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25/04/2023, 23:03 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/33
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25/04/2023, 23:03 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/33
Prof. Alison Martins Meurer
CONVERSA INICIAL
Olá, futuros contadores, contadoras e entusiastas da contabilidade! Sejam bem-vindos à aula!
No decorrer deste material, nós discutiremos inúmeros elementos e operações que implicam o
reconhecimento desses valores na contabilidade das entidades. Veremos como a contabilidade
registra tais operações a fim de representar de forma fidedigna a realidade da organização e facilitar
o processo decisório.
Apesar de todo o conteúdo ser ancorado nos pronunciamentos contábeis (CPC), que possuem
uma linguagem bastante técnica, procuramos simplificar os temas por meio de uma linguagem mais
usual. Além disso, no decorrer da leitura, teremos exemplos de contabilizações, mapas mentais e do
Super Tira-dúvidas, que nos ajudará a compreender os conceitos discutidos, além de exemplos de
questões que mostram como a temática é estudada e abordada em provas do Exame de Suficiência
do Conselho Federal de Contabilidade e em concursos em geral.
E, por falar em expectativas, espero que você faça uma ótima leitura e que este material possa
agregar conhecimento, fazendo com que você se apaixone ainda mais por este ramo do
conhecimento que é a contabilidade! Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
As operações financeiras fazem parte das operações rotineiras das empresas e são uma forma de
obter rentabilidade advinda da aplicação de recursos da empresa (operações financeiras ativas) ou
como fonte de recurso (operações financeiras passivas). Por vezes, tais operações se configuram
como um instrumento financeiro que demanda, a depender do modelo de negócio da empresa,
tratamentos contábeis específicos. Essas operações financeiras também podem ser classificadas de
forma distinta a depender do prazo (curto prazo e longo prazo) e da forma como os juros são
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calculados (prefixados e pós-fixados). Mas como diferenciar essas operações e como saber os
tratamentos contábeis a serem realizados? Esse é o objetivo desta aula. Vamos aprender um pouco
mais sobre instrumentos financeiros e aplicações financeiras. Em seguida, falaremos sobre
empréstimos e financiamentos e, por fim, veremos como realizar a contabilização desses valores.
TEMA 1 – INSTRUMENTOS FINANCEIROS (IFRS 09 E CPC 48):
CONCEITOS, DEFINIÇÕES E ABRANGÊNCIAS
Em algum momento, você certamente já ouviu falar que a Contabilidade é a “linguagem dos
negócios”. E isso faz sentido, à medida que a Contabilidade consegue traduzir em uma linguagem
monetária todas as transações realizadas entre os diferentes tipos de pessoas, jurídicas ou físicas, que
interagem na sociedade. Quer ver um exemplo disso? Imagine que a loja de roupas Vírus da Grife
tenha adquirido 10 calças jeans no valor de R$ 100 cada, pagas à vista, da indústria de confecções
Indiana Jeans. Agora, imagine que a administradora da Vírus da Grife queira saber a situação da
riqueza da entidade, ou seja, do patrimônio da empresa. Provavelmente ela estará mais interessada
em saber que há R$ 1.000 (10 quantidade x R$ 100 custo) de estoque do que propriamente saber a
quantidade de calças (10 unidades). Na figura 1, é apresentada a transação realizada entre ambas as
empresas.
Figura 1 – Exemplificação da operação realizada à vista entre a Vírus da Grife e a Indiana Jeans
Crédito: Meurer, 2021.
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Observe que no exemplo anterior a Vírus da Grife repassou R$ 1.000 para a Indiana Jeans, e a
última, por sua vez, entregou 10 unidades de calças jeans, e os setores contábil de ambas as
empresas registraram essa informação de forma monetária. Essa é a grande função da Contabilidade:
transformar as diferentes transações que ocorrem na sociedade em uma linguagem comum, a
monetária.
Perceba que nessa transação não ficou nenhuma obrigação pendente entre ambas as
organizações, ou seja, a Vírus da Grife pagou os R$ 1.000 e a Indiana Jeans entregou as calças. Mas
há situações – e elas são muito comuns – em que as transações são realizadas originando obrigações
para uma parte e direitos para a outra envolvida no evento. Imagine o seguinte: a Vírus da Grife
adquiriu tais mercadorias a prazo, logo, a Indiana Jeans teria um direito de receber R$ 1.000 e a Vírus
da Grife uma obrigação de pagar R$ 1.000 para a Indiana Jeans. Portanto, há um contrato
(representado pela duplicata emitida pela Indiana Jeans) de que a Vírus da Grife deverá quitar no
futuro R$ 1.000 referente a essa transação. E pasme (ou não), a contabilidade irá registrar esses
valores.
Mas por que estamos tratando desse exemplo em um tópico que aborda Instrumentos
Financeiros? Ocorre que esses contratos formalizados, que em uma empresa geram um ativo
financeiro e, em outra, um passivo financeiro ou um título patrimonial, são denominados de
Instrumentos Financeiros.   Mas o que é um ativo financeiro, um passivo financeiro ou um título
patrimonial? Vamos dar uma pausa na nossa linha de raciocínio e deixar o Super Tira-dúvidas explicar
esses conceitos:
Tabela 1 – Ativos e passivos financeiros e títulos patrimoniais
Ativos financeiros: são contratos que dão direito ao recebimento de valor monetário ou outro
ativo financeiro (exemplos: duplicatas, contratos de empréstimos a receber) ou até mesmo
contratos que podem ser liquidados com instrumentos patrimoniais (exemplos: cotas e ações) da
própria entidade em uma situação favorável. Exemplos mais comuns de ativos financeiros:
dinheiro, investimentos em títulos emitidos por outras organizações (debêntures, ações) e valores
a receber, como duplicatas e empréstimos a receber, entre outros.
 
Passivos financeiros: são obrigações que implicam a entrega de caixa ou outros ativos financeiros
para outra entidade. Podem ser contratos que podem ser liquidados por instrumentos
patrimoniais (exemplos: cotas e ações) em uma situação desfavorável. Exemplos mais comuns:
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duplicatas a pagar, fornecedores, empréstimos a pagar, títulos de dívida emitidos (exemplo:
debêntures), entre outros.
 
Títulos patrimoniais: qualquer contrato que seja representado pelo interesse no Patrimônio
Líquido (valor residual) de uma empresa. Exemplos mais comuns: ações, cotas de empresas
limitadas, bônus de subscrição, entre outros.
Crédito: Popicon/Shutterstock.
Apesar de aparentar ser um tema complexo, o nosso dia a dia está rodeado de diferentes tipos
de Instrumentos Financeiros, os quais são representados por diferentes tipos de contratos. Vamos
examinar novamente o exemplo da Vírus da Grife.
Vimos que no segundo cenário, a Vírus da Grife comprou a prazo e foi gerada uma duplicata a
pagar para a loja (passivo financeiro) e um direito a receber para a Indiana Jeans (ativo financeiro),
logo, esse contrato pode ser classificado como um Instrumento Financeiro. Na figura 2, é
apresentada essa interação.
Figura 2 – Exemplificação da operação realizada a prazo entre a Vírus da Grife e a Indiana Jeans
Crédito: Meurer, 2021.
Portanto, o instrumento financeiro é o contrato que representa esse tipo de transação. Vamos
analisar outro exemplo. Se a Indiana Jeans adquirisse R$ 10.000 em ações da panificadora Petter Pão
S. A., teríamos também um instrumento financeiro, pois foi gerado um ativo financeiro na Indiana
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Jeans, nesse caso, as ações, que são títulos patrimoniais da Petter Pão S. A. Assim, poderíamos
simular inúmeras outras situações abrangidas pelos instrumentos financeiros.
Um dos desafios para compreender e dominar a temática inerente aos instrumentos financeiros
é a classificação, a mensuração e, consequentemente,o reconhecimento dos mesmos. Algumas
perguntas podem nos guiar nesta missão. Quando falamos de classificação e mensuração, esses dois
atributos são indistintos no processo de análise dos instrumentos financeiros, ou seja, a análise de
como classificar e atribuir valor a este contrato ocorre ao mesmo tempo. Nessa dimensão, estamos
preocupados em responder às seguintes questões: Qual é o tipo de instrumento financeiro? E,
qual é o valor atribuído ao instrumento financeiro? Como resposta, temos que os instrumentos
financeiros são classificados entre aqueles mensurados pelo valor justo por meio do resultado (VJPR),
valor justo por meio de outros resultados abrangentes (VJORA) e, por fim, os classificados e
mensurados pelo custo amortizado (CA).
Mas qual é a diferença entre avaliar um contrato que é um instrumento financeiro por meio do
CA, VJORA ou VJPR? Antes de verificarmos isso na prática, é importante compreender como cada um
desses métodos de classificação e mensuração se diferenciam. Vejamos a explicação:
Tabela 2 – Custo amortizado e valor justo
Custo Amortizado (CA): ativos financeiros mantidos sob um modelo de negócios cujo objetivo é
manter os ativos para receber seus fluxos de caixa contratuais.
