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MONKEYPOX | FICHA CATALOGRÁFICA
2
23-158283
 CDD-616.24
 NLM-WF-140
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Monkeypox [livro eletrônico] : uma abordagem geral 
 para profissionais de saúde / [organização 
 Marilia Santini de Oliveira, Débora Dupas 
 Gonçalves do Nascimento ; coordenação Sílvia 
 Helena Mendonça de Moraes, Marilia Santini de 
 Oliveira, Ana Paula da Costa Marques. -- 
 1. ed. -- Campo Grande, MS : Fiocruz Pantanal, 
 2023.
 PDF 
 Vários autores.
 Bibliografia.
 ISBN 978-85-66909-46-3
 1. Infecções 2. Infecções - Prevenção 
3. Infecções respiratórias 4. Profissionais da 
saúde 5. Saúde pública 6. Serviços de saúde 
7. Vírus I. Oliveira, Marilia Santini de. 
II. Nascimento, Débora Dupas Gonçalves do. 
III. Moraes, Sílvia Helena Mendonça de. 
IV. Oliveira, Marilia Santini de. V. Marques, 
Ana Paula da Costa.
Índices para catálogo sistemático:
1. Vírus respiratórios : Infecções respiratórias : 
 Medicina 616.24
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
MONKEYPOX | FICHA TÉCNICA
3
© 2023. Ministério da Saúde. Sistema Universidade 
Aberta do SUS. Fundação Oswaldo Cruz Mato 
Grosso do Sul.
Alguns direitos reservados. É permitida a reprodução, 
disseminação e utilização dessa obra, em parte ou em 
sua totalidade, nos Termos de uso do ARES. Deve ser 
citada a fonte e é vedada sua utilização comercial. 
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Nísia Trindade Lima
Ministra da Saúde
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente
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Secretária
Departamento de Doenças Transmissíveis
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Diretora
Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz
Mário Santos Moreira
Presidente 
Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul – 
Fiocruz MS
Jislaine de Fátima Guilhermino
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Coordenação de Educação da Fiocruz MS
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Secretária-executiva
Fundação Oswaldo Cruz Mato Grosso do Sul
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Grande/MS
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CRÉDITOS
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Débora Dupas Gonçalves do Nascimento
Marilia Santini de Oliveira
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Ana Paula da Costa Marques
Marilia Santini de Oliveira
Coordenadora Pedagógica Geral
Sílvia Helena Mendonça de Moraes
Autores 
Ana Paula da Costa Marques
Antonio Luiz Dal Bello Gasparoto
Carlos Henrique Michiles Frank 
Douglas Oliveira Carmo Lima
Helena Lima da Silva Neta
James Venturini
Lucimeire Neris Sevilha da Silva Campos 
Magda Machado Saraiva 
Marcio Irita Haro 
Maria de Lourdes Aguiar Oliveira
Marilia Santini de Oliveira
Mayara Secco Torres da Silva
Nathalie Alves Agripino 
Olavo de Moura Fontoura
Rivaldo Venâncio da Cunha
Autores das questões de avaliação
Everton Ferreira Lemos
Zoraida del Carmen Fernandez Grillo
Revisoras técnico-científicas
Carolina Vaccari Simaan
Daniela Buosi Rohlfs
Débora Dutra
Emanuelle Carvalho Brasil de Albuquerque
Jackeline Leite Pereira Pavin
Josiane Graziele Costa
Laíza Foizer Filgueira
Rosany Ferreira Rios Fonseca
Sabrina Silva Lima
Apoio técnico-administrativo 
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Davyd Darlan Gomes de Oliveiria
Coordenador de Produção e Designer Instrucional
Marcos Paulo dos Santos de Souza
Gerenciamento de redes e websites
Bruno Caramalach Lopes
Thiago Fernandes Oliveira
Webdesigner e Desenvolvedor
Aparício Fermiano
Designers Gráficos
Hélder Rafael Regina Nunes Dias
Renato Silva Garcia
Desenvolvedores AVA MOODLE
Luiz Gustavo de Costa
Vinicius Vicente Soares
Editor de Audiovisual
Adilson Santério da Silva
Ilustrador
Kelvin Rodrigues de Oliveira
Revisor 
Davi Bagnatori Tavares
MONKEYPOX | UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
44
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: Mpox, MONKEYPOX/VARÍOLA 
DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA ______________________________ 7
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE ____________________ 8
1.1 HISTÓRICO DA DOENÇA NO MUNDO E NO BRASIL ______________ 9
 1.1.1 Definição da doença e formas de transmissão _______________ 9
 1.1.2 Dados epidemiológicos no mundo e no Brasil _______________ 11
1.2 AGENTE ETIOLÓGICO __________________________________ 15
 1.2.1 Características gerais do vírus _________________________ 15
 1.2.2 Subtipos e clados existentes no mundo e linhagens 
 encontradas no Brasil __________________________________ 17
 1.2.3 Interface humanos-animais-meio ambiente _______________ 19
 1.2.4 Grupos vulneráveis e população-chave ___________________ 21
REFERÊNCIAS __________________________________________ 23
UNIDADE 2: ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA ____________________ 25
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE _____________________ 26
2.1 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA MPOX _______________________ 28
2.2 DIAGNÓSTICO CLÍNICO DIFERENCIAL DAS LESÕES ______________ 34
2.3 FATORES DE RISCO ASSOCIADOS À INFECÇÃO PELO MPXV _________ 36
2.4 TRATAMENTO E ABORDAGEM TERAPÊUTICA __________________ 37
 2.4.1 Manejo sintomático ________________________________ 37
 2.4.2 Terapias antivirais_________________________________ 37
2.5 CONTROLE DE TRANSMISSÃO DO MPXV _____________________40
2.6 VACINAS E ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO NÃO FARMACOLÓGICAS ____ 41
REFERÊNCIAS __________________________________________ 43
SUMÁRIO
MONKEYPOX | SUMÁRIO
5
UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA _______________________________________________ 45
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE ___________________________________________________ 46
3.1 IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO ESPECÍFICO PARA ASSISTÊNCIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE __________________ 47
3.2 AMOSTRAS PARA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DE MPOX _______________________________________ 48
 3.2.1 Coleta de amostras _______________________________________________________________ 48
 3.2.2 Armazenamento de amostras ________________________________________________________ 49
 3.2.3 Embalagem, acondicionamento e transporte de amostras ____________________________________ 49
3.3 MÉTODOS PARA DIAGNÓSTICO LABORATORIAL _______________________________________________ 50
 3.3.1 Métodos utilizados para diagnóstico específico ____________________________________________ 50
 3.3.2 Fluxo para diagnóstico laboratorial e laboratórios de referência no Brasil __________________________ 50
 3.3.3 Kits e insumos laboratoriais _________________________________________________________ 52
REFERÊNCIAS _________________________________________________________________________ 53
UNIDADE 4: VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DOS CASOS _____________________________________________ 54
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE ___________________________________________________ 55
4.1 NOTIFICAÇÃO DOS CASOS DE MPOX _______________________________________________________ 57
 4.1.1 Definições de caso ________________________________________________________________ 57
 4.1.2 Algoritmo de classificação e orientações para preenchimento da ficha de notificação __________________ 59
 4.1.2.1 Algoritmo de classificação __________________________________________________________ 59
 4.1.2.2 Ficha de notificação _____________________________________________________________ 60
 4.1.2.3 Classificação dos casos e orientação da vigilância _________________________________________ 61
4.2 RASTREAMENTO DE CONTATOS __________________________________________________________ 62
4.3 MONITORAMENTO DE CASOS E CONTATOS __________________________________________________ 64
MONKEYPOX | SUMÁRIO
6
4.4 BLOQUEIO NA CADEIA DE TRANSMISSÃO ____________________________________________________ 65
4.5 VACINAÇÃO E PRIORIDADES: EVIDÊNCIAS NO MUNDO ___________________________________________ 66
REFERÊNCIAS _________________________________________________________________________ 70
UNIDADE 5: ORIENTAÇÕES PARA A POPULAÇÃO E GRUPOS ESPECÍFICOS_________________________________ 72
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE ___________________________________________________ 73
5.1 MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CUIDADO CONTRA A MPOX PARA A POPULAÇÃO GERAL ______________________ 74
5.2 ORIENTAÇÕES PARA PESSOAS COM SUSPEITA DA DOENÇA – DIRECIONAMENTO PARA PROCURA 
 DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ______________________________________________________________ 76
5.3 CONTENÇÃO DA DOENÇA EM SERVIÇOS DE SAÚDE E ORIENTAÇÕES E CUIDADO PARA A SAÚDE DO 
 TRABALHADOR DA SAÚDE ______________________________________________________________ 78
 5.3.1 Situações e fatores de risco à saúde dos trabalhadores da saúde ________________________________ 78
 5.3.2 Medidas de Controle, Prevenção e Proteção à Saúde dos Trabalhadores da Saúde ____________________ 79
 5.3.2.1 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ______________________________________________ 79
 5.3.2.2.Medidas de Controle de Engenharia __________________________________________________ 80
 5.3.2.3 Medidas de Controle Administrativo __________________________________________________ 81
 5.3.2.4 Afastamento de trabalhadores de serviços de saúde e retorno às atividades _______________________ 82
5.4 ORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DO SEXO ________________________________________________ 83
5.5 ORIENTAÇÕES PARA EVENTOS DE MASSA (EM) ________________________________________________ 84
 5.5.1 Planejamento e responsabilidades na Organização de EM _____________________________________ 85
5.6 ORIENTAÇÕES PARA TRANSPORTE PÚBLICO __________________________________________________ 87
REFERÊNCIAS _________________________________________________________________________ 89
MONKEYPOX | UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
7
MONKEYPOX
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO 
AO TEMA: Mpox, MONKEYPOX/
VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA 
SÍMIA
MONKEYPOX | UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
88
OBJETIVOS DE 
APRENDIZAGEM 
DA UNIDADE 
OBJETIVO GERAL:
Esta Unidade tem como objetivo apresentar um breve histórico e panorama da 
doença no mundo e no Brasil, descrevendo o agente etiológico, as características 
do vírus e as formas de transmissão. Ressalta a importância da utilização de dados 
epidemiológicos para as ações de assistência e vigilância em saúde e o reconhe-
cimento da interface humanos-animais-meio ambiente. Discute ainda os grupos 
vulneráveis e população-chave.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
Compreender o histórico da doença e seu surgimento no mundo e no Brasil;
Descrever as características do vírus e as formas de transmissão;
Utilizar dados epidemiológicos no mundo e no Brasil;
Compreender o agente etiológico e suas características gerais;
Reconhecer a interface humanos-animais-meio ambiente; 
Identificar os grupos vulneráveis e população-chave.
