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Aula 19 AFRB 2009 COMERCIO INTERNACIONAL TEORIA

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CURSO ON-LINE – COMÉRCIO INTERNACIONAL – TEORIA 
P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: RODRIGO LUZ 
 
1 
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Oi, pessoal. 
Chegamos à última aula deste curso iniciado em maio/2009. E esta 
aula está cheia de coisas recentíssimas, pois o Mercosul é um 
organismo bem vivo. Até demais. 
Aproveito para informar que ainda estaremos respondendo às 
questões do fórum pelos próximos 30 dias. 
Veremos hoje os tópicos 5 e 11 do edital de AFRF/2005, começando 
por: 
“5. Mercosul. O comércio intrabloco. Textos Legais. Estrutura 
e Funcionamento. O sistema de solução de controvérsias. As 
negociações e os acordos comerciais envolvendo o Mercosul.” 
 
MERCOSUL 
 
Antecedentes 
O Mercosul, bloco comercial hoje formado por Brasil, Argentina, 
Uruguai e Paraguai, foi criado em março de 1991 pelo Tratado de 
Assunção. Mas este só entrou em vigor em novembro de 1991 depois 
que houve a ratificação pelos quatro países. 
Foi resultado de um processo iniciado em 1986 por Brasil e Argentina. 
Sarney e Alfonsin, então presidentes, assinaram a Ata para 
Integração Argentino-Brasileira. É interessante notar que eles aí não 
haviam decidido ainda o atingimento de nenhum estágio de 
integração. Haviam apenas decidido “aumentar a integração”. 
A forma efetiva de integração só seria decidida depois das reuniões 
entre os representantes dos dois países. 
Veja como isso foi pedido pela ESAF na prova de Analista de 
Comércio Exterior em 1997: 
 
(ACE/97) O Tratado de Cooperação Econômica (1986) firmado 
pelos ex-presidentes José Sarney (Brasil) e Raul Alfonsin 
(Argentina) propunha: 
a) Aumentar a integração econômica. 
b) Criar uma área de livre comércio entre Brasil e Argentina. 
c) Estimular o comércio em alguns setores da economia. 
d) Criar uma união aduaneira entre Brasil e Argentina. 
e) Criar um mercado comum entre Brasil e Argentina. 
Resp.: Letra A. 
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Em 1988, ao final de várias discussões, decidiram que os dois países 
buscariam o atingimento do estágio de área de livre comércio dali a 
10 anos. Assinaram naquele ano o Tratado de Integração, 
Cooperação e Desenvolvimento. 
Mas quando Collor e Menem assumiram o poder em 1990, a veia 
liberal saltou. Decidiram que o tempo para se promover a integração 
era muito grande e que o estágio pretendido (área de livre comércio 
– ALC) era muito superficial. Em suma, aumentaram o objetivo (ALC 
para mercado comum) e reduziram o tempo para implementá-lo (em 
vez de 10 anos, o novo prazo seria 31/12/1994). 
Em seguida, em 1991, Paraguai e Uruguai se juntaram a Brasil e 
Argentina e firmaram os quatro o Tratado de Assunção, mantendo o 
mesmo prazo e objetivo de integração. 
(Estamos no ano de 2009 e a Venezuela pretende ser o quinto país-
membro do bloco. Para isso, é necessário que Brasil e Paraguai 
ratifiquem o respectivo Protocolo de Adesão. Argentina e Uruguai já o 
fizeram. 
E, além da Venezuela, foi dada a largada para a entrada da Bolívia no 
bloco. Isto se deu com a criação de um grupo de trabalho a partir da 
Decisão CMC 01, em 18 de janeiro de 2007.) 
 
O aprofundamento e a aceleração da integração, pensados por Collor 
e Menem, não podiam mesmo dar certo. Hoje, 2009, ainda não foi 
atingido o nível de mercado comum. 
Vamos dar uma olhada no artigo 1o do Tratado de Assunção, que 
define os objetivos do bloco. Estes devem estar muito bem 
guardados, pois são uma das coisas mais pedidas nas provas 
anteriores: 
“Artigo 1o – Os Estados Partes decidem constituir um Mercado 
Comum, que deverá estar estabelecido a 31 de dezembro de 
1994, e que se denominará Mercado Comum do Sul 
(MERCOSUL). 
Este Mercado Comum implica: 
- A livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre 
os países, através, entre outros, da eliminação dos direitos 
alfandegários e restrições não-tarifárias à circulação de 
mercadorias e de qualquer outra medida de efeito equivalente; 
- O estabelecimento de uma tarifa externa comum e a adoção 
de uma política comercial comum em relação a terceiros 
Estados ou agrupamentos de Estados e a coordenação de 
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posições em foros econômicos-comerciais regionais e 
internacionais; 
- A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre 
os Estados-Partes – de comércio exterior, agrícola, industrial, 
fiscal, monetária, cambial e de capitais, de serviços, 
alfandegária, de transportes e comunicações e outras que se 
acordem, a fim de assegurar condições adequadas de 
concorrência entre os Estados-Partes; e 
- O compromisso dos Estados-Partes de harmonizar suas 
legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento 
do processo de integração.” 
 
Em primeiro lugar, definiu-se o prazo de 31/12/94 para se atingir o 
mercado comum. Atingiu? Não, nem hoje ainda. 
O primeiro item do artigo é óbvio, nem precisava escrever: A teoria 
de integração ensina que, em qualquer mercado comum, há livre 
circulação de bens, serviços e fatores de produção, como vimos na 
aula 7. 
O segundo item completa a lista do parágrafo anterior: A teoria de 
integração também ensina que, no mercado comum, há o 
estabelecimento de uma tarifa externa comum. 
O quarto item complementa os dois primeiros, pois, já que haverá 
livre circulação de bens, serviços e fatores de produção e o 
estabelecimento de uma TEC, devem ser harmonizadas as políticas 
comerciais intra e extrabloco. Além disso, as políticas trabalhista, 
previdenciária e de capitais devem ser harmonizadas para efetivar a 
livre circulação da mão-de-obra e do capital. 
O terceiro item é um “plus” no Mercosul. Não precisaria dele para se 
caracterizar o mercado comum. O terceiro item fala da coordenação 
de políticas macroeconômicas e setoriais. Isto serviria ou serve 
apenas para evitar condições inadequadas de concorrência entre os 
Estados-partes, permitindo até que as políticas macroeconômicas 
sejam totalmente diferentes. O que não pode ocorrer, repito, é o 
surgimento de condições inadequadas de concorrência. Não se está 
falando aqui de harmonização de políticas econômicas, pois, se 
assim o fosse, estaria sendo acordada uma união econômica. 
 
O artigo 5o do Tratado é basicamente igual ao 1o. Ele traz as formas 
de atingimento dos objetivos do Mercosul: 
“Artigo 5o – Durante o período de transição, os principais 
instrumentos para a constituição do Mercado Comum são: 
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a) Um Programa de Liberação Comercial, que consistirá em 
reduções tarifárias progressivas, lineares e automáticas, 
acompanhadas da eliminação de restrições não-tarifárias ou 
medidas de efeito equivalente, assim como de outras restrições 
ao comércio entre os Estados-Partes, para chegar a 31 de 
dezembro de 1994 com tarifa zero, sem barreiras não-tarifárias 
sobre a totalidade do universo tarifário (Anexo I); 
 b) A coordenação de políticas macroeconômicas que se 
realizará gradualmente e de forma convergente com os 
programas de desgravação tarifária e eliminação de restrições 
não-tarifárias, indicados na letra anterior; 
c) Uma tarifa externa comum, que incentiva a competitividade 
externa dos Estados-Partes; 
d) A adoção de acordos setoriais, com o fim de otimizar a 
utilização e mobilidade dos fatores de produção e alcançar 
escalas operativas eficientes.” 
 
Ora, a única diferença entre os artigos é dizer que o programa de 
liberação comercial será gradual e progressivo para que, no final de 
1994, estivesse totalmente liberalizado o comércio, sem barreiras 
tarifárias nem não-tarifárias. 
 
Vejamos uma questão da ESAF que trata disso: 
(AFTN/1996) Os instrumentos básicos de ação previstos no 
Tratado de Assunção para o MERCOSUL são: 
a) Reduçãoprogressiva de barreiras tarifárias e não-tarifárias, até a 
eliminação total das barreiras entre os países-membros; o 
estabelecimento de uma autoridade supranacional com 
representantes dos países-membros e a ampliação gradativa do 
quadro de países-membros. 
b) Redução progressiva de barreiras tarifárias e não-tarifárias, até a 
eliminação total das barreiras entre os países-membros; o 
estabelecimento de uma tarifa externa comum; acordos setoriais 
para o mercado de fatores; sistema provisório de solução de 
controvérsias e coordenação gradual de políticas macroeconômicas. 
c) Estabelecimento de prazos para a redução das barreiras tarifárias e 
não-tarifárias, até a sua total eliminação entre os membros da união; 
estabelecimento de tarifa externa comum; criação de uma moeda 
comum, num prazo previamente acordado, a exemplo da União 
Européia. 
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d) Eliminação de barreiras tarifárias e não-tarifárias entre os países-
membros; estabelecimento de tarifa externa comum e ampliação 
gradativa do número de países-membros para que se fortaleça pela 
amplidão gradativa dos mercados. 
e) Estabelecimento de tarifa externa comum; criação de sistema de 
compensação para os negócios feitos no âmbito do sistema; 
eliminação progressiva das barreiras tarifárias e não-tarifárias entre 
os países-membros; estabelecimento de um sistema de solução de 
controvérsia. 
 
