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IM03 - Doenças Autoimunes, Carcinogênese e Leucemias

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Aula 03
Imunologia p/ EMSERH (Biomédico)
Professor: Denise Rodrigues
05503769333 - ISNARA COELHO DE RESENDE DIAS
Imunologia para EMSERH (Biomédico) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof.ª Denise Rodrigues ʹ Aula 03 
 
 
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AULA 03: Doenças Autoimunes, Carcinogênese e Leucemias 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Saudação Inicial 01 
2. Autoimunidade 02 
3. Doenças Autoimunes 08 
4. Carcinogênese 28 
5. Leucemias 41 
6. Lista de Questões 54 
7. Gabarito 64 
8. Referências Bibliográficas 65 
 
Saudação Inicial 
Olá, caros concursandos! Sejam bem-vindos à nossa última aula do 
curso de imunologia para o concurso da EMSERH. Veremos os seguintes 
tópicos: doenças autoimunes, carcinogênese e leucemias. Vamos estudar 
mecanismos de tolerância e autoimunidade, doenças autoimunes, o 
processo de carcinogênese, os tipos de leucemias, dentre outros. Como 
vocês devem ter percebido, o edital é extremamente sucinto, não 
detalhando os tópicos dentro de cada assunto. Nesse caso, mais do que 
nunca, iremos nos basear nas questões previas de concursos para 
biomédico e, sempre que possível, em questões da AOCP na tentativa de 
inferir o que se espera dos candidatos e direcionar nosso estudo. 
 
 
 
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Imunologia para EMSERH (Biomédico) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof.ª Denise Rodrigues ʹ Aula 03 
 
 
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Autoimunidade 
É definida como a resposta imune contra antígenos próprios 
(autólogos). A autoimunidade decorre da falha de mecanismos de auto 
tolerância, gerando respostas imunes contra antígenos autólogos. É uma 
importante causa de doença, afetando de 2% a 5% da população nos 
países desenvolvidos e a prevalência de diversas doenças autoimunes 
está aumentando. É importante diferenciar os distúrbios associados a uma 
resposta imune descontrolada (por exemplo, as alergias - 
hipersensibilidade tipo I) das doenças autoimunes, onde a 
particularidade é que as respostas são direcionadas contra 
antígenos próprios. 
 
Tolerância Imunológica 
Um sistema imune normal tem a capacidade de reagir a uma 
enorme variedade de microrganismos, mas não contra antígenos do 
indivíduo. Esta não responsividade aos antígenos próprios é 
chamada de tolerância imunológica e precisa ser mantida. Mas os 
linfócitos que reconhecem antígenos próprios são constantemente gerados 
durante o processo normal de maturação de linfócitos e o sistema imune 
está em contato constante com esses auto antígenos. Então como o 
organismo impede a resposta imune aos antígenos próprios?? 
Quando linfócitos com receptores para um antígeno em particular 
encontram esses antígenos, qualquer uma das três respostas é possível: 
1) Os linfócitos podem ser ativados para que se proliferem e se 
diferenciem em células efetoras e células de memória, levando a uma 
resposta imune produtiva. Os antígenos que provocam tal resposta são 
ditos imunogênicos. 
2) Os linfócitos podem ser funcionalmente inativados ou eliminados, 
resultando na tolerância. Os antígenos que induzem tolerância são ditos 
tolerogênicos. 
3) Em algumas situações, os linfócitos antígeno-específicos podem não 
reagir de maneira alguma. Este fenômeno tem sido chamado de 
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ignorância imunológica: os linfócitos simplesmente ignoram a presença do 
antígeno. 
Normalmente, os microrganismos são imunogênicos e os antígenos 
próprios são tolerogênicos. A escolha entre a ativação dos linfócitos e a 
tolerância é altamente determinada pela natureza do antígeno e dos sinais 
adicionais presentes quando o antígeno é apresentado ao sistema imune. 
Falhas da auto tolerância são a causa subjacente das 
doenças autoimunes. A tolerância imunológica a diferentes antígenos 
próprios pode ser: 
1) Tolerância Central: induzida quando os linfócitos em 
desenvolvimento encontram esses antígenos nos órgãos linfoides 
geradores (centrais); 
2) Tolerância Periférica: induzida quando os linfócitos maduros 
reconhecem antígenos próprios nos órgãos linfoides secundários ou nos 
tecidos periféricos; 
 
Tolerância central dos linfócitos T 
Os principais mecanismos da tolerância central nas células T são a 
morte celular (seleção negativa) e a geração de células T 
reguladoras CD4+. 
Os linfócitos que se desenvolvem no timo possuem receptores 
capazes de reconhecer muitos antígenos, tanto próprios como estranhos. 
Se um linfócito T imaturo interage fortemente com um antígeno próprio, 
apresentado como um peptídeo ligado a uma molécula do MHC, este 
linfócito recebe sinais que estimulam a apoptose e morre antes de poder 
completar o processo de maturação. Esse processo de seleção negativa 
é o principal mecanismo de tolerância central. 
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Poliendocrinopatia autoimune (poliglandular): síndrome rara em 
que diversos antígenos teciduais não são expressos no timo em função 
da falta de uma AIRE funcional (AIRE é um fator de transcrição 
responsável pela expressão tímica de diversas proteínas antigênicas 
próprias), de modo que as células T imaturas específicas para esses 
antígenos não são eliminadas. Esses antígenos são normalmente 
expressos nos tecidos periféricos apropriados (desde que somente a 
expressão tímica seja afetada pela AIRE defeituosa). Logo, as células T 
específicas para esses antígenos surgem do timo, encontram os 
antígenos nos tecidos periféricos e atacam os tecidos e causam doença. 
 
Tolerância periférica dos linfócitos T 
Ocorre quando as células T maduras reconhecem antígenos próprios 
nos tecidos periféricos, levando à inativação funcional (anergia) ou 
morte (deleção/apoptose) ou ainda os linfócitos podem ter sua 
atividade autorreativa suprimida pelas células T reguladoras. A 
tolerância periférica é importante para evitar respostas da célula T aos 
antígenos próprios que não estão presentes no timo e proporcionar 
mecanismos de controle nas situações em que a tolerância central é 
incompleta. O reconhecimento antigênico sem coestimulação adequada 
resulta na anergia ou morte da célula T, ou torna as células T sensíveis à 
supressão pelas células T reguladoras. 
 
Tolerância Central das Células B 
Quando linfócitos B imaturos interagem fortemente com antígenos 
próprios na medula óssea, as células B tanto podem sofrer seleção 
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negativa quanto podem alterar a especificidade do seu receptor (edição 
de receptor). 
 
Tolerância Periférica das Células B 
Linfócitos B maduros que encontram antígenos próprios nos tecidos 
linfoides periféricos ficam incapazes de responder novamente àquele 
antígeno próprio. 
 
 
 
 
Patogênese da Autoimunidade 
Os principais fatores no desenvolvimento da autoimunidade são a 
herança de genes de suscetibilidade e estímulos ambientais. 
Vejamos: 
 
1) Herança de genes de suscetibilidade 
Acredita-se que os genes da suscetibilidade possam interferir com 
vias da auto tolerância e levar à autorreatividade. A maior contribuição de 
risco hereditário para a maioria das doenças autoimunes é atribuída agenes do complexo MHC/HLA. A probabilidade que um indivíduo que 
expressa determinada molécula MHC tem de desenvolver uma doença 
autoimune, em comparação com indivíduos que não expressam esta 
molécula é chamada risco relativo. A incidência de uma doença 
autoimune em particular frequentemente é maior em indivíduos que 
herdaram um determinado alelo do HLA do que na população em geral. 
Por exemplo: em indivíduos que possuem o alelo HLA-B27, o risco de 
desenvolver espondilite anquilosante, uma doença autoimune da coluna, é 
90 a 100 vezes maior que nos indivíduos B27-negativos. 
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Tabela: associações de doenças autoimunes com alelos do locus 
MHC/HLA. 
 
Genes não HLA também são associados a diversas doenças 
autoimunes e podem contribuir com a falha de auto tolerância ou ativação 
anormal dos linfócitos. Muitas desses alelos associados à doença já foram 
descritos, como podemos ver na tabela (A) abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela: papéis dos genes não MHC na autoimunidade. 
Legenda: EM: Esclerose múltipla; AR: artrite reumatoide; LES: lúpus 
eritematoso sistêmico. 
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2) Estímulos ambientais (Ex: infecções) 
Os estímulos ambientais podem provocar lesão celular, lesão 
tecidual e inflamação, resultando na entrada e ativação de linfócitos 
autorreativos e desenvolvimento de doenças autoimunes. 
Dentre esses estímulos ambientais, há muito tempo já se observa 
que as manifestações clínicas da autoimunidade são frequentemente 
precedidas por episódios infecciosos. As infecções podem contribuir de 
diversas maneiras. 
1) A infecção de um tecido pode induzir uma resposta local da imunidade 
inata, que pode ocasionar o aumento da expressão de co-estimuladores e 
citocinas pelas APC’s teciduais. E quando essas APC’s apresentam auto 
antígenos com a presença concomitante de co-estimuladores, as células T 
específicas são ativadas ao invés de se tornarem tolerantes. 
2) Algumas infecções microbianas podem produzir peptídeos antigênicos 
que são similares a antígenos próprios. Essa semelhança é denominada 
mimetismo molecular e pode resultar em reações cruzadas: a 
resposta imune iniciada pelo microrganismo pode passar a ser direcionada 
às células e aos tecidos próprios. Ex: Esclerose Múltipla: semelhança 
entre mielina e peptídeos virais - Influenza, adenovírus, poliomielite, 
Epstein-Barr, vírus da hepatite B. 
3) As infecções podem também causar lesão tecidual e liberar o contato 
com auto antígenos que normalmente estavam “ocultos” para o sistema 
imune. 
 
