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Prévia do material em texto

Responsável pelo Conteúdo: 
Prof. Dr. Rodrigo Medina Zagni 
 
Revisão Textual: 
Profa. Esp. Vera Lidia Cicarone 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Desenvolvimento da 
Antropologia e seus métodos 
Nesta unidade, vamos tratar do tema “O desenvolvimento da 
Antropologia e seus métodos”. 
Veremos como os primeiros antropólogos desenvolveram uma 
metodologia própria de investigação, para dar conta de 
problemas atinentes a aspectos tanto biológicos quanto 
culturais da condição humana, e como esses métodos 
consolidaram um consistente arcabouço teórico sobre o qual 
se desenvolveu a Antropologia no Ocidente. 
Atenção 
Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar 
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma. 
 
 
 
 
 
 
Imagine um indivíduo que não domine o mesmo conjunto de informações que você e 
seu grupo de amigos; que, à mesa, não saiba usar os talheres da mesma forma que seu grupo; 
que não goste do mesmo estilo de música que você e seus amigos; que não domine as 
normas cultas da gramática, cometendo erros ao falar. É possível que, diante de tal indivíduo, 
você emita, sobre ele, o seguinte juízo de valor: “- Ele não tem cultura!” 
Quando dizemos que determinado indivíduo “não tem cultura”, por não dominar um 
determinado conhecimento ou não demonstrar aquilo que entendemos como “boas 
maneiras”, estamos fazendo uma afirmação gravemente equivocada. 
Isso, porque não existe indivíduo sem cultura, tampouco culturas superiores ou inferiores, 
segundo nos ensina a Antropologia, área de conhecimento cujo objeto primordial de estudo é o 
Homem e suas obras e, mais especificamente, sua subárea, a Antropologia Cultural. 
Ocorre que todo Homem é portador de cultura, ainda que repertórios culturais sejam, 
no mais das vezes, completamente distintos uns dos outros. 
Mas só o Homem é portador e produtor de cultura, os animais não. 
Como o Homem e suas obras se convertem em objeto de estudo científico? O que se 
define como cultura, nesses termos? Como ela se transforma em objeto de estudo com uso de 
rigorosos métodos científicos? Como é possível estudar uma cultura “imaterial” (rituais, 
danças, festas, matrimônio etc.) com a mesma precisão que se investiga uma cultura material 
(objetos tridimensionais)? 
Do despertar de uma consciência cultural, natural à condição humana; dos primeiros 
estudos sobre diferentes culturas, desde a Grécia Antiga, até a sistematização desse esforço 
compreensivo como ciência, no séc. XIX - contexto do cientificismo e do evolucionismo 
darwinista - e até o estabelecimento do relativismo cultural que deixou de escalonar diferentes 
culturas como superiores ou inferiores desenvolveu-se a Antropologia no Ocidente junto das 
assim chamadas Ciências Sociais. Essas transformações mobilizaram uma série de autores a 
tentar compreender mudanças e diferenças culturais em termos científicos, mais 
especificamente antropológicos. 
Nesta unidade vamos conhecer as origens da Antropologia e das Ciências Sociais, 
conhecimento que nos servirá de base para compreender conflitos interpretativos entre 
distintas correntes teóricas e, sendo assim, de diferentes formas de se compreender o objeto 
primordial da Antropologia: o Homem e suas obras. 
Em busca das respostas às perguntas aqui elaboradas, embrenhe-se pelo conteúdo 
teórico, apresentação narrada e demais materiais desta unidade, a fim de entender mais sobre 
a dimensão cultural da condição humana. 
Contextualização 
 
 
 
 
 
