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INTRODUÇÃO À ASTROFÍSICA 2

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INTRODUÇÃO À ASTROFÍSICA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Hugo Henrique Amorim Batista 
 
 
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CONVERSA INICIAL 
A astronomia é considerada uma das primeiras áreas de estudos da 
humanidade, e é certo também que foi uma das primeiras a evoluir. Com o 
passar do tempo e a contribuição de diversas civilizações, a forma de se pensar 
e de contribuir também foi evoluindo. Assim, fazer uso de objetos para 
desenvolver o conhecimento começou a ser cada vez mais comum. Ferramentas 
de pesquisa, como o telescópio, em tempos atuais, são indispensáveis para 
análises quando imaginamos o Universo. A astronomia ganhou cada vez mais 
destaque com o passar dos tempos. 
Apesar de a civilização europeia não contribuir muito durante a Idade 
Média, antes e depois desse período as suas contribuições são de extrema 
relevância. Instrumentos de observação/pesquisa começaram a existir ou a 
serem aperfeiçoados. 
Nesta etapa, vamos procurar compreender como o desenvolvimento de 
instrumentos de pesquisa auxiliaram na compreensão do cosmos e como eles 
ainda contribuem para a Astronomia do século XXI. 
TEMA 1 – MÉTODOS E INSTRUMENTOS OBSERVACIONAIS: ESFERA 
CELESTE 
Desde a Grécia antiga, sabemos que as estruturas dos fenômenos que 
ocorreram não são direcionadas pelo panteão de deuses gregos, mas sim que 
podem ser expressas pelo iniciante “método científico”, o qual teve início naquela 
época. Entretanto, a forma de verificação de fenômenos ainda era subjetiva. 
Eratóstenes, brilhantemente, conseguiu perceber a relação de distância entre 
duas cidades de Siena e Alexandria (porém, assume-se que elas estejam no 
mesmo meridiano, mas há uma diferença em torno de 2,98° de longitude entre 
as cidades, o que produz uma pequena diferença de 0,135%, que não é 
relevante em comparação a outras fontes de erro). 
 
 
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Figura 1 – Mapa-múndi de Eratóstenes 
 
Crédito: Tersetki/Shutterstock. 
Na época, havia muitas unidades de medida com o mesmo nome 
(stadium), tendo diferenças em seus comprimentos (de 156 m até 210 m). 
Segundo Eratóstenes, o comprimento da circunferência da Terra era de 252.000 
estádio. Essa desconfiança em relação a qual informação de distância foi 
utilizada nos cálculos de Eratóstenes perdurou até 1972, quando Lev Vasilevich 
Firsov averiguou cerca de 81 trabalhos de Eratóstenes e Estrabão, para 
averiguar qual é o valor utilizado, em metros, para cada stadium e chegou ao 
valor 157,7 m. Com isso, verificou-se que a circunferência da Terra, medida por 
Eratóstenes, seria de 39.700 km. Séculos depois, refinamos essa precisão, 
chegando em 40.008 km, ou seja, os cálculos de Eratóstenes tinham apenas um 
erro de 0,769% em relação aos dados oficiais atuais. 
Com isso, podemos convergir essas informações, porque o nosso planeta 
é uma esfera e não um disco. Na verdade, Eratóstenes não sabia que o planeta 
seria levemente “achatado” e com uma diferença entre a região equatorial e os 
polos (que conhecemos como um geoide), mas, com essa inovação, as nossas 
coordenadas de observação não poderiam ser planificadas e sim levar em 
consideração que estamos dentro de uma esfera e que as distâncias de astros, 
observadas por todos, devem ser estabelecidas por ângulos (Rooney, 2013). 
 
