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Os impactos do isolamento social sobre a educação. Uma análise das escolas pós pandemia de COVID-19 Aluna: Juliana Barboza Ferreira Matrícula: 202002635411 Professora: MARILIA SCORZONI Resumo: A pandemia da COVID-19 trouxe inúmeras consequências na nossa sociedade que agravaram os problemas já existentes no país. A área da educação foi abalada já que o modelo presencial de ensino teve que ser substituído de maneira rápida e sem planejamento para o modelo remoto (Google Classroom) e com isso ocasionou uma mudança extrema no ambiente escolar levando o despencar da educação. A pesquisa propõe refletir sobre os impactos causados na educação. O estudo foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica e entrevistas com alunos, professores e diretores da rede pública, além de pesquisas em livros, relatos, entrevistas e artigos. Para muitos alunos das comunidades mais pobres, com dificuldade de acesso à alimentação e com seus pais ainda necessitando trabalhar, a realidade se concretizou ou no apoio de avós e vizinhos ou abandono em cuidado próprio ou de irmãos mais velhos. Com acesso restrito ou nulo à internet, poucos conseguem realizar as propostas feitas pelos governos para suprir a ausência de aulas presenciais. Nesse contexto, qual o papel da educação? Muitos estudantes, por exemplo, não tinham conexão com a internet e muito menos equipamentos adequados para a condução dos estudos. A falta de suporte e da dinâmica presencial com os professores e colegas, igualmente, foi um forte motivo para muitos discentes abandonarem as atividades escolares. A ausência do convívio no ambiente de ensino afetou de maneira particular as crianças e os adolescentes. Isso porque o isolamento social anda no sentido oposto de um equilibrado desenvolvimento socioemocional e cognitivo. A falta de adaptação a esse modelo, portanto, contribui para o déficit educacional. Quando se fala em educação é fácil associar a um espaço físico, a um lugar especifico onde alunos, professores e gestores formam uma comunidade, cujo o objetivo é propiciar momentos de ensino-aprendizagem. Educação, enquanto instituição, torna-se responsável por trazer os conhecimentos científicos e faze-los ter sentido no cotidiano dos educadores. A escola torna-se, com esse propósito, a segunda casa do educando. O lugar onde o saber é construído em diferentes diálogos na busca de uma educação de qualidade, responsável por propiciar espaços para o educando se tornar o agente do saber, um sujeito critico, ciente de seus direitos e deveres, bem como um ser preparado para atuar nos mais diferentes espaços comunicativos. Palavras-chave: COVID-19, pandemia, educação, professores, escola, alunos, crianças. 1. INTRODUÇÃO No início do ano de 2020, o Brasil se deparou com uma pandemia mundial da COVID- 19, que acarretou na mudança da vida cotidiana em diferentes esferas; familiar, social e escolar (Fiocruz, 2020). Além disso, a pandemia tem gerado grandes impactos na saúde mental das pessoas (OPAS, 2020). Os efeitos da pandemia variam amplamente e incluem desde impactos diretos na economia e empregos até efeitos indiretos de perdas de aprendizagem entre crianças que estão fora da escola. O Brasil está entre os países mais afetados pela pandemia da COVID-19. Além disso, os impactos no capital humano ainda estão sendo acumulados à medida que menos crianças estão envolvidas em atividades educacionais (89% agora em comparação com 99% antes da pandemia) e apenas cerca de 40% tinham aulas presenciais. No âmbito escolar, o fechamento de escolas afetou a educação de muitas crianças e jovens. Segundo os dados do IBGE (2020) apud Unibanco (2020), no mês de julho do mesmo ano, 8,7 milhões de crianças, adolescentes e jovens não tiveram qualquer acesso a atividades de ensino remota. Os dados revelam que de cada 10 estudantes, apenas 7 executam as atividades remotas. Já durante outubro de 2020, de acordo com a pesquisa Pnad Covid19 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 6 milhões de estudantes de 6 a 29 anos, da educação básica ao ensino superior, não tiveram acesso a atividades escolares. O número representa 13,2% dos alunos matriculados naquele mês (Unibanco,2020). Por