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Luciana Brites 1ª Edição Direção e Coordenação GeralDireção e Coordenação Geral Luciana Brites Equipe Editorial Equipe Editorial Ana Clara dos Reis Tomaelli Fabrícia Cristina Florencio Julia Liranço Muniz Roselaine Pontes de Almeida Ilustração, IconografiaIlustração, Iconografia e Diagramaçãoe Diagramação Gabriela Naomi Umezu Oliveira Luke Boaro Almeida Machado Revisão OrtográficaRevisão Ortográfica Ana Clara dos Reis Tomaelli Copyright © 2021 by Luciana Brites Todos os direitos desta edição são reservados à Editora NeuroSaber. Av. Ayrton Senna da Silva, 600, sala 602. Londrina, PR – 86050-460 Telefone: (43) 3361-6750 Email: editoraneurosaber@neurosaber.com.br Brites, Luciana Estimulação Multissensorial: Por que ela é importante?. / Luciana Brites. – 1. ed. – Londrina, PR : Editora NeuroSaber, 2021. 1. Alfabetização. 2. Ensino. 3. Educador – Londrina (PR). I. Título. Dados Internacionais de Catálogo na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) O Estimulação Munltissensorial foi preparado com muito carinho pela Equipe NeuroSaber, especialmente para você! Por isso, lembre-se de que é vedada a reprodução, total ou parcial, do conteúdo contido neste livro digital, nos termos da Lei nº 9.610/98. Esperamos que você faça bom uso desta obra. Aproveite! Um grande abraço, Equipe NeuroSaber BEM-VINDO A ESTE MATERIAL! 5 Estimulação Multissensorial A abordagem multissensorial visa estimular a alfabetização de forma explícita e ocorre basicamente através de dois fatores: biológico e ambiental. Os maiores benefícios dessa metodologia de ensino são a fluência da aprendizagem e a fixação da memorização. Ela auxilia no processo de ensino-aprendizagem tanto dos alunos típicos quanto daqueles que possuem algum tipo de transtorno, favorecendo o processo de inclusão escolar. O cérebro é o órgão responsável por estruturar e processar os nossos sentidos. O ser humano é pautado, desde o início do seu de- senvolvimento, em questões sensoriais. Começamos a aprender ain- da no útero, onde recebemos estímulos auditivos e motores. Já a vi- são é o último elemento a se desenvolver, ocorrendo somente após o nascimento. Estimulação Multissensorial: Por que ela é tão importante na alfabetização? Cérebro: Processador e organizador Quando interpretamos as sensações, passamos a ter percepções. A percepção, portanto, é a interpretação das sensações, como quando identificamos se algo está quente ou frio, por exemplo. O cérebro trabalha muito bem quando a audição e o movimento são estimulados, consideran- do que cada área tem um processamento específico. 6 Estimulação Multissensorial A abordagem de ensino multissensorial possibilita que várias vias sensoriais sejam ativadas, visto que o aluno consegue ouvir, ver e fazer (movimentar e colocar a aprendizagem em prática). Assim, aumentam as possibilidades de aprendizagem, já que quanto mais áreas são estimuladas, maior é a atenção e a memória do aluno. Desse modo, utilizar a abordagem multissensorial possibilita que o aluno tenha diversas áreas do cérebro estimuladas, o que acarreta em uma aprendizagem muito mais fácil, visto que os estímulos e sensações ficam impressos no cérebro. Para que o neurodesenvolvimento ocorra de maneira adequada, é imprescindível que estimulemos as habilidades de movimento, audição e visão da criança, desde o nascimento até os 7 anos de idade. Se a criança apresenta muitas dificuldades na habilidade auditiva, por exemplo, as habilidades visuais e motoras podem suprir essa falta. Isso porque, ao contemplarmos todas as habilidades através da abordagem multissensorial, a criança terá várias áreas do cérebro estimuladas e, dessa forma, o processo de aprendizagem será facilitado. Afinal, o que é estimulação multissensorial? Segundo SEABRA & DIAS (2011), no que diz respeito à alfabetização, este procedimento busca combinar diferentes modalidades sensoriais no ensino da linguagem escrita às crianças. Assim, ele facilita a leitura e a escrita ao estabelecer a conexão entre aspectos visuais (forma ortográfica da letra ou da palavra), aspectos auditivos (a forma fonológica), aspectos táteis e cinestésicos da grafia (os movimentos necessários para escrever letras e palavras) e aspectos cinestésicos da articulação (os movimentos e posições necessários para pronunciar sons e palavras). 