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Faculdade Afonso Mafrense Professora: Alix Galvão Aluna: Maria Clara Soares de Sousa Disciplina: Noções de anatomia humana Sistema Articular Conceito Os ossos unem-se uns aos outros para constituir o esqueleto. Esta união não tem a finalidade exclusiva de colocar os ossos em contato, mas também a de permitir mobilidade (a maior ou menor possibilidade de movimento varia com o tipo de união). Para designar a conexão existente entre quaisquer partes rígidas do esqueleto, quer sejam ossos, quer sejam cartilagens, empregamos o termo articulação. Classificação das articulações O critério para esta divisão é do da natureza do elemento que se interpõe as peças que se articulam. • Articulações fibrosas – as articulações nas quais o elemento que se interpõe as peças que se articulam é o tecido conjuntivo fibroso e a grande maioria delas se apresenta no crânio. Há dois tipos de articulações fibrosas: a. Sindesmoses; b. Suturas. • Articulações cartilagíneas – as articulações entre os ossos ocorrem pela interposição de uma camada de cartilagem. a. Sincondroses: quando se trata de cartilagem hialina. Possuem mobilidade reduzida e são raras. Seu exemplo mais típico é a sincondrose esfeno-occipital que pode ser visualizada na base do crânio. b. Sínfise – quando as superfícies ósseas, revestidas por fina camada de cartilagem hialina se articulam pela interposição de uma fibrocartilagem espessa. Possuem mobilidade reduzida e exemplo de sínfise encontramos na união, no plano mediano, entre as porções púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. • Articulações sinoviais – a mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e isso é impossível quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja conjuntivo fibroso, seja cartilagíneo. Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se interpõe as peças que se articulam é um líquido denominado sinóvia ou liquido sinovial. Nas articulações sinoviais o principal meio de união é representado pela cápsula articular, espécie de manguito que envolve a articulação, prendendo-se nos ossos que se articulam. A cápsula articular, a cavidade articular e a sinóvia são características da articulação sinovial. Superfícies articulares e seu revestimento Superfícies articulares são aquelas que entram em contato numa determinada numa determinada articulação sinovial. Estas superfícies são revestidas em toda a sua extensão, por cartilagem hialina que representa a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. Em virtude desse revestimento, as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e de cor esbranquiçada. São superfícies de movimento e a cartilagem articular é avascular e não possui também inervação. Sua nutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta. Cápsula articular É uma membrana conjuntiva que envolve a articulação sinovial como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a. Membrana fibrosa – externa b. Membrana sinovial – interna Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos mas, além disto, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos considerados normais. A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É abundantemente vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção da sinóvia. Discos e meniscos Em várias articulações sinoviais, interpostas às superfícies articulares, encontram-se formações fibrocartilagíneas, os discos e meniscos intra-articulares, de função discutida: serviriam à melhor adaptação das superfícies que se articulam, tornando-as congruentes, ou seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como amortecedores. Meniscos, com sua características forma de meia lua, são encontrados na articulação do joelho. Exemplo de disco intra-articular encontramos nas articulações esternoclavicular e temporomandibular. Principais movimentos realizados pelos segmentos do corpo Os eixos de movimento constituem outro critério para a subdivisão das articulações sinoviais: elas podem não possuir eixo, ou possuir um, dois ou três eixos perpendiculares entre si, ou seja, os eixos podem ser ânteroposterior, laterolateral e longitudinal. Entre os movimentos ativos de uma articulação sinovial podem ser reconhecidos: a. Movimentos de deslizamento; b. Movimentos angulares; c. Rotação; d. Cinrcundução É possível considerar também, nas articulações sinoviais, movimentos passivos, produzidos por um examinador, que pode obter uma amplitude maior do que a do movimento ativo normal. Classificação funcional das articulações sinoviais • Monoaxial – quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de um eixo ou que possui um só grau de liberdade; • Biaxial – realiza movimentos em torno de dois eixos ou dois graus de liberdade; • Triaxial – movimentos realizados em torno de três eixos ou três graus de liberdade. Classificação morfológica das articulações sinoviais • Plana – as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção; • Gínglimo – também denominada dobradiça, refere-se ao movimento que elas realizam de flexão e extensão (movimentos angulares). Realizando apenas flexão e extensão, as articulações sinoviais de tipo gínglimo são monoaxiais; • Trocóidea – as superfícies articulares são segmentos de cilindro. Estas articulações permitem rotação e seu eixo de movimento, único, é vertical: são monoaxiais; • Elipsóidea – caracteriza-se pelas superfícies articulares discordantes, ou seja, uma côncava e outra convexa, com raios de curvatura desiguais. Possuem dois eixos de movimento sendo, portanto, biaxiais; • Selar – nesse tipo de articulação a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de sela, apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa numa 2ª peça onde a convexidade e concavidade apresentam-se no sentido inverso da 1ª. Esta articulação permite flexão, extensão, abdução, adução e rotação mas é classificada como biaxial; • Esferóide – apresentam superfícies articulares que são segmentos de esferas e se encaixam em receptáculos ocos. Este tipo de articulação permite movimentos em torno de três eixos, sendo, portanto, triaxial. Articulações sinoviais simples e composta • Simples – quando apenas dois ossos entram em contato numa juntura sinovial. Exemplo: articulação do ombro; • Composta – quando três ou mais ossos participam da articulação. Exemplo: a articulação do cotovelo envolve três ossos, o úmero, a ulna e rádio; • Complexa – articulação sinovial cuja cavidade articular esta parcial ou totalmente dividida por um menisco ou por um disco. Vasos e nervos das articulações sinoviais Artérias que alcançam as epífises dos ossos fornecem um suprimento sanguíneo superficial a cada articulação, penetrando do osso próximo á linha de inserção da cápsula articular e formando uma rede vascular periarticular. Particularmente rica em vascularização é a membrana sinovial, graças à rede capilar formada pelas artérias articulares. As veias seguem o trajeto das artérias. Os nervos articulares contêm fibras sensitivas e autônomas, sendo as 1ª, em parte, proprioceptivas, e, em parte, terminações para a sensibilidade dolorosa. Considerações finais O movimento depende muito da forma das superfícies que se articulam, além de outros fatores. No homem, a variedade de movimentos da articulação do ombro esta intimamente relacionada aos deslocamentos da escapula e estes deslocamentos exigem simultâneo movimentoda articulação esternoclavicular. A artroscopia é o método de escolha para diagnosticar as lesões das articulações, mais eficiente do que a simples radiografia. As artrites têm sido tratadas, ate recentemente, pela injeção de cortisona na cavidade articular.