 
 
Exemplo: na febre reumática, anticorpos produzidos contra 
Estreptococos beta hemolítico do Grupo A fazem reação cruzada com 
antígenos do miocárdio e causam a doença cardíaca. Também pode 
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afetar o coração, o cérebro, as articulações e o tecido subcutâneo. 
 
Doenças Autoimunes 
Compõem um conjunto de diversas patologias que tem como 
característica comum o ataque de células, tecidos ou estruturas do 
próprio organismo, que pode resultar em lesão tecidual e doença. 
 
Características: 
- Maior incidência em mulheres; 
- Heterogeneidade entre os pacientes acometidos; 
- Causa multifatorial; 
- Os antígenos próprios indutores e alvos das reações autoimunes 
frequentemente são desconhecidos; 
- Podem apresentar manifestação clinica muito tempo depois de as 
reações autoimunes terem sido iniciadas. 
 
Classificação: 
1) Sistêmicas; 
2) Órgão-específicas; 
A lesão tecidual nas doenças autoimunes pode ser causada por: 
1) Anticorpos; ou 
2) Células T reativas; 
 
 
 
Principais fatores no desenvolvimento da autoimunidade: 
 
Herança de genes suscetíveis Estímulos ambientais 
(Ex: infecções) 
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Causador da lesão tecidual nas doenças autoimunes: 
 
Anticorpos contra os antígenos 
próprios 
Células T reativas contra 
antígenos próprios; 
 
Já estudamos os tipos de hipersensibilidade, recordam? Dos 4 tipos 
que estudamos, três tipos podem ter importante envolvimento na 
patogênese de doenças autoimunes: Hipersensibilidade tipo II 
(mediada por anticorpos), III (mediada por complexos imunes) e 
Hipersensibilidade tipo IV (mediada por células T). 
 
Doenças Autoimunes Mediadas por Anticorpos 
Anticorpos (outros que não a IgE) podem causar lesão tecidual e 
doença ao: 
A: se ligar diretamente a seus antígenos-alvo na superfície das células e 
na matriz extracelular (hipersensibilidade tipo II); ou 
B: formar complexos imunes que se depositam principalmente nos vasos 
sanguíneos (hipersensibilidade tipo III). 
 
Etiologia das Doenças Mediadas por Anticorpos 
Anticorpos causadores de doenças são com mais frequência 
anticorpos contra antígenos próprios e menos comumente contra 
antígenos estranhos (por exemplo, antígenos microbianos que 
levam a reações cruzadas). 
As doenças mais bem descritas provocadas por anticorpos 
produzidos contra os antígenos microbianos são a febre reumática (por 
anticorpos) e glomerulonefrite pós-estreptocócica (por complexos 
imunes). 
Após essas infecções, alguns indivíduos produzem anticorpos 
antiestreptocócicos que fazem reação cruzada com um antígeno nos 
tecidos cardíacos. A deposição desses anticorpos no coração desencadeia 
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uma doença inflamatória chamada febre reumática, que pode levar à 
insuficiência cardíaca aguda, ou cicatrização lenta das válvulas e 
insuficiência cardíaca de início tardio. Outros indivíduos produzem 
anticorpos antiestreptocócicos que se depositam nos glomérulos renais, 
causando um processo inflamatório chamado de glomerulonefrite pós-
estreptocócica, que pode levar à insuficiência renal. 
 
Mecanismos de Lesão Tecidual e Doença 
Os anticorpos específicos de antígenos celulares e teciduais causam 
doenças ao: 
A: induzir inflamação no local do depósito; 
B: opsonizar células para fagocitose; e 
C: interferir nas funções celulares normais, como a sinalização de 
receptores hormonais. 
Os três mecanismos são vistos com anticorpos que se ligam 
diretamente a seus antígenos-alvo. Já no caso dos complexos imunes, o 
que ocorre é que geralmente causam doença basicamente por induzir 
inflamação. 
Alguns anticorpos podem causar doença sem induzir diretamente 
lesão tecidual. Por exemplo, anticorpos contra receptores hormonais 
podem inibir a função do receptor. Por exemplo, ocorre em alguns 
casos de miastenia grave: anticorpos contra o receptor de acetilcolina 
inibem a transmissão neuromuscular e causam paralisia. Outros 
anticorpos podem ativar diretamente os receptores, imitando seus 
ligantes fisiológicos. Em uma forma de hipertireoidismo 
denominada Doença de Graves, anticorpos contra o receptor do 
hormônio estimulanteda tireoide estimulam as células da tireoide mesmo 
na ausência do hormônio. 
 
Na tabela abaixo estão listadas doenças mediadas por 
anticorpos antiteciduais (hipersensibilidade tipo II). 
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Tireoidite de Hashimoto: anticorpos contra antígenos da tireoide, 
processo inflamatório intenso na tireoide (linfócitos, plasmócitos e 
macrófagos), aumento do volume glandular (bócio), queda na produção 
dos hormônios da tireoide = hipotireoidismo. 
Doença de Graves: atinge mais mulheres na faixa de 30-40 anos, 
autoanticorpos para o receptor de TSH, levando a excessiva produção dos 
hormônios e hipertireoidismo. 
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Miastenia Grave: anticorpos anti-receptor de acetilcolina, destruição do 
receptor, fraqueza muscular. 
Espondilite Anquilosante: doença em que ocorre comprometimento das 
articulações sacroilíaca e periférica. Tem associação com o HLA B27 (90% 
dos pacientes), afeta homens com menos de 40 anos (mais suscetíveis 
que as mulheres), a reação contra peptídeo próprio associado ao HLA B27 
pode estar relacionada a infecções por: Clamídia, Shigella, Salmonela, 
Yersiniae Campylobacter. Não há implicação de fator reumatoide nessa 
doença autoimune. 
 
E na tabela abaixo estão listadas doenças mediadas por 
complexos imunes (hipersensibilidade tipo III). Nessas doenças, 
complexos imunes são detectados no sangue ou nos tecidos no local da 
lesão. Em todas essas desordens a lesão é causada por inflamação 
mediada por complemento e receptor de Fc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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- Artrite reumatoide: deposição de imunocomplexos circulantes. 
- Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES): é uma das doenças autoimunes 
mais cobradas em prova. Caracterizada pela produção de autoanticorpos, 
formação e deposição de imunocomplexos, inflamação em diversos órgãos 
e dano tecidual. Anticorpos: anti-hemácias, antilinfócitos e plaquetas, 
antineuronais, anticardiolipina, antinucleares (DNA, histonas, RNA, 
proteínas nucleares). Há importante participação de fatores hormonais, 
ambientais, genéticos e imunológicos para o surgimento da doença. As 
características clínicas são polimórficas e a evolução costuma ser crônica, 
com períodos de exacerbação e remissão. A doença pode cursar com: 
artrites, glomerulonefrite, erupção cutânea, vasculite, disfunção renal, 
miosite, manifestações mucocutâneas, hemocitopenias imunológicas, 
diversos quadros neuropsiquiátricos e pneumonite. LES afeta indivíduos 
de todas as raças, sendo 9 a 10 vezes mais frequente em mulheres 
durante a idade reprodutiva. 
Vejamos também alguns exames laboratoriais que são úteis 
no diagnóstico/monitoramento do LES: 
 
Pesquisa de autoanticorpos: 
 Anticorpos antinúcleo (FAN): positiva na maioria dos pacientes com 
LES e em outras doenças do colágeno. 
 Anticorpos anti-DNA de dupla hélice: concentrações altas são 
características de LES. 
 Fator reumatoide: pode ser positivo. 
 Velocidade de hemossedimentação: aumentada por causa da 
inflamação. 
 Proteína C reativa: elevada por causa da inflamação. 
 VDRL: pode ser falso positivo. 
 C3 - fração 3 do complemento e outras frações do complemento: com 
frequência apresenta-se diminuída, o que pode ocorrer também em 
algumas infecções. 
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Tratamento de Doenças Causadas por complexos imunes 
O tratamento dessas doenças visa principalmente limitar a 
inflamação e as suas consequências negativas, com agentes como os 
corticosteroides. Nos casos graves, utiliza-se plasmaférese para reduzir 
os níveis de anticorpos ou complexos imunes circulantes. Algumas dessas 
doenças respondem bem ao tratamento com IgG intravenosa coletada de 
doadores saudáveis. O tratamento de pacientes com um anticorpo 
específico para CD20, uma proteína de superfície de células B maduras, 
resulta em depleção das células B e pode ser útil no tratamento de alguns 
distúrbios mediados por anticorpos. Outras abordagens: tratar os 
pacientes com antagonistas que bloqueiam o ligante CD40, inibindo assim 
a ativação da célula B dependente da célula T auxiliar, e utilizando 
anticorpos para bloquear as citocinas que promovem a sobrevida das 
células B e dos plasmócitos. 
 
