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MERCADO FINANCEIRO INTERNACIONAL

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Universidade do Sul de Santa Catarina 
Unisul Digital 
 
 
Atividade de Avaliação a Distância 
 
 
 
Unidade de Aprendizagem: Mercado Financeiro Internacional 
Curso: Tecnólogo em Gestão Financeira 
 
 
Questão 1 (10,00 pontos ou 100%) 
Vamos supor que você foi nomeado o Ministro das Relações Internacionais do novo governo 
brasileiro. A partir deste cenário pede-se: 
a) Contextualize a economia brasileira e seus principais indicadores, utilize dados de novembro 
de 2021 até o mais atual de 2022; 
 
b) Quais suas propostas de ações ou políticas para o Mercosul; 
 
c) Quais as suas propostas de ações ou políticas para a Venezuela; e 
 
d) O texto deve conter introdução, desenvolvimento e conclusão, com no mínimo uma página e 
no máximo três. Fundamente sua resposta e cite as fontes pesquisadas dentro das normas. 
Texto corrido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A economia brasileira para 2022 e as relações internacionais. 
Nos primeiros meses do ano de 2022, verifica-se que a economia brasileira vem se 
recuperando dos efeitos negativos provocados pela pandemia da COVID-19. Essa melhora 
demonstra uma retomada de atividades que ainda estavam reprimidas por causa da pandemia e pode 
ser constatada quando analisamos o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro (valor que representa 
todos os bens e serviços finais produzidos dentro do nosso país), no ano de 2021, que, de acordo 
com os dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de $ 
8,7 trilhões. Ainda, verifica-se que houve um aumento do PIB, no primeiro trimestre de 2022, 
quando comparado com o trimestre anterior e com o primeiro trimestre de 2021. Além do PIB, é 
possível verificar uma melhora em outros indicadores econômicos, no período de novembro de 
2021 a maio de 2022, conforme a Tabela 1. 
Tabela 1 – Indicadores Econômicos do Brasil. 
Indicadores 
2021 2022 
Nov Dez Jan Fev Mar Abr Maio 
Exportações (bilhões $) 20,5 24,43 19,75 23,51 29,34 28,85 29,65 
Importações (bilhões $) 21,61 20,42 19,82 18,88 21,81 20,75 24,71 
Balança comercial (bilhões $) -1,11 4,01 -0,66 4,63 7,53 8,1 4,94 
Investimento Estrangeiro Direto 
(bilhões $) 
4,59 -3,94 4,71 11,84 - - - 
Pessoas empregadas (milhões) 94,93 95,75 95,43 95,23 95,28 96,51 - 
Pessoas desempregadas (milhões) 12,41 12,01 12,05 12,02 11,95 11,35 - 
Taxa de emprego (%) 55,1 55,6 55,3 55,2 55,2 55,8 - 
Taxa de desemprego (%) 11,6 11,1 11,2 11,2 11,1 10,5 - 
Taxa de inflação (%) 10,74 10,06 10,38 10,54 11,3 12,13 11,73 
Fonte: Trading Economics, 2022. 
Relativo às exportações (indicador que fornece o valor total das exportações de mercadorias 
em uma base FOB – grátis a bordo), verifica-se que houve um aumento substancial, quando 
comparado ao fim de 2021 ($ 29,65 bilhões). Acerca das importações (indicador que fornece o 
valor total das importações de mercadorias em uma base CIF – custo, seguro e frete – ou FOB – 
grátis a bordo), verifica-se que houve um aumento considerável de abril para maio de 2022 ($ 24,71 
bilhões). É importante destacar que, apesar do aumento nos índices das exportações, o país ainda 
enfrenta dificuldades de manter o seu parque fabril, modernizar a sua indústria e ganhar espaço no 
mercado externo e por essa razão, a maior parte das exportações são produtos alimentícios e/ou 
semimanufaturados. Com relação às importações, cabe apontar que a maior parte dos produtos de 
importação do Brasil são recursos e tecnologias inovadoras que não há no país, ou que o país não 
tem condições de produzir. Ainda, a carga tributária de importação no Brasil é elevada, o que influi 
no valor total desse indicador. 
Apesar desses fatores, é possível verificar um aumento considerável na Balança Comercial do 
país (indicador econômico que representa a relação entre o total de exportações e importações de 
bens e serviços de um país em determinado período), nos últimos quatro meses, superando os 
valores negativos do fim de novembro de 2021 e janeiro de 2022. 
Também, se verifica um aumento no Investimento Estrangeiro Direto (IED), visto que, no 
mês de dezembro de 2021, esse valor foi negativo. No mês de fevereiro de 2022, esse índice foi de 
$ 11,84 bilhões, fato considerado positivo, visto que: 
 
