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AP2 - PCA AUDITORIA

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1 
 
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO UNIGRANRIO-AFYA 
COMPANHIA NILZA CORDEIRO HERDY ED. CULTURA 
ESCOLA DE CIÊNCIA SOCIAIS E APLICADAS 
 
 
 
 
Ana Carolina Martins Batista – 2109941 
Carolina Duque de Oliveira – 2112162 
Daniel Augusto Nunes Pereira – 2109307 
Islan Pinheiro Lopes – 2109075 
Jonathan Silva dos Santos – Matrícula – 2112982 
Marcos Gabriel de Souza Cordeiro – 2108332 
 
 
 
 
 
PROJETO CURRICULAR ARTICULADOR: AUDITORIA – AP2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DUQUE DE CAXIAS / RJ 
2023.2 
2 
 
Ana Carolina Martins Batista – 2109941 
Carolina Duque de Oliveira – 2112162 
Daniel Augusto Nunes Pereira – 2109307 
Islan Pinheiro Lopes – 2109075 
Jonathan Silva dos Santos – Matrícula – 2112982 
Marcos Gabriel de Souza Cordeiro – 2108332 
 
 
 
 
 
 
PROJETO CURRICULAR ARTICULADOR: AUDITORIA – AP2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de pesquisa apresentado à Universidade do Grande 
Rio – “COMPANHIA NILZA CORDEIRO HERDY ED. 
CULTURA” como parte dos requisitos necessários a 
aprovação na disciplina Projeto Curricular Articulador: 
Auditoria – AP2. 
 
Professor: Léo Lincoln 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DUQUE DE CAXIAS / RJ 
2023.2 
3 
 
Sumário 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 5 
1. GOVERNANÇA CORPORATIVA ............................................................................ 5 
2. ÓRGÃOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA ..................................................... 7 
2.1. Conselho da administração ...................................................................................... 7 
2.2. Conselho Fiscal ......................................................................................................... 8 
1.2. Auditoria Interna ........................................................................................................ 9 
1.3. Auditoria Independente ............................................................................................ 9 
3. ESTUDO DE CASO DO SATYAM SCAM: COMO RAJU CONSEGUIU ESCAPAR 
IMPUNE DO ESCÂNDALO? ..................................................................................... 10 
3.1. Controladoria ........................................................................................................... 10 
3.2. Ouvidoria e Corregedoria ....................................................................................... 11 
3.3. CEO e Diretores ....................................................................................................... 11 
3.4. Acionistas e Stakeholders: ..................................................................................... 11 
4. INSTRUMENTOS E MECANISMOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA.......... 12 
4.1. Conselho de Administração ................................................................................... 12 
4.2. Assembleias Gerais de Acionistas ........................................................................ 12 
4.3. Comitês de Auditoria .............................................................................................. 12 
4.4. Comitês de Remuneração....................................................................................... 13 
4.5. Códigos de Ética e Conduta ................................................................................... 13 
4.6. Divulgação de Informações .................................................................................... 13 
4.7. Auditorias Externas ................................................................................................. 13 
4.8. Conselheiros Independentes .................................................................................. 13 
4.9. Gestão de Riscos .................................................................................................... 13 
4.10. Conformidade Legal .............................................................................................. 14 
4.11. Relações com Investidores .................................................................................. 14 
5. COMPARAÇÃO COM O CASO SATYAM ............................................................. 14 
6. RELATÓRIO SOBRE OS ATOS FRAUDULENTOS DA SATYAM COMPUTER 
SERVICES LTD. ....................................................................................................... 17 
Resumo Executivo: ........................................................................................................ 17 
Contexto: ........................................................................................................................ 17 
Detalhes da Fraude: ....................................................................................................... 17 
Desvios: .......................................................................................................................... 18 
Impacto da Fraude: ........................................................................................................ 19 
Impacto nos Investidores: ............................................................................................. 20 
Repercussões para o Setor de Tecnologia: ................................................................. 20 
Possíveis Impactos Futuros: ......................................................................................... 20 
4 
 
Reações das Partes Interessadas: ................................................................................ 20 
Governança Corporativa e Auditoria: ........................................................................... 21 
A Confissão de Ramalinga Raju: .................................................................................. 22 
Conclusão do Relatório: ................................................................................................ 22 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: ..................................................................................... 23 
REFERÊNCIAS: ........................................................................................................ 24 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O caso da fraude contábil na Satyam Computer Services Ltd. oferece uma 
visão clara das complexidades e desafios enfrentados pelos órgãos de controle e 
auditoria em uma empresa. No presente trabalho, foi utilizada a metodologia de 
revisão bibliográfica e tem como objetivo traçar um paralelo entre o caso de fraude a 
empresa indiana Satyam e a importância das figuras dos órgãos de Governança 
Corporativa, assim como os instrumentos e mecanismos de governança corporativa, 
pois são através deles que fraudes como desta empresa podem ser desmascaradas. 
A governança corporativa é um fator crucial para o sucesso e a 
sustentabilidade das empresas. Empresas que adotam práticas sólidas de 
governança corporativa não apenas protegem sua reputação, mas também estão 
mais bem preparadas para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades em um 
mundo empresarial complexo e em constante evolução. Vamos analisar como o 
Conselho da administração, Conselho Fiscal, a Auditoria Interna e a Auditoria 
Independente, entre outros instrumentos da governança corporativa, podem 
desempenhar papéis distintos em situações como essa. 
 