CARGA HORÁRIA DE ESTUDO: 
10 horas 
MONKEYPOX | UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
99
1.1 
HISTÓRICO DA 
DOENÇA NO 
MUNDO E NO 
BRASIL 
1.1.1 DEFINIÇÃO DA DO-
ENÇA E FORMAS DE 
TRANSMISSÃO 
A mpox é uma zoonose viral causada 
pelo Monkeypox virus (MPXV), da fa-
mília Poxviridae, capaz de infectar di-
ferentes espécies de mamíferos. É uma 
doença transmissível, autolimitada e 
caracterizada pelo surgimento de pús-
tulas na pele dos indivíduos infectados 
(LUNA et al., 2022).
Você já deve ter ouvido comentários 
associando a mpox à varíola humana. 
Isso se deve ao fato de o agente etio-
lógico das duas doenças, Monkeypox 
virus e Variola vírus (VARV – do inglês 
smallpox), pertencerem à mesma fa-
mília, Poxviridae, causando doenças 
que se manifestam de forma seme-
lhante clinicamente, embora a mpox 
seja menos grave. 
Nas regiões endêmicas, a taxa de le-
talidade (TL) varia de 3,6% a 10,6% e, 
em geral, tanto as manifestações da 
doença quanto a TL são piores nos pa-
cientes imunossuprimidos, como os pa-
cientes que vivem com o vírus da imu-
nodeficiência humana (HIV) (BUNGE et 
al., 2022). 
O vírus pode ser transmitido:
• Entre seres humanos, por:
. Contato próximo com lesões cutâ-
neas, secreções respiratórias ou obje-
tos recentemente contaminados;
. Contato prolongado, face a face, 
com secreções respiratórias;
. Via vertical (transplacentária ou con-
tato próximo entre a mãe e o bebê 
durante e após o parto);
• De animais infectados para outras 
espécies, incluindo humanos (contato 
direto com sangue, outros fluidos cor-
porais e/ou lesões do animal infecta-
do), e de humanos para animais.
Outras formas de transmissão entre 
seres humanos, incluindo por contato 
sexual, estão sendo estudadas.
O MPXV foi identificado na década de 
50, entretanto o primeiro caso em se-
res humanos foi observado em 1970. 
Vale ressaltar que, embora a descober-
ta do vírus tenha ocorrido em macacos 
em um laboratório dinamarquês em 
1958, a Organização Mundial da Saú-
de (OMS) considera inadequada a no-
meação dada à doença, esclarecendo 
que a maioria dos animais suscetíveis a 
esse tipo de varíola são roedores, como 
ratos e cães-da-pradaria.
10
Em 28 de novembro de 2022, a OMS recomendou a mudança do nome da doença para mpox, 
devido aos fortes estigmas e preconceitos observados durante a sua expansão no mundo. 
A substituição do nome acontecerá de forma gradual. No primeiro ano, ambos os nomes foram 
aceitos para que houvesse tempo para finalizar o processo de atualização da Classificação 
Internacional de Doenças (CID). O termo monkeypox deixará de ser utilizado, mas continuará 
sendo pesquisável no CID para fins históricos. Até 30 de novembro de 2022, o Comitê 
Internacional de Taxonomia de Vírus ainda não havia decidido pela mudança na nomenclatura 
do Monkeypox vírus. Nesse curso adotamos o novo nome (mpox), mantendo o nome monkeypox 
e suas traduções para o português apenas no título para facilitar a busca e nos documentos 
incluídos na íntegra que foram produzidos antes da mudança de nomenclatura.
Em 11 de maio de 2023, 
a Mpox deixou de ser 
considerada, pela OMS, uma 
Emergência em Saúde Pública 
Internacional. Contudo, é 
importante ressaltar que a 
doença ainda representa um 
desafio significativo a saúde 
pública que necessita de 
respostas enérgicas e robustas.
Em 23 de junho de 2022, o Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (2005) (RSI) da OMS se reuniu em Genebra 
para tratar sobre o surto multipaís de varíola. O Comitê recomendou ao Diretor-Geral da OMS que não declarasse esse surto como uma 
Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional (ESPII), embora reconhecesse, por unanimidade, a natureza emergencial do evento 
e que controlar a propagação do surto iria requerer intensos esforços de resposta. Reforçou ainda que “o evento deve ser monitorado de 
perto e revisado após algumas semanas, assim que mais informações sobre as incógnitas atuais estiverem disponíveis, para determinar se 
ocorreram mudanças significativas que podem justificar uma reconsideração de seu conselho”. Apesar da opinião do Comitê, o diretor da 
OMS decidiu, em 23 de julho de 2022, declarar a monkeypox uma Emergência de Saúde Pública de Preocupação Internacional (ESPII).
1958 1970 1970 - 1979
O vírus foi identificado 
em 1958, em duas 
colônias de macacos 
provenientes da África,
e mantido para 
pesquisa na Dinamarca.
2018 - 2021 13 e 15/mai - 2022
23/jun - 2022
28/nov - 2022 11/mai - 2023
Entre 2018 e 2021, casos relacionados a viagens para 
países endêmicos foram relatados em Israel (2018), Reino 
Unido (2018, 2019 e 2021), Singapura (2019) e EUA (2021). 
Praticamente todos os casos fora da África nesses anos foram 
relacionados a viagens para países africanos endêmicos ou 
à importação de animais silvestres capturados nas florestas 
africanas para venda como pets exóticos em outros países.
Entre 13 e 15 de maio de 2022, o Reino Unido notificou 7 casos 
confirmados de monkeypox, sem vínculo com viagens a áreas 
endêmicas ou com contato com animais silvestres importados. 
Desde então, outros casos começaram a ser notificados em 
diversos países. A forma de entrada do vírus nesses países e os 
meios de disseminaçãoainda não estão identificados.
O primeiro caso humano foi identificado 
em 1970 na República Democrática 
do Congo, na África. Desde então, 
apresenta-se como doença endêmica 
no continente africano, com poucos 
casos e baixa letalidade.
Entre 1970 e 1979, 
foram descritos 
casos humanos nas 
regiões Central e 
Ocidental da África.
2003
Em 2003, ocorreu um surto nos 
EUA. Foram registrados cerca 
de 47 casos humanos devido 
à importação de roedores 
infectados capturados nas 
florestas de Gana.
Acompanhe a seguir a linha do tempo:
https://www.who.int/news/item/28-11-2022-who-recommends-new-name-for-monkeypox-disease
11
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
Entre 1981 e maio de 2022, 
a maior parte dos casos no 
mundo ocorreu na África 
Central, com mortalidade 
de 10% em indivíduos não 
vacinados contra varíola. 
SAIBA MAIS!
Leia o editorial do periódi-
co The Lancet sobre a de-
claração da OMS (em inglês).
SAIBA MAIS! 
Veja mais detalhes sobre 
os casos de mpox rela-
tados antes de maio de 
2022, apresentados por 
Estevão Portela Nunes, médico in-
fectologista e vice-diretor de servi-
ços clínicos do Instituto Nacional de 
Infectologia Evandro Chagas (INI), 
da Fiocruz, assistindo ao vídeo.
1.1.2 DADOS EPIDEMIO-
LÓGICOS NO MUNDO E 
NO BRASIL 
O surto de mpox atingiu muitos paí-
ses em todo o mundo. A partir de maio 
de 2022, houve uma transmissão mais 
abrangente do vírus, com uma distri-
buição geográfica mais ampla e casos 
com sinais e sintomas diferentes dos 
casos endêmicos da África. 
O primeiro caso identificado de mpox 
foi em 6 de maio de 2022 no Reino 
Unido e até 28 de dezembro de 2022 
foram confirmados no mundo – em 110 
países – 83.539 casos de mpox, com 
74 mortes distribuídas em 18 países 
(CDC, 2022a). Acompanhe na Figura 1 
os locais com maior número de casos 
de mpox no mundo, que estão mar-
cados no mapa com círculos de maior 
diâmetro.