Doenças Causadas Por Linfócitos T 
 
Etiologia das Doenças Mediadas por Células T 
As principais causas de reações de hipersensibilidade mediadas por 
células T são autoimunidade e respostas exageradas ou persistentes aos 
antígenos ambientais (infecções). As reações autoimunes mediadas por 
linfócitos T em geral são direcionadas contra antígenos celulares com 
distribuição tecidual restrita. Portanto, atenção: as doenças autoimunes 
mediadas por célula T tendem a se limitar a alguns poucos órgãos, 
geralmente não são sistêmicas. 
Exemplos das reações de hipersensibilidade mediadas pela célula T 
contra os antígenos ambientais: 
Sensibilidade de contato a substâncias químicas: p. ex., aquelas 
encontradas na hera venenosa. 
Sensibilidade de contato à microrganismos: p. ex. na tuberculose há 
uma resposta imune mediada pela célula T contra os antígenos proteicos 
do Mycobacterium tuberculosis, e a resposta torna-se crônica porque se 
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trata de uma infecção difícil de erradicar. A inflamação granulomatosa 
resultante é a principal causa de lesão em tecidos normais no local da 
infecção. Outro exemplo: na infecção pelo vírus da hepatite, o próprio 
vírus pode não ser altamente citopático, mas a resposta do linfócito T 
citotóxico (CTL) aos hepatócitos infectados pode causar comprometimento 
hepático. 
Doenças mediadas por célula T (hipersensibilidade tipo IV) resultam 
de inflamação causada por citocinas produzidas por células CD4+ TH1 e 
TH17 ou pelo extermínio de células do hospedeiro por CTL CD8+. As 
células TH1 são a fonte de interferon-┛ (IFN-┛), a principal citocina 
ativadora de macrófagos, e as células TH17 são responsáveis pelo 
recrutamento de leucócitos, incluindo neutrófilos. A lesão tecidual 
verdadeira nessas doenças é causada, principalmente, por macrófagos e 
neutrófilos. 
A reação típica mediada pelas citocinas da célula T é a 
hipersensibilidade de tipo tardio (HTT), assim chamada porque ocorre 
de 24 a 48 horas após um indivíduo anteriormente exposto a um antígeno 
proteico ser desafiado com esse mesmo antígeno novamente (i.e., a 
reação é tardia). A reação ocorre tardiamente porque leva muitas horas 
para os linfócitos T efetores circulantes voltarem ao local de teste do 
antígeno, responderem ao antígeno nesse local e induzirem uma reação 
detectável. 
 
Doenças Autoimunes Causadas por Células T 
São distúrbios tipicamente crônicos e progressivos. E a lesão 
tecidualinicial provoca liberação e alteração das proteínas próprias, que 
podem resultar em novas reações contra essas proteínas recém-
encontradas. As doenças inflamatórias crônicas que são iniciadas pelas 
reações imunes são chamadas de doenças inflamatórias 
imunomediadas. 
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A esclerose múltipla, a artrite reumatoide e o diabetes tipo I 
são distúrbios autoimunes causados por células T. A Doença de 
Crohn, uma doença inflamatória do intestino, é provavelmente causada 
por reações contra microrganismos no intestino e pode ter um 
componente de autoimunidade. As outras doenças da tabela são causadas 
por reações contra antígenos estranhos (microbianos ou ambientais). 
Atenção: a hepatite viral e a síndrome do choque tóxico são exemplos 
clínicos de distúrbios nos quais as células T desempenham um papel 
patogênico importante, mas elas não são consideradas exemplos de 
hipersensibilidade. 
 
-Artrite Reumatóide: distribuição mundial, prevalência de 1%, mulheres 
de 30-35 anos mais suscetíveis (3:1), afeta articulações periféricas 
bilateralmente, destruição da cartilagem, erosões ósseas e deformidades 
articulares, manifestações extra articulares: vasculite e nódulos 
subcutâneos. Manifestação: hiperplasia e hipertrofia do revestimento 
sinovial com lesão microvascular, vasos sanguíneos circundados por 
linfócitos T, macrófagos e células B, prevalência de CD4+ sobre CD8+, 
exsudato da cavidade articular repleto de polimorfonucleares, produção e 
secreção de TNF-alfa e IL-1, presença de fator reumatoide. ATENÇÃO: na 
AR temos implicação de resposta imune humoral e celular! 
 
-Psoriase: não se sabe a causa exata da psoríase, mas o que se acredita 
é que nas pessoas que tem psoríase, as células T acabam atacando 
células saudáveis da pele, como se fossem combater uma infecção. Isso 
costuma trazer várias consequências, como a dilatação de vasos 
sanguíneos e o aumento no número de glóbulos brancos, que avançam 
para camadas mais externas da pele de forma muito rápida, provocando 
lesões avermelhadas. 
 
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Na tabela a seguir há uma lista de doenças nas quais as células T 
têm participação dominante na lesão tecidual, mas anticorpos e 
complexos imunes também podem contribuir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Legenda: CTL, Linfócito T Citotóxico; HTT, hipersensibilidade tardia; HBV, 
vírus da hepatite B; HCV, vírus da hepatite C. 
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Tratamento de Doenças Causadas por Linfócitos T 
A terapia para esses distúrbios de hipersensibilidade visa a reduzir a 
inflamação e inibir as respostas da célula T. A base do tratamento dessas 
doenças são os esteroides anti-inflamatórios potentes, mas esses 
medicamentos têm efeitos colaterais significativos. Antagonistas do TNF 
também são benéficos em pacientes com artrite reumatoide e doença 
intestinal inflamatória pela redução da inflamação. Antagonistas contra os 
receptores para citocinas como IL-1, IL-6 e IL-17 também têm sido 
desenvolvidos. A depleção da célula B com o anti-CD20 também foi eficaz 
na artrite reumatoide e esclerose múltipla; mas não está claro se isso 
ocorre porque os anticorpos contribuem com as doenças ou porque as 
células B funcionam como APC para promover a ativação da célula T. 
 
Agora vamos conferir questões de prova sobre isso: 
 
1. (2015/AOCP/FUNDASUS/Analista-Biomédico) A Esclerose Múltipla é 
uma doença em que o sistema imunológico começa a produzir anticorpos 
contra componentes dos neurônios, causando a destruição dos mesmos. 
Esta é característica de qual doença? 
A) Doença Autoimune. 
B) Doença Carcinogênica. 
C) Doença Cardiovascular. 
D) Doença Transmissível. 
E) Doença Sexualmente Transmissível. 
Comentário: sempre que houver o ataque de células, tecidos ou 
estruturas por anticorpos produzidos no próprio organismo, estamos 
diante de uma doença autoimune. Vimos essa questão em aula anterior, 
mas hoje estudamos a patogenia das doenças auto-imunes. No caso da 
EM, trata-se de lesão por reação imune celular mediada por células T 
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(Hipersensibilidade tipo IV). O enunciado da questão não está muito bom, 
não é pessoal? 
Gabarito: A. 
 