 
Valor Justo por Meio de Outros Resultados Abrangentes (VJORA): ativos financeiros mantidos
sob um modelo de negócios cujo objetivo é atendido tanto com o recebimento de fluxos de caixa
contratuais como com a venda dos ativos.
 
Valor Justo por Meio do Resultado: ativos financeiros devem ser mensurados por meio do
resultado, a menos que sejam mensurados pelo CA ou VJORA.
Fonte: Meurer, 2021. / Crédito: Popicon/Shutterstock.
A definição de à qual categoria o instrumento financeiro pertence depende do que chamamos
de modelo de negócios, ou seja, como a organização tem tratado os instrumentos financeiros
semelhantes historicamente, portanto, não depende das intenções da organização (olhar para o
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futuro), mas sim do seu histórico de procedimentos (olhar para o passado). Agora complicou de vez,
não é?! Vamos descomplicar com um exemplo prático:
Imagine que a panificadora Petter Pão S. A. investiu em 31 de janeiro de 20X0 todo o saldo da
conta Bancos em um título do Tesouro Nacional no valor de R$ 100.000 a uma taxa de rentabilidade
de 0,50% ao mês, sendo que o tempo de resgate desse título será de dois meses. Nesse caso, temos
um exemplo de um contrato no qual a Petter Pão S. A. alocou R$ 100.000, esperando ter um retorno
de 0,50% ao mês, durante dois meses. Historicamente, a empresa não negocia esses títulos de forma
antecipada, ou seja, mantém ele sob seu controle para receber os juros até o final do período. Veja
que, como o modelo de negócios indica que o objetivo da empresa é manter o ativo (título do
Tesouro Nacional) para receber seus fluxos de caixa contratuais (juros), então esse título será avaliado
pelo custo amortizável. Na Tabela 3 é demonstrado o valor acumulado do título em cada mês.
Tabela 3 – Rentabilidade do título
Mês Data Rendimento Custo Amortizável
0 31/01/20X0 R$ 100.000
1 28/02/20X0 R$  500,00 R$ 100.500
2  31/03/20X0 R$  502,50 R$ 101.002,50
Crédito: Meurer, 2021.
Quando avaliamos um instrumento financeiro pelo custo amortizado, o seu valor será o
montante pago pelo título, menos as amortizações que possam ocorrer, mais ou menos os juros
calculados, menos qualquer redução que possa ocorrer no seu valor recuperável. Traduzindo, nós
estamos preocupados em avaliar o potencial impacto desse ativo financeiro no fluxo de caixa da
empresa por meio da sua capacidade de gerar benefícios econômicos futuros (rentabilidade),
independentemente do valor de mercado desse instrumento.
O valor de mercado é o preço pelo qual esse título está sendo comercializado atualmente.
Normalmente, o valor de mercado equivale ao valor justo.
Saiba mais
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Para mais informações sobre as diferenças entre ambos os conceitos, sugerimos a leitura do
CPC 46 – Mensuração do Valor Justo.
Veja o mês de fevereiro, suponha que o valor de mercado desse título seja R$ 100.600. Como
historicamente a Petter Pão S. A. não tem interesse em vender esse título, mas somente esperar a
data de resgate, o valor do título na contabilidade estará avaliado pelo seu custo no reconhecimento
inicial (R$ 100.000) somada à rentabilidade obtida no mês de fevereiro (R$ 500), então, se torna
indiferente, nesse caso, o valor de mercado do título.
E como é realizado o reconhecimento (lançamentos contábeis) dessa operação? Como a Petter
Pão S. A. realizou uma aplicação financeira de curto prazo, então os seguintes lançamentos contábeis
devem ser realizados:
1 – Na aquisição do título – 31/01/20X0
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$ 100.000
C – Banco (ativo circulante)                                                                              R$ 100.000
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X0
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$        500
C – Receita Financeira (resultado)                                                                    R$        500
3 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X0
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$        502,50
C – Receita Financeira (resultado)                                                                    R$        502,50
4 – No resgate da aplicação – 31/03/20X0
D – Banco (ativo circulante)                                                                              R$ 100.776,94
D – Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a recuperar (ativo circulante)      R$        225,56
C – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$ 101.002,50
[1]
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Tabela 4 – Razonetes
Fonte: Meurer, 2021.
E se a empresa tivesse a intenção de negociar esse título antes do período de resgate, o que
aconteceria? Então, esse título seria avaliado pelo valor justo por meio de outros resultados
abrangentes (VJORA) e a diferença entre o valor contábil do título e o seu valor de mercado seria
lançada em uma conta de Ajuste a Valor Justo no grupo de Ajuste de Avaliação Patrimonial no
Patrimônio Líquido. Que tal vermos esse exemplo na Tabela 5?
Tabela 5 – Rentabilidade do título e controle do valor justo
Mês Data Rendimento Custo Amortizável Valor Justo
Ajuste
Valor Justo
0 31/01/20X0 R$ 100.000,00 R$ 100.000,00 0
1 28/02/20X0 R$  500,00 R$ 100.500,00 R$ 100.600,00 R$ 100
2  31/03/20X0 R$  502,50 R$ 101.002,50 R$ 101.000,00 (R$ 2,50)
Fonte: Meurer, 2021.
Perceba que, na coluna custo amortizável, são lançados os valores pagos pelo título somado ao
valor da rentabilidade desse título. Já na coluna valor justo é apresentado o valor de mercado do
título e o ajuste a valor justo será a diferença entre ambos os valores. Vamos ver a contabilização
dessa operação:
1 – Na aquisição do título – 31/01/20X0
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$ 100.000
C – Banco (ativo circulante)                                                                              R$ 100.000
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X0
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D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$        500
C – Receita Financeira (resultado)                                                                    R$        500
3 – Reconhecimento do ajuste a valor justo – 28/02/20X0
D – Ajuste a Valor Justo – Aplicação Financeira (ativo circulante)                       R$        100C – Ajuste de Av. Patrimonial (patrimônio líquido)                                              R$        100
4 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X0
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$        502,50
C – Receita Financeira (resultado)                                                                    R$        502,50
5 – Reconhecimento do ajuste a valor justo – 31/03/20X0
D – Ajuste de Av. Patrimonial (patrimônio líquido)                                             R$            2,50
C – Ajuste a Valor Justo – Aplicação Financeira (ativo circulante)                       R$            2,50
6 – No resgate da aplicação – 31/03/20X0
D – Banco (ativo circulante)                                                                              R$ 100.776,94
D – IRRF a recuperar (ativo circulante)                                                             R$        225,56
C – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$ 101.002,50
D – Ajuste de Av. Patrimonial (patrimônio líquido)                                             R$          97,50
C – Ajuste a Valor Justo – Aplicação Financeira (ativo circulante)                       R$          97,50
Tabela 6 – Razonetes
[2]
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Fonte: Meurer, 2021.
Por último, e não menos importante, o que aconteceria se a empresa tivesse a intenção de
negociar esse título antes do período de resgate levando em consideração que o seu modelo de
negócios é o reconhecimento pelo valor justo por meio de resultados (VJR)? Nesse caso, a diferença
entre o valor contábil do título e o valor de mercado será lançado em uma conta de Receita com
Ajuste a Valor Justo.
Vamos ver a contabilização dessa operação considerando as mesmas informações da Tabela 6:
Tabela 6 – Contabilização
1 – Na aquisição do título – 31/01/20X0
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$ 100.000
C – Banco (ativo circulante)                                                                              R$ 100.000
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X0
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$        500
C – Receita Financeira (resultado)                                                                    R$        500
3 – Reconhecimento do ajuste a valor justo – 28/02/20X0
D – Ajuste a Valor Justo  – Aplicação Financeira (ativo circulante)                      R$        100
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C – Receita com Ajuste a Valor Justo (resultado)                                              R$        100
4 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X0
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$        502,50
C – Receita Financeira (resultado)                                                                    R$        502,50
5 – Reconhecimento do ajuste a valor justo – 31/03/20X0
D – Despesa com Ajuste a Valor Justo (resultado)                                             R$            2,50
C – Ajuste a Valor Justo  – Aplicação Financeira (ativo circulante)                      R$            2,50
6 – No resgate da aplicação – 31/03/20X0
D – Banco (ativo circulante)                                                                              R$ 100.776,94
D – IRRF a recuperar (ativo circulante)                                                             R$        225,56
C – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$ 101.002,50
D – Despesa com Ajuste a Valor Justo (resultado)                                             R$          97,50
C – Ajuste a Valor Justo  – Aplicação Financeira (ativo circulante)                      R$          97,50
Tabela 7 – Razonetes
Crédito: Meurer, 2021.
[3]
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Assim, podemos ver como será o tratamento aplicado aos instrumentos financeiros a depender
do modelo de negócios da empresa. E temos como resumir de forma simples e prática a melhor
forma para a classificação e mensuração desses instrumentos financeiros? Temos sim! Veja o nosso
mapa mental (figura 3), que poderá auxiliar nessa decisão:
Figura 3 – Mapa Mental de classificação e mensuração dos instrumentos financeiros
Crédito: Meurer, 2021.
