11- -de-setembro-de-1990). A Internacional Organization for Standardization (IOS - em tradução livre Organização Nacional da Pa- dronização), criada em 1947, é uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de criar e disseminar regras para a normalização nas diversas áreas do conhecimento, sendo formada por 158 países e tendo sede em Genebra (RIBEIRO 2003). A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o membro repre- sentante da ISO no Brasil (SILVA, 2002). Desde a revisão feita no ano de 2000, a família ISO 9000 de normas representa uma espécie de consen- so internacional a respeito das boas práticas de administração da qualidade, mas não é uma garantia da qualidade de produtos (MAXIMIANO, 2006). É importante destacar que a ISO não tem a finalidade de controlar a aplicação das normas, mas é uma exi- gência que alguns consumidores/compradores fazem a seus fornecedores. A ISO não é obrigatória, porém as empresas estão adotando estas normas voluntariamente como mecanismo mundial de auditoria de qua- lidade e, durante esse processo, surgiram empresas que conferem certificados de conformidade ISO 9000. inmetro O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) é uma autarquia federal, vincula- da ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que atua como Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro), colegiado intermi- nisterial, que é o órgão normativo do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Sinmetro). (Inmetro, [s.d]). O Sinmetro, o Conmetro e o Inmetro foram criados pela Lei 5.966, de 11 de dezembro de 1973, o Inme- tro veio a substituir o Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM). O objetivo do Inmetro é aumentara produtividade através da adoção pelas empresas de mecanismos que melhorem a qualidade de serviços e produtos. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 53 Confira, a seguir algumas competências e atribuições do Inmetro ([s.d]). a) Executar as políticas nacionais de metrologia e da qualidade. b) Verificar a observância das normas técnicas e legais, no que se refere às unidades de medida, méto- dos de medição, medidas materializadas, instrumentos de medição e produtos pré-medidos. c) Manter e conservar os padrões das unidades de medida, assim como implantar e manter a cadeia de rastreabilidade dos padrões das unidades de medida no País, de forma a torná-las harmônicas internamente e compatíveis com o plano internacional, visando, em nível primário, à sua aceitação universal e, em nível secundário, à sua utilização como suporte ao setor produtivo, com vistas à qua- lidade de bens e serviços. d) Fortalecer a participação do País nas atividades internacionais relacionadas à metrologia e à qualida- de, além de promover o intercâmbio com entidades e organismos estrangeiros e internacionais. e) Prestar suporte técnico e administrativo ao Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qua- lidade Industrial (Conmetro), bem assim aos seus comitês de assessoramento, atuando como sua Secretaria-Executiva. f) Fomentar a utilização da técnica de gestão da qualidade nas empresas brasileiras. g) Planejar e executar as atividades de acreditação de laboratórios de calibração e de ensaios, de pro- vedores de ensaios de proficiência, de organismos de certificação, de inspeção, de treinamento e de outros, necessários ao desenvolvimento da infraestrutura de serviços tecnológicos no País. h) Desenvolvimento, no âmbito do Sinmetro, de programas de avaliação da conformidade, nas áreas de produtos, processos, serviços e pessoal, compulsórios ou voluntários, que envolvem a aprovação de regulamentos. Os Institutos de Pesos e Medidas (IPEM) dos estados brasileiros são entidades da Rede Brasileira de Me- trologia Legal e Qualidade – RBMLQ e, responsáveis pela verificação, fiscalização e certificação. Esta função é delegada pelo Inmetro. O Inmetro concedeu ao Sinmetro a acreditação. O Sinmetro tem o reconhecimento formal de que é um organismo de certificação, organismo de treinamento, organismo de inspeção, organismo de ensaios de proficiência ou laboratório, presta serviços de qualidade e com competência técnica para realizar tais serviços segundo critérios estabelecidos pelo Inmetro. Qualquer entidade pública ou privada, estrangeira ou nacional, poderá solicitar junto ao Inmetro a acre- ditação, desde que ofereça os serviços de certificação, de inspeção, de treinamento, de laboratório ou de ensaios de proficiência. As principais etapas para a concessão são descritas a seguir: a) solicitação formal para a concessão da acreditação; b) análise da documentação e visita para avaliação; c) aprovação da acreditação – formalização pelo Inmetro através de contrato e emissão de um certifi- cado de acreditação; d) avaliações periódicas a fim de verificar se as condições iniciais que permitiram a acreditação estão sendo mantidas para manter a acreditação. Técnicas e FundamenTos da Qualidade54 Para o reconhecimento Internacional, o Inmetro estabelece os requisitos para a sua própria organização e para a acreditação das diversas organizações do Sinmetro. Esse trabalho de acreditação deverá nivelar-se com os acordos de reconhecimento internacional. Na busca do reconhecimento internacional, o Inmetro representa o Brasil nos seguintes foros inter- nacionais: International Accreditation Forum (IAF), Interamerican Accreditation Cooperation (IAAC), In- ternational Laboratory Accreditation Cooperation (ILAC), Organização Internacional de Metrologia Legal (OIML), International Auditor and Training Certification Association (IATCA) e Bureau International des Poi- dset Mesures (BIPM). O Inmetro mantém ainda acordos de cooperação com as seguintes entidades: United Kingdom Accre- ditation Service (UKAS), –National Institute of Standards and Technology (NIST) e Physikalish