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Representação de projeto – Fachadas e Coberturas APRESENTAÇÃO Os projetos de arquitetura são representados graficamente por plantas, sejam elas as plantas baixas, de situação ou cobertura, pelos cortes e as fachadas. Cada uma dessas representações gráficas tem origem em uma das múltiplas vistas ortogonais que são criadas e possuem suas caraterísticas particulares. A planta de cobertura, por exemplo, representa graficamente o tipo de cobertura, a orientação e porcentagem de inclinação do telhado, a localização das redes de coleta das águas pluviais, entre outras informações que irá variar conforme o tipo de cobertura adotado. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer sobre cada uma dessas representações gráficas dos projetos de arquitetura Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar no volume as múltiplas vistas.• Relacionar o uso das múltiplas vistas com a representação gráfica do projeto arquitetônico.• Reconhecer técnicas para a representação gráfica das plantas de cobertura e fachadas.• DESAFIO Você é o dono de um escritório de arquitetura já renomado na cidade e, devido a um aumento no quantitativo de projetos, contratou dois estagiários para ajudar na elaboração dos desenhos, na organização do escritório e em outras funções. Você preza pela qualidade do seu produto, por isso segue com rigor as regras na elaboração da representação gráfica dos projetos de arquitetura que constam nas normas ABNT NBR 06492 e na NBR 10068, que, respectivamente, abordam a representação dos projetos de arquitetura e as folhas de desenho. Com relação à realização dos desenhos de arquitetura, responda: Quais são as informações necessárias que você deverá passar para os novos estagiários sobre o leiaute da folha de desenho? Quais escalas são utilizadas em cada representação gráfica? Qual é a localização da orientação do norte, a organização e as representações gráficas que devem constar para a realização de um projeto arquitetônico executivo? INFOGRÁFICO A representação gráfica dos projetos de arquitetura é realizada com as plantas baixa, de cobertura, de situação e de locação, com os cortes, as fachadas e os detalhamentos construtivos em escalas maiores quando necessário. CONTEÚDO DO LIVRO Os projetos de arquitetura são representados graficamente em múltiplas vistas de uma maneira padrão, por alguns tipos de plantas, pelos cortes e fachadas. Cada uma dessas representações com suas características, por exemplo, a planta de cobertura representa graficamente a cobertura e informa sobre o seu tipo, sua inclinação, localização de descida de água pluvial e outros. No Capítulo 4, do livro Representação Gráfica em Arquitetura, é possível ver de onde surgem as múltiplas vistas e as característica de cada uma delas, além de saber como realizar a representação usando linhas hierarquizadas e hachuras. DESAFIO: A representação gráfica dos desenhos de arquitetura e o leiaute da folha de desenho seguem padrões das normas ABNT NBR 06492 e NBR 10068. Nos escritórios de arquitetura, a representação gráfica dos projetos geralmente segue o padrão da norma e o padrão estabelecido pelo escritório que abrange, por exemplo: ▪ o tipo de letra a ser usado; ▪ espessuras de linha de desenho e cores; ▪ tipo de vegetação; ▪ hachuras. Aqui falaremos apenas dos padrões da norma, pois os estabelecidos pelo escritório são subjetivos. Sobre o leiaute da folha de desenho, as principais informações para o desenhista são: Cada escritório desenvolve a sua marca e o carimbo que o identifica, entre outros, porém a sua localização em uma folha de desenho é padronizada, assim como o tamanho das folhas. IMAGEM 3 Em qualquer uma dessas folhas e sentido que ela seja usada (vertical ou horizontal), a legenda deve estar dentro do quadro para desenho e posicionada no canto inferior direito, devendo conter: ▪ a marca do escritório; ▪ o título; ▪ o número de registro; ▪ a metragem da construção e terreno; ▪ a localização, entre outras. A legenda deve ter 178 mm de comprimento, nos formatos A4, A3 e A2, e 175 mm, nos formatos A1 e A0. Além da legenda, as folhas possuem as margens que também seguem um padrão, a