Pode-se perceber que, dependendo da forma como historicamente esses instrumentos
financeiros são utilizados pela empresa, haverá uma distinção na sua classificação e mensuração. Por
fim, vamos verificar no nosso quadro “Como o tema é cobrado nas provas” como este assunto tem
sido abordado pelas bancas de avaliações.
Tabela 8 – Como o tema é cobrado nas provas
Nas provas...
(Exame de Suficiência – CFC – Consulplan – Prova 2018.2) A empresa Bem-Aventurança adquiriu um instrumento financeiro
para venda futura, com recursos disponíveis na conta bancária, que foi classificado como disponível para venda por R$
50.000,00. Decorrido determinado prazo, rendeu juros no valor de R$ 4.000,00 e passou a ter um valor de mercado de R$
58.000,00. Posteriormente, o referido instrumento financeiro foi vendido a terceiros. Assinale o valor contabilizado na conta
de Ajuste de Avaliação Patrimonial no momento da venda do instrumento financeiro.
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a. R$ 4.000
b. R$ 8.000
c. R$ 50.000
d. R$ 54.000
Veja que se houve a movimentação na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial, significa que o instrumento financeiro é
avaliado pelo modelo de negócios VJORA. Portanto, se a empresa adquiriu o instrumento financeiro por R$ 50.000 e esse
instrumento financeiro rendeu R$ 4.000 no período, logo o seu valor contábil é de R$ 54.000 (R$ 50.000 do principal + R$
4.000 de juros). A diferença a ser lançada na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial é de R$ 4.000, ou seja, o valor
justo/valor de mercado, que é R$ 58.000, subtraído o valor contábil, que é de R$ 54.000.
Portanto, o gabarito é a letra A.
Fonte: Meurer, 2021.
Saiba mais
Para mais informações sobre o assunto, sugerimos a leitura do CPC 48, que trata
especificamente de instrumentos financeiros.
TEMA 2 – OPERAÇÕES FINANCEIRAS: INTRODUÇÃO
Para uma empresa realizar seus investimentos, é necessário haver a disponibilidade de recursos
financeiros. Os recursos financeiros de uma empresa podem advir do capital próprio, ou seja, daquele
capital pertencente aos sócios e, também, do capital de terceiros, que representa os recursos
pertencentes a outras pessoas, físicas ou jurídicas, que não os sócios.
A obtenção desses recursos, em especial os de terceiros, pode ser operacionalizada por meio de
operações financeiras que são firmadas no mercado financeiro. Essas operações ocorrem entre
agentes que possuem recursos disponíveis para serem cedidos e investidos mediante um retorno
pré-estabelecido e agentes que necessitam de recursos para investir em suas operações e estão
dispostos a remunerar o capital de terceiros, a fim de poder fazer uso desse recurso.
Vamos a um exemplo prático. Imagine a seguinte situação: Tiphany é proprietária de uma loja de
roupas chamada Tiphanyc Modas. A proprietária da Tiphanyc Modas identificou que a empresa
possui uma excelente oportunidade de expansão das vendas no mercado on-line (e-commerce),
contudo, é necessário um gasto em marketing no valor de R$ 50.000, sendo que, no momento a
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empresa não possui a disponibilidade desse recurso. Nesse sentido, a Tiphanyc Modas pode recorrer
a linhas de créditos para pessoas jurídicas a fim de conseguir captar esses valores e realizar a sua
expansão.
Esse é um exemplo básico decomo funciona o mercado financeiro, no qual há uma estrutura de
instituições e instrumentos financeiros que possibilitam as operações financeiras entre diferentes
agentes a fim de promover a liquidez e a alocação de capital. As operações financeiras normalmente
envolvem os agentes deficitários (tomadores de recursos), que são aqueles que buscam recursos em
troca do pagamento de juros pelo capital emprestado, e os agentes superavitários (doadores de
recursos), que são aqueles que cedem os recursos para os agentes deficitários em troca de uma
remuneração de capital.
Assim, como temos agentes deficitários e agentes superavitários agindo nesse sistema, é
possível identificar a existência de operações financeiras ativas e operações financeiras passivas. As
operações financeiras ativas geram para o detentor do recurso (agente superavitário) a entrada de
valores por meio do recebimento de juros. Por sua vez, as operações financeiras passivas ocorrem
quando a empresa utiliza uma fonte de recursos que lhe gera um passivo, sendo que esse passivo é
aumentado pelos juros devidos que representam os custos desse dinheiro obtido ao longo do tempo
(Salotti et al., 2019).
Mas quais são os principais tipos de operações financeiras ativas e operações financeiras
passivas? Entre os principais tipos de operações financeiras ativas, temos os investimentos em títulos
públicos, poupança, certificado de depósito interbancário (CDB), ações, cotas de fundos ou clubes de
investimentos, investimentos atrelados ao rendimento de certificados de depósitos interbancários
(CDI), investimentos em debêntures, entre outros. Perceba que todos os exemplos de operações
financeiras ativas possuem como objetivo a geração de retornos financeiros para a organização.
Por sua vez, as operações financeiras passivas consistem em fontes de recursos para a
organização, que possivelmente geraram um custo para a empresa. Entre os principais exemplos de
operações financeiras passivas, temos os empréstimos, os financiamentos, debêntures emitidas,
desconto de duplicatas, entre outros. Note que as operações financeiras passivas provavelmente
implicam o pagamento de juros para a fonte desse recurso.
Em resumo, por que uma empresa realiza operações financeiras ativas? A resposta é simples:
para investir os seus recursos financeiros a fim de obter uma rentabilidade. E, por que uma empresa
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realiza operações financeiras passivas? Para obter recursos financeiros de fontes a fim de investir em
suas operações e, em troca, a empresa paga juros que remuneram esses recursos. Veja o nosso
esquema ilustrado na Figura 4, que resume as operações financeiras.
Figura 4 – Operação financeira ativa e operação financeira passiva
Fonte: Meurer, 2021.
Note que para quem fornece o recurso, tem-se uma operação financeira ativa, pois o detentor
de recurso receberá juros por disponibilizar o seu capital. Por sua vez, quem toma esse recurso irá
pagar juros, portanto, para o tomador de recurso, tem-se uma operação financeira passiva.
TEMA 3 – APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO E DE LONGO
PRAZO
As aplicações financeiras são valores investidos em títulos de renda fixa ou de renda variável.
Essas aplicações podem ser tanto de curto como de longo prazo. As aplicações financeiras são
direitos a receber de caixa (dinheiro) ou de algum outro ativo financeiro de outra organização. À
medida que uma empresa aplica o seu dinheiro, está confiando os seus recursos a terceiros e,
portanto, passa a ter um direito junto à instituição na qual confiou esses valores.
Iudícibus e Marion (2019) comentam que é importante que as empresas realizem a aplicação do
excedente de caixa a fim de gerar mais dinheiro. Assim, quando houver mais entrada do que saída de
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caixa, é importante que o valor excedente, ou seja, aquele que não esteja sendo utilizado, seja
aplicado em investimentos que possam gerar rentabilidade para a organização.
No mercado financeiro, há uma infinidade de opções de investimentos financeiros e a
classificação dos tipos de aplicações financeiras depende do número de dias que o investidor deverá
aguardar para ter o seu dinheiro disponível para resgate (saque).
As aplicações financeiras mais comuns são em títulos públicos, fundos de investimentos, letras
de câmbio, certificado de depósito bancário (CDB), entre outros. Normalmente, os rendimentos das
aplicações financeiras são tributados pelo imposto de renda, o qual é retido na fonte, ou seja, a fonte
pagadora da rentabilidade desconta o imposto de renda do valor a ser resgatado pela empresa e
repassa esse montante ao Fisco.
Independentemente do momento de resgate, os rendimentos gerados pelas aplicações
financeiras são contabilizados como receitas financeiras conforme são gerados, seguindo o regime
de competência. Por exemplo, suponha que uma empresa investiu R$ 10.000 em CDB e houve uma
rentabilidade de R$ 40 no mês. Esse valor será reconhecido como receita financeira, mesmo a
empresa não tenha o resgatado.
Há que se destacar que as aplicações financeiras se diferenciam conforme a origem da sua
rentabilidade. As aplicações financeiras prefixadas possuem retorno conhecido no momento da
aplicação financeira. Já as aplicações financeiras pós-fixadas têm o seu retorno conhecido ao final do
investimento.
Referente à classificação das aplicações financeiras em curto e longo prazo, é comum imaginar
que todos os valores aplicados em investimentos com resgate de até 12 meses após a data de
encerramento do balanço patrimonial do exercício social seguinte sejam contabilizadas como
aplicações financeiras. Nesse sentido, é importante destacar que conforme as normas internacionais
de contabilidade, as aplicações financeiras em títulos de alta liquidez, que são resgatáveis em até três
meses da data de aquisição do investimento e que estão expostas a um risco insignificante de
mudança de valor, são classificadas como equivalentes de caixa, sendo controladas em conta
específica dentro do grupo de disponibilidades.
