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Apostila_História_da_Indumentária

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ESTADO DE SANTA CATARINA 
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
GERED – GERÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO – 4ª SDR 
CENTRO DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL CHAPECÓ 
CURSO TÉCNICO EM VESTUÁRIO 
 
 
 
 
 
 
CURSO TÉCNICO EM VESTUÁRIO 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 HISTÓRIA DA INDUMENTÁRIA 
 
 Professor Esp.: Jean Garcia 
 
 
 
 
 
 
 
CHAPECÓ/SC 
2023 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fazendo o profissional do futuro.
 
 
 
2 
 
 
 
Sumário 
 
 
1. INTRODUÇÃO4 
2. O QUE É MODA?5 
3. QUE É HISTÓRIA DA MODA?5 
4. EVOLUÇÃO DA MODA6 
4.1. INICIO DE TUDO6 
4.1.1. Pré História6 
5. EGITO8 
6. ASSÍRIOS E BABILÔNIOS11 
7. ANTIGUIDADE CLÁSSSICA12 
7.1. CRETA12 
7.2. GREGOS13 
7.3. ROMA17 
8. IDADE MÉDIA20 
8.1. BIZÂNCIO20 
8.2. GÓTICO22 
9. IDADE MODERNA27 
9.1. RENASCIMENTO24 
9.1.1. Era Tudor28 
9.1.2. A Indumentária do vestuário na Era Tudor29 
9.1.3. Era Elizabetana - Moda33 
9.1.4. Moda da Era Elizabetana (Inglaterra)34 
9.2. BARROCO - ( SÉCULO XVII)38 
9.3. ROCOCÓ (SÉCULO XVIII)41 
10.SÉCULO XIX46 
10.1. NEOCLASSICISMO46 
10.1.1. Moda Diretório, Império e Regência - O Século XVIII e XIX46 
10.1.2. Diretório47 
10.1.3. Império49 
10.1.4. Regência ou Era Georgiana: Transição do Neoclássico para o Romântico51 
 
 
 
3 
 
 
 
10.2. ROMANTISMO52 
10.3. VITORIANO55 
10.4. BELLE ÉPOQUE56 
11. IDADE CONTEMPORÂNEA – SÉCULO XX57 
11.1. ANOS 1057 
11.2. ANOS 2059 
11.3. ANOS 3062 
11.4. ANOS 4064 
11.5. ANOS 5067 
11.6. ANOS 6069 
11.7. ANOS 7073 
11.8. ANOS 8075 
11.9. ANOS 9079 
11.10. ANOS 200081 
12. HISTÓRIA DA MODA NO BRASIL ........................................................................74 
13. AS TRIBOS URBANAS .............................................................................................75 
14. ALTA-COSTURA E PRÊT-À-PORTER..................................................................76 
15. CAPITAIS DA MODA................................................................................................77 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 78 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://monopoliodamoda.wordpress.com/2008/06/17/alta-costura-e-pret-a-porter/
 
 
 
4 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A moda é hoje uma das maiores movimentações econômicas mundiais, todos usamos 
da moda em nosso dia-a-dia, contudo é preciso conhecer a história da moda e da 
indumentária para assim compreender conceitos e relações que fiemos atual e 
constantemente com o passado. Nessa disciplina então serão abordados estudos sobre a 
indumentária da Pré-História, da Idade Antiga, da Idade Média, da Idade Moderna e da Idade 
Contemporânea. 
O objetivo principal desta disciplina e fornecer conhecimento específico que 
garantam o entendimento da história da moda, princípios revolucionários em diálogo com a 
arte, identificando as diferenças das classes sociais, estilos e movimento da Revolução do 
Vestuário, para pré -requisitos nas demais disciplinas que virão ao decorrer do curso de 
Técnico em Vestuário. 
 
 
 
5 
 
 
 
1. O QUE É MODA? 
 
A palavra “moda” vem do latim modus, significa “modo”, “maneira”. É um sistema 
que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a 
um contexto maior, político, social, e sociológico. (Erika Palomino). 
A moda é abordada como um fenômeno sociocultural que expressa os valores da 
sociedade - usos, hábitos e costumes - em um determinado momento. A moda é um sistema 
que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a 
um contexto maior, político, social, sociológico. Pode-se ver a moda naquilo que se escolhe 
de manhã para vestir, no look de um punk, de um skatista e de um pop star, nas passarelas 
do mundo, nas revistas e até mesmo no fato que veste um político ou no vestido das avós. 
 