margem da esquerda serve para ser perfurada e utilizada no arquivamento. As folhas A0 e A1 possuem margem esquerda com 25 mm e direita com 10 mm, já as folhas A2, A3 e A4 possuem margem esquerda com 25 mm e direita com 7 mm. Para auxiliar o corte das folhas e manter o padrão de tamanho, são feitas as marcas de corte (que servem para guiar o corte da folha de cópias), sendo executadas na forma de um triângulo retângulo isósceles com 10 mm de lado ou com dois pequenos traços de 2 mm de largura em cada canto. ARQUITETURA Daniela Giovanini Manuel Pires Representação de projeto – fachadas e coberturas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar no volume as múltiplas vistas. � Relacionar o uso das múltiplas vistas com a representação gráfica do projeto arquitetônico. � Conhecer as técnicas para a representação gráfica das plantas baixa, de situação e de cobertura, e das fachadas e cortes. Introdução Os projetos de arquitetura são representados graficamente por plan- tas – sejam elas plantas baixas, de situação ou cobertura –, por cortes e fachadas. Cada uma dessas representações gráficas tem origem em uma das múltiplas vistas ortogonais que são criadas, e possuem suas caraterísticas particulares. Por exemplo, a planta de cobertura repre- senta graficamente o tipo de cobertura, a orientação e a porcenta- gem de inclinação do telhado, a localização da rede de coleta das águas pluviais, entre outras informações, que vão variar conforme o tipo de cobertura adotado. Neste texto, você vai aprender sobre cada uma dessas representações gráficas dos projetos de arquitetura. Trabalhando com múltiplas vistas O desenho por múltiplas vistas cria campos que permitem o trabalho bidi- mensional de cada vista. Assim, você pode estudar a proporção, os padrões formais e os espaciais do projeto. Ou seja, todas as informações paralelas, que aparecem nas vistas, terão a dimensão exata, formato e proporção; já as informações curvas serão distorcidas e vão parecer menores do que realmente são. Veja o exemplo: Se você medir a circunferência do cilindro, por exemplo, esta medida será maior do que a medida representada na vista do cilindro, pois a projeção ortogonal é bidimensional. Para representar graficamente a forma curva no desenho, você deve desenhar as linhas como mostradas aqui. Se você não fizer desta maneira, a representação não será de uma curva, e sim de um plano reto paralelo à vista. Fonte: Ching (2012, p. 142). Para realizar as múltiplas vistas, é como se você centralizasse um objeto dentro de uma caixa quadrada transparente e, em cada face dessa caixa, você projetasse a imagem ortográfica do objeto, desconsiderando o fundo da caixa. Assim, você terá cinco vistas: as quatro fachadas e a cobertura do projeto arquitetônico. Arquitetura14 Observe as múltiplas vistas no desenho. Cada uma dessas vistas realizadas em planos horizontais diferentes vai desempenhar um papel específico na elaboração do projeto arquitetônico. A elevação poderá ser mais bem elaborada se você utilizar as vistas em vez de apenas a planta baixa. Assim, o desenho arquitetônico fica trabalhado por com- pleto, em todos os lados possíveis. Aresta Plano frontal Planta Elevação Corte Plano horizontal Ar es ta Pla no la te ralA re st a Fonte: Ching (2012, p. 137). 15Representação de projeto – fachadas e coberturas O projeto em múltiplas vistas O uso de múltiplas vistas, como você já viu, é o modo como os profissionais representam graficamente o projeto de arquitetura. Essas vistas são as plantas baixas, as elevações, os cortes, as plantas de cobertura, as plantas de situação e de localização. Cada uma dessas representaçõesgráficas ortogonais tem suas caracterís- ticas, mas a maneira de representar uma parede cortada, por exemplo, é a mesma realizada no desenho em planta como no desenho em corte. Assim, também são iguais as técnicas de desenho para todas as vistas, de modo a representar profundidade em planos. Plantas baixas A representação das plantas baixas é feita a partir de um corte horizontal em toda a edificação a aproximadamente 1,50 m do piso. Essa projeção orto- gráfica permite observar arranjos nos ambientes interiores da edificação e a relação