1. GOVERNANÇA CORPORATIVA 
 
A expressão inglesa "corporate governance" vem se incorporando ao cenário 
econômico nacional como “governança corporativa”, significando o sistema pelo qual 
os acionistas de uma empresa “governam”, ou seja, tomam conta de sua empresa. 
(CHAGAS, 2007, p.3). 
No Brasil, no início da década de 90, Fernando Collor de Mello foi o primeiro 
presidente a adotar as privatizações como parte de seu programa econômico. 
Naquele momento, as diversas privatizações, fusões e aquisições abriram as portas 
para empresas estrangeiras que trouxeram com elas seus modelos de governança 
corporativa, fazendo com que as empresas nacionais tivessem a necessidadede se 
adequar para manter seu desempenho e atratividade no mercado (ALVARES, 
GIACOMETTI E GUSSO, 2008). 
A participação da governança corporativa no país tem sido mais crescente há 
menos de duas décadas, e começou a ganhar mais espaço quando, em maio de 
6 
 
1999, o recém criado Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) lançou a 
primeira edição do Código das Melhores Práticas de Governança corporativa. 
 
A Governança Corporativa refere-se a um sistema de relacionamento 
interpessoal alicerçado em 4 princípios básicos: Transparência, Prestação de 
contas, Equidade e Responsabilidade Corporativa. 
A Transparência consiste no desejo de disponibilizar para as partes 
interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas 
impostas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao 
desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores 
(inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação 
e à otimização do valor da organização. 
A Equidade caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos os 
sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração seus 
direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas. 
A Prestação de contas (accountability), os agentes de governança devem 
prestar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, 
assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com 
diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis. 
A Responsabilidade corporativa, os agentes de governança devem zelar pela 
viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externalidades 
negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levando em 
consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, 
7 
 
manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional etc) no curto, 
médio e longo prazo. 
 
2. ÓRGÃOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA 
 
2.1. Conselho da administração 
 
É conhecido no mundo todo como o principal órgão do sistema de 
governança corporativo o conselho de administração. O conselho é o “coração” da 
governança em todos os modelos de governança corporativa, principalmente 
naqueles que nascem em um contexto de propriedade difusa, porque se trata do 
órgão que tem como responsabilidade assegurar os interesses dos acionistas, 
fazendo com que os gestores executem conforme o direcionamento estratégico e 
garantindo, ainda, a segurança, a redução de riscos e a transparência da empresa 
como um todo. 
O IBGC (INSTITUTO..., 2016, p. 29) define que o “conselho de administração 
é o guardião do objeto social e do sistema de governança. É ele que decide os 
rumos do negócio, conforme o melhor interesse da organização”. Em relação às 
funções, o IBGC (INSTITUTO..., 2016) sugere que o conselho faça com que sejam 
mantidos os valores e propósitos da empresa, além de direcionar a empresa em 
relação à estratégia. Além disso, o conselho tem como atribuição fazer o 
gerenciamento dos conflitos de interesses, de forma a assegurar que os objetivos da 
empresa sempre prevaleçam. Apesar disso, a existência de um conselho na 
organização não garante o bom resultado da governança. Cada vez mais os 
conselhos têm sido cobrados em relação às reais entregas que produzem para as 
empresas. 
8 
 
 
 
2.2. Conselho Fiscal 
 
O Conselho Fiscal desempenha um papel fundamental na supervisão das 
atividades financeiras e contábeis de uma empresa. No caso da Satyam, apesar de 
ter membros independentes de notoriedade em seu conselho, a fraude passou 
despercebida por um longo período. Isso levanta questões sobre a eficácia do 
Conselho Fiscal na identificação de práticas financeiras fraudulentas. 
Uma das funções primárias do Conselho Fiscal é assegurar que as operações 
da empresa estejam em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis. 
Portanto, este caso destaca a necessidade de Conselhos Fiscais vigilantes e 
independentes, que não apenas atuem como testemunhas passivas, mas também 
exerçam seu dever de diligência para identificar potenciais irregularidades 
financeiras. 
 
 
 
9 
 
1.2. Auditoria Interna 
 
A função da Auditoria Interna é realizar revisões independentes e objetivas 
das operações e controles internos de uma empresa. No caso da Satyam, apesar de 
ter contratado a PricewaterhouseCoopers como sua auditora independente, a fraude 
foi perpetrada internamente, o que indica uma falha significativa na Auditoria Interna 
da empresa. 
A Auditoria Interna deve atuar como uma linha de defesa dentro da 
organização, identificando precocemente qualquer comportamento inadequado ou 
práticas não éticas. Neste caso, a fraude contábil persistiu por anos, levantando 
questões sobre a independência e a eficácia da Auditoria Interna na detecção 
dessas atividades fraudulentas. 
 