Resp.: Letra B. Podemos pegar o artigo 5o do Tratado de Assunção. 
No Mercosul, houve o Programa de Liberação Comercial que previa 
um cronograma semestral de desgravação até que se atingisse em 
31/12/1994 o mercado comum. Este cronograma não foi cumprido, 
pois só em 1999 passou a haver comércio livre para as mercadorias 
entrando na Argentina ou no Brasil. E, em 2000, passou a haver 
comércio livre para as mercadorias entrando no Paraguai e no 
Uruguai. 
Perceba que na letra (b) está escrito “coordenação de políticas 
macroeconômicas” e não “harmonização”. Se estivesse escrita esta 
última palavra, a opção estaria errada. 
A tarifa externa comum decorre da idéia de que os países teriam a 
mesma política comercial em relação a terceiros países. 
Em relação à “adoção de acordos setoriais”, podemos perceber que a 
política liberal foi resguardada, pois, quando o Tratado diz que vão 
“otimizar a utilização e mobilidade dos fatores de produção”, estão 
dizendo que cada país vai se especializar naquela ou naquelas 
indústrias que promovam a otimização da alocação dos fatores de 
produção. Cada país vai produzir aquilo onde é bom e adquirir o resto 
por comércio, como ensinava Adam Smith por volta de 1760. 
Por que as demais alternativas da questão do AFTN/96 estão 
erradas? 
A Letra A fala em “autoridade supranacional”. Na aula anterior, vimos 
que autoridades supranacionais são autoridades “acima das nações”, 
ou seja, que criam normas vinculando as populações e os Governos 
dos Estados. No Mercosul, as instituições não são supranacionais, 
mas intergovernamentais. Tanto isto é verdade que uma norma 
decidida pelo Mercosul não tem vigência imediata. Somente o terá 
depois que os quatro países tiverem internalizado a decisão regional. 
É o que prevê o Protocolo de Ouro Preto, a ser estudado à frente. 
A Letra C cita moeda comum. Mercosul com moeda comum? Isso não 
existe. 
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A Letra D indica que o aumento do número de participantes é 
instrumento básico para a integração no Mercosul. Não há este 
instrumento básico. A permissão para que entrem novos membros no 
Mercosul até existe, mas isto não é objetivo básico do Acordo. 
A Letra E fala de sistema de compensação. Não existe isto no 
Mercosul. O que é o sistema de compensação? É um sistema em que 
os valores das exportações do país A para o país B não são enviados 
de um para o outro país. Cada Banco Central paga diretamente aos 
exportadores sediados em seu território. 
E o valor das importações do país A de mercadorias procedentes de B 
é pago ao Banco Central e não ao exterior. 
Desta forma, no final de um tempo, o Banco Central do país A entra 
em contato com o Banco Central do País B para se acertarem. No 
consolidado das exportações e importações, o país que tiver 
exportado um valor maior do que o das importações, tem direito a 
receber do outro Banco Central o saldo. Funciona basicamente como 
o sistema de compensação de cheques do sistema bancário. Se eu 
deposito, na minha conta na CEF, um cheque relativo a uma conta no 
Itaú, este banco não vai repassar o valor imediatamente para a CEF, 
pois talvez nem o seja necessário. No final do dia, o banco cujos 
correntistas tiverem emitido mais do que os valores recebidos 
repassa o excesso para o outro banco. 
Por exemplo, milhares de cheques da CEF são depositados no Itaú 
todos os dias. E milhares de cheques do Itaú são depositados em 
contas da CEF. Se um correntista do Itaú deposita um cheque da CEF 
que recebeu no valor de R$ 100,00 e se um correntista da CEF 
recebeu um cheque de R$ 60,00, por que ficar transferindo R$ 
100,00 para lá e R$ 60,00 para cá a cada cheque depositado? Basta 
que no final do dia, façam a compensação e a CEF transfira para o 
Itaú o valor de R$ 40,00, que é a diferença do total de depósitos. 
O único sistema de compensação que envolve o Brasil é o Convênio 
(ou Sistema) de Créditos Recíprocos – CCR, usado na ALADI e não no 
Mercosul. 
Pelo CCR, os bancos centrais dos países da ALADI que importaram 
mais do que venderam transferem, a cada quatro meses, o saldo 
para um banco centralizador, o Banco Central do Peru. E este faz a 
divisão do “bolo” entre os países que exportaram mais do que 
importaram. Sempre a conta fecha, pois a soma das importações do 
bloco é igual à soma das exportações, já que a mercadoria importada 
por um país é exportada por outro. 
 
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Situação atual 
A situação atual do Mercosul é de união aduaneira, isto é, já não há 
barreiras no comércio recíproco (há exceções) e, em relação a 
terceiros países, a alíquota de II cobrada é a mesma (também há 
exceções). 
No Mercosul existem as barreiras legítimas intrabloco, que são 
aquelas previstas nos artigos XI, XII, XII, XIV, XV e XX, como vimos 
na aula 7. 
Mas também existem no comércio recíproco as barreiras ilegítimas, 
posto que as barreiras não-tarifárias deveriam estar extintas em, no 
máximo, 10 anos, como prevê o GATT para processos de integração. 
As barreiras que já deveriam ter sido eliminadas são aquelas 
impostas no comércio de automóveis, de açúcar e de alguns serviços 
e as medidas de defesa comercial, que não podem ser utilizadas 
dentro de blocos comerciais (direitos antidumping, direitos 
compensatórios e cláusulas de salvaguarda). 
As salvaguardas até tinham deixado de ser usadas. No entanto, Brasil 
e Argentina reestabeleceram, nas relações entre eles dois, o direito 
de imposição das salvaguardas. Isto foi em 2006, por meio do 
Mecanismo de Adaptação Competitiva (MAC). 
As exceções intrabloco referem-se a produtos e serviços considerados 
sensíveis e, por isso, ainda não houve vontade política de liberar este 
comércio. Mas isso não desvirtua o bloco, ou seja, apesar de não 
haver comércio 100% livre, considera-se atingida a união aduaneira. 
O combinado agora é que os automóveis passarão a circular 
livremente no bloco em 1o/julho/2013. 
Pelo Protocolo de Montevidéu sobre o Comércio de Serviços, a 
totalidade dos serviços somente estará circulando sem barreiras a 
partir de dezembro de 2015. 
Já o açúcar não tem data prevista para o livre comércio. 
E o MAC também não tem prazo para acabar, já que começou há 
pouco tempo. O que é ele? É um mecanismo por meio do qual Brasil 
e Argentina (somenteos dois) criaram um regime de salvaguardas 
que consiste no seguinte: 
1) os empresários do país, responsáveis por mais de 35% 
da produção nacional, endereçam uma reclamação ao 
governo de seu país, contendo a descrição dos fatos, 
tais como o aumento das importações e o dano gerado 
para as indústrias domésticas; 
2) O governo elabora um relatório e o apresenta a uma 
comissão bilateral para que promova uma reunião dos 
empresários concorrentes dos dois países; e 
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3) Caso não se chegue a um solução por consenso das 
partes, o país importador poderá adotar um MAC, que 
consiste em: 
a. definição de uma quota anual de importação do 
produto; 
b. imposição de tarifa de importação igual a 90% da 
alíquota da TEC, ou seja, as importações entre os dois 
países serão tarifadas somente quando excederem a 
quota, mas a tarifa não será igual à tarifa cobrada de 
terceiros países. Haverá um “desconto” de 10%. 
 
Em relação às exceções no comércio com terceiros países, cada país 
tem liberdade de relacionar uma determinada quantidade de produtos 
para tributar como quiser (o Brasil e a Argentina podem escolher até 
93 produtos). Para o Brasil e Argentina, o prazo para acabar com as 
listas de exceções é 31/12/2010. Já para o Paraguai e para o 
Uruguai, o prazo é 31/12/2015. 
Além da lista geral de exceções, uma segunda lista permite que 
alguns bens de informática e telecomunicações tenham alíquotas 
diferentes nos países do Mercosul. Esta segunda lista também tem 
prazo para acabar: 2010. 
(Obviamente que as alíquotas definidas nas listas de exceções à TEC 
não poderão ser superiores à alíquota máxima, por produto, 
compromissada no GATT, como vimos no estudo do artigo II do 
GATT, na aula 6.) 
Desde 2005, os países podem substituir, de um semestre para o 
outro, no máximo 20% das posições NCM incluídas nas listas de 
exceções. Antes, não havia limite. O Brasil podia, por exemplo, do dia 
para a noite, substituir todos os produtos de sua lista e colocar outros 
totalmente diferentes. 
 
(AFRF/2002-1) O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi 
criado em março de 1991 tendo como objetivo final: 
a) O estabelecimento de um regime de comércio administrado por 
meio de um sistema de preferências tarifárias no âmbito da 
Associação Latino-Americana de Integração (ALADI). 
b) A completa liberalização do comércio de bens entre os quatro 
países-membros no prazo de quatro anos. 
c) A harmonização das políticas comerciais mediante a adoção de 
uma tarifa externa comum. 
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d) A liberalização do comércio de bens e de serviços, a livre 
circulação de mão-de-obra e de capitais e a coordenação de políticas 
macroeconômicas entre os quatro países-membros. 
e) A unificação das políticas comerciais, cambiais, monetárias e 
fiscais dos quatro países-membros. 
 
Resp.: Letra D. 
A letra A está errada pois o acordado no Mercosul não é a concessão 
de preferências tarifárias (reduções tarifárias), mas a eliminação das 
tarifas. Eliminar é mais do que reduzir. 
A letra B está errada porque total liberalização nunca existiu nem vai 
existir em nenhum bloco. Basta perguntar o seguinte: Está liberada a 
entrada de boi com febre aftosa? Está liberada a entrada de drogas 
ilícitas? Está autorizada a entrada de armas? 
Por meio do artigo 1º do Tratado de Assunção, decidiu-se que haveria 
completa liberalização no comércio, mas só daqueles bens lícitos para 
importação. Note que o objetivo do Mercosul foi a liberalização da 
“totalidade do universo tarifário” e não a “totalidade de produtos”. 
Universo tarifário é o conjunto de bens para os quais há a cobrança 
de tarifas. 
A letra C não está errada. Basta ver que o artigo 1o do Tratado de 
Assunção dispõe sobre referida harmonização no quarto item do 
artigo: 
“Artigo 1o – Os Estados Partes decidem constituir um Mercado 
Comum, que deverá estar estabelecido a 31 de dezembro de 
1994, e que se denominará Mercado Comum do Sul 
(MERCOSUL). 
Este Mercado Comum implica: 
... 
- O compromisso dos Estados-Partes de harmonizar suas 
legislações, nas áreas pertinentes, para lograr o fortalecimento 
do processo de integração.” 
 
Veja que o 4o item do artigo 1o fala de harmonização de legislações 
NAS ÁREAS PERTINENTES. Está falando de harmonização de política 
econômica? Não, pois se assim o fosse, estaríamos falando de união 
econômica e não mercado comum. Mas quais são as áreas 
pertinentes? Ora, basta ver o que será liberado no comércio 
intrazona: os bens, serviços e os fatores produtivos (mão-de-obra e 
capital). E surgirá também uma TEC a ser aplicada às importações 
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extrabloco. Assim, devem ser harmonizadas as políticas comerciais 
intrazona e extrazona. Além disso, as políticas trabalhista, 
previdenciária e de capitais devem ser harmonizadas para que o 
capital e o trabalho estejam submetidos a políticas semelhantes. 
Portanto, harmonização de políticas comerciais é sim objetivo. Mas, 
como você já sabe, com a ESAF não basta encontrar a resposta 
correta, tem que encontrar a mais completa e, por isso, a resposta é 
a letra D. 
A letra D fala de três coisas que também encontramos no artigo 1º 
do Tratado de Assunção: 1) liberalização de bens e serviços, 2) livre 
circulação de mão-de-obra e capital e 3) coordenação de políticas 
macroeconômicas. 
A letra E é tão absurda que nem merecia explicação, mas vamos lá. 
Unificação das políticas monetária, cambial e fiscal só para bloco de 
integração econômica total, que é o quinto estágio de integração. 
 
