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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EAD FACULDADE do MACIÇO de BATURITÉ FMB Metodologia do Trabalho Científico Edilson Silva Castro Francisco Edmar de Sousa Silva Jéssyca lages de Carvalho Castro Faculdade do Maciço de Baturité Edilson Silva Castro Francisco Edmar de Sousa Silva Jéssyca lages de Carvalho Castro Metodologia do Trabalho Científico Introdução A pesquisa no meio acadêmico, especialmente nos cursos graduação e de pós-graduação, é fundamental para que o aluno seja capaz de buscar respostas para os grandes questionamentos que estão subjacentes ao seu campo especíco de conhecimento, dentro do grande mundo que a ciência. Os conhecimentos adquiridos ao longo das pesquisas realizadas ao longo da trajetória acadêmica são de grande valia para o exercício prossional com excelência. Levadas a cabo com seriedade, são capazes de despertar o espírito investigativo e a busca por soluções para os mais variados problemas que surgem no cotidiano laboral. Em mundo cada vez mais globalizado e complexo não se admite uma postura prossional estática e sem a preocupação com a busca constante pelo conhecimento e por métodos inovadores que auxiliem na construção de empresas mais competitivas. A presente explanação se coloca dentro de macrocontexto de análise e propõe, como objetivo geral, a compreensão dos conceitos básicos sobre a ciência, reexões sobre o método cientíco utilizado para elaboração de textos e pesquisa, obedecendo ao que rezam as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas e Técnicas). Os objetivos especícos que norteiam a produção do presente texto orbitam em torno do desejo de despertar o espírito investigativo do aluno, ajudando a perceber a realidade da sua atividade prossional de maneira mais ampla, crítica e contextualizada, bem como favorecer a instrumentalização do discente para que ele seja capaz de realizar produções acadêmicas aprofundadas, de modo muito especial, seja capaz de produzir um artigo cientíco. Para tanto se utiliza da classicação, análise, síntese e correlações. A ideia central é buscar leis e princípios que possam ser considerados relativamente universais e que possam ser, de alguma forma, validados no campo da produção acadêmica. Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité 1 NÍVEIS OU TIPOS DECONHECIMENTO HUMANO O conhecimento, de qualquer natureza, não nasce do acaso. Ele precisa ser cuidadosamente gestado. O que ocorre de fato é uma verdadeira construção do conhecimento. Em sendo assim, é preciso que se compreenda que o conhecimento é produzido a partir da relação que o sujeito estabelece, individualmente ou socialmente, com um determinado objeto. É a partir dessa relação que o conhecimento é produzido. Ademais, cabe destacar que nenhum tipo de conhecimento pode se sobrepor ou menosprezar o outro, se arrogando no direito de ser detentor da verdade universal. O respeito por outros tipos de conhecimento auxilia a humanidade na consolidação da percepção de que a realidade pode ser vislumbrada de várias maneiras. O conhecimento tem como fontes primeiras de sua construção: sensações, percepção, imaginação, memória, linguagem, raciocínio, observação, experiências acumuladas ao longo da vida, crenças religiosas, relacionamentos e as diferentes fontes de leitura. Dentro desse contexto, existem pelo menos quatro níveis ou tipos de conhecimento: empírico, teológico, losóco e cientíco. O conhecimento empírico também pode ser chamado de conhecimento vulgar, popular ou senso comum. Esse tipo de conhecimento adquire-se ao longo da vida cotidiana, quase sempre ao acaso, através das complexas e continuas interações humanas e sociais. Nesse sentido, é assistemático, estando relacionado diretamente com crenças, valores e tradições herdadas culturalmente. É salutar destacar que do conhecimento do senso comum podem nascer grandes questões que podem ser resolvidas pela ciência. Muito embora ele não seja capaz de conceder respostas sistemáticas e metódicas à realidade não é um conhecimento que deve ser descartado à priori. Entretanto, o pesquisador deve aos poucos ir saindo de um tipo de curiosidade ingênua (que nasce do senso comum, da sua vivência cotidiana) para uma curiosidade epistêmica (curiosidade cientíca), que o levará a compreender a realidade sempre de uma maneira renovada. O conhecimento teológico é um conhecimento sistematizado, mas não se propõe a esclarecer questões da realidade cientíca. Esse não, denitivamente, o seu campo de ação. Ele se atém as coisas voltadas à divindade. Por isso, por mais que o estudo teológico exija uma certa racionalidade ele também demanda uma certa atitude de fé. Por isso, a teologia, como conhecimento sistematizado pelos teólogos, sempre estará vinculado a um “deus”. O conhecimento losóco se caracteriza pela abstração intelectual e pela universalidade do seu pensamento. Está muito mais preocupado em reetir sobre as grandes questões universais que envolvem a humanidade do que propriamente encontrar respostas denitivas para as questões levantadas. Não obstante não esteja empenhado em descortinar de forma denitiva os grandes dilemas humanos e muito menos ser um conhecimento aplicado, é presumível compreender o conhecimento losóco como aquele que dota o homem de condições de entendimento melhor balizado da vida e do sentido da vida. Para deixar claro algumas das grandes questões envolvidas no conhecimento losóco Cervo e Bervian (2002) apresentam alguns exemplos: A máquina substituirá o homem? As conquistas espaciais comprovam o poder ilimitado do homem? O que é valor hoje? Não existem respostas prontas e acabadas para a maior parte dessas indagações, mas o simples fato delas serem levantas elucida muitos aspectos da realidade humana. Faculdade do Maciço de Baturité O conhecimento cientíco é, por excelência, um conhecimento sistemático e metódico. É também um conhecimento próximo ao exato e que busca compreender de forma aprofundada os porquês e causas dos fatos e fenômenos que cercam a realidade humana. O conhecimento cientíco reclama, necessariamente, por questionamentos. A partir das elaborações desses questionamentos, em forma de problemas, as explicações passam, de forma sistemática e metódica, a serem buscadas. É importante destacar que muito embora o conhecimento cientíco busque sempre a exatidão ele não pode ser considerado um conhecimento rígido, pronto e acabado. Ele precisa passar, rotineiramente, por revalidações e revisões que sejam capazes de convalidar ou não aqueles dados e explicações que foram levantados. A ciência, por natureza, um processo contínuo de produção de conhecimento. SINOPSE DOS NÍVEIS (TIPOS) DE CONHECIMENTO Empírico Teológico Filosófico Científico Valorativo Reflexivo Falível Assistemático Verificável Inexato Valorativo Inspiracional Infalível Sistemático Não-verificável Exato Exato Não-verificável Sistemático Infalível Racional Valorativo Real Contingente Falível Exato Verificável Sistemático De maneira mais especíca, de acordo com Oliveira (2003), pode-se dizer que: 1. Real (lida com o real, conforme ocorrência dos fatos); 2. Contingente (hipóteses traduzem resultado através da experimentação); 3. Falível (novas proposições podem mudar as teorias existentes); 4. Sistemático (procedimento ordenado forma um sistema encadeado de ideias); 5. Vericável (armações podem ser comprovadas); 6. Exato (a ciência busca se aproximar do exato, sem que isso ocorra de forma rígida). Exercícios 1. Diferencie os níveis de conhecimento: empírico, teológico, losóco e cientíco. 