De modo geral, os investimentos externos diretos são benéficos para os países hospedeiros, 
pois criam empregos, aumentam o PIB e, em muitos casos, contribuem para a 
transferência de tecnologia e conhecimento. 
Os investimentos externos também contribuem para aumentar a receita dos governos 
locais, que com o aumento da atividade econômica, arrecadam mais (grifo meu). (LEITE; 
MARTIGNAGO, 2011, p. 60). 
 
Com relação ao mercado de trabalho, percebe-se um aumento na quantidade de pessoas 
empregadas (96,51 milhões) e uma redução na quantidade de pessoas desempregadas (11,35 
milhões), conforme dados de abril de 2022. Do mesmo modo, é possível verificar um aumento na 
taxa de emprego (indicador que mostra a porcentagem da força de trabalho que está empregada) e 
uma redução na taxa de desemprego (indicador que mostra a porcentagem da força de trabalho que 
está desempregada), ambas comparadas ao fim de 2021. Todavia, ainda percebe-se um subemprego 
substancial da força de trabalho do país. 
Analisando a taxa de inflação (indicador que mostra a variação percentual dos preços atuais 
ao consumidor em relação aos preços do ano anterior), verifica-se um aumento gradativo, 
acumulando em 11,73%, no mês de maio de 2022. Por essa razão, o Banco Central vem 
aumentando a Taxa SELIC, com a finalidade de frear a inflação. Na última reunião do Comitê de 
Política Monetária (Copom), o Banco Central elevou a taxa SELIC para 13,25%, sendo a décima 
primeira elevação seguida, desde março de 2021, quando a taxa se encontrava na mínima histórica 
de 2%, alcançando, hoje, o nível mais alto desde janeiro de 2017. 
No cenário internacional, cabe sinalizar que o Brasil é um dos países membros do Mercado 
Comum do Sul (MERCOSUL), junto com a Argentina, Paraguai e Uruguai, sendo que a Venezuela 
está suspensa, desde dezembro de 2016. O Chile, Peru, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname e 
Bolívia (em processo de adesão) são considerados países associados. Deste modo, o MERCOSUL 
constitui em um complemento aos esforços em curso para aumentar a competitividade e a abertura 
da economia brasileira, visando superar as dificuldades econômicas enfrentadas, no período pós-
pandemia. É importante que seja minimizada a segregação cultural e histórica que há entre os países 
membros, bem como seja adotada uma postura protecionista frente aos mercados estrangeiros 
voláteis e, principalmente, que ocorra o fortalecimento do bloco econômico, pois com a atual 
globalização da economia mundial, a tendência comercial mais eficiente para os países é o 
fortalecimento dos blocos econômicos, com a finalidade de facilitar o comércio entre os países 
membros, através da redução e/ou isenção de impostos e tarifas alfandegárias. 
Assim, dentro da agenda política do MERCOSUL (reuniões de ministros, reuniões 
especializadas, foros e grupos de trabalho), é preciso adotas algumas ações e políticas 
governamentais de recuperação econômica, no período pós-pandemia (cenário interno e externo), 
no contexto econômico, comercial, institucional e da cidadania, visando: modernizar o bloco 
econômico; incrementar a participação do bloco nas cadeias regionais e globais de produção; 
aumentar os níveis de produtividade e competitividade; atrair investimentos; reduzir os gastos e a 
burocracia; promover a eficiência no uso de recursos dos contribuintes; modernizar os métodos de 
trabalho; conceder dinamismo nos acordos comerciais com terceiros; resgatar a vocação original do 
bloco, no que tange a abertura e a integração com o mundo; obter mais mercados para exportações; 
obter acesso a importações de alto conteúdo tecnológico e a custos reduzidos; revisar os principais 
instrumentos de política comercialcomum – a Tarifa Externa Comum (TEC) e o Regime de Origem 