 
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Uma vez estabelecido que a referência era uma esfera, precisávamos 
buscar formas de nos adaptarmos a essa nova maneira de observação. Com a 
matemática tendo uma importância histórica muito plausível para a consolidação 
do conhecimento, as suas relações angulares (futuramente vinculadas a 
elementos trigonométricos), fez a diferença na forma de se observar os astros. 
Não chamava de “distância” entre os astros, mas sim de uma “diferença angular”. 
Thales de Mileto foi uma das primeiras pessoas que conseguiram ter a 
percepção astronômica de tal feito, evidenciando que a Lua está mais próxima 
da Terra do que o Sol. Mesmo olhando ambos, o diâmetro angular sendo de 
0,5°, essa comprovação foi efetiva no instante em que ocorreu o eclipse solar 
que ele havia revisto, fazendo com que essa relação métrica surtisse efeito. A 
representação matemática destacava que o Sol era imensamente maior do que 
a Lua, entretanto, a proporção de tamanho do Sol em relação à Lua era 
considerada também na relação da distância entre os corpos, o que fazia com 
que a relação mantivesse o mesmo tamanho angular de ambos os objetos. 
O conhecimento foi evoluindo com o avanço dos séculos. Um computador 
analógico foi produzido no século I a.C. (por datação de carbono). Esse 
componente foi descoberto em 1901, com mergulhadores resgatando diversos 
elementos históricos da Grécia antiga. Ele foi estudado e analisado, segundo 
permitiam suas condições de naufrágio, contendo um conjunto de engrenagens 
que representava o Sol, a Lua e os planetas conhecidos até então. Esse 
componente é denominado mecanismo de Anticítera (Rooney, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2 – O universo de Ptolomeus 
 
Crédito: Yaruna/Shutterstock. 
Ainda na Grécia antiga, Claudio Ptolomeu compreendeu que a Terra é 
uma circunferência e, conforme o deslocamento dos astros na abóboda celeste, 
formulou a teoria do que é conhecido como geocentrismo (geo = “Terra”; 
centrismo = “centro, no meio”). A denominação foi ampla e a margem de 
conhecimento foi determinante para as denominações referenciadas em graus 
para os astros (Rooney, 2013) 
Com os conceitos sendo aplicados em astronomia e o comércio marítimo 
com o Mediterrâneo como local de deslocamento de cargas, essas informações 
rapidamente foram vinculadas à navegação e a abóboda celeste tornou-se uma 
referência para a localização. Para qualquer observador, ao olhar para o céu, 
forma-se uma esfera de raio concêntrico e indefinido, associado às coordenadas 
na Terra. Assim, os objetos observados no céu podem ser representados como 
 
 
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projeções na abóboda celeste. A compreensão se deu com as pesquisas 
observacionais ocorridas no século XVIII, pelo britânico Edmond Halley (1656-
1742), que catalogou o céu meridional para complementar a esfera celeste. 
Dessa forma, puderam ser representados os polos celestes e o Equador celeste, 
atuando com o céu por completo, devidamente catalogado (Kepler, 2014). 
Figura 3 – Planisfério celeste, dividido em hemisfério boreal (Norte) e hemisfério 
austral (Sul) 
 
Crédito: Benjamin Marin Rubio/Shutterstock. 
TEMA 2 – SISTEMAS DE COORDENADAS ASTRONÔMICAS 
Quando observamos objetos no céu, a sua posição é definida por um 
sistema de coordenadas. Assim, podemos ter “noções” angulares sem a 
preocupação da distância dos objetos. Dessa forma, podemos posicioná-los por 
intermédio de dois ângulos, que são semelhantes à latitude e à longitude. 
Para determinar a posição de um astro no céu, precisamos definir um 
sistema de coordenadas. Nesse sistema, vamos utilizar apenas coordenadas 
angulares, sem nos preocuparmos com as distâncias dos astros. A posição do 
astro será determinada por meio de dois ângulos de posição, um medido sobre 
um plano fundamental e o outro medido perpendicularmente a ele (Rooney, 
 