2. (2010/IDECAN/Ophir Loyola/Biomédico) Qual dessas doenças pode ser 
classificada como uma reação autoimune do tipo IV (mediado por 
células)? 
A) Doença de Graves. 
B) Hepatite autoimune. 
C) Miastenia grave. 
D) Diabete melito insulino-dependente. 
Comentário: na Doença de Graves, anticorpos (reação de 
hipersensibilidade tipo II-mediada por anticorpos) dirigidos contra o 
receptor do hormônio TSH (hormônio estimulador da tireoide) levam a 
uma hiperestimulação da tireoide e hipertireoidismo. A Miastenia Grave 
também é causada por autoanticorpos, nesse caso são dirigidos contra 
receptores de acetilcolina, impedindo a ligação da Ach e induzindo a 
redução do número de receptores, resultando em fraqueza muscular e 
paralisia. Na hepatite autoimune citada na letra C, o sistema imune 
produz anticorpos antinucleares (FAN), anticorpos contra músculo liso 
(AML) e anticorpos contra microssomos do fígado (A-LKM), entre outros. 
Os exames de sangue ajudam a distinguir a hepatite autoimune de 
hepatites virais (A, B e C). De qualquer forma, é uma resposta autoimune 
mediada por anticorpos. No caso de hepatites virais, algumas vezes 
ocorre que no curso da infecção pelo vírus, a resposta do linfócito T 
citotóxico (CTL) aos hepatócitos infectados pode causar comprometimento 
hepático, sendo então a resposta imune celular mais prejudicial que o 
próprio vírus, porém, não é uma resposta dirigida contra auto antígenos e 
não é o tipo de hepatite a que se refere a letra C. Restou a letra D que é a 
alternativa correta, exemplo clássico de reação tipo IV, memorizem: 
diabetes tipo I. 
Gabarito: D. 
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3. (2013/IBFC/EBSERH/Biomédico) Entre as doenças autoimunes 
encontra-se a artrite reumatoide, sendo a pesquisa do Fator Reumatoide 
(FR) um dos critérios diagnósticos da doença. Quanto ao FR, é correto 
afirmar: 
a) O primeiro ensaio desenvolvido para sua pesquisa foi a reação de 
Waaler-Rose, utilizando hemácias de carneiro sensibilizadas com IgM. 
b) O teste do látex para investigação do FR emprega metodologia de 
nefelometria e os resultados são expressos em títulos. 
c) Fatores reumatoides são autoanticorpos, principalmente da classe IgM. 
d) Uma reação de FR negativa exclui artrite reumatoide. 
Comentário: FR é o termo usado para definir auto anticorpos (em geral 
IgM pentamérica mas também já foram identificados como IgG ou IgA) 
dirigidos contra a porção Fc (fração constante) de anticorpos IgG 
(podendo também ser IgA1, IgM ou IgE). Para o teste,IgG é adsorvida ao 
látex, havendo exposição dos determinantes que são reconhecidos pelo 
Fator Reumatóide. Se houver FR no soro do paciente, haverá aglutinação 
das partículas de látex. Se não houver aglutinação, resultado negativo. O 
Fator Reumatóide foi descrito em 1940 por Waaler e Rose na artrite 
reumatoide, sendo esta a doença com a qual ele é mais tradicionalmente 
relacionado, mas não é a única. O FR está presente em várias doenças 
reumáticas e condições não reumatológicas também. Além disso, o FR 
também é encontrado nas populações jovem e idosa saudáveis, em 
diferentes porcentagens. Ou seja, sua presença não necessariamente 
indica doença e uma exame de FR negativo também não exclui artrite 
reumatoide. Na verdade, o significado deve ser interpretado junto aos 
demais dados sobre a condição do paciente. Letra A errada, as hemácias 
ou partículas de látex devem ser sensibilizadas com IgG. Na letra B, os 
resultados são expressos em títulos, mas a leitura é feita visualmente no 
teste do látex. Letra C é a correta e letra D, conforme já explicado, não 
procede. 
Gabarito: C. 
 
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4. (2014/IADES/2014/EBSERH/Biomédico) A artrite reumatoide é uma 
doença autoimune sistêmica progressiva associada à inflamação crônica 
dos tecidos sinoviais de etiologia desconhecida. O teste de fator 
reumatoide (FR) é o mais útil dos testes imunológicos para a confirmação 
de doença. Quanto aos métodos que avaliam o FR, assinale a alternativa 
correta. 
a) Na prova do látex, usam-se partículas de látex revestidas com 
imunoglobulina M (IgM) humana desnaturada. 
b) Na reação de Waller-Rose, usam-se eritrócitos de carneiro, revestidos 
por imunoglobulina de coelho. Essa reação é mais sensível que a prova do 
látex. 
c) A reação de Waller-Rose apresenta a desvantagem de não fornecer o 
resultado em títulos, como na prova do látex. 
d) Na prova do látex, a primeira diluição que apresentar aglutinação será 
considerada título da amostra. 
e) Reações falso-positivas para FR podem ocorrer em infecções 
bacterianas ou parasitárias crônicas. 
Comentário: os ensaios tradicionais para investigação do FR empregam 
partículas de látex revestidas por IgG humana (prova do látex) ou, na 
hemaglutinação indireta, hemácias de carneiro revestidas por 
imunoglobulina de coelho (reação de Waller-Rose). A prova do látex é 
considerada mais sensível, e a reação de Waller-Rose, mais 
específica. Realizadas em conjunto, fornecem dados complementares. 
No teste de Waller-Rose o resultado do título aproximado corresponderá a 
diluição mais alta do soro que apresentar aglutinação claramente visível. 
Podem aparecer falsas positividades em outras condições distintas à 
artrite reumatoide como na mononucleose infecciosa, sífilis, hepatite e 
outras doenças, assim como pessoas de idade avançada. Letra E é a 
correta, portanto. 
Gabarito: E. 
 
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5. (2014/AOCP/UFGD/Biomédico) As doenças autoimunes são um tipo 
de desordem imunológica em que o organismo não reconhece os 
antígenos dos tecidos ou substâncias do próprio organismo e os ataca. 
São exames laboratoriais que auxiliam no diagnóstico de doenças 
autoimunes, EXCETO. 
a) Células LE. 
b) Dosagem de C5. 
c) Anticardiolipina 
d) Dosagem de CD4. 
e) Fator Anti-núcleo (FAN) 
Comentário: vamos ver item por item. Na letra A, pesquisa de células LE 
é um exame por microscopia para avaliação de doenças autoimunes, 
especialmente lupus eritematoso sistêmico. O fenômeno LE é utilizado 
para a demonstração indireta de anticorpos antinucleares. Neste teste, 
núcleos celulares são separados dos citoplasmas e incubados com o soro 
do indivíduo, possibilitando a ligação dos anticorpos antinucleares que 
serão posteriormente ligados a neutrófilos ou monócitos (para fagocitose), 
numa morfologia típica, observada ao microscópio. Este teste possui 
sensibilidade e especificidade relativamente baixas, sendo atualmente 
substituído por testes mais específicos. Letra B: dosagem de C3 e outras 
proteínas do complemento são utilizadas no monitoramento de doenças 
autoimunes, níveis baixos indicam ativação da via clássica do 
complemento. Letra C: os autoanticorpos para cardiolipina são descritos 
em várias doenças autoimunes (ex:LES). A presença de anticorpos 
Anticardiolipina no Lúpus eritematoso sistêmico (SLE) podem estar 
relacionados ao desenvolvimento da trombose e trombocitopenia. Letra E: 
pesquisa de anticorpos antinucleares, conhecidos como Fator Antinuclear 
(FAN). Alternativa correta é a letra D, dosagem de CD4, pois esse exame 
tem a finalidade de avaliar o estado do sistema imunológico e o risco de 
complicações e de infecções debilitantes devido à redução desses 
linfócitos. Exame utilizado juntamente com exame da carga viral do HIV 
para monitorar a doença e eficácia do tratamento antirretroviral. 
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Gabarito: D. 
 
6. (2015/AOCP/EBSERH-HE-UFPEL/Biomédico) Com relação às doenças 
autoimunes, assinale a alternativa INCORRETA. 
A) Doença autoimune é uma condição que ocorre quando o sistema 
imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo. Como exemplo 
tem-se a Doença de Graves. 
B) As doenças autoimunes são classificadas em: órgão específicas, 
intermediárias e sistêmicas, sendo o Lupus eritematoso sistêmico um 
exemplo da classificação órgão-específica. 
C) O tratamento destas doenças baseia-se na inibição do sistema 
imunológico através da administração de drogas imunossupressoras. 
D) A tireoidite de Hashimoto constitui uma doença autoimune, na qual 
surgem os sintomas do hipotireoidismo. 
E) O diagnóstico das doenças autoimunes é feito através do quadro clínico 
que o paciente apresenta e através de exames laboratoriais de sangue, 
nos quais são pesquisados autoanticorpos. 
Comentário: questão fácil! O LES é uma doença autoimune sistêmica! 
Letra B incorreta. Todas as demais estão ok, aproveitem para memorizar 
informação sobre as doenças autoimunes. 
Gabarito: B. 
 
7. (2015/AOCP/EBSERH-HC-UFG/Biomédico) O Lúpus Eritematoso 
Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica, multissistêmica, de 
natureza autoimune e de etiologia multifatorial. Em relação ao LES, 
assinale a alternativa correta. 
A) A atividade da doença é de duração limitada e evolui espontaneamente 
para a cura. 
B) Provas sorológicas não podem ser utilizadas para a avaliação da 
atividade da doença. 
C) Não há um único marcador sorológico que se correlacione com a 
atividade da doença em todos os pacientes. 
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D) O tratamento da doença é realizado principalmente pelo uso de 
antibióticos, vacinas específicas, corticoides e ácido acetilsalicílico. 
E) O LES é determinado geneticamente por herança ligada ao 
cromossomo Y, acometendo exclusivamente indivíduos do sexo 
masculino. 
Comentário: letra C é a correta, única coerente com o que foi estudado. 
Ainda não se sabe a etiologia de todas as doenças autoimunes humanas, 
em geral são heterogênease multifatoriais, os auto antígenos indutores e 
alvos frequentemente são desconhecidos, podem se manifestar 
clinicamente muito depois de as reações autoimunes terem começado, os 
marcadores, alvos da doença e sintomatologia podem diferir entre os 
pacientes, etc... 
Gabarito: C. 
 
