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Experiências Midiáticas Sonoras
Aula 5: Fundamentos da música computacional
Apresentação
Os computadores têm sido utilizados em nossa sociedade em vários segmentos, otimizando tarefas, ajudando na
resolução de problemas complexos e, até mesmo, simulando hardwares e equipamentos físicos em diferentes
segmentos.
Nas produções musical e fonográ�ca contemporâneas não poderia ser diferente: utilizamos computadores para estações
de gravação e edição de músicas digitais, simuladores de módulos de efeitos e teclados sintetizadores dos mais variados
tipos.
Nesta aula, apresentaremos os conceitos fundamentais da música computacional, por meio de um breve histórico e de
princípios que contribuem para a sua associação com os novos meios de produção musical e produção fonográ�ca.
Objetivos
Identi�car os principais conceitos relacionadas com a música computacional, com exemplos das tecnologias,
técnicas e equipamentos associados à sua utilização.
Relacionar a música computacional com a música eletrônica, com a produção fonográ�ca e com a produção
musical.
 Computadores e música
No mundo contemporâneo, o computador tem feito parte de nossas vidas, ajudando em várias atividades e tarefas do dia a dia.
Na área musical, isso também se veri�ca, pois o computador tem sido utilizado nos processos de criação, gravação e
�nalização de conteúdo sonoro/musical.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Os sintetizadores, que estudamos na aula
anterior, também foram incorporados à esse
meio digital, sendo amplamente utilizados
como instrumentos virtuais, implementados
por meio de softwares (plugins), que simulam
diferentes tipos de modelos de síntese
sonora.
Entretanto, somente no �nal da década de
1970 surgiram os primeiros
microcomputadores (com formatos e design
próximos aos dos modelos recentes).
O advento dessa tecnologia permitiu o
desenvolvimento do equipamento e a
diminuição de seu custo, resultando em sua
evolução até o panorama atual.
Os avanços da computação e da informática
também possibilitaram o desenvolvimento de
softwares e hardwares que funcionam em
diferentes sistemas operacionais (como por
exemplo Windows, Mac OS e Linux), tanto em
computadores desktop quanto em
equipamentos portáteis, tais como
smartphones, tablets e notebooks.
 Figura 1 - Instrumentos virtuais e plugins de efeito
A seguir, estudaremos algumas tecnologias intimamente associadas à computação musical.
 O protocolo MIDI
Nas aulas anteriores, abordamos a criação de instrumentos musicais eletrônicos nas décadas de 1960 e 1970, diante da
evolução da tecnologia eletrônica e seu uso no cenário musical.
Apesar da diminuição do custo e
da expressiva quantidade de
instrumentos musicais
eletrônicos desenvolvidos, estes
ainda apresentavam um
problema: a falta de
comunicação entre eles.
Um padrão de comunicação foi
desenvolvido como tentativa de
interligar diferentes instrumentos,
entretanto, apresentando
particularidades e instabilidades
que não permitiam seu uso com
grande parte dos sintetizadores.
Desse modo, em 1981, na
convenção da Audio Engineering
Society (AES), foi apresentada
uma proposta para a criação de
um sistema de trocas de
informações digital para
sintetizadores pelos engenheiros
da empresa Sequential Circuits.
Após o conhecimento e a
colaboração de outros
fabricantes, como a Roland,
Oberheim, Kawai e Yamaha,
foram desenvolvidas algumas
alterações e melhorias no
sistema, até chegar ao Protocolo
MIDI na forma em que �cou
conhecido mundialmente.
MIDI é um acrônimo para Musical Instrument Digital
Interface ou Interface Digital para Instrumento
Musical.
Sua ideia básica é a transmissão de mensagens
musicais entre equipamentos musicais.
Em 1983, foi publicada a Especi�cação MIDI 1.0, que
continua a ser utilizada até os dias de hoje, sem
qualquer modi�cação, ou seja, um equipamento
desenvolvido em 1983 e implementado com MIDI se
comunicará com um equipamento atual que possua o
protocolo MIDI sem problemas.
O uso do MIDI permite que mensagens sejam
enviadas de um teclado (como, por exemplo, notas
musicais) e reproduzidas em outro sintetizador,
possibilita a gravação de músicas em estações de
trabalho, de forma que seja possível a edição das
notas e de parâmetros como a intensidade, duração,
sustentação, entre outras funções.
 Figura 2 - O protocolo MIDI e a transmissão de mensagens
Esse protocolo pode ser utilizado em vários equipamentos musicais: sintetizadores, teclados, controladores, superfícies de
controle, controladores para Dj etc.
Quando tocamos notas em um sintetizador, teclado controlador ou quando con�guramos um fader em uma superfície de
controle, os comandos efetuados nesses equipamentos são transmitidos como mensagens MIDI para um equipamento ou
software de sequenciamento em um computador, que registra as mensagens.