tais motivos, a pandemia tem exigido uma nova maneira de organização familiar, na qual a família precisa passar por um processo de reestruturação, o que acarreta naturalmente em inúmeros desafios. A interrupção das atividades presenciais nas escolas durante a pandemia impactou negativamente o aprendizado dos estudantes no mundo inteiro e, de forma ainda mais acentuada, em países em desenvolvimento. No Brasil, estudos identificaram perdas médias estimadas entre 4 a 10 meses de aprendizagem, sendo maior em matemática e entre crianças mais novas. Ainda que os estudantes tenham aprendido durante o período de interrupção das atividades presenciais, os estudos mais robustos indicam que houve “perda de aprendizado” e que o ritmo de aprendizado foi mais lento, causando um déficit no aprendizado. (BARTHOLO et al., 2022; FMCSV, 2021a; 2021b; BETTHÄUSER et al., 2022; LICHAND et al., 2022; STRINGER; KEYS, 2021; HOWARD et al., 2021; PATRINOS et al., 2022). 2. METODOLOGIA O presente trabalho foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica, que consiste na revisão da literatura relacionada à temática abordada. Para tanto, foram utilizados livros, periódicos, artigos, sites da Internet entre outras fontes. De acordo com Boccato (2006, p. 266), a pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado. 3. A PANDEMIA Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos. Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus. Os coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum. Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) – o mais alto nível de alerta da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Essa decisão buscou aprimorar a coordenação, a cooperação e a solidariedade global para interromper a propagação do vírus. Essa decisão aprimora a coordenação, a cooperação e a solidariedade global para interromper a propagação do vírus. Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. O termo “pandemia” se refere à distribuição geográfica de uma doença e não à sua gravidade. A designação reconhece que, no momento, existem surtos de COVID-19 em vários países e regiões do mundo. 4. OS IMPACTOS CAUSADOS PELA PANDEMIA A pandemia causou diversos impactos em todo o mundo, dentre eles, na economia, na vida social, na saúde mental e também na educação que é o foco desse trabalho. 4.1 O impacto do isolamento social. A pandemia da Covid-19 trouxe uma nova realidade para o mundo: máscaras, álcool em gel, cuidados redobrados com a higiene e, talvez o mais impactante, o isolamento social. O simples ato de cumprimentar, abraçar ou estar junto com as pessoas que amamos foi reduzido ou muitas vezes até cancelado por completo por um longo período.Pela primeira vez, estar longe das pessoas foi considerado um ato de preocupação e cuidado. O isolamento social, durante toda a pandemia, foi e continua sendo um meio de minimizar o contágio da Covid-19. O mais eficiente até que, pelo menos, grande parte da população tenha sido vacinada. Porém, os impactos de isolar-se são inúmeros: desde a saudade de pessoas queridas, ansiedade, insegurança, medo e, em algumas vezes, depressão por estar longe de quem amamos. Por isso, além de cuidar da saúde física durante este período, também foi e continua sendo fundamental cuidar da saúde mental. 4.2 O impacto da pandemia na vida dos professores No âmbito educacional, as medidas de quarentena e distanciamento social elaboradas pelos governos fizeram com que algumas escolas adotassem a modalidade de ensino a distância (EAD) com o propósito de possibilitar uma alternativa a uma eminente e possível perda do ano letivo. Isto, acabou gerando preocupações quanto ao modo de conduzir estas aulas mantendo a mesma qualidade do ensino presencial. Um outro aspecto a ser pensado neste cenário, é a formação de professores atuantes na educação básica, tendo em vista as possíveis dificuldades que este corpo docente enfrentou e enfrenta. Conforme salienta Santos (2020), professores atuam na relação e interação constante com seus alunos e não no vazio, aspecto este que também pode ser considerada uma importante parte do processo de ensino e aprendizagem. De acordo com Barros e Vieira (2020) e Peres (2020), houve muitos desafios para os