do MERCOSUL; e assinar acordos e emendas (facilitação de comércio com países externos ao 
bloco, proteção mútua, assistência jurídica mútua, revalidação de títulos ou diplomas de ensino 
superior, mecanismos de intercâmbio, cooperação policial, combate à corrupção, comércio 
eletrônico, cooperação e facilitação de investimentos, contratações públicas, etc.). 
Por fim, verifica-se, atualmente, que o governo venezuelano conseguiu encerrar um ciclo de 
quatro anos de hiperinflação, conseguiu estabilizar a taxa de câmbio, colocou fim à recessão e vem 
implementando medidas que visam caminhar para uma mais ampla liberalização e abertura da 
economia: cerca de três mil produtos manufaturados foram isentos de impostos para importação; 
encerrou-se o controle cambial; houve o reconhecimento forçado da dolarização; foi aprovada a Lei 
Antibloqueio que permite privatizar empresas nacionais; foi anunciada a venda de até 10% de ações 
de empresas públicas nas bolsas de valores do país. 
Essa decisão do governo venezuelano representa um avanço para investidores nacionais e 
estrangeiros e sinaliza que o governo precisa de capital para o desenvolvimento de todas as 
empresas públicas, de tecnologia e de novos mercados. Com base nessa decisão do governo 
venezuelano, surge a possibilidade da adoção de ações ou políticas visando uma aproximação com 
o governo brasileiro e com o bloco econômico, a fim de solucionar a questão da suspensão do país, 
ocorrida em dezembro de 2016. Ainda, podem ser adotadas ações ou políticas com a finalidade de 
solucionar os problemas referentes à migração venezuelana, desde 2017, período em que o Brasil 
vem fornecendo acomodação e assistência humanitária básica nos abrigos para migrantes em 
Roraima; realocação de migrantes em outros estados do país; integração de migrantes na sociedade 
brasileira e no mercado de trabalho; e apoio aos migrantes dispostos a voltar para a Venezuela. 
REFERÊNCIAS 
ESTANISLAU, Lucas. Venezuela decide vender até 10% de ações de empresas públicas na 
bolsa em busca de investimento. Disponível em: 
https://www.brasildefato.com.br/2022/05/21/venezuela-decide-vender-ate-10-de-acoes-de-
empresas-publicas-na-bolsa-em-busca-de-investimento. Acesso em: 19 jun. 2022. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produto Interno Bruto - PIB. 
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php. Acesso em: 19 jun. 2022. 
LEITE, André Luís da Silva; MARTIGNAGO, Graciella. Finanças internacionais: livro didático. 
3. ed. Palhoça: UnisulVirtual, 2011. 
MERCOSUL. Seminário internacional: políticas de recuperação econômica para mitigar os 
efeitos da pandemia no MERCOSUL. Disponível em: https://www.mercosur.int/pt-br/seminario-
internacional-politicas-de-recuperacao-economica-para-mitigar-os-efeitos-da-pandemia-no-
mercosul/. Acesso em: 19 jun. 2022. 
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Saiba mais sobre o MERCOSUL. Disponível 
em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_Comum_do_Sul. Acesso em: 19 jun. 2022. 
SUA PESQUISA. Blocos econômicos. Disponível em: 
https://www.suapesquisa.com/blocoseconomicos/. Acesso em: 19 jun. 2022. 
TRADINGECONOMICS. Indicadores do Brasil. Disponível em: https://tradingeconomics-
com.translate.goog/brazil/indicators?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=sc. 
Acesso em: 19 jun. 2022. 
UNICEF. Crise migratória venezuelana no Brasil: o trabalho do UNICEF para garantir os 
direitos das crianças venezuelanas migrantes. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/crise-
migratoria-venezuelana-no-brasil. Acesso em: 19 jun. 2022. 
WIKIPÉDIA. Mercado Comum do Sul. Disponível em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mercado_Comum_do_Sul. Acesso em: 19 jun. 2022.

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