Technishe Bundesanstalt (PTB). G aj us ([ 20 -- ?] ) O Inmetro, a ABNT e outras entidades do Sinmetro participam conjuntamente de comitês técnicos do seguinte foro: Mercado Comum do Sul (Mercosul). Cabe esclarecer um pouco sobre o Sinmetro que é constituído por entidades públicas e privadas, que exercem atividades relacionadas com metrologia, normalização, qualidade industrial e certificação da con- formidade. O Sinmetro foi constituído para avaliar e certificar a qualidade de processos produtos e serviços por meio de organismos de certificação, rede de laboratórios de ensaio e de calibração, organismos de ensaios de proficiência, organismos de treinamento e organismos de inspeção, todos acreditados pelo Inmetro, estando preparado para atender às necessidades do consumidor, governo, comércio e indústria. O Inmetro é uma das principais organizações que compõem o Sinmetro. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 55 Quanto ao Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro) é um colegiado interministerial que exerce a função de órgão normativo do Sinmetro e que tem o Inmetro como sua secretaria executiva. norma Brasileira registraDa (nBr) As Normas Regulamentadoras (NRs) tratam de diversos temas relacionados com a segurança e a medi- cina do trabalho em todo o território nacional e são de publicação exclusiva do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). SAIBA MAIS Existe um total de 37 NRs. Para aprender mais sobre essas normas, consulte a página da Escola Nacional da Inspeção do Trabalho - ENIT, no endereço: <https:// enit.trabalho.gov.br/portal/index.php/seguranca-e-saude-no-trabalho/sst-menu/sst- normatizacao/sst-nr-portugues?view=default>. As NRs são de cumprimento obrigatório conforme determina a CLT em seu artigo 157, I e passíveis de penalidades em caso de descumprimento de acordo com a CLT Seção XVI e multa, conforme a NR- 28, e ainda a organização estará sujeita em última análise a embargo ou interdição. Quanto às Normas Técnicas conhecidas como NBRs não são obrigatórias e, são documentos aprovados por organismos reconhecendo diretrizes, características ou regras para processos ou produtos para uso comum. Elas podem estabelecer requisitos de qualidade, de desempenho, de segurança (seja no fornecimento de algo, no seu uso ou mesmo na sua destinação final), como também podem estabelecer procedimen- tos, padronizar formas, dimensões, tipos, usos, fixar classificações ou terminologias e glossários, símbolos, marcação ou etiquetagem, embalagem, definir a maneira de medir ou determinar as características, como os métodos de ensaio (ABNT, [s.d]). Você aprendeu que a ABNT é o órgão responsável pela normalização técnica no Brasil. Na falta da nor- malização técnica brasileira, a legislação autoriza a utilização de normas técnicas emitidas por organismos internacionais (ISO, IEC, dentre outros). A NBR é aprovada pela ABNT, fundamentada no consenso da população e de caráter voluntário, e uma vez que tenha previsão legal, torna-se obrigatória. Já NR é a sigla de Norma Regulamentadora de caráter obrigatório e estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Cabe lembrar que se uma norma técnica é exigida por um dispositivo legal, o seu cumprimento torna-se obrigatório, portanto é importante consultar a legislação caso a empresa opte por não seguir a NBR. O próximo tema de estudo é a elaboração e registros das normas! Siga em frente! Técnicas e FundamenTos da Qualidade56 4.3 eLAborAção e regiStroS dAS norMAS O documento elaborado, a partir de conceitos e procedimentos derivados do Sistema Nacional de Me- trologia, Normalização e Qualidade Industrial, nos termos da lei nº 5.966 de 1 de dezembro de 1973 (Lei que institui o Sinmetro³ e criou o Conmetro4). Esta Norma tem por objetivo: a) defender os interesses nacionais;b) implantar de forma sistemática e racional na fabricação, produção e prestação de serviços; c) proteger os interesses dos consumidores; d) zelar pela segurança de pessoas e bens; e) uniformizar os meios de expressão e comunicação. A Instrução Administrativa (IA) 07.20.02, que é um documento elaborado pela ABNT, serve de base para gestão das atividades desenvolvidas por ela. Além disso, essa instrução normativa fixa os procedimentos aplicáveis à elaboração de Normas Brasileiras, contemplando todas as suas etapas. In gr am P ub lis hi ng ([ 20 -- ?] ) A IA 07.20.02 aplica-se a algumas instituições e organizações, sejam elas: a) ABNT/CB - Comitê Brasileiro - órgão que coordena e planeja as atividades de normalização relaciona- das ao âmbito de atuação; 3 Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade. 4 Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade. É o órgão normativo do sistema. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 57 b) ABNT/ONS - Organismo de Normalização Setorial - é um organismo misto, público ou privado, sem fins lucrativos, credenciado pela ABNT, segundo critérios aprovados pela Conmetro, com conheci- mento setorial e reconhecido no campo da normalização; e c) Gerência do Processo de Normalização. A elaboração de uma Norma Brasileira se inicia quando a sociedade manifesta interesse por ter uma norma ou quando o setor envolvido precisa da elaboração dessa norma. Uma norma também pode ser ela- borada por solicitação de organismos regulamentadores. Em todos os casos, é preciso apresentar solicita- ção formal à ABNT, descrevendo a necessidade da existência da Norma Brasileira, relacionando indivíduos, empresas e entidades que possam ter interesse na sua elaboração e aplicação. Os assuntos de pedido e demanda são analisados pelo Comitê Brasileiro (ABNT/CB) ou Organismo de Normalização Setorial (ABNT/ONS). Uma vez constatado que é procedente o pedido de uma nova norma, este será levado ao Comitê Técnico do setor para a