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MA-14 - Aula 01 Semana 05/08 a 11/08 Unidade 1 Divisibilidade 1.2 Divisibilidade: Problemas Exercício 1.2.1. Sejam a, b, c ∈ Z e c ̸= 0. Mostre que: ac|bc ⇔ a|b. Demonstração. (⇒) Condição necessária. Seja ac|bc então existe m ∈ N tal que bc = m · ac, logo bc − m · ac = 0 assim, c(b−ma) = 0. Se c = 0 nada a concluir. Suponhamos que b−ma = 0 então b = ma e portanto a|b. (⇐) Condição suficiente. Suponhamos que a|b então existe β ∈ Z tal que b = βa. Para c ∈ Z temos que bc = βca de onde ac|bc. Portanto, ac|bc ⇔ a|b. Exercício 1.2.2. (ENC-98)1 A soma de todos os múltiplos de 6 que se escrevem (no sistema decimal) com dois algarismos é: (a) 612 (b) 648 (c) 756 (d) 810 (e) 864 Solução. Os múltiplos de 6 com dois algarismos são: 12, 18, . . . , 96. A soma pedida é 12 + 18 + . . .+ 96 = 6(1 + 2 + 3 + 4 + . . .+ 16− 1) = 1Exame Nacional de Cursos, MEC/INEP. 1 2 = 6 [ 16× 17 2 − 1 ] = 810 Resposta d) 810. Exercício 1.2.3. Com quanto zeros termina o número 100!? Solução. Da definição de fatorial temos: 100! = 1× 2× 3× 4× . . .× 98× 99× 100 100! = 250[1× 3× 5× 7× . . . 97× 99][1× 2× 3× 4× . . .× 50] 100! = 250[1×3×5×7× . . . 97×99][225(1×2×3×4× . . .×25)(1×3×5×7× . . .×47×49)] 100! = 275[5× 15× 25× 35× . . .× 85× 95× α1][(25!)(5× 15× 25× 35× 45× β1] 100! = 275[510(1× 3× 5× 7× . . . 17× 19)α2][(25!)][55(1× 3× 5× 7× 9)β2] 100! = 275 · 515[(1× 3× 5× 7× . . . 17× 19)α2][(25!)][(1× 3× 5× 7× 9)β2] 100! = 275 · 515[(5× 15α3][(25!)][(5× β3] = 275 · 518γ1 × 25! (1.1) Por outro lado: 25! = 1×2×3×4× . . .×24×25 = [1×3×5×7× . . . 23×25][212(1×2×3×4× . . .×12)] 25! = 212[5× 15× 25× α3][(2× 4× 5× 6× 8× 10× 12)β3] 25! = 212[54 × α4][(210 × 52)β4] = 222 × 56 × γ2 En (1.1) 100! = 275 · 515[(5× 15α3][(25!)][(5× β3] = 275 · 518γ1 × (222 × 56 × γ2)] Portanto 100! = 297 × 522 × γ, termina em 24 zeros. Recomendo o site http : //2000clicks.com/MathHelp/BasicFactorialTable.aspx Exercício 1.2.4. a) Mostre que o produto de i números naturais consecutivos é divisível por i!. b) Mostre que 6|n(n+ 1)(2n+ 1), para todo n ∈ N. Demonstração. 3 a) Seja n ∈ N tal que n > i e os números consecutivos n, n − 1, n − 2, · · · , n − i + 1 na forma decrescente. Seu produto é dado por N = n(n− 1)(n− 2) · · · (n− i+ 1) = Sabemos que C in = n! i!(n− i)! = n(n− 1)(n− 2) · · · (n− i+ 1) i! = N i! = α ∈ N logo N = αi! Portanto, o produto de i números naturais consecutivos é divisível por i! b) Aplicando indução sobre n Se n = 1, temos (1)(2)(3) = 6 é imediato que 6|n(n+ 1)(2n+ 1). Suponhamos que para algum h ∈ N onde h ≤ n cumpra que 6|h(h+1)(2h+1), isto é existe α ∈ N tal que h(h+ 1)(2h+ 1) = 6α. Para h+ 1 temos (h+ 1)[(h+ 1) + 1][2(h+ 1) + 1] = (h+ 1)(h+ 2)[(2h+ 1) + 2] ⇔ h(h+1)(2h+3)+2(h+1)(2h+3) = h(h+1)(2h+1)+2h(h+1)+2(h+1)(2h+3) aplicando a hipótese auxiliar = 6α + 2(h+ 1)[h+ (2h+ 3)] = 6α + 6(h+ 1)2 = 6β onde β ∈ N. Portanto, 6|n(n+ 1)(2n+ 1), para todo n ∈ N. Exercício 1.2.5. Mostre, por indução matemática, que, para todo n ∈ N, a) 8|32n + 7 b) 9|10n + 3× 4n+2 + 5 c) 9|n4n+1 − (n+ 1)4n + 1 d) 169|33n+3 − 26n− 27 Demonstração. a) Aplicar indução matemática. 