desses ambientes entre si e com o exterior. As dimensões referentes a largura e comprimento de todos os ambientes, móveis e objetos são reais e podem ser vistas na planta baixa. Porém, não é possível obter a altura dos objetos, móveis e paredes; a altura estará nas ele- vações e nos cortes. Nas plantas baixas, também é observado a configuração dos pilares e o padrão de portas e janelas utilizados no projeto. Arquitetura16 Observe no esquema abaixo como surge a planta baixa. Neste esquema, você pode ver o corte horizontal em toda a edificação, situado a aproximadamente 1,50 m do piso, que é o que produz a planta baixa. Fonte: Ching (2012, p. 147). Existe mais de um tipo de planta: as projeções horizontais, que são as plantas baixas já citadas, as plantas de teto projetado, as plantas de situação ou localização e as plantas de cobertura. 17Representação de projeto – fachadas e coberturas Planta de teto projetado É um corte horizontal a aproximadamente 1,50 m do piso, semelhante à planta baixa. Porém, na planta de teto projetado, as informações encontradas são refe- rentes ao teto. Por exemplo, a locação das luminárias, o desenho e a dimensão do forro de gesso, os elementos estruturais à vista e os dutos de instalações. Figura 1. Planta de teto projetado. Fonte: Ching (2012, p. 157). Planta de teto Planta de teto projetado Planta baixa do pavimento térreo Arquitetura18 Planta de situação e planta de localização (ou implantação) Estas plantas trazem as informações referentes à localização da edificação no terreno e seu entorno. Ou seja, a planta de situação e a planta de localização descrevem a implantação e a orientação de uma edificação no terreno. Elas mostram também a relação dessa edificação ou do conjunto de edificações com o entorno ou a paisagem. Nas plantas de situação, é possível observar as divisas do terreno e a lo- cação da edificação em relação a elas; a topografia do terreno; as caracte- rísticas naturais ou as que serão implantadas no terreno, como os corpos de água, as árvores e a vegetação no geral; a proximidade de outras edificações em terrenos vizinhos ou no mesmo terreno. Já nas plantas de localização, você poderá encontrar as informações sobre condicionantes legais do projeto, como os recuos obrigatórios; redes públicas existentes ou propostas no projeto; pontos de acesso e circulação de veículos e de pedestres; outras características relevantes de cunho ambiental ou social, conforme cada projeto. Na planta de situação, a edificação é vista de cima, então o que você vê é a cobertura do projeto. Já na representação das plantas de localização, é inse- rido a planta baixa da edificação. Isso é muito interessante porque você pode ver a interação do interior da edificação com o entorno. Figura 2. Planta de localização. Fonte: Ching (2012, p. 158). Pl an ta d e lo ca liz aç ão , C as a Ca rr é, B az oc he s- su r- G uy on ne , Fr an ça , 1 95 2– 56 , A lva r A al to . 19Representação de projeto – fachadas e coberturas Planta de cobertura Geralmente, as plantas de cobertura vêm inseridas nas plantas de localização ou situação, mas podem ser encontradas separadas. As informações repre- sentadas na planta de cobertura são a respeito do tipo de cobertura utilizada na edificação: o tipo de telhado que foi usado, a inclinação e tipo de telha utilizada, a direção das quedas das águas pluviais, a existência de claraboias, ou outras estratégias de iluminação ou ventilação natural. Em qualquer planta, usa-se uma seta voltada para a direção norte, que serve para orientar a planta. Essa seta, preferencialmente, deve estar locali- zada na parte superior da planta. Na organização de uma prancha de desenho arquitetônico, todos os tipos de planta devem estar com a seta orientando o norte na mesma posição. A orientação fornecida pode ser usada para dar nome às elevações da edificação. Veja a Figura 3. Arquitetura20 Figura 3. Exemplo de planta de cobertura. Veja que as elevações levam o nome da orien- tação fornecida. Fonte: Ching (2012, p. 164). Elevação oeste Elevação sul Elevação oeste Elevação sul Elevação leste Elevação norte El ev aç ão le st e Elevação norte Elevação oeste Elevação sul Elevação oeste Elevação sul