Por sua vez, as aplicações financeiras resgatáveis após três meses da data de aquisição e até 12
meses após a data de encerramento do balanço patrimonial do exercício social seguinte são
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registradas na conta de aplicações financeiras no grupo ativo circulante.
Por fim, as aplicações financeiras com resgate após 12 meses da data do Balanço Patrimonial do
exercício social seguinte são reconhecidas no ativo não circulante no grupo de ativo realizável a
longo prazo. Vamos ver um exemplo desses diferentes tipos de reconhecimentos de aplicações
financeiras nas demonstrações contábeis da Grendene S. A (figura 5).
Figura 5 – Balanço Patrimonial e Notas Explicativas da Grendene S. A. no ano de 2020
Fonte: Grendene, 2020.
Com base na figura, nota-se que a Grendene S. A. apresenta equivalentes de caixa, e ao analisar
as notas explicativas, é possível perceber que além do valor em dinheiro, há também os depósitos
bancários e as aplicações financeiras de liquidez imediata com resgate de até três meses após a data
de aquisição e com risco insignificante de mudança de valor. Nota-se também que as aplicações
financeiras de curto prazo e de longo prazo são compostas por certificados de depósitos bancários,
cessão de direito de crédito, debêntures, letras financeiras, títulos do tesouro nacional, entre outros
títulos que configuram as aplicações financeiras.
O mapa mental apresentado na figura 6 resume as diferenças entre os tipos de aplicações
financeiras.
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Figura 6 – Mapa mental das aplicações financeiras
Fonte: Meurer, 2021.
Vamos, agora, verificar como este assunto tem sido cobrado em provas de concursos públicos.
Tabela 9 – Como o tema é cobrado nas provas
Nasprovas...
(CESPE – 2014 – Câmara dos Deputados – Analista Legislativo – Consultor Legislativo Área IV)
A respeito da contabilidade geral, pública e comercial, julgue o item que se segue.
Equivalente de caixa é o conjunto de aplicações financeiras de curto prazo, conversíveis em um montante conhecido de
caixa e não sujeitas a qualquer mudança de valor.
(  ) Certo
(  ) Errado
As aplicações financeiras classificadas como equivalente de caixa são aquelas resgatáveis em até três meses da data de
aquisição do investimento, que possuem liquidez imediata e que estão sujeitas a um risco insignificante de mudança de
valor. Portanto, a alternativa a ser assinalada é Errado.
Saiba mais
Para mais informações sobre o assunto, sugerimos a leitura do CPC 03 (R2): Demonstração
dos Fluxos de Caixa e do CPC 26 (R1): Apresentação das Demonstrações Contábeis.
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TEMA 4 – EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS DE CURTO E DE
LONGO PRAZO
Os empréstimos e financiamentos fazem parte das operações de financiamentos vinculadas à
tomada de recursos para suprir as necessidades de caixa das empresas ou expandir as suas
atividades. As operações de empréstimos e financiamentos envolvem o ato de o detentor dos
recursos confiar o seu dinheiro em alguém durante um período de tempo determinado e ser
restituído com ou sem acréscimos de juros (Ribeiro, 2017).
Assim, tais operações financeiras representam um passivo para a entidade tomadora desses
recursos, pois são obrigações presentes, derivadas de um evento passado e que para serem
liquidadas exigem a saída de um recurso capaz de gerar benefícios econômicos futuros.
Essas operações normalmente estão detalhadas em contratos formais que estabelecem o valor
do recurso obtido pela empresa, os prazos de pagamento, a forma de liberação do dinheiro, os
encargos a serem pagos, as garantias, a moeda empregada no contrato e, em alguns casos, a
destinação desses recursos.
Os empréstimos e financiamentos podem ser classificados de diferentes formas, como quanto
aos prazos de liquidação (curto ou longo prazo) e frente à forma de definição dos encargos
financeiros (prefixado ou pós-fixado). Referente aos prazos, todas as operações nas quais o prazo de
pagamento seja superior à data de encerramento do exercício social seguinte (data do balanço)
deverão figurar em contas de longo prazo que estão classificadas no passivo não circulante. De forma
contrária, os empréstimos e financiamentos a serem quitados em um período inferior à data de
encerramento do exercício social seguinte (data do balanço) deverão ser lançados em contas de
curto prazo no passivo circulante.
Vamos a um exemplo. A panificadora Petter Pão S. A. adquiriu, em 31 de dezembro de 20X0, dois
empréstimos. O primeiro empréstimo é de R$ 10.000, com juros de 0,50% ao mês e deverá ser
quitado em 10 parcelas com o primeiro pagamento para janeiro de 20X1. Já o segundo empréstimo é
no valor de R$ 24.000, também incide 0,50% de juros ao mês e a primeira parcela deverá ser paga em
janeiro de 20X2. Nesse caso, no Balanço Patrimonial de 20X0, o primeiro empréstimo será
apresentado no passivo circulante, visto que o período de liquidação é inferior à data de
encerramento do exercício social seguinte (data do balanço de 20X1), e o segundo empréstimo irá
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figurar no passivo não circulante, pois o período para a liquidação do empréstimo é superior à data
de encerramento do exercício social seguinte (superior a 31 de dezembro de 20X1).
Mas o que acontecerá se o empréstimo ou o financiamento for pago em parcelas que englobem
datas inferiores e superiores à data de encerramento do balanço do exercício social seguinte? Então
caberá à entidade segregar as parcelas e os encargos financeiros (juros) de curto prazo alocadas no
passivo circulante e as de longo prazo no passivo não circulante.
Vamos analisar um exemplo com este caso. A panificadora Petter Pão S. A. adquiriu, em 31 de
dezembro de 20X0, um terceiro empréstimo no valor de R$ 30.000, com juros de 0,50% ao mês, a ser
quitado em 24 parcelas, sendo a primeira com vencimento para janeiro de 20X1. Nesse caso, a
empresa deverá identificar quais parcelas estão englobadas no curto prazo e quais parcelas são
abrangidas pelo longo prazo para, então, realizar o reconhecimento desses valores de forma
segregada no Balanço Patrimonial.
A Figura 7 apresenta uma linha do tempo que indica como as parcelas devem ser separadas em
curto e longo prazo.
Figura 7 – Linha do tempo para classificação em curto e longo prazo
Fonte: Meurer, 2021.
Nota-se que no exemplo anterior, das 24 parcelas do empréstimo, 12 foram classificadas no
passivo circulante, por serem de curto prazo, e outras 12 foram classificadas como passivo não
circulante, por serem de longo prazo. A contabilização de tais operações serão detalhadas em tópico
adiante.
Referente à classificação dos encargos financeiros, os empréstimos e financiamentos com juros
prefixados são aqueles em que as taxas de juros do contrato são conhecidas previamente. Nesse
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sentido, o tomador do empréstimo ou do financiamento sabe exatamente quanto pagará de
encargos financeiros ao longo do contrato. Por sua vez, os empréstimos e financiamentos com juros
pós-fixados são aqueles em que a taxa de juros é definida com base em índices de inflação e demais
indexadores, como a taxa básica de juros (Selic).
Nesse sentido, as taxas pós-fixadas expõem a entidade às oscilações de valores a serem
desembolsados e isso tem impacto direto na forma de mensuração e reconhecimento dos valores na
contabilidade. Na figura 8 é apresentada uma síntese de ambas as formas de incidência de encargos
sobre os empréstimos e financiamentos.
Figura 8 – Diferença entre empréstimos e financiamentos prefixados e pósfixados
Fonte: Meurer, 2021.
É importante destacar que o tipo de empréstimo e financiamento adquirido, bem como o seu
prazo de pagamento, geram impactos diretos na contabilização desses valores. Por isso, adiante é
realizado o detalhamento da forma de contabilização dessas operações.
TEMA 5 – FORMAS DE CONTABILIZAÇÃO
Agora que já sabemos os tipos de aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos, vamos
verificar como é realizado o reconhecimento desses valores na contabilidade.
5.1 APLICAÇÕES FINANCEIRAS PREFIXADAS
A Vírus da Grife possuía R$ 70.000 em caixa, seus administradores decidiram adquirir em
31/01/20X1 um título prefixado com resgate para dois meses a um custo de R$ 70.000, sendo que o
total a ser resgatado em 31/03/20X1 é de R$ 80.000. Nesse sentido, a receita financeira é de R$
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10.000, sendo R$ 5.000 relativos a cada mês. Portanto, os lançamentos contábeis a serem realizados
são os seguintes:
1 – Na aquisição do título – 31/01/20X1
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                          R$ 80.000
C – Banco (ativo circulante)                                                                                R$ 70.000
C – Receita financeira a apropriar (ativo circulante – redutora)                              R$ 10.000      
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X1
D – Receita financeira a apropriar (ativo circulante – redutora)                               R$   5.000
C – Receita Financeira (resultado)                                                                       R$   5.000
3 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X1
D – Receita financeira a apropriar (ativo circulante – redutora)                              R$   5.000
C – Receita Financeira (resultado)                                                                       R$   5.000
4 – No resgate da aplicação – 31/03/20X1
D – Banco (ativo circulante)R$    77.750
D – Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a recuperar (ativo circulante)      R$      2.250 
C – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$    80.000
Tabela 10 – Razonetes
Crédito: Meurer, 2021.