 
Durante o séc. XIX, com o advento do 
cientificismo, por sua vez resultado da 
consolidação do método científico expandido 
para além das ciências formais e da natureza, 
abriram-se, à investigação científica, novas 
possibilidades de entendimento acerca do 
Homem e de sua vida em sociedade, 
inaugurando, assim, as ciências humanas e 
sociais. 
É o caso da Sociologia, que procura entender as interações entre indivíduos, 
conformando grupos sociais, e a forma como os grupos se relacionam entre si. Também é o 
caso da Economia, que foca a compreensão das formas como o Homem interfere na natureza 
para atender às suas necessidades de sobrevivência, dando origem a modos de produção de 
bens de consumo e determinando os mais variados aspectos de sua vida social. A Ciência 
Política, por sua vez, busca compreender as relações de poder que se estabelecem no convívio 
em sociedade e seus mais variados níveis de organização, investigando os princípios 
legitimadores do exercício do poder político e as distintas formas de governo. 
Nesse contexto, desenvolveu-se, paralelamente a esses campos e intimamente 
imbricada com essas novas áreas de investigação científica, a Antropologia, focada tanto nos 
aspectos biológicos da constituição humana quanto na sua dimensão cultural. 
É sabido que o esforço para compreender essas duas dimensões da existência humana 
(biológica e cultural) moveu o Homem desde o mais remoto passado, contudo sua 
sistematização como área de conhecimento científico data, assim como a das demais áreas de 
investigação aqui elencadas, do século XIX. 
Não com esta designação, mas 
aludindo à tentativa de compreender o 
Homem e suas obras, a Antropologia teria 
nascido no séc. V a.C., no berço da 
civilização grega, quando Heródoto 
(considerado também o “pai da História”) 
passou a descrever as culturas dos povos 
vizinhos à Grécia, motivo pelo qual é 
considerado também o “pai da 
Antropologia”. 
Material Teórico 
 
 
É possível localizar esse tipo de exercício, inicialmente descritivo e com pouco ímpeto 
compreensivo, em crônicas de viajantes, soldados e mercadores que, a partir do contato com 
povos que lhes eram “estranhos”, produziram relatos que contribuíram para o início dos 
estudos sobre Homem e sua cultura, desvelando a realidade da diversidade tanto de tipos 
humanos quanto de culturas que lhes eram características. 
O séc. XIX, porém, torna possível dar a esses esforços caracteres científicos, porque, 
efetivamente, todas as áreas de conhecimento foram revolucionadas tanto pela utilização do 
método experimental quanto pela convicção sobre sua infalibilidade. O método, consolidado 
no século XVIII, pautava a investigação científica nas seguintes etapas: a percepção de uma 
ocorrência fenomenológica (a percepção sensorial), seguida da problematização (elaboração 
de perguntas claras sobre os motivadores causais e sobre o modus operandi dos fenômenos), 
a especulação (fase hipotética na qual hipóteses de resultado para a problematização seriam 
construídas), a experimentação (submissão das hipóteses levantadas a testes que as validariam 
ou não), a elevação das hipóteses validadas para a condição de leis que explicassem o 
fenômeno, e a generalização (extensão da lei para o conjunto de casos semelhantes, 
chegando, assim, a leis gerais). 
A convicção de que essas etapas, uma vez 
cumpridas, levariam a um tipo infalível de explicação, 
resulta no cientificismo que impregnou as nascentes 
ciências humanas. 
Para o desenvolvimento da Antropologia 
interessa que a Química, por exemplo, desenvolveu 
métodos consistentes para datar restos esqueletais 
escavados por arqueólogos, permitindo estabelecer sua 
idade. Com a descoberta de fósseis, portanto, e com o 
desenvolvimento de técnicas para sua datação (produto 
do desenvolvimento maior das ciências), houve 
relevante progresso nos estudos antropológicos, 
culminando na sua sistematização como ciência após a 
apresentação da teoria evolucionista de Charles Darwin, 
no livro “A origem das espécies”, publicado em 1859. 
Enquanto os métodos de datação permitiam conhecer a idade de restos humanos 
escavados, a teoria evolucionista de Darwin prometia explicar as diferenças morfológicas que 
esses fósseis guardavamentre si, como compleição física, tamanho da caixa craniana, 
envergadura da espinha dorsal, estatura etc. 
Apesar de ter alcançado o status de ciência há aproximadamente um século, a 
Antropologia, até muito pouco tempo, estava limitada ao estudo somente desses aspectos 
evolutivos do Homem, como mensuração e estudo de fósseis, por exemplo. Apenas mais 
recentemente passou a abranger outros aspectos, como seu comportamento coletivo e 
estrutura social. 
 