Elevação leste Elevação norte El ev aç ão le st e Elevação norte 21Representação de projeto – fachadas e coberturas Cortes É uma projeção ortográfica de um corte no sentido vertical em toda a edi- ficação. Os cortes revelam as dimensões verticais que não são vistas nas plantas. Também mostram as aberturas de janelas e portas e as conexões entre os espaços internos verticais, como no caso de uma edificação de dois ou mais pavimentos. Por isso, são os melhores desenhos para se estudar a estruturação de pisos e dimensionamento de escadas. A linha de corte deve aparecer na planta e sua representação é uma linha tracejada composta. Nas extremidades, são colocadas setas que indicam o campo de visão após o corte. Veja a Figura 4. Figura 4. Representação de linhas de corte e de campo de visão após o corte. Fonte: Ching (2012, p. 172). Corte longitudinal Corte transversal Igreja da Abadia de Santa Maria, Portonovo, Itália, século XII. Arquitetura22 Os cortes fornecem várias informações construtivas, por isso, ao locá-lo em uma planta, procure passar por espaços significativos, uma escada, por exemplo. Em um projeto de arquitetura, a quantidade de cortes a ser demonstrada varia conforme a complexidade do projeto e a necessidade de transmitir informações; no mínimo, dois cortes em sentidos diferentes devem ser realizados. Cuidado! Não passe a linha de corte em pilares de uma edificação, porque a representação desse pilar pode ser confundida com a representação de uma parede cortada. Ao desenhar o corte, você pode incluir todo o terreno. Desse modo, você demonstra a relação entre o interior da edificação e o entorno. Em alguns casos, realizar o corte no terreno inteiro será fundamental, principalmente quando sua topografia for acidentada. Figura 5. Corte do terreno. Fonte: Ching (2012, p. 81). Corte da edificação Corte da edificação Elevação da edificação além do plano de corte Corte do terreno 23Representação de projeto – fachadas e coberturas Fachadas É uma projeção ortográfica bidimensional, no sentido vertical, de todos os lados da edificação. A fachada imita a observação da edificação como se você estivesse centralizado e ereto olhando para ela. As informações representadas na fachada são referentes às alturas da edificação, aos detalhes ornamentais, às dimensões e composição das aberturas, portas e janelas, entre outras. Cada fachada ou elevação receberá um nome que pode ser baseado na orientação da planta referente ao norte, ou por uma característica – por exemplo, uma fachada voltada para uma avenida principal pode ser chamada de fachada principal, ou elevação da rua. Assim como nos cortes, nas fachadas, o terreno também pode estar in- cluído de maneira que fique representada a sua relação com o entorno e o paisagismo. Figura 6. Fachada com terreno. Fonte: Ching (2012, p. 163). Arquitetura24 Chamamos de elevações as vistas que são feitas internamente nos am- bientes das edificações; neste caso, o nome fachada não é utilizado. As ele- vações internas são utilizadas para transmitir informações mais detalhadas sobre o ambiente. São muito usadas na arquitetura de interiores. Nessaseleva- ções, a parede cortada não aparece, apenas o que se vê é a parede selecionada para a vista e as informações contidas nela. Técnicas para criar profundidade no desenho bidimensional Todos os tipos (plantas, fachadas e cortes) e sentidos (horizontal e vertical) das vistas que foram apresentadas são uma representação gráfica bidimen- sional. Portanto, essas representações gráficas não expressam profundidade, o que poderia criar confusão na leitura de um projeto. Porém, existem al- gumas técnicas de criar profundidade em desenhos planos, como o desenho hierarquizado de pesos de linha, o uso de hachuras e sombras. “Independentemente de sua distância no espaço, todas as retas e os planos paralelos ao plano do desenho mantêm seu tamanho real. Para expressar profundidade, de- vemos utilizar uma hierarquia de pesos de linhas ou várias tonalidades. A técnica que utilizamos depende da escala da elevação do prédio, do instrumento de desenho e da técnica de representação de texturas, e do padrão dos materiais.” (CHING, 2012, p. 166). 