2. Apresente as principais características do conhecimento cientíco. Faculdade do Maciço de Baturité 2 DEFINIÇÃODE CIÊNCIA A ciência surge da necessidade do homem de entender as causas e as consequências dos fatos e fenômenos que sempre o envolveram. O homem sempre nutriu uma necessidade de responder aos grandes questionamentos sobre a sua própria vida e sobre aquilo que o cercava.Na busca constante por desvendar tudo aquilo que o cercava (e a ele mesmo), o homem se deparou, ao longo de um longevo processo de amadurecimento que durou milênios, com a ciência. Entretanto, antes que chegasse a ciência moderna, tal como nós a conhecemos, o homem passou por várias etapas de construção do conhecimento humano. Para cada época, um desao e um problema a ser solucionado; para cada problema que surgiu o homem tentou encontrar uma forma de resolvê-lo. Nesse sentido, foi avançando e aprimorando a sua forma de entender, compreender e analisar a realidade através de sucessivas fases de construção do seu conhecimento. Essas fases podem ser dividas basicamente em: fase do medo, fase do misticismo e fase da ciência. A fase do medo se caracteriza, basicamente, pela ausência de qualquer explicação para os fenômenos. Nessa etapa o homem cava refém do aleatório e não tinha condições concretas de conceder maiores explicações ao que ocorria no seu entorno. A fase do misticismo é caracterizada pela tentativa do homem de explicar tudo a partir das magias, crenças e superstições. Muito embora já representasse um avanço quando comparada com a fase anterior, essa fase ainda carecia de uma sistematização e correspondência com a realidade concreta que só irá se manifestar na fase seguinte. A terceira fase, conhecida como fase da ciência, vai ser caracterizada pela especulação metódica da realidade. A partir desse momento o homem não se encontra mais refém do aleatório ou mesmo das crenças e superstições típicas das fases anteriores. Através de uma busca metódica e sistemática ele procurar desvelar os grandes enigmas que o envolvem e estão subjacentes no seu entorno imediato ou não. O surgimento da ciência moderna, especialmente a partir do século XVIII, e suas posteriores subdivisões, fez com o seu conceito casse eivado de controvérsias, não sendo possível encontrar uma denição consensual ou unanime. Entretanto, compreendendo as diversas alterações que esse conceito sofreu ao longo do seu percurso histórico, é importante compreende-lo como uma forma especíca para que o ser humano chegue ao conhecimento, mas não a única. Quebrar com a lógica que atribui o fazer cientíco aos “gênios” ou pessoas que são “iluminadas” para tarefa tão hercúlea é um dos propósitos da disciplina de metodologia do trabalho cientíco. Qualquer individuo que se propõe a seguir metodicamente os passos propostos pela metodologia cientíca será capaz de produzir ciência. Não se pode, dessa forma, compreender a produção cientíca com algo miraculoso. Ela depende de dedicação, comprometimento e sistematicidade, sempre tendo em vista que a sua maturação demanda tempo e paciência e poderá ser marcada por avanços e retrocessos, típicos de qualquer atividade humana. Assim, ciência tem muito mais ligação com “transpiração” do que com “inspiração”, como muitas vezes somos levados a pensar. Etimologicamente podemos compreender ciência como conhecimento. Entretanto, nem todo tipo de conhecimento, não obstante tenha sua importância para determinado contexto, pode ser considerado ciência, dentro daquilo que se preconiza modernamente. Etimologicamente podemos compreender ciência como conhecimento. Entretanto, nem todo tipo de conhecimento, não obstante tenha sua importância para determinado contexto, pode ser considerado ciência, dentro daquilo que se preconiza modernamente. Em grego, temos três palavras referidas ao fenômeno do conhecimento: doxa, soa e episteme. Doxa signica opinião, isto é, o saber próprio do senso comum, o conhecimento espontâneo l igado diretamente à experiência cotidiana, um claro-escuro, misto de verdade e de erro. Soa é a sabedoria fundada numa longa experiência de vida. É nesse sentido que se diz que os velhos são sábios e que os jovens devem ouvir os seus conselhos. Finalmente, episteme signica ciência, isto é, o conhecimento metódico e sistematizado (SAVIANI, 2000, p. 19). A ciência é um tipo de conhecimento que possui vinculação direta com a forma como é produzido. Nesse sentido pode-se armar que a produção cientíca é intencional e direcionada. Ademais, ela segue regras e normas bem denidas, que devem ser previamente delimitadas de modo claro e objetivo. De um modo mais geral a ciência é uma forma de conhecimento humano, objetivo, racional, sistemático, geral, vericável e falível. A ciência demonstra que é capaz de fornecer respostas dignas de conança sujeitas a críticas. É uma forma de entender, compreender os fenômenos que ocorrem. Na verdade, a ciência é constituída pela observação sistemática dos fatos. Por intermédio da análise e da experimentação, extraímos resultados que passam a ser avaliados universalmente. Para tornar mais compreensível a concepção de ciência é imprescindível que se recorra a algumas denições: “A ciência é um modo de compreender e analisar o mundo empírico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento cientíco através do uso da consciência crítica que levará o pesquisador a distinguir o essencial do supercial e o principal do secundário” (CERVO e BERVIAN, 2002, p. 16). “Trata-se do estudo, com critérios metodológicos, das relações existentes entre causa e efeito de um fenômeno qualquer no qual o estudioso se propõe a demonstrar a verdade dos fatos e suas aplicações práticas. É uma forma de conhecimento sistemático, dos fenômenos da natureza, dos fenômenos sociais, dos fenômenos biológicos, matemáticos, físicos e químicos, para se chegar a um conjunto de conclusões verdadeiras, lógicas, exatas, demonstráveis por meio da pesquisa e dos testes” (OLIVEIRA, 2002, p. 47). Faculdade do Maciço de Baturité Cabe ainda destacar que a ciência possui, necessariamente, um caráter gregário. Ou seja, ela é produzida tendo como fundamento o coletivo/ social e também tem como nalidade o atendimento da coletividade humana e das demais espécies que compõem o nosso planeta. Por ser um conhecimento sistemático a ciência não se resume a “achismos” ou posturas eminentemente pessoais e intransigentes. A responsabilidade que envolve a produção de conhecimento cientíco requer um comportamento ético inarredável e uma conduta cientíca pautada no compromisso de construir uma sociedade mais justa e mais humana. Classificação Reais Formais Lógica eMatemática Da natureza Sociais Fonte: Lakatos; Marcone (2007) TABELA 1 - CARACTERIZAÇÃO, ESQUEMATIZAÇÃO E FUNÇÃO DAS CIÊNCIAS FORMAIS E REAIS Ciências Formais Possui objetos de estudos d e t e r m i n a d o s p o r u m s istema de definição de axiomas mais ou menos explícita (sic) dos sistemas que os originaram. * Esquema casual supõe-se uma dependência de causa e efeito entre os fenômenos * Esquema de mensuração e de Probabilidade Ciências Reais Possui objetos de estudos s u s c e t í v e i s d e s e r e m vinculados a procedimentos regulados por constatações sensíveis e sensitivas. Características * Esquema casual Esquematização por Esquematização por * Esquema funcional * Esquema estrutural * Esquema dialético * Esquema fenomenológico. * Observação Função de raciocínio ou método * Pesquisa quantitativa * Método indutivo * Revisões e avaliações contínuas dos seus resultados. * Observação e quantificação * Experimentação * Método dedutivo * Verificação dos resultados Fonte: Barros, Aidil Jesus da Silveira: Lehfeld, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de Metodologia cientíca: um guia para iniciação cientíca. 2 ed. ampl. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000, p. 49 Faculdade do Maciço de Baturité Por m, cabe destacar algumas características essenciais da ciência, a saber: objetividade, racionalidade, sistematicidade, generalidade, vericabilidade e falibilidade. Sem a clareza desses pilares toda produção cientíca ca comprometida e não cumpre com o seu papel de construção de um mundo melhor e mais justo. Exercícios 1. Dena o que você entende por ciência. 2. A ciência é passívelde crítica? Justique. 3. O que signica dizer que a ciência tem um caráter gregário? Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité 3 MÉTODOSCIENTÍFICOS O método, dentro de qualquer pesquisa acadêmica, é assunto complexo, mas que deve ser enfrentado. A clareza do objeto de estudo e do método são os dois pilares que ajudam a manter e robustecer a pesquisa. Sem eles, evidentemente, a seriedade e a assertividade da pesquisa cam seriamente comprometidas. Por isso, antes de mais nada é necessário denir o que é método cientíco. Método é a ordem atribuída aos processos de pesquisa tendo em vista um determinado m, sempre em busca da verdade. Diz respeito aos meios, passos e processos dentro de uma investigação cientíca. É um instrumento de trabalho / conjunto ordenado de procedimentos. Ele busca entender a realidade (que é complexa e que possui vários níveis e estruturas). Ele se baseia nas técnicas, precisão, previsão e planejamento. Usa a análise, comparação, síntese e os processos mentais da indução e dedução. Tenta-se evitar o acaso, improviso e o “argumento de autoridade”. Não pode ser inventado (depende do objeto de pesquisa). Nas palavras de Lakatos e Marconi (2007) “[...] o método é um conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e e c onomia , p e rmi t e a l c ançar o ob j e t i vo – conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. Não obstante caminhem juntos não é ponderável se confundir método com técnica. As técnicas, em uma denição bem geral, operacionalizam o método. Elas auxiliam o método e estão a ele subordinadas, seguindo diversos