1.3. Auditoria Independente 
 
A função da Auditoria Independente, neste caso, foi executada pela 
PricewaterhouseCoopers (PwC). A PwC é uma das maiores empresas de auditoria 
do mundo e é responsável por verificar a precisão das demonstrações financeiras da 
Satyam. No entanto, a fraude contábil na Satyam revelou uma falha significativa na 
capacidade da auditoria independente de identificar práticas fraudulentas. 
Este caso destaca a importância de uma auditoria independente eficaz e 
levanta questões sobre a confiabilidade das auditorias externas. Os reguladores e 
agências governamentais devem examinar de perto a qualidade e a independência 
das auditorias externas para garantir que empresas como a Satyam não possam 
contornar a detecção de fraudes contábeis. 
Em resumo, o caso da Satyam Computer Services Ltd. ilustra a importância 
crítica de órgãos de controle, como o Conselho Fiscal, a Auditoria Interna e a 
Auditoria Independente, na manutenção da integridade financeira das empresas. 
Também destaca a necessidade de constante vigilância, independência e diligência 
por parte dessas entidades para evitar que práticas financeiras fraudulentas 
prejudiquem os investidores e a confiança nos mercados financeiros. 
 
10 
 
3. ESTUDO DE CASO DO SATYAM SCAM: COMO RAJU CONSEGUIU 
ESCAPAR IMPUNE DO ESCÂNDALO? 
 
Segundo Almeida (2023), A razão para Raju ter conseguido escapar impune: 
Reside no fracasso miserável da PriceWaterhouseCoopers (PwC), 
seu auditor. A PwC era a auditora externa da empresa e tinha o 
dever de examinar os registros financeiros e garantir que fossem 
precisos. 
É surpreendente como eles não notaram 7.561 notas falsas depois 
de auditar a Satyam por quase 9 anos. 
Houve vários sinais de alerta que os auditores poderiam ter 
percebido. Em primeiro lugar, uma simples verificação junto dos 
bancos teria revelado que as faturas não eram válidas e que os 
saldos de caixa estavam exagerados. Em segundo lugar, qualquer 
empresa com reservas de caixa tão grandes como a Satyam 
investiria pelo menos numa conta que rendesse juros. 
Mas esse não foi o caso aqui. Apesar destes sinais óbvios, a PwC 
parecia estar a olhar para o outro lado. As suspeitas em relação à 
PwC aumentaram posteriormente quando se descobriu que eles 
recebiam o dobro dos honorários pelos seus serviços. 
A PwC não conseguiu detectar a fraude durante quase 9 anos, mas a 
Merrill Lynch descobriu a fraude como parte da sua devida diligência 
em apenas 10 dias. 
A PwC alegou inicialmente que o seu fracasso em detectar a fraude 
se devia à confiança depositada nas informações fornecidas pela 
administração. A PwC foi considerada culpada e sua licença foi 
temporariamente revogada por 2 anos. 
 
3.1. Controladoria 
 
A Controladoria é um dos pilares da governança corporativa. Ela atua como o 
centro nervoso da gestão financeira e contábil da empresa, envolvendo-se na coleta, 
análise e apresentação de informações financeiras críticas. A Controladoria 
desempenha um papel central na elaboraçãode relatórios financeiros precisos e 
oportunos que fornecem a base para tomadas de decisões estratégicas. Além disso, 
ela é fundamental na garantia da conformidade com as normas contábeis e fiscais 
em constante evolução. Em muitas organizações, há uma divisão entre 
Controladoria Administrativa e Controladoria Contábil, mas frequentemente essas 
áreas são lideradas pelo mesmo gestor, atuando como um único "controlador" na 
organização. 
 
 
11 
 
3.2. Ouvidoria e Corregedoria 
 
A Ouvidoria e Corregedoria são componentes vitais do controle interno e da 
ética organizacional. A Ouvidoria é responsável por receber denúncias de 
irregularidades, preocupações éticas e outros problemas relacionados à conduta 
empresarial. Ela atua como um canal seguro e confidencial para que funcionários e 
outros stakeholders expressem preocupações legítimas. A Corregedoria, por sua 
vez, garante que as investigações sejam conduzidas de forma imparcial e justa, 
visando à resolução eficaz dos problemas identificados. 
 
3.3. CEO e Diretores 
 
A alta administração, representada pelo CEO e Diretores, desempenha um 
papel de liderança crítica na governança corporativa. Eles são responsáveis pela 
formulação e execução das estratégias de negócios, bem como pela criação de uma 
cultura organizacional que promova a responsabilidade e a ética. Além disso, o CEO 
e os Diretores têm a tarefa de supervisionar os processos de gestão de riscos, 
assegurando que a empresa esteja preparada para enfrentar desafios emergentes. 
Vale destacar que a equipe de diretores deverá reportar-se ao CEO, para que este 
transmita as informações ao conselho administrativo, sócios, investidores e outros 
membros da cúpula da empresa. 
 
3.4. Acionistas e Stakeholders: 
 
Os Acionistas e Stakeholders desempenham papéis distintos na governança 
corporativa. Os acionistas buscam retornos financeiros, mas também têm 
expectativas de que a empresa seja gerenciada de forma eficaz e ética. Os 
Stakeholders, como funcionários, clientes, fornecedores e comunidades locais, 
também têm interesses legítimos na empresa. A gestão eficaz dos relacionamentos 
com esses grupos requer uma comunicação aberta, prestações de contas 
transparentes e um compromisso com o impacto social e ambiental. 
Stakeholders, ou partes interessadas, em português, são pessoas, grupos ou 
organizações que impactam ou são impactadas por um projeto. Ou seja, 
12 
 
stakeholders são todas as pessoas cuja participação é indispensável para a 
realização de um projeto. 
 