25Representação de projeto – fachadas e coberturas Trabalhando com pesos de linha Você pode utilizar a hierarquia nas linhas para criar profundidade nos de- senhos bidimensionais. As linhas mais fortes ou espessas, por exemplo, são utilizadas para objetos ou para paredes que foram seccionadas (cortadas), ou, no caso das fachadas, para os volumes ou objetos que se encontram mais pró- ximos do plano de visão. As linhas de peso intermediário são utilizadas para representar o que está mais próximo da linha de corte. Conforme as informações a serem represen- tadas, essas linhas vão se afastando da linha de corte ou do plano de visão. No caso das fachadas, por exemplo, menor é a espessura e, consequentemente, o peso da linha. As linhas mais finas, de pouco peso, são utilizadas para representar as linhas de superfície no desenho, nas texturas ou no desenho de piso. Essas linhas são muito usadas quando a escala trabalhada é grande e proporciona um detalhamento do projeto. Arquitetura26 Aqui, você pode ver como o uso da hierarquia nas linhas produz um diferencial no de- senho do projeto. No primeiro desenho, todas as linhas foram realizadas com a mesma espessura. Veja como a representação fica confusa e até difícil de entender o que exata- mente foi seccionado e o que é uma representação de paginação de piso. Já no segundo desenho, há o uso da hierarquia nas linhas, e o resultado é uma representação gráfica mais eficiente e seguindo os padrões da norma ABNT NBR 06492 – Representação de Projetos de Arquitetura (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994). Casa Schwartz, Two Rivers, Wisconsin, 1939, Frank Lloyd Wright. Fonte: Ching (2012, p. 148). Linhas mais fortes Linhas de peso intermediário Linhas mais finas 27Representação de projeto – fachadas e coberturas Trabalhando com hachuras Você pode utilizar hachuras na representação gráfica para dar ênfase aos ele- mentos seccionados do projeto. Além do trabalho com a hierarquia nas linhas, as hachuras contribuem para um desenho mais rico e de fácil compreensão. As hachuras também são usadas para dar texturas e representar paginação de pisos. Só não se esqueça de que é importante que cada item representado esteja na espessura de linha correta. No caso das texturas e paginação de pisos, a linha utilizada é a mais fina. Veja o exemplo na Figura 7. Figura 7. Exemplo de utilização de hachuras. Fonte: Ching (2012, p. 150). Igreja de São Sérgio e São Baco, Constantinopla (Istambul), 525–30 d.C. Nas plantas de localização ou situação, as hachuras podem ser trabalhadas de duas maneiras, conforme a prioridade de informação que será representada no projeto. Uma planta de situação de uma edificação, por exemplo, onde a infor- mação priorizada é a construção, você deve destacá-la do entorno e mostrar mais detalhes ao representar esta construção na planta. Por outro lado, quando o projeto é de paisagismo, a informação priorizada é o contexto. Nesta situ- ação, você deve destacar o terreno e o entorno em detrimento da edificação. Veja como fica mais fácil observando os exemplos na Figura 8. Arquitetura28 Figura 8. Na primeira imagem, a edificação foi destacada; na segunda, o contexto foi a informação priorizada. Fonte: Ching (2012, p. 159). A escala de apresentação dos projetos arquitetônicos vai variar conforme a dimensão do projeto. Geralmente, nas plantas, cortes e fachadas, a escala utilizada é de 1:50 ou 1:100; nas plantas de situação ou localização, além das escalas de 1:50 e 1:100, também são utilizadas escalas menores, como 1:200, 1:500 ou 1:1000, ou menor ainda. Em detalhes construtivos ou em outro tipo de detalhamento, são usadas as escalas grandes, como 1:10 e 1:5, para que se possa representar adequadamente e ter um nível de informação maior. ABNT NBR 06492 – REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE ARQUITETURA (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994). ABNT NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO – LEIAUTE E DIMENSÕES (ASSOCIAÇÃO BRASI- LEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1987). 