passos e etapas dentro do método. Em outras palavras, as técnicas são os meios corretos de executar uma ação. Considerando o conjunto da pesquisa acadêmica existem alguns passos comuns para todo processo de construção cientíca (método), a saber: formular questões, problemas ou hipóteses; observar e mensurar; registrar dados; explicar; generalizar; prever / predizer. Salienta-se, entretanto, que dependendo do tipo de pesquisa (quantitativa ou qualitativa) algumas etapas podem ser suprimidas e outras incorporadas. Existe, do ponto de vista mais genérico, uma quantidade razoável de métodos. Entretanto, tendo em vista o escopo desse trabalho, serão destacados aqueles que mais se destacam: dedutivo, indutivo, hipotético-dedutivo, dialético e fenomenológico. O método dedutivo parte do geral para o particular. Sobre o mesmo exemplo, a autora arma que todos os metais são condutores de eletricidade. A prata é um metal, logo, é condutor de eletricidade. Pelo raciocínio dedutivo, se os metais pertencem ao grupo dos condutores de eletricidade e se a prata conduz eletricidade, necessariamente, entendemos que a prata é um metal. O método indutivo é um procedimento do raciocínio que, a partir de uma análise de dados particulares, encaminhamos para as noções gerais. Como exemplo pode-se citar: partindo da observação empírica de que a prata é minério condutor de eletricidade e que se inclui no grupo dos metais, ela faz, por sua vez, parte dos minérios. Disso se infere, por análise indutiva, que a prata é condutor de eletricidade. O método hipotético-dedutivo tem como foco inicial a descoberta de um problema que desencadeia toda a investigação. A denição desse problema tem que ser clara de modo a garantir a ecácia do método. Quando se tem a clareza do problema passa-se a segunda fase do método que é a observação. Num terceiro momento será necessário formular hipóteses. As referida hipóteses serão testadas e poderão ser corroboradas ou refutadas, ou seja, aceitas ou negadas. Dependendo da situação posta e da resposta das hipóteses aos testes, elas poderão ser reformuladas dando início a um novo ciclo de testes. É um método muito ligado à investigação nas ciências naturais, pois pressupõe experimentação e controle de variáveis. O método dialético se caracteriza, basicamente, pela contraposição de verdades e realidades com outras verdades e realidades. Na dialética clássica do pensador Hegel a confrontação parte de uma realidade tomada como verdade (tese), que quando defrontada com outra realidade tomada também como verdade (antítese) chega-se ao resultado desse confronto (a síntese). Na síntese, para Hegel, existe a superação da contradição. Outro pensador alemão, Karl Marx, acaba por conceder uma nova forma ao pensamento de Hegel, utilizando a dialética para a análise da sociedade capitalista, especialmente voltado para a compreensão das lutas de classes. Criou assim o que se convencionou denominar de dialética marxista ou materialismo histórico-dialético. A dialética marxista correlaciona pensamento e realidade, tentando encontrar as contradições entre eles. DEMAIS TIPOS DE MÉTODOS Método experimental Método observacional Método comparativo Método estatístico Método clínico Método do estudo de caso Método histórico Método tipológico Método etnográfico Método de pesquisa-ação Método Quantitativo Método Qualitativo Por fugir do escopo dessa pesquisa esses métodos não serão aprofundados. Entretanto, dada a importância deles para a compreensão do conjunto dos métodos cientícos, poderá ser realizada uma pesquisa individual domiciliar para ns de elucidação dos referidos métodos. Exercícios 1. O que é método cientíco? 2. O método pode ser “inventado”? Justique. 3. Apresente as principais características do método: a. Indutivo b. Dedutivo c. Hipotético-dedutivo Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité 4 A PESQUISACIENTÍFICA O método, dentro de qualquer pesquisa acadêmica, é assunto complexo, mas que deve ser enfrentado. A clareza do objeto de estudo e do método são os dois pilares que ajudam a manter e robustecer a pesquisa. Sem eles, evidentemente, a seriedade e a assertividade da pesquisa cam seriamente comprometidas. O ato de investigar pode ser entendido, de maneira bem genérica, como uma busca, uma investigação. Ao se dedicar à pesquisa o ser humano se propõe a buscar, de maneira sistematizada, respostas aos seus grandes questionamentos enquanto indivíduo ou enquanto sociedade, sejam eles imediatos ou mediatos. A ciência moderna será alicerçada sobre o ato da pesquisa. Sem uma pesquisa séria e comprometida eticamente não existe nenhuma possibilidade de que o conhecimento cientíco seja construído. “Pesqu i sa c i en t íca é um con junto de procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrar soluções para os problemas propostos mediante o emprego de métodos cientícos”. (ANDRADE, 2001) Entretanto, a pesquisa cientíca não se constitui numa etapa fácil da construção conhecimento cientíco, pois: “...no início de uma pesquisa ou de um trabalho, o cenário é praticamente o mesmo: sabemos vagamente que queremos estudar tal ou tal problema, mas não sabemos muito bem como abordar a questão. Desejamos que o trabalho seja útil e que possamos chegar ao m, mas temos o sentimento de nos perder antes mesmo de termos começado. O caos original não deve ser fonte de preocupação. Ao contrário, ele é a marca de um espírito inquieto, que não alimenta simplismos e certezas já prontas. O problema é como sair disso”. (QUIVY & CAMPENHOUDT, 1995, p. 10) O começo de uma pesquisa cientíca é sempre um momento de muita incerteza. Esse é um cenário facilmente observável naqueles que se apresentam dispostos a enfrentar o grande desao da pesquisa. Em outras palavras, o iniciante na pesquisa não sabe bem o que pesquisar nem como pesquisar. Esse cenário não deve originar um sentimento de impotência ou mesmo um pensamento de desistência. Deverá ser combustível para uma busca mais renovada em busca de equalizar o problema demandado. É preciso evitar, o tanto quanto possível, três situações que são nefastas a produção de uma pesquisa cientíca sistemática, clara e objetiva:a gulodice livresca ou estatística, o impasse da hipóteses e ênfase obscura. Entretanto, é bastante comum que aquele que se inicia na pesquisa passe por uma, duas ou todas as fases citadas. Na medida em que ocorre o amadurecimento da pesquisa essas situações são dirimidas e objeto de pesquisa se torna mais evidente. Na gulodice livresca ou estatística é muito comum que o aluno recém admitido ao mundo da pesquisa acadêmica entenda que o melhor caminho para a construção de um projeto de pesquisa robusto é uma leitura desesperada e sem sistematicidade de tudo aquilo que encontra na sua frente. Nesse sentido, ele busca, sem uma maior delimitação, uma quantidade gigantesca de livros, artigos, dados e indicadores que, mais tarde, se mostraram completamente inecazes na confecção do projeto de pesquisa. É preciso ter cuidado para que essa etapa não conduza a um processo de desmotivação que, levado ao extremo, poderá favorecer a desistência da construção da pesquisa. Não se deve formular hipóteses ou tentar adiantar possíveis resultados sem antes ter clareza que os dados primários, conhecidos através de uma revisão de literatura, estão relativamente denidos. Agindo assim o novo pesquisador evita o famigerado impasse das hipóteses. A partir da leitura de outros trabalhos que tratam da mesma temática ou de temas pertinentes e relacionados ao propósito geral do trabalho é que será possível estabelecer, com um maior grau de clareza, as hipóteses e objetivos do projeto. A ênfase obscura diz respeito, basicamente, a uma necessidade de autoarmação de quem está sendo iniciado na vida acadêmica. Ela se reete em uma priorização de uma linguagem não muito clara e objetiva. O novo pesquisador tenta se armar utilizando um linguajar difícil, pouco acessível e sem muita utilidade prática que seja capaz de auxiliar na construção de um trabalho de pesquisa melhor denido. Ao permanecer na ênfase obscura o pesquisador permanece na aparência e não se debruça sobre a essência da problemática estudada. Tendo como base essa explanação primária pode-se enveredar para os macroeixos da pesquisa acadêmica, a saber: a ruptura, a construção e constatação. A ruptura diz respeito ao processo de abdicação dos conceitos e ideias preconcebidas. Geralmente quando alguém se dispõe a produzir ciência precisa, primeiramente, se livrar das camisas de força que o conjunto cultural nos impõe. Muito embora esse conjunto de saberes populares ou cientícos não seja naturalmente nefastos ou devam ser a todo custo evitados, eles se constituem em um grande entrave para a construção