(AFRF/2002-2) A partir de dezembro de 1994, o Mercado 
Comum do Sul (Mercosul) instituiu uma área de livre comércio 
e uma união aduaneira que ainda carecem de 
aperfeiçoamento. São medidas necessárias para tal fim: 
a) Eliminar barreiras não-tarifárias ainda existentes, promover a 
liberalização dos fluxos de capital e de serviços e coordenar políticas 
macroeconômicas. 
b) Aplicar integralmente o Programa de Liberalização Comercial, 
estabelecer regras de origem e incorporar produtos mantidos em 
listas de exceções à Tarifa Externa Comum. 
c) Aperfeiçoar o sistema de salvaguardas intramercosul, implementar 
um regime de compras governamentais e introduzir mecanismo de 
salvaguardas comerciais. 
d) Liberalizar o comércio de serviços, coordenar políticas 
macroeconômicas e estabelecer a livre circulação de capital e mão-
de-obra. 
e) Eliminar barreiras não-tarifárias ainda existentes, promover a 
liberalização do comércio de serviços e incorporar à tarifa externa 
comum produtos mantidos à margem da mesma. 
 
Resp.: Letra E. Esta questão não está muito boa, mas não é por 
causa da resposta, mas por causa da pergunta. Vejamos. 
No enunciado da questão está escrito que o Mercosul instituiu uma 
área de livre comércio (ALC) E uma união aduaneira (UA). Peraí, OU é 
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área de livre comércio OU é união aduaneira. Não dá para dizer que a 
ALC E a UA carecem de aperfeiçoamento. 
Já a resposta está perfeita. 
Faço as seguintes perguntas relativas às cinco alternativas: 
1) O Mercosul pretende eliminar barreiras não-tarifárias ainda 
existentes? Sim. Ainda há regime de quotas para alguns 
produtos como, por exemplo, os automóveis. E o retorno do 
uso de salvaguardas pelo Mecanismo de Adaptação 
Competitiva (MAC), entre Brasil e Argentina. 
2) Pretende promover a liberalização dos fluxos de capital? Sim. 
3) Pretende coordenar políticas macroeconômicas? Sim. Os 
países devem manter políticas monetárias, cambiais e fiscais 
não-conflitantes. (Importante: Se tivessemcoordenado as 
políticas cambiais, não teria havido a crise na Argentina a 
partir de 1999 quando o Brasil mudou seu regime cambial, 
passando das bandas cambiais para o regime de flutuação 
suja, como vemos na história do controle cambial no Brasil) 
4) Pretende aplicar integralmente o programa de liberação 
comercial? Sim, pois ainda existem mercadorias que não 
estão com o comércio livre: automóveis, açúcar e as incluídas 
no MAC. 
5) Pretende estabelecer regras de origem? Não, pois estas já 
estão definidas, como veremos a seguir. 
6) Pretende incorporar produtos mantidos à margem da TEC? 
Sim, isto significa que pretendem acabar com as listas de 
exceções à TEC para todos cobrarem a mesma alíquota de 
mercadorias procedentes de fora do bloco (Em princípio, 
Brasil e Argentina podem usar as listas de exceções à TEC 
até 31/12/2010. Paraguai e Uruguai, até 2015) 
7) Pretendem aperfeiçoar o sistema de salvaguardas? Não, pois 
salvaguardas só podiam ser usadas até 31/12/1994. 
Lembrando que, no ano de 2006, posteriormente à aplicação 
desta questão de prova, permitiram, pelo MAC, o retorno do 
uso de salvaguardas entre Brasil e Argentina. 
8) Pretendem implementar um regime de compras 
governamentais? Não, disso nem se fala. 
9) Introduzir mecanismo de salvaguardas comerciais? Não, sua 
possibilidade de uso foi até 31/12/94. Agora em 2006 é que 
foi restaurada, mas isso é incompatível com um bloco 
comercial. 
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10) Liberalizar o comércio de serviços? Sim. Alguns serviços 
ainda são monopolizados pelos brasileiros como, por 
exemplo, o serviço de seguros. Os importadores brasileiros 
só podem contratar seguro com empresa brasileira, ou seja, 
as seguradoras argentinas, paraguaias e uruguaias não têm 
os mesmos direitos das brasileiras. Cabe exceção quanto à 
regra citada, mas não é exceção para o Mercosul, é para 
seguradora de qualquer país quando não houver interesse ou 
capacidade de seguradoras nacionais. 
11) Pretendem liberalizar a circulação de mão-de-obra e capital? 
Sim. 
 
Pelas respostas acima, ficamos com a impressão de que há três 
possíveis soluções para a questão: as letras A, D e E. 
Então, por que a resposta é a letra E? 
Por que a pergunta é “O que deve ser feito para completar, 
aperfeiçoar a UNIÃO ADUANEIRA?” 
Para se configurar a união aduaneira, como vimos na aula 7, basta 
haver o comércio livre de bens e serviços e a aplicação da TEC. 
Para aperfeiçoar então a união aduaneira, precisa liberar 
integralmente o comércio de bens e serviços e acabar com as 
listas de exceção à TEC, como está escrito na letra E. 
Para frisar: Se eles tivessem perguntado: “O que falta para cumprir o 
decidido em relação ao MERCOSUL?”, a resposta seria as letras A, D e 
E. Mas perguntaram “O que falta para aperfeiçoar a UNIÃO 
ADUANEIRA?“ 
 
 
Estrutura e Funcionamento do Mercosul 
 
O Tratado de Assunção trouxe uma estrutura que iria funcionar 
durante o período de transição, ou seja, de 1991 até 31/12/1994. 
A estrutura provisória era composta por apenas dois órgãos: 
Conselho do Mercado Comum (órgão superior) e Grupo Mercado 
Comum (órgão executivo). 
As decisões eram tomadas pelo Conselho e deveriam ser executadas 
pelo Grupo Mercado Comum. 
Dentro do Grupo, havia ainda a Secretaria Administrativa do 
Mercosul, que tinha (e tem) a mesma função de qualquer secretaria 
de qualquer órgão. Servir de apoio operacional. 
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Mas o próprio Tratado de Assunção definia que, antes de 31/12/94, 
deveria ser criada a estrutura definitiva. Por isso, foi criado em 1994 
o “Protocolo de Ouro Preto – Protocolo Adicional ao Tratado de 
Assunção sobre a Estrutura Institucional do Mercosul”. 
O Protocolo de Ouro Preto definiu também que “o MERCOSUL terá 
personalidade jurídica de Direito Internacional” (art. 34). 
Pelo Protocolo, a estrutura passou a ser composta por seis órgãos: 
1) Conselho do Mercado Comum 
2) Grupo Mercado Comum 
3) Comissão de Comércio do Mercosul 
4) Comissão Parlamentar Conjunta (substituída pelo Parlamento 
do Mercosul no início de 2007) 
5) Foro Consultivo Econômico-Social 
6) Secretaria Administrativa do Mercosul 
 
O Conselho do Mercado Comum continuou com a mesma função 
quando criado pelo Tratado de Assunção: é o órgão superior que 
decide e encaminha o processo de integração. 
O Grupo Mercado Comum também ficou com a mesma função de 
antes: é o órgão que executa as políticas traçadas pelo Conselho. Por 
isso, é chamado “órgão executivo”. 
É fácil entender a relação entre os dois primeiros órgãos a partir do 
inciso III do artigo 14 do Protocolo: 
“Artigo 14 - São funções e atribuições do Grupo Mercado 
Comum: 
... 
III. Tomar as medidas necessárias ao cumprimento das 
Decisões adotadas pelo Conselho do Mercado Comum;” 
 
Como vemos, o GMC está voltado, entre outras coisas, à execução 
das decisões emanadas do CMC. 
A Comissão de Comércio do Mercosul foi criada para fiscalizar o 
cumprimento das políticas comerciais. Como as políticas comerciais 
(tanto a intrazona quanto a extrazona) já estão harmonizadas, 
alguém tem que fiscalizar para ver se não há nenhum país “andando 
fora da linha”. A CCM é o fiscal das políticas comerciais dos quatro 
países. 
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Os órgãos decisórios do Mercosul são os três citados acima, conforme 
dispõe o Protocolo de Ouro Preto. Os últimos são órgãos auxiliares. 
Estes não criam normas, apenas ajudam no processo de integração. 
Só os três primeiros criam normas para serem internalizadas. 
Como as normas decididas pelos três órgãos anteriores devem ser 
internalizadas pelos quatro países para terem vigência, estes 
decidiram nomear deputados e senadores para acompanhar o 
processo de elaboração das normas do Mercosul. Isto para que depois 
estes parlamentares ajudassem no processo de internalização. Cada 
país mantinha dezesseis parlamentares para comporem a Comissão 
Parlamentar Conjunta. Depois estes parlamentares ajudavam nas 
várias comissões do seu respectivo Parlamento. 
A CPC foi substituída no início de 2007 pelo Parlamento do 
Mercosul, ou, simplesmente, Parlasul. A motivação foi criar um 
parlamento regional no bloco, semelhante ao Parlamento Europeu, 
que estudamos na aula anterior ao tratarmos da União Européia. 
O Parlamento por enquanto não cria normas como o Parlamento 
Europeu. Só o fará quando os quatro países do bloco emendarem 
suas Constituições para entregar ao Parlasul algumas competências. 
Para o Parlasul, haverá eleições diretas somente no ano de 2010. 
Para a legislatura de 2007 a 2010, os 18 parlamentares de cada país 
foram escolhidos pelos respectivos Parlamentos nacionais. Em 2010, 
iremos votar para presidente, senador, governador, deputado federal, 
deputado estadual e (ufa!) deputado regional. E a representatividade 
será baseada no tamanho da população de cada país. 
Ainda não se decidiu quantos deputados cada país vai ter no Parlasul, 
mas a proposta apresentada pelo Deputado Dr. Rosinha (PT-PR), 
negociador brasileiro na questão, já foi rejeitada pelos demais países. 
Também pudera: a proposta foi que o Brasil teria 75 deputados 
regionais; a Argentina, 35; o Paraguai e o Uruguai, 18 cada um. 
Hoje o Parlasul tem basicamente a função de elaborar pareceres 
sobre as normas criadas pelos órgãos do Mercosul. Caso o 
Parlamento aprove a norma, esta seguirá um rito acelerado de 
internalização. Caso contrário, seguirá o rito ordinário de 
incorporação de cada um dos 4 países do bloco. 
O Foro Consultivo Econômico-Social tem representantes dos 
setores econômicos e sociais para legitimar a criação de uma norma 
do Mercosul. No Foro estão representantes dos sindicatos, 
empresários,ONGs, federações de comércio e de indústria, entre 
outros. O Foro é consultado toda vez que uma norma for criada para 
que se saiba a opinião da sociedade sobre aquilo que vai ser criado. O 
que o Foro pensa ou deixa de pensar não vincula as decisões. O 
órgão decisório não é obrigado a atender a opinião da sociedade, mas 
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é óbvio que é bom fazê-lo, pois senão os parlamentares serão 
pressionados na hora de internalizar a norma. 
A Secretaria Administrativa do Mercosul mantém a mesma 
função de antes, com apenas uma diferença. Agora, na estrutura 
definitiva, ela não está dentro do Grupo Mercado Comum. É um órgão 
independente. 
Em 2002, a Secretaria Administrativa do Mercosul passa a ser 
conhecida simplesmente como Secretaria do Mercosul, passando a 
ter também um caráter técnico, além das funções administrativas. 
Passa, por exemplo, a promover estudos, a fazer o controle da 
consistência jurídica das normas emanadas dos órgãos do Mercosul e 
a elaborar relatórios de avaliação do processo de integração. 
 