29Representação de projeto – fachadas e coberturas 1. A partir das múltiplas vistas são criadas as representações gráficas dos dese- nhos em arquitetura. É correto afirmar que as múltiplas vistas são: a) Uma sequência de vistas geradas de um mesmo plano ortográfico. b) Uma projeção ortográfica de um objeto ou uma construção tridimensional. c) Várias vistas em ângulos dife- rentes geradas a partir de um mesmo plano ortográfico. d) Uma projeção tridimensional de um objeto ou construção. e) Projeções ortográficas ou ortogo- nais que expressam com fideli- dade a realidade ótica. 2. A representação gráfica dos desenhos de arquitetura origina as múltiplas vistas de um objeto ou construção. Entre essas representações estão as plantas citadas abaixo, EXCETO: a) As plantas baixas. b) As plantas de localização. c) As plantas de situação. d) As plantas de orientação solar. e) As plantas de cobertura. 3. Todos os tipos de planta são proje- ções ortográficas horizontais da edifi- cação. Sobre as plantas de cobertura é INCORRETO dizer que: a) Transmite informações sobre desníveis no piso no interior das construções e a sua paginação. b) É uma secção horizontal em toda a edificação a 2,30m do piso. c) Transmite informações relacio- nadas à inclinação e ao tipo de telhado adotado na construção. d) As plantas de cobertura, assim como as outras plantas, são projeções ortográficas verticais a construção. e) Transmite todas as informações necessárias para a execução de uma edificação. 4. Além dos tipos de planta, as fachadas e os cortes também são projeções orto- gráficas bidimensionais de um objeto ou construção tridimensional, porém no sentido vertical a edificação. Cada uma dessas representações gráficas possui suas características e seme- lhanças. Das semelhanças e diferenças entre as fachadas e os cortes citadas abaixo, assinale a alternativa correta. a) Nas fachadas, é possível obter as informações sobre as alturas do interior da edificação, como o pé direito; já nos cortes, essas medidas não aparecem. b) Nos cortes, observamos o interior da construção; nas fachadas, além do interior, pode-se observar o exterior e a relação entre ambos. c) Tanto as fachadas quanto os cortes são vistas de secções realizadas na edificação, a diferença é que, nos cortes são, realizadas secções centralizadas na edificação e, nas fachadas, elas são feitas em qual- quer ponto necessário. d) As fachadas se originam de projeções ortográficas de secções horizontais na edificação; já os cortes, de secções verticais. e) Nas fachadas, é possível visua- lizar o arranjo dos volumes da edificação; já nos cortes, isso não acontece. Arquitetura30 5. A representação ortográfica das vistas dos projetos de arquitetura é bidimensional, porém, nessas representações, existem algumas técnicas para criar a sensação de profundidade no desenho. Assinale a alternativa INCORRETA com relaçãoa essas técnicas: a) Uma das maneiras de criar pro- fundidade em desenhos bidimen- sionais, é utilizando a hierarquia nas linhas de desenho. b) As hachuras feitas em paredes seccionadas auxiliam na compre- ensão do desenho. c) Utilizar diferentes pesos de linha no desenho provoca a sensação de profundidade em desenhos bidimensionais. d) Além de utilizadas em paredes seccionadas, as hachuras podem ser utilizadas para representar o formato de piso e a sua pagi- nação. e) A utilização de uma linha uni- forme, com o mesmo peso, em todo o desenho, padroniza os projetos, colaborando com o trabalho executado em conjunto em grandes escritórios. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492: representação de projetos de arquitetura. São Paulo: ABNT, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10068: folha de desenho: leiaute e dimensões. São Paulo: ABNT, 1987. CHING, Francis D. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. Leitura recomendada CHING, Francis D. Representação gráfica em arquitetura. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. 31Representação de projeto – fachadas e coberturas Conteúdo: DICA DO PROFESSOR A arte está diretamente ligada à arquitetura e uma das formas de representação dos projetos de arquitetura é pelo desenho artístico. Assista ao vídeo a seguir e saiba mais sobre essa forma de representação e a diferença entre ela e o desenho técnico. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A partir das múltiplas vistas, são criadas as representações gráficas dos desenhos em arquitetura. Sobre as múltiplas vistas, assinale a alternativa correta. A) As múltiplas vistas são uma sequência de vistas geradas de um mesmo plano ortográfico. B) As múltiplas vistas são uma projeção ortográfica de um objeto ou de uma construção tridimensional. C) As múltiplas vistas são várias vistas em ângulos diferentes geradas a partir de um mesmo plano ortográfico. D) As múltiplas vistas são uma projeção tridimensional de um objeto ou construção. E) As múltiplas vistas são projeções ortográficas ou ortogonais que expressam com fidelidade a realidade ótica. 2) A representação gráfica dos desenhos de arquitetura originam das múltiplas vistas de um objeto ou construção, dentre estas representações, estão as plantas citadas a seguir. Assinale a alternativa que contém uma representação que NÃO se enquadra nesse critério. As múltiplas vistas são geradas a partir de vários planos ortográficos. As múltiplas vistas são geradas a partir de vários planos ortográficos. As múltiplas vistas são uma projeção bidimensional de um objeto ou de uma construção. As múltiplas vistas são projeções ortogonais ou ortográficas, porém não expressam a realidade ótica por serem bidimensionais. As múltiplas vistas são projeções ortográficas bidimensionais de um objeto ou de uma construção tridimensional geradas a partir de vários planos ortográficos em posições diferentes. A) As plantas baixas. B) As plantas de localização. C) As plantas de situação. D) As plantas de orientação solar. E) As plantas de cobertura. 3) Todos os tipos de plantas são projeções ortográficas horizontais à edificação. Sobre as plantas de cobertura, assinale a que contém uma afirmação CORRETA. A) Transmitir informações sobre desníveis no piso no interior das construções e a sua paginação. B) Ser uma secção horizontal em toda a edificação a 2,30 m do piso. C) Transmitir informações relacionadas à inclinação e ao tipo de telhado adotado na construção. D) As plantas de cobertura, assim como as outras plantas, são projeções ortográficas verticais à construção. E) Transmitir todas as informações necessárias para a execução de uma edificação. Além dos tipos de plantas, as fachadas e os cortes são projeções ortográficas bidimensionais de um objeto ou de uma construção tridimensional, porém no sentido vertical à edificação. Cada uma dessas representações gráficas possui, assim como as plantas, suas características e semelhanças. A seguir, foram citadas algumas 4) A orientação solar, expressada dela direção do norte, deve aparecer em todos os tipos de plantas das representações dos desenhos de arquitetura, não existe uma planta específica para isso. As plantas de cobertura são uma das representações dos desenhos de arquitetura. As plantas de situação são uma das representações dos desenhos de arquitetura. As plantas de situação são uma das representações dos desenhos de arquitetura. As plantas de situação são uma das representações dos desenhos de arquitetura. Nas plantas de cobertura, não é possível visualizar o interior das construções, esta representação gráfica é realizada pelas plantas baixas. Na elaboração das plantas de coberturas, não são realizadas secções. Tanto as plantas de cobertura como as outras plantas são projeções ortográficas horizontais à construção. As plantas de cobertura não possuem todas as informações necessárias para a execução de uma edificação, elas fazem parte de um conjunto de representações gráficas destinadas a este fim, a execução. Assim como a inclinação e o tipo de telhado, na planta de cobertura também são encontradas informações sobre a localização das calhas e o sentido de escoamento das águas pluviais. diferenças entre as fachadas e os cortes. Assinale a alternativa correta. A) Nas fachadas, é possível obter as informações sobre as alturas do interior da edificação, como o pé direito, já nos cortes essas medidas não aparecem. B) Nos cortes, observamos o interior da construção, nas fachadas, além do interior, o exterior e a relação entre ambos podem ser observados. C) Tanto as fachadas quanto os cortes são vistas de secções realizadas na edificação, a diferença é que nos cortes são realizadas secções centralizadas na edificação e nas fachadas são realizadas em qualquer ponto necessário. D) A fachadas se originam de projeções ortográficas de secções horizontais na edificação, já os cortes, de secções verticais. E) Nas fachadas, é possível visualizar o arranjo dos volumes da edificação, já nos cortes isso não acontece. 