docentes, uma vez que os mesmos não foram preparados em sua formação como professores, quer seja na graduação ou pós-graduação, para lidar com as diversas tecnologias e plataformas de ensino remoto, que se fez necessário frente à pandemia. Almeida (2010) pondera sobre a complexidade de formar professores para atuar em novos espaços, tempos e culturas, como é o caso da formação on- line e também na atuação no EAD, pois se trata de mudanças de concepções, valores, práticas e até crenças. Este contemporâneo momento faz com que o sujeito mergulhe em uma nova cultura, reestruturando seu pensamento de acordo com os novos tempos. Analisando o processo histórico de profissionalização docente e suas principais modificações a partir do século XVIII, Nóvoa (2000) identifica a crise da profissão docente, evidenciando problemas que os professores enfrentam há anos. Dentre esses problemas, é importante destacarmos a desmotivação pessoal, que pode ser provocada pela desvalorização da profissão, tanto por órgãos administrativos, quanto pela própria relação com os alunos ou com a comunidade, baixos salários, falta de investimentos na educação, entre outros fatores que eventualmente possam desembocar em tais desmotivações. Um fator que comprova essa situação, é o que diz respeito à atividade docente como uma segunda atividade. Nóvoa (2000, p. 24 apud NOFFKE, 1992) afirma que “é preciso incentivar uma maior identificação pessoal dos professores com “A pandemia da COVID-19 fez com que o tempo em casa e na escola se transformasse em um só. Foram horas e mais horas de planejamento fora do turno de trabalho, tudo para fazer com que, mesmo ausentes da rotina escolar, os alunos tivessem o maior aproveitamento possível. Ficamos sem auxílio e incentivos, sem preparação frente à nova realidade. Os professores compraram equipamentos, triplicaram os gastos com internet, dividiram o tempo entre as aulas on-line, planejamentos, elaboração de cadernos, atendimento aos grupos de salas de aula, dedicaram-se a cursos on-line para dar conta das plataformas, aprenderam a gravar vídeos, editar, postar, reeditar, e assim por diante. Tudo isso sem quase nenhum apoio de governos”. o local de trabalho e aumentar o seu tempo de presença nas escolas”. Ou seja, incentivar a profissão docente para que esta seja exercida como atividade principal, e não apenas para completar o salário dos professores ou caracterizar a carreira como sendo uma segunda profissão, vulgarmente definida como “bico”. Ao compreender alguns aspectos e dificuldades enfrentados pela formação de professores on-line e ao inserir estas dificuldades no contexto da pandemia do COVID-19, ainda temos a preocupação em se buscar novas formas de se reinventar, em um processo de ressignificação, englobando toda comunidade educativa. Almeida (2010) alerta que embora as TDICs possibilitem uma informatização do ensino, a concepção de educação se fragiliza, tendo em vista uma certa passividade do aluno e também uma mecanização do processo de ensino e aprendizagem. Portanto, as novas tecnologias digitais de informação e comunicação tem causado grande impacto na educação escolar, trata-se, pois, de uma revolução e um estrondoso avanço tecnológico que tem influenciado a tudo e a todos, desde as crianças até os adultos e idosos. Em conversa com algumas educadoras cheguei a conclusão que a maior dificuldade enfrentada por elas foi a adaptação as mídias digitas e os recursos usados para aulas a distância. Se, de um lado, o uso das TDIC permite a informatização do ensino, a substituição do professor pelas máquinas, a transmissão uniforme de conteúdos informativos, a proposição de perguntas previamente programadas e o controle automático das respostas do aluno; por outro lado, essa cultura de transmissão perde terreno (Silva, 2009) e fragiliza a concepção de educação, de escola e de universidade centrada na prática unidirecional e na passividade do aluno, devido às potencialidades interativas oferecidas pelas TDIC e pela cultura digital incorporada no cotidiano (ALMEIDA, 2010, p. 70). 