 
2. QUE É HISTÓRIA DA MODA? 
 
A história da moda é então, um estudo sobre a indumentária da Pré-História, da Idade 
Antiga, da Idade Média, da Idade Moderna e da Idade Contemporânea 
 
 
Linha do Tempo da Moda 
 
Fornecer conhecimento específico que garantam o entendimento da história da moda, 
princípios revolucionários em diálogo com a arte, identificando as diferenças das classes 
sociais, estilos e movimento da Revolução do Vestuário. 
 
 
 
6 
 
 
 
3. EVOLUÇÃO DA MODA 
 
3.1. INICIO DE TUDO 
 
A era Glacial- Momento da história em que os homens deixam de ser herbívoros e 
começam a caçar. E após muito tempo, os homens perceberam que poderiam utilizar a pele 
dos animais para protegerem-se do frio. Mas haviam dois problemas, um que as peles 
simplesmente jogadas sobre o corpo deixavam a maior parte do corpo desprotegidos. E o 
segundo problema é que a medida que a pele secava era difícil de tratá-la. Então o método 
usado para manter o couro- pele maleável, era a mastigação. Técnica essa usada até hoje 
pelos Esquimós. 
 
3.1.1. Pré História 
 
A Pré História é dividida em períodos que marcam a evolução do homem: a Idade da 
Pedra, do Bronze e do Ferro. A Idade da Pedra foi dividida em dois períodos: Paleolítico ou 
Idade da Pedra Lascada e Neolítica ou Idade da Pedra Polida. 
 
 
Homem Pré Histórico 
 
 
 
 
7 
 
 
 
Nos primórdios da pré-história, o período Paleolítico, os homens retiravam os 
alimentos da natureza. Coletavam frutos, grãos e raízes, pescavam e caçavam animais. Os 
instrumentos ou ferramentas usados eram de pedra, madeira ou osso. Os principais foram os 
machados de mão, pontas de flecha, pequenas lanças, arpões, anzóis e mais tarde agulhas de 
osso, arcos e flechas. Ainda não possuíam o sentido de habitação, eram nômades, ou seja, 
se deslocavam constantemente de região para região em busca de alimentos. Habitava copas 
de árvores, cavernas, saliências rochosas ou tendas feitas primitivamente com peles de 
animais, galhos e folhas. 
As roupas eram feitas de pele de animais e era necessário trabalhar a pele para que 
ela ficasse viável de ser usada e não prejudicasse os movimentos dos homens que iam à caça. 
Era necessário tentar dar forma às peles e torná-las maleáveis, uma vez que secas também 
ficavam muito duras e de difícil trato. Assim se deu início o processo de mastigação das 
peles, prática ainda muito comum entre os esquimós. Outra técnica usava era a de sovar a 
pele após molhá-la, repetidas vezes. 
Assim peles mais macias podiam ser cortadas e moldadas, foi então que surgiu uma 
das maiores invenções do homem: a agulha de mão. Arqueólogos acharam agulhas com 
idades de 40 mil anos em cavernas paleolíticas, geralmente feitas de marfim de mamute, 
ossos de rena ou presas de leão marinho. Com a agulha foi possível costurar pedaços de peles 
e moldá-los ao corpo. O resultado ainda pode ser visto nos esquimós contemporâneos. 
Ambas as técnicas não eram de todo eficientes e com o tempo foram evoluindo. O 
primeiro passo foi o uso de óleos de animais que mantinham as peles maleáveis por mais 
tempo, pois demoravam mais para secar. Até que finalmente se descobriu as técnicas de 
curtimento, quando se passou a usar o ácido tânico contido na casca de determinadas árvores 
(carvalho e salgueiro) para tornar as peles permanentemente maleáveis e também 
impermeáveis. 
Ao longo destes períodos o homem passou por diversas transformações e foi tendo 
novas conquistas, como habilidade de produzir refinadas ferramentas, técnicas de agricultura 
e pecuária, a descoberta do fogo, dentre outros. Pelos estudos feitos na área do vestuário, a 
Indústria Têxtil pode ter início durante a pré-história, mais precisamente no período 
Neolítico. Neste período, as peles dos animais colocadasno ombro do homem primitivo 
impediam os movimentos. Foi preciso, então criar adaptações para liberá-los. Assim, 
surgiram a cava e o decote. Muito tempo depois, um pequeno retângulo de pano em volta da 
 
 
 
8 
 
 
 
cintura fez nascer o sarongue, uma forma primitiva de saia. E foi a partir das necessidades 
físicas humanas que as diferentes formas do vestuário evoluíram. 
 