8. (2015/AOCP/EBSERH-HE-UFSCAR/Biomédico) Assinale a alternativa 
INCORRETA com relação às doenças autoimunes. 
A) Artrite reumatoide é uma doença autoimune. O fator reumatoide não é 
específico para artrite reumatoide. 
B) O lúpus eritematoso sistêmico também é uma doença autoimune, 
comprometendo principalmente o rim. 
C) O diagnóstico das doenças autoimunes é feito através do quadro clínico 
que o paciente apresenta e através de exames laboratoriais de sangue, 
onde são pesquisados autoanticorpos. 
D) Doença de Hashimoto é uma doença autoimune em que os sintomas 
são aumento na atividade da glândula tireoide. 
E) Uma doença autoimune é uma condição que ocorre quando o sistema 
imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo. 
Comentário: na letra D, temos que a Doença de Hashimoto leva ao 
aumento da atividade na glândula tireoide. Na verdade, é o contrário! É 
uma doença autoimune na qual o organismo produz anticorpos contra a 
glândula tireoide levando a uma inflamação crônica que pode acarretar 
bócio e hipotireoidismo. Memorize o mecanismo e consequência dessa 
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doença! É causa mais comum de aumento da tireoide em mulheres entre 
os 20 e 40 anos de idade. 
Gabarito: D. 
 
9. (2015/AOCP/EBSERH-HE-UFSCAR/Biomédico) Uma doença autoimune 
é uma condição que ocorre quando o sistema imunológico ataca e destrói 
tecidos saudáveis do corpo por engano. Dentre as alternativas a seguir, 
selecione aquela que NÃO classifica uma doença autoimune. 
A) Lúpus. 
B) Vitiligo. 
C) Esclerose múltipla. 
D) Diabetes tipo 2. 
E) Doença de Graves. 
Comentário: cuidado com as pegadinhas, pessoal! Existem dois tipos de 
diabetes, tipo I e tipo II. O tipo I é autoimune, ocasionada pela destruição 
das células Beta do pâncreas, mediada por reação imune celular. Diabetes 
Tipo II é uma doença metabólica, complexa, caracterizada por uma 
diminuição da secreção pancreática de insulina e uma diminuição da ação 
da insulina ou resistência à insulina nos órgãos periféricos, resultando em 
hiperglicemia e glicotoxicidade. Portanto, letra D está errada, não é 
autoimune! 
Gabarito: D 
 
10. (2015/AOCP/EBSERH-HU-UFJF/Biomédico) A doença autoimune 
ocorre quando o sistema de defesa perde a capacidade de reconhecer o 
que é “original de fábrica”, levando à produção de anticorpos contra 
células, tecidos ou órgãos do próprio corpo. São exemplos de doença 
autoimune: 
A) Diabetes tipo 1, Esclerose múltipla e Tireoide de Hashimoto. 
B) Tireoide de Hashimoto, Doença celíaca e Fenilcetonúria. 
C) Esclerose múltipla, Psoríase e Fibrose cística. 
D) Diabetes tipo 2, Distrofia miotônica e Síndrome de Marfan. 
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E) Diabetes tipo 1, Diabetes tipo 2 e Síndrome de Turner. 
Comentário: a única alternativa que elenca apenas doenças autoimunes 
é a letra A, vimos as três patologias ao longo de nossa aula. As demais 
trazem algumas doenças metabólicas e síndromes de origem genética. 
Gabarito: A. 
 
11. (2015/AOCP/EBSERH-HU-UFJF/Biomédico) Quando falamos de 
doenças desmielinizantes, sabemos que há um isolamento elétrico (bainha 
de mielina). Quando relacionadas com doenças autoimunes, entende-se 
que 
A) há uma perda da bainha de mielina devido ao baixo estímulo do 
neurônio. 
B) a bainha de mielina não consegue ser produzida pela falta de sinapse. 
C) os próprios neurônios se destroem por haver colapsos entre eles. 
D) os anticorpos irregulares produzidos pelo próprio corpo atacam seu 
próprio organismo, tornando os estímulos mais lentos. 
(E) os estímulos se tornam mais rápidos, causando a destruição dos 
neurônios pelos anticorpos que os reconhecem como estranhos. 
Comentário: questão boa e fácil, que exige conhecimento sobre 
mecanismos em doença autoimune em geral e apenas utiliza a Esclerose 
Múltipla como pano de fundo, mas não trata do mecanismo dessa doença 
especificamente. Sem erro é a letra D. Ficou alguma dúvida? Se 
precisarem, podem entrar em contato pelo fórum! 
Gabarito: D. 
 
12. (2015/AOCP/EBSERH-HU-UFJF/Biomédico) Como é mediada a 
hipersensibilidade do tipo IV? 
A) É mediada por anticorpos das classes IgM ou IgG e complemento, 
sendo que fagócitos e células K também participam (ADCC). A lesão 
contém anticorpos, complemento e neutrófilos. 
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B) É mediada por células ou reações de hipersensibilidade tardia – DTH. 
Está envolvida na patogênese de muitas doenças autoimunes e 
infecciosas e granulomas, devido a infecções e antígenos estranhos. 
C) É mediada por complexos imunes solúveis, são na maioria de classe 
IgG, embora IgM possa estar também envolvida. O antígeno pode ser 
exógeno (bacteriano crônico, viral ou infecções parasitárias) ou endógeno 
(autoimunidade não órgão-específica). 
D) É mediada por IgE. O componente primário celular nessa 
hipersensibilidade é o mastócito ou basófilo e a reação é amplificada e/ou 
modificada por plaquetas, neutrófilos e eosinófilos. 
E) É mediada por células e complexos autoimunes insolúveis, sendo na 
maioria IgA e IgE. 
Comentário: hipersensibilidade tipo IV é também conhecida como 
mediada por células ou hipersensibilidade tardia. Resulta das reações dos 
linfócitos T (e também tem envolvimento de macrófagos), geralmente 
contra antígenos próprios nos tecidos, mas também infecciosas. Vimos 
que as principais causas de reações de hipersensibilidade mediadas por 
células T são autoimunidade e respostas exageradas ou persistentes aos 
antígenos ambientais (infecciosos). Em geral são direcionadas contra 
antígenos celulares com distribuição tecidual restrita, portanto, as 
doenças autoimunes mediadas por célula T tendem a se limitar a alguns 
poucos órgãos, geralmente (não confunda com sempre ) não sistêmicos. 
Gabarito: B. 
 
13. (2009/CESPE/FHS-SE/Terapeuta Ocupacional) Uma paciente de 76 
anos de idade, acamada, com diagnóstico primário de artrite reumatoide, 
apresenta úlcera depressão de grau IV na região sacral e foi encaminhada 
para avaliação da terapia ocupacional durante sua internação hospitalar 
Considerando esse caso clínico, julgue os itens a seguir: a artrite 
reumatoide é uma doença crônica, sistêmica e autoimune. 
CERTO ERRADO 
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Comentário: a artrite reumatoide é uma doença autoimune, crônica e, 
em geral é consideraria sistêmica, apesar de haver uma distribuição mais 
restrita a tecidos específicos, os articulares. Lembrando que faz parte das 
doenças autoimunes mediadas por células T e também por anticorpos, 
ocorrendo processo inflamatório e lesão tecidual. O gabarito da questão 
foi: CERTO. 
Gabarito: CERTO. 
 
Carcinogênese 
Introdução 
Carcinogênese ou oncogênese são termos que designam o processode desenvolvimento de uma neoplasia desde as alterações no DNA até a 
formação do tumor. O desenvolvimento neoplásico caracteriza-se por 
modificações progressivas da célula com alterações nos processos de 
proliferação e diferenciação, ocorre expansão clonal da célula 
transformada e geração de massa tumoral. Em geral, acontece 
lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula cancerosa se 
prolifere e dê origem a um tumor visível. 
As alterações genéticas resultam da ação de fatores ambientais 
sobre o genoma das células somáticas. Mutações herdadas da linhagem 
germinativa contribuem com pequena proporção de neoplasias. 
Os efeitos cumulativos de diferentes agentes cancerígenos ou 
carcinógenos são relevantes. A carcinogênese é determinada pela 
exposição a esses agentes, em uma dada frequência e período de tempo, 
e pela interação entre eles. 
 