 
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2013). Antes de entrarmos nos sistemas de coordenadas astronômicas, convém 
recordarmos o sistema de coordenadas geográficas, usadas para medir posição 
sobre a superfície da Terra. Nesse sistema, as coordenadas são latitude e 
longitude. Esse sistema, já definido por coordenadas esféricas (em razão de 
seus ângulos), é conhecido como astrometria. 
2.1 Sistema horizontal 
No sistema horizontal, pegamos como referência a linha do horizonte 
celeste. Essas definições são dadas por azimute e altura. 
• Azimute (A): é o ângulo medido sobre o horizonte a partir do norte 
geográfico, no sentido horário. O azimute varia entre 0° e 360°. 
• Altura (h): é o ângulo verificado a partir do círculo vertical do astro, com 
origem no horizonte e extremidade no astro. A altura varia entre-90° e 
+90°. O complemento da altura é chamado distância zenital (z). 
• Distância zenital (z): é o ângulo medido sobre o círculo vertical do astro, 
com origem no zênite e extremidade no astro. A distância zenital varia 
entre 0° e 180°. 
Figura 4 – Versão de observação a partir de uma esfera 
 
2.2 Sistema equatorial celeste 
Para esse contexto, são válidas as estruturações, como ascensão reta e 
declinação. 
 
 
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• Ascensão reta: ângulo medido sobre o Equador, com origem no 
meridiano que passa pelo ponto Áries, e extremidade no meridiano do 
astro. A ascensão reta varia entre 0 h e 24 h (ou entre 0° e 360°), 
aumentando para Leste. 
• O ponto Áries (ponto vernal) é um ponto do Equador, ocupado pelo Sol 
no equinócio de primavera do Hemisfério Norte, isto é, quando o Sol se 
desloca do Equador a partir do Hemisfério Sul. 
• Declinação: ângulo medido sobre o meridiano do astro (perpendicular ao 
Equador), com origem no Equador e extremidade no astro. A declinação 
varia entre -90° e +90°. A complementação da declinação chama-
se distância polar. 
TEMA 3 – GNOMON, ASTROLÁBIO, SEXTANTE E LUNETA, BINÓCULO, 
TELESCÓPIO 
3.1 Gnomon 
Figura 5 – Gnomon 
 
Crédito: Roninnw/Shutterstock. 
 
 
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Conforme avançávamos em direção às maravilhas que o céu pode nos 
oferecer, alguns direcionamentos se tornaram necessários e registrar a 
informação sempre atuou junto às observações da humanidade. Baseando-se 
em registros anteriores, uma infinidade de comparações foi realizada, e 
movimentos, como a precessão e a nutação, foram identificados, porém, tudo 
teve um início (Fara, 2004). 
O gnomon é a primeira forma de se orientar por meio do Sol. Observando 
o topo de sua sombra, marcando a posição e, posteriormente, selecionando 
novamente a posição (cerca de 30 minutos), você consegue fazer um segmento 
de reta entre os pontos, em que as extremidades de seus pontos fazem a linha 
Leste-Oeste. Se sobre o primeiro ponto você colocar o seu pé esquerdo e sobre 
o segundo colocar o pé direito, estará olhando para o Norte. 
3.2 Astrolábio 
Figura 6 – Astrolábio 
 
Crédito: Pixel Squid 3d/Shutterstock. 
Este é um instrumento de medição antigo, inventado pelos árabes e 
aperfeiçoado pelos gregos. Inicialmente, era utilizado em terra, mas foi adotado 
 
 
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pelos marinheiros, a fim de calcular as distâncias das rotas marítimas. Diversas 
são as suas finalidades, como saber as horas, precisar as estações do ano, 
calcular a altura de montanhas ou a profundidade de poços. 
Seu surgimento é incerto, porém, a aplicabilidade do instrumento baseia-
se em representar a Terra em movimento, além de servir como referência para 
a navegação. 
3.3. Sextante 
Figura 7 – Sextante 
 
Crédito: Anghi/Shutterstock. 
O sextante é um instrumento não apenas utilizado para cálculo de 
posicionamento de navegação, mas também para analisar o tamanho aparente 
de objetos. Ele pode ser utilizado para medir ângulos verticais (em relação ao 
horizonte) e horizontais entre objetos, com o intuito de calcular uma posição. 
Além da navegação, foi muito utilizado para observação de astros, como 
a Lua, o Sol, os planetas e também as estrelas. 
 