Figura 1 – Mapa global com a localização dos casos de mpox até 28 de dezembro 
de 2022. Círculos alaranjados indicam os países sem histórico de mpox, e os azuis 
os países com histórico de mpox
Fonte: Centers for Disease 
Control and Prevention 
(2022a).
https://fiocruzbr-my.sharepoint.com/:v:/g/personal/cursosarquivo_ms_fiocruz_br/Eae9fSVjjF5BmVvmd7bGHtgBp_mLM7ZkazTr65lu8qKwQw?e=8hOPa4
https://fiocruzbr-my.sharepoint.com/:b:/g/personal/cursosarquivo_ms_fiocruz_br/EZCeQ2tVTs9GqkQyLv2_aXQBvkGu6BOTJ0plA051inFT9A?e=pOoSrF
12
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
SAIBA MAIS!
Você pode acessar os 
dados e mapas atualiza-
dos na página do Centro 
de Controle e Prevenção de Doen-
ças (do inglês: Centers for Disease 
Control and Prevention - CDC).
 
O número de casos no mundo aumen-
tou progressivamente até agosto de 
2022, com predomínio de casos na 
Europa até início de junho, mas de-
pois desse período esse cenário mudou 
para as Américas. A partir de agosto 
de 2022, observa-se uma queda na 
“média móvel dos últimos 7 dias” no 
mundo, como demonstra a Figura 2.
SAIBA MAIS!
Para saber mais sobre 
os números atualiza-
dos da Mpox no mun-
do, consulte também: 
Figura 2 – Casos confirmados de mpox no mundo, segundo média móvel, conside-
rando os últimos sete dias - Maio a Dezembro de 2022
Fonte: Our World Data (2022).
A distribuição de casos no Brasil segue 
a mesma curva observada no mundo e 
em outros países com grande número 
de casos, como os Estados Unidos da 
América. Podemos observar a similari-
dade nas curvas de distribuição da do-
ença no país e no mundo na Figura 3. 
https://www.cdc.gov/poxvirus/mpox/response/2022/world-map.html
https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/2022-DON393
13
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
Até o dia 30 de dezembro de 2022 - 
Semana Epidemiológica 52 (SE 52), 
10.511 casos de mpox foram confirma-
dos no Brasil, a grande maioria dos 
casos se concentram nos estados da 
região sudeste, como pode ser obser-
vado na Figura 4. 
Figura 3 – Casos confirmados de Mpox no Brasil e no Mundo segundo média mó-
vel, considerando os últimos sete dias – Maio a Dezembro de 2022
Fonte: Our World Data (2022).
MPOX
–
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA 
NO BRASIL
30 de Dezembro de 2022 | SE 52
INFORME
Nº139
Figura 4 – Distribuição dos casos con-
firmados de mpox por unidade federa-
da – SE 52
Fonte: Brasil (2022).
14
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
SAIBA MAIS!
Se você quiser saber 
a atualização dos ca-
sos no seu estado e no 
Brasil, acesse o link. 
https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/resposta-a-emergencias/coes/monkeypox/atualizacao-dos-casos
MONKEYPOX | UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
1515
1.2
AGENTE 
ETIOLÓGICO
Sabemos que os vírus são estrutu-
ras microscópicas, mas você já parou 
para pensar em como é essa estrutu-
ra capaz de causar tanto impacto na 
saúde pública? 
1.2.1 CARACTERÍSTICAS 
GERAIS DO VÍRUS
O Monkeypox virus, assim como os ou-
tros membros da família Poxviridae, 
tem genoma composto por DNA de fita 
dupla, que é replicado no citoplasma 
da célula hospedeira. O material ge-
nético tem aproximadamente 197 ki-
lobases (kb) com 190 genes. Eles têm 
morfologia ovoide ou semelhante a 
tijolos e são envolvidos por envelope 
lipoproteico. Apesar de serem obser-
vados apenas por microscopia eletrô-
nica, são considerados de grande por-
te, uma vez que seu tamanho pode 
variar de 200 a 250 nanômetros (nm) 
(ALAKUNLE et al., 2022). 
Uma característica interessante do 
MPXV é que ele apresenta duas formas 
infecciosas: vírion maduro (VM) e vírion 
envelopado (VE). A diferença é base-
ada na quantidade de camadas de 
membranas que o envolvem. As par-
tículas VMs são caracterizadas pela 
presença de apenas uma membrana 
externa, enquanto os VEs têm a mem-
brana externa e mais uma membrana 
também chamada de envelope, que é 
derivada da célula hospedeira (Figura 
5). As proteínas da membrana externa 
dos VMs desempenham importantes 
funções relacionadas à entrada na cé-
lula hospedeira e subsequente pato-
gênese. De forma simplificada, o VM é 
aquele vírus sem o envelope externo e 
o VE é um VM que tem o envelope viral 
(CHADHA et al., 2022).
Diferentemente dos vírus com genoma 
de RNA, os vírus de DNA geralmente 
apresentam poucas mutações. No en-
tanto, as amostras de MPXV isoladas 
do surto de 2022 parecem ter muitas 
mutações. Foram identificadas cerca 
de 40 mutações que os diferem da li-
nhagem mais próxima, que é de 2017, 
sugerindo um processo evolutivo que 
pode estar associado à disseminação 
com maior eficiência, o que explica a 
maior transmissibilidade (KUMAR et 
al., 2022). 
Acredita-se que a habilidade dos pox-
vírus de se tornarem restritos aos hos-
pedeiros seja devido tanto à transfe-
rência e acúmulo de genes de escape 
do sistema imunológico do hospedeiro 
https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Chadha%2C+Jatin
16
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
como à coevolução dos vírus e de seus 
hospedeiros ao longo dos anos. Além 
disso, o tropismo tecidual afeta a distri-
buição e a propagação do vírus em hos-
pedeiros infectados e entre os hospedei-
ros saudáveis (ALAKUNLE et al., 2022). 
Com relação às propriedades físicas e 
químicas, o MPXV é resistente à seca-
gem e pode ser facilmente inativado 
por formol, clorofórmio, metanol, fe-
Figura 5 – Estrutura do MPXV. As duas formas infecciosas: vírion maduro (VM) e 
vírion envelopado (VE)
Fonte: Chadha et al., 2022.
nol e outros reagentes químicos, além 
de perder sua infecciosidade após 20 
minutos de aquecimento em torno de 
55oC. Por outro lado, pode permane-
cer estável por um longo tempo quan-
do armazenado de 4oC a -70oC (LUO, 
HAN, 2022).
SAIBA MAIS!
Leia a reportagem so-
bre o isolamento do vírus 
da mpox pela FIOCRUZ 
e conheça sua estrutura 
por imagens de microscopiaele-
trônica no endereço eletrônico.
SAIBA MAIS! 
Veja mais detalhes so-
bre as características 
do MPXV e da mpox no 
vídeo da pesquisado-
ra da UFRJ Clarissa Damaso. 
https://fiocruzbr-my.sharepoint.com/:v:/g/personal/cursosarquivo_ms_fiocruz_br/EQJ5WuTHLJpKr8ADRKA6TYsBKLjFC1wqm9jl10hqJPPOdg?e=EnJrMt
https://www.ioc.fiocruz.br//noticias/fiocruz-isola-o-virus-monkeypox-e-registra-em-imagens-sua-estrutura-detalhada
https://sfamjournals.onlinelibrary.wiley.com/action/doSearch?ContribAuthorRaw=Chadha%2C+Jatin
17
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
1.2.2 SUBTIPOS E CLA-
DOS EXISTENTES NO 
MUNDO E LINHAGENS 
ENCONTRADAS NO 
BRASIL
De acordo com sua estrutura genô-
mica, historicamente o MPXV foi clas-
sificado em dois clados, ou seja, dois 
vírus diferentes com um ancestral em 
comum, denominados clados “África 
Ocidental” e “África Central”, também 
conhecido por “Bacia do Congo”, que 
convivem na região entre Camarões 
e República Democrática do Congo 
(FORNI et al., 2022). 
Devido à necessidade de alterar tan-
to o nome da doença quanto do vírus, 
que já foi citada anteriormente, o gru-
po de especialistas convocados pela 
OMS concordou em alterar o nome das 
variantes do ortopoxvirus que causam 
a mpox tanto para minimizar ofensas a 
grupos sociais, culturais, nacionais, re-
gionais, profissionais ou étnicos como 
para mitigar as repercussões negativas 
desses nomes no comércio, viagens, tu-
rismo e bem-estar animal.
Sendo assim, os clados Bacia do Con-
go e África Ocidental passariam a ser 
denominados clado um (I) e clado dois 
(II), respectivamente. O clado II ainda 
tem dois subclados, clado IIa e clado 
IIb. Esses clados representam a diver-
sidade genética acumulada ao longo 
de muitos anos de evolução no reser-
vatório animal e incluem a maioria dos 
isolados ligados a surtos na República 
Democrática do Congo. Esses clados, 
que são responsáveis pela maioria dos 
ciclos naturais de transmissão e das 
manifestações endêmicas na África, 
têm transmissão diferente e padrões 
patobiológicos e manifestações clíni-
cas distintas, evidenciando as diferen-
ças entre eles (LUNA et al., 2022). 