4. INSTRUMENTOS E MECANISMOS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA 
 
Os instrumentos e mecanismos de governança corporativa são sistemas, 
políticas, práticas e estruturas utilizados pelas empresas para garantir uma gestão 
eficaz e responsável, bem como proteger os interesses dos acionistas e partes 
interessadas. Eles ajudam a estabelecer uma estrutura de tomada de decisões que 
promove a transparência, a responsabilidade e a sustentabilidade empresarial. Aqui 
estão alguns dos principais instrumentos e mecanismos de governança corporativa: 
 
4.1. Conselho de Administração 
 
O conselho de administração é uma parte fundamental da governança 
corporativa. Ele é composto por diretores independentes e/ou membros da alta 
administração e tem a responsabilidade de tomar decisões estratégicas, 
supervisionar a gestão e proteger os interesses dos acionistas. 
 
4.2. Assembleias Gerais de Acionistas 
 
As assembleias gerais de acionistas são reuniões regulares onde os 
acionistas podem votar em questões importantes, como a eleição de membros do 
conselho, aprovação de contas e mudanças nos estatutos da empresa. 
 
4.3. Comitês de Auditoria 
 
Os comitês de auditoria são responsáveis por supervisionar as atividades 
financeiras e de auditoria da empresa, garantindo a precisão das informações 
financeiras e o cumprimento das normas contábeis. 
 
 
 
 
13 
 
4.4. Comitês de Remuneração 
 
Esses comitês têm a responsabilidade de determinar a compensação dos 
executivos da empresa, incluindo salários, bônus e pacotes de benefícios, com o 
propósito de alinhar os interesses dos gestores aos dos acionistas. 
 
4.5. Códigos de Ética e Conduta 
 
As empresas frequentemente estabelecem códigos que regem a ética e 
conduta para orientar o comportamento de seus funcionários e diretores, 
promovendo práticas comerciais éticas e responsáveis. 
 
4.6. Divulgação de Informações 
 
A divulgação adequada das informações é um componente essencial da 
governança corporativa. As empresas devem fornecer informações financeiras e 
operacionais relevantes e precisas aos acionistas e ao público em geral, garantindo 
transparência. 
 
4.7. Auditorias Externas 
 
Contratar auditores externos independentes para revisar as demonstrações 
financeiras da empresa é uma prática comum. Isso ajuda a garantir a confiabilidade 
das informações financeiras. 
 
4.8. Conselheiros Independentes 
 
Ter conselheiros independentes no conselho administrativo auxilia na 
prevenção de conflitos de interesse e na tomada imparcial de decisões em benefício 
da empresa e seus acionistas. 
 
4.9. Gestão de Riscos 
 
A administração eficaz dos riscos é crucial para proteger os interesses da 
empresa. Identificar, avaliar e mitigar riscos potenciais são práticas importantes 
nesse sentido. 
14 
 
 
4.10. Conformidade Legal 
 
As empresas devem cumprir todas as leis e regulamentações aplicáveis, 
incluindo aquelas relacionadas à governança corporativa. 
 
4.11. Relações com Investidores 
 
Manter um canal aberto de comunicação com investidores e acionistas é 
importante para compartilhar informações e responder a perguntas e preocupações. 
Existem diferentes instrumentos e mecanismos de governança corporativa que 
variam dependendo da empresa, sua estrutura de propriedade e regulamentação 
local. No entanto, todos eles têm a mesma finalidade: promover uma gestão eficaz, 
responsável e ética da empresa. Esses elementos desempenham um papel 
fundamental na criação de confiança por parte dos investidores e na garantia da 
sustentabilidade do negócio a longo prazo. 
 
5. COMPARAÇÃO COM O CASO SATYAM 
 
Com base da presente resenha trata da relação entre a auditoria e a 
governança corporativa (Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Controladoria 
e demais), considerando que a complexidade das sociedades e das organizações 
trouxe às questões de transparência e necessita de ferramentas de apoio à tomada 
de decisões, tornando a relação entre auditoria interna e governança corporativa 
indissociável. Fuchimi (2016) nos relata que a auditoria interna tem com o objetivo 
fundamental avaliar se a corporação, através do processo de gerenciamento de 
riscos, conhece e administra seus principais riscos e se o sistema de controle interno 
é suficiente para mitigar ameaças operacionais, incluindo os riscos de conformidade. 
A governança corporativa surgiu com o objetivo de incentivar a ética nos 
negócios, principalmente nas grandes empresas que operam nas importantes bolsas 
de valores do mundo, por causa dos escândalos de gestão fraudulenta que 
abalaram grandes corporações, como a Satyam. 
Ainda que a subordinação da auditoria interna aos mais altos escalão das 
empresas, é essencial que os seus componentes tenham autonomia para realizarem 
15 
 
os seus trabalhos, sem intervenção das partes envolvidas e alvos de eventuais 
diligências. Isso porque mais do que um espelho da situação da organização, a 
auditoria interna é também uma bússola, uma vez que propõe possíveis estratégias 
de ação, visando a perenidade da instituição. Com isso, é importante ressaltar que a 
auditoria interna não tem o poder de determinar as mudanças na organização, nos 
sistemas e nos procedimentos, pelo contrário, conforme (Wiener, 2017): 
 
“Os principais objetivos da auditoria interna são a verificação das 
normas internas da entidade, dos procedimentosinternos das áreas, 
da segurança e veracidade dos controles internos e das informações 
contábeis, sempre com o intuito de recomendar melhorias para seus 
controles internos.” 
 