4.3. Os impactos da pandemia para os alunos A pandemia impactou principalmente, para aquelas crianças e adolescentes em situação de maior vulnerabilidade, agravando problemas crônicos, como a desigualdade de acesso e permanência à escola, uma vez que o sistema educacional brasileiro não estava preparado. Segundo o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes: I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II – Direito de ser respeitado por seus educadores; III – Direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV – Direito de organização e participação em entidades estudantis; V – Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Sendo o inciso (V) limitado no momento pandêmico por questões de segurança e a não propagação do vírus da COVID-19. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2021, 7,28 milhões de famílias ainda permaneciam sem conexão de internet em casa. Isso representa cerca de 28 milhões de brasileiros acima dos 10 anos de Idade. A dificuldade de acesso às redes dificulta não só atividades cotidianas como também o processo educacional de muitas pessoas. Isso porque, de acordo com o levantamento, 3,6 milhões do total de pessoas sem acesso à internet no ano passado eram estudantes. Como consequência desse contexto, o levantamento da organização “Todos Pela Educação”, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), mostra que 244 mil crianças de 6 a 14 anos estavam fora do sistema educacional em 2021. A evasão escolar apresentou um aumento de 171% em relação a 2019, antes do surto da covid-19. A falta de computadores, celulares e acesso à internet em casa dos dificultou ensino remoto para alunos de 86% das escolas do país. Ainda que os estudantes tenham aprendido durante o período de interrupção das atividades presenciais, os estudos mais robustos indicam que houveperda de aprendizado e que o ritmo de aprendizado foi mais lento (BARTHOLO et al., 2022; FMCSV, 2021a; 2021b; BETTHÄUSER et al., 2022; LICHAND et al., 2022; STRINGER; KEYS, 2021; HOWARD et al., 2021; PATRINOS et al., 2022). Outro efeito documentado na literatura é o aumento das desigualdades de aprendizagem ao longo de 2020 e 2021. Os alunos em situação de maior vulnerabilidade social foram mais fortemente impactados e aprenderam menos do que seus pares. Apesar da dificuldade para estimar os efeitos do fechamento das escolas nos aprendizados pela não uniformidade dos indicadores de nível socioeconômico entre os estudos, boa parte dessas pesquisas estimou os efeitos diferenciais para os estudantes em situação de maior vulnerabilidade social (BETTAHÄUSER et al., 2022; UK, 2021a; PATRINOS et al., 2022 Em relação à importância da leitura na alfabetização, Aliende (2005) destaca que: A leitura é a única atividade que constitui, ao mesmo tempo, disciplina de ensino e instrumento para manejo das outras fases do currículo [...] a ênfase está em aprender a ler para aprender. Nas séries fundamentais, a aprendizagem do código dentro de contextos significativos para a criança é de grande importância. (ALIENDE, 2005, p. 13.) 5 PLATAFORMAS DIGITAIS Durante a pandemia, a necessidade de ensino remoto evidenciou dificuldades na maior parte das escolas brasileiras, em especial nas unidades públicas, onde foi possível somar o despreparo tecnológico à falta de conhecimento de como ensinar por meios virtuais. 5.1. Google Classroom Google Classroom é um sistema de gerenciamento de conteúdo para escolas que procuram simplificar a criação, a distribuição e a avaliação de trabalhos. Ele é um recurso do Google Apps redirecionado à área de educação. Esse recurso foi de bastante uso durante toda a pandemia. Usado também como meio de comunicação entre professores, alunos e suas famílias. 5.2. Google Meet Google Meet é um serviço de comunicação por vídeo desenvolvido pelo Google. É um dos dois serviços que substituem a versão anterior do Google Hangouts, o outro é o Google Chat. Ferramenta utilizada para reuniões entre professores, diretores e gestores das escolas. 5.3. Zoom A Zoom Vídeo Communications é uma empresa americana de serviços de reuniões remotas. Ela fornece um serviço de conferência remota "Zoom" que combina videoconferência, reuniões online, bate-papo e colaboração móvel. Ferramenta também utilizada para fins de comunicação durante todo o momento pandêmico 5.4. WhatsApp WhatsApp é um aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones. Além de mensagens de texto, os usuários podem enviar imagens, vídeos e documentos em PDF, além de fazer ligações grátis por meio de uma conexão com a internet., a plataforma de mensageria passou a ser uma ferramenta de ensino, na qual professores enviam as tarefas para os alunos e se comunicam com pais e responsáveis sobre questões pedagógicas. 