Os clados I e II têm diferenças de 0,5% 
na sequência genômica e estão as-
sociados a apresentações clínicas di-
ferentes da doença. O clado I é clini-
camente mais grave, portanto está 
associado a maiores taxas de mortali-
dade e maior transmissibilidade, quan-
do comparado ao clado II (KUMAR et 
al., 2022).
Foi proposto também nomear um sub-
clado IIb (hMPXV1) referente aos iso-
lados presentes nos surtos de 2017 a 
2019 e nos surtos de 2022, uma vez 
que esses isolados têm sido transmi-
tidos pessoa-pessoa em dezenas de 
países e demonstrado uma rota de 
transmissão diferente da dos casos an-
teriores da doença (HAPPI et al., 2022). 
Apesar do número ainda limitado de 
estudos disponíveis, é possível obser-
var uma enorme diversidade dentro 
desse subclado (Figura 6). A linhagem 
B.1, responsável pelo surto de 2022, é 
descendente da linhagem A.1.1 (Figura 
7). Alguns pesquisadores sugerem no-
mear o subclado IIb de clado III, porém 
a nomenclatura ainda não está total-
mente definida. 
18
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
No Brasil, o padrão genético do vírus 
também é semelhante ao observado 
em outras partes do mundo?
Sim. O sequenciamento genético dos 
primeiros casos confirmados de mpox 
no Brasil, assim como vem acontecen-
do nos outros países que tiveram surto 
da doença no ano de 2022, identificou 
que o vírus pertencia ao subclado IIb, 
linhagem B.1 (Figura 7). Além disso, as 
amostras identificadas estavam inti-
mamente relacionadas com as amos-
tras sequenciadas em Portugal, Ale-
manha, Espanha e EUA (CLARO et al., 
2022).
As principais diferenças entre os clados 
Figura 6 – Análise filogenética de 
infecções humanas e não humanas 
por MPXV nos anos de 1970 a 2022. A: 
Distribuição dos isolados dos vírus em 
dois diferentes clados (I e II) e subcla-
dos (IIa e IIb); B: Distribuição dos iso-
lados dos vírus pertencentes ao sub-
clado IIb (hMPXV1) e suas diferentes 
linhagens (A, A.1, A.2, A.1.1 e B.1)
Figura 7 – Epidemiologia Genômica do MPXV: círculos azuis referentes ao clado I; 
círculo verde referente ao subclado IIa; e círculos alaranjados referentes ao sub-
clado IIb e suas linhagens
Fonte: Happi et al. (2022).
Fonte: Nextsrtain (2022)
19
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
pode ocorrer por arranhões, morde-
dura, preparo da caça como alimento 
ou contato direto/indireto com fluidos 
corporais ou material da lesão. Já a 
transmissão entre humanos ocorre, de 
acordo com a descrição clássica, por 
meio de gotículas respiratórias que 
são principalmente eliminadas duran-
te espirros, tosse e fala, e, para tal, é 
necessário um tempo 
de contato prolongado 
(KUMAR et al., 2022).
 O MPXV pode 
atravessar a placenta, 
ou seja, a transmissão 
da mãe infectada para 
o feto também deve 
ser considerada. Ou-
tras formas de contágio 
são pelo contato direto 
com a lesão e com flui-
dos corporais ou pelo 
contato indireto com 
objetos contaminados, 
como roupas e lençóis. 
Ainda não está confir-
mada a transmissão 
sexual. Embora o vírus 
já tenha sido encontra-
do no sêmen, são ne-
cessários mais estudos 
confirmatórios.
parecem estar associadas a determi-
nantes antigênicos imunomoduladores 
e de reconhecimento do hospedeiro. A 
divergência acentuada e os sinais de 
subagrupamento podem estar asso-
ciados a diferentes panoramas epide-
miológicos entre os surtos, que podem 
estar impulsionando microeventos 
evolutivos, redesenhando a arquitetu-
ra genômica do MPXV. 
 
1.2.3 INTERFACE HUMA-
NOS-ANIMAIS-MEIO 
AMBIENTE
 Embora o reservatório definitivo 
do MPXV ainda não tenha sido com-
pletamente identificado, infecções es-
pontâneas foram descritas em diversas 
espécies de mamíferos, e vírions viáveis 
foram encontrados em diferentes teci-
dos de animais que morreram em de-
corrência da infecção. Suspeita-se ain-
da que roedores que vivem na África 
desempenham um papel fundamental 
na transmissão da infecção (Figura 8). 
A transmissão do vírus entre os animais 
pode ocorrer pelo contato com lesões 
cutâneas de animais infectados, fluídos 
corporais ou gotículas respiratórias. A 
transmissão do animal para o homem 
Figura 8 – Ciclo de transmissão do 
MPXV (1) de roedores a macacos; (2) 
de macacos a humanos; (3) de roedo-
res a humanos; (4) de pessoa infecta-
da a pessoas saudáveis por meio de 
gotículas respiratórias; (5) de pessoa 
infectada a pessoas saudáveis pelo 
contato direto com a lesão
Fonte: Kumar et al. (2022).
20
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
as rurais e associadas aos reservató-
rios animais (FORNI et al., 2022). Dessa 
forma, a epidemiologia da doença su-
gere que o reservatório do vírus esteja 
associado à floresta tropical africana, 
região endêmica da doença (Figura 9).
Com o surto de 2017 na Nigéria, os 
casos alcançaram áreas de savana e 
áreas urbanas. Nessa mesma época, 
além do aumento de casos em huma-
nos na África Ocidental, foi observado 
um aumento no número de infecções 
em chimpanzés, embora não tenham 
sido observadas alterações compor-
tamentais ou de hábitos no grupo de 
animais que explicasse o aumento de 
casos. Os pesquisadores sugeriram que 
o aumento nos casos de mpox tanto 
em humanos quanto nos animais esta-
va associado à mudança na demogra-
fia e na distribuição do reservatório do 
vírus (PATRONO et al., 2022).
É importante lembrar que o MPXV já 
foi identificado em uma grande va-
riedade de animais diferentes. Muitos 
desses animais infectados são caçados 
para alimentação, tornando-os fonte 
de infecção para os humanos. Alguns 
animais têm distribuição restrita a al-
gumas regiões, enquanto outros são 
amplamente distribuídos. Dessa for-
ma, é possível que, nas regiões onde 
existam os dois clados do vírus(I, IIa e 
IIb), as barreiras geográficas podem ser 
oportunidades ecológicas de infecção 
e de adaptação a diferentes hospedei-
ros para o vírus (FORNI et al., 2022).
Por ser um vírus zoonótico (termo uti-
lizado para classificar as doenças que 
são transmitidas de maneira natural 
entre os animais e os seres humanos), 
a maior parte das infecções humanas 
em áreas endêmicas acontece em áre-
Figura 9 – Típica floresta tropical na região do Zaire, atual República Democráti-
ca do Congo (África Ocidental), onde casos de mpox ocorreram entre 1970-1984.
Fonte: Fenner et al. (1988).
21
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
É possível também que alterações cli-
máticas e ecológicas tenham causado 
epizootias (ocorrência de um determi-
nado evento em um número de ani-
mais ao mesmo tempo e na mesma 
região, podendo levar ou não à mor-
te) em roedores na África Ocidental e 
Central nos últimos anos, com conse-
quente aumento da transmissão do 
MPXV a humanos e primatas não hu-
manos. A invasão de habitats selva-
gens pode favorecer a interação entre 
animal e homem, criando oportunida-
des de transbordamento da cadeia de 
transmissão, e a variabilidade genéti-
ca encontrada nos isolados do surto de 
2022 demonstra que também ocorreu 
uma grande mudança biológica do ví-
rus (FORNI, et al., 2022).
Muito ainda precisa ser estudado sobre 
as estratégias evolutivas e adaptati-
vas do vírus, além do desenvolvimento 
e implementação de estratégias para 
um diagnóstico precoce, prevenção e 
tratamento da doença. Estudos de vi-
gilância genômica também devem ser 
implementados para esclarecer a dis-
tribuição e natureza dos reservatórios 
e hospedeiros do vírus tanto na África 
quanto nos outros países pelos quais o 
vírus está se espalhando.
1.2.4 GRUPOS VULNE-
RÁVEIS E POPULAÇÃO-
-CHAVE
Você já deve ter ouvido falar na mídia 
sobre o perfil das pessoas que mais se 
infectam pelo MPXV, mas será que é 
isso mesmo? Quais os motivos? Será 
que sempre foi assim?
Os casos de mpox descritos em paí-
ses africanos antes de 2022 afetavam 
igualmente homens e mulheres, sen-
do mais frequentes em menores de 40 
a 50 anos e não vacinados contra a 
varíola.
Desde o início do atual surto, observa-
-se que a população mais afetada são 
os homens, que respondem por 97,5% 
dos casos relatados nos EUA entre 
maio e setembro de 2022, com idade 
média de 34 anos (CDC, 2022b). Um 
levantamento dos casos em 16 países 
realizado de abril a junho de 2022 
identificou 528 casos confirmados, dos 
quais 527 eram homens, com idade 
média de 28 anos (THORNHILL, et al., 
2022). O mesmo perfil demográfico é 
observado em outros países, inclusive 
no Brasil. No estado do Rio de Janeiro, 
por exemplo, dos 1.153 casos confirma-
dos até 24 de outubro do mesmo ano, 
837 tinham entre 20 e 29 anos e 92,5% 
tiveram o sexo masculino atribuído ao 
nascimento (CIEVS, 2022). 