 
Sendo assim, a Antropologia nasceu entre três tipos distintos de ciência, tornando difícil 
caracterizá-la de início, uma vez que sua natureza permitia tomá-la tanto como Ciência Social, 
ao compreender o Homem como ser social, vivendo em grupos, como Ciência Humana, ao 
abordar os aspectos gerais do Homem, como sua história e hábitos, e, finalmente, como 
Ciência Natural, dirigindo seus estudos para os aspectos evolutivos do Homem. 
Trata-se de uma das mais ambiciosas áreas dentre as nascentes ciências do séc. XIX, 
uma vez que, por tomar como objeto “o Homem e suas obras” e como objetivo 
“compreender toda a humanidade”, constitui-se de forma extremamente ampla e, em razão 
disso, além de focar aspectos evolutivos e anatômicos do Homem, vê-se obrigada, 
naturalmente, a estudar suas diferentes organizações sociais, bem como o seu papel dentro 
dessas organizações. 
O objeto de estudo da Antropologia pode ser definido, então, como o Homem e suas 
obras. Desta forma, sua atuação não está limitada no tempo, pode abranger desde as 
organizações sociais primitivas e ágrafas até as mais complexas e recentes. Há um notável 
interesse de antropólogos por grupos sociais mais simples e suas dinâmicas de preservação 
cultural, como, por exemplo, as comunidades rurais que não tenham sofrido efeitos de 
culturas dominantes a ponto de descaracterizar sua constituição cultural; porém, os estudos 
antropológicos não se limitam a apenas um tipo de organização social. 
Nunca nenhuma outra ciência teve um objetivo tão abrangente: compreender a 
humanidade como um todo. Portanto, toda a história do Homem, sua cultura, estrutura social 
e obras são de interesse do antropólogo. 
Trata-se de uma ciência com um campo, portanto, extremamente vasto de estudo, 
tanto no tempo como no espaço, o que deu origem, de acordo com o tipo de abordagem 
antropológica desenvolvida, a uma série de divisões e subdivisões em seus diferentes campos 
de interesse. 
Pode-se definir seu campo de interesse como sendo: de aspecto biológico, como o da 
Antropologia Física ou Biológica; de aspecto sociocultural, como o da Antropologia Social e 
Cultural; e de aspecto filosófico, como o da Antropologia Filosófica. 
Dentro da Antropologia, segundo seus dois principais campos de atuação, encontram-
se duas distinções fundamentais, conforme explicitado no quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
Antropologia Física 
ou Biológica 
Preocupa-se em estudar o Homem a partir de seus 
aspectos físicos e evolutivos, buscando entender suas 
diferenças raciais, aspectos fisiológicos e estrutura 
anatômica. 
Subáreas da Antropologia Física ou Biológica 
Paleontologia humana Estuda a origem e a evolução humana através da análise de 
fósseis intermediários entre os primatas e o Homem moderno. 
Somatologia Trata da diferença de aspectos físicos e sexuais do Homem 
(metabolismo, adaptação etc.). 
Estudos comparativos 
do crescimento 
Ramo mais abrangente da Somatologia, que estuda as diferenças 
físicas em razão de fatores externos como: alimentação, 
exercícios físicos, maturidade sexual etc. 
Raciologia Estuda as diferentes raças dos Homens e suas miscigenações, 
classificando-as. 
Antropometria Procede a mensuração de medidas do corpo humano e seus 
diferentes estágios evolutivos. 
 
Antropologia Social e 
Cultural 
É o campo mais abrangente da Antropologia e estuda as 
diferentes manifestações culturais do Homem sob 
distintos aspectos; cultura esta adquirida por processos 
de aprendizagem que constituem também objeto de 
estudo desse campo. Seu objetivo foca a relação 
problemática entre o comportamento instintivo 
(hereditário e que se opõe ao conceito de cultura) e o 
adquirido (por aprendizagem). 
Subáreas da Antropologia Social e Cultural 
Arqueologia Preocupa-se, primordialmente, com o estudo de sociedades 
antigas que não deixaram registro na forma escrita, mas cuja 
cultura pode ser restabelecida por meio de artefatos. Trata-se da 
reconstituição de culturas mediante recuperação de artefatos que 
tenham resistido à ação do tempo. Cabe ao arqueólogo proceder 
e desenvolver métodos de escavação para a recuperação desses 
artefatos. 
 Subáreas da Arqueologia 
 Arqueologia 
Clássica 
Trabalha na reconstituição de civilizações 
letradas. 
 Antropologia Estuda civilizações extintas, dos primórdios 
 