inclusão no Plano de Normalização Setorial (PNS) da Comissão de estudo pertinente. É criada uma Comissão de Estudo (CE) com a participação voluntária de diversos segmentos da Socie- dade, ou incluída no plano de trabalho da Comissão de Estudos já existente e compatível com a finalidade do tema solicitado. CURIOSIDADES Você sabia que as Comissões de Estudo são formadas voluntariamente? Sim, consumidores, produtores e neutros (Governo, laboratórios, universi- dades e centros de pesquisas) serão responsáveis por analisar e debater as propostas de Projeto de Norma. Uma vez elaborado o projeto de norma, este será submetido à consultoria pública (editais) para que todos os envolvidos possam participar examinando e emitindo considerações. Após o período de Consulta Nacional, a Comissão de Estudos (CE) se reunirá para análise da relevância ou não das considerações recebidas. Estando de acordo, o Projeto de Norma é aprovado e encaminhado à Gerência do Processo de Normalização da ABNT para homologação e publicação como Norma Brasileira, que poderá ser adquirida nos diversos postos de venda e nos Escritórios Regionais da ABNT. A ABNT é o responsável pela normalização no Brasil e o principal objetivo é garantir a harmonia de to- dos os envolvidos na elaboração da norma, seja direta ou indiretamente. SAIBA MAIS Você poderá conhecer os termos para entendimento e aplicação das normas Brasi- leiras no site do Inmetro, disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/qualidade/pdf/ cerflor_terminologia.pdf>. Na sequência, você aprenderá sobre a Normalização. Técnicas e FundamenTos da Qualidade58 4.4 norMALizAção A normalização desempenha um papel muito importante, pois, é uma ferramenta que apoia a oferta de serviços e produtos mais eficientes, seguros, competitivos e que refletem a necessidade de uma sociedade. A normalização é uma atividade nacional e internacional, simultâneas. A normalização internacional equi- para os regulamentos de produtos e serviços em diferentes países, facilitando o intercâmbio comercial. A Normalização é internacionalmente definida como a “atividade que estabelece, em relação a proble- mas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à obten- ção do grau ótimo de ordem, em um dado contexto” (ABNT NBR IS/IEC Guia 2, 2006, p. 1). W av eb re ak m ed ia L td ([ 20 -- ?] ) A normalização é uma atividade que busca por solução ou prevenção de problemas, com a cooperação de todos os interessados: fornecedores, compradores, governo, institutos de pesquisa etc. Esses grupos se reúnem e definem os requisitos mínimos para um produto, pessoa, bem, processo e projeto para atender os objetivos desejados, respeitando alguns parâmetros, sejam eles: a) segurança - proteção à vida humana e à saúde; b) produção ou fornecimento - fornecer meios eficazes de medir a qualidade do produto; c) uso; d) descarte final. Conheça, na sequência, alguns desses níveis de Normalização. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 59 4.4.1 níveis De normalização Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os níveis de normalização é o alcance ge- ográfico, político ou econômico de envolvimento na normalização, que pode ser realizada em diferentes níveis, confira. a) Nível empresarial: quando as normas são elaboradas por uma empresa ou um grupo de empresas a fim de guiar a fabricação, as vendas e as compras dessas mesmas empresas. São, portanto, normas destinadas a reduzir custos, evitar acidente de determinadas empresas. São exemplos de normaliza- ção a nível empresarial: Procedimentos de Gestão da qualidade, Normas da Petrobrás. b) Nível nacional: quando as normas são elaboradas pelo governo, consumidores, indústrias e comu- nidade científica e emitidas por um organismo Nacional de Normalização. Essas normas aplicam-se ao mercado de um país e geralmente são normas de uso voluntário utilizadas como referência para as transações comerciais. Por exemplo: ABNT (Brasil); AFNOR (França); DIN (Alemanha); JISC (Japão) e BSI (Reino Unido). c) Nível regional: são normas regionais estabelecidas por um Organismo Regional de Normalização e aplicadas em um conjunto de países (Mercosul). Exemplo: Normas da Associação Mercosul de norma- lização (AMN), Comissão Panamericana de Normas Técnicas (COPANT), Hemisfério Americano; Asso- ciação Mercosul de Normalização (AMN ), Mercado Comum do Cone Sul. d) Nível internacional: são as normas técnicas reconhecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), de abrangência mundial, e adotadas como base para o comércio internacional e instituídas por um Organismo Internacional de Normalização. São exemplos deste tipo de normas: International Organization for Standardisation (ISO) e International Eletrotechnical Comission (IEC). e) Nível de associação: normas desenvolvidas no âmbito de entidades associativas e técnicas para o uso de seus associados. Mas, também, podem ser utilizadas de forma mais ampla ou se tornar refe- rências importantes para o comércio em geral. Exemplo: American Society for Testingand Materials (ASTM). f) Nível internacional: normas técnicas, de abrangência mundial, estabelecidas por um Organismo In- ternacional de Normalização. São reconhecidas pela Organização Mundial do Comércio – OMC como a base para o comércio internacional. Exemplo: International Organization for Standardisation (ISSO). Técnicas e FundamenTos da Qualidade60 Observe, na ilustra a seguir, a representação dos níveis de normalização. M en os ex ig en te (g en ér ica ) M ais exigente (restritiva) Internacional (ISO, IEC, ITU) Regional e sub-regional (COPANT, AMN, CEN,...) Nacional (ABNT, AFNOR, AENOR, IRAM, IPQ,...) Associação (ASTM, API,...) Empresarial A BN T (2 01 5) Figura 5 - Níveis de Normalização Fonte: ABNT ([s.d]) Na pirâmide, observe como estão organizadas as normas: quanto mais próxima do topo, mais genéricas se tornam, pois possuem um caráter abrangente. Já na base da pirâmide, mais as normas tornam-serestri- tivas, pois é necessário maior especificidade para atender às exigências do mercado. Você estudará, a seguir, quais os objetivos da normalização. 