Finalizando a questão da internalização... 
Uma vez criada a norma por um dos três órgãos decisórios, já 
sabemos que ela deve ser internalizada. 
Só depois que os quatro países tiverem internalizado a norma e 
informado isto à Secretaria do Mercosul (SM), esta comunica a todos 
que a norma está em contagem regressiva. Ela entrará em vigência 
simultânea 30 dias após a comunicação que a SM fizer. 
Vamos ver como a ESAF cobra esta estrutura nas provas? 
 
(ACE/97) Seguindo o modelo da União Européia, o MERCOSUL 
também procurou criar uma série de mecanismos e 
instituições que compõem a sua Estrutura Institucional. Todos 
os citados abaixo descrevem a estrutura do MERCOSUL, 
exceto: 
a) Conselho do Mercado Comum. 
b) Comissão do Mercado Comum. 
c) Grupo do Mercado Comum. 
d) Comissão Parlamentar Conjunta. 
e) Foro Consultivo Econômico e Social. 
 
Resp.: Letra B. Comissão do Mercado Comum não existe. O que 
existe é a Comissão de Comércio do Mercosul, que tem a função de 
fiscalizar as políticas comerciais dos países do Mercosul. 
 
(AFTN/98) Identifique, nas opções abaixo, o órgão superior 
do Mercado Comum do Sul (Mercosul), ao qual incumbe a 
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condução política do processo de integração e a tomada de 
decisões para assegurar o cumprimento dos objetivos 
estabelecidos pelo Tratado de Assunção: 
a) Foro Consultivo Econômico-Social. 
b) Conselho do Mercado Comum. 
c) Comissão de Comércio do Mercosul. 
d) Secretaria Administrativa do Mercosul. 
e) Comissão Parlamentar Conjunta. 
 
Resp.: Outra questão tranqüila. Vimos que o órgão superior do 
Mercosul é o Conselho do Mercado Comum. Letra B. 
 
(AFTN/98) Não faz parte da estrutura jurídica do Mercosul: 
a) Comissão Parlamentar Conjunta. 
b) Sistema de Solução de Controvérsias. 
c) Foro Consultivo Econômico-Social. 
d) Comissão de Comércio do Mercosul. 
e) Secretaria Administrativa do Mercosul. 
 
Resp.: Cuidado com a questão. Está perguntando sobre a estrutura 
do Mercosul. O sistema de solução de controvérsias existe e é regido 
atualmente pelo Protocolo de Olivos, que veremos a seguir, mas não 
faz parte da ESTRUTURA JURÍDICA do Mercosul. 
 
Em 2009, a Fundação Universa cobrou a seguinte questão: 
(APEX/2009 – Fundação Universa) 45 – Quanto ao Mercosul, o 
que é o Conselho do Mercado Comum? 
a) É órgão de assessoria e de apoio para mediação de conflitos 
entre os interesses empresariais de cada nação. 
b) É o órgão com a incumbência da condução política do processo 
de integração e a tomada de decisões para assegurar o 
cumprimento dos objetivos estabelecidos pelo tratado de 
Assunção e para lograr a constituição final do mercado comum. 
c) É a designação oficial do encontro de chefes de Estado do 
Mercosul, que ocorre ordinariamente a cada ano. 
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d) O Conselho do Mercado Comum delibera mensalmente sobre as 
políticas de tarifação de importações e exportações de produtos 
comuns produzidos pelos Estados membros. 
e) Conselho composto por empresários dos setores produtivos por 
Estados membros, para discussão de políticas comuns de 
exportação para outros blocos econômicos. 
 
Gabarito: Letra B. Questão simples. 
 
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Sistema de Solução de Controvérsias 
 
No Tratado de Assunção, foram previstas as diretrizes do sistema 
para solucionar controvérsias surgidas entre dois ou mais Estados-
Parte. Surgiu então o Protocolo de Brasília no mesmo ano da 
assinatura do Tratado de Assunção – 1991. Atualmente, está em 
vigor o Protocolo de Olivos, que revogou, mas manteve o mesmo 
esqueleto do Protocolo de Brasília, e criou o sétimo órgão no 
Mercosul: o Tribunal Permanente de Revisão, que veremos à frente. 
Toda vez que um país do Mercosul se sente prejudicado por um 
outro, também do Mercosul, pode iniciar o sistema de solução da 
controvérsia. 
Este sistema se inicia com negociações diretas. As partes sentam 
juntas para negociar aquilo que está incomodando uma ou outra 
parte. Esta negociação não pode passar de quinze dias, exceto se 
houver acordo em contrário. 
Se não ficar resolvida a pendência, eles podem solicitar a intervenção 
de um órgão “neutro”: o Grupo Mercado Comum, que faz 
recomendações visando ao término da controvérsia. 
Caso a solução proposta pelo GMC não seja acolhida pelos litigantes, 
a parte que se sentir prejudicada pode recorrer ao tribunal arbitral. 
Este é um tribunal de exceção (tribunal ad hoc), criado apenas para 
resolver esta briga. Ele é composto de três árbitros. Cada litigante 
indica um árbitro, e o terceiro, que será o presidente do tribunal 
arbitral, é escolhido por consenso. Este terceiro árbitro pode ser de 
qualquer país, até mesmo de país estranho ao Mercosul. Só por 
curiosidade: na primeira vez em que o Tribunal Arbitral foi 
constituído, o presidente escolhido foi um norte-americano e, por 
incrível que pareça, o Brasil teve uma sentença favorável contra a 
Argentina. 
O tribunal arbitral é um tribunal temporário. Só surge para resolver 
aquela controvérsia, emitindo o laudo arbitral, e, logo a seguir, 
extingue-se. Até mesmo porque a sua composição depende dos 
países que estejam envolvidos na controvérsia. 
O Protocolo de Olivos, de 2002, entrou em vigor em 2004, 
substituindo o Protocolo de Brasília. 
A principal mudança trazida pelo Protocolo de Olivos ao sistema de 
solução de controvérsias foi a permissão para se recorrer contra o 
decidido nos laudos arbitrais. O antigo Protocolo – o de Brasília – não 
previa o direito à apelação a um órgão de segunda instância. Já o 
Protocolo de Olivos o previu e criou referido órgão: o Tribunal 
Permanente de Revisão (TPR). 
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(Além do TPR, surgiram outros dois órgãos no Mercosul, que não 
analisamos aqui por serem muito específicos e de importância 
limitada para fins de prova: o Centro Mercosul de Promoção de 
Estado de Direito – CMPED – e o Tribunal Administrativo-Trabalhista 
do Mercosul – TAL. São, portanto, 9 os órgãos na estrutura do 
Mercosul) 
O TPR não tem apenas a função de julgar as apelações em grau de 
recurso: ele também pode servir de órgão de consulta. Como é um 
tribunal permanente, toda vez que houver alguma dúvida na 
interpretação de alguma norma do Mercosul, ele pode dar opiniões 
consultivas, a pedido de alguns entes. Podem fazer consulta ao TPR, 
conforme dispõe o artigo 2o do Protocolo de Olivos: “todosos Estados 
Partes, atuando conjuntamente, os órgãos com capacidade decisória 
do MERCOSUL [CMC, GMC, CCM] e os Tribunais Superiores dos 
Estados Partes com jurisdição nacional...” 
O Tribunal Permanente de Revisão também pode agir como instância 
única se os países decidirem “pular” o tribunal arbitral. Neste caso, o 
TPR terá que julgar com os cinco árbitros (um de cada país + um 
escolhido por consenso obrigatoriamente sendo nacional de um dos 
países do Mercosul). 
Se agir como segunda instância, atua com apenas três árbitros. 
Sobre o sistema de solução de controvérsias, houve uma questão 
muito mal feita pela ESAF no ano de 1997: 
 
(ACE/97) De um modo geral, um processo de integração 
precisa de um instrumento, ainda que flexível, de solução de 
controvérsias. Não é certo dizer, sobre o mecanismo de 
solução de controvérsias e o MERCOSUL, que: 
a) O Protocolo de Ouro Preto dotou o MERCOSUL de Personalidade 
Jurídica Internacional. 
b) O Conselho pode firmar acordos com outros países em nome do 
MERCOSUL. 
c) O sistema de Controvérsias do MERCOSUL, adotado em 1991, foi 
confirmado pelo Tratado de Ouro Preto. 
d) O processo de solução de controvérsias se divide nos seguintes 
níveis: 1) exame técnico da questão 2) exame pelo Grupo do 
Mercado Comum 3) negociação direta entre os países envolvidos 4) 
submissão do caso a um tribunal ad hoc. 
e) O tribunal ad hoc é uma corte de justiça permanente formada por 
juristas dos quatro países. 
 