 
arqueológica da cultura. 
Etnografia Foca seus estudos nas comunidades primitivas ou ágrafas, de 
organização simples, procurando distanciar-se de estudos sobre 
grupos complexos e tecnologicamente desenvolvidos. É possível, 
porém, ainda nos dias de hoje, estudar sociedades e grupos 
rurais de certa forma isolados e que ainda não sofreram 
mudanças que viessem a adequá-los a essas sociedades 
complexas. 
Etnologia Estuda as diferenças culturais e os processos de funcionamento e 
mudança dessas culturas. Enfatiza a relação Homem e meio-
ambiente como fator determinante de certos tipos de cultura. 
Linguística É o ramo da Antropologia mais independente dos demais. Trata-
se do estudo das línguas e de seu acompanhamento dentro de 
uma grande variedade de culturas. 
Folclore Estuda a cultura material e espiritual espontânea e de dimensão 
temporal e espacial limitada, ou seja, restrita ao seio de 
determinada organização cultural. É de aparecimento espontâneo 
e verifica-se tanto em sociedades rurais quanto urbanizadas, 
tanto em sociedades simples quanto complexas. 
Antropologia Social Estuda as diferentes formas de organização social e grupos 
sociais, preocupando-se, entre outros aspectos, em identificar os 
fatores que as regem na vida social (família, economia, política, 
religião, aspectos jurídicos etc.). 
Cultura e 
personalidade 
Estuda as relações entre a cultura e a personalidade dos 
indivíduos. Toma como ponto de partida que o Homem não 
seria somente receptor e produtor de cultura, mas elemento 
determinante de mudança dessa mesma cultura. 
 
A divisão clássica da Antropologia entre Física e Cultural alude, claramente, à 
percepção de que o Homem é não apenas um ser vivo, mas também um ser social; isto é, 
existe não tão somente no ambiente físico, mas, fundamentalmente, no ambiente social, 
cercado por outros indivíduos que, assim como ele, detêm não apenas necessidades 
biológicas, mas necessidades sociais. Da interação entre natureza e cultura, advêm os maiores 
problemas tratados pela Antropologia. 
 
 
A vida humana, dando-se em 
grupos, está eivada de relações sociais, 
produto da interação interindivíduos, 
competindo ou colaborando pelos mesmos 
bens em natureza ou em sociedade. Dessas 
relações, derivam práticas e estruturas 
econômicas, políticas, religiosas, 
educacionais, familiares etc. 
Como vimos, o objeto de estudo da 
Antropologia assume a dimensão do 
Homem em sua vida coletiva, essa, por sua 
vez, subdivide-se em várias dimensões. 
Isso, porque a vida social cotidiana é tanto 
política quanto econômica, religiosa, 
familiar e educacional. 
Essa variedade e diversidade faz com que a Antropologia necessite da colaboração de 
outras áreas do saber e de outras ciências. Sendo assim, não é possível à Antropologia, 
sozinha, compreender fenômenos que são, por natureza, pertencentes a outras áreas de 
conhecimento, como: 
 nas Ciências Sociais: 
Sociologia, História, Psicologia, Geografia, Economia, Ciência Política etc; 
 nas Ciências Biológicas ou Naturais: 
Biologia, Genética, Anatomia, Fisiologia, Embriologia, Medicina etc. em outras ciências que, em aspectos gerais, servem à Antropologia: 
Geologia, Zoologia, Botânica, Química, Física, Economia Política, Geografia 
Humana e Direito. 
 
O conhecimento científico depende, 
essencialmente, de dados e informações, para que sejam 
analisados com rigor metodológico e constituam 
conhecimento empírico. Como dados e informações 
precisam ter precisão e serem dotados de confiabilidade, 
todas as ciências elaboram procedimentos complexos e 
rigorosos com a finalidade de obter informações, 
interpretando-as e analisando-as de forma organizada, 
sistemática e sempre tornando possível a comprovação 
das afirmações feitas a respeito de qualquer assunto. 
 
 
As possibilidades de bases informativas que contenham dados consubstanciais para as 
análises em Antropologia são variadas; desde suportes tridimensionais, objetos, documentos 
escritos, oralidade, até rituais, danças e costumes estão no universo de possibilidades de 
análise do antropólogo. 
Fazem parte, ainda, do seu cotidiano de pesquisa duas etapas primordiais do método 
de análise de suas bases informativas: observar, que permite ao antropólogo definir as 
características do fenômeno pesquisado; e classificar, ou seja, situar o fenômeno no tempo e 
no espaço e determinar seus aspectos essenciais. 
Na qualidade de Ciência Social e Humana, a Antropologia, em seus dois campos de 
estudo – físico e social -, lança mão de métodos e técnicas de trabalho para o tratamento e 
análise dos dados coletados, muitas vezes utilizados concomitantemente. Dentre esses 
métodos, destacamos os mais recorrentes no quadro abaixo: 
Métodos em Antropologia 
Método histórico 
 
Consiste na investigação de eventos do passado para 
compreender o modo de vida do presente. 
Método estatístico 
 