4.4.2 oBjetivos Da normalização Segundo ABNT (ISO/IEC Guia 2, 2006), o objetivo da normalização é o estabelecimento de soluções, por consenso das partes interessadas, para assuntos que têm caráter repetitivo, tornando-se uma ferramenta poderosa na autodisciplina dos agentes ativos dos mercados, ao simplificar os assuntos e evidenciando ao legislador se é necessária regulamentação específica em matérias não cobertas por normas. Observe como podem ser diferenciados os objetivos da normalização. a) Compatibilidade: onde todos os produtos e processos podem ser usados em conjunto, atendendo às especificações sem causar dano. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 61 Exemplo: na montagem de um carro, são utilizados componentes fornecidos por diversas empresas. A norma é o meio que possibilita o atendimento por todas essas empresas aos requisitos exigidos para a fabricação do produto final, no caso o carro. b) Intercambialidade: é a utilização de um processo ou produto no lugar de outro a fim de atender às mesmas condições. Exemplo: a fabricação de porcas e parafusos em grandes quantidades pelas fábricas segue uma nor- ma onde os produtos são iguais em tamanho, forma e desempenho. Essa normalização permite que o consumidor substitua as marcas e permaneça a mesma eficiência. c) Controle da variedade: é a seleção do número de tamanhos ou tipos de processos ou controles, para atender às necessidades da maioria. Quanto à variedade, esta se relaciona à redução das variedades. Exemplo: a utilização das normas possibilitou o controle das indústrias quanto à variedade de tama- nhos de calçados e roupas, facilitando a compra e o processo de fabricação. d) Segurança: estabelece requisitos técnicos destinados a assegurar a proteção da vida humana, da saúde e do meio ambiente. A ABNT NBR ISO/IEC 27002:2013 estabelece diretrizes e princípios gerais para iniciar, implementar, manter e melhorar a gestão de segurança da informação em uma organização. Os objetivos definidos nessa norma proveem diretrizes gerais sobre as metas geralmente aceitas para a gestão de segurança da informação (ABNT [s.d]). Exemplo: as normas de segurança de informação para o governo são muito importantes, uma vez que elas coibiram vazamentos de informação para outros países. e) Proteção ao meio ambiente: refere-se à preservação contra aplicação de produtos e execução de processos ou serviços que possam causar danos inaceitáveis. A ABNT NBR 10004:2004 classifica os resíduos sólidos quanto aos seus potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente. Exemplo: uma confecção de roupas não pode lançar seus resíduos de tecido na natureza, depositá- -los em locais inapropriados ou queimá-los; por isso é necessário que existam normas que regulem e orientem esse descarte. f) Proteção ao produto: um produto quanto ao armazenamento, transporte ou uso deve ser protegido contra condições climáticas ou outras condições. A ABNT NBR ISO ISO 22000:2018 especifica requisitos para o sistema de gestão da segurança de alimen-tos, onde uma organização na cadeia produtiva de alimentos precisa demonstrar sua habilidade em controlar os perigos, a fim de garantir que o alimento está seguro no momento do consumo humano.(ABNT, [s.d]). Exemplo: quando uma indústria pretende movimentar seus produtos, os mesmos devem estar bem armazenados, como é o caso de medicamentos específicos que necessitam de uma temperatura am- biente estável para transporte. Técnicas e FundamenTos da Qualidade62 SAIBA MAIS Para aprender mais sobre os níveis de Normalização, acesse o catálogo da ABNT, dis- ponível em: <http://www.abntcatalogo.com.br/> Você acabou de conhecer um pouco mais sobre os tipos de normas, seus níveis e características e pôde verificar o quanto são importantes essas regulamentações para as empresas e também para os países de todo o mundo. No próximo item, você poderá aprender sobre os métodos de ensaio. Vamos lá?! 4.5 Método de enSAio O Ensaio é realizado através de uma operação técnica para determinar uma ou mais características de um processo, produto ou serviço, conforme um procedimento apontado. É o mecanismo de Avaliação da Conformidade mais utilizada. Destaca-se o Ensaio Não Destrutivo (END) por ser um conjunto de técnicas utilizadas para avaliar a pro- priedade de materiais componentes ou sistema, semiacabados ou acabados, a fim de verificar a existência de defeito ou descontinuidade de um processo, produto ou serviço, conforme um procedimento determi- nado. Esses ensaios são feitos sem causar danos, através da aplicação de princípios físicos definidos, tais como: ondas emissão de partículas subatômicas, acústicas, eletromagnéticas, elasticidade, capilaridade, absorção, dentre outros que não implique em dano à amostra, ou seja, sem alterar suas características físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais. VL A D G RI N ([ 20 -- ?] ) 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 63 Esta técnica é largamente aplicados em soldas, fundidos, forjados, laminados, plásticos, concreto, entre outros, nos setores de engenharia forense, petróleo/petroquímico, nuclear, aeroespacial, engenharia elé- trica e civil, siderurgia, ferroviário, naval, eletromecânico, automotivo, sistemas de engenharia, engenharia aeronáutica. Além do uso industrial, houve um aumento significativo na aplicação dos ENDs na agropecuária (no controle da camada de gordura de bovinos e suínos), na medicina e para a conservação de obras de arte. FIQUE ALERTA O END é uma das principais ferramentas