de um conhecimento novo e que tenha repercussão social. Isso se deve ao fato dessas ideias e conceitos preconcebidos desaguarem, nas raras vezes, em “achismos”, subjetivismos exacerbados ou preconceitos. Construir a ruptura é construir uma ponte que permite o pesquisador sair daquilo que é apenas aparência e ilusório pra caminhar em direção ao real e essencial. O segundo macroeixo é a construção. Nessa etapa, de modo sistemático e metódico, o pesquisador buscará as respostas para a problemática apresentada inicialmente no seu projeto de pesquisa. É uma construção quase que estritamente epistemológica e conceitual. Baseado na racionalidade e na lógica será necessário construir um arcabouço teórico e metodológico capaz de, no curso da pesquisa, ser submetido à prova. Sem essa etapa não existe uma pesquisa cientíca de fato. O terceiro macroeixo diz respeito a possibilidade, quando a pesquisa assim demandar, de os argumentos e dados levantados ao longo da investigação, serem colocados à prova. Se uma pesquisa cientíca não tiver condições, através de vários instrumentos e ferramentas disponíveis, de minimamente ser testada, ela não pode ser considerada de fato uma pesquisa. As questões ou hipóteses previamente levantadas deverão ser, necessariamente, testadas, corroboradas ou refutadas. Faculdade do Maciço de Baturité É imprescindível salientar que não é possível entender esses macroeixos de forma isoladas. Eles devem se comunicar entre si ao longo de toda a pesquisa. Exercícios 1. O que é pesquisa cientíca? 2. Quais são as três situações que podem surgir e os três macroeixos da pesquisa? Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité 5 TIPOS DEPESQUISA A importância de conhecer os tipos de pesquisas existentes está na necessidade de denição dos instrumentos e procedimentos que um pesquisador precisa utilizar no planejamento da sua investigação. O tipo de pesquisa categoriza a pesquisa na sua forma metodológica de estratégias investigativas. Mas é preciso que o pesquisador saiba usar os instrumentos adequados para encontrar respostas ao problema que ele tenha levantado. É na pesquisa que utilizaremos diferentes instrumentos para chegarmos a uma resposta mais precisa. O instrumento ideal deverá ser estipulado pelo pesquisador para se atingir os resultados ideais. Um exemplo prático do cotidiano é: ao se cavar um buraco na areia da praia, é preciso utilizar uma pá. Para fazer um buraco no cimento, é preciso utilizar uma picareta. Nestes casos utilizam-se ferramentas ideais, apropriadas, que darão melhores resultados em relação ao objetivo estimado. Nisso reside a importância de denir o tipo de pesquisa, escolhendo, em decorrência, os instrumentos ideais ao desempenho ótimo. Existem várias formas de classicar as pesquisas, a depender da natureza, da abordagem (assunto), do propósito (objetivo) e dos procedimentos efetivados para alcançar os dados (meio). No que tange à natureza a pesquisa pode ser de dois tipos: básica e aplicada. A pesquisa básica diz respeito produz conhecimentos novos para o avanço da ciência, mas não tem uma aplicação prática prevista. Nesse sentido é uma pesquisa que envolve verdades e interesses difusos e universais, sem a pretensão de ter aplicação imediata. A pesquisa aplicada, por seu turno e como a própria nomenclatura faz referência, é um tipo de conhecimento que é gerado tendo como pressuposto uma aplicação prática, com foco na resolução de problemas previamente denidos. Do ponto de vista da abordagem, as pesquisas podem ser quantitativas ou qualitativas. As pesquisas qualitativas se caracterizam, basicamente, pelo vínculo indissociável entre objetividade e subjetividade. Esse vínculo não pode ser expresso em forma de números, uma vez que a dinamicidade entre o mundo real e o sujeito não é passível de mensuração ou tratamento estritamente numérico. Dessa forma, o ponto forte das pesquisas qualitativas é a interpretação dos fenômenos bem como a atribuição de signicados a eles. Ademais, ela é essencialmente descritiva, o pesquisador é considerado um elemento-chave da produção de conhecimento e o ambiente natural é percebido como fonte primária de informações que irá robustecer a pesquisa. A pesquisa quantitativa, por sua vez, considera que a realidade e os fenômenos podem ser mensurados e quanticados. As opiniões e demais dados podem ser traduzidos em números que posteriormente serão analisados e classicados de acordo com o escopo da pesquisa. Nesse sentido, é um tipo de pesquisa que requer o uso de técnicas e ferramentas estatísticas (percentagem, média, moda, desvio padrão, coeciente de correlação e etc.). De maneira mais especíca pode-se entender pesquisa qualitativa e quantitativa da seguinte forma: “Pesquisa “Qualitativa” lida com fenômenos – do grego phainomenon: aquilo que se mostra, que se manifesta evento cujo sentido existe apenas num âmbi to par t i cu la r e sub j e t ivo ) . Pe squ i sa “Quantitativa” lida com fatos - tudo aquilo que pode se tornar objetivo através da observação sistemática; evento bem especicado, delimitado e mensurável”. (MARTIN; BICUDO, 1989). Quando se considera os objetivos da pesquisa, conforme assinala Gil (1991), as pesquisas podem ser: exploratórias, descritivas ou explicativas. A pesquisa exploratória ostenta um caráter de aprofundamento da temática que se pretendeestudar. Assim, ela mobiliza conhecimento a partir de levantamentos bibliográcos e entrevistas com pessoas que trabalhem com o assunto que se pretende estudar, podendo assumir, em determinados casos, o modelo de estudo de caso. A pesquisa descritiva se assemelha a um levantamento que tem como objetivo precípuo o entendimento e exposição das principais características de uma população, fato ou fenômeno tornando patente a relação existente entre as mais diversas variáveis. Esse tipo de pesquisa demanda, necessariamente, o uso de técnicas de coleta de dados padronizadas, tais como questionário, através de uma observação sistemática e metódica, tendo como nalidade entender da mais maneira mais próxima da realidade a problemática que se propõe estudar. Nas pesquisas explicativas o foco recai na elucidação dos “porquês”, ou seja, das causas que favorecem a ocorrência de determinado fenômeno ou fato. Se a sua aplicação ocorrer na área das ciências naturais requererá, imprescindivelmente, a utilização de experimentos. Se for na seara nas ciências sociais demandará métodos de observação sistemática. PESQUISA EXPERIMENTAL Minayo (2007) e Lakatos et al (1986) informam que quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as variáveis que seriam capazes de inuenciá-lo, denindo as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto. LEVANTAMENTO DE DADOS A pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer (MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986). ESTUDO DE CASO Envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento (MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986). PESQUISA BIBLIOGRÁFICA Quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet (MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986). PESQUISA DOCUMENTAL Quando elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento analítico (MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986). Faculdade do Maciço de Baturité PESQUISA-AÇÃO E PESQUISA PARTICIPANTE Quando concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.Participante se desenvolve a partir da interação entre pesquisadores e membros das situações investigadas (MINAYO, 2007; LAKATOS et al, 1986). Exercícios 1. Porque é importante conhecer os diversos tipos de pesquisa? 2. Qual é a diferença entre pesquisa qualitativa e quantitativa? Elas possuem algo em comum. 3. Escolha 5 tipos de pesquisa e destaque as suas principais características. Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité 6 ETAPAS DAPESQUISA CIENTÍFICA Existe, na literatura de referência, diversas formas de organização de uma pesquisa cientíca. A presente explanação não pretende ser original ou mesmo delimitar com rigidez todas as etapas. O objetivo que se tem ao apresentar as possíveis etapas da pesquisa cientíca é dotar o aluno de instrumentos claros e objetivos na construção do seu trabalho de conclusão de curso. 