É fundamental que a área de auditoria interna tenha autonomia e trabalhe 
sem receios de represálias para que não seja permitido a qualquer ente da 
organização “matar o mensageiro” dada à qualidade da mensagem, pois todo e 
qualquer apontamento deve ser devidamente analisado pelas partes interessadas. 
A presente dissertação avaliou algumas estruturas de reconhecimento e 
execução de decisões arbitrais estrarias, com foco nas diferentes perspectivas e 
visões de ordem Conselho Fiscal em sistemas jurídicos da índia. A Índia, por sua 
vez, entre altos e baixos, mostrou dificuldade em lidar com o princípio da ordem 
pública, precisando ainda consolidar seu posiciona mento, diante de uma cultura 
jurídica que possibilita um número grande de apelações e discussões. 
 
Vale ressaltar que o objetivo do auditor é identificar e avaliar o s riscos 
de distorção relevante independentemente se causada por fraude ou erro, nos 
níveis de demonstração contábil e afirmações, por meio do entendimento da 
entidade e do seu ambiente, inclusive do controle interno da entidade, 
proporcionando assim uma base para o planejamento e a implementação das 
respostas aos riscos identificados de distorção relevante .Na obtenção do 
entendimento dos controles que são relevantes para a auditoria, o auditor deve 
avaliar o desenho desses controles e determinar se eles foram implementados, 
por meio da execução, além de indagações junto aos colaboradores da 
entidade. Em relação ao controle interno, embora a probabilidade maior das 
demonstrações relevantes esteja nas demonstrações contábeis, é uma questão de 
16 
 
julgamento profissional da equipe de auditoria determinar se um controle, 
individualmente ou em combinação com outros, é relevante para a auditoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
6. RELATÓRIO SOBRE OS ATOS FRAUDULENTOS 
DA SATYAM COMPUTER SERVICES LTD. 
 
Data: 13/10/2023 
Preparado por: Marcos Gabriel, Jonathan Santos, Carolina Duque, Ana Carolina 
Martins Batista, Daniel Augusto Nunes Pereira e Islan Pinheiro Lopes. 
 
Resumo Executivo: 
Este relatório tem o objetivo de analisar os atos fraudulentos cometidos pela Satyam 
Computer Services Ltd. (Satyam), uma das principais empresas de tecnologia da 
Índia, que chocou os mercados financeiros globais em [Ano da Fraude]. O fundador 
e presidente do conselho da Satyam, B. Ramalinga Raju, admitiu publicamente ter 
inflado os resultados financeiros da empresa, o que abalou gravemente a confiança 
dos investidores e questionou a integridade do setor de tecnologia da Índia. 
 
Contexto: 
A Satyam, fundada em 1987, cresceu rapidamente para se tornar uma das principais 
empresas de tecnologia da Índia, com um foco especial em serviços de TI e 
outsourcing. A empresa conquistou uma ampla base de clientes, incluindo empresas 
multinacionais renomadas, como Nestlé, General Electric, Caterpillar, Sony e Nissan. 
Seu rápido crescimento e proeminência no mercado a tornaram um ícone da nova 
indústria indiana, moderna e competitiva globalmente. 
A Satyam chocou o mercado e o mundo empresarial ao expor atos fraudulentos 
relacionados à manipulação de resultados financeiros e a falsa contabilidade. O 
presidente do conselho da Satyam, B. Ramalinga Raju admitiu publicamente seu 
envolvimento em uma série de práticas fraudulentas que abalaram a empresa e 
levaram a graves consequências para o setor de tecnologia da Índia. 
 
Detalhes da Fraude: 
Antes de mais nada, a NBC TA 240 (R1) (2016, p.4), dá os seguintes significados 
aos termos a seguir: 
(a) Fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, 
dos responsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva 
dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal. 
18 
 
(b) Fatores de risco de fraude são eventos ou condições que indiquem 
incentivo ou pressão para que a fraude seja perpetrada ou ofereçam 
oportunidade para que ela ocorra. 
 
A fraude na Satyam envolveu a manipulação de resultados financeiros ao longo de 
muitos anos. B. Ramalinga Raju confessou ter inflacionado os lucros da empresa em 
seus balanços, aumentando os ativos e subestimando as suas dívidas, criando 
assim uma imagem financeira fictícia que estava longe da realidade. A fraude 
chegou a um ponto em que Raju alegou que se tornou incontrolável. Alguns dos atos 
fraudulentos incluem: 
1. Caixa fictício de mais de US$ 1 bilhão: Raju admitiu criar um caixa fictício de mais 
de US$ 1 bilhão para inflar os ativos da empresa. 
2. Inflação dos lucros: Os resultados financeiros da Satyam foram inflados 
artificialmente, levando os investidores a acreditar que a empresa estava muito mais 
saudável financeiramente do que realmente estava. 
3. Contabilização inadequada de dívidas: Raju também confessou que a empresa 
não contabilizava suas dívidas de maneira adequada, apresentando-as como 
substancialmente menores do que realmente eram. 
 