 
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3.4 Luneta 
Figura 8 – Luneta 
 
Crédito: My Pro/Shutterstock. 
A luneta foi um divisor de águas no que se refere à observação. Foi 
inventada por Hans Lippershey (1570-1619), porém, em 1609, Galileu Galiei 
(1564-1642) construiu sua própria luneta para observações celestes e, dessa 
maneira, levantaram-se as cortinas da noite e o universo pôde ser observado 
mais longe e com muito mais profundidade. 
Com a sua utilização, hipóteses tornaram-se evidentes a cunho científico. 
Além de pleno observador, Galileu Galilei é conhecido também como o pai do 
método científico. Suas anotações foram realizadas com base em observações 
realizadas com a sua luneta. Mesmo rudimentar, Galileu pode observar as fases 
de Vênus, as crateras lunares e ver algo diferente ao redor de Saturno (que, 
anos mais tarde, foi identificado como anéis), além de objetos celestes que 
circundavam o planeta Júpiter. Esses satélites naturais são conhecidos como 
luas galileanas e são quatro ao todo, sendo elas (em ordem de afastamento de 
Júpiter): Io, Europa, Ganimedes e Calisto. Suas observações foram de encontro 
 
 
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com as teorias de Nicolau Copérnico (1473-1543), derrubando a teoria de 
Claudio Ptolomeus (90-168), evidenciando o heliocentrismo. 
3.5 Binóculo 
Figura 9 – Binóculo 
 
Crédito: Htwe/Shutterstock. 
O binóculo foi criado em 1608 por Hans Lippershey. Esse inventor, além 
de ter criado a luneta, juntou dois tubos telescópicos para ver objetos que 
estavam em longas distâncias. Esse instrumento, inicialmente, tinha como 
objetivo trazer para perto objetos a longa distância, mas popularizou-se pela 
visão mais nítida e melhor focada e, dessa maneira, foi utilizada para finalidade 
bélica como também para observações astronômicas. 
 
 
 
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3.6 Telescópio 
Figura 10 – Telescópio 
 
Crédito: David 3 Giordano/Shutterstock. 
O telescópio refrator (conhecido como luneta) foi aperfeiçoado em 1610 
por Galileu Galilei. Seu telescópio (luneta) era constituído de uma objetiva 
cromática (objetiva formada por uma lente convergente) e uma ocular que 
captava o fluxo luminoso, direcionando para o olho do observador. 
O telescópio refletor (conhecido como telescópio newtoniano) faz uso de 
um espelho esférico ou parabólico para captar e concentrar a luz. A imagem 
refletida por esse espelho incide em um espelho plano que, em seguida, 
direciona o fluxo luminoso para uma lente ocular, que é responsável pelo foco. 
Isaac Newton (1643-1727) resolveu o problema do que é conhecido como 
aberração cromática. O seu grande atrativo era que as imagens poderiam ser 
observadas nove vezes maiores que com uma luneta quatro vezes mais 
comprida. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Espelho_esf%C3%A9rico
 