4 b) Aplicar indução matemática. Para n = 0 e n = 1 é imediato, a propriedade é verdadeira. Suponhamos que, para n ≤ h seja verdade que 9|10h + 3 × 4h+2 + 5, logo existe α ∈ N tal que 10h + 3× 4h+2 + 5 = 9α Para h+ 1 temos 10h+1 + 3× 4h+3 + 5 = 10h(9 + 1) + 3× 4× 4h+2 + 5 = = 9× 10h + [10h + 3× 4h+2 + 5] + 3× 3× 4h+2 = 9β para algum β ∈ N Portanto, 9|10n + 3× 4n+2 + 5 para todo n ∈ N c) Aplicando indução sobre n d) Aplicando indução sobre n Exercício 1.2.6. Mostre que 13|270 + 370. Demonstração. Temos: 24 = 13 + 3, 25 = m(13) + 7, 26 = m(13) + 4 = m(13)− 1. Logo, 270 = 24 × (26)11 = 24[m(13)− 1]11 = m(13)− 24 = m(13)− 3 Por outro lado, 32 = 13− 4, 33 = m(13) + 1. então 370 = 3 · (33)23 = 3 · (m(13) + 1)23 = 3(m(13) + 123) = m(13) + 3 Assim, 270 + 370 = [m(13)− 3] +m(13) + 3 = m(13). Portanto, 13|270 + 370. Exercício 1.2.7. 5 Mostre que, para todo n ∈ N: a) 9|10n − 1 d) 3|10n − 7n g) 19|32n+1 + 44n+2 b) 8|32n − 1 e) 13|92n − 24n h) 17|102n+1 + 72n+1 c) 53|74n − 24n f) 6|52n+1 + 1 i) 14|34n+2 + 52n+1 Solução. a) Temos para todo n ∈ N 10n − 1 = (m(9) + 1)n − 1 = m(9) + 110 − 1 = m(9) b) Temos para todo n ∈ N c) Temos para todo n ∈ N que 74n = 492n = (m(53)− 4)2n = m(53) + (−4)2n = m(53) + 24n Logo 74n − 24n = m(53). Portanto, 53|74n − 24n d) Temos para todo n ∈ N que 10n − 7n = (m(3) + 1)n − (m(3) + 1)n = m(3) + (1)n − (1)n = m(3) Portanto, 53|74n − 24n. e) f) g) h) 1) x Exercício 1.2.8. Sejam a, b ∈ Z. 6 a) se a ̸= b, mostre que, para todo n ∈ N, n ≥ 2, an − bn a− b = an−1 + an−2b+ an−3b2 + · · ·+ abn−2 + bn−1 b) Se a+ b ̸= 0, mostre que, para todo n ∈ N∗, a2n+1 + b2n+1 a+ b = a2n − a2n−1b+ a2n−2b2 + · · · − ab2n−1 + b2n c) Mostre que, para todo n ∈ N, a2n − b2n a+ b = a2n−1 − a2n−2b+ a2n−3b2 + · · ·+ ab2n−2 − b2n−1 Demonstração. a) Por indução sobre n ≥ 2 quando b ̸= a Se n = 2 temos a2 − b2 = (a− b)(a+ b) ⇒ a 2 − b2 a− b = a+ b é verdadeira Suponhamos para h ∈ N seja verdade que ah − bh a− b = ah−1 + ah−2b+ ah−3b2 + · · ·+ abh−2 + bh−1 Para h+ 1 e aplicando a hipótese auxiliar ah+1 − bh+1 = a(ah − bh) + bh(a− b) = ah+1 − bh+1 = a[(a− b)(ah−1 + ah−2b+ ah−3b2 + · · ·+ abh−2 + bh−1)] + bh(a− b) = ah+1 − bh+1 = (a− b)[a(ah−1 + ah−2b+ ah−3b2 + · · ·+ abh−2 + bh−1) + bh] = ah+1 − bh+1 a− b = ah + ah−1 + ah−2b+ ah−3b2 + · · ·+ abh−2 + bh−1 + bh Portanto, a igualdade é verdadeira para todo n ∈ N, n ≥ 2 Exercício 1.2.9. Para quais valores de a ∈ N: a) (a− 2)|a3 + 4 ? b) (a+ 3)|a3 − 3 ? c) (a+ 2)|a4 + 2 ? d) (a+ 2)|a4 + 2a3 + a2 + 1 ? Demonstração. a) Suponhamos que (a− 2)|a3 + 4 então existe β ∈ N tal que a3 + 4 = β(a− 2) isto é 7 a3 − 8 + 12 = β(a− 2), assim (a− 2)[β − (a2 + 2a+ 4)] = 12 ⇒ β − (a2 + 2a+ 4) = 12 a− 2 Como, β − (a2 + 2a+ 4) ∈ N, temos a = 8, 6, 5, 4, 3 Portanto, a ∈ N que satisfaz (a+2)|a4+2a3+a2+1 são os números a = 8, 6, 5, 4, 3. b) c) d) Suponhamos que (a+2)|a4+2a3+a2+1 então existe β ∈ N tal que a4+2a3+a2+1 = β(a+ 2) isto é a3(a+ 2) + (a2 − 4) + 5 = β(a+ 2), assim (a+ 2)[β − (a3 + a− 2)] = 5 ⇒ β − (a3 + a− 2) = 5 a+ 2 Como, β − (a3 + a− 2) ∈ N, temos a = 3, −1, −3, −7 Portanto, o único a ∈ N que satisfaz (a+ 2)|a4 + 2a3 + a2 + 1 é a = 3. Exercício 1.2.10. Mostre que, para todos a,m, n ∈ N, m > n > 0 ⇒ (a2n + 1)|(a2m − 1) Demonstração. Se m > n, então existe p ∈ N tal que m = n+ p, assim a2m = a2n+p observe que 2n+p é par a2 m − 1 = a2n+p − 12n+p = (a2n+p−1 + 12n+p−1)(a2n+p−1 − 12n+p−1) a2 m − 1 = β1 × (a2 n+p−1 − 12n+p−1) = β1 × (a2 n+p−2 + 12 n+p−2 )(a2 n+p−2 − 12n+p−2) a2 m − 1 = β2 × (a2 n+p−2 − 12n+p−2) = β2 × (a2 n+p−3 + 12 n+p−3 )(a2 n+p−3 − 12n+p−3) ... ... ... a2 m − 1 = βp−2 × (a2 n+2 − 12n+2) = βp−2 × (a2 n+1 + 12 n+1 )(a2 n+1 − 12n+1) a2 m − 1 = βp−1 × (a2 n+1 − 12n+1) = βp−1 × (a2 n + 12 n )(a2 n − 12n) Logo, a2m − 1 = βp−1 × (a2 n+1 − 12n+1) = K × (a2n + 1) para algum K ∈ N. Portanto, para todos a,m, n ∈ N, m > n ⇒ (a2n + 1)|(a2m − 1. Exercício 1.2.11. Mostre, para todo n ∈ N, que n2|(n+ 1)n − 1. Demonstração. 8 Para todo n ∈ N sabemos pelo binômio de Newton que (n+ 1)n = n∑ k=0 Cn−kn n n−k × 1k = nn + n× nn−1 + n−1∑ k=2 Cn−kn n n−k × 1k + 1 = n2[nn−2 + nn−2 + n2 n−1∑ k=2 Cn−kn n n−k−2] + 1 = m(n2) + 1 Portanto, para todo n ∈ N, temos que n2|(n+ 1)n − 1. Exercício 1.2.12. Mostre, para todo a ∈ N, que: a) 2|a2 − a b) 3|a3 − a c) 5|a5 − a d) 7|a7 − a Demonstração. a) Seja N = a2 − a = a(a− 1), Se a ∈ N é par, logo a = 2k, então N = (2k)(2k − 1) = 2(2k2 − k), assim, 2|a2 − a. Se a = 2α + 1, então N = (2α+ 1)[(2α + 1)− 1] = 2α(2α+ 1), logo 2|a2 − a b) c) Suponhamos que a - 5 e seja o conjunto M = {a, 2a, 3a 4a} então cada um dos elementos de M , diferença con elementos do conjunto P = {1, 2, 3, 4} em alguma ordem, são divisíveis por 5. Suponhamos a − 1 = m(5) ⇒ a = 1 + m(5), 2a − 2 = m(5) ⇒ 2a = 2+m(5), 3a−3 = m(5) ⇒ 3a = 3+m(5), 4a−4 = m(5) ⇒ 4a = 4+m(5) de onde 4!a = 4!+m(5). Logo, como 4! não é múltiplo de 5 segue 4!a4 − 4! = m(5) ⇒ a(a4 − 1) = a×m(5) ⇒ a5 − a = m(5) Portanto, 5|a5 − a d) Suponhamos que a - 7 e seja o conjunto M = {a, 2a, 3a 4a, 5a, 6a} então cada um dos elementos de M , diferença con elementos do conjunto P = {1, 2, 3, 4, 5, 6} em alguma ordem, são divisíveis por 7. Logo 6!a6 − 6! = m(7) ⇒ a7 − a = m(7) Portanto, 7|a7 − a Exercício 1.2.13. 