5) A representação ortográfica das vistas dos projetos de arquitetura é bidimensional, porém existem algumas técnicas para criar, nessas representações, a sensação de profundidade no desenho. Assinale a alternativa INCORRETA com relação a essas técnicas. A) Uma das maneiras de se criar profundidade, em desenhos bidimensionais, é utilizando a hierarquia nas linhas de desenho. B) As hachuras feitas em paredes seccionadas auxiliam na compreensão do desenho. C) Utilizar diferentes pesos de linha no desenho provoca a sensação de profundidade em desenhos bidimensionais. Nos cortes, não é possível visualizar o arranjo dos volumes da edificação porque não se pode observar toda a edificação, mas apenas uma parte dela, o lado escolhido a partir da secção feita. Tanto a fachada quanto os cortes são projeções verticais. A fachada não é gerada a partir de uma secção na construção, ela é uma vista bidimensional observada de fora da construção. Nas fachadas, é possível observar apenas o exterior das construções. São os cortes que nos informam as alturas no interior das construções, como o pé direito, a espessura das lajes, a altura de mobiliário, entre outros. A hierarquia nas linhas de desenho provoca a sensação de profundidade em desenhos bidimensionais. Com a utilização das hachuras, em paredes seccionadas, é possível observar os cheios e vazios na vista elaborada. Os diferentes pesos de linha no desenho provocam a sensação de profundidade, linhas mais grossas possuem um peso maior e são utilizadas para representar, geralmente, objetos ou paredes seccionadas. D) Além de utilizadas em paredes seccionadas, as hachuras podem ser utilizadas para representar o formato de piso e a sua paginação. E) A utilização de uma linha uniforme, com o mesmo peso, em todo o desenho, padroniza os projetos, colaborando com o trabalho executado em conjuntoem grandes escritórios. NA PRÁTICA O desenho arquitetônico é voltado à execução e a representação de projetos de arquitetura, um conjunto de registros gráficos. Podemos dizer que o desenho de arquitetura manifesta-se como um código, uma linguagem, estabelecida entre o emissor (o arquiteto) e o receptor (cliente ou construtor), por isso a representação do projeto deve seguir os padrões e normas de desenho, uma delas a ABNT NBR 06492, que fala sobre a REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE ARQUITETURA. Neste conjunto de representações, cada uma delas desempenha um papel diferenciado, e todas estão interligadas, ou seja, é preciso a elaboração de todas as representações para se passar todas as informações necessárias para a execução de uma obra. A hachura pode também ser utilizada para representar o formato e a paginação do piso, além de representar cheio e vazios em paredes seccionadas. A utilização de uma linha de um único peso pode gerar confusão na interpretação de um projeto. Este tipo de desenho não gera profundidade, além de não respeitar a norma ABNT NBR 06492. Por exemplo, a representação das fachadas transmite a imagem da construção vista de fora, de todos os lados. Nesta representação, é possível visualizar a relação entre os volumes da edificação e suas alturas. Outra questão é a elaboração dos desenhos em CAD, praticamente todos as representações atuais são elaboradas com o uso dessa ferramenta. Porém é necessário saber que ela não modifica a necessidade de se conhecer como realizar corretamente a representação gráfica do projeto, ela agiliza e facilita a execução do desenho, diminuindo o retrabalho e padronizando certa parte do desenho, como a letra utilizada e o carimbo. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: ABNT NBR 13532 - Elaboração de projetos de edificações - Arquitetura Leia o artigo no link a seguir. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!