Essas Mensagens MIDI são breves descrições numéricas (digitais) de uma ação. As teclas que você pressiona, botões
giratórios, o fader de volume, a roda de tonalidade, todas as ações, são codi�cadas como mensagens MIDI.
Você ouve o som que está fazendo, mas esse som é gerado pelo equipamento ou software que está recebendo os sinais MIDI
(e que são enviados para um sistema sonoro com alto-falantes). O computador não grava o som em si, pois MIDI são
mensagens e não som.
Observe a Figura 3, que exibe a janela de uma estação de trabalho DAW denominada piano roll, em que é possível veri�carmos
os comandos MIDI de notas musicais com suas respectivas tonalidades, duração e intensidade (mensagem MIDI chamada
velocity).
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Figura 3 - Janela Piano Roll com notas MIDI
O protocolo MIDI utiliza um conceito de transmissão e recepção de mensagens em até 16 canais, que podem ser utilizados
independentemente. As trilhas com notas musicais gravadas por MIDI em um software sequenciador (estação de trabalho
DAW) enviará mensagens para que toque um instrumento em um único canal.
Saiba mais
Assista ao vídeo em que Jordan Rudess, utilizando um teclado controlador MIDI, executa algumas músicas, por meio de
mensagens MIDI, que são enviadas para um dispositivo portátil, gerando os sons de diferentes instrumentos musicais.
A conexão entre equipamentos e uma interface MIDI acontece por intermédio de portas IN (entrada) e OUT (saída). A porta
THRU transmite todos os sinais que chegam à porta MIDI IN, sendo utilizada para conectar mais de um equipamento por meio
de uma mesma interface MIDI. Apesar de alguns equipamentos utilizarem MIDI via conectores USB, o padrão original de
conectores no protocolo MIDI é o conector Din de 5 pinos (�gura 4, a seguir).
 Figura 4 - Portas MIDI
Vamos fazer uma analogia da transmissão de MIDI e seus 16 canais com o sinal de uma antena e um aparelho de televisão.
Imagine uma casa com três cômodos em que cada cômodo
possui um televisor conectado pelo mesmo cabo de antena.
Sabemos que é possível selecionarmos programas de TV
nos mesmos canais ou em canais diferentes em cada
televisor ao mesmo tempo, conectados por um mesmo
cabo.
O MIDI funciona de forma similar, tendo a limitação de 16
canais, sendo possível enviar várias mensagens por um
único cabo, para os equipamentos que estão conectados.
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Atualmente o protocolo MIDI pode ser utilizado em diversos aparelhos portáteis, tais como notebooks, tablets e smartphones,
permitindo tanto a criação musical quanto o controle por rede sem �o de equipamentos utilizados em shows, espetáculos e
estúdios de gravação.
Saiba mais
Assista ao vídeo que apresenta um controlador de uma estação de trabalho DAW que roda em um smartphone.
A implementação MIDI tem apresentado algumas inovações para se comunicar com outros dispositivos e programas. Uma
delas é o método MPE (MIDI Polyphonic Expression), um padrão MIDI para controladores de desempenho multicanal, que
permite a dispositivos controlar múltiplos parâmetros de cada nota dentro do software(compatíveis com esse método),
transmitindo essas dimensões de toque como mensagens MIDI padrão em múltiplos canais, para obter uma execução mais
expressiva, permitindo atuar no tom, no timbre e em outras nuances de cada nota musical.
Saiba mais
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Assista ao vídeo com o tecladista Jordan Rudess utilizando um controlador MIDI que possui o método MPE.
 Digital Audio Workstations (DAW): as estações de trabalho de
Áudio e MIDI
DAW é a denominação de um programa de computador, que permite sequenciar, gravar, editar, mixar e �nalizar áudio digital.
O estúdio de gravação no passado baseava-se em uma grande quantidade de dispositivos de hardware necessários para
recriar, mixar e processar áudio. Com a popularização dos computadores pessoais, foi uma questão de tempo para o
surgimento de programas computacionais que recriavam os aparelhos utilizados nos estúdios e suas respectivas funções,
transformando os computadores em verdadeiros estúdios de gravação.
A seguir, alguns exemplos de estações de trabalho DAW.
Reaper
Pro Tools (Avid) 
Cubase / Nuendo (Steinberg - Yamaha) 
Studio One (Presonus) 
Live (Ableton) 
Logic Audio (Apple) 
Cakewalk (Bandlab) 
Mixcraft (Acoustica) 
FL Studio (Image Line) 
A interface grá�ca de uma estação de trabalho DAW geralmente simula hardwares ou equipamentos, instrumentos e
processadores de áudio musicais, já que esses programas executam as funções essenciais de um estúdio de gravação.