Observou-se ainda que a maior par-
te desses pacientes eram homens que 
faziam sexo com homens (HSH): 82,5% 
no estado do Rio de Janeiro, 95% na 
análise de casos de 16 países e 75% na 
série de casos dos EUA. A mpox, nessa 
população, é mais frequente nos HSHs 
com maior número de parceiros e com 
parceiros desconhecidos. Acredita-se 
que a transmissão do vírus nesse con-
texto seja decorrente do contato ínti-
mo e prolongado durante as relações 
sexuais e não por meio de secreções 
genitais, que caracterizariam trans-
missão sexual. 
Considerando que a disseminação glo-
bal da mpox no surto atual pode es-
tar associada a atividade sexual, ou-
tra população vulnerável nesse cenário 
são os profissionais do sexo, que, assim 
como os demais grupos vulneráveis, 
devem ser priorizados quanto ao aces-
so à informação e educação para pre-
venção e demais cuidados.
 
22
MONKEYPOX | UNIDADE 1: INTRODUÇÃO AO TEMA: MONKEYPOX/VARÍOLA DOS MACACOS/VARÍOLA SÍMIA 
Por que é importante co-
nhecer as características 
da população afetada? 
O conhecimento das características da 
população afetada é importante para 
auxiliar os profissionais de saúde na 
suspeita do diagnóstico e para o de-
senvolvimento das ações de comuni-
cação em saúde, que permitem que as 
pessoas sob maior risco adotem ações 
preventivas. É muito importante evi-
tar a estigmatização dos HSHs, como 
vimos acontecer com a pandemia de 
HIV/Aids na década de 80 do século 
XX. A estigmatização, além de suas 
consequências sociais e humanas de-
letérias, pode implicar diagnóstico tar-
dio ou mesmo ausência de diagnósti-
co, seja por receio de procurar serviços 
de saúde, seja por falta de suspeição 
diagnóstica em pessoas não HSH, per-
dendo-se a oportunidade de prevenir 
a transmissão por meio de isolamento. 
Cabe ressaltar que a transmissão do 
MPXV se dá por contato íntimo e pro-
longado com um paciente com lesões 
e pode acontecer em diversas circuns-
tâncias não ligadas ao ato sexual. 
Também precisamos considerar que há 
casos notificados em mulheres e crian-
ças, embora em menor proporção.
 
SAIBA MAIS!
Veja entrevista da histo-
riadora Dilene Raimundo 
do Nascimento, profes-
sora do Programa de 
Pós-Graduação em História das 
Ciências e da Saúde da Casa de 
Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), so-
bre os riscos da estigmatização. 
SAIBA MAIS!
Assita a vídeo-aula do 
Dr. Rivaldo Venâncio da 
Cunha, coordenador de 
Vigilância em Saúde e 
Laboratórios de Referência da 
FIOCRUZ sobre a MPOX e o 
impacto da doença no Brasil. 
https://portal.fiocruz.br/noticia/corremos-o-risco-de-repetir-com-monkeypox-o-estigma-da-aids-alerta-historiadora
https://fiocruzbr-my.sharepoint.com/:v:/g/personal/cursosarquivo_ms_fiocruz_br/EYshiqQmWNJOor5e7o9hPOgBSzamapf3o64_NeCnkvRyjA?e=Ne5Nz5
MONKEYPOX | UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
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MONKEYPOX | UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
25
MONKEYPOX
UNIDADE 2: ASPECTOS 
CLÍNICOS DA DOENÇA
MONKEYPOX | UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
2626
OBJETIVOS DE 
APRENDIZAGEM 
DA UNIDADE 
OBJETIVO GERAL:
Esta Unidade tem como objetivo apresentar os aspectos clínicos da doença, sinais e 
sintomas, além dos fatores de risco, assegurando a diferenciação clínica da mpox/
varíola dos macacos de outros quadros que causam lesões cutâneas. Busca ainda 
discutir a abordagem terapêutica e os tratamentos adotados, bem como medidas 
de prevenção e controle, vacinas e estratégias de prevenção não farmacológicas.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
- Descrever sinais e sintomas da mpox/varíola dos macacos;
- Diferenciar clinicamente mpox/varíola dos macacos de outros quadros que cau-
sam lesões cutâneas;
- Compreender os fatores de risco;
- Discutir a abordagem terapêutica e os tratamentos adotados;
- Realizar medidas de prevenção e controle;
- Discutir vacinas e estratégias de prevenção não farmacológicas.
CARGA HORÁRIA DE ESTUDO:
10 horas 
27
MONKEYPOX | UNIDADE 2: ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA
Em geral, a mpox é classicamente des-
crita como uma doença benigna que 
causa sinais e sintomas que duram de 
2 a 4 semanas. Vimos na unidade 1 que 
ela é parecida com a varíola, embora 
seja clinicamente mais branda. Mas 
como se apresenta a mpox? Será que 
o paciente manifesta apenas as lesões 
típicas da doença? Você já pensou 
nisso?
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2828
2.1 
MANIFESTAÇÕES 
CLÍNICAS DA 
MPOX
Até o surto atual de mpox, as manifes-
tações clínicas da doença eram des-
critas com base nos casos humanos 
observados na África e relatados em 
artigos científicos e capítulos de livros, 
que eram escassos. A principal forma 
de transmissão identificada até então 
era o contato de uma pessoa com go-
tículas respiratórias de alguém infec-
tado com o vírus da mpox (MPXV), que 
era seguido por um período de incu-
bação de 5 a 21 dias e depois por um 
período prodrômico, isto é, um período 
de 0 a 3 dias de duração da doença, 
caracterizado pelo aparecimento sú-
bito de febre, mal-estar geral, mialgia, 
cefaleia e fadiga decorrente da repli-
cação e disseminação e circulação do 
vírus pelo organismo. Logo após os sin-
tomas prodrômicos, apareciam as le-
sões cutâneas, todas na mesma fase 
evolutiva, de distribuição centrífuga, 
atingindo principalmente face e mem-
bros, acompanhadas de aumento de 
linfonodos especialmente nas cadeias 
cervicais e submandibulares. Essa fase 
correspondia à instalação e multipli-
cação do vírus nas células da pele e 
das mucosas. A patogenia e os sinais e 
sintomas descritos da doença são bas-
tante semelhantes aos da varíola hu-
mana. A taxa de mortalidade descrita 
era de 0% a 11% nos diferentes surtos, 
sendo maior nos que ocorreram na 
África Central.
No atual surto, que acometeu pessoas 
em regiões mais ricas e mais desenvol-
vidas cientificamente no planeta, inú-
meras sériesde casos foram analisadas 
e publicadas, relatando-se patogenia 
e manifestações clínicas diferentes das 
descritas anteriormente. A transmissão 
por contato direto com secreção das 
lesões cutâneas parece ser a mais fre-
quente. Depois do contato, aparecem 
as lesões no local de inoculação. Na 
maior parte dos casos, elas surgem em 
região genital e anal após contato se-
xual, sem a ocorrência de período pro-
drômico com sintomas sistêmicos. Além 
disso, observam-se casos com poucas 
lesões localizadas, sem a distribuição 
centrífuga e com lesões simultâneas 
em diferentes fases evolutivas. A taxa 
de mortalidade descrita no surto atual 
varia de 3% a 6%.
Um estudo com 528 casos de mpox 
ocorridos entre 27 de abril e 24 de ju-
nho de 2022, distribuídos em 16 países, 
observou que 527 pacientes eram ho-
mens, com idade média de 28 anos. 
Em 95% dos casos, a suspeita é de que 
a transmissão tenha ocorrido duran-
29
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te atividade sexual. Desses pacientes, 
95% tinham lesões cutâneas, 64% me-
nos de 10 lesões, 73% com lesões ano-
genitais e 41% com lesões mucosas. Por 
outro lado, 54 pacientes apresentaram 
uma lesão única genital. Os sintomas 
sistêmicos mais frequentes foram febre 
(62%), letargia (41%), mialgia (31%) e 
cefaleia (27%). Linfoadenopatia foi ob-
servada em 56% dos pacientes. Nessa 
coorte, o período de incubação foi, em 
média, de 7 dias, e 70 pacientes (13%) 
foram hospitalizados para analgesia, 
tratamento de infecção bacteriana 
secundária, observação de lesão ocu-
lar, insuficiência renal aguda e/ou por 
dificuldade de isolamento domiciliar. 
Observou-se ainda que 29% dos pa-
cientes tinham uma infecção sexual-
mente transmissível (IST) concomitan-
te (THORNHILL et al, 2022 ).