1. Escolha do tema 2. Revisão de literatura 3. Justicativa 4. Formulação do problema 5. Determinação de objetivos 6. Metodologia 7. Coleta de dados 8. Tabulação dos dados 9. Análise e discussão dos resultados 10. Redação e apresentação do trabalho cientíco a.ESCOLHA DO TEMA A pergunta que se quer responder é a seguinte: O que vou pesquisar? Nessa etapa destaca-se: · Um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver · Assunto interessante para o pesquisador · Originalidade não é pré-requisito · Fontes de assuntos: vivência diária, questões polêmicas, reexão, leituras, conversações, debates, discussões Em outras palavras É possível armar que essa etapa consiste na descrição do objeto de estudo, evidenciando qual a pesquisa pretendida. Cabe salientar que o pesquisador deve levar em conta sua formação e/ou experiência prossional, sua disponibilidade de tempo, bem como as suas concepções e tendências pessoais. É imprescindível que se seu tema seja muito amplo, o pesquisador deverá restringi-lo ou delimitá-lo, isto é, denir o que de fato deseja pesquisar, indagar, estudar, questionar, identicar, utilizar, esclarecer, aprofundar, aplicar etc, de tal sorte que o trabalho não se preste a pesquisar aquilo que, de fato, não terá condições de tempo para realiza-lo. Nessa etapa é muito comum que o pesquisador passe por um processo de diculdade, uma vez que nem sempre ele está devidamente familiarizado com a pesquisa acadêmica. b.REVISÃO DE LITERATURA A pergunta que se quer responder é a seguinte: Quem já pesquisou algo semelhante? Nessa etapa destaca-se: · Busca de trabalhos semelhantes ou idênticos · Pesquisas e publicações na área Faculdade do Maciço de Baturité Em outras palavras Para direcionar o seu estudo, você deve fazer uma pesquisa bibliográca sobre o problema a ser pesquisado, o que envolverá uma revisão da literatura sobre o tema escolhido. Devem ser investigados as teorias, as teses, os pontos de vista existentes sobre o tema a ser pesquisado, os quais servirão de base ao seu estudo. c.JUSTIFICATIVA A pergunta que se quer responder é a seguinte: Por que estudar esse tema? Nessa etapa destaca-se: · Vantagens e benefícios que a pesquisa irá proporcionar · Importância pessoal ou cultural · Deve ser convincente Em outras palavras É necessário justicar as razões de sua escolha, ou seja, porque faz tal pesquisa, quais serão as contribuições de sua pesquisa para a área do conhecimento em que se insere, sua relevância sob o ponto de vista social e cientíco. d.FORMULAÇÃO DO PROBLEMA A pergunta que se quer responder é a seguinte: Que respostas estou disposto a responder? Nessa etapa destaca-se: · Denir claramente o problema · Delimitá-lo em termos de tempo e espaço Em outras palavras Feita a escolha do tema, em seguida se efetuará a denição do problema (questão não resolvida que é o objeto de discussão em qualquer área do conhecimento). A formulação do problema deve ser interrogativa, usando uma linguagem clara e objetiva. e.DETERMINAÇÃO DE OBJETIVOS A pergunta que se quer responder é a seguinte: O que pretendo alcançar com a pesquisa? Nessa etapa destaca-se: · Objetivo geral – qual o propósito da pesquisa? · Objetivos especícos – abertura do objetivo geral em outros menores (possíveis capítulos) Em outras palavras Os objetivos de estudo denem aonde se quer chegar com a pesquisa: para que fazer esse trabalho? Seu objetivo deve se referir ao saber – investigar, inquirir, indagar, estudar, pesquisar, questionar, identicar, utilizar, esclarecer, aprofundar, aplicar etc. f.METODOLOGIA A pergunta que se quer responder é a seguinte: Como se procederá a pesquisa? Nessa etapa destaca-se: Caminhos para se chegar aos objetivos propostos · Qual o tipo de pesquisa? · Qual o universo da pesquisa? · Será utilizado a amostragem? · Quais os instrumentos de coleta de dados? Faculdade do Maciço de Baturité · Como foram construídos os instrumentos de pesquisa? · Qual a forma que será usada para a tabulação de dados? Como interpretará e analisará os dados e informações? · Explicitar a metodologia de pesquisas de campo ou de laboratório é bastante importante · Pesquisa bibliográca – leitura como material primordial · Indicar como pretende acessar suas fontes de consulta, chá-las, lê-las e resumi-las, construir seu texto, etc. INSTRUMENTOS DE PESQUISA MAIS UTILIZADOS: · Observação · Entrevista · Questionário – perguntas abertas, fechadas e de múltipla escolha · Formulários Entrevistas (quando não há dados ou se busca complementar as informações / verica-se a atitude do entrevistado) · Não é simples conversa / tem um objetivo. · Deve ser planejada. · Marcar local e hora com antecedência / buscarconhecer o entrevistado, buscando escolher quem conhece o assunto / conhecer o entrevistado / fazer lista de questões. · Não ser inoportuno / não interromper / mais ouvir do que falar. · Começar das perguntas mais simples para as mais complexas. · Buscar contradições. Questionários · O próprio informante preenche / o pesquisador não precisa, necessariamente, se fazer presente. · Garante o anonimato (o que pode melhorar a qualidade das respostas). · Deve ter natureza impessoal e com questões claras e objetivas. · Podem ser perguntas abertas ou fechadas (possuem maior precisão). Formulários · Lista informal / catálogo ou inventário. · São oriundos das investigações ou observações realizadas pelo próprio pesquisador. · Pode ser aplicado a grupos heterogêneos. · Depois os dados precisam ser cuidadosamente tabulados. g.COLETA DE DADOS A pergunta que se quer responder é a seguinte: Como será o processo de coleta de dados? Nessa etapa destaca-se: – Como? - Através de que meios? - Por quem? - Quando? - Onde? – Paciência Faculdade do Maciço de Baturité Coleta de dados (primeiro delimita o assunto, depois realiza a revisão bibliográca, dene os objetivos e formula o problema / Busca determinar a população a ser estudada / escolher instrumentos de coleta, programar a coleta e os dados a serem buscados). h.TABULAÇÃO DE DADOS A pergunta que se quer responder é a seguinte: Como organizar os dados obtidos? Recursos: · Índices · Cálculos estatísticos · Tabelas · Quadros · Grácos i.ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS A pergunta que se quer responder é a seguinte: Como os dados coletados serão analisados? Nessa etapa destaca-se: · Sintetizar os resultados obtidos · Evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo · Indicar as limitações e as reconsiderações · Apontar a relação entre fatos vericados e teoria · Contribuição da pesquisa para o meio acadêmic j.REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO TRABALHO CIENTÍFICO · Redigir relatório · Segundo normas da ABNT e da Instituição de Ensino Superior (IES) Exercícios 1. Faça um quadro síntese das etapas da pesquisa cientíca. 2. Em sua opinião por que é importante conhecer as etapas da pesquisa cientíca? Faculdade do Maciço de Baturité 7 ARTIGOCIENTÍFICO O artigo cientíco tem como objetivo precípuo produzir conhecimento para o avanço da ciência. Esse conhecimento produzido tendo em vista um público especíco. Pode ser um ensaio original, uma revisão de um assunto anteriormente abordado ou mesmo o esclarecimento e aprofundamento de um assunto que não foi satisfatoriamente esgotado. O artigo é, concomitantemente, uma produção sintética e com certo grau de profundidade. É importante destacar a estrutura do artigo: ESTRUTURA DO ARTIGO CIENTÍFICO Etapas Título Subtítulo (opcional) Título em inglês Subtítulo em inglês Autores Resumo Abstract Palavras-chave Keywords Pré-textuais Elementos Introdução Desenvolvimento Considerações Finais Textuais Referências (obrigatório) Apêndice(s) (opcionais) Anexo(s) (opcionais) Pós-textuais Fonte: Adaptado de ABNT, NBR 6022 (2003a). É muito importante, quando da construção de uma pesquisa acadêmica, a preocupação com as citações, ou seja, com as fontes onde foram buscados e retirados informações e dados que irão robustecê-la. As fontes se conguram como parte imprescindível do trabalho de pesquisa, uma vez que concedem credibilidade ao que está sendo exposto e garante a seriedade de todo o processo. Os trabalhos acadêmicos não são iniciados do nada. Não aparecem de uma geração espontânea. Eles são reelaborações realizadas a partir de ideias pré-existentes. Mesmo quando são trabalhos originais, eles partem de propostas previamente apresentadas, sendo corroboradas ou refutadas. Sendo assim, a alusão às fontes primárias de informações se constitui como caminho metodológico ético e irrenunciável. Caso isso não ocorra, tem-se congurado a prática nefasta do plágio que não é apenas abominável do ponto de vista ético, mas também se materializa em crime, com previsão de detenção e multas para quem violar ou direitos autorais, a partir do que foi previsto no artigo 184 do código de processo penal. Faculdade do Maciço de Baturité Diante desse cenário se faz necessário expormos aqui, textualmente, o que preconiza a NBR (Norma Brasileira) nº 10520, emanada da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que trata da “Informação e documentação – Citações em documentos – Apresentação”. A correta leitura e interpretação dessa Norma, sempre auxiliados por um especialista, ajuda a suavizar o processo de construção de um trabalho acadêmico e evita, do ponto de vista ético e legal, problemas futuros. Com esse objetivo, a presente explanação explicita o que está posto na referida NBR: Sumário Prefácio 1 Objetivo 2 Referências normativas 3 Definições 4 Localização 5 Regras gerais de apresentação 6 Sistema de chamada 7 Notas de rodapé Sumário A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros). Os projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Pública entre os associados e da ABNT e demais interessados. 