 
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TEMA 4 – SUPERTELESCÓPIOS, TELESCÓPIOS ESPACIAIS E SONDAS 
ESPACIAIS 
4.1 Supertelescópios 
Imagine um telescópio residencial de uma jovem curiosa. Com dimensões 
relativamente pequenas, ele pode ser manuseado com a mão e deslocado de 
um ambiente para o outro sem maiores dificuldades, mas, em contrapartida, em 
razão de o diâmetro do espelho primário ser pequeno, ele não vai tão longe. Mas 
vamos aumentar as dimensões do espelho, de 100 mm para 10 m: com esse 
aumento de diâmetro em 100 vezes, a distância a ser observada é muito mais 
longínqua e, consequentemente, muito mais nítida. 
Figura 11 – Supertelescópio 
 
Crédito: J Pachecod/Shutterstock. 
Os supertelescópios têm o funcionamento como um telescópio de 
pequeno porte, porém, a sua área de captação de luz é muito maior, 
possibilitando maior definição do objeto que é observado. A cúpula em que ele 
fica é simplesmente um local de armazenamento para evitar que entre sujeira na 
lente, além de existir uma estrutura mecânica que dá acesso ao telescópio, para 
 
 
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que ele se mantenha observando um objeto por horas e acumulando a maior 
quantidade de luz possível. Sendo assim, é possível identificar cada vez mais 
mistérios do Universo, porém, nós esbarramos em alguns detalhes. O olho 
humano consegue verificar apenas um fragmento do espectro eletromagnético. 
Mas como podemos “ver” essas outras bandas? Simples: os instrumentos 
podem ver o que os nossos olhos não podem, cobrindo, assim, uma área muito 
maior do espectro eletromagnético. 
4.2 Radiotelescópios 
Figura 12 – Radiotelescópio 
 
Crédito: Shivam Chy/Shutterstock. 
Os radiotelescópios são instrumentos capazes de realizar observações do 
espectro eletromagnético na faixa das ondas de rádio. Algumas estruturas, como 
galáxias distantes, estrelas, pulsares, quasares e buracos negros, emitem muita 
quantidade de ondas de rádio, que são passíveis de serem detectadas. 
Na observação por radiotelescópios, pode ser utilizado apenas um ou 
mais telescópiosdirecionados para um ponto em comum, sendo eles atuantes 
como um único radiotelescópio gigantesco. Suas ondas, então, são “somadas” 
e atribuídas como uma única informação. 
 
 
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4.3 Telescópios espaciais 
Os telescópios na Terra sofrem interferência da atmosfera, podendo 
ocorrer distorções. Para evitar essas interferências, alguns telescópios são 
lançados ao espaço, denominando, assim, telescópios espaciais. 
Sem a interferência da atmosfera, o campo de visão é mais amplo e a sua 
profundidade é maior. Posicionado em um certo local, a área de cobertura passa 
a ser constante e o zoom pode ser mais preciso. 
4.3.1 Telescópio espacial Hubble 
Figura 13 – Telescópio espacial Hubble 
 
Crédito: Dima Zel/Shutterstock. 
Talvez o mais famoso telescópio, o Hubble, operou de 24 de abril de 1990 
até 29 agosto de 2022. Foi o primeiro telescópio a observar além dos olhos 
humanos, coletando informações no infravermelho. Dessa forma, o Hubble 
trouxe informações valiosas e preciosas, que eram desconhecidas até o 
momento. Foi, sem dúvida, revolucionário, trazendo informações importantes 
sobre os elementos constituintes da nossa galáxia. 
 
 
 
 
 
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4.3.2 Telescópio espacial Spitzer 
Figura 14 – Telescópio espacial Spitzer 
 
Crédito: Alex Terentii/Shutterstock. 
 