Consiste na transposição dos dados coletados para termos 
quantitativos, exibidos em gráficos, tabelas e quadros explicativos. 
Pode ser utilizado tanto no campo físico quanto social. 
Método etnográfico 
 
Consiste no levantamento de dados descritivos de comunidades 
ágrafas ou rurais e de pequena escala; refere-se primordialmente a 
aspectos culturais de formações sociais de tipo simples. 
Método comparativo É amplamente utilizado tanto pela Antropologia Física como 
Cultural e consiste na comparação de dados para a situação 
temporal e espacial de determinado dado físico ou cultural. 
Método monográfico ou 
estudo de caso 
 
É um método de estudo aprofundado de determinado caso ou 
grupo social sob todos os aspectos. Permite o estudo de 
instituições, processos culturais e todos os setores da cultura. 
Método genealógico 
 
Consiste no estudo da estrutura social por meio do sistema de 
parentescos, estrutura familiar e matrimonial, a partir da 
reconstituição genealógica de determinado indivíduo ou grupo, 
situando-o dentro de uma estrutura social. 
Método funcionalista 
 
Procura agrupar um aspecto funcional de determinada cultura 
estudada. 
 
Na Antropologia Física, as técnicas primordiais de pesquisa são a mensuração e a 
datação. Já na Antropologia Cultural, o antropólogo desenvolve técnicas de observação de 
campo, como observação direta, entrevista e formulários. 
 
 
Na técnica de observação direta, o pesquisador, valendo-se de todos os seus sentidos, 
pode empreendê-la de forma: 
 Sistemática: o objeto da pesquisa é observado sistematicamente em 
determinado espaço de tempo. Divide-se em: 
o Direta – realizada pessoalmente no local de investigação; 
o Indireta – realizada por meio de outras pessoas; 
 Participante: o antropólogo deve permanecer no local de investigação 
o tempo necessário para a compreensão total da cultura sob estudo. 
Deve utilizar um diário de campo e valer-se de todos os meios de registro 
das informações coletadas (fotografias, vídeos, etc). 
 
Na técnica de entrevista, há o contato direto entre o pesquisador e o entrevistado, 
portador das informações que deverão ser, primeiro, coletadas para depois serem 
investigadas. 
A entrevista pode ser: 
 Dirigida: quando segue um roteiro pré-estabelecido; 
 Não dirigida ou livre: quando não há um roteiro pré-estabelecido e o 
entrevistado é levado a manifestar suas ideias espontaneamente. 
 
O formulário é uma técnica de coleta de dados na qual o pesquisado preenche de 
próprio punho as informações pretendidas pelo pesquisador. Trata-se de um instrumento 
muito mais dinâmico e que privilegia informações quantitativas ou em que, em casos de 
informações qualitativas, elas possam ser expressas ou assinaladas de forma rápida, facilitando 
a quantificação dos resultados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para o caso de você desejar se aprofundar em algumas questões trabalhadas no conteúdo, 
disponibilizamos, aqui, uma relação de materiais complementares que podem ser 
extremamente elucidativos. 
Vídeo: 
“O que é Antropologia?” 
YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=yLuW_RdweDQ 
 
Filmes: 
“A guerra do fogo”; dir.: Jean-Jacques Annaut 
“10000 AC”; dir.: Rolland Emmerich 
“Instinto”; dir.: Jon Turteltaub 
 
 
 
Material Complementar 
http://www.youtube.com/watch?v=yLuW_RdweDQ
 
 
 
 
 
 
 
 
BOAS, Franz. Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. 
CARVALHO, E. A. Antropologia. São Paulo: Objetivo, 1972. 
CHILDE, V. Gordon. A evolução cultural do homem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1966. 
DAMATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro: 
Rocco, 1991. 
DARWIN, Charles. A origem das espécies. Porto: Livraria Chardron, 1957. 
KUPER, Adam. Antropólogos e Antropologia. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978. 
LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, 1998. 
MARGARIDA MARIA MOURA. Nascimento da Antropologia Cultural: A Obra de Franz 
Boas. São Paulo: Hucitec, 2004. 
MELLO, L. G. Antropologia Cultural: Iniciação, Teoria e Temas. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 
2004. 
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro: 
Tempo Brasileiro, 1988. 
SPERBER, Dan. O saber dos antropólogos. Lisboa: Edições 70, 1992. 
 
 
Referências 
 
 
 
 
 
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Anotações

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