7 Estimulação Multissensorial Muitos estudos científicos apontam a importân- cia da escrita em detrimento do uso de tablets, já que o ato de escrever com o lápis no papel, estimula várias áreas do cérebro de forma ampla, pois deman- da muito esforço dessas áreas cognitivas. O fato de o movimento ser difícil de ser realizado, faz com que ele também seja difícil de ser esquecido. PARA SABER MAIS: Alguns estudiosos renomados estudam o conceito de métodos multissensoriais há algum tempo, como Maria Montessori, Fernald e Keller e Orton. Esse último foi precursor em programas de intervenção em crianças com dislexia usando a abordagem multissensorial, passando o dedo nas letras e tocando várias superfícies, por exemplo. A maior parte dos métodos multissensoriais partem de unidades mínimas (do nível da letra), para unidades mais complexas (nível da palavra e depois da frase) e apresentam mais sucesso com crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem. Métodos Multissensoriais 8 Estimulação Multissensorial Alguns princípios orientam a prática do método multissensorial, são eles: Audição: Ênfase nos sons das letras e na forma fonológica das palavras; Visão: Ênfase na forma visual de letras e palavras, podendo usar cores e tamanhos diferentes e apresentação das letras maiúsculas e minúsculas, imprensa e cursiva, no momento certo; Cinestesia - traçado: Ênfase no traçado da letra /palavra, por exemplo: usando letras com setas desenhadas que indicam a direção do movimento correto para a grafia. Nessa habilidade o olho e mão são correlacionados, visto que o olho guia a mão. Tátil: Ênfase na memória tátil da forma das letras/palavras, usando texturas diferentes, por exemplo; Articulação: Ênfase na memória articulatória das letras/palavras, de forma consciente e intencional. A abordagem multissensorial, além de relacionar várias áreas do cérebro, também faz com que ele fique em alerta. Usando a audição, visão e sistema motor de maneira simultânea, a probabilidade de se prestar atenção é maior, pois é algo que demanda foco e sustentação do foco pela criança. Princípios 9 Estimulação Multissensorial MORAES (2012) diz que a alfabetização é um processo cognitivo inicial para compreensão da leitura e ocorre através do ensino de habilidades de leitura e escrita, por meio de um sistema alfabético e mapeamento dos sons da fala com sinais gráficos. Ler implica em um sistema mental de tratamento da informação escrita. Ou seja, para que esse processo ocorra, é necessário que haja uma mediação ativa e o estímulo das áreas necessárias, considerando ainda que é um conceito abstrato (que não é concreto) e por isso necessita de estímulos multissensoriais. Os principais elementos da alfabetização são: No dia-a-dia da alfabetização em sala de aula, o professor deve fazer uso da abordagem multissensorial, estimulando as áreas auditivas, visuais e motoras, para que a aprendizagem seja eficaz. Fonemas: os fonemas são difíceis de serem pronunciados separadamente e não são intuitivos. Por isso, devem ser ensinados de forma direta e explícita, dando preferência por começar por aqueles que possibilitam melhor percepção sonora. É essencial que utilizemos mecanismos concretos de ensino e pistas sensoriais para que esses sons (conceitos) sejam fixados pelos alunos, como a abordagem