do controle da qualidade de materiais e produtos, permitindo o controle na redução de custos e aumento da confiabilidade da inspeção. São utilizados na fabricação, construção, montagem, inspeção em servi- ço e manutenção. O método END possibilita a obtenção do teor de defeitos de um determinado produto, as característi- cas tecnológicas de um material, ou ainda, monitorar a degradação em serviço de componentes, equipa- mentos e estruturas. Métodos comuns de END utilizados são: ensaio visual, ultrassom, partículas magnéticas, líquido pene- trante, radiografia (Raios X e Gama), tomografia, emissão acústica, estanqueidade, análise de deformações e ensaios por correntes de Foucault (correntes parasitas). Para a obtenção de resultados satisfatórios e válidos, alguns itens devem ser atendidos como elemen- tos fundamentais destes ensaios, entre eles: a) pessoal treinado e qualificado; b) procedimento de execução de ensaios qualificados com base nas normas e critérios de aceitação perfeitamente definidos; c) equipamentos devidamente calibrados. Na sequência, acompanhe alguns dos métodos utilizados para os ensaios. Líquido Penetrante: é considerado um dos métodos mais confiáveis para a localização de descontinui- dades superficiais de materiais isentos de porosidade, como alumínio, ligas metálicas, cerâmicas, vidros, metais ferrosos e não ferrosos, alguns tipos de plásticos e materiais organo-sintéticos. Também são utiliza- dos para descobrir vazamentos em tubos, tanques, soldas e demais componentes. A aplicação se dá por pistola, pincel, aerosol ou até mesmo imersão no produto que receberá o ensaio, uma vez aplicado, aguarda-se pelo tempo de penetração do produto e, posteriormente é removido utili- zando solvente ou lavagem com água, após, é aplicado um revelador (talco) onde revelará a localização exata das descontinuidades superficiais com precisão. Partículas Magnéticas: é usado para localizar descontinuidades subsuperficiais e superficiais em ma- teriais ferromagnéticos. Neste método, são percebidos defeitos em junta fria, trincas, dobramentos, dentre outros. Técnicas e FundamenTos da Qualidade64 A operacionalização deste método é feito através da geração de um campo magnético que percorre toda a superfície do material, através de um fluxoinduzido e, se desviarão quando encontrarem uma des- continuidade, criando uma região com polaridade magnética. Quando gera a magnetização, a desconti- nuidade atrai as partículas magnéticas que por sua vez forma uma indicação de defeito. Alguns exemplos mais utilizados de aplicações são fundidos: extrusados, soldas, peças que sofreram usinagem ou tratamento térmico (porcas e parafusos), aço ferrítico, forjados, laminados, trincas por retífica e muitas outras aplicações em materiais ferrosos. Seguem os critérios para validação de métodos de ensaio, bem como algumas definições. Validação: é a confirmação através de exame e apresentação de evidência objetiva de que os requisitos específicos para um determinado uso pretendido são atendidos. Método Normalizado: é aquele em que se realiza o método de calibração ou ensaio publicado em norma internacional, nacional ou regional, também aceito como normalizados os métodos publicados por organizações técnicas respeitáveis em textos ou jornais científicos relevantes ou especificados pelo fabricante do equipamento. Método Não Normalizado: é o método de calibração ou ensaio desenvolvido pelo próprio laboratório ou outras partes, ou adaptado a partir de métodos normalizados. Um método normalizado e, uma vez cumprido todos os requisitos especificados, não precisará de va- lidação. Quando um método não normalizado e validado tiver mudanças, é conveniente que tais mudanças sejam documentadas e, se necessário, que seja revalidada. O laboratório validará: a) os métodos não normalizados; b) métodos criados/desenvolvidos pelo laboratório; c) métodos normalizados utilizados fora dos escopos para os quais foram concebidos; d) ampliações e modificações de métodos normalizados. Para validar um método podem ser utilizada uma das seguintes opções ou combinações: a) calibração com o uso de padrões de referência ou materiais de referência; b) comparações com resultados obtidos por outros métodos normalizados ou já validados; c) comparações interlaboratoriais; d) avaliação sistemática dos fatores que influenciam o resultado; e) avaliação da incerteza dos resultados com base no conhecimento científico dos princípios teóricos do método e da experiência prática. Os critérios utilizados para validação não se restringem aos citados anteriormente, levam em conside- ração também outros critérios de acordo com a especificidade de cada caso. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 65 É realizado um registro do procedimento adotado para validação do método e dos resultados pelo laboratório. Uma vez aprovado, o laboratório emitirá uma declaração da adequação do método proposto ao uso pretendido e, a partir dessa validação formal poderá ser utilizado. Para aprovação dos resultados obtidos pelo método proposto, pode ser utilizado o erro normalizado, dentre outras técnicas apropriadas. 