Desvios: 
Foi um ato já planejado por Raju, antes de toda essa fraude ele anunciou que a 
Satyam faria a aquisição de duas empresas, sem qualquer conexão ou coesão 
com as atividades da empresa. A Maytas Properties e Maytas Infra, empresas 
imobiliárias, foram adquiridas de uma vez só, com o capital de Raju e transferidas 
rapidamente para seus dois filhos. Logo após investidores e acionistas ameaçaram 
desfazer a compra por todos os meios possíveis, a aquisição que tinha sido 
aprovada pela direção do grupo Satyam foi desfeita. Segundo um representante 
dos acionistas, Raju queria "fazer uma estranha mistura dentro da estrutura da 
Satyam entre ativos fictícios e reais". Os acionistas concluíram que Raju estava 
tentando saquear o capital da Satyam. 
O Banco Mundial bloqueou a contratação da Satyam, alegando que a companhia 
teria oferecido benefícios impróprios a funcionários do banco. 
Raju alega que não "tirou um centavo sequer da Satyam em decorrência dos 
resultados "inflados". 
19 
 
Raju em 2009 admitiu outras irregularidades, como ocultação de dívida e a 
fabricação de juros falsos, assim como a falsificação de números de balanço 
contábil. 
*A NBC TA 240 (R1) (2016, p.7) faz uma alerta aos auditores independentes que a 
“administração está em posição privilegiada para perpetrar fraudes em função de 
sua capacidade para manipular registros contábeis e elaborar demonstrações 
contábeis fraudulentas, burlando controles que sob outros aspectos parecem 
funcionar de forma efetiva”. 
*Ainda segundo a NBC TA 240 (R1) (2016, p.7), esta fraude poderia ter sido 
desmascarada a tempo se a auditoria da PricewaterhouseCoopers (PwC) 
cumprisse com os procedimentos a seguir: 
(a) Testar a adequação dos lançamentos contábeis registrados no razão 
geral e outros ajustes efetuados na elaboração das demonstrações 
contábeis. Ao definir e aplicar procedimentos de auditoria para tais testes, o 
auditor deve: 
(i) fazer indagações, junto a indivíduos envolvidos no processo de 
informação financeira, a respeito de atividade inadequada ou não usual 
referente ao processamento de lançamentos contábeis e outros ajustes; 
(ii) selecionar lançamentos contábeis e outros ajustes feitos no final do 
período sob exame; e 
(iii) considerar a necessidade de testar os lançamentos contábeis e outros 
ajustes durante o período (ver itens A41 a A44). 
 
(b) Revisar estimativas contábeis em busca de vícios (critérios ou resultados 
tendenciosos) e avaliar se as circunstâncias que geram esses vícios, se 
houver, representam risco de distorção relevante decorrente de fraude. Na 
execução dessa revisão, o auditor deve: 
(i) avaliar se os julgamentos e decisões da administração na determinação 
das estimativas contábeis incluídas nas demonstrações contábeis,mesmo 
que individualmente razoáveis, indicam uma possível tendenciosidade da 
administração da entidade que possa representar risco de distorção 
relevante decorrente de fraude. Em caso afirmativo, o auditor deve reavaliar 
as estimativas contábeis como um todo; e 
(ii) efetuar uma revisão retrospectiva dos julgamentos e premissas da 
administração relativas a estimativas contábeis significativas refletidas nas 
demonstrações contábeis do exercício anterior (ver itens A45 a A47). 
 
(c) Para operações significativas fora do curso normal dos negócios da 
entidade, ou que de outro modo pareçam não usuais, tendo em vista o 
entendimento da entidade e do seu ambiente e outras informações obtidas 
pelo auditor durante a auditoria, ele deve avaliar se a justificativa de negócio 
das operações (ou a ausência dela) sugere que elas podem ter sido 
realizadas para gerar informações contábeis fraudulentas ou para ocultar a 
apropriação indevida de ativos (ver item A48). 
 
Impacto da Fraude: 
A revelação desses atos fraudulentos causou impactos significativos: 
 Ações da Satyam despencaram 78% em um dia. 
20 
 
 Os mercados financeiros indianos foram abalados, e as ações do índice Sensex 
caíram 7,3%. 
 A confiança dos investidores, tanto nacionais quanto internacionais, no setor de 
tecnologia da Índia foi severamente abalada. 
 O governo indiano iniciou investigações para apurar a extensão da fraude. 
 
Impacto nos Investidores: 
A descoberta dessas práticas fraudulentas teve um impacto significativo nos 
investidores e no mercado acionário. As ações da Satyam caíram, causando uma 
queda de 78% no preço das ações da empresa. Além disso, o índice Sensex, 
referente à Bolsa de Valores de Bombaim, também sofreu uma queda de 7,3%. 
 
Repercussões para o Setor de Tecnologia: 
O colapso da Satyam ocorreu em um momento difícil para o setor tecnológico da 
Índia, que vinha desempenhando um papel fundamental na economia do país. Com 
a desaceleração da economia global, muitos clientes do setor de tecnologia 
enfrentavam dificuldades, o que agravou a situação da Satyam. Isso levanta 
preocupações sobre a resiliência da indústria tecnológica indiana e sua capacidade 
de manter padrões de transparência e governança corporativa. 
 
Possíveis Impactos Futuros: 
A fraude na Satyam levanta preocupações sobre a possibilidade de que outras 
empresas na Índia também possam ter práticas contábeis duvidosas e que a 
verdade esteja sendo suprimida. Isso pode afetar a confiança dos investidores 
internacionais no mercado indiano, o que pode dificultar o retorno de investimentos 
significativos que deixaram o país devido à desaceleração econômica. 
 
Reações das Partes Interessadas: 
A resposta das partes interessadas, como clientes da Satyam, incluindo a Nestlé, 
General Electric, Caterpillar, Sony e Nissan, variou. Alguns expressaram sua 
intenção de continuar com os serviços da Satyam, enquanto outros preferiram não 
comentar ou venderam suas participações na empresa. 
 