 
4. EGITO 
 
A civilização egípcia antiga desenvolveu-se no nordeste africano (margens do rio 
Nilo) entre 3200 a.C (unificação do norte e sul) a 32 a.C (domínio romano). Esta civilização 
destacou-se muito nas áreas de ciências e desenvolveu conhecimentos importantes na área 
da matemática, medicina e astrologia. Estes conhecimentos foram usados na construção de 
pirâmides e templos; nos procedimentos de mumificação. Símbolo de poder e fertilidade o 
rio nilo é considerado uma obra da natureza até hoje. Como a região é formada por um 
deserto (Saara), o rio Nilo ganhou uma extrema importância para os egípcios. O rio era 
utilizado como via de transporte (através de barcos) de mercadorias e pessoas. As águas do 
rio Nilo também eram utilizadas para beber , pescar e fertilizar as margens, nas épocas de 
cheias, favorecendo a agricultura. 
No Egito Antigo, a indumentária era basicamente feita de artigos de linho. 
Retangulares, as peças de tecido eram enroladas em torno do corpo e para fixá-las eram 
usados espinhos, que podem ter sido a origem dos alfinetes. Neste período eles usavam uma 
tanga curta de tecido, o CHANTI, enrolada várias vezes ao corpo e presa por um cinto, sendo 
usado por homens e mulheres. Usavam também uma manta que caiam-lhes pelo ombro. 
Durante este período, a grande distinção entre os monarcas e os nobres das classes inferiores 
eram a riqueza dos tecidos e os ornamentos, como jóias colares e braceletes; os acessórios 
sempre foram diferenciadores sociais. Durante o Novo Império, foi introduzida uma peça 
no vestuário egípcio chamada KALASIRIS, que era usada por ambos os sexos, e consistia 
em uma túnica longa, sem mangas, que variava somente no comprimento. 
Era hábito raspar a cabeça, no entanto faziam uso de perucas ricamente 
ornamentadas. Eram produzidas com cabelo natural, folhas vegetais, linho e palmeira. Os 
faraós usavam trabalhadas coroas de variadas formas, tinham também o habito de pintar o 
contorno dos olhos para lhe dar maior destaque. 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
Tipos de Coroas 
 
 
 
Agora um pouquinho sobre as cores. As cores não tinham função apenas decorativa. 
Como praticamente tudo na arte egípcia, cada uma era dotada de significado. 
 
Preto : era obtido a partir do carvão de madeira ou de pirolusite (óxido de 
manganésio do deserto do Sinai). Estava associado à noite e à morte, mas também poderia 
representar a fertilidade e a regeneração. Este último aspecto encontra-se relacionado com 
as inundações anuais do Nilo, que trazia uma terra que fertilizava o solo. Na arte o preto era 
utilizado nas sobrancelhas, perucas, olhos e bocas. O deus Osíris era muitas vezes 
representado com a pele negra, assim como a rainha deificada Ahmés-Nefertari. 
Branco : obtido a partir da cal ou do gesso, era a cor da pureza e da verdade. Como 
tal era utilizado artisticamente nas vestes dos sacerdotes e nos objetos rituais. As casas, as 
flores e os templos eram também pintados a branco. 
Vermelho: obtido a partir de ocres. O seu significado era ambivalente: por um lado 
representava a energia, o poder e a sexualidade, por outro lado estava associado ao maléfico 
deus Set, cujos olhos e cabelo eram pintados a vermelho, bem como ao deserto, local que os 
Egípcios evitavam. Era a vermelho que se pintava a pele dos homens. 
Amarelo: para criarem o amarelo, os Egípcios recorriam ao óxido de ferro hidratado 
(limonite). Dado que o sol e o ouro eram amarelos, os Egípcios associaram esta cor à 
 
 
 
10 
 
 
 
eternidade. As estátuas dos deuses eram feitas a ouro, assim como os objetos funerários do 
faraó, como as máscaras. 
Verde : era produzido a partir da malaquite do Sinai. Simboliza a regeneração e a 
vida; a pele do deus Osíris poderia ser também pintada a verde. 
Azul : obtido a partir da azurite (carbonato de cobre) ou recorrendo-se ao óxido de 
cobalto. Estava associado ao rio Nilo e ao céu. 
 