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Resp.: A letra E é a incorreta, pois o tribunal arbitral é um tribunal 
temporário e é composto por apenas três árbitros. 
A letra A está perfeita. 
A letra B está correta, pois se o MERCOSUL é pessoa jurídica, quem 
responde por ele é o órgão superior, ou seja, o Conselho Mercado 
Comum. 
O Protocolo de Ouro Preto ratificou, no artigo 43, o sistema do 
Protocolo de Brasília. 
A letra D está esquisita. As etapas do sistema de solução de 
controvérsias são: 
1) negociações diretas 
2) intervenção do Grupo Mercado Comum 
3) tribunal arbitral 
4) E, a partir de 2004, Tribunal Permanente de Revisão 
A letra D dá uma lista diferente e fora de ordem. Em relação à ordem 
não há muito problema, pois ele não pediu na questão a ordem 
respectiva. 
Mas em relação aos níveis, ele cita “exame técnico da questão” que, 
na verdade, não é um nível do processo de solução de controvérsias. 
É obvio que há o exame técnico da questão, mas dentro das etapas. 
Por exemplo, quando o GMC faz a intervenção (2a etapa), ele faz o 
exame técnico da questão. Quando o tribunal arbitral julga, também 
faz o exame técnico da questão. 
Repito o que já disse antes: Infelizmente com a ESAF a gente tem 
que procurar o errado e o mais errado. Às vezes, isso é muito 
subjetivo, mas ... fazer o quê? 
O tribunal arbitral não é permanente. Isto é fato. 
 
 
Regime de Origem no Mercosul 
Toda vez que um benefício é concedido a um país, deve ser criado 
algum controle que evite que terceiros se aproveitem deste benefício. 
Por exemplo, se o Brasil concede um benefício à Argentina, ao 
Paraguai e ao Uruguai, como a dispensa de cobrança de imposto de 
importação em relação aos produtos fabricados por eles (tendo em 
vista as regras do Mercosul), a Aduana brasileira tem que checar se 
as mercadorias importadas foram de fato produzidas naqueles países. 
Assim, evita-se, por exemplo, que a Bolívia ou a Inglaterra tentem 
colocar suas mercadorias no Brasil via Argentina. 
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O Regime de Origem no Mercosul define que uma mercadoria 
somente obterá o benefício se cumprir uma das seguintes condições: 
1) foi totalmente produzida em um dos países do Mercosul; 
2) foi produzida parcialmente, mas os países do Mercosul 
respondem por mais de 60% do produto que está sendo 
comercializado intrabloco, ou seja, entre os países do bloco, ou 
3) mesmo que não atinja os 60%, a mercadoria pode ser 
considerada originária do Mercosul caso tenha sido dada uma 
nova individualidade à mercadoria. Por nova individualidade, 
entende-se que um país transformou a mercadoria em outra, 
alterando sua classificação nos quatro primeiros dígitos. 
Quando você estudou classificação fiscal com o Missagia, viu 
que toda mercadoria é classificada no Mercosul em códigos de 
oito (8) dígitos. Os dois primeiros indicam o capítulo no qual a 
mercadoria se encontra. Os dois seguintes indicam a posição 
dentro do Capítulo. 
Assim, a mercadoria será considerada produzida na Argentina, 
pelo terceiro critério, se ela mudar de posição na NCM. Tem que 
mudar de posição, independentemente se vai se manter no 
mesmo capítulo da NCM ou não. 
Quando uma mercadoria é industrializada e muda de posição na 
NCM, diz-se que houve o “salto tarifário”. 
Aqui entra uma importante alteração: a Decisão CMC 
16/2007, por ter sido finalmente internalizada pelos 4 
países do bloco, entrará em vigor em 16 de agosto deste 
ano de 2009. 
Esta nova norma trouxe uma novidade em relação a este 
terceiro critério. 
A antiga regra da nova individualidade trazia uma condição: só 
seria considerada originária do Mercosul a mercadoria cujo 
código na NCM diferisse dos códigos de todos os materiais 
utilizados na sua fabricação. Por exemplo, se o produto A (NCM 
1010.23.10) tivesse sido fabricado com os insumos B, C e D, 
importados de fora do Mercosul, ele somente seria considerado 
originário do Mercosul se nem B, nem C nem D tivessem um 
código NCM começando com “1010”, ou seja, nenhum dos 
insumos podia ter a mesma posição do produto final. 
Com a nova regra, que entrará em vigor em 16/08/2009, o 
produto A (NCM 1010.23.10) pode ser produzido com os 
insumos B (NCM 1010.24.50), C (NCM 1014.10.19) e D (NCM 
1617.10.10) e ser considerado originário do Mercosul caso o 
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insumo B (que tem a mesma posição do produto A na NCM) 
não exceder 10% do valor de A. 
 
A Decisão CMC 16/2007 também trouxe novidades em relação ao 
percentual citado no 2º critério acima: para os produtos exportados 
pelo Paraguai basta que o índice de agregação seja de 40%, contra 
os 60% da regra geral. Este favorecimento para que os produtos 
paraguaios obtenham a alíquota ZERO de II vai durar até 2022. 
 
Perceba o seguinte: Como é que o produto da Bolívia ou da 
Inglaterra, citados anteriormente, teria vantagem em entrar no Brasil 
via Argentina? A alíquota cobrada por Brasil e Argentina não são 
iguais? 
Depende. Se aquele produto estiver numa lista de exceções à TEC, 
seja do Brasil, seja da Argentina, pode haver um diferencial que gere 
a vantagem para o produto inglês. Se o Brasil estiver cobrando uma 
alíquota de 10% e a Argentina, 0%, poderia o inglês tentar se dar 
bem, entrando pela Argentina para tentar chegar ao Brasil. 
Mas e se as alíquotas forem iguais, o inglês poderia tentar se dar 
bem? Não, já que a alíquota seria a mesma. Neste caso, precisa 
apurar a origem do produto? Em princípio, não precisaria. 
Por exemplo, se o Mercosul não cobra imposto de importação sobre 
calçados fabricados fora do bloco, então o produto entraria com 
alíquota 0% em qualquer um dos 4 países do bloco. 
Para este caso especificamente, o Decreto 5.738/2006, internalizando 
a Decisão CMC 37/2005, impõe que se a Argentina importa este bem 
da França e, posteriormente, exporta-o para o Brasil, o bem será 
considerado originário do Mercosul e ganhará a alíquota ZERO 
intrabloco. 
 
0% de II 0% de II 0% de II 
---------- Argentina --------------- Brasil <--------------- 
 
Não será necessário, no caso acima, investigar se os critérios de 
origem foram cumpridos. O fato de o Brasil e a Argentina não 
cobrarem nadanuma importação extrabloco já faz com que o produto 
francês seja tratado como se fosse um produto originário do 
Mercosul. 
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No entanto, se o bem for tributado na TEC com alíquota 10 ou 20%, 
por exemplo, e todos os 4 países do bloco cobrarem esta tarifa, 
precisaríamos temer alguma triangulação “fraudulenta”? 
Não, pois ninguém teria motivo para tentar se aproveitar do livre 
comércio intrabloco, pois o Brasil estaria cobrando externamente a 
mesma alíquota que a Argentina cobraria. 
 
10% de II em tese, deveria ser 0% de II 10% de II 
----------- Argentina --------------------------------- Brasil <------- 
 
Mas a Decisão CMC 37/2005 não desonera o produto ainda que as 
alíquotas externas de II sejam idênticas nos 4 países. Esta é a 
chamada “dupla cobrança da TEC” que o bloco está tentando eliminar 
por meio da Decisão CMC 54/2004, que ainda é rejeitada pelo 
Paraguai. 
Podemos até ler nos jornais, a partir de 24 de julho deste ano, que a 
reunião do Conselho do Mercado Comum, na data citada, foi um 
fracasso porque não se conseguiu avançar no processo da eliminação 
da dupla cobrança. 
Veja que o preâmbulo da Decisão CMC 37/2005, internalizada pelo 
Decreto 5.738/2006, se refere ao desejo desta eliminação da dupla 
cobrança da TEC: 
“CONSIDERANDO 
... 
Que o estabelecimento de um regulamento transitório nesta 
primeira etapa constitui um elemento indispensável para 
avançar na adoção de normas que assegurem a eliminação da 
multiplicidade da cobrança da Tarifa Externa Comum e a futura 
distribuição da renda aduaneira no MERCOSUL. 
...” 
 
Atualmente, portanto, de forma ilógica, se um produto inglês entra 
na Argentina sofrendo a cobrança de 10% de imposto de importação 
e, em seguida, é revendido para o Brasil, haverá nova cobrança da 
TEC, ou seja, o Brasil também cobrará imposto de importação, 
independentemente de quanto seja a alíquota de II cobrada pelo 
Brasil nas importações extrabloco, até mesmo sendo igual à alíquota 
cobrada externamente pela Argentina. 
 
10% de II 10% de II 10% de II 
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---------- Argentina --------------- Brasil <--------------- 
 
Conforme o Decreto citado, só não haverá a “dupla cobrança da TEC” 
intrabloco se o produto, ao entrar no Brasil ou na Argentina, também 
não fossem tributados. É a única configuração em que produtos 
fabricados no exterior circulam no Mercosul sem cobrança de 
imposto de importação. 
 
Veja como isto foi pedido em 1997 pela ESAF na prova de Analista de 
Comércio Exterior: 
 
(ACE/97) O Regime de Origem de Produto é fundamental em 
um processo de integração regional, pois determina quais e de 
que forma os mesmos serão comercializados dentro da área 
de integração. São consideradas regras básicas do Regime de 
Origem no MERCOSUL as abaixo especificadas, exceto: 
a) Para ser considerado da região, um produto tem de ter 60% do 
valor agregado regionalmente. 
b) Para ser considerado da região, observa-se onde se inicia o 
processo industrial do produto. 
c) Um produto originário da região tem direito à tarifa zero. 
d) É preciso que o produto tenha tido algum tipo de transformação ou 
processamento substancial na região. 
e) No caso de uma união aduaneira, o controle de origem só é 
necessário se o produto em questão figurar em uma lista de exceções 
à Tarifa Externa Comum. 
 