multissensorial. O professor pode emitir o som, escrever a letra e passar o dedo, por exemplo. Letras: as letras são representações gráficas (símbolos) e podem ser divididas em grafema, representação de um fonema (visual/imagem da letra) e fonema,representação do som da fala. Alfabetização 10 Estimulação Multissensorial Em 2017, foi realizada uma pesquisa em Ribeirão Preto – São Paulo, intitulada “Programa Multissensorial / Fônico: efeitos em pré- escolares em risco de apresentarem dificuldades de alfabetização.” O intuito do estudo foi avaliar os resultados de um programa multissensorial com ênfase fônica sobre o desempenho em consciência fonológica (CF), conhecimento das letras (CL) e habilidades iniciais de leitura e escrita em pré-escolares. Participaram do estudo 36 alunos de uma Pré-Escola Municipal com idade média de 5 anos. O delineamento do estudo consistiu em pré-teste e pós-testes 1 e 2. As crianças que no pré-teste obtiveram resultados inferiores nas provas, foram consideradas em risco para apresentar dificuldades na alfabetização. Habilidades de leitura e escrita também foram mensuradas. Os participantes foram distribuídos aleatoriamente em grupo multissensorial (GM) e grupo controle (GC). O GM participou de três sessões de intervenção semanais, durante quatro meses, totalizando 48 sessões. O CG realizou atividades alternativas. Os resultados indicam efeitos significativos da intervenção para as crianças do grupo de risco, para todas as habilidades avaliadas, sugerindo a eficácia do programa para prevenir dificuldades na alfabetização. A estimulação multissensorial beneficia tanto os alunos que apresentam dificuldades como os que não apresentam. A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) traz em seu texto a necessidade da estimulação multissensorial no processo de alfabetização, explorando o corpo e percebendo as diferentes formas e movimentos, por exemplo. Essa abordagem é de extrema importância para a alfabetização porque consegue trabalhar tanto os requisitos anteriores, como o processo de alfabetização, ajudando todas as crianças a aprenderem, visto que as informações entram por várias vias e a aprendizagem se torna lúdica, ajudando a criança a melhorar o nível de atenção e de memória e fazendo com que a aprendizagem aconteça efetivamente. Estimulação multissensorial: evidência científica 11 Estimulação Multissensorial Dicas de Atividades Multissensoriais 1. Passar o dedo indicador na letra e trabalhar o som. 2. Formar letras no chão com uma corda e pedir para criança andar em cima. 3. Fazer as letras vazadas em folhas e pedir para criança preencher a letra com, massinha de modelar; areia, sal, grãos (arroz e feijão). 12 Estimulação Multissensorial Dicas de Atividades Multissensoriais 4. Separar uma quantidade de areia e pedir para criança fazer a letra com o dedo indicador. 5. Fazer letras em EVA para a criança manusear. Lembre-se de fazer o som da letra que a criança estiver explorando em cada atividade, isso é muito importante. 13 Estimulação Multissensorial Sebra, A., & Dias, N. (2011). Métodos de alfabetização: delimitação de procedimentos e considerações para uma prática eficaz. MORAIS, José. Alfabetizar para a democracia. Penso Editora, 2014. MORESCHI, Mariana dos Santos Moretto; BARRERA, Sylvia Domingos. Programa Multisensorial/Fónico: Efectos en niños preescolares en riesgo de presentar dificultades de alfabetización. Psico, v. 48, n. 1, p. 70-80, 2017. Referências MUITO OBRIGADO ABRAÇOS, EQUIPE NEUROSABER! SIGA NAS REDES SOCIAIS CLICANDO ABAIXO Este programa é exclusivo para alunos NeuroSaber, e é proibido a sua cópia e/ou reprodução parcial e/ou total, conforme os termos da Lei 9.610/98. http://www.youtube.com/channel/UCghJZXv-Cg90zgdeTZCt_-A http://www.instagram.com/neurosaberoficial https://www.facebook.com/neurosaber