E atenção ao que veremos a seguir, é muito cobrado em 
provas: 
 
 
 
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O processo de transformação maligna ocorre em vários estágios e 
resulta do acúmulo de alterações genéticas. Essas alterações genéticas 
conhecidas como mutações podem ocorrer por ação de agentes 
ambientais como: 
(1) carcinógenos químicos; 
(2) agentes físicos: radiação, radicais livres etc...; 
(3) agentes biológicos: vírus oncogênicos; 
 
Carcinogênese química 
Uma grande quantidade de substâncias químicas (naturais ou 
sintéticas) apresentam potencial carcinogênico. Algumas não necessitam 
de transformação química para promover carcinogênese e são chamadas 
de carcinógenos de ação direta. Outras requerem conversão metabólica in 
vivo para que os produtos finais sejam capazes de transformar as células, 
sendo neste caso conhecidas como carcinógenos de ação indireta ou pró - 
carcinógenos. Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos que derivam da 
combustão incompleta da carvão, petróleo e tabaco, assim como silicone 
e aminas aromáticas, são exemplos de agentes químicos. 
A maioria dos agentes químicos possui ação genotóxica (agentes 
genotóxicos são aqueles que interagem com o DNA produzindo alterações 
em sua estrutura ou função). 
 
Mecanismos de mutação: substâncias eletrofílicas que são atraídas pelo 
DNA (nucleofílico), causam pareamento incorreto de bases no processo de 
replicação e ocorrem mutações no DNA. Se uma substância é mutagênica, 
muito provavelmente é cancerígena. 
 
Agentes físicos 
 
-Radiação: a radiação ultravioleta da luz solar e as radiações ionizantes 
podem provocar alterações celulares e desenvolvimento de câncer. 
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Os tipos de radiações ionizantes mais conhecidos são os raios X, 
usados em equipamento radiológico para fins médicos. A radiação alfa 
(g), beta (┚) e gama (┛) produzidas por núcleos de átomos instáveis são 
outros tipos de radiações ionizantes. Estudos feitos entre os sobreviventes 
da explosão das bombas atômicas e entre pacientes que se submeteram à 
radioterapia, mostraram que o risco de câncer aumenta em proporção 
direta à dose de radiação recebida, e que os tecidos mais sensíveis às 
radiações ionizantes são o hematopoiético, o tireoidiano, o mamário e o 
ósseo. As leucemias ocorrem entre 2 e 5 anos após a exposição, e os 
tumores sólidos surgem entre 5 e 10 anos. O risco de desenvolvimento de 
um câncer é significantemente maior quando a exposição à radiação 
aconteceu na infância. Com relação à exposição, fora as explosões 
nucleares, a radioterapia e as fontes ambientais, o contato do homem 
com as radiações ionizantes faz-se, principalmente, por intermédio da 
realização de exames radiológicos. 
 
-Exposição Excessiva à Radiação Solar: os raios ultravioleta estão 
relacionados ao aumento da incidência de carcinoma de células 
escamosas, carcinoma basocelular e melanoma de pele. No Brasil, o 
câncer mais frequente é o de pele, correspondendo à cerca de 25% de 
todos os tumores diagnosticados em todas as regiões geográficas. A 
radiação ultravioleta natural, proveniente do sol, é o seu maior agente 
etiológico. De acordo com o comprimento de onda, os raios ultravioletas 
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(raios UV) são classificados em raios UV-C, UV-A (320-400nm) e UV-B 
(280-320nm). Os raios UV-B são carcinogênicos, e a sua ocorrência tem 
aumentado muito, consequentemente à destruição da camada de ozônio, 
o que tem permitido, inclusive, que raios UV-C alcancem mais a 
atmosfera terrestre, e estes são muito mais potencialmente 
carcinogênicos. Por sua vez, os raios UV-A independem daquela camada, 
e causam câncer de pele em quem se expõe a eles em horários de alta 
incidência, continuamente e ao longo de muitos anos. As pessoas de pele 
clara que vivem em locais de alta incidência de luz solar são as que 
apresentam maior risco. Dois mecanismos podem estar envolvidos na 
indução do câncer de pele por raios UV: alteração do DNA pela formação 
de dímeros de pirimidina, e a supressão imunológica. Os pacientes com 
xeroderma pigmentoso, uma afecção caracterizada por um defeito 
hereditário dos mecanismos de reparação do ADN, são particularmente 
suscetíveis à ação carcinogênica dos raios UV. 
 
-Radicais livres do oxigênio: de maneira simples, o termo radical livre 
refere-se ao átomo ou molécula altamente reativo, que contêm número 
ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. É este não-
emparelhamento de elétrons da última camada que confere alta 
reatividade a esses átomos ou moléculas. Na verdade, radical livre não é 
o termo ideal para designar os agentes reativos patogênicos, pois alguns 
deles não apresentam elétrons desemparelhados em sua última camada. 
Como em sua maioria são derivados do metabolismo do O2, é mais 
adequado o termo “espécies reativas do oxigênio”. As espécies 
reativas do oxigênio e nitrogênio, outros radicais livres e produtos da 
peroxidação lipídica (PL) induzem diversas injúrias celulares e nucleares. 
 
Agentes Biológicos 
-Carcinogênese viral: vários vírus (DNA ou RNA) têm mostrado 
potencial para induzir transformação maligna. Os três principais vírus DNA 
implicados na causa de câncer humano são: 
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-Papilomavírus humano (HPV): foram identificados 65 tipos distintos 
de HPV, os quais estão relacionados a origem de vários tipos de câncer. 
-Vírus Epstein-Barr (EBV): é um membro da família herpes e está 
associado a patogenia de 4 tipos de câncer humano: linfoma de Burkitt, 
linfoma de células B em pessoas imunossuprimidas, alguns casos de 
doença de Hodgkin e carcinoma de nasofaringe. 
-Vírus da hepatite B (HBV): evidências sugerem associação do HBV 
com câncer hepático. 
Com relação aos vírus RNA (retrovírus), apenas o vírus tipo 1 
linfotrópico de célula T humana, o HTLV-1, está associado a uma forma 
de linfoma de célula T. 
 
Cancerígenos de ação direta e indireta 
-Direta: reagem imediatamente com o DNA. 
-Indireta: depende de ativação através do metabolismo. Ex.: 
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos do tabaco e da carnedefumada. 
 
Atenção: pode haver combinação de fatores!!! 
 
Fatores de defesa intrínsecos ao sistema biológico modulam 
a ação deletéria dos agentes cancerígenos: reparação de DNA e 
sistema de vigilância imunológica. 
 
Oncogenes e Genes Supressores de Tumor: 
As alterações genéticas que promovem o desenvolvimento de 
câncer ocorrem em duas classes de genes reguladores do crescimento, 
que estão presentes em células normais: os proto-oncogenes, que 
promovem o crescimento e os genes supressores de tumor, que 
inibem o crescimento celular. Alterações nos proto-oncogenes e nos 
genes supressores de tumor podem provocar desenvolvimento de células 
com crescimento descontrolado. 
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Os oncogenes foram primeiramente descritos em genoma 
retroviral que induziam tumores em animais. Estes genes foram 
chamados de oncogenes virais (viral oncogenes, v-oncs). Posteriormente, 
foi descoberto que os oncogenes apresentavam sequências muito 
semelhantes ao DNA das células normais, chegando-se a conclusão que 
os vírus provocam mudanças na sequência de DNA da célula normal que 
foi infectada. A partir deste achado os genes normais foram chamados de 
proto-oncogenes. 
Os proto-oncogenes podem transformar-se em oncogenes através 
de 2 formas: 
-Mudanças na estrutura do gene, resultando na síntese de 
oncoproteínas (produtos anormais) tendo função aberrante. 
-Mudanças na regulação da expressão do gene, resultando um 
aumento ou produção inadequada de proteínas promotoras de 
crescimento estruturalmente normais. 
Mutação em ponto: o oncogene ras é o melhor exemplo de mutação 
em ponto e está associado a um grande número de tumores humanos. 
Por exemplo, 90% dos adenocarcinomas pancreáticos, 50% dos cânceres 
de cólon, endométrio e tireoide e 30% dos adenocarcinomas pulmonares 
e leucemias mieloides apresentam este tipo de alteração. 
Translocação cromossômica: o rearranjo do material genético por 
translocação cromossômica usualmente resulta em aumento da expressão 
de proto-oncogenes. O melhor exemplo de translocação provocando 
tumor ocorre no linfoma de Burkitt e resulta no movimento do seguimento 
contendo c-myc do cromossomo 8 para o cromossomo 14q na banda 32. 
Amplificação gênica: a ativação de proto-oncogene associada com 
aumento da expressão de seus produtos pode resultar da reduplicação do 
DNA, produzindo várias cópias de proto-oncogene nas células tumorais. O 
caso mais interessante de amplificação envolve N-myc em neuroblastoma 
e c-erb B2 em câncer de mama. 
Os oncogenes codificam proteínas chamadas oncoproteínas que 
participam na transdução de sinais durante várias etapas do ciclo celular. 
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Existem 4 categorias de proteínas de oncogenes que estão 
associados a divisão celular e desenvolvimento de câncer que são: 
fator de crescimento, receptor de fator de crescimento, proteínas 
envolvidas na transdução de sinais e proteínas reguladoras 
nucleares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os genes supressores de tumor (anti-oncogenes) codificam 
proteínas que inibem a divisão celular. Por desempenharem esta 
função e terem sido descobertos em estudo de tumores receberam esta 
denominação. O primeiro gene supressor de tumor descrito foi o Rb o qual 
está localizado no cromossomo 13q14 e está associado ao 
desenvolvimento do retinoblastoma, que afeta aproximadamente 1 em 
20.000 crianças. O p53 é o gene supressor de tumor mais comumente 
relacionado aos cânceres humanos. Alterações nestes genes são 
encontradas em aproximadamente 70% dos cânceres de cólon, em 30 a 
50% dos cânceres de mama e em 50% dos cânceres de pulmão. Além dos 
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tumores epiteliais, mutação no p53 tem sido encontrada em leucemias, 
linfomas, sarcomas e tumores neurogênicos. 
Os mecanismos pelos quais os genes supressores de tumor inibem a 
divisão celular são pouco conhecidos. Entretanto, evidências sugerem que 
os sinais que inibem a divisão celular originam-se fora da célula e 
utilizam-se de receptores de membrana, proteínas citoplasmáticas e 
proteínas nucleares para realizarem seus efeitos, como ocorre nos 
oncogenes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A história natural da maioria dos tumores malignos pode ser 
dividida em 3 fases (etapas da carcinogênese): 
 