4.6 fLuxogrAMA pArA eLAborAção de uM proCediMento O termo fluxograma vem do inglês flow-chart (flow = fluxo + chart = gráfico), também chamado de Carta de fluxo de processo; gráfico de informação; gráfico de sequência; gráfico de processamento; fun- ciograma etc. O fluxograma é uma representação de um processo através de símbolos convencionados e o objetivo principal é descrever a sequência (fluxo das informações e elementos), de forma mecanizada ou não, es- pecificando os recursos (documento, papel, disco, formulário ou qualquer outro) usados como fonte para os dados e as informações. O fluxograma é compreendido de três partes, que são: cabeçalho, onde constará o nome do projeto e número, nome de quem elaborou o projeto, data etc. (deve constar todas as informações que identifique o projeto); o fluxograma, inserido no corpo do projeto; e, por fim, as explicações necessárias, tais como níveis de autoridade, informações quantitativas (volume, frequência) etc. Destacam-se dois tipos de fluxogramas: o fluxograma vertical e o fluxograma horizontal, com suas va- riações (horizontal descritivo mais apropriado ao levantamento de informações e o fluxograma horizontal de colunas, mais usado na etapa de análise das informações). Aprenda, a seguir, sobre fluxograma vertical. Técnicas e FundamenTos da Qualidade66 4.6.1 fluxograma vertiCal O fluxograma vertical é utilizado nos processos produtivos, a partir de um grande processo. Este fluxo- grama poderá ser subdividido em vários outros, com uso restrito de áreas envolvidas e número restrito de operações. Quanto à elaboração, geralmente é utilizado em formulários padrão a serem preenchidos um a um. Quanto à simbologia dos fluxogramas, são poucas, podendo oferecer algumas variações. Estas varia- ções estão descritas a seguir. SÍMBOLO SIGNIFICADO VERBOS MAIS USUAIS Lu iz M en eg he l (2 01 5) Ação Executar, criar, divulgar, incluir etc. Lu iz M en eg he l (2 01 5) Transporte Remeter, transportar, trocar, destinar etc. Lu iz M en eg he l (2 01 5) Arquivo temporário Arquivar, armazenar, encerrar, ordenar etc. Lu iz M en eg he l (2 01 5) Arquivo permanente Lu iz M en eg he l (2 01 5) Decisão Há possibilidade? Resposta OK? etc. Lu iz M en eg he l (2 01 5) Análise Analisar, avaliar, controlar etc. Quadro 7 - Simbologia do fluxograma Fonte: Manual sobre... [s.d] Acompanhe agora um exemplo de fluxograma vertical. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 67 Fluxograma vertical Tipo de rotinaRotina: Setor: Efetuado por: Data: Atual Proposta Análise ou operação Transporte Execução ou inspeção Arquivo provisório Arquivo denido To ta is Sí m bo lo s Descrições dos passosSetorSímbolosOrdem x 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 6 - Fluxograma Vertical Fonte: Administre fácil [s.d] Confira algumas vantagens em se utilizar o fluxograma vertical: a) utilização de formulário padronizado; b) rapidez no preenchimento; c) clareza na apresentação; d) facilidade de entendimento pelo usuário. Acompanhe na sequência, sobre o fluxograma horizontal. 4.6.2 fluxograma horizontal O fluxograma horizontal é utilizado quando envolve mais de três áreas ou trinta passos, pois, envolve uma grande quantidade de ações, funções, áreas e decisões. É um método gráfico claro, conciso e de fácil interpretação, reduzindo narrativas e explanações. O fluxograma horizontal tem como objetivo descrever todos os fatos e dados com o maior nível de detalhe possível. Técnicas e FundamenTos da Qualidade68 É utilizado em vários setores da empresa, pois, trata-se de um fluxograma para descrição de atividades, documentos e informações para um determinado processo; pode ser utilizado também para um levanta- mento de rotinas. Cabe lembrar que a elaboração de um fluxograma de rotina é mais complexa que o fluxograma vertical, pois utiliza um maior número de símbolos, de forma padronizada, clara e precisa. Acompanhe na figura a seguir os símbolos que podem ser utilizados na elaboração de um fluxograma. Simbologia – uxo descritivo Terminal Operação Arquivo Conferência Conector rotina Documento Decisão Conector página Sentido Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 7 - Simbologia do fluxo Fonte: Técnicas de representação... [s.d] Observe na ilustração a seguir um exemplo do fluxograma que utiliza a simbologia apresentada na figura anterior, Simbologia do fluxo. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 69 Fluxo descritivo – exemplo Início Fim Depto. Pessoal – DP Envia aos departamentos a cha de indicação de treinamento – FIT. Unidade administrativa – UA Preenche a FIT Devolve a FIT ao DP, indicando os servidores com os respectivos cursos DP Faz a tabulação dos dados coletados Elabora programação de cursos, com base nas informações Conrma, junto aos departamentos a participação do servidor indicado Coordena a realização do curso Entrega o certicado de participação ao servidor Faz avaliação do treinamento realizado Arquiva as avaliações Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 8 - Exemplo de fluxograma Fonte: Técnicas de representação...[s.d] Outro tipo de fluxograma é o horizontal ou de coluna. Este fluxograma é utilizado dentro e fora da empresa. Esse tipo de fluxograma difere do descritivo quanto a sua representação gráfica das áreas envol- vidas, ou seja, utilizado para levantamento e descrição de rotinas, onde os setores aparecerão em forma de coluna de forma que a visão seja ampla e clara, além de proporcionar uma visão geral do fluxo de docu- mentos e informações dentro e fora da empresa. Observe a simbologia utilizada para esse tipo de fluxograma: Técnicas e FundamenTos da Qualidade70 Simbologia – uxo global Terminal Arquivo temporário Operação Arquivo denitivo Decisão Demora Documento Conector de página Documento (várias vias) Conector de rotina Sentido de circulação Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 9 - Simbologia fluxograma de coluna Fonte: Técnicas de representação... [s.d] Perceba, na ilustração a seguir, como o fluxograma apresenta uma aparência gráfica diferente: é sepa- rado por colunas, por isso o nome fluxograma de coluna. Por ter esse formato, as informações ficam desta- cadas e separadas conforme os setores da empresa. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 71 UA Compras Documentos Finanças Ordenador Licitação Início Elaboração da especicação técnica Cotação de preço Solicitação para saldo orçamentário Solicitação para autorização da licitação A A Formalização do processo Vericação de saldo orçamentário Autorização para licitação Análise do relatório de recurso Homologação e adjudicação da licitação Análise da documentação recebida Encaminhamento das cartas convite Análise e julgamento das propostas Recebimento e respostas dos recursos Comunicação aos licitantes sobre o resultado Baixa no controle interno Fim Fluxo global – exemplo Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 10 - Exemplo de fluxograma de colunas Fonte: Técnicas de representação... [s.d] A simbologia do tipo de fluxograma mais comum consiste em réguas do tipo gabarito especiais. Confira a seguir: Simbologia Passos e atividades dentro do processo Pontos que se requer decisão Atividade �nal e inicial do processo Relatório formulado a partir de uma atividade Direção que �ui uma atividade Quadro 8 - Gabarito Fonte: Manual sobre... [s.d] Técnicas e FundamenTos da Qualidade72 Para a elaboração do fluxograma é necessário observar alguns passos, acompanhe na sequência. a) Realizar um rascunho e a partir de um fluxograma macro, que envolve áreas, departamento e infor- mação, levar ao grupo dos envolvidos para discussão. b) Minimizar os detalhes. c) A comunicação deve seguir a direção natural de leitura, de cima para baixo e da esquerda para a direita e em sequência lógica. d) O sentido da circulação no fluxo é dado pelas linhas de ligação. Elas fornecem a sequência das ope- rações e a fluência das informações. Algumas vantagens e desvantagens do uso do fluxograma horizontal são apresentados a seguir, acom- panhe! vantagens a) Permite a visão global do universo que está sendo estudado. b) Descrição de rotinas padroniza e facilita o trabalho restringindo as interpretações. c) Auxilia na identificação de pontos fortes e fracos e a localização das falhas e deficiências. d) Permite que se inclua de forma clara e imediata as atualizações ou modificações. e) Permite comparações entre vários fluxos ou várias alternativas de soluções. Desvantagens Não detalha o dia a dia dos envolvidos e, muitas vezes, omite informações importantes. É um documen- to de representação, possibilitando alterações pessoais. Quando se descreve um processo através de fluxogramas, as formas mais comuns de disposição são: forma linear (fluxograma linear) ou matricial (fluxograma funcional ou matricial). O fluxograma linear também conhecido como diagrama de blocos, considerado um dos mais simples por não envolver tomada de decisão, além de permitir a identificação de retrabalho, etapas desnecessárias e redundâncias, exibe o passo a passo que compõe o processo. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 73 Diagrama de blocos Cr ité rio s co m er ci ai s de le itu ra 3.1 Planejamento da leitura 3.2 Obtenção da leitura 3.4 Fatores internos e externos 3.5 Otimização da leitura 3.6 Melhoria do processo 1. Anual 2. Semanal 3. Diário 3.3.1 Realização do trabalho em campo 3.3 Organização da leitura Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 11 - Diagrama de blocos Fonte: Manual sobre... [s.d] O fluxograma funcional tem como objetivo mostrar o fluxo de processo atual e quais as pessoas ou o grupo de pessoas envolvidas em cada etapa, definindo por linhas verticais ou horizontais as fronteiras en- tre as responsabilidades. Esse tipo de ferramenta é utilizada para demonstrar onde as pessoas se encaixam no processo e como elas se relacionam com outro grupo. Fluxograma funcional Setores envolvidos Tipos de atividades/tempos Ger. Pessoa física Setor de cadastro Setor nanceiro Gerência do banco Setor de caixa Setor de cobrança 1 dias 2 dias 3 dias 2 3 4 6 7 8 9 10 11 12 13 14 16 17 18 19 20 Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 12 - Fluxograma funcional Fonte: Manual sobre... [s.d] Técnicas e FundamenTos da Qualidade74 O Fluxograma Geográfico representa o fluxo de um processo entre localidades como um tipo de mapa elaborado sobre uma planta de um setor ou de uma fábrica. Fluxograma geográco Serviços (talões e cartões) Poupança Pessoa física Pessoa jurídica Gerência geral Setor de cobrança Setor nanceiro Setor cadastroCaixas Auto-serviçosAuto-caixa Informática – banco de dados e cadastro Fluxo do cliente Fluxo do processo Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 13 - Fluxograma geográfico Fonte: Manual sobre... [s.d] O Fluxograma padrão American National Standards Institute (ANSI) foi desenvolvido pelo Instituto Na- cional Americano de Padronização. Este fluxograma é o mais completo e também o mais usado, pois ana- lisa mais detalhadamente cada interação e detalhes de cada etapa de um processo. Fluxograma padrão Órgão normativo Elabora o procedimento operacional, conforme modelo Recebe e arquiva para uso interno Analisa proposta e discute PCG Recebe PRO para análise e sugestões Pro está ok? Elabora proposta e apresenta Sim Não Lu iz M en eg he l ( 20 15 ) Figura 14 - Fluxograma Padrão Fonte: Manual sobre... [s.d] 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 75 A utilização de fluxogramas para cada um dos processos é essencial para a simplificação e racionaliza- ção do trabalho, permitindo a compreensão e posterior otimização dos processos desenvolvidos em cada departamento ou área da organização. Muitas vezes os colaboradores das empresas não tem ideia de como funcionam os setores da empresa, e fazendo o uso do fluxograma todos obtêm uma visão real de como são feitos os processos. 