 
21 
 
Governança Corporativa e Auditoria: 
O caso da Satyam também lançou luz sobre questões de governança corporativa e 
auditoria. A empresa era auditada pela PwC, levantando questões sobre a eficácia 
da auditoria independente. A Confederação das Indústrias Indianas chamou a 
atenção para a necessidade de examinar as brechas na regulamentação, 
contabilidade, auditoria e governança que permitiram que tais lapsos ocorressem. 
*A NBC TA 240 (R1) (2016, p. 2) diz claramente que, a principal responsabilidade 
pela prevenção e detecção da fraude é dos responsáveis pela governança da 
entidade e da sua administração e que isso envolve um compromisso de criar uma 
cultura de honestidade e comportamento ético, que pode ser reforçado por 
supervisão ativa dos responsáveis pela governança. O que mostra que a 
governança corporativa da Satyam, diante da fraude ocorrida que foi mediada pelo 
próprio fundador da empresa, já estava desde o início em desacordo com nossas 
Normas Brasileiras de Contabilidade a respeito da prevenção de fraudes e o 
compromisso com a honestidade. 
*A NBC TA 240 (R1) (2016, p.3), diz acerca da eficácia da auditoria independente, 
como a PwC, por exemplo, que: 
Como descrito na NBC TA 200, item 51, os efeitos potenciais das limitações 
inerentes são particularmente significativas no caso da distorção resultar de 
fraude. O risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de 
fraude é mais alto do que o risco de não ser detectada uma fraude 
decorrente de erro. Isso porque a fraude pode envolver esquemas 
sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados a ocultá-la, tais 
como falsificação, omissão deliberada no registro de operações ou 
prestação intencional de falsas representações ao auditor. Tais tentativas 
de ocultação podem ser ainda mais difíceis de detectar quando associadas 
a um conluio. O conluio pode levar o auditor a acreditar que a evidência é 
persuasiva, quando, na verdade, ela é falsa. A capacidade do auditor de 
detectar uma fraude depende de fatores como a habilidade do perpetrador, 
a frequência e a extensão da manipulação, o grau de conluio, a dimensão 
relativa dos valores individuais manipulados e a posição dos indivíduos 
envolvidos. Embora o auditor possa ser capaz de identificar oportunidades 
potenciais de perpetração de fraude, é difícil para ele determinar se as 
distorções em áreas de julgamento como estimativas contábeis foram 
causadas por fraude ou erro. 
 
Diante disso, o risco do auditor não detectar uma distorção relevante decorrente de 
fraude da administração é maior do que no caso de fraude cometida por 
empregados, porque a administração frequentemente tem condições de manipular, 
direta ou indiretamente, os registros contábeis, apresentar informações contábeis 
fraudulentas ou burlar procedimentos de controle destinados a prevenir fraudes 
semelhantes, o que foi exatamente feito pelo Raju. 
22 
 
A PwC deveria ter tido mais cuidado nas suas análises das demonstrações 
contábeis, mesmo que seja mais difícil a identificação de fraudes feitas pela própria 
governança da entidade, a PwC tinha a responsabilidade de encontrar meios de 
identificar possíveis distorções relevantes nessas demonstrações. Pois segundo o 
NBC TA 240 (R1) (2016, p.4) que cita o NBC TA 200, item 15, que diz que o auditor 
deve manter postura de ceticismo profissional durante a auditoria, reconhecendo a 
possibilidade de existir distorção relevante decorrente de fraude, não obstante a 
experiência passada do auditor em relação à honestidade e integridade da 
administração e dos responsáveis pela governança da entidade. 
 
A Confissão de Ramalinga Raju: 
Na sua carta de renúncia de cinco páginas, Raju admitiu que, inicialmente, a 
discrepância entre os números reais de desempenho da empresa e os dados nos 
balanços era insignificante. No entanto, à medida que a empresa crescia e os custos 
aumentavam, Raju viu-se obrigado a desenvolver métodos para mascarar as 
crescentes falhas e acentuar a discrepância. Além disso, Raju admitiu publicamente 
que incorporou ativos inexistentes no balanço da empresa no valor de 50,4 milhões 
de rúpias (cerca de US$ 1 bilhão). Segundo o Departamento Central de 
Investigações da Índia (CBI), a fraude aos acionistas da companhia foi de 140 
milhões de rúpias (US$ 2,25 bilhões). 
O ex-presidente da empresa também reconheceu em 2009 outras irregularidades, 
como ocultação de dívida no valor de 12,3 milhões de rúpias (US$ 200 milhões) e a 
fabricação de juros falsos no valor de 3,76 milhões de rúpias (US$ 62 milhões), 
assim como a falsificação de números de balanço contábil. 
 