Resp.: A errada é a letra B. Não interessa onde se iniciou o processo 
industrial do produto. Mesmo que tenha se iniciado no exterior, a 
mercadoria pode ser considerada originária do Mercosul se os países 
do bloco responderem por mais de 60% do produto exportado para 
outro país do Mercosul. Ou também se a mercadoria ganhou uma 
nova individualidade. 
No Mercosul, o índice geral para se considerar originário é de 60% 
regional, ou seja, se o Brasil importa uma mercadoria da Argentina e 
esta mercadoria foi produzida 25% neste país, 25% no Paraguai e 
20% no Uruguai, a mercadoria será considerada originária do 
Mercosul. 
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Mas a questão não está perfeita, pois a letra E diz que o controle de 
origem só será necessário quando o produto estiver em uma lista de 
exceções à TEC. Quase certo. 
Se a alíquota da TEC é ZERO e o produto não consta em lista de 
exceções, ou seja, os quatro países cobram a mesma alíquota ZERO, 
então não é necessária a verificação da origem do produto. 
No entanto, se a alíquota da TEC é diferente de ZERO (por exemplo, 
10%) e o produto não consta em listas de exceções, ou seja, os 4 
países cobram igualmente a alíquota de 10% para produtos que 
vierem de fora, ainda assim a verificação da origem do produto será 
necessária, pois se não for originária do bloco, haverá a dupla 
cobrança. 
 
As negociações e os acordos comerciais envolvendo o 
Mercosul 
 
Este é o ponto mais chato sobre Mercosul, pois ficar decorando os 
acordos celebrados e as negociações travadas pelo Mercosul é coisa 
do tempo em que tínhamos que saber, para a prova da escola, os 
nomes dos afluentes do Rio Amazonas e a altura do pico da 
Bandeira... O edital da Receita não evoluiu, só o estudo de 
Geografia... 
Mas, pelo menos, a única questão para AFRFB (em 2005) em que 
pediram o conhecimento disso foi bem superficial, como veremos à 
frente. 
No site do Ministério das Relações Exteriores (www.mre.gov.br), 
encontramos vários acordos celebrados pelo Mercosul com países e 
blocos. É uma lista enorme. Por isso, listo abaixo apenas aqueles 
acordos que dizem respeito ao estabelecimento de formas de 
integração: 
 
ACORDOS COM PARTES EXTRA-CONTINENTAIS 
 
1) Acordo de Comércio Preferencial Mercosul – Índia: Em 2004, 
foi assinado o acordo-base, também chamado de acordo-quadro. 
Depois de terem chegado ao consenso nas questões do acordo 
preferencial, este entrou em vigor em 1º de junho de 2009 por força 
do Decreto 6.864/2009. Por este acordo, o Mercosul e a Índia 
concedem preferências tarifárias em 450 produtos de cada lado. As 
preferências tarifárias concentram-se na faixa dos 10% a 20%, mas 
há caso de eliminação das tarifas. Começando com o acordo 
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preferencial, já em vigor, pretende-se atingir futuramente uma área 
de livre comércio entre os parceiros comerciais. 
2) Acordo Mercosul – Israel: O acordo-quadro foi assinado em 
dezembro de 2005, com o objetivo de se estabelecer uma área de 
livre comércio, sem, no entanto, passar pelo estabelecimento de uma 
zona preferencial. 
Já foram até concluídas as negociações acerca do detalhamento da 
área de livre comércio. Para entrar em vigor, os países têm que 
ratificar. No Brasil, por exemplo, ainda está em processo de 
aprovação no Congresso Nacional, tendo sido enviado para a Câmara 
dos Deputados pelo Presidente da República por meio da mensagem 
813/2008. 
Depois do acordo com a Índia, que já está em vigor, o acordo com 
Israel é o que está em estágio mais avançado. 
Neste acordo com Israel surgirá um problema: Caso o acordo entre 
em vigor, os benefícios nele previstos não vão ter que ser estendidos 
para todo mundo da ALADI, por força do Tratado de Montevidéu? 
Teoricamente, sim. Mas, do mesmo jeito que o México chutou o 
Tratado de Montevidéu ao assumir compromissos no NAFTA, o 
Mercosul também vai chutá-lo. No final, o Tratado de Montevidéu vai 
ficar parecendo uma bola de futebol... 
3) Acordo de Comércio Preferencial Mercosul – União 
Aduaneira da África Austral (South African Customs Union - 
SACU). 
SACU é bloco que congrega África do Sul, Botsuana,Lesoto, Namíbia 
e Suazilândia. 
O acordo-base, chamado de acordo-quadro, foi assinado em 2004. 
Somente em 3 de abril de 2009, fecharam o detalhamento do acordo 
de preferências tarifárias. As reduções tarifárias serão de 950 
produtos de cada lado, incluindo também eliminações de tarifas. 
Pretende-se que seja também atingida a área de livre comércio entre 
os blocos. O acordo preferencial ainda não entrou em vigor, pois 
ainda não foi internalizado pelos países, pelo menos os do Mercosul. 
O Ministério das Relações Exteriores brasileiro informa apenas que 
“em breve, o acordo será enviado ao Congresso Nacional.” 
4) Acordo Mercosul – Egito: Em 2004, assinaram um tratado de 
cooperação para ser implementada a zona preferencial objetivando, 
no futuro, o atingimento da área de livre comércio. Está num nível 
inferior aos acordos analisados acima, pois, por enquanto, só existe o 
acordo-quadro. Os detalhes e todo o funcionamento do acordo ainda 
estão em discussão. A primeira rodada de negociações se deu no 
Cairo, em outubro de 2008. 
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5) Acordo Mercosul – Marrocos: idêntico ao item 4. Em 2004, foi 
fechado o acordo-quadro, sendo que a primeira rodada de 
negociações somente ocorreu em abril de 2008, em Rabat, no 
Marrocos. 
6) Acordo Mercosul – Jordânia: O acordo-quadro foi assinado em 
junho de 2008, com o objetivo de se estabelecer uma área de livre 
comércio, sem passar pela fase de zona de preferências tarifárias, 
como acontece com o acordo com Israel. 
A primeira rodada de negociações foi em Amã, em outubro de 2008. 
7) Acordo Mercosul – Turquia: Muito semelhante ao acordo 
anterior, o acordo-quadro foi assinado em junho de 2008, com o 
objetivo de se estabelecer uma área de livre comércio, sem passar 
pela fase de zona de preferências tarifárias. 
A primeira rodada de negociações foi realizada em novembro de 
2008. 
8) Acordo Mercosul – Paquistão: semelhante ao item 4. O acordo-
quadro foi assinado em junho de 2006, com o objetivo de se 
estabelecer uma área de livre comércio, passando primeiro pela área 
de preferências tarifárias. 
No entanto, está em situação inferior ao item 4, pois não houve ainda 
nenhuma negociação de detalhamento da integração. 
9) Acordo Mercosul – CCG (Conselho de Cooperação do Golfo). 
O CCG é composto por Arábia Saudita, Bahrein, Qatar, Emirados 
Árabes Unidos, Kuwait e Omã. 
Este acordo se parece com o acordo com Israel e com Jordânia e 
Turquia, pois, para se atingir o estágio de área de livre comércio, não 
se passará pelo estágio de zona preferencial. 
O acordo-quadro foi fechado em 2005, sendo que a primeira e única 
rodada de negociações se deu em janeiro de 2007, no Rio de Janeiro. 
Está tudo parado nas negociações, o que levou os países, em 28 de 
março de 2009, previamente às reuniões da II Cúpula América do Sul 
– Países Árabes, a reafirmarem que o objetivo de integração não 
morreu. 
 
ACORDOS COM PAÍSES DO CONTINENTE AMERICANO 
 
10) Mercosul – Chile: O Acordo de Complementação Econômica-35, 
em vigor desde 1996, entre as duas partes previa o estabelecimento 
de uma área de livre comércio até 2006. A liberalização já alcança o 
substancial do comércio. 
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11) Mercosul – Bolívia: O Acordo de Complementação Econômica-
36, em vigor desde 1997, entre as duas partes previa o 
estabelecimento de uma área de livre comércio até 2007. A 
liberalização já alcança o substancial do comércio. 
12) Mercosul – México: O Acordo de Complementação Econômica-
54, de 2002, é apenas um acordo-quadro para o atingimento de uma 
área de livre comércio entre as duas partes. Portanto, o objetivo 
ainda está muito longe de ser atingido, não havendo qualquer prazo 
definido. 
13) Mercosul – Peru: O Acordo de Complementação Econômica-58, 
em vigor desde 2006, objetiva o estabelecimento de uma área de 
livre comércio entre as duas partes, ainda longe de ser atingida, mas, 
pelo menos, já foram definidos o cronograma e as listas de 
concessões. O prazo previsto para se completar a liberalização 
comercial é 2019. 
14) Mercosul – Colômbia/Equador/Venezuela: O Acordo de 
Complementação Econômica-59, em vigor desde 2005, objetiva o 
estabelecimento de uma área de livre comércio entre as quatro 
partes, ainda longe de ser atingida, mas, pelo menos, já foram 
definidos o cronograma e as listas de concessões. O prazo previsto 
para se completar a liberalização comercial é 2020. 
15) Mercosul – Cuba: O Acordo de Complementação Econômica-62, 
em vigor desde o final de 2007, entre Brasil e Cuba, gera a concessão 
de preferências tarifárias entre as partes. 
 
 
Textos Legais do Mercosul 
 
Para encerrarmos o tópico 5 do edital referente a Mercosul, vemos 
que a ESAF pediu “textos legais” do Mercosul. 
Quais são esses textos legais? 
O artigo 41 do Protocolo de Ouro Preto dispõe: 
“Artigo 41 - As fontes jurídicas do Mercosul são: 
I. O Tratado de Assunção, seus protocolos e os instrumentos 
adicionais ou complementares; 
II. Os acordos celebrados no âmbito do Tratado de Assunção e 
seus protocolos; 
III. As Decisões do Conselho do Mercado Comum, as 
Resoluções do Grupo Mercado Comum e as Diretrizes da 
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Comissão de Comércio do Mercosul, adotadas desde a entrada 
em vigor do Tratado de Assunção.” 
 