9 Mostre que existem infinitos valores de n em N para os quais 8n2 + 5 é divisível por 7 e por 11. Demonstração. Se o número 8n2 + 5 é divisível por 7 e por 11, logo ele é divisível por 77 (7 e 11 são coprimos). Suponhamos que 8n2 + 5 é divisível por 77, logo existe β ∈ N tal que 8n2 + 5 = 77β ⇒ 8n2 + 5− 77 = 77(β − 1) ⇒ 8(n2 − 9) = 77(β − 1) Como 8 - 77, segue que 8|(β − 1) e 77|(n2 − 9). Assim, para todo α ∈ N temos β − 1 = 8α e n2 − 9 = 77α, α ∈ N, logo β = 1 + 8α. Portanto, 8n2 + 5 = 77(1 + 8α) para todo α ∈ N, assim existem infinitos valores de n em N para os quais 8n2 + 5 é divisível por 7 e por 11 10 Unidade 2 Divisão Euclidiana 2.2 Divisão Euclidiana: Problemas Exercício 2.2.1. Ache o quociente e o resto da divisão a) de 27 por 5. b) de 38 por 7. Solução. a) 27 = 5(5) + 2 quociente q = 5 e o resto r = 2. b) 38 = 5(7) + 3 quociente q = 5 e o resto r = 3. Exercício 2.2.2. Mostre como, usando uma calculadora que só realiza as quatro operações, pode-se efetuar a divisão euclidiana de dois números naturais em apenas três passos. Aplique o seu método para calcular o quociente e o resto da divisão de 3721056 por 18735. Demonstração. Exercício 2.2.3. Discuta a paridade a) da soma de dois números. b) da diferença de dois números. c) do produto de dois números. d) da potência de um número. e) da soma de n números ímpares. Demonstração. Exercício 2.2.4. a) Mostre que um número natural a é par se, e somente se, an é par, qualquer que seja n ∈ N∗. b) Mostre que an ± am é sempre par, quaisquer que sejam n,m ∈ N∗. c) Mostre que, se a e b são ímpares, então a2 + b2 é divisível por 2 mas não divisível por 4. Demonstração. 11 Exercício 2.2.5. Quais são os números que, quando divididos por 5, deixam resto igual a) à metade do quociente? b) ao quociente? c) ao dobro do quociente? d) ao triplo do quociente? Demonstração. a) Seja D o número procurado, das condições do problema temos D = 5q + q 2 ⇒ 2D = 11q ⇒ D = 11β, q = 2β β ∈ N Os números são: 11, 22, 33, 44 b) Em geral temos D = 5q + r, 0 ≤ r < q Supor r = q está errado pela definição do algoritmo da divisão. Quando r = 0 temos 0 = 5× 0 + 0. Portanto, o zero é o único número. c) Exercício 2.2.6. Seja n um número natural. Mostre que um, e apenas um, número de cada terna abaixo é divisível por 3. a) n, n + 1, n + 2 b) n, n + 2, n + 4 c) n, n + 10, n + 23 d) n, n+ 1, 2n+ 1. Demonstração. O conjunto de todos números naturais podemos representar mediante o conjunto A = { 3k, 3k + 1, 3k + 2, k ∈ N }. Se n = 3k então para todos os 4 exercícios um, e apenas um, número de cada terna é divisível por 3 a) Se n = 3k + 1 então a terna dada podemos escrever na forma 3k + 1, 3k + 2, 3k + 3 logo um, e apenas um, número da terna é divisível por 3. Se n = 3k+2 então a terna dada podemos escrever na forma 3k+2, 3k+3, 3k+4 logo um, e apenas um, número da terna é divisível por 3. Com qualquer das três hipóteses na terna um, e apenas um, número da é divisível por 3. 