[4]
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Como estamos diante de um título prefixado, no qual a rentabilidade é conhecida
antecipadamente, é possível adotar dois padrões de contabilização. O primeiro, recomendado por
Iudícibus e Marion (2019), foi adotado nesse exemplo, em que a rentabilidade da aplicação financeira
é incorporada ao valor da aplicação financeira (R$ 10.000 que foram somados ao valor do título de
R$ 70.000), sendo a contrapartida à conta de receita financeira a apropriar que é uma redutora do
ativo. A receita financeira a apropriar será utilizada como contrapartida à conta de resultado de
receita financeira quando houver a apropriação da receita.
O segundo método, mais simples e menos acurado, consiste em reconhecer na conta de
aplicação financeira somente o valor de aquisição do título e, nos meses que houver a apropriação
do valor da receita financeira, realizar o débito na conta de aplicação financeira e o crédito na conta
de receita financeira. Esse método foi utilizado no primeiro tema, quando exemplificamos os
lançamentos contábeis referentes aos instrumentos financeiros.
Cabe destacar que realizamos o lançamento do Imposto de Renda Retido na Fonte e lançamos
na conta de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a recuperar do grupo ativo circulante, pois
empresas do regime tributário lucro real e lucro presumido podem deduzir esse valor do imposto de
renda a ser recolhido para o Fisco. Se a Vírus da Grife fosse do regime tributário Simples Nacional,
então não haveria a possibilidade da dedução desse valor e o lançamento do imposto de renda seria
realizado a débito contra uma conta de despesa com tributos.
Tabela 11 – Contas redutoras
Contas redutoras: são também denominadas de contas retificadoras e são utilizadas para ajustar
o saldo do ativo, passivo, patrimônio líquido ou das contas de resultados a fim de propiciar uma
informação mais fidedigna acerca da realidade da empresa. Essas contas têm natureza contrária ao
grupo ao qual pertencem, se do ativo, sua natureza é a crédito, se contas do passivo, sua natureza
é a débito, e assim por diante. Como exemplo de contas retificadoras, temos os encargos ou juros
a transcorrer, receita financeira a apropriar, depreciação acumulada, capital a integralizar, entre
outras.
Fonte: Meurer, 2021. Crédito: Popicon/Shutterstock.
5.2 APLICAÇÕES FINANCEIRAS PÓS-FIXADAS
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Agora, vamos analisar um exemplo de contabilização de um título com rentabilidade pós-fixada.
Considere que a Vírus da Grife possuía R$ 70.000 em caixa, seus administradores decidiram adquirir
em 31/01/20X1 um título pós-fixado com resgate para dois meses a um custo de R$ 70.000, sendo
que a rentabilidade é atrelada à taxa de rendimento do CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
Portanto, os lançamentos contábeis a serem realizados são os seguintes:
1 – Na aquisição do título – 31/01/20X1
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                          R$ 70.000
C – Banco (ativo circulante)                                                                                R$ 70.000      
Em 28/02/20X1, foi verificado que a rentabilidade do CDI rendeu R$ 700 para a Vírus da Grife.
2 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 28/02/20X1
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$         700
C –  Receita Financeira (resultado)                                                                   R$         700
Em 31/03/20X1, foi verificado que a rentabilidade do CDI rendeu R$ 800 para a Vírus da Grife.
3 – Reconhecimento da rentabilidade do título – 31/03/20X1
D – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$         800
C – Receita Financeira (resultado)                                                                    R$         800
4 – No resgate da aplicação – 31/03/20X1
D – Banco (ativo circulante)                                                                              R$    71.162,50
D – Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) a recuperar (ativo circulante)      R$         337,50 
C – Aplicação Financeira (ativo circulante)                                                        R$    71.500
Tabela 12 – Razonetes
[5]
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Fonte: Meurer, 2021.
Perceba que a contabilização de uma aplicação financeira pós-fixada não envolve a conta de
receita financeira a apropriar, visto que no momento da aquisição do título, não é conhecida a sua
rentabilidade e, portanto, o reconhecimento da receita ocorrerá diretamente na conta da aplicação
financeira em contrapartida a uma conta de receita financeira.
5.3 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS PREFIXADOS
Já sabemos que os empréstimos e financiamentos prefixados são aqueles em que os encargos
financeiros são conhecidos no momento da concessão dos recursos. Portanto, se a Vírus da Grife
adquirir um empréstimo de R$ 100.000 em 31/12/20X1 para ser liquidado em três meses, incidindo
R$ 4.000 de juros por mês (R$ 4.000 x 3 = R$ 12.000 de juros no total), os lançamentos contábeis
realizados nesse tipo de operação serão os seguintes:
1 – Na aquisição do empréstimo – 31/12/20X1
D – Bancos (conta movimento) (ativo circulante)                                               R$ 100.000
D – Encargos financeiros a transcorrer (passivo circulante – redutora)                R$   12.000
C – Empréstimos a pagar (passivo circulante)                                                   R$ 112.000     
2 – Apropriação dos encargos financeiros de janeiro – 31/01/20X2
D – Despesa financeira (resultados)                                                                 R$     4.000
C –  Encargos financeiros a transcorrer (passivo circulante – redutora)               R$     4.000     
3 – Apropriação dos encargos financeiros de fevereiro – 28/02/20X2
D – Despesa financeira (resultados)                                                                 R$     4.000
C –  Encargos financeiros a transcorrer (passivo circulante – redutora)               R$     4.000
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3 – Apropriação dos encargos financeiros de março – 31/03/20X2
D – Despesa financeira (resultados)                                                                 R$     4.000
C –  Encargos financeiros a transcorrer (passivo circulante – redutora)               R$     4.000
4 – Liquidação do empréstimo – 31/03/20X2
D – Empréstimos a pagar (passivo circulante)                                                   R$ 112.000
C – Bancos (conta movimento) (ativo circulante)                                               R$ 112.000
Tabela 13 – Razonetes
*Considere que a empresa possuía R$ 20.000 de saldo na conta banco.
Fonte: Meurer, 2021.
Perceba que da mesma forma que nas aplicações financeiras prefixadas, nos empréstimos e
financiamentos prefixados também é utilizada uma conta redutora que permite a apropriação dos
juros de forma mais acurada. Portanto, apesar de ter sido reconhecido R$ 112.000 de empréstimos a
pagar, a conta redutora de encargos a transcorrer indica que desses R$ 112.000 há um total de R$
12.000 a ser reconhecido no decorrer do período como despesas financeiras.
5.4 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS PÓS-FIXADOS
No caso dos empréstimos e financiamentos pós-fixados, os encargos financeiros são conhecidos
de forma posterior, seja a cada período determinado em contrato ou somente no momento da
liquidação da obrigação. Portanto, no caso de empréstimos efinanciamentos pós-fixados, o uso da
conta de empréstimos e financiamentos a transcorrer torna-se inviável.
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Suponha que a Vírus da Grife tenha contratado um empréstimo de R$ 100.000 em 31/12/20X1
para pagamento em parcela única após seis meses, sendo que a taxa de juros do período é de 3% e a
inflação foi de 2% (31/12/20X1 a 30/06/20X2). Os lançamentos contábeis serão os expostos a seguir:
1 – Na aquisição do empréstimo – 31/12/20X1
D – Bancos (conta movimento) (ativo circulante)                                               R$  100.000
C – Empréstimos a pagar (passivo circulante)                                                   R$  100.000    
2 – Liquidação do empréstimo – 31/06/20X2
– Cálculo das despesas financeiras
R$ 100.000 x 2% de inflação = R$ 102.000
R$ 102.000 x 3% de juros = R$ 105.060
– Reconhecimento da despesa financeira
D – Despesa financeira (resultado)                                                                   R$      5.060
C – Encargos financeiros de empréstimos a pagar (passivo circulante)                 R$      5.060
– Pagamento do empréstimo e dos encargos financeiros
D – Empréstimos e financiamentos a pagar (passivo circulante)                         R$  100.000
D – Encargos financeiros de empréstimos a pagar (passivo circulante)                 R$      5.060
C – Bancos (conta movimento) (ativo circulante)                                               R$  105.060
Tabela 14 – Razonetes
Fonte: Meurer, 2021.
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A depender das práticas contábeis da empresa, pode ser interessante separar a despesa
financeira em subcontas que evidenciem o valor dos juros separado da variação monetária
provocada pela inflação. Essa informação também pode ser exposta em notas explicativas.
Tabela 15 – Como o tema é cobrado nas provas
Nas provas...
(FBC – 2014 – Exame de Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade)
Uma Sociedade Empresária contraiu, em 30.6.2014, um empréstimo, para pagamento em 6 meses, no valor de R$24.000,00.