(1) Iniciação: corresponde à interação onde as células sofrem o efeito 
causado pelos agentes cancerígenos (físicos, químicos ou biológicos) que 
provocam mutações em alguns genes. A alteração causada às moléculas 
de DNA é irreversível. Nessa fase o genoma alterado ainda não está sendo 
expresso no fenótipo. Nesta etapa as células se tornam geneticamente 
alteradas, mas clinicamente não é possível se detectar um tumor. 
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(2) Promoção: é o segundo estágio da carcinogênese, em que as células 
mutadas sofrem os efeitos dos agentes cancerígenos denominados 
oncopromotores. Os cancerígenos promotores estimulam a proliferação 
celular, que resulta em expansão clonal das células iniciadas. Assim, essa 
fase é caracterizada pelo desenvolvimento de focos de células 
fenotipicamente alteradas e/ ou lesões benignas. Essas células se 
transformam em malignas, de forma lenta e gradual. Mas, para que isso 
ocorra, é necessário o contato contínuo com o agente cancerígeno 
oncopromotor. No caso desse contato deixar de acontecer, muitas vezes o 
processo é interrompido neste estágio. Os agentes promotores possuem 
natureza variável, podendo ser hormônios esteroides e pesticidas, por 
exemplo. Seus efeitos são reversíveis e dependentes de dosagem, ao 
contrário dos agentes iniciadores. 
(3) Progressão: a neoplasia já está expressa fenotipicamente em nível 
histológico. Ocorre a multiplicação descontrolada das células alteradas. 
Nesta etapa, a multiplicação é irreversível e se estende até as primeiras 
manifestações clinicas da doença. Essa expansão clonal modifica também 
os tecidos adjacentes às células modificadas. A progressão representa a 
etapa em que as células malignas apresentam o fenótipo característico, 
desenvolvem maior agressividade, crescimento rápido e potencial de 
invasão e disseminação. As alterações estruturais do genoma, como a 
aneuploidia, verificadas nessa fase estão diretamente relacionadas às 
altas taxas de proliferação celular, à invasividade, à capacidade de 
produzir metástase etc... 
No crescimento não controlado, tem-se uma massa anormal de 
tecido, cujo crescimento é quase autônomo, persistindo dessa maneira 
excessiva após o término dos estímulos que o provocaram. As neoplasias 
correspondem a essa forma não controlada de crescimento celular e, na 
prática, são denominadas tumores. Podem ser benignas ou malignas. 
As neoplasias benignas ou tumores benignos têm seu crescimento 
de forma organizada, geralmente lento, expansivo e apresentam limites 
bem nítidos. Apesar de não invadirem os tecidos vizinhos, podem 
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comprimir os órgãos e tecidos adjacentes. O lipoma (origem no tecido 
gorduroso), o mioma (origem no tecido muscular liso) e o adenoma 
(tumor benigno das glândulas) são exemplos de tumores benignos. As 
neoplasias malignas ou tumores malignos manifestam um maior grau de 
autonomia e são capazes de invadir tecidos vizinhos e provocar 
metástases, podendo ser resistentes ao tratamento e causar a morte do 
hospedeiro. 
 
 
 
Agora vamos responder mais algumas questões sobre 
oncogênese: 
 
 
 
 
 
 
14. (2015/AOCP/FUNDASUS/Analista – Biomédico) Os radicais livres são 
átomos ou moléculas com elétrons não pareados, altamente reativos e 
podem participar de reações colaterais indesejáveis, resultando em danos 
celulares. Dentre estes danos celulares causados por radicais livres, 
podemos citar apenas 
a) doença de Duchenne. 
b) síndrome de Down. 
c) câncer. 
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d) mal de Parkinson. 
e) processo do envelhecimento. 
Comentário: acabamos de estudar o processo de carcinogênese e a 
implicação dos radicais livres (enquanto agentes físicos) no prejuízo aos 
mecanismos de controle e reparo do ciclo celular, através da indução de 
diversas injúrias nucleares, resultando em mutações genéticas. Letra C! 
Gabarito: C. 
 
15. (2015/AOCP/FUNDASUS/Analista – Biomédico) O processo tumoral é 
uma divisão desordenada de células que de forma acelerada vêm 
acometendo a população mundial. Sobre a carcinogênese, assinale a 
alternativa correta. 
a) O surgimento do câncer não está ligado a fatores externos como: 
álcool, cigarro, sedentarismo, mas somente tem ligação a fatores internos 
como a genética e a hereditariedade. 
b) A angiogênese, formação de vários vasos sanguíneos a partir de um já 
existente, exerce papel fundamental para o aporte nutricional e 
consequente desenvolvimento tumoral. 
c) A palavra cancro, câncer no português europeu, significa tumor 
benigno para os países da Europa. 
d) O VEGF (Fator de Crescimento Endotelial Vascular) é uma proteína 
encontrada no endotélio dos vasos sanguíneos e que é responsável pela 
formação dos mesmos. Diante disto, esta proteína não têm participação 
direta no crescimento tumoral. 
e) Podemos tratar um paciente com câncer somente com a quimioterapia 
e a intervenção cirúrgica. 
Comentário: a única alternativa que não contém erros é a letra B. Vamos 
ver item a item o que está incorreto. Na letra A: vimos que o processo de 
carcinogênese pode ser induzido por fatores químicos, físicos e biológicos 
que promovem alterações no DNA. Letra C: cancro realmente significa 
câncer no português europeu, mas o restante da afirmativa não faz 
sentido. Letra D: o Fator de Crescimento do Endotélio Vascular (VEGF) 
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desempenha importante papel regulador no desenvolvimento vascular 
fisiológico. É um fator angiogênico amplamente estudado, e em tecidos 
onde a angiogênese é aumentada sua expressão é consideravelmente 
alta. O crescimento tumoral está diretamente relacionado com a 
neovascularização, portanto, o VEGF desempenha papel chave na 
angiogênese tumoral. O VEGF atua através da ligação a receptores 
tirosina quinase específicos e o aumento da expressão do VEGF e de seus 
receptores tem sido associado à progressão, metastatização e pior 
prognóstico em diversos tumores malignos. Letra E: totalmente errada 
pois ignora outras abordagens terapêuticas, como a radioterapia e o 
transplante (de medula no caso de doenças malignas que afetam a 
hematopoese). 
Gabarito: B. 
 
16. (2015/AOCP/FUNDASUS/Analista – Biomédico) A carcinogênese é 
conhecida como um mecanismo de desenvolvimento tumoral. Diante 
deste processo, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se 
afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta. 
( ) As células normais se dividem, amadurecem e morrem, 
renovando-se a cada dia. O câncer se desenvolve quando células 
anormais deixam de seguir esse processo natural. 
( ) As células cancerosas se dividem mais rapidamente de que as 
normais e geralmente são bem desorganizadas. 
( ) O termo “estádio” é usado para descrever a extensão ou a 
gravidade do câncer. 
( ) As metástases ocorrem quando as células cancerosas de um 
tumor se espalham para diferentes partes do corpo, formando tumores 
satélites, distantes dos tumores originais. 
( ) O câncer é considerado uma doença muito agressiva e severa, 
porém ainda não é considerada uma patologia que acomete a 
população mundial como um todo. 
a) V – V – V – V – F. 
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b) V – V – F – V – F. 
c) V – V – V – F – V. 
d) F – F – V – F – V. 
e) V – F – F – V – V. 
Comentário: somente afirmativas que podem ser consideradas corretas, 
com exceção da última. É uma questão da banca AOCP que parece ter 
sido construída a partir desse material disponível no site do INCA: 
http://www1.inca.gov.br/situacao/arquivos/carcinogenese.pdf. 
Gabarito: A. 
 