1 Objetivo Esta Norma especíca as características exigíveis para apresentação de citações em documentos. 2 Referências normativas As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda Norma está sujeita à revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que veriquem a conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento. NBR 6023:2002 – Informação e documentação – Referências – Elaboração NBR 10522:1998 – Abreviação na descrição bibliográca - Procedimento Faculdade do Maciço de Baturité 3 Definições Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes denições: 3.1 citações: Menção de uma informação extraída de outra fonte 3.2. citação de citação: Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original. 3.3 citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor consultado. 3.4 citação indireta: Texto baseado na obra do autor consultado. 3.5 notas de referência: Notas que indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado. 3.6 notas de rodapé: indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou direita da mancha gráca. 3.7 notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou explanações, que não possam ser incluídos no texto. 4 Localização As citações podem aparecer: a) no texto; b) em notas de rodapé 5 Regras gerais de apresentação Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição, responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser letras maiúsculas. Exemplos: A ironia seria assim um forma implícita de heterogeneidade mostrada, conforme a classicação proposta por Authier- Reiriz (1982) «Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da losoa [...]" (DERRIDA, 1967, p. 293). 3.1 citações: Menção de uma informação extraída de outra fonte 3.2. citação de citação: Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original. 3.3 citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor consultado. Faculdade do Maciço de Baturité 3.4 citaçãoindireta: Texto baseado na obra do autor consultado. 3.5 notas de referência: Notas que indicam fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra onde o assunto foi abordado. 3.6 notas de rodapé: indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou direita da mancha gráca. 3.7 notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou explanações, que não possam ser incluídos no texto. 5 Regras gerais de apresentação Nas citações, as chamadas pelo sobrenome do autor, pela instituição, responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, devem ser letras maiúsculas. Exemplos: A ironia seria assim um forma implícita de heterogeneidade mostrada, conforme a classicação proposta por Authier- Reiriz (1982) «Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da losoa [...]" (DERRIDA, 1967, p. 293). 5.1 Especicar no texto a(s) páginas, volume(s), tomo(s) ou seção(ões) da fonte consultada, nas citações diretas. Este(s) deve(m) seguir a data, separado(s) por vírgula e precedido(s) pelo termo, que o(s) caracteriza, de forma abreviada. Nas citações indiretas, a indicação da(s) página(s) consultada(s) é opcional. Exemplos: A produção de lítio começa em Searles Lake, Califórnia em 1928 (MUMFORD, 1949, p. 513). Oliveira e Leonardos (1943, p. 446) dizem que a [...] relação da série São Roque com os granitos porróides pequenos é muito clara. Meyer parte de uma passagem da crônica de "14 de maio, de A Semana:" Houve sol, e grande sol, naquele domingo de 1888, em que o Senado votou a lei, que a regente sancionou [...] (ASSIS, 1994, v. 3, p. 583). 5.2 As citações diretas, no texto, de até três linhas, devem estar contidas entre aspas duplas. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação. Exemplos: Barbour (1971, p. 35) descreve: "O estudo da morfologia dos terrenos [...] ativos [...]" Ou Faculdade do Maciço de Baturité "Não se mova, faça de conta que está morta." (CLARAC BONNIN, 1985, p. 72). Segundo Sá (1995, p. 27): "[...] por meio da mesma arte de conversação' que abrange tão extensa e signicativa parte da nossa existência cotidiana [...]» 5.3 As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto utilizado e sem as aspas. No caso de documentos datilografados, deve-se observar apenas o recuo. Exemplo: A teleconferência permite ao indivíduo participar de um encontro nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu local de origem. Tipos comuns de teleconferência incluem o uso da televisão, telefone, e computador. Através de áudio-conferência, utilizando a companhia local de telefone, um sinal de áudio pode ser emitido em um salão de qualquer dimensão. (NICHOLS, 1993, p. 181) 5.4 Devem ser indicadas as supressões, interpolações, comentários, ênfase ou destaques, do seguinte modo: a) supressões [...] b) interpolações, acréscimos ou comentários: [ ] c) ênfase ou destaque: grifo ou negrito ou itálico. 5.5 Quando se tratar de dados obtidos por informação verbal (palestras, debates, comunicações, etc...), indicar, entre parênteses, a expressão informação verbal, mencionando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé. Exemplos: No texto O novo medicamento estará disponível até o nal deste semestre (informação verbal)1 No rodapé da página. 1 Noticia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional de Engenharia Genética, em Londres, em outubro de 2001 5.6 Na citação de trabalho em fase de elaboração, deve ser mencionado o fato, indicando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé. Exemplos: No texto Faculdade do Maciço de Baturité Os poetas selecionados contribuíram para a consolidação da poesia do Rio Grande do Sul, séculos XIX e XX (em fase de elaboração)1. No rodapé da página. 1 Poetas rio-grandenses, de autoria de Elvo Clemente, a ser editado pela EDIPUCRS, 2002. 5.7 Para enfatizar trechos da citação, deve-se destacá-los indicando esta alteração com a expressão grifo nosso entre parênteses, após a chamada da citação, ou grifo do autor caso o destaque já faça parte da obra consultada. Exemplos: "[...] para que não tenha lugar a produção de degenerados, quer physicos quer morais, misérias, verdadeiras ameaças à sociedade ." (SOUTO, 1916, p. 46, grifo nosso). "[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que, aparecendo o classicismo como manifestação de passado colonial. [...]" (CÂNDIDO, 1993, v. 2, p. 12, grifo do autor). 5.8 Quando a citação incluir texto traduzido pelo autor deve-se incluir, após a chamada da citação, a expressão tradução nossa, entre parênteses. Exemplo: "Ao fazê-lo pode estar envolto em culpa, perversão, ódio de si mesmo [...] pode julgar-se pecador e identicar-se com seu pecado." (RAHNER, 1962, v. 4, p. 463, tradução nossa).' 6 Sistema de chamada As citações devem ser indicadas no texto por um sistema de chamada: numérico ou autor-data. 6.1 Qualquer que seja o método adotado deve ser seguido constantemente ao longo de todo o trabalho, permitindo sua correlação na lista de referências ou em notas de rodapé. 6.1.1 Quando o(s) nome(s) do(s) autor(es) , instituição(ões), responsável(eis) estiver(em) incluído(s) na sentença, indica-se a data, entre parênteses, acrescida da(s) página(s), se a citação for direta. Exemplo: Em Teatro Aberto (1963) relata-se a emergência do teatro do absurdo Segundo Morais (1955, p. 32) assinala "[...] a presença de concreções de bauxita no Rio Cricon." Faculdade do Maciço de Baturité 6.1.2 Quando houver coincidência de sobrenomes de autores, acrescentam-se as iniciais de seus prenomes: se mesmo assim existir coincidência, colocam-se os prenomes por extenso. Exemplo: (BARBOSA, C., 1958) (BARBOSA, Cássio, 1965) (BARBOSA, O., 1959) (BARBOSA, Celso, 1965) 6.1.3 As citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicados num mesmo ano, são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após a data e sem espacejamento, conforme a lista de referências. Exemplo: De acordo com Reeside (1972a) (REESIDE, 1927b) 6.1.4 As citações indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados em anos diferentes e mencionados simultaneamente, tem as suas datas separadas por vírgula. Exemplo: (DREYFUSS, 1989, 1991, 1995) (CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999, 2000) 6.1.5 As citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados simultaneamente, devem ser separadas por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética. Exemplo: Ela polariza e encaminha, sob a forma de "demanda coletiva", as necessidades de todos (FONSECA, 1997; PAIVA, 1997; SILVA, 1997). Diversos autores salientam a importância do "acontecimento desencadeador" no inicio de um processo de aprendizagem (CROSS, 1984; KNOX, 1986; MEZIROW, 1991). 