Foi descontada, no ato da liberação do referido empréstimo, a importância de R$2.000,00, a título de juros relativos ao
contrato de empréstimo.
a) DÉBITO          Bancos Conta Movimento – Ativo R$22.000,00
DÉBITO             Juros a Transcorrer – Passivo R$2.000,00
CRÉDITO           Empréstimos a Pagar – Passivo R$24.000,00
b) DÉBITO             Bancos Conta Movimento – Ativo R$24.000,00
CRÉDITO           Juros a Transcorrer – Passivo R$2.000,00
 CRÉDITO          Empréstimos a Pagar – Passivo R$22.000,00
c) DÉBITO            Bancos Conta Movimento – Ativo R$24.000,00
CRÉDITO          Despesas Financeiras – Resultado R$2.000,00
CRÉDITO          Empréstimos a Pagar – Passivo R$22.000,00
d) DÉBITO             Bancos Conta Movimento – Ativo R$22.000,00
DÉBITO             Despesas Financeiras – Resultado R$2.000,00
CRÉDITO           Empréstimos a Pagar – Passivo R$24.000,00
A empresa possui uma obrigação de curto prazo no valor de R$ 24.000, visto que os recursos foram adquiridos via
empréstimos. Nota-se que houve o desconto de R$ 2.000 referente aos juros da operação, o que implica na entrada de R$
22.000 na conta bancária (R$ 24.000 empréstimo - R$ 2.000 juros = R$ 22.000 depositados na conta bancária). Como os
juros devem ser reconhecidos ao longo dos meses seguindo o regime de competência, então os R$ 2.000 deverão ser
reconhecidos inicialmente na conta de Juros a Transcorrer, que é uma conta redutora do passivo.
Portanto, o gabarito é a letra A.
TROCANDO IDEIAS
Vimos, nesta aula, as classificações e os tratamentos contábeis direcionados para aos
instrumentos financeiros, aplicações financeiras, empréstimos e financiamentos. Nesse sentido,
procure as demonstrações contábeis de uma empresa listada na bolsa de valores Brasil, Bolsa, Balcão
[B]3 e apresente um exemplo de aplicação financeira reconhecida no Balanço Patrimonial da
organização. Esperamos a sua participação em nosso fórum.
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NA PRÁTICA
1. A indústria de calçados Meu Sapato Favorito aplicou no dia 28/02/20X1 a quantia de R$
100.000 em um ativo financeiro mensurado ao custo amortizado e que será resgatado
após 12 meses. Sabe-se que o título possui uma rentabilidade de 1% ao mês e que em
31/03/20X1 o título possuía um valor de mercado de R$ 101.500. Com base nessas
informações, assinale a alternativa correta referente às contas patrimoniais em
31/03/20X1:
a. A conta de aplicação financeira possui um saldo de R$ 101.500
b. Houve o reconhecimento de R$ 1.500 na conta de ajuste de avaliação patrimonial
c. Houve o reconhecimento de R$ 1.500 de receita financeira
d. A conta de aplicação financeira possui um saldo de R$ 101.000
e. A conta de aplicação financeira possui um saldo de R$ 100.000
2. Realize a associação entre os modelos de negócios de instrumentos financeiros e as suas
características:
I. Custo amortizado
II. Valor justo por meios de outros resultados abrangentes (VJORA)
III. Valor justo por meio do resultado (VJR)
( ) Modelo aplicado em ativos financeiros que não são mensurados pelo custo amortizado
nem pelo valor justo por meios de outros resultados abrangentes.
(  ) Modelo aplicado para ativos financeiros mantidos sob um modelo de negócios cujo
objetivo é atendido tanto com o recebimento de fluxos de caixa contratuais como com a
venda dos ativos.
(  ) Modelo aplicado para ativos financeiros mantidos sob um modelo de negócios cujo
objetivo é manter os ativos para receber seus fluxos de caixa contratuais.
3. Avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
I. O reconhecimento das receitas financeiras a transcorrer das aplicações financeiras para
títulos prefixados é importante e viável.
PORQUE
II. Torna a informação contábil mais acurada e é possível, pois para títulos prefixados, há
como identificar a rentabilidade do título no momento da sua aquisição.
a. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa
correta da I
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b. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I
c. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa
d. A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira
e. As asserções I e II são proposições falsas
O gabarito para as atividades propostas pode ser consultado ao final deste material.
FINALIZANDO
Aprendemos nesta aula que há inúmeros tipos de instrumentos financeiros e estes são
classificados e mensurados de acordo com o modelo de negócio da entidade. Vimos também que as
operações financeiras fazem parte do dia a dia das organizações e são capazes de gerar instrumentos
financeiros para a organização. Adiante, aprendemos os diferentes tipos de aplicações financeiras,
empréstimos e financiamentos e também como realizar a contabilização dessas operações.
Recomendamos que você realize a leitura dos CPCs sugeridos, revise o material, resolva os exercícios
propostos e continue buscando conhecimento nesta área tão envolvente que é a contabilidade!
REFERÊNCIAS
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. (R2) – Demonstração dos Fluxos de Caixa.
Aprovado pela Deliberação CVM, 641, 2010.
______. 48 – Instrumentos financeiros. Aprovado pela Deliberação CVM, 763, 2016.
GELBECK, E. R. et al. Manual de Contabilidade Societária. 1. ed. São Paulo: Gen/Atlas, 2018.
GRENDENE. Informações Financeiras. 2020. Disponível em:
<http://ri.grendene.com.br/PT/Informacoes-Financeiras/Demonstracoes->. Acesso em: 24 jun. 2021.
IUDÍCIBUS, S. de.; MARION, J. C. Contabilidade Comercial. 11. ed. São Paulo: Gen, 2019.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade Comercial. 19. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
SALOTTI, B. et al. Contabilidade Financeira. 1. ed. São Paulo: Gen/Atlas, 2019.
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GABARITO
1. Como o ativo financeiro é mensurado ao custo amortizado, então não há reconhecimento da
variação do valor justo desse ativo. Portanto, em 31/03/20X1 somente será reconhecida a
receita financeira de R$ 1.000 em contrapartida à conta de aplicação financeira. Logo, o
gabarito é a letra D, pois no ato da aquisição do título, foi realizado um débito na conta de
aplicação financeira no valor de R$ 100.000 e em 31/03/20X1 foi realizado outro lançamento a
débito de R$ 1.000 em aplicação financeira, totalizando um saldo final de R$ 101.000.
2. A sequência correta é III, II, I.
3. A assertiva I é verdadeira, pois para títulos prefixados é importante e é possível reconhecer a
receita financeira a transcorrer, visto que ao conhecer a taxa de retorno de forma antecipada, é
possível identificar a rentabilidade dessa aplicação e, consequentemente, definir o valor da
receita financeira a transcorrer, tornando a contabilização mais acurada. Portanto, o gabarito é a
letra B.
 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180
dias.
 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180
dias.
 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180
dias.
 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180
dias.
 Alíquota de 22,50% sobre o rendimento, visto que o título foi resgatado com menos de 180
dias.
[1]
[2]
[3]
[4]
[5]
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CONTABILIDADE GERAL
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Prof. Alison Martins Meurer
CONVERSA INICIAL
Nesta aula, vamos aprender importantes temas relacionados à contabilidade, como os tipos de
investimentos, elementos do ativo imobilizado, depreciação e exaustão, aspectos do ativo intangível,
amortização e teste de recuperabilidade (teste de impairment).
Vamos continuar nossos estudos nos aventurando nos exemplos da Petter Pão S. A. com o
auxílio de fluxogramas e informações adicionais que você poderá consultar na seção “Saiba mais”
para a fixação do conteúdo e para auxiliá-lo a esclarecer os conceitos abordados no decorrer deste
material. Procuraremos, na medida do possível, abordar esses conteúdos técnicos de uma maneira
mais fluída e leve.
CONTEXTUALIZANDO
As empresas podem se organizar de diferentes formas. Por exemplo, uma empresa pode
controlar ou participar do quadro societário de outra organização a fim de obter vantagens desse
relacionamento que vão além de recursos originados pela valorização dessa participação ou pelo
recebimento da parcela de lucros. Para isso, algumas tratativas contábeis específicas devem ser
realizadas nesses investimentos, tanto para identificar o tipo de investimento que está sendo
analisado quanto para contabilizar esses valores.
Ademais, as empresas também alocam recursos em ativos utilizados de forma permanente em
suas atividades operacionais ou administrativas. Este é o caso dos ativos imobilizados e ativos
intangíveis. No decorrer do material, vou lhe mostrar como reconhecer e mensurar esses elementos
nos demonstrativos contábeis. Por fim, vamos finalizar esta etapa de estudos abordando os testes de
recuperabilidade com um enfoque específico para os ativos imobilizados e ativos intangíveis.
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TEMA 1 – INVESTIMENTOS
1.1 CONCEITO
O conceito de investimento é intuitivo e de forma cotidiana pode ser definido como a aplicação
de algum recurso com o intuito de obter algo em troca. Por exemplo, neste exato momento você
está investindo o seu tempo realizando a leitura deste texto com o intuito de obter conhecimento e
possíveis benefícios que esse conhecimento possa gerar.