Portanto, das fontes jurídicas já estudamos até aqui o Tratado de 
Assunção, o Protocolo de Ouro Preto e o Protocolo de Olivos. 
Infelizmente, a ESAF, ao escrever “textos legais” no edital, acaba 
tendo a possibilidade de cobrar o que dispõe o texto legal de qualquer 
uma das fontes jurídicas. E foi o que fez em 2005. 
São centenas de textos legais e não podemos abordá-los todos aqui 
por falta de tempo e de espaço, e também porque muitos são 
totalmente irrelevantes. 
Coloco abaixo a “pequena” lista das aprovações congressuais que 
levaram posteriormente à ratificação pelo Presidente da República. 
Não coloquei a lista dos instrumentos adicionais ou complementares, 
nem os textos das decisões, resoluções e diretrizes. Coloco apenas a 
menor das listas para termos uma idéia do que a ESAF pode fazer (e 
fez em 2005): 
 
01 
TRATADO PARA A CONSTITUIÇÃO DE UM MERCADO COMUM
ENTRE A REPÚBLICA ARGENTINA, A REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL, A REPÚBLICA DO PARAGUAI E A REPÚBLICA DO
URUGUAI (TRATADO DE ASSUNÇÃO) 
02 
PROTOCOLO DE BRASÍLIA PARA A SOLUÇÃO DE 
CONTROVÉRSIAS (MERCOSUL/CMC/DEC. Nº 01/1991) -
REVOGADO PELO PROTOCOLO DE OLIVOS DE 2002 
03 
PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO E ASSISTÊNCIA 
JURISDICIONAL EM MATÉRIA CIVIL, COMERCIAL, 
TRABALHISTA E ADMINISTRATIVA (JUNHO/92) 
04 
EMENDA AO PROTOCOLO DE COOPERAÇÃO E ASSISTÊNCIA
JURISDICIONAL EM MATÉRIA CIVIL, COMERCIAL,
TRABALHISTA E ADMINISTRATIVA ENTRE OS ESTADOS
PARTES DO MERCOSUL (JUNHO/97) 
05 
PROTOCOLO DE BUENOS AIRES SOBRE JURISDIÇÃO 
INTERNACIONAL EM MATÉRIA CONTRATUAL (AGOSTO/94) 
06 
PROTOCOLO SOBRE INTEGRAÇAO EDUCATIVA E
RECONHECIMENTO DE CERTIFICADOS, TÍTULOS E ESTUDOS
DE NÍVEL PRIMÁRIO E MÉDIO NÃO TÉCNICO. (AGOSTO/94) 
07 
 
PROTOCOLO ADICIONAL AO TRATADO DE ASSUNÇÃO SOBRE A
ESTRUTURA INSTITUCIONAL DO MERCOSUL (PROTOCOLO 
DE OURO PRETO) 
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08 PROTOCOLO DE MEDIDAS CAUTELARES (DEZEMBRO/94) 
09 
PROTOCOLO DE HARMONIZAÇÃO DE NORMAS SOBRE 
PROPRIEDADE INTELECTUAL, NO MERCOSUL, EM MATÉRIA 
DE MARCAS, INDICAÇÕES DE PROCEDÊNCIA E 
DENOMINAÇÕES DE ORIGEM (AGOSTO/95) 
10 
PROTOCOLO DE INTEGRAÇÃO EDUCACIONAL, REVALIDAÇÃO 
DE DIPLOMAS, CERTIFICADOS, TITULOS E DE 
RECONHECIMENTO DE ESTUDOS DE NIVEL MÉDIO TECNICO 
(AGOSTO/95) 
11 
ACORDO-QUADRO INTER-REGIONALDE COOPERAÇÃO ENTRE 
A COMUNIDADE EUROPÉIA E OS SEUS ESTADOS-MEMBROS, 
POR UMA PARTE, E O MERCADO COMUM DO SUL E OS SEUS 
ESTADOS PARTES, POR OUTRA (DEZEMBRO/95) 
12 
PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA JURÍDICA MÚTUA EM 
ASSUNTOS PENAIS (JUNHO/96) 
13 
PROTOCOLO DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA DO 
MERCOSUL (DEZEMBRO/96) 
14 
PROTOCOLO DE INTEGRAÇÃO EDUCACIONAL PARA A 
FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NO NÍVEL DE PÓS-
GRADUAÇÃO ENTRE OS PAÍSES MEMBROS DO MERCOSUL 
(DEZEMBRO/96) 
15 
PROTOCOLO DE INTEGRAÇÃO CULTURAL DO MERCOSUL 
(DEZEMBRO/96) 
16 
PROTOCOLO DE INTEGRAÇÃO EDUCACIONAL PARA 
PROSSEGUIMENTO DE ESTUDOS DE PÓS-GRADUAÇÃO NAS 
UNIVERDADES DO PAÍSES MEMBROS DO MERCOSUL 
(DEZEMBRO/96) 
17 
ACORDO DE SEDE ENTRE O MERCOSUL E A REPÚBLICA 
ORIENTAL DO URUGUAI PARA O FUNCIONAMENTO DA 
SECRETARIA ADMINISTRATIVA DO MERCOSUL 
(DEZEMBRO/96) 
18 
PROTOCOLO DE SAN LUIS SOBRE MATÉRIA DE 
RESPONSABILIDADE CIVIL EMERGENTE DE ACIDENTES DE
TRÂNSITO ENTRE OS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL
(JUNHO/97) 
19 
ACORDO MULTILATERAL DE SEGURIDADE SOCIAL DO
MERCADO COMUM DO SUL (DEZEMBRO/97) 
20 
PROTOCOLO DE MONTEVIDÉU SOBRE O COMÉRCIO DE
SERVIÇOS DO MERCOSUL (JULHO/98) 
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21 
PROTOCOLO DE USHUAIA SOBRE COMPROMISSO
DEMOCRÁTICO NO MERCOSUL, BOLÍVIA E CHILE
(JULHO/98) 
22 
ACORDO SOBRE ARBITRAGEM COMERCIAL INTERNACIONAL
DO MERCOSUL (JULHO/98) 
23 
ACORDO DE EXTRADICÃO ENTRE OS ESTADOS PARTES DO
MERCOSUL E A REPÚBLICA DA BOLÍVIA E A REPÚBLICA DO
CHILE (DEZEMBRO/98) 
24 
ACORDO DE ADMISSÃO DE TÍTULOS E GRAUS
UNIVERSITÁRIOS PARA O EXERCÍCIO DE ATIVIDADES
ACADÊMICAS NOS ESTADOS PARTES DO MERCOSUL
(JUNHO/99) 
25 
ACORDO SOBRE RESTITUIÇÃO DE VEÍCULOS
AUTOMOTORES TERRESTRES E/OU EMBARCAÇÕES QUE
TRANSPONHAM ILEGALMENTE AS FRONTEIRAS ENTRE
OS ESTADOS-PARTES DO MERCOSUL, BOLIVIA E CHILE
(DEZEMBRO/99) 
26 
ACORDO DE ISENÇÃO DE TRADUÇÃO DE DOCUMENTOS 
ADMINISTRATIVOS PARA EFEITOS DE IMIGRAÇÃO ENTRE OS 
ESTADOS-PARTES DO MERCOSUL, BOLÍVIA E CHILE 
(DEZEMBRO/2000) 
27 
ACORDO-QUADRO SOBRE MEIO AMBIENTE DO
MERCOSUL(JUNHO/2001) 
28 PROTOCOLO DE OLIVOS (FEV/2002) 
29 
ACORDO ENTRE MERCOSUL E ALEMANHA SOBRE GESTÃO
AMBIENTAL E PRODUÇÃO MAIS LIMPA EM PEQUENAS E
MÉDIAS EMPRESAS (JULHO/2004) 
30 
ACORDO DE SEDE ENTRE A REPÚBLICA DO PARAGUAI E O 
MERCOSUL PARA O FUNCIONAMENTO DO TRIBUNAL 
PERMANENTE DE REVISÃO (JUNHO/2005) 
 
 
Aproveito este ponto sobre textos legais do Mercosul para apresentar 
norma aprovada há poucos dias, no dia 24 de julho: a Decisão CMC 
09/2009 abriu o caminho para que os pagamentos feitos entre 
os países do Mercosul sejam nas respectivas moedas. As 
restrições para o uso de moedas fracas sempre existiram, pois 
nenhum país gosta de receber tais moedas (nem a própria) quando 
exporta. 
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O que fez a Decisão CMC? Além dos pagamentos a título comercial 
(importações e exportações), os pagamentos de outra natureza 
também poderão, depois que os Bancos Centrais acertarem os 
ponteiros, ser feitos com as moedas da região. 
Eis a decisão e sua justificativa: 
 
“CONSIDERANDO 
... 
Que o uso de moeda local no comércio entre os Estados Partes 
do bloco, a partir da implementação da Decisão CMC Nº 25/07 
‘Transações Comerciais em Moedas Locais’ tem se mostrado 
importante instrumento para o aprofundamento da integração 
regional e a redução dos custos financeiros nas transações 
comerciais entre os Países signatários; 
... 
O CMC DECIDE: 
 
Art. 1º - O sistema de pagamentos em moeda local poderá ser 
utilizado em transações de qualquer natureza realizadas entre 
os Estados Partes do MERCOSUL.” 
 
 
Na prova de AFRF-2005, caiu a seguinte questão relativa a Mercosul: 
43- Assinale a opção incorreta. 
a) Segundo as regras atualmente vigentes, o Brasil pode modificar, a 
cada seis meses, até 40% (quarenta por cento) dos produtos de sua 
lista de exceção à Tarifa Externa Comum. 
b) Atualmente, o Brasil pode manter até 100 (cem) itens da 
Nomenclatura Comum do Mercosul como lista de exceção à Tarifa 
Externa Comum. 
c) A definição da lista de exceção brasileira à Tarifa Externa Comum 
do Mercosul é feita pelo Conselho de Ministros da Câmara de 
Comércio Exterior (Camex). 
d) Compete ao Conselho de Ministros da Câmara de Comércio 
Exterior (Camex) orientar a política aduaneira, observada a 
competência específica do Ministério da Fazenda. 
e) As resoluções da Câmara de Comércio Exterior (Camex) poderão 
ter, excepcionalmente, caráter sigiloso, nos casos previstos na 
legislação vigente. 
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Resp.: A questão foi anulada. 
Antes da anulação, haviam colocado como gabarito a letra A, pois 
não havia, no dia da prova, nenhuma limitação em relação à 
modificação das listas de exceções. Em dezembro de 2005, é que 
criaram uma regra, mas de apenas poder modificar 20% dos itens 
NCM de um semestre para o outro, como vimos no início desta aula. 
Portanto, a letra A realmente está incorreta. 
A letra B estava correta no dia da prova, mas, desde 1º de 
fevereiro de 2009, o número de itens caiu a 93. 
As letras D e E constam da Resolução CAMEX 11/2005: 
“Art. 5º Compete ao Conselho de Ministros da Camex, dentre 
outros atos necessários à consecução dos objetivos da política 
de comércio exterior: 
... 
V - orientar a política aduaneira, observada a competência 
específica do Ministério da Fazenda;” 
 
“Art. 40. As resoluções da Camex serão firmadas pelo 
Presidente do Conselho de Ministros ou, na sua ausência ou 
impedimento, pelo seu substituto previsto no § 2º do art. 4º e 
publicadas no Diário Oficial da União. 
Parágrafo único. As resoluções da Camex poderão ter, 
excepcionalmente, caráter sigiloso, nos casos previstos na 
legislação vigente.” 
 