6.2 Sistema numérico Neste sistema, a indicação da fonte é feita por uma numeração única e consecutiva, em algarismos arábicos, remetendo à lista de referências ao nal do trabalho, do capítulo ou da parte, na mesma ordem em que aparecem no texto. Não se inicia a numeração das citações a cada página. 6.2.1 O sistema numérico não deve ser utilizado quando há notas de rodapé. 6.2.2 A indicação da numeração pode ser feita entre parênteses, alinhada ao texto, ou situada pouco acima da linha do texto em expoente à linha do mesmo, após a pontuação que fecha a citação. Exemplo: Diz Rui Barbosa: "Tudo é viver, previvendo." (15) Diz Rui Barbosa: "Tudo é viver, previvendo." 15 Faculdade do Maciço de Baturité 6.3 Sistema autor-data Neste sistema, a indicação da fonte é feita: a) pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade responsável até o primeirosinal de pontuação, seguido(s) da data de publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso de citação direta, separado por vírgula e entre parênteses: Exemplos: No texto: A chamada "pandectísta havia sido a forma particular pela qual o direito romano fora integrado no século XIX na Alemanha em particular." (LOPES, 2000, p. 225)." Na lista de referências: LOPES, José Reinaldo de Lima. O direito na História. São Paulo: Max Limonad, 2000. No texto Bobbio (1995, p.30) com muita propriedade nos lebra, ao comentar esta situação, que os "juristas medievais justicaram formalmente a validade do direito romano ponderando que este era o direito do Império Romano que tinha sido reconstituído por Carlos Magno com o nome de Sacro Império Romano." Na lista de referências: BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de Filosoa do Direito. São Paulo, Ícone, 1995. No texto: De fato, semelhante equacionamento do problema conteria o risco de se considerar a literatura meramente como uma fonte a mais de conteúdos já previamente disponíveis, em outros lugares, para a teologia (JOSSUA; METZ 1976, p.3). Na lista de referências: JOSSUA, Jean Pierre; METZ, Johann Baptist. Editorial: Teologia e Literatura. Concilium, Petrópolis, v. 115, n. 5, p. 2-5, 1976. No texto: Merriam e Caffarella (1991) observam que a localização de recursos tem um papel crucial no processo de aprendizagem autodirigida. Faculdade do Maciço de Baturité Na lista de referências: MERRIAM, S.; CAFFARELLA, R. Learning in adul'hood: a comprehensive guide. San Francisco: Jossey-Bass, 1991. No texto: "Comunidade tem que poder ser intercambiada em qualquer circunstância, sem quaisquer restrições estatais, pelas moedas d o s o u t r o s E s t a d o s - m e m b r o s . " ( C O M I S S Ã O D A S COMUNIDADES EUROPEIAS, 1992, p. 34). Na lista de referências: COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPÉIAS. A união européia. Luxemburgo: Serviço das Publicações Ociais das Comunidades Européias, 1992. No texto: O mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o chamado Contrato de Gestão, que conduziria à captação de recursos privados como forma de reduzir os investimentos públicos no ensino superior 9BRASIL, 1995). Na lista de referências: BRASIL. Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado. Plano diretor da reforma do aparelho do Estado. Brasília, DF, 1995. b) pela primeira palavra do título seguida de reticências, no caso das obras sem indicação de autoria ou responsabilidade, seguida da data de publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso de citação direta, separados por vírgula e entre parênteses; Exemplos: No texto: "As IES implementarão mecanismos democráticos, legítimos e transparentes de avaliação sistemática das suas atividades, levando em conta seus objetivos institucionais e seus compromissos para com a sociedade." (ANTEPROJETO..., 1987, p. 55). Na lista de referências: ANTEPROJETO de lei. Estudos e Debates, Brasília, DF,. N. 13, p. 51-60, jan. 1987. c) se o título iniciar por artigo (denido ou indenido), ou monossílabo, este deve ser incluído na indicação da fonte. Faculdade do Maciço de Baturité Exemplos: No texto: E eles disseram "globalização", e soubemos que era assim que chamavam a ordem absurda em que dinheiro é a única pátria à qual se serve e as fronteiras se diluem, não pela fraternidade, mas pelo sangramento que engorda poderosos sem nacionalidade (A FLOR..., 1995, p. 4). Na lista de referências: A FLOR Prometida. Folha de S. Paulo, São Paulo, p. 4, 21 abr. 1995. No texto: Em Nova Londrina (PR), as crianças são levadas às lavouras a partir dos 5 anos." (NOS CANAVIAIS..., 1995, p. 2). Na lista de referências: NOS CANAVIAIS, mutilação em vez de lazer e escola. O Globo, Rio de Janeiro, 16 Jul. 1995. O País, p. 12. 7 Notas de rodapé Deve-se utilizar o sistema autor-data para as citações no texto e o numérico para notas explicativas. As notas de rodapé podem ser conforme 7.1 e 7.2 e devem ser alinhadas a partir da segunda linha da mesma nota, abaixo da primeira letra da primeira palavra, de forma a destacar o expoente e sem espaço entre elas e com fonte menor. Exemplos 1 Veja-se como exemplo desse tipo de abordagem o estudo de Netzer (1976). 2 Encontramos esse tipo de perspectiva na 2ª parte do verbete referido na nota anterior, em grande parte do estudo de Rahner (1962). 7.1 Notas de referência A numeração das notas de referência é feita por algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte. Não se inicia a numeração a cada página. 7.1.1 A primeira citação de uma obra, em nota de rodapé, deve ter sua referência completa. Exemplo: No rodapé da página 8 FARIA, José Eduardo (Org.). Direitos humanos, direitos sociais e justiça. São Paulo: Malheiros, 1994. Faculdade do Maciço de Baturité 7.1.2 As subsequentes citações da mesma obra podem ser referenciadas de forma abreviada, utilizando as seguintes expressões, abreviadas quando for o caso: a) Idem – mesmo autor-Id.: Exemplo: __________________ 8 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1989, p.9. 9 Id, 2000, p. 19. b) Ibidem – na mesma obra – Ibid.: Exemplo: __________________ 3 DURKHEIM, 19215, p. 176. 4 Ibid, p. 190. c) Opus citatum, opere citato – obra citada – op. cit.: Exemplo: __________________ 8 ADORNO, 1996, p. 38 9 GARLAND, 1990, p. 42-43 10 ADORNO, op. cit., p. 40. d) Passim – aqui e ali, em diversas passagens – passim: Exemplo: __________________ 5 RIBEIRO, 1997, passim. e) Loco citado – no lugar citado – loc. cit.: Exemplo: __________________ 4 TOMASELLI: PORTER, 9912, p. 33-46 5 TOMASELLI: PORTER, loc. cit f) Conra, confronte – cf.: Exemplo: __________________ 3 Cf. CALDIERA, 1992 Faculdade do Maciço de Baturité g) Sequentia – seguinte ou que se segue – et seq.: Exemplo: __________________ 7 FOUCALT, 1994, p. 17 et seq. 7.1.3 A expressão apud – citado por, conforme segundo – pode, também ser usada no texto. Exemplos: No texto: Segundo Silva (1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser [...] "[...] o viés organicista da burocracia estatal e antiliberalismo da cultura política de 1937, preservado de modo encapuçado na Carta de 1946." (VIANNA, 1986, p. 172 apud SEGATTO, 1995, p. 214-215). No modelo serial de Gough (1972 apud NARDI, 1993), o ato de ler envolve um processamento serial que começa com uma xação ocular sobre o texto, prosseguindo da esquerda para a direita de forma linear. No rodapé da página: __________________ 1 EVANS, 1987 APUD sage, 1992, P. 2-3. 7.1.4 As expressões constantes nas alíneas a), b), c) e f) de 7.1.2 só podem ser usadas na mesma página ou folha da citação a que se referem. 