Logo, você pode estar se questionando: se todos os ativos são recursos econômicos e, por sua
vez, um recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos,
então todo o ativo é um investimento? A sua linha de raciocínio não estaria errada, entretanto, em
termos contábeis, o conceito de investimento é um pouco mais restrito. Na contabilidade, dentro do
grupo do ativo não circulante, temos um subgrupo denominado de investimentos e para um ativo ser
reconhecido (lançado) nesse grupo algumas condições devem ser alcançadas.
Basicamente temos que observar a Lei n. 6.404 de 1976, chamada carinhosamente de Lei das
Sociedades Anônimas, que em seu art. 179 define que no subgrupo de investimentos são registradas
as “participações permanentes em outras sociedades e direitos de qualquer natureza, não
classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem a manutenção da atividade da companhia ou
empresa” (Brasil, 1979). Como a nossa conversa está ficando bem técnica, que tal analisarmos
separadamente cada elemento desse conceito com base na Figura 1?
Figura 1 – Valores reconhecidos no grupo de investimentos
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Observando a Figura 1, é possível perceber que os investimentos são participações em outras
empresas de caráter duradouro, ou seja, em que não há uma expectativa de realizar a venda dessa
participação no curto prazo. Mas isso significa que a empresa não possa vender essa participação?
De forma alguma, pois isso pode ocorrer, mas o que estamos analisando é: se nesse momento, a
intenção da empresa é manter tais participações a longo prazo, então estamos diante de um
investimento. Se a empresa colocar essa participação para a venda, então os valores serão
transferidos do grupo de investimentos (ativo não circulante) para o grupo de ativo não circulante
mantido para venda (classificado no grupo ativo circulante) e seguirá as premissas do CPC 31 (Ativo
Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada) (CPC, 2009c).
Também temos nos investimentos as propriedades para investimentos e demais investimentos
permanentes. As propriedades para investimentos são imóveis que não são utilizados nas atividades
usuais da empresa e que estão sob o seu controle com o objetivo de obter ganhos pela sua
valorização, recebimento de aluguéis ou ambas as formas. Da mesma forma, os demais investimentos
permanentes que não são utilizados nas atividades da empresa e que são mantidos com o objetivo
de obter ganhos pela valorização também devem ser reconhecidos neste grupo. Veremos adiante
maior detalhamento de cada grupo.
1.2 INVESTIMENTOS EM OUTRAS SOCIEDADES
Os investimentos em outras sociedades podem ser avaliados e reconhecidos pelo custo de
aquisição a valor justo ou pelo método de equivalência patrimonial (MEP) (Salotti et al., 2019), sendo
que ao longo do curso teremos uma disciplina específica que trata dessa temática. No contexto de
investimentos em outras sociedades, o valor justo se refere ao valor pago (custo) para adquirir
determinada quota, ação ou qualquer outro título de que dê ao investidor uma participação no
patrimônio da investida. No momento da aquisição, o valor justo e o custo de aquisição são
equivalentes, pois o valor pago (valor justo) pela participação em uma sociedade é o próprio custo de
sua aquisição. Entretanto, se a empresa avaliar o investimento pelo valor justo, a variação do valor da
participação societária subsequente à data de aquisição deverá ser reconhecida na contabilidade.
Vamos analisar um exemplo de investimento avaliado a valor justo. Imagine no Cenário 1 que a
Petter Pão S. A. decidiu adquirir em 31/01/20X0, como forma de investimento permanente, o
percentual de 10% das ações da TemPÃO S. A. pelo valor de R$ 1.200.000. Nesse caso, o valor justo
da operação será R$ 1.200.000 e, posteriormente, conforme o valor de mercadodas ações da
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TemPÃO S. A. se alterar ao longo do tempo, então a Petter Pão realizará os ajustes desses valores na
contabilidade seguindo os preceitos do CPC 48 – Instrumentos Financeiros (CPC, 2016).
Vamos visualizar a contabilização desse exemplo iniciando pelo lançamento de aquisição das
ações.
1 - Na aquisição do título – 31/01/20X0
D – Investimento da TemPÃO S. A. (ativo não circulante – Investimento).        R$ 1.200.000
C - Banco (ativo circulante)                                                                             R$ 1.200.000
Suponha que ao final do mês de fevereiro de 20X0, as ações da TemPÃO S. A., que foram
adquiridas pela Petter Pão S. A. como uma forma de investimento permanente, sem o objetivo de
ganho com a valorização dos títulos, tenham um valor de mercado na bolsa de valores de R$
1.300.000, ou seja, houve uma valorização de R$ 100.000 (R$ 1.300.000 – R$ 1.200.000), então o
seguinte lançamento contábil será realizado:
2 – Pela valorização do título – 28/02/20X0
D – Ajuste a valor justo - Investimento na TemPÃO S. A. (ativo não circulante – Investimento)   
                                                                                                         R$    100.000
C – Receita com ajuste a valor justo (resultado)                                               R$    100.000
Tabela 1 – Razonetes
Legenda: si representa o saldo inicial da conta.
Como o investimento da Petter Pão S. A. (investidora) no Cenário 1 é avaliado a valor justo, então
a oscilação do valor de mercado da TemPÃO S. A. é reconhecida no resultado da investidora como
uma receita, no caso de valorização, ou como uma despesa, no caso de desvalorização das ações.
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Saiba mais
Normalmente quando uma empresa possui uma ação ou quota de outra organização e não
exerce influência significante ou controle sobre a investida, tais ações são classificadas no ativo
não circulante no grupo de realizável a longo prazo, pois dificilmente a investidora possui a
intenção de manter esses títulos de forma permanente, ou seja, seu objetivo comumente está
vinculado ao ganho pela valorização do título ou pelo recebimento de dividendos, e não pelo
relacionamento estabelecido com a investida. Por isso, não é tão comum encontrar participações
em outras sociedades de forma permanente avaliados a valor justo no grupo de investimentos.
Outro ponto importante, quando não for possível determinar o valor justo, é que o título
patrimonial ficará reconhecido na contabilidade pelo custo de sua aquisição.
Agora, imagine que, no Cenário 2, a Petter Pão S. A. tivesse que avaliar o investimento na
TemPÃO S. A. pelo método de equivalência patrimonial (MEP). Então na aquisição das ações, a Petter
Pão S. A. reconheceria R$ 1.200.000 e, conforme o patrimônio líquido da TemPÃO S. A. oscilasse, a
Petter Pão S. A. faria os ajustes para refletir as alterações do patrimônio líquido da TemPÃO S. A. na
conta de investimento do seu balanço patrimonial. A título de simplificação, vamos supor que o valor
das ações da TemPÃO S. A. na época da aquisição era igual ao valor contábil do seu patrimônio
líquido, ou seja, a empresa possuía um PL de R$ 12.000.000, sendo que 10% (R$ 1.200.000) foram
adquiridos pela Petter Pão S. A., não sendo reconhecido nenhum valor referente a goodwill ou a
mais-valia na operação. A Figura 2 representa essa operação.
Figura 2 – Cenário 2: investimento avaliado pelo MEP (aquisição)
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Portanto, na aquisição dos títulos patrimoniais (ações), teríamos o seguinte reconhecimento:
1. Na aquisição do título – 31/01/20X0
D – Investimento da TemPÃO S. A. (ativo não circulante – investimento)         R$ 1.200.000
C - Banco (ativo circulante)                                                                             R$ 1.200.000
Em 28/02/20X0, a TemPÃO S. A. realizou o encerramento de seu balanço patrimonial e apurou
um lucro de R$ 200.000 que foi transferido para o PL. Logo, o seu patrimônio líquido passou a ser de
R$ 12.200.000 (R$ 12.000.000 valor anterior somado ao lucro do período de R$ 200.000). Então, a
Petter Pão S. A. deverá ajustar a conta de investimento na TemPÃO S. A. pelo MEP a fim de refletir no
seu balanço patrimonial as modificações ocorridas no PL da investida. Na Figura 3, é apresentada a
modificação do PL da TemPÃO S. A.
Figura 3 – Cenário 2: investimento avaliado pelo MEP (ajuste pelo MEP)
Os R$ 20.000 de resultado com equivalência patrimonial (REP) a ser lançado na conta de
investimento na TemPÃO S. A. é justamente a diferença entre o valor atual da proporção do PL da
investida subtraído do valor já reconhecido no balanço patrimonial da Petter Pão S. A. Logo, se antes
os 10% valiam R$ 1.200.000 (R$ 12.000.000 do PL x 10% de participação) e agora valem R$ 1.220.000
(R$ 12.200.000), então caberá à Petter Pão S. A. fazer um lançamento de ajuste de R$ 20.000 para
refletir essa alteração, conforme apresentado a seguir:
2. Pela alteração do Patrimônio Líquido da TemPÃO – Aplicação do MEP – 28/02/20X0
D – Investimento da TemPÃO S. A. (ativo não circulante – investimento)          R$      20.000
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C – Resultado de equivalência patrimonial – REP (resultado)                            R$      20.000
Tabela 2 – Razonetes
Legenda: si representa o saldo inicial da conta.