 
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Esse telescópio era um dos integrantes do grupo dos grandes telescópios 
da Nasa, tendo sido lançado em 25 de agosto de 2003 e operante até 30 de 
janeiro de 2020. O telescópio espacial Spitzer buscou uma nova forma de 
observar o espaço por intermédio da luz infravermelha. O Universo é composto 
por muitas nuvens de poeira interestelar, mas o seu calor flui por ela, sendo 
passível de ser detectado. 
Dessa forma, essa radiação pode apresentar sistemas planetários em 
formação, averiguar o centro da galáxia, ampliando a faixa de observação 
espacial. Assim, o objetivo é o de manter expandido o conhecimento científico 
sobre o Universo. 
4.3.3 Telescópio espacial Chandra 
Figura 15 – Telescópio espacial Chandra 
 
Crédito: Zaharius/Shutterstock. 
Lançado em 23 de julho de 1999, esse telescópio trazia em sua bagagem 
instrumentos que observavam a luz no comprimento do raio X. A natureza do 
Universo seria muito restrita se fosse observada apenas na luz visível. Ao longo 
de suas pesquisas, não apenas observou planetas e cometas, quasares, 
 
 
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supernovas e seus remanescentes, mas também o buraco negro no centro da 
nossa galáxia e tantos outros em outras galáxias. Deu os primeiros passos para 
avançar no conhecimento da matéria escura, além de contribuições para 
desmistificar a energia escura. 
4.3.5 Telescópio espacial James Webb 
Figura 17 – Telescópio espacial James Webb 
 
Crédito: Evgeniy Jamart/Shutterstock. 
Lançado em 25 de dezembro de 2021, o telescópio espacial James Webb 
tem a missão de substituir do telescópio espacial Hubble. Seu espelho primário 
é 2,5 vezes maior que o seu antecessor e sua missão primária é realizar 
observações da radiação infravermelha resultante do Big Bang. Fazendo uso de 
equipamentos da astronomia infravermelha, outras missões e grandes 
expectativas são direcionadas ao James Webb, sendo elas: pesquisar a luz das 
primeiras estrelas e galáxias que se formaram no Universo após o Big Bang, 
estudar a formação e evolução das galáxias, entender a formação de estrelas e 
sistemas planetários, e estudar os sistemas planetários e as origens da vida. 
 
 
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4.3 Sondas espaciais 
Ainda com a intenção de missões de observação sem tripulação, as 
sondas espaciais sempre são uma boa opção. Elas exploram, coletam, 
pesquisam e nos entregam os dados. Muitos são um amplo sistema de pesquisa 
com laboratórios ultratecnológicos, com uma sensibilidade muito elevada. 
Geralmente são utilizadas para realizar varreduras físico-químicas de objetos 
com os seus respectivos ambientes. 
4.3.1 Sondas Voyager 
Figura 18 – Sonda espacial Voyager 
 
Crédito: Dotted Yeti/Shutterstock. 
Lançadas em 5 de setembro de 1977, as sondas Voyager fizeram parte 
de um plano piloto e sofisticado de exploração espacial de Júpiter e Saturno e, 
posteriormente, incluíram Urano e Netuno. Posteriormente, as pesquisas se 
estenderam para o cinturão transnetuniano (Cinturão de Kuiper). Em 2004, a 
Voyager 1 saiu da heliosfera (que ocorreu em 2007 com a Voyager 2). Há 
estimativas de que elas parem de funcionar em breve, porém, são os objetos 
criados pelo homem que estão mais longe de casa. 
 
 
 
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4.3.2 Cassini-Huygens 
Figura 19 – Sonda espacial Cassini-Huygens 
 
Crédito: 300ad/Shutterstock. 
Lançada em 15 de outubro de 1997, a sua missão era observar Saturno 
e suas luas. Entre as suas principais descobertas, estão determinar que, em Titã, 
existe um sistema hidrológico similar ao da Terra e, em Encélado, determinou 
um oceano abaixo de sua superfície, com a presença de vulcões de água. 
4.3.3 New Horizons 
Lançada em 15 de janeiro de 2006, a sua missão é observar objetos mais 
distantes da Terra, tendo Plutão como foco. Descobertas como a presença de 
água, montanhas, atmosfera rica em nitrogênio e céu azul foram intrigantes para 
 