No Instituto Nacional de Infectologia 
Evandro Chagas (INI/Fiocruz), entre 
12 de junho e 19 agosto de 2022, 208 
pacientes com mpox foram atendidos, 
dos quais 200 eram do sexo masculino 
(96,2%). Desse total de 200 homens, 
89,7% declararam que faziam sexo 
com homens. A mediana de idade dos 
208 pacientes era de 33 anos. Com re-
lação às lesões da mpox nos 208 pa-
cientes atendidos, 76,1% tinham lesões 
disseminadas e 23,9% localizadas, 
77,3% tinham lesões genitais, 33,1% 
anais e 4,8% apresentavam superin-
fecção bacteriana. Os sinais e sinto-
mas sistêmicos mais relatados foram 
febre (63%), adenomegalia (47,4%), 
cefaleia (31,7%), astenia (26,1%), dor 
de garganta (25,4%), mialgia (21,4%) 
e diarreia (10,8%). A avaliação de ISTs 
concomitantes mostrou que 53,2% 
eram portadores de HIV, 21,2% tiveram 
diagnóstico de sífilis, 10,6% de clamí-
dia e 9,9% de gonorreia. Um total de 
33% tinha alguma IST ativa no mo-
mento do diagnóstico de mpox (SILVA 
et al. 2022).
No Brasil, de 7 de junho a 1º de outu-
bro de 2022, 7.992 casos de mpox fo-
ram confirmados. Desse total, 91,8% 
eram homens, com mediana de idade 
de 32 anos. Os sinais e sintomas mais 
relatados foram febre (58,0%), ade-
nomegalia (42,4%) e cefaleia (39,9%). 
Além disso, 27,5% declararam ser imu-
nossuprimidos, 34,6% viviam com HIV 
e 10,5% tinham IST. Nesse período, três 
óbitos foram registrados (PASCOM et 
al. 2022) .
Como já dissemos, o surgimento de 
lesões cutâneas é o principal sinal de 
suspeição diagnóstica. Essas lesões 
aparecem inicialmente como máculas 
e pápulas, mas depois progridem para 
vesiculação, pustulação, umbilicação, 
formação de crostas e descamação 
durante um período de 14 a 21 dias 
(Figura 1). As lesões, geralmente, são 
profundas, podendo ser pruriginosas 
e bastante dolorosas. Lesões em mu-
cosas oral (Figura 2) e genital (Figura 
3), frequentemente descritas no surto 
atual de mpox, estão presentes em até 
70% dos casos. A despigmentação e 
as cicatrizes são vistas como sequelas 
(Figura 4) (Ali et al. 2022, Torres et al. 
2022). 
 
30
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Figura 1 – Lesão cutânea de mpox em seus vários estágios: (a) vesícula precoce 
(diâmetro de 3 mm), (b) pequena pústula (2 mm), (c) pústula umbilicada (3-4 
mm), (d) lesão ulcerada (5 mm), (e) crosta de uma lesão e (f) crosta parcialmen-
te removida 
Fonte: Ali et al. (2022).
Figura 2 – Ulcerações no palato e amígda-
las por MPXV
Fonte: Torres et al. (2022).
31
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Figura 3 – Lesões em mucosas de 
mpox. A: Lesão umbilicada no pênis. 
B: Aglomerado de pápulas na região 
perianal, muitas com umbilicação
Fonte: Torres et al. (2022).
Figura 4 – Lesões cutâneas cicatriza-
das de mpox (A, B e C)
Fonte: Torres et al. (2022).
O aumento dos linfonodos submandi-
bulares, cervicais e inguinais pode ser 
observado de um a dois dias após o iní-
cio da erupção cutânea. 
As complicações são decorrentes de 
infecção bacteriana secundária e da 
localização das lesões. A infecção bac-
teriana secundária da pele é bastan-
te comum (Figura 5), observada em 
até um quinto dos pacientes, poden-
do evoluir para quadros mais graves, 
como pneumonia e sepse, se não for 
identificada e tratada adequadamen-
te (TORRES et al. 2022). Complicações 
decorrentes da localização das lesões 
incluem, por exemplo, o envolvimento 
ocular causando conjuntivite e cera-
tite, que podem evoluir para úlceras 
de córnea e sinéquias oculares entre 
a íris e a cápsula anterior do cristalino. 
O envolvimento de áreas anatômicas 
que possa resultar em sequelas gra-
ves de cicatrizes ou estenoses no sítio 
afetado, como esófago e uretra, requer 
acompanhamento médico mais pro-
longado (SILVA et al. 2022).
 
32
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FIQUE ATENTO! 
Confusão mental e 
convulsões são raras, 
mas também podem 
acontecer como con-
sequência da encefalite viral.
Figura 5 – Complicações da mpox. A: 
Infecção secundária de lesões faciais. 
B: Aparência da infecção mostrada na 
Figura A 5 dias depois
Fonte: Torres et al. (2022).
Apesar de pouco frequentes, formas 
graves e óbito podem ocorrer, princi-
palmente em pacientes com imunode-
pressão severa, como descrito no surto 
atual. 
Em uma análise de 57 casos graves 
hospitalizados nos EUA, observou-se 
que 89,5% dos pacientes tinham al-
gum tipo de imunocomprometimen-
to (82,5% vivendo com HIV, dos quais 
apenas 8% estavam em tratamento 
antirretroviral e 72,1% tinham conta-
gem de células CD4+ em sangue pe-
riférico menor que 50 cels/mm3) e 5% 
eram gestantes. Todos os pacientes ti-
nham lesões cutâneas severas (Figura 
6) e 68% tinham também lesões muco-
sas. Outros órgãos acometidos incluí-
am pulmões (21%), olhos (21%), sistema 
nervoso central e medula espinhal (7%) 
(MILLER et al. 2022).
O Center for Disease Control and Pre-
vention (CDC) dos EUA lançou, em ja-
neiro de 2023, um alerta sobre mpox 
em grávidas, relatando 23 casos, 3 
dos quais próximos ao parto. Os bebês 
nasceram também com a doença, mas 
não houve casos graves (OAKLEY et 
al. 2023). Informações sobre mpox em 
grávidas ainda são muito limitadas, 
mas deve-se pesquisar lesões geni-
tais desde o pré-natal até o momento 
do parto, realizar exames específicos 
para os casos suspeitos e avaliar indi-
vidualmente o uso de antivirais e a via 
de parto (RAMNARAYAN et al. 2022.
33
MONKEYPOX | UNIDADE 2: ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA
Fonte: Miller et al. (2022).
Você sabia que as lesões causadas pelo 
MPXV são muito parecidas com lesões 
causadas por outros microrganismos? 
Por isso, é de extrema importância 
que os profissionais da saúde estejam 
atentos e realizem, quando necessário, 
o diagnóstico diferencial das lesões. 
Figura 6 – Lesões disseminadas e extensas nas costas e nas mãos de paciente 
com caso grave de mpox
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3434
A mpox deve ser diferenciada de ou-
tras infecções virais que também po-
dem causar vesículas e pústulas, como 
varicela, herpes-zoster e infecção pelo 
vírus do herpes simples. Outras infec-
ções por poxvírus, como molusco con-
tagioso, estomatite bovina e orf, tam-
bém podem causar lesões cutâneas 
semelhantes à mpox, bemcomo algu-
mas infecções bacterianas e virais de 
pele, como impetigo, antraz cutâneo, 
sarampo, doença mão-pé-boca e ou-
tras (Figura 7) (DROGA et al., 2023). 
Vesicopústulas ou pseudopústulas 
umbilicadas podem ser confundidas 
com pápulas umbilicadas translúci-
das de molusco contagioso (Figura 8), 
particularmente em pacientes que 
têm lesões confinadas à genitália. A 
apresentação da mpox como uma úl-
cera genital solitária tem sido bem 
documentada na literatura e preci-
sa ser diferenciada de outras ISTs que 
causam úlceras genitais, como sífilis, 
cancroide, condiloma acuminado e 
gonorreia disseminada. Foi observada 
a coinfecção de mpox com várias ISTs, 
e a evidência de uma ou mais ISTs não 
deve excluir o diagnóstico de infecção 
por mpox (DROGA et al., 2023).
A história detalhada do paciente, in-
2.2
DIAGNÓSTICO 
CLÍNICO DIFEREN-
CIAL DAS LESÕES
cluindo histórico de viagens, conta-
tos sexuais, informações sobre conta-
to próximo com qualquer pessoa que 
estivesse com sintomas semelhantes, 
além da análise do momento dos sin-
tomas prodrômicos e da formação das 
lesões cutâneas, pode ajudar a distin-
guir as infecções. 
Embora a varíola tenha sido erradica-
da, ela deve ser considerada como um 
diagnóstico diferencial devido à possi-
bilidade de bioterrorismo.
FIQUE ATENTO! 
A Covid-19 apenas ra-
ramente provoca uma 
erupção pustulovesi-
cular, mas merece consideração 
em virtude da atual pandemia. 
35
MONKEYPOX | UNIDADE 2: ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA
Figura 7 – Imagens ilustrativas para diagnóstico diferencial 
das lesões de mpox: varicela, herpes-zoster, herpes simples e 
impetigo
Fonte: Curitiba (2022).
Figura 8 – Imagens ilustrativas para diagnóstico diferencial 
das lesões de mpox: sífilis e molusco contagioso
Fonte: Curitiba (2022).