12 b) Se n = 3k + 1 então a terna dada podemos escrever na forma 3k + 1, 3k + 3, 3k + 5 logo um, e apenas um, número da terna é divisível por 3. Se n = 3k+2 então a terna dada podemos escrever na forma 3k+2, 3k+4, 3k+7 logo um, e apenas um, número da terna é divisível por 3. Com qualquer das três hipóteses na terna um, e apenas um, número da é divisível por 3. c) Se n = 3k+1 então a terna dada podemos escrever na forma 3k+1, 3k+11, 3k+24 logo um, e apenas um, número da terna é divisível por 3. Se n = 3k+2 então a terna dada podemos escrever na forma 3k+2, 3k+12, 3k+25 logo um, e apenas um, número da terna é divisível por 3. Com qualquer das três hipóteses na terna um, e apenas um, número da é divisível por 3. d) Se n = 3k + 1 então a terna dada podemos escrever na forma 3k + 1, 3k + 2, 6k + 3 logo um, e apenas um, número da terna é divisível por 3. Se n = 3k+2 então a terna dada podemos escrever na forma 3k+2, 3k+3, 6k+5 logo um, e apenas um, número da terna é divisível por 3. Com qualquer das três hipóteses na terna um, e apenas um, número da é divisível por 3. Exercício 2.2.7. Mostre que a) se n é ímpar, então n2− 1 é divisível por 8. b) se n não é divisível por 2, nem por 3, então n2 − 1 é divisível por 24. c) ∀ n ∈ N, 4 - n2 + 2. Demonstração. a) Se n é ímpar, então é da forma 2k+1, k ∈ N. Logo, como o produto de dois números naturais consecutivos sempre é par, temos n2 − 1 = (2k + 1)2 − 1 = 4k2 + 4k = 4k(k + 1) = 8β, β ∈ N Portanto, n2 − 1 é divisível por 8 b) c) Todo natural n ∈ N podemos escrever em alguma das formas dos elementos do conjunto { 5k, 5k + 1, 5k + 2, 5k + 3, 5k + 4 } onde k ∈ N. Logo • Se n = 5k, então n2 = (5k)2 = m(5) • Se n = 5k + 1, então n2 = (5k + 1)2 = m(5) + 1 13 • Se n = 5k + 2, então n2 = (5k + 2)2 = m(5) + 4 • Se n = 5k + 3, então n2 = (5k + 3)2 = m(5) + 32 = m(5) + 4 • Se n = 5k + 4, então n2 = (5k + 4)2 = m(5) + 42 = m(5) + 1 Assim o quadrado de qualquer número natural é da forma 5k ou 5k + 1 ou 5k + 4 De onde n2+4 = 5h+4 ou n2+4 = (5k+1)+4 = 5(k+1) ou n2+4 = (5k+4)+4 = 5(k + 1) + 3 Portanto, ∀ n ∈ N, 4 - n2 + 2 Exercício 2.2.8. Sejam dados os números naturais a,m e n tais que 1 < a < m < n. a) Quantos múltiplos de a existem entre m e n? b) Quantos múltiplos de 7 existem entre 123 e 2551? c) Quantos múltiplos de 7 existem entre 343 e 2551? Demonstração. Exercício 2.2.9. (ENC-2000) Mostre que, se um inteiro é, ao mesmo tempo, um cubo e um quadrado, então ele é da forma 5n, 5n+ 1, ou 5n+ 4. Demonstração. Seja n ∈ N, consideremos os números n2 e n3, pelos dados do problema temos N = (n2)3 = (n3)2 = n6, isto é o número procurado é potência sexta de n. Pela parte c) do exercício (1.2.12) sabemos que 5|n5 − n ⇒ n5 − n = m(5), de onde n(n5 − n) = m(5) ⇒ n6 = n2 +m(5) Mostramos na parte c) do exercicio (2.2.7) que o quadrado de qualquer número natural é da forma 5k ou 5k + 1 ou 5k + 4. Assim temos que n6 = n2 +m(5), logo N = n6 = 5k +m(5) = m(5) ou N = n6 = 5k + 1 +m(5) = m(5) + 1, ou N = n6 = (5k + 4) +m(5) = m(5) + 4 Portanto, se um inteiro é, ao mesmo tempo, um cubo e um quadrado, então ele é da forma 5n, 5n+ 1, ou 5n+ 4. Exercício 2.2.10. (ENC-2000) a) Mostre que, se um número a não é divisível por 3, então a2 deixa resto 1 