7.2 Notas explicativas A numeração das notas explicativas é feita em algarismos arábicos, devendo ter numeração única e consecutiva para cada capítulo ou parte. Não se inicia a numeração a cada página. Exemplos: No texto: O comportamento liminar correspondente à adolescência vem se constituindo numa das conquistas universais, como está, por exemplo, expresso no Estatuto da Criança e do Adolescente. No rodapé da página: __________________ 1 Se a tendência à universalização das representações sobre a periodização dos ciclos de vida desrespeita a especicidade dos valores culturais de vários grupos, ela é condição para a constituição de adesões e grupos de pressão integrados à moralização de tais formas de inserção de crianças e de jovens. Faculdade do Maciço de Baturité No texto: Os pais estão sempre confrontados diante das duas alternativas: vinculação escolar ou vinculação prossional.4 No rodapé da página: __________________ 4 Sobre essa opção dramática, ver também Morice (1996, p. 269-290). Faculdade do Maciço de Baturité 8 PESQUISAEM EDUCAÇÃO A educação escolar, em todos os lugares onde ocorre, está imiscuída em uma grande complexidade. Os processos de ensino e aprendizagem são, por sua própria natureza, muito complexos. Porisso, não existe receita pronta que possa ser utilizada em todos os lugares e em todas as situações. Muitas “soluções” desenvolvidas em uma unidade escolar pode não funcionar em outra que ca localizada na mesma cidade, no mesmo bairro ou mesmo na mesma rua. E por quê? Porque cada realidade escolar possui suas particularidades. Cada comunidade escolar e cada contexto são únicos. Certamente, não é preciso sempre inventar “a roda”, com ideias mirabolantes e quase sempre com pouco conhecimento do “chão de escola”. Mas é salutar lembrar que essas particularidades exigem, em grande medida, um grande empenho no desvelamento das realidades e contextos aos quais a educação está envolta, sempre pensando em como adaptar conceitos e teorias gerais e abstratas em relações cotidianas concretas no âmbito escolar. Vivemos contemporaneamente tempos de domínio do mundo digital, onde ideias e valores circulam em uma velocidade jamais experienciada pela humanidade. Toda essa velocidade na circulação de informações e ideias eleva mais ainda a complexidade do mundo escolar. As redes sociais e a mídia de massa no seu conjunto acabam por colocar a escolar diante de situações que antes nem se imaginava que pudesse a vir a existir. A alteração do conjunto de valores que regem a vida social também se apresenta, sem que se queira realizar nenhum juízo de valor mais profundo, em um grande desao para docentes e gestores. A rapidez das informações aliada a uma nova conguração de sociedade família, colocam em xeque todas as verdades e concretudes pensadas para a educação nacional. Um dos caminhos mais seguros para que possa enfrentar essa série de desaos é, sem dúvida, a criação de uma cultura escolar de docentes e gestores voltados para a pesquisa. Professores e gestores devem se habituar, eles mesmos, a buscarem respostas aos grandes desaos colocados em sala de aula e no conjunto das unidades escolares. Cada escola é, potencialmente e concretamente, um campo aberto de pesquisa. Todos aqueles envolvidos com educação escolar podem e devem colocar na condição de pesquisador. Professor e gestor que não pesquisa o ambiente escolar (e no ambiente escolar) tende a se tornar apenas um consumidor de métodos que, por sua própria natureza teórica e abstrata, possuem certas limitações, pois exigem algum nível de signicação e adaptação para a realidade onde serão executados. Quando os educadores se tornam apenas consumidores de métodos, todo o processo educacional ca comprometido, uma vez que a não signicação e ressignicação contribui para um processo de alienação. Dentro desse contexto de exposição, destaca-se que é de suma importância que já na formação inicial dos professores que irão atuar na educação básica se apresente com toda a intensidade o desejo da pesquisa docente. Certamente, isso exigirá que seja fomentada uma verdadeira cultura acadêmica, que seja capaz de motivar os alunos a se tornarem, desde cedo, verdadeiros pesquisadores. Os professores que atuam na formação de outros professores possuem, portanto, uma responsabilidade de muita envergadura, pois eles terão que indicar caminhos e motivar os futuros docentes a se embrenharem nos complexos (mas necessários) caminhos da pesquisa. A Educação à Distância (EAD) possui um diferencial que pode ser utilizado a favor dos alunos: a Faculdade do Maciço de Baturité utilização da rede mundial de computadores como fonte de pesquisa. A Internet é uma ferramenta praticamente irrenunciável nos dias atuais. Ela eleva quase que exponencialmente a capacidade de buscar e obter informações sobre os mais variados assuntos. Assim, as fontes de pesquisa disponíveis na internet se ampliam de forma signicativamente. A possibilidade de pesquisar em teses, dissertações, artigos, anais de eventos e etc., é uma conquista de bem pouco tempo. Gerações inteiras caram tolhidas da possibilidade de ampliar os seus conhecimentos, uma vez que as fontes de pesquisa eram muita escassas e em muitos casos inexistentes. Os preços elevados dos livros e a diculdade de acesso a material impresso de qualquer natureza, sobretudo nos lugares mais longínquos, acabou por relegar uma geração inteira a fontes reduzidas e empobrecidas de informações e conhecimentos. A formação docente também sofreu intensamente com essa limitação nas fontes de informações. Geralmente a formação docente se reduzia a uma “ideia” defendida por esse o aquele autor, com pouca capacidade de confrontação entre ideias diferentes. Essa situação acabou por contribuir para uma formação parcial, passional e com reduzido alcance pedagógico e didático, não obstante o esforço empreendido pelos professores formadores de então. Entretanto, a internet quebrou esse paradigma ao introduzir, de forma concreta, a possibilidade de ampliação das fontes de pesquisas. Sabe-se que nem todo o território nacional está coberto pela rede mundial de computadores. E onde ela existe, nem sempre apresenta a qualidade desejada. Mas é também verdade que uma parte considerável dos educadores não aprendeu (porque não foi ensinado) a como utilizar a internet, com o cabedal de informações que consegue disponibilizar em diferentes formatos, para ns pedagógicos e didáticos. Não raras vezes essa “pesquisa” na internet é realizada de maneira pouco metódica e sem maiores preocupações éticas e com os objetivos educacionais. 9 REFERÊNCIAS ANDRADE, M. M.. Introdução à metodologia do trabalho cientíco: elaboração de trabalhos na graduação. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2001. BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentos de Metodologia cientíca: um guia para iniciação cientíca. 2 ed. ampl. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000, p. 49. CERVO, A. L. BERVIAN, P. A. Metodologia cientíca. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A.: Fundamentos de Metodologia Cientíca. São Paulo. Ed. Atlas, 1985. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Cientíca. 5ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. 242 p. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A.: Fundamentos de Metodologia Cientíca. São Paulo. Ed. Atlas, 1986. MARTINS, J.; BICUDO, M.A.V. A pesquisa qualitativa em psicologia: fundamentos e recursos básicos. São Paulo: EUC/Moraes, 1989. MINAYO M.C. O desao do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. Rio de Janeiro: Abrasco; 2007. MINAYO, M. C. de S. O desao do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo, Hucitec-Abrasco, 1992. . OLIVEIRA, D.P.R, Sistemas, organização e métodos: uma abordagem gerencial. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2005. OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia cientíca: projetos de pesquisa, TGI, TCC, monograas, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 320 p. QUIVY, R., CAMPENHOUDT, L. V. (1995). Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva. ROVER, A. Metodologia Cientíca. Educação a distância / (coord.) Ardinete Rover. Joaçaba: UNOESC, 2006. 103 p. SAVIANI, D. Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações. 7. ed. Campinas: Autores Associados, 2000. VOLPI, J. H.; MORALES, A. G. Normas para publicação de artigo cientíco. Curitiba: Centro Reichiano, 2004. Disponível em: <www.centroreichiano.com.br>. Acesso em: 12/ 06/2005. ANEXO I – NORMAS DA ABNT a) NBR 6024/2012: informação e documentação – numeração progressiva das seções de um documento escrito – apresentação; b) NBR 6027/2012: informação e documentação – sumário – apresentação; c) NBR 14724/2011: informação e documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação. d) NBR 12225/2004: informação e documentação – lombada – apresentação; e) NBR 6034/2004: informação e documentação – índice – apresentação; f) NBR 10520/2002: informação e documentação – citações em documentos – apresentação; g) NBR 6023/2002: informação e documentação – referências – elaboração; h) NBR 6028/2003: informação e documentação – resumo – apresentação; i) NBR 6032/1989: abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas; Faculdade doMaciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Faculdade do Maciço de Baturité Rua Edmundo Bastos . s/n Sanharão . Baturité . Ceará 85 3347 2774 www.faculdadefmb.edu.br @fmbce Metodologia do Trabalho Científico