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3636
Dadas as características de transmis-
são zoonótica e inter-humana, a epi-
demiologia da mpox e os fatores de 
risco têm sido variados ao longo do 
tempo. Por exemplo, entre 1981 e 1986, 
quase 100% dos casos registrados no 
Congo eram crianças, e os fatores de 
risco associados foram: morar em áre-
as florestais, ser do sexo masculino, ter 
idade inferior a 15 anos e não ter va-
cinação prévia contra varíola (KUMAR 
et al., 2022, RIMOIN et al., 2010, DI-
MITRAKOFF, 2022, THORNHILL et al., 
2022)
Em 2003, nos EUA, ocorreu o primeiro 
relato de mpox fora do continente afri-
cano. Identificou-se que a origem des-
sa contaminação foi uma remessa de 
animais de estimação exóticos e sel-
vagens de Gana. O surto resultou em 
47 casos humanos, mas nenhum caso 
de transmissão inter-humana foi do-
cumentado. Nessa ocasião, os fatores 
de risco associados foram: exposição a 
um animal doente, exposição a gaiolas 
limpas e camas de um animal doente, 
ou o contato por toque com um animal 
doente (REYNOLDS et al., 2007).
No surto atual, a determinação estatís-
tica dos fatores de risco ainda é escas-
sa, portanto os dados epidemiológicos 
2.3 
FATORES DE RISCO 
ASSOCIADOS À 
INFECÇÃO 
PELO MPXV
têm auxiliado a identificar alguns fa-
tores associados, sendo a imunode-
pressão o mais relatado.
FIQUE ATENTO! 
Devido a ainda curta 
duração do surto atual, 
as informações aqui apre-
sentadas são baseadas em relatos 
epidemiológicos descritivos, não 
em estudos analíticos para deter-
minação de fatores de risco, sen-
do, portanto, necessários estudos 
mais robustos sobre esses fatores.
SAIBA MAIS!
Veja mais detalhes sobre 
as manifestações clínicas 
e o perfil epidemiológi-
co dos pacientes com 
mpox observados no surto de 2022 
com o pesquisador Estevão Porte-
la Nunes, médico infectologista e 
vice-diretor de serviços clínicos do 
Instituto Nacional de Infectologia 
Evandro Chagas (INI), da Fiocruz.
https://fiocruzbr-my.sharepoint.com/:v:/g/personal/cursosarquivo_ms_fiocruz_br/EZMzJiBL629BnLRj26pvqwQBU82UERQn-Ope1Ec2t0Tnqw?e=gI1qPv
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3737
2.4.1 MANEJO SINTO-
MÁTICO
Em casos suspeitos ou confirmados de 
mpox, a base do tratamento é o ma-
nejo sintomático. A terapia é focada 
no manejo da dor oral, genital e anor-
retal; na redução do prurido; no mo-
nitoramento da febre; no tratamento 
da proctite, se presente; e na limpeza 
das lesões de pele. As opções de trata-
mento incluem enxágues anestésicos, 
anestésicos tópicos, banhos de assen-
to ou de aveia, laxantes, analgésicos, 
anti-histamínicos orais ou tópicos ou 
outros géis ou loções não irritantes, 
como calamina ou mentol. De modo 
geral, a maioria dos pacientes se recu-
pera apenas com o controle dos sinto-
mas. Nos pacientes que desenvolvem 
dor intensa, são necessários regimes 
de tratamento multimodal, que po-
dem incluir opioides. (BRASIL, 2022).
 
ATENÇÃO! 
Em caso de infecções 
bacterianas secundá-
rias, deve-se introduzir 
antibioticoterapia apropriada. 
 
2.4 
TRATAMENTO E 
ABORDAGEM 
TERAPÊUTICA
2.4.2 TERAPIAS ANTIVIRAIS
 ATENÇÃO! 
Vários antivirais podem ser 
prescritos para o tratamen-
to de mpox. Alguns desses 
medicamentos foram aprovados para 
o tratamento da varíola com base em 
modelos animais e estudos de dose 
e segurança em humanos saudáveis, 
portanto espera-se que tenham a 
mesma atividade contra a mpox. Nes-
se momento, o tecovirimat é o trata-
mento de escolha (FRENOIS-VEYRAT 
et al., 2022; CENTERS FOR DISEASE 
CONTROL AND PREVENTION, 2022)
 
a) Tecovirimat ou TPOXX: é um inibidor 
potente da proteína do vírus necessá-
ria para a formação de uma partícula 
viral infecciosa, sendo recomendado 
para casos em que há risco elevado de 
doença grave. Deve-se avaliar cada 
paciente quanto à elegibilidade para 
receber o antiviral. O TPOXX é reco-
mendado para tratamento compas-
sivo para pacientes com resultado la-
boratorial positivo/detectável para 
MPXV com lesão ocular e/ou internado 
com a forma grave da doença, apre-
sentando uma ou mais das seguintes 
manifestações clínicas (BRASIL, 2022):
38
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Apesar de esse medicamento não ter 
registro no Brasil, a Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (Anvisa), após 
solicitação do Ministério da Saúde 
(MS), autorizou, em caráter excepcio-
nal e temporário, a dispensa do regis-
tro do medicamento importado pelo 
Ministério, considerando a emergência 
em saúde pública. 
A dose recomendada de TPOXX de-
pende do peso do paciente. Por exem-
plo, para pacientes com peso ≥40 kg e 
<120 kg, a dose indicada é de 600 mg 
(três cápsulas) a cada 12 horas. A for-
mulação intravenosa (IV) não deve ser 
usada em pacientes com insuficiência 
renal grave (depuração de creatini-
na <30mL/min) e deve ser usada com 
cautela em pacientes com doença re-
nal moderada ou leve, bem como em 
crianças menores de dois anos de ida-
de devido ao acúmulo do ingrediente 
hidroxipropil-beta-ciclodextrina na 
formulação IV. A formulação IV pode 
ser transferida para terapia oral, caso 
o paciente possa tomar medicamentos 
orais.
A duração do tratamento é de 14 dias. 
No entanto, pacientes imunocom-
prometidos podem necessitar de um 
tratamento mais longo. Em pessoas 
que vivem com o HIV, pode haver in-
terações medicamentosas que afe-
tam a dosagem de agentes de terapia 
antirretroviral. 
Encefalite: presença de alteração 
clínico-radiológica e/ou liquórica 
compatível com o acometimento 
de Sistema Nervoso Central (SNC). 
Lesões cutâneas com 
mais de 250 erupções 
espalhadas pelo corpo. 
Lesão extensa em mucosa 
anal/retal, evoluindo com 
quadro hemorrágico e/ou 
infeccioso secundário à 
ulceração.
Pneumonite: presença de 
manifestação respiratória 
associada a alteração 
radiológica sem outra 
etiologia provável. 
Lesão extensa em 
mucosa oral, limitando 
a alimentação e 
hidratação via oral. 
39
MONKEYPOX | UNIDADE 2: ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA
Se o TPOXX não estiver disponível, a 
decisão de tratar a doença com um 
agente alternativo, como o cidofovir 
(ou brincidofovir, se disponível), deve 
ser individualizada, pois o risco de com-
plicações é maiorquando esses agen-
tes são utilizados (por exemplo, o risco 
de insuficiência renal e anormalidades 
eletrolíticas é maior) (CDC, 2022). Con-
tudo, esses medicamentos não pos-
suem licença para uso no Brasil.
b) Colírios ou pomadas de trifluridina e 
vidarabina: são utilizados se as lesões 
de mpox envolverem o olho ou estru-
turas acessórias do olho. A trifluridina 
tópica e a vidarabina têm sido utiliza-
das para infecções causadas pelo vírus 
Vaccinia, visando ao tratamento da 
ceratite e à prevenção do envolvimen-
to da córnea e da conjuntiva em pa-
cientes com lesões palpebrais. As apli-
cações devem ser realizadas a cada 4 
horas por 7 a 10 dias (Cash-Goldwasser 
et al. 2022)
https://www.uptodate.com/contents/treatment-and-prevention-of-mpox-monkeypox/abstract/28
https://www.uptodate.com/contents/treatment-and-prevention-of-mpox-monkeypox/abstract/28
https://www.uptodate.com/contents/treatment-and-prevention-of-mpox-monkeypox/abstract/28
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4040
A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) (2022) tem destacado diversas 
estratégias para controle e prevenção 
da mpox. Primeiramente, destaca-se a 
necessidade de aumentar a conscien-
tização sobre os fatores de risco e de 
educar as pessoas sobre as medidas 
que podem ser tomadas para reduzir a 
exposição ao vírus. Certamente, a va-
cinação é uma estratégia crucial, por 
isso alguns países já estão desenvol-
vendo políticas para oferecer a vacina 
a pessoas que possam estar em risco, 
como pessoal de laboratório, equipes 
de resposta rápida, profissionais de 
saúde e as populações vulneráveis de 
que tratamos na unidade 1.
Com relação ao risco de transmissão 
de pessoa para pessoa, a OMS desta-
ca que a vigilância e a rápida identi-
ficação de novos casos são essenciais 
para a contenção do surto. Durante os 
surtos de mpox, o contato com pessoas 
infectadas é o fator de risco mais sig-
nificativo para a infecção pelo MPXV. 
Os profissionais de saúde e os mem-
bros da família deles correm maior 
risco de infecção. Os profissionais de 
saúde que cuidam de pacientes com 
suspeita ou confirmação de infecção 
ou manipulam amostras devem 
implementar as precauções-padrão 
de controle de infecção. Se possível, 
pessoas previamente vacinadas contra 
varíola devem ser selecionadas para 
cuidar do paciente.