na divisão por 3. b) A partir desse fato, prove que, se a e b são inteiros tais que 3 14 divide a2 + b2, então a e b são divisíveis por 3. Demonstração. Exercício 2.2.11. (ENC-2001) Seja N um número natural; prove que a divisão de N2 por 6 nunca deixa resto 2. Demonstração. Seja N ∈ N, então N = 2k ou N = 2k + 1. Também N = 3α ou N = 3β + 1 ou N = 3γ + 2. Assim, • N2 = (2k)(3α) = 6kα + 0 • N2 = (2k)(3β + 1) • N2 = (2k)(3γ + 2) • N2 = (2k + 1)(3α) = 6kα+ 3α • N2 = (2k + 1)(3β + 1) = 6kβ • N2 = (2k + 1)(3γ + 2) Exercício 2.2.12. (ENC-2002) O resto da divisão do inteiro N por 20 é 8. Qual é o resto da divisão de N por 5? Solução. Temos N = 20q + 8, isto é N = 5(4q) + 5 + 3 = 5(4q + 1) + 3. O resto, é 3. Exercício 2.2.13. Mostre que, se n é ímpar, então a soma de n termos consecutivos de uma PA é sempre divisível por n. Solução. 15 Exercício 2.2.14. Ache o menor múltiplo de 5 que deixa resto 2 quando dividido por 3 e por 4. Demonstração. Seja x o número pedido, então x = 3a + 2 ou x = 4b + 2 para algum a, b ∈ N∗, logo 3a+ 2 = 4b+ 2 de onde 3a = 4b assim, a = 4 + 4t e b = 3 + 3t para todo t ∈ N∗ t 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 a 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 b 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 x 14 26 38 50 62 74 86 98 110 122 Logo, o menor número é 50. 16 Problemas Suplementares Exercício 2.2.15. a) 6|n3 + 11n b) 9|4n + 15n− 1 c) 3n+2|103n − 1 d) 7|23n − 1 e) 8|32n + 7 f) 7|32n+1+ 2n+2 g) a2 − a+ 1|a2n+1 + (a− 1)n+2 ∀ a ∈ N Solução. Exercício 2.2.16. (a) Mostre que um quadrado perfeito ímpar é da forma 4n+ 1. (b) Mostre que nenhum elemento da sequência 11; 111; 1111; . . . :: é um quadrado perfeito. Solução. Exercício 2.2.17. O resto Solução. Exercício 2.2.18. (a) Mostre que todo quadrado perfeito é da forma 5k ou 5k ± 1. (b) Com que algarismo pode terminar um quadrado perfeito? (c) Se três inteiros positivos verificam a2 = b2 + c2, então entre eles há um múltiplo de 2 e um múltiplo de 5. 17 (d) A soma dos quadrados de dois inteiros ímpares não pode ser um quadrado perfeito. Solução. Exercício 2.2.19. Mostre que, de n inteiros consecutivos, um, e apenas um, deles é divisível por n. Solução. Exercício 2.2.20. Um número é dito livre de quadrados se não for divisível pelo quadrado de nenhum número diferente de 1. (a) Determine qual é o maior número de números naturais consecutivos livres de quadrados. (b) Defina números livres de cubos e resolva o problema correspondente. Solução. Exercício 2.2.21. Seja m ∈ N. Pode o número m(m+ 1) ser a sétima potência de um número natural? (generalize). Solução. 18 Exercício 2.2.22. Dados a; b ∈ N, quantos números naturais divisíveis por b existem na sequência a; 2a; . . . ba? Solução. Exercício 2.2.23. Sejam a; d ∈ N. Mostre que, na sequência a+0d; a+d; a+2d; a+3d; . . . ou não existe nenhum quadrado ou existem infinitos quadrados. Solução.