Por que então foi anulada? 
Nas aulas escritas pelo Missagia, ele escreveu sobre a CAMEX: é ela 
quem detém a competência de alterar as alíquotas do II, do IE, 
alíquotas antidumping, medidas compensatórias e cláusulas de 
salvaguarda. Compete também à CAMEX definir as listas de exceções 
à TEC e orientar os ministérios envolvidos em comércio exterior. Para 
isso, ela traça diretrizes e parâmetros, opina e avalia as normas 
relativas ao comércio exterior antes que sejam publicadas, para 
evitar que se invadam competências. 
A definição da lista de exceções é feita pela CAMEX, pois consiste na 
fixação de alíquotas diferenciadas de imposto de importação. E quem 
fixa alíquotas de II é a CAMEX: 
“Art. 2º Compete à CAMEX, dentre outros atos necessários à 
consecução dos objetivos da política de comércio exterior: 
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XIV - fixar as alíquotas do imposto de importação, atendidas as 
condições e os limites estabelecidos na Lei no 3.244, de 14 de agosto 
de 1957, no Decreto-Lei no 63, de 21 de novembro de 1966, e no 
Decreto-Lei no 2.162, de 19 de setembro de 1984;” 
No regimento interno do órgão, definido na Resolução CAMEX 
11/2005, foi copiado literalmente o artigo 2o acima, mas com uma 
pequena alteração no caput: 
“Art. 5º Compete ao Conselho de Ministros da Camex, dentre outros 
atos necessários à consecução dos objetivos da política de comércio 
exterior:” 
Agora vem o pulo do gato: O § 3º do artigo 5º do decreto 
4.732/2003 dispõe: 
“O Presidente do Conselho de Ministros da CAMEX poderá praticar os 
atos previstos nos arts. 2º e 3º, ad referendum do Conselho de 
Ministros, consultados previamente os membros do Comitê Executivo 
de Gestão.” 
Portanto, os atos definidos para o Conselho de Ministros podem ser 
praticados pelo seu Presidente, sujeitos a referendo pelo colegiado. 
Desta forma, a opção C, aoafirmar taxativamente que a lista de 
exceções é definida pelo Conselho de Ministros, está incorreta, pois a 
lista pode ser fixada por decisão singular, pelo Presidente do 
Conselho, depois sujeita a referendo do Conselho. 
Por haver duas alternativas incorretas (A e C), a questão, após a 
análise dos recursos, foi anulada. 
 
Na prova de TRF-2005, a ESAF pediu duas questões relativas ao 
Mercosul: 
22- O Tratado de Assunção, acordo constitutivo do Mercosul, 
define, em seu artigo 1o, os objetivos do bloco. Entre esses 
objetivos, não se inclui: 
a) A coordenação de políticas macroeconômicas e setoriais entre os 
Estados-partes – como as de comércio exterior, fiscal, monetária, 
cambial e alfandegária, entre outras –, a fim de assegurar condições 
adequadas de concorrência entre os Estados-partes. 
b) O compromisso de os Estados-partes harmonizarem suas 
legislações nas áreas pertinentes. 
c) A definição de uma moeda comum, uma vez constituído o mercado 
comum e harmonizadas as políticas monetária, fiscal e cambial. 
d) A livre-circulação de bens, serviços e fatores produtivos entre os 
Estados-partes do bloco. 
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e) A adoção de uma política comercial comum em relação a terceiros 
Estados ou agrupamentos de Estados. 
 
Gabarito: Letra C. Não há objetivo de se ter uma moeda única no 
Mercosul. 
 
 
Nas provas de AFRF/2005 e TRF/2005, pediram que conhecêssemos 
alguns dos protocolos criados no Mercosul: Protocolo de Ushuaia e o 
Protocolo de Defesa da Concorrência do Mercosul. 
 
(AFRF/2005) 42- Assinale a opção incorreta. 
a) No âmbito do Mercosul, adotou-se um regime para a aplicação de 
medidas de salvaguarda às importações provenientes de países não-
membros do bloco. 
b) O sistema de solução de controvérsias do Mercosul, definido pelo 
Protocolo de Olivos, estabelece um Tribunal Permanente de Revisão 
para o julgamento de recursos contra decisões dos Tribunais Arbitrais 
Ad Hoc – o que não existia no Protocolo de Brasília, antecessor do de 
Olivos. 
c) Em 2004, o Mercosul concluiu acordos comerciais, por exemplo, 
com a Índia e com a SACU (União Aduaneira Sul-Africana, formada 
por África do Sul, Botsuana, Lesoto, Namíbia e Suazilândia), e 
atualmente negocia acordos com outros países. 
d) Muito embora o Mercosul almeje à conformação de um mercado 
comum, atualmente o bloco se encontra no estágio de união 
aduaneira imperfeita (ou incompleta). Para a conclusão dessa etapa, 
basta a eliminação das exceções ao livre-comércio intrabloco. 
e) De acordo com o Protocolo de Ushuaia, a plena vigência das 
instituições democráticas é condição essencial para o processo de 
integração entre seus signatários (países do Mercosul, Bolívia e 
Chile). Prevê o Protocolo que a ruptura da ordem democrática em um 
dos países pode levar à suspensão de seus direitos e obrigações nos 
processos de integração entre os membros desse Protocolo. 
 
Resp.: 
Vimos, na página 10 desta aula, em questão da prova de AFRF 2002-
2, que “para aperfeiçoar a união aduaneira, precisa liberar 
integralmente o comércio de bens e serviços e acabar com as 
listas de exceção à TEC...” Portanto, não basta uma das coisas... 
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Tem que acabar com as exceções intra e extrabloco. Assim, a letra D 
está incorreta. 
 
Alternativa A: correta, segundo o gabarito oficial. 
No Mercosul foi editada a Decisão CMC 17, de 17 de dezembro de 
1996, que define o “Regulamento relativo à aplicação de medidas de 
salvaguarda às importações provenientes de países não-membros do 
Mercosul”. No entanto, esta decisão ainda não entrou em vigor em 
fevereiro de 2009, por falta de internalização paraguaia. Sendo 
assim, apesar de a banca ter considerado a opção correta, ela está, a 
meu ver, incorreta, pois a norma ainda não é aplicável. É errado dizer 
que o Mercosul “adota” um regime comum de aplicação de 
salvaguardas, se este ainda nem entrou em vigor. 
Por meio desta norma, os países decidiram unificar os processos de 
investigação para aplicação das medidas de salvaguarda. A partir da 
sua entrada em vigor, os países seguirão o mesmo roteiro de 
investigação, independentemente se todos ou apenas alguns dos 
quatro países do Mercosul estiverem sofrendo o dano causado pelo 
aumento de importações. 
As letras B e C estão corretas, como vimos hoje. 
Já a letra E foi tirada do fundo do baú, ou melhor, daquela lista 
enorme de protocolos colocada anteriormente: O Protocolo de 
Ushuaia é um ajuste político que define que somente países com 
regimes democráticos podem fazer parte do Mercosul. 
 
(TRF-2005) 23- Assinale a opção correta. 
a) Na qualidade de membros associados do Mercosul, Chile e Bolívia 
também aplicam a Tarifa Externa Comum (TEC) do bloco. 
b) A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) contém capítulos 
destinados não apenas a bens, mas também a serviços. Por sua vez, 
o Sistema Harmonizado (SH) diz respeito apenas à classificação 
aduaneira de bens. 
c) O Grupo Mercado Comum, órgão máximo na estrutura do 
Mercosul, tem poderes para, por consenso, tomar decisões 
obrigatórias para os membros do bloco. 
d) Atualmente, é possível que um membro do Mercosul aplique uma 
medida antidumping contra outro membro do bloco. 
e) Ainda não foram definidas regras que tenham por objeto a defesa 
da concorrência no âmbito do Mercosul. 
 
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Solução: 
A letra A é falsa, pois os membros associados não usam a TEC do 
Mercosul. A Bolívia, por exemplo, faz parte do Pacto Andino, que tem 
uma TEC própria. 
A letra B é falsa, pois a NCM é a nomenclatura usada pelos países do 
Mercosul, em que são relacionadas apenas mercadorias para efeito de 
classificação aduaneira. Ela tem por base o Sistema Harmonizado, 
criado internacionalmente. 
A letra C é falsa, pois o órgão máximo do Mercosul é o Conselho do 
Mercado Comum. 
A letra E é falsa, tendo inclusive sido regulamentado o “Protocolo de 
Defesa da Concorrência do Mercosul” pela Diretriz nr. 13/2003 da 
Comissão de Comércio do Mercosul. O problema neste item é que 
pegaram outro dos inúmeros protocolos do Mercosul, em vez de 
pegar as fontes principais: Tratado de Assunção e Protocolo de Ouro 
Preto e de Olivos. Já tinham pego o Protocolo de Ushuaia na prova de 
AFRF. Para a de TRF, pegaram o Protocolo de Defesa da 
Concorrência. 
 
A alternativa D está correta, tendo em vista a existência da Decisão 
CMC 13, de 5 de julho de 2002, que dispõe: 
O Conselho do Mercado Comum (CMC) decide: 
Artigo 1º – Adotar, no âmbito do Mercosul, o Acordo Relativo à 
Implementação do Artigo VI do GATT, da Organização Mundial 
do Comércio, para aplicação de medidas antidumping no 
comércio intrazona. 
... 
Mas deve-se notar que, em uma união aduaneira, como é o Mercosul, 
não devem existir barreiras, exceto as previstas nos artigos XI, XII, 
XIII, XIV, XV e XX, conforme se constata da leitura do § 8º do artigo 
XXIV do GATT/1947: 
§ 8º Para os efeitos do presente Acordo, 
a) entender-se-á por união aduaneira a substituição de dois ou 
mais territórios aduaneiros por um único território aduaneiro, 
de maneira que: 
i) os direitos aduaneiros e as demais normas restritivas de 
comércio (exceto, na medida em que forem necessárias, as 
restrições autorizadas em virtude dos artigos XI, XII, XIII, XIV, 
XV e XX) sejam eliminados em relação ao substancial do 
comércio entre os países-membros ou, ao menos, em relação 
aos produtos originários destes países; e 
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ii) que ... cada um dos membros da união aduaneira aplique ao 
comércio com os países extra-bloco