 
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a análise no nosso antigo nono planeta do sistema solar. A pesquisa continua, 
cada vez mais longe de casa. 
Figura 20 – Sonda espacial New Horizons 
 
Crédito: Edobric/Shutterstock. 
TEMA 5 – FOTOMETRIA E ESPECTROSCOPIA 
5.1 Fotometria 
A fotometria refere-se à medida da luz proveniente de um objeto. Durante 
séculos, a observação era feita a olho nu, porém, com o telescópio, aparatos 
ópticos tornaram-se necessários para um olhar cada vez mais distante. A 
fotografia astronômica iniciou no fim do século XIX e, a partir disso, diversos 
detectores eletrônicos foram utilizados para compreender a radiação 
eletromagnética do espaço. Para isso, compreender a precisão do que 
observamos é imprescindível. A tabela a seguir relaciona cor e seu respectivo 
comprimento de onda e frequência. 
 
 
 
 
 
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Tabela 1 – Cores, comprimentos de onda e frequências 
 
Outros detalhes também são de suma importância e não devem ser 
desconsiderados, conforme mostra o quadro a seguir. 
Quadro 1 – Fenômenos e suas descrições 
Fenômeno Descrição 
Ângulo sólido Um “setor” de uma esfera a ser analisada. 
Intensidade específica 
 
A energia que atravessa a unidade de área da fonte por 
unidade de tempo e por unidade de ângulo sólido. 
Fluxo É a energia por unidade de área e por unidade de tempo que 
chega ao detector. 
Luminosidade É a energia total emitida por segundo em todas as direções. 
Magnitude É o fluxo medido na Terra e, normalmente, é expresso em 
termos da magnitude aparente. 
5.2 Espectroscopia 
Resultado da “fusão” da física (óptica) e da astronomia (observação), a 
espectroscopia foi revolucionária no meio científico. Com base sólida nos 
estudos de Joseph von Fraunhofer, suas interpretações retratam a composição 
química de objetos distantes, com uma análise espectral da luz captada de suas 
atmosferas (planetas, estrelas, galáxias). 
 
 
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Figura 21 – Espectro dos átomos 
 
Crédito: Tersetki/Shutterstock. 
No que diz respeito às estrelas, podemos relacionar as observações com 
uma tabela periódica expressa em luz, em que cada átomo possui um padrão de 
emissão luminosa, que, ao ser comparada com a luz observada das estrelas, 
pode ter sua composição química determinada. As linhas de absorção 
de hidrogênio (que são achadas na atmosfera de quase todas as estrelas) 
apresentam comprimentos de ondas distintos, sendo eles: 410 nm, 434 nm, 
486 nm, e 656 nm, que refletem as emissões de fótons por elétrons em estado 
excitado transitando ao nível quântico. Assim, as linhas de hidrogênio dentro do 
espectro visual são conhecidas como linhas de Balmer. 
NA PRÁTICA 
Muitas teorias propostas são o resultado combinado de simulações 
baseadas em modelos propostos e observações feitas, mas as formas foram 
aperfeiçoadasao longo dos tempos, trazendo-nos informações de ampla 
magnitude para o desenvolvimento da ciência. 
Assim, podemos perceber que a informação e os métodos vão se 
aperfeiçoando com o tempo. 
FINALIZANDO 
Diversos materiais utilizados para a observação foram confeccionados e 
aperfeiçoados ao longo do tempo, trazendo um avanço sem barreiras para a 
evolução científica. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
FARA, P. Uma breve história da ciência. Curitiba: Fundamento, 2014. FARIA, 
R. P. et al. Fundamentos de astronomia. 2. ed. Campinas: Papirus, 1985. 
KEPLER, S. O.; SARAIVA M. F. O. Astronomia e astrofísica. Porto Alegre: 
UFRGS, 2014. 
ROONEY, A. A história da física. Mbooks, São Paulo. 2013. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	Ângulo sólido
	Intensidade específica

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