4.7 outrAS definiçõeS e terMoS reLAtivoS à QuALidAde É possível definir qualidade de um produto ou serviço quando eles atendem às expectativas e às neces- sidades de seus clientes. A NBR ISO 9000 afirma que qualidade é o “grau no qual um conjunto de características inerentes satis- faz a requisitos”. A norma também conceitua alguns termos relativos à qualidade. Confira a seguir quais são eles. a) Controle da qualidade: consiste em manter a qualidade através de ações que permitem medir e controlar as características de um item, instalação e processos, e até mesmo a qualificação do pessoal envolvido. b) Sistema de garantia da qualidade: consiste em várias medidas para promover a integração do planejamento estratégico, define responsabilidades do grupo e de cada indivíduo pertencente ao processo, estruturação organizacional, adoção de processos e métodos adequados e manejo dos re- cursos, sejam eles materiais ou humanos para implementar de forma eficaz as ações para garantia da qualidade do produto ou serviço. c) Garantia da qualidade: é o conjunto das ações planejadas e ordenadas, indispensáveis para propor- cionar confiança adequada de que uma estrutura,serviço e instalação funcionarão de forma correta. A definição de sistema de garantia da qualidade nada mais é que um detalhamento da definição da ISO 9000, pois, é uma norma que descreve regras relacionadas à implantação, ao desenvolvimento, à avaliação e à continuidade do Sistema de Gestão da Qualidade. CURIOSIDADES Você sabia que as empresas que aplicam as normas ISO 9000 tem uma van- tagem em relação as suas concorrentes? Isto porque as empresas que apli- cam as normas ISO 9000 têm maior credibilidade frente aos seus clientes. (Gestão da Qualidade, [s.d]) As normas da família NBR ISO 9000 relacionadas a seguir foram desenvolvidas para apoiar organizações, de todos os tipos e tamanhos, na implementação e operação de sistemas da qualidade eficazes. Confira. a) NBR ISO 9000: descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e estabelece a termi- nologia para estes sistemas. Técnicas e FundamenTos da Qualidade76 b) NBR ISO 9001: especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade, onde uma organização precisa demonstrar sua capacidade para fornecer produtos que atendam aos requisitos do cliente e aos requisitos regulamentares aplicáveis e objetiva aumentar a satisfação do cliente. c) NBR ISO 9004: fornece diretrizes que consideram tanto a eficácia como a eficiência do sistema de gestão da qualidade. O objetivo desta norma é melhorar o desempenho da organização e a satisfação dos clientes e das outras partes interessadas. d) ISO 19011: fornece diretrizes sobre auditoria de sistemas de gestão da qualidade e ambiental. SAIBA MAIS Para aprender mais sobre as Normas Técnicas, acesse o site da ABNT, disponível em: <www.abnt.org.br/>. Essas normas formam um conjunto sobre sistema de gestão da qualidade, facilitando a compreensão mútua no comércio nacional e internacional. Você que se apropriou desses conteúdos, pode exercitar e aplicar as informações apreendidas aqui no dia a dia do trabalho e na sua vida profissional! reCApituLAndo Neste capítulo, você teve a oportunidade de aprender sobre como elaborar uma Norma e como esta pode ser colocada no mercado para utilização de forma padronizada e confiável de um produ- to produzido ou processo, seja ele nacional ou internacional, facilitando o comércio. Aprendeu ainda quais os órgãos responsáveis pela inserção e aprovação das normas e como elabo- rar um fluxograma de um procedimento, que possa ser utilizado em todos os setores da empresa, inclusive para a elaboração e o caminho percorrido para a aprovação de uma norma. 4 IdentIfIcação de normas técnIcas 77 Anotações: referênCiAS ADMINISTRAÇÃO do Futuro. Fluxogramas. Disponível em: <http://administracaodofuturo. blogspot.com.br/2007/07/fluxogramas.html>. Acesso em: 16 maio 2015. ALBUQUERQUE, D. Motivação para a Qualidade. 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Atualmente trabalha no SENAI- Paraná exercendo as funções de Con- sultora Técnica de Negócios, Coordenadora do curso de Pós-Graduação em Moda e Gestão e no desenvolvimento de projetos de inovação. índiCe A ABNT, 5, 41, 47, 49, 50, 51, 52, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 76, 79, 81, 85 Acreditação, 45, 46, 53, 54, 80, 85 C Calibração, 53, 54, 64, 85 Certificação, 5, 30, 44, 45, 46, 53, 54, 80, 85 Comunicação, 7, 14, 16, 18, 19, 20, 25, 47, 56, 72, 80, 81, 85 Conformidade, 5, 11, 32, 35, 44, 45, 46, 48, 51, 52, 53, 54, 62, 85 Conmetro, 45, 50, 52, 53, 55, 56, 57, 79, 85 E Ensaios, 33, 44, 46, 47, 53, 54, 62, 63, 85 Ensaios Não Destrutivos, 85 F Fluxograma, 5, 7, 41, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 79, 85 G Gestão da qualidade, 9, 17, 26, 32, 53, 59, 75, 76, 79, 80, 85 I Inmetro, 41, 44, 45, 46, 52, 53, 54, 55, 57, 79, 80, 85 M Método, 7, 62, 63, 64, 65, 67, 85 Motivação, 7, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 20, 26, 33, 79, 80, 81, 85 Normas Técnicas, 7, 9, 11, 41, 43, 47, 50, 51, 52, 53, 55, 59, 76, 79, 80, 85 O Órgãos Normativos, 7, 9, 41, 43, 46, 47, 49, 50, 85 P Produtividade, 9, 12, 30, 31, 34, 44, 52, 85 Q Qualidade, 7, 9, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 20, 22, 26, 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 43, 44, 46, 47, 49, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 63, 75, 76, 79, 80, 81, 85, 86 R Registro, 45, 65, 86 S Segurança, 11, 15, 25, 47, 48, 55, 56, 58, 61, 86 Sinmetro, 52, 53, 54, 55, 56, 86 T Trabalho em equipe, 22, 23, 24, 86 T Validação, 64, 65, 80, 86 SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL UNIDADE DE EDUCAçãO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP Felipe Esteves Morgado Gerente Executivo Waldemir Amaro Gerente Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros Didáticos SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA Mauricio Cappra Pauletti Diretor Técnico Selma Kovalski Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos Andrea Meneghetti Zatta Elaboração Cristiam de Oliveira Revisão Técnica Gisele Umbelino Coordenação do Projeto Roberta de Fatima Martins Design Educacional Tikinet Edição Ltda. 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