17. (2015/AOCP/EBSERH-HE-UFSCAR/Biomédico) Assinale a alternativa 
INCORRETA. 
A) O HPV é um vírus denominado papilomavírus humano e é transmitido 
sexualmente. 
B) O HPV causa uma doença hepática. 
C) O HPV causa o câncer do colo do útero. 
D) A citologia oncótica vaginal ou colpocitologia, também conhecida como 
exame de Papanicolaou, é preconizada como método de triagem 
preventiva para diagnóstico do câncer de colo uterino. 
E) Uma medida de prevenção da infecção por HPV é a utilização da vacina 
quadrivalente obtida por DNA recombinante. 
Comentário: nessa aula estudamos o HPV enquanto agente biológico 
carcinogênico. A questão não foca apenas nesse aspecto, mas a tendência 
é essa mesmo: cobrar em uma mesma questão conhecimento de vários 
tópicos do edital. HPV é um vírus de grande relevância médica, alguns 
tipos de HPV (16 e 18) estão presentes na maioria dos casos de câncer de 
colo do útero. Letra B é alternativa com sentença incorreta. 
Gabarito: B. 
 
18. (2016/Instituto Abare-ETE/Pref. São Gabriel da Cachoeira-AM 
Biomédico) A polipose adenomatosa familiar é uma síndrome de câncer de 
cólon autossômica dominante causada por mutações na linhagem 
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germinativa de um gene supressor tumoral. A qual gene o texto se 
refere? 
a) APC 
b) RET 
c) NF1 
d) BRCA1 
e) MET 
Comentário: espero que não caia esse tipo de questão em sua prova. 
Uma questão super decoreba! Mas caiu em uma prova recente, então vale 
a pena ficar alerta. Não foi à toa que indiquei os quadros de oncogenes e 
genes supressores de tumor para decorar! Pelo menos os principais 
genes. O nome do gene APC é uma sigla que vem de Adenomatous 
Polyposis Coli. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabarito: A 
 
Leucemias 
As leucemias são doenças malignas originadas na medula óssea, 
local onde as células do sangue são produzidas. Os leucócitos são as 
células acometidase se reproduzem de forma descontrolada, gerando os 
sinais e sintomas da doença, com ou sem envolvimento do sangue 
periférico. Na maioria dos casos, as células leucêmicas extravasam para o 
sangue, onde podem ser vistas em grande número. Essas células também 
podem infiltrar o fígado, baço, linfonodos e outros tecidos. O processo 
neoplásico que dá origem ao clone leucêmico pode surgir em qualquer 
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estágio do desenvolvimento celular, ou seja, em qualquer fase da 
hematopoese. 
 
Tipos de Leucemias 
As leucemias são classificadas de acordo com o tipo de glóbulos 
brancos envolvido (linfoides ou mieloides) e o grau de maturação das 
células e velocidade de proliferação dessas células, em quão rapidamente 
a doença evolui e se torna grave (crônicas ou agudas). 
As leucemias que afetam as células linfoides são chamadas de 
Leucemia Linfoide, linfocítica ou linfoblástica (o linfócito é a célula 
doente). As leucemias que afetam as células mieloides são chamadas 
Leucemia Mieloide ou mieloblástica (pode ser o granulócito, o 
eosinófilo, o basófilo, o monócito ou o eritrócito). 
 
Leucemia Crônica: geralmente se desenvolve e se agrava mais 
lentamente. No início da doença, as células envolvidas são mais parecidas 
com a célula normal (mais diferenciadas), permitindo que, mesmo 
doentes, mantenham algumas das funções de glóbulos brancos normais 
no organismo da pessoa. Geralmente, a doença é descoberta durante um 
exame de sangue de rotina. À medida que o número de células 
leucêmicas aumenta, ocorre inchaço nos linfonodos (ínguas) ou infecções. 
Quando surgem, os sintomas são brandos, agravando-se gradualmente. 
 
Leucemia Aguda: geralmente de progressão rápida, se agrava num 
curto intervalo de tempo. Afeta as células jovens (chamadas blastos), 
caracterizam-se pela proliferação clonal acompanhada de bloqueio 
maturativo (anaplasia) variável. Essas células leucêmicas não 
desempenham suas funções, não fazem o “trabalho” das células 
sanguíneas normais, por isso afetam de forma importante a capacidade 
de defesa do organismo. 
Combinando as duas classificações, existem quatro tipos 
mais comuns de leucemia: 
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-Leucemia mieloide aguda (LMA): afeta as células mieloides e 
avança rapidamente. Ocorre tanto em adultos como em crianças. O 
hemograma se caracteriza por leucocitose acentuada, acompanhada de 
anemia e plaquetopenia. Na contagem diferencial de leucócitos 
geralmente há franco predomínio de mieloblastos, mas sem desvio à 
esquerda. Os mieloblastos são células de tamanho aumentado, com 
núcleo exibindo cromatina frouxa e presença de nucléolos; o citoplasma é 
basofílico, podendo ou não conter grânulos, e por vezes nota-se uma 
estrutura característica dessa célula: o bastonete de Auer. Veja a 
figura: 
 Atenção, decore isso! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-Leucemia linfoide aguda (LLA): afeta células linfoides e agrava-se 
rapidamente. É o tipo mais comum em crianças pequenas (2-5 
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anos), mas também ocorre em adultos. O hemograma segue o padrão 
típico de leucemia aguda: leucocitose acompanhada de anemia e 
plaquetopenia (mas em alguns casos há leucopenia). Há predomínio 
de linfoblastos que podem apresentar as seguintes variações 
morfológicas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-Leucemia mieloide crônica (LMC): afeta células mieloides e se 
desenvolve vagarosamente, a princípio. Acomete principalmente adultos. 
Esse tipo de leucemia crônica caracteriza-se por cursar com leucocitose 
geralmente acentuada com predomínio de granulócitos maduros e 
precursores, ocorrendo desvio à esquerda acentuado. Nota-se alguns 
mieloblastos circulantes em meio a outros precursores granulocíticos, 
além de eosinofilia e basofilia na maioria dos casos. É comum anemia de 
intensidade discreta a moderada, assim como a presença de 
plaquetose. 
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-Leucemia linfoide crônica (LLC): afeta células linfoides e se 
desenvolve vagarosamente. A maioria das pessoas afetadas tem mais de 
60 anos, raramente são crianças. Caracteriza-se laboratorialmente pela 
presença de leucocitose com linfocitose, com predominância de linfócitos 
pequenos de morfologia aparentemente madura. Não há grande 
variabilidade morfológica entre os linfócitos, sendo que a principal 
alteração é o aumento do número dos mesmos, além da presença de 
sombras nucleares. Anemias e plaquetopenias acentuadas não são 
comuns. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Causas 
As leucemias se originam de uma alteração genética adquirida, ou 
seja, não hereditária. Os eventos moleculares precisos e responsáveis 
pela transformação leucêmica ainda não são conhecidos, no entanto, a 
ativação de proto-oncogenes e as mutações em genes supressores que 
regulam o ciclo celular, parecem estar envolvidas na patogênese das 
leucemias, pois levam à perda dos mecanismos normais controladores da 
divisão, diferenciação-maturação e/ou da morte celular (apoptose). 
Sabemos que existem alguns fatores de risco que propiciam o surgimento 
do câncer e, apesar da causa exata ainda ser desconhecida, no caso das 
leucemias alguns fatores podem ser apontados: 
 Exposição a produtos químicos, principalmente os derivados de 
benzeno, que estão presentes, por exemplo, em indústrias 
petroquímicas e fábricas de produtos químicos (cola, tinta, entre 
outros). 
 Tratamento prévio com quimioterapia ou radioterapia. 
 Exposição a radiação ionizante, como observado em sobreviventes 
da bomba atômica ou em vazamento nuclear. A exposição a níveis 
mais baixos de radiação, como acontece em RX ou tomografia não é 
um fator predisponente bem definido. 
 Certas doenças genéticas, como anemia de Fanconi, síndrome de 
Down, neurofibromatose, entre outras. 
 Algumas doenças do sangue como mielodisplasia e neoplasias 
mieloproliferativas. 
 
Sinais e sintomas 
Os sintomas das leucemias agudas estão relacionados à diminuição 
na produção de células normais da medula óssea. Com a queda na 
produção de glóbulos vermelhos (hemácias), o paciente pode apresentar 
anemia que, por sua vez, causa palidez, cansaço e sonolência. 
 Já a diminuição na produção de plaquetas pode ocasionar manchas 
roxas em locais não relacionados a traumas, petéquias (pequenos pontos 
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Imunologia para EMSERH (Biomédico) 
Teoria e exercícios comentados 
Prof.ª Denise Rodrigues ʹ Aula 03 
 
 
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vermelhos sob a pele causados por sangramentos em nível capilar) ou 
sangramentos prolongados após pequenos ferimentos. 
 O

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