6. ENSINO REMOTO E ENSINO PRESENCIAL Cabe estabelecermos a diferença entre a Educação a distância e o ensino remoto. O ensino remoto é uma modalidade de ensino emergencial, que pode fazer uso das tecnologias e ocorre em ambiente doméstico, no entanto, são modalidades distintas, pois uma é utilizada numa emergência a outra tem um conceito fundamentos e foi criada para ser como é. O ensino remoto emergencial foi aprovado em caráter temporário pelo MEC seguindo as recomendações dos organismos internacionais, para cumprir os prazos de ensino estipulados pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Em abril de 2020, uma medida provisória é editada pelo Governo Federal Medida Provisória nº 934 (convertida para Lei 14.040/2020 em agosto) este documento estabelece normas educacionais, a serem adotadas no período de distanciamento social. Xavier (2020) aponta que para exercer uma substituição emergencial, o ensino remoto precisa preencher as seguintes condições: O ensino remoto pode refletir em algumas consequências no presente e para futuro dos estudantes na hora de se avaliar o desempenho destes, pois podem não apresentar o mesmo grau de conhecimento e aprendizagem do ensino normal (presencial). As sequelas na aprendizagem e no conhecimento ao longo prazo podem causar regressão no acesso e no aprendizado de um ensino de qualidade no Brasil. O período letivo emergencial de ensino exigiu uma maior a) O acesso de todos os alunos ao ambiente virtual propiciado pela aparelhagem representada por computadores, celulares e similares; b) Considerando que alunos e professores devem estar confinados nas respectivas residências, estas deverão estar todas equipadas com acesso à internet: c) É preciso que todos os estudantes preencham os requisitos mínimos para acompanharem com proveito o ensino remoto, ou seja, é preciso que todos estejam não apenas alfabetizados no sentido estrito, mas também em sentido funcional. Mais do que isso, não sejam analfabetos digitais. dedicação dos estudantes com a organização e com disciplina dos seus estudos. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em novembro de 2020, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos ficaram sem acesso à educação no Brasil, o que representa um risco de regressão de mais de duas décadas no acesso à educação. Em face disso, delimitou-se o seguinte problema central de pesquisa: como a pandemia de covid-19 impactou a Educação e quais são os desafios dos gestores públicos para mitigar esse impacto. A Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do segundo trimestre de 2021 já começa a mostrar os efeitos da pandemia da Covid-19 nas taxas de atendimento escolar. O Todos Pela Educação produziu a nota técnica “Taxas de atendimento escolar da população de 6 a 14 anos e de 15 a 17 anos”, com dados da Pnad Contínua/IBGE do segundo trimestre de 2021, buscando medir o impacto inicial do longo período de fechamento das escolas em todo o Brasil. Entre crianças e jovens de 6 a 14 anos, a nota do Pnad destaca que, no segundo trimestre de 2021, houve um aumento de 171,1% daqueles que estavam fora das escolas, na comparação com o mesmo período de 2019. Isso significa que 244 mil crianças e jovens nessa faixa não estavam matriculadas. É 1% do total desta faixa etária, sendo a maior taxa observada nos últimos seis anos. Houve também elevação significativa do número de crianças que, em idade para estarem no Ensino Fundamental (6 a 14 anos), estavam na Pré- Escola (702,7 mil em 2021, ante 396,8 mil em 2019). Com elevação do número daqueles fora da escola ou frequentando a Pré-Escola, o percentual de crianças e jovens de 6 a 14 anos matriculados no Ensino Fundamental (ou no Ensino Médio, no caso daqueles que já concluíram o 9° ano) chegou a 96,2%, o menor valor desde 2012. Em 2019, essa taxa era de 98,0%. No caso dos jovens de 15 a 17 anos, permaneceu