Com relação ao risco de transmissão 
zoonótica, a OMS recomenda que se 
deve evitar o contato desprotegido 
com animais silvestres, principalmente 
doentes ou mortos, incluindo a carne, 
o sangue e outras partes deles. Além 
disso, todos os alimentos que conte-
nham carne ou partes de animais de-
vem ser bem cozidos antes de serem 
consumidos. 
A restrição ao comércio de animais sel-
vagens e exóticos deve ser ainda mais 
efetiva. Do mesmo modo, animais em 
cativeiro potencialmente infectados 
com MPXV devem ser isolados de ou-
tros animais e colocados em quaren-
tena. Qualquer animal que possa ter 
tido contato com um animal infecta-
do deve ser colocado em quarentena, 
manuseado obedecendo-se as pre-
cauções-padrão e observado quanto 
aos sintomas da mpox por 30 dias.
2.5
CONTROLE DE 
TRANSMISSÃO 
DO MPXV
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4141
A primeira vacina contra a varíola foi 
descoberta por Edward Jenner, em 
1796, que sistematizou os conhecimen-
tos empíricos para prevenir a varíola. 
Ele observou pessoas que ordenhavam 
vacas doentes – que tinham pústulas 
formadas pelo vírus Vaccinia nas te-
tas – e, mesmo com esse contato, não 
adoeciam. A vacina contra a varíola 
chegou ao Brasil em 1804 por iniciativa 
do Barão de Barbacena. 
Anos mais tarde, percebeu-se que 
a imunidade gerada pela vacina de 
Jenner era perdida. Com isso, surgiram 
novas discussões e experimentos, que 
levaram à mudança de técnica de pro-
dução da vacina, iniciando-se a era da 
vacina animal. Mesmo com a compro-
vação da eficácia da nova técnica, a 
vacina animal demorou mais de duas 
décadas para sair da Europa e chegar 
ao Brasil, o que aconteceu em 1887.
Nesse mesmo ano, houve uma epide-
mia de varíola no Rio de Janeiro. O 
médico Pedro Affonso Franco, diretor 
da Santa Casa de Misericórdia, rece-
beu do Instituto Chambon de Paris 
amostra da vacina animal, que foi usa-
da para produção de vacinas no Brasil. 
Na Santa Casa, foi montado o serviço 
de vacinação e oferta da vacina no Rio 
de Janeiro (FERNADES et al. 2022). 
Em 1966, foi instituída a Campanha de 
Erradicação da Varíola, como parte do 
Programa Mundial de Erradicação da 
Varíola da OMS. A campanha obteve 
êxito e, em 1980, foi declarada a erra-
dicação mundial da varíola, após longo 
processo de certificação da interrup-
ção da transmissão da varíola de pes-
soa para pessoa (HERNDERSON, 1980). 
Com a erradicação da varíola no Bra-
sil e no mundo, foi estabelecido no país 
que a vacinação contra a varíola não 
seria mais obrigatória. Desde então, o 
Brasil não tem reserva estratégica dos 
imunobiológicos mais antigos contra a 
varíola. 
Assim, no atual surto de mpox no Bra-
sil e no mundo, iniciado em maio de 
2022, o suprimento de vacinas mais 
recentes é limitado e as estratégias de 
acesso estão em discussão. Portanto, a 
OMS recomenda que a utilização das 
vacinas leve em consideração o atual 
cenário e as evidências.
Os orthopoxvirus têm alta similaridade 
entre si, portanto as vacinas produzi-
das com vírus Vaccinia geram imunida-
de contra a varíola humana e a mpox. 
Os conhecimentos sobre a eficácia 
desses imunizantes contra a mpox ain-
2.6 
VACINAS E 
ESTRATÉGIAS DE 
PREVENÇÃO NÃO 
FARMACOLÓ- 
GICAS
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MONKEYPOX | UNIDADE 2: ASPECTOS CLÍNICOS DA DOENÇA
da são bastante restritos, por isso a 
OMS solicita que os países coletem e 
compartilhem dados sobre a eficácia 
das vacinas.
Atualmente, somente três vacinas 
(MVA-BN, ACAM2000 e LC16) estão 
disponíveis para uso no mundo, por 
demonstrarem eficácia para proteção 
cruzada contra o MPXV (FERDOUS et 
al. 2023). Destaca-se que a vacinação 
em massa contra a mpox não é reco-
mendada pela OMS. A orientação da 
OMS é de que sejam adotadas estra-
tégias robustas de vigilância e moni-
toramento dos casos e investigação e 
rastreamento de pessoas que tenham 
tido contato com a doença como prin-
cipais medidas de prevenção da disse-
minação da doença. 
Agora vamos conhecer um pouco mais 
as 3 vacinas existentes (WHO, 2022): 
MVA-BN: é uma vacina baseada em 
um Orthopoxvirus não replicante de 
terceira geração atenuado e vivo, o 
Vaccinia Ankara Modificado (MVA). A 
Food and Drug Administration (FDA), 
dos Estados Unidos da América (EUA), 
autorizou o uso emergencial dessa va-
cina nos EUA para prevenção da mpox 
em indivíduos com 18 anos ou mais 
de idade com elevado risco de infec-
ção. Ela é administrada em duas do-
ses, com quatro semanas de intervalo, 
por via subcutânea ou intradérmica e 
pode ser aplicada em indivíduos imu-
nocomprometidos e gestantes. Fabri-
cada pela empresa dinamarquesa Ba-
varian Nordic, recebe nomes diferentes 
de acordo com o local em que é dis-
tribuída, sendo chamada de Jynneos 
nos EUA, Imvamune no Canadá e Im-
vanex na União Europeia (PITTMAN et 
al. 2019).
ACAM2000: é uma vacina de segunda 
geração indicada para a prevenção da 
varíola. Foi autorizada para uso contra 
a varíola no surto atual por protocolo 
de Novo Medicamento Investigacio-
nal de Acesso Expandido (EA-IND), que 
requer consentimento do usuário.  Fa-
bricada pela Emergent BioSolutions, 
a vacina ACAM2000 contém um vírus 
Vaccinia vivo replicante.
A LC16 “KMB”: é uma vacina liofiliza-
da, de terceira geração, preparada em 
cultura de células LC16 “KMB”, apro-
vada para prevenção de varíola, e seu 
titular de autorização para comerciali-
zação é a KM Biologics Co., Ltd. 
 FIQUE ATENTO! 
Cabe destacar que os 
programas de vacinação 
devem ser acompanha-
dos por uma forte campanha de 
informação, farmacovigilância 
robusta e realização de estudos 
de efetividade da vacina. Hoje, o 
fornecimento da vacina é limitado 
e, nesse contexto, as doses devem 
ser priorizadaspara pessoas com 
elevado risco de doença grave 
causada pela infecção por MPXV. 
Mais detalhes sobre as priorida-
des e estratégias de vacinação 
serão abordadas na unidade 4.
Outras estratégias não farmacológicas 
de prevenção e não transmissão do ví-
rus incluem o uso de equipamentos de 
proteção individual (EPIs) e medidas 
comportamentais, como isolamento 
domiciliar, evitar contato íntimo com 
indivíduos com lesões suspeitas ou 
confirmadas de mpox, reduzir a prá-
tica de sexo com múltiplos parceiros 
e aplicar os devidos cuidados ao fre-
quentar eventos de massa. Mais deta-
lhes sobre estratégias de prevenção e 
cuidado serão abordados nas unida-
des 4 e 5.
https://www.fda.gov/vaccines-blood-biologics/vaccines/key-facts-about-monkeypox-vaccine
https://www.fda.gov/vaccines-blood-biologics/vaccines/key-facts-about-monkeypox-vaccine
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MONKEYPOX | UNIDADE 3: ASPECTOS DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
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MONKEYPOX
UNIDADE 3: ASPECTOS 
DIAGNÓSTICOS DA DOENÇA
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OBJETIVOS DE 
APRENDIZAGEM 
DA UNIDADE 
OBJETIVO GERAL:
Esta Unidade tem como objetivo apresentar os aspectos diagnósticos da doença 
e sua importância para assistência e vigilância em saúde. Descreve as coletas de 
amostras e testes laboratoriais e os métodos adotados para o diagnóstico labo-
ratorial, ressaltando os laboratórios de referência no Brasil e os fluxos adotados. 
Especifica ainda os kits e insumos laboratoriais.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM:
• Reconhecer a importância do diagnóstico específico para assistência e vigilância 
em saúde;
• Descrever amostras e testes laboratoriais;
• Realizar coleta de amostras;
• Identificar os Métodos para Diagnóstico laboratorial;
• Conhecer os laboratórios de referência no Brasil;
• Compreender o fluxo para o diagnóstico laboratorial;
• Especificar os kits e insumos laboratoriais.
CARGA HORÁRIA DE ESTUDO:
10 horas 
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4747
3.1 
IMPORTÂNCIA 
DO DIAGNÓSTICO 
ESPECÍFICO PARA 
ASSISTÊNCIA E 
VIGILÂNCIA 
EM SAÚDE
Como vimos na unidade anterior, diag-
nosticar e diferenciar a mpox de outras 
doenças que causam erupções cutâ-
neas, como varicela, herpes, sífilis e 
outras, é uma tarefa

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