Conclusão do Relatório: 
 
O caso da Satyam é um exemplo notório de fraude corporativa que impactou 
significativamente os mercados financeiros indianos e a confiança dos investidores. 
Além disso, levantou questões importantes sobre governança corporativa e a 
necessidade de auditoria independente eficaz,assim como as normas de 
contabilidade no país. 
Vale ressaltar que o objetivo do auditor é identificar e avaliar o s riscos de 
distorção relevante independentemente se causada por fraude ou erro, nos níveis de 
23 
 
demonstração contábil e afirmações, por meio do entendimento da entidade e do 
seu ambiente, inclusive do controle interno da entidade, proporcionando assim uma 
base para o planejamento e a implementação das respostas aos riscos 
identificados de distorção relevante. 
Na obtenção do entendimento dos controles que são relevantes para a 
auditoria, o auditor deve avaliar o desenho desses controles e determinar se eles 
foram implementados, por meio da execução, além de indagações junto aos 
colaboradores da entidade. Em relação ao controle interno, embora a probabilidade 
maior das demonstrações relevantes esteja nas demonstrações contábeis, é uma 
questão de julgamento profissional da equipe de auditoria determinar se um 
controle, individualmente ou em combinação com outros, é relevante para a 
auditoria. 
 As implicações em longo prazo para o setor de tecnologia e a economia 
indiana como um todo permanecem incertas. A revelação desses atos fraudulentos 
destaca a importância da transparência e da fiscalização rigorosa das práticas 
empresariais para evitar crises semelhantes no futuro. 
Este relatório busca destacar os atos fraudulentos cometidos pela Satyam e os 
efeitos prejudiciais que a fraude teve na empresa e no mercado. O caso serve como 
um lembrete da importância da transparência, integridade e auditoria independente 
nas empresas. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS: 
 
Diante do exposto acima podemos concluir que os órgãos de governança 
corporativa são instrumentos essenciais dentro de qualquer empreendimento que 
zela pela transparência e idoneidade de sua imagem e o respeito aos seus 
stakeholders. E um dos instrumentos mais importantes da governança corporativa é 
a Auditoria, tanto interna quanto externa, que serve para apurar de forma detalhada 
cada setor da empresa, verificando possíveis erros de processos e evitando o risco 
de fraudes. 
Diante da pesquisa, nota se que como a falta de uma auditoria competente foi 
determinante para que o caso da empresa Satyam tomasse a enorme proporção 
que tomou. Segundo Almeida (2023), “a PwC alegou inicialmente que o seu fracasso 
em detectar a fraude se devia à confiança depositada nas informações fornecidas 
24 
 
pela administração”, erro crasso que nenhum auditor deveria cometer. Um auditor 
não deve ter confiança nas informações oferecidas e sim averiguar se são, de fato, 
féis ao que demonstram. 
Foi possível notar com mais clareza todos os fatos ocorridos através do 
relatório apresentado no tópico 6, podendo relacionar a fraude cometida pela 
administração e as falhas na auditorias com o que é dito no NBC TA 240 (R1), que 
dita as regras para se evitar essas fraudes e erros processuais. 
Por isso que a contabilidade existe para deixar todas as informações 
equilibradas, e a governança corporativa auxilia para que essas informações sejam 
cada vez mais transparentes e assertivas. 
 
REFERÊNCIAS: 
 
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19. ed. São Paulo: Saraiva, 20111. 
 
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Índia! 2023. Disponível em: <https://tradebrains.in/satyam-scam/>. Acesso em: 16 
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ANDRADE, A.; ROSSETTI, J. P. Governança Corporativa: Fundamentos, 
Desenvolvimento e Tendências. 5. ed. São Paulo: Atlas, 20101. 
 
CAVALCANTI, L. Estrutura de governança corporativa: veja como 
organizar a sua! Disponível em: <https://www.linkana.com/blog/estrutura-
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Disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/o-papel-da-auditoria-interna-
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GEP. Disponível em: https://www.gepcompliance.com.br/blog/governanca-
corporativa-como-colocar-em-pratica/. Acessado em 10 de setembro de 2023. 
 
GONZALEZ, R. S. Governança corporativa [livro eletrônico]: o poder de 
transformação das empresas/Roberto Sousa Gonzalez. - São Paulo: Trevisan 
Editora, 2012. Acessado em 23 de setembro de 2023. 
 
Governança Corporativa (IBCG). De autoria do Instituto Brasileiro de 
Governança Corporativa (IBCG) o livro Governaça Corporativa é um manual 
completo sobre o tema e trata principalmente do valor agregado às práticas de 
governança2. 
 
Governança Corporativa no Brasil e no Mundo (Alexandre Silveira). Neste 
livro de Governança Corporativa para executivos, investidores, conselheiros e 
profissionais do mundo dos negócios, são apontadas técnicas práticas para 
melhorar a qualidade das decisões no dia a dia empresarial2. 
Governança Corporativa: Fundamentos, Desenvolvimento e Tendências (José 
Rossetti e Adriana Andrade). Após mostrar que a Governança Corporativa necessita 
ser flexível e que existem inúmeros fatores culturais e econômicos determinantes de 
seu desempenho, a obra discute como aplicar o conceito em diferentes países e 
formatos de gestão2. 
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA (IBCG). 
Código das melhores práticas de governança corporativa. 4. ed. São Paulo, 
20091. 
 
NBC TA 240 (R1). Responsabilidade Do Auditor Em Relação A Fraude, No 
Contexto Da Auditoria De Demonstrações Contábeis. 2016. Disponível em: 
<https://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/17474/materia
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26 
 
 
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em: <https://labfinprovarfia.com.br/blog/controladoria-compliance-e-governanca-
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SCIELO. Atributos E Papéis Dos Conselhos De Administração Das Empresas 
Brasileiras. 2005. Disponível em: 
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Acessado em 10 de setembro de 2023. 
 
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Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/auditoria-e-o-papel-do-auditor-
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