Note que, após o reconhecimento da receita de R$ 20.000 apurado pelo MEP, o valor do
investimento reconhecido no balanço da Petter Pão S. A. equivale a exatamente a 10% do valor do PL
da TemPÃO S. A. Portanto, em resumo, o MEP busca equivaler o valor reconhecido na conta de
investimento da investidora com o valor do patrimônio líquido da investida.
Bem, agora você já sabe que há participações em outras sociedades avaliadas pelo valor justo
(ou custo, quando não for possível mensurar o valor justo) e pelo método de equivalência patrimonial
(MEP). Mas, como identificar qual método a ser utilizado? Vamos tratar disso a partir de agora!
Inicialmente, é necessário compreender o tipo de relacionamento existente entre a investidora e
a investida. Esse relacionamento é classificado com base na influência significativa ou no controle que
a investidora exerce sobre a investida, podendo ser
1. pouca ou nenhuma influência;
2. influência significativa;
3. controle em conjunto com outra sociedade; ou
4. controle.
Vamos continuar com o caso da compra de 10% da TemPÃO S. A. (investida) pela Petter Pão S. A.
(investidora). Se a Petter Pão S. A. exercer pouca ou nenhuma influência significativa sobre a TemPÃO
S. A., então o investimento será avaliado e classificado pelo valor justo (na ausência do valor justo, o
reconhecimento nos períodos subsequentes à aquisição será o próprio custo de aquisição da
participação, ou seja, R$ 1.200.000).
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Por sua vez, se a Petter Pão S. A. exercer influência significativa sobre a TemPÃO S. A., então a
investida será uma coligada da investidora e esse investimento será avaliado pelo MEP. Agora, se a
investidora controlar a investida, então a TemPÃO S. A. será uma controlada, o investimento será
avaliado pelo MEP nas demonstrações individuais da investidora (controladora) e haverá a
necessidade de realizar a consolidação das demonstrações contábeis da controladora e da
controlada. Nesse sentido, nas demonstrações individuais, cada empresa irá gerar as suas
demonstrações contábeis, sendo que a Petter Pão S. A. utilizará o MEP para a mensuração e o
reconhecimento do investimento na TemPÃO S. A.
Além disso, como a Petter Pão S. A. e a TemPÃO S. A. são controladora e controlada,
respectivamente, então a Petter Pão S. A. deverá elaborar as demonstrações contábeis, consolidando
os valoresdas contas de ambas as empresas e excluindo os resultados não realizados com terceiros
originados por negócios da companhia com a sua controlada. Por exemplo, se a TemPÃO S. A.
realizou uma venda para a Petter Pão S. A. e a Petter Pão S. A. ainda não vendeu essa mercadoria
para terceiros (não realizou o resultado), então essa operação deverá ser ajustada para que os seus
efeitos não afetem as demonstrações consolidadas gerando resultados contábeis artificiais.
Por fim, se o controle for compartilhado entre duas empresas, por exemplo, a Petter Pão S. A. e a
Bread Pitt S. A. controlam em conjunto a TemPÃO S. A., então o investimento também será avaliado
pelo MEP nas demonstrações de cada controladora, de acordo com a sua participação no capital da
investida. Para ficar ainda mais claro, vamos apresentar essa classificação de forma mais visual na
Figura 4.
Figura 4 – Mensuração e classificação de participações permanentes em outras sociedades de acordo
com o grau de influência significativa ou controle exercido
Fonte: Gelbecke et al., 2018.
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Saiba mais
Influência significativa: possuir mais de 20% do capital com direito a voto da empresa
investida é um indicativo de uma possível influência significativa e/ou se puder comprovar que
exerce influência significativa sobre as principais tomadas de decisões da empresa, mesmo
possuindo participação inferior a 20% do capital da investida. Por exemplo, suponha que
empresa A possua 8% da empresa B. A empresa A ajuda a definir políticas operacionais,
financeiras e participa de indicações de administradores da empresa B. Então, apesar de A não
possuir o percentual mínimo de 20% de B, ela exerce influência significativa sobre B e deverá
avaliar esse investimento em seu balanço patrimonial pelo MEP.
Controle: se a investidora possuir mais de 50% do capital votante da investida ou for o
acionista com o maior percentual das ações da empresa, desde que os demais investidores não
se unam, então tal empresa irá deter o controle da investida. Por exemplo, a empresa Y possui
40% do capital votante da empresa X, os outros 60% estão distribuídos entre as empresas A, B,
C, D, E e F, com 10% cada uma. Portanto, se as demais empresas não se unirem por meio de um
acordo para superar a participação de Y, então Y será a controladora de X.
Você deve estar curioso para ver esses valores num exemplo concreto de balanço patrimonial de
uma empresa. Na Figura 5, é exposto um exemplo de reconhecimento de investimentos realizado
pela Grendene S. A. no balanço patrimonial consolidado de 2020.
Figura 5 – Balanço Patrimonial e notas explicativas da Grendene S. A. no ano de 2020
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Fonte: Grendene, 2020.
Note que a Grendene S. A. possui participações em coligadas e controladas, e quando é
realizada a consolidação das demonstrações contábeis, as interações entre controlada e controladora
são zeradas, inclusive os valores na conta de investimento.
Saiba mais
Agora vamos analisar como esse assunto tem sido cobrado em provas do Exame Nacional
de Desempenho dos Estudantes (ENADE).
INEP 2015 – ENADE – Ciências Contábeis) Conforme o art. 248 da Lei n. 6.404/1976,
atualizado pela Lei n. 11.638/2007 e pela Lei n. 11.941/2009, os investimentos em Controladas,
Coligadas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou que estejam sob
controle comum serão avaliados pelo método de equivalência patrimonial. De acordo com
legislação vigente, para a determinação do valor do investimento por esse método, aplica-se o
percentual de participação no
a. Capital social sobre o valor do lucro líquido da Coligada e da Controlada, não se
computando os resultados não realizados.
b. Capital social sobre o valor do patrimônio líquido da Coligada e da Controlada, somando-
se a esse montante os resultados não realizados líquidos dos efeitos fiscais.
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c. Patrimônio líquido sobre o valor do capital social da Coligada e da Controlada, subtraindo-
se desse montante os resultados não realizados líquidos decorrentes dos efeitos fiscais.
d. Capital social sobre o valor do patrimônio líquido da investidora, subtraindo-se desse
montante os resultados não realizados decorrentes de negócios com a Companhia,
Coligadas ou Controladas.
e. Capital social sobre o valor do patrimônio líquido da Coligada e da Controlada, não se
computando os resultados não realizados decorrentes de negócios com a Companhia,
Coligadas ou Controladas.
Resposta:
Para a determinação do valor do resultado com equivalência patrimonial a ser ajustado, é
necessário dividir o capital social adquirido pelo patrimônio líquido da coligada e da controlada,
sendo excluído os resultados não realizados das operações entre a companhia investidora e as
suas coligadas ou controladas. Portanto, o gabarito é a alternativa E.
Saiba mais
Para mais informações sobre o assunto, sugiro a leitura dos seguintes documentos:
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 18 (R2) - Investimento em Coligada, em
Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, de 2012. CVM, n. 696, 7 de dez.
2012. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pron
unciamento?id=49>. Acesso em: 30 jun. 2021.
_____. CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto, de Aprovado pela CVM, n. 694, 9 nov. 2012.
Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronuncia
mento?id=50>. Acesso em: 30 mjun. 2021.
_____. CPC 36 (R3) – Demonstrações Consolidadas. CVM, n. 698, 7 dez. 2012. Disponível em:
<http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id=67>.
Acesso em: 30 jun. 2021.
_____. CPC 48 – Instrumentos Financeiros. CVM, n. 763, 4 nov. 2016. Disponível em: <http://w
ww.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id=106>. Acesso
em: 30 jun. 2021.
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id=49
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id=50
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id=67
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?id=106
25/04/2023, 23:04 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/45
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Legislativo,
Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.
htm>. Acesso em: 30 jun. 2021.
1.3 DEMAIS INVESTIMENTOS PERMANENTES
Vimos, no início deste tópico, que a Lei n. 6.404 de 1976 define que, no subgrupo de
investimentos, são registradas as “participações permanentes em outras sociedades e direitos de
qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem a manutenção da
atividade da companhia ou empresa” (Brasil, 1976). As participações permanentes em outras
sociedades já abordamos, agora vamos tratar dos outros direitos de qualquer natureza, não
classificáveis no circulante, e que não se destinam à manutenção da atividade da companhia ou da
empresa.
Pense o seguinte: qual é a principal atividade de uma panificadora como a Petter Pão S. A., a
TemPÃO S. A. ou a Bread Pitt S. A.? Espera-se que seja a fabricação e/ou a venda de pães, bolos,
salgados, entre outros tipos de alimentos. Portanto, os valores aplicados em bens não classificados
no ativo circulante e que não são classificados como ativo imobilizado ou ativo intangível, visto que
não são utilizados nas atividades operacionais da empresa, acabam figurando no grupo de
investimentos.
Entre os principais exemplos de outros investimentos permanentes, temos as propriedades para
investimentos, que são imóveis adquiridos com a finalidade de obter ganhos pela valorização, pela
renda, como o recebimento de aluguéis, ou

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