a tendência de queda no percentual daqueles que estão fora da escola, chegando a 4,4% no 2º trimestre deste ano. Tivemos, no segundo trimestre deste ano, 407,4 mil jovens de 15 a 17 anos fora da escola sem ter completado o Ensino Médio, menos do que os 486,2 mil de 2020 e dos 679,8 mil de 2019. É preciso levar em consideração que o ensino remoto, foi considerado a melhor saída para continuar as atividades escolares e minimizar o atraso e as dificuldades dos alunos no retorno às aulas presenciais. Embora o ensino remoto tenha sido regulamentado pelo MEC, ninguém estava preparado para utilizá - lo. Conforme aponta Marcom e Valle (2020), a função principal da educação não muda pelo fato de vivermos em pandemia. A aprendizagem dos alunos ainda continua sendo o foco das aulas e o professor possui papel fundamental nesse processo. Apesar de ser um enormedesafio, o professor tem em mãos um caminho de possibilidades para conduzir a apropriação dos conhecimentos e o desenvolvimento das ações propostas, fortalecendo os vínculos entre família e escola, peças chaves para o sucesso do ensino remoto. CONCLUSÃO A obra reflete as mudanças trazidas pelo coronavírus, especialmente no setor educacional brasileiro. Durante a contágio, a pandemia de Covid-19 no Brasil e no mundo se agravou, a situação da educação básica pública foi significativamente afetada, os métodos de ensino mudaram e as atividades de vínculo e socialização foram essencialmente afetadas. Nesse aspecto, ressalta-se que as dificuldades no ensino de modo remoto para a educação infantil trazem consigo as medidas que devem ser tomadas para garantir o ensino, tendo em vista que uma das principais atividades realizadas nas escolas de educação corresponde à socialização, à convivência e à interação com o professor e com outras crianças, o que não é possível manter estabelecido por meio do ensino remoto. Portanto, faz-se necessário que as atividades lúdicas sejam desenvolvidas de alguma forma para os pequenos, de modo a contribuir para o seu desenvolvimento cognitivo, que ficou defasado com a pandemia atual. Para tanto, torna-se indispensável a participação dos pais na comunidade escolar, com professores e gestores da educação. A pandemia impactou o direito ao acesso ao ensino, agravando as desigualdades sociais e regionais, distanciando, dessa forma, ainda mais a igualdade material - As escolas brasileiras ficaram, em média, 279 dias sem aulas presenciais. A forma remota com o uso de tecnologias foi a mais utilizada para continuar o ensino. Todavia, milhões de alunos não tem acesso à internet em casa. O direito à permanência escolar também foi impactado, o abandono e a evasão escolar aumentaram, principalmente, para aquelas crianças e adolescentes em situação de maior vulnerabilidade - Se as condições de acesso ao ensino foram dificultadas, mais ainda as condições de permanência dos estudantes. O direito à aprendizagem e ao ensino de qualidade também foram afetados com a suspensão das aulas e a adoção das aulas remotas – Alunos apresentaram baixo engajamento nas aulas online. A saúde mental dos professores e alunos foi afetada com a pandemia, assim como a saúde alimentar dos alunos. Todas essas questões evidenciaram a fragilidade estrutural do sistema de ensino brasileiro e prejudicaram a concretização do direito fundamental à educação. Os problemas causados por esse período ainda vão se mostrar ao longo dos anos. Porém, com uma boa prática e profissionais dedicados a ensinar cada vez melhor os alunos, é possível nos aproximar da normalidade vivida antes da pandemia. A pandemia de COVID-19 entrou para a história da humanidade, marcando um momento em que as tecnologias jamais deixarão de acompanhar a vida acadêmica de professores e alunos. REFERÊNCIAS LIBERALI, Fernanda Coelho, Educação em tempos de pandemia: brincando com um mundo possível. Campinas SP, Pontes editores: 2020 ALVIM, Renato de Souza; VIEIRA, Nilzimar. O ensino na era do COVID-19: desafios, promessas e progressos. Revista Letras Raras. Campina Grande, dez. 2020. ARRUDA, Eucidio Pimenta. Educação remota emergencial: elementos para políticas públicas na educação brasileira em tempos de Covid-19. 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