Geralmente, possuem dua janelas: a de edição (edit window), em que são mostradas as formas de onda, permitindo a edição
do áudio trabalhado e a de mixagem (mix window), semelhante à interface de uma mesa de mixagem (hardware), possuindo
os faders de volume, panorâma, endereçamentos auxiliares, subgrupos etc.
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 Figura 5 - Cubase - Edit Window
Além dessas janelas, as estações de trabalho DAW também possuem plugins, que adicionam funcionalidades aos seus
processos. Os plugins, geralmente, são classi�cados em duas categorias: os de efeitos (processamento de áudio) e os
instrumentos virtuais.
 Figura 6 - Cubase - Plugins
Existe uma grande variedade de plugins, tanto pagos quanto gratuitos, disponibilizados em diferentes tecnologias:
 AAX (Avid - Pro Tools)
 Direct X (Microsoft)
 AU (Audio Unity - Logic Audio)
 VST (Steinberg - Yamaha).
A compatibilidade com o formato, instalação e utilização de plugins deve ser veri�cada por meio da leitura do manual da
estação de trabalho que utilizamos.
Os efeitos virtuais podem produzir uma grande variedade de processos, tais como equalizadores, reverbs, delays,
compressores, noise gates etc.
Saiba mais
Assista ao vídeo  que exibe a utilização de um equalizador inserido em uma trilha do Pro Tools.
As estações de trabalho DAW também permitem a utilização de instrumentos virtuais, que simulam os mais variados tipos de
instrumentos: pianos, cordas, sintetizadores, samplers etc.
Saiba mais
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Assista ao vídeo que apresenta uma música produzida no FL Studio, utilizando trilhas MIDI e um instrumento virtual que simula o
sintetizador Minimoog.
Outro exemplo é apresentado no vídeo, por meio da utilização de trilhas MIDI em conjunto com o Kontakt Sampler (desenvolvido
pela empresa Native Instruments) e seu banco de som chamado Session Strings.
Assista à simulação do Yamaha DX-7 rodando em um smartphone e sendo executado por meio de um teclado MIDI.
Uma evolução das estações de trabalho na atualidade está relacionada à sua utilização online, rodando em tempo real
diretamente em navegadores web e permitindo a utilização de plugins tanto de efeitos quanto de instrumentos virtuais.
Geralmente, esses novos modelos de estações de trabalho DAW permitem o compartilhamento de arquivos e projetos
mediante a computação em nuvem e redes sociais especí�cas, oferecendo planos gratuitos e pagos.
Bandlab
Também disponibiliza gratuitamente a estação de
trabalho DAW chamada Cakewalk, para que seja
instalada em um computador.
Soundation Studio
Possui planos gratuitos e pagos.
Chegamos ao �m de nossa aula. Esperamos que essas informações contribuam com a jornada, que tratou sobre
algumas tecnologias musicais relacionadas à produção fonográ�ca contemporânea.
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Atividade
1) O que signi�ca o termo MIDI e qual a sua ideia básica?
2) Qual o número máximo de canais utilizados no protocolo MIDI para a transmissão de mensagens musicais?
3) Programas como o Pro Tools, Cubase, Logic e Reaper são exemplos de softwares denominados de estações de trabalho de
áudio e MIDI ou DAW (Digital Audio Workstation). Quais os processos relacionados com a produção musical, presentes nesses
programas?
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4) Algumas estações de trabalho DAW possibilitam a gravação de sequências musicais MIDI para que sejam reproduzidas por
simuladores de vários instrumentos musicais, tais como pianos, baterias e sintetizadores. Como são chamados esses
simuladores?
5) Faça uma conta gratuita do Soundation Studio (Estação de Trabalho DAW online) no endereço abaixo. Uma dica: este
programa roda melhor no navegador Google Chrome. Após a criação da conta gratuita, siga as instruções  para o uso de
canais de instrumentos virtuais no Soundation Studio e escreva algumas notas musicais em MIDI no seu projeto. As
orientações estão em língua inglesa. Caso seja necessário, utilize a tradução do navegador Google Chrome para traduzir para a
língua portuguesa.
Você também poderá utilizar o teclado do computador para gravar notas MIDI, por meio de um teclado virtual. Use estas
informações  para isso.
Notas
Referências
FONSECA, N. Introdução à Engenharia de Som. Lisboa, Portugal: FCA, 2007.
RATTON, M. MIDI - Guia Básico de Referência. Rio de Janeiro: H. Sheldon - Serviços de Marketing Ltda., 1997.
SAVAGE, S. The Art of Digital Audio Recording. [S.l.]: Oxford University Press, 2011.
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Assista aos vídeos do Soundation Studio.
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