O Egito possuía uma rica manifestação artística. Grande parte das pinturas eram 
feitas nas paredes das pirâmides. Estas obras retratavam a vida dos faraós, as ações dos 
deuses, a vida após a morte entre outros temas da vida religiosa. Estes desenhos eram feitos 
de maneira que as figuras eram mostradas de perfil. Os egípcios não trabalhavam com a 
técnica da perspectiva (imagens tridimensionais). As tintas eram obtidas na natureza (pó de 
minérios, substâncias orgânicas, etc). 
Nas tumbas de diversos faraós foram encontradas diversas esculturas do ouro. Os 
artistas egípcios conheciam muito bem as técnicas de trabalho artístico em ouro. Faziam 
estatuetas representando deuses e deusas da religião politeísta egípcia. O ouro também era 
utilizado para fazer máscaras mortuárias que serviam de proteção para o rosto da múmia. 
 Templos, palácios e pirâmides foram construídos em homenagem aos Mulher 
Egípcia deuses e aos faraós. Eram grandiosos e imponentes, pois deviam mostrar todo poder 
do faraó. Eram construídos com blocos de pedra, utilizando-se mão-de-obra escrava para o 
trabalho pesado. 
 
 
 
 
 
 Na máscara de mortuária Cleópatra Thea Filopator foi a última 
 de Tutancâmon rainha da dinastia de Ptolomeu 
 
 
 
 
11 
 
 
 
5. ASSÍRIOS E BABILÔNIOS 
 
 
 
Povo Assírios 
 
Assírios e babilônios são povos que se localizaram na região da mesopotâmia. A 
palavra mesopotâmia tem origem grega e significa “ terra entre rios”. 
Essa região localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde 
atualmente é o Iraque. Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história. 
Dentro desta perspectiva, a região da mesopotâmia era uma excelente opção, pois 
garantia a população: água para consumo, rios para pescar e via de transporte pelos rios. 
Outro benefício oferecido pelos rios eram as cheias que fertilizavam as margens, garantindo 
um ótimo local para a agricultura. 
No geral, eram povos politeístas, pois acreditavam em vários deuses ligados à 
natureza. No que se refere à política, tinham uma forma de organização baseada na 
centralização de poder, onde apenas uma pessoa (imperador ou rei) comandava tudo. 
A economia destes povos era baseada na agricultura e no comércio nômade de 
caravanas. 
O povo Babilônio construiu suas cidades nas margens do rio Eufrates, ao sul da 
mesopotâmia. 
Foram responsáveis por um dos primeiros códigos de leis que temos conhecimento. 
Baseando-se nas Leis de Talião ("olho por olho, dente por dente"), o imperador de legislador 
Hamurabi desenvolveu um conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade. De 
acordo com o Código de Hamurabi, todo criminoso deveria ser punido de uma forma 
proporcional ao delito cometido. 
Os babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo objetivo 
principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores 
condições para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com 
 
 
 
12 
 
 
 
grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol. Sob seu 
comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém. 
 
 
6. ANTIGUIDADE CLÁSSSICA 
 
6.1. CRETA 
 
Segunda maior ilha situada no mar mediterrâneo, Creta teve o apogeu de sua cultura 
entre 1750 e 1400 A.C. O vestuário masculino e feminino possuíam diversas diferenças. 
Acivilização e governada por um rei onde e política e muito religiosa. 
As mulheres usavam uma séries de babados sobrepostos numa saia longa em 
formato de sino, tinham uma cintura bem afunilada. 
Na parte superior do corpo portavam um tipo de blusa costurada aos ombros de 
magas curtas deixando a mostra os seios, que eram associados à fartura e fertilidade. Na 
cabeça ela usava um tipo de chapéu pendurado com um animal, cada animal tinha seu 
significado (a cobra era símbolo de poder). 
Já a roupa masculina era mais simples: um saiote que era uma espécie de tanga com 
um cinto metálico marcando a cintura, com o resto do corpo desnudo. Eles usavam o cabelo 
e barba grandes, plissados e cacheados. 
 
Roupas De Mulheres E Homens Cretenses. 
 
Os cretenses tinham paixão por cores fortes, como vermelho, amarelo,azul e roxo. 
Também apreciavam muito jóias e grande quantia delas foi descoberta em tumbas, 
como anéis, braceletes, presilhas de cabelo. 
 
 
 
13 
 
 
 
Os ricos usavam colares de lápis-lazúli, ágata, ametista e cristal de rocha,intercalados 
com pérolas. 
O os broches nessa época não eram muito usados pois a roupas eram cortadas para 
se ajustarem ao corpo e ao mesmo tempo ficarem drapeadas. 
 
 
6.2. GREGOS 
 
A cultura grega não só está ligada com o valor estético, está também com a filosofia, 
arte, democracia. 
A Grécia situa-se na Península Balcânica, faz fronteira marítima no Mar Egeu, a sul 
com o Mar Mediterrâneo e a oeste com o Mar Jónico, através do qual tem ligação a Itália. 
Devido às suas distâncias geográficas, a Grécia Antiga, nunca foi um país 
politicamente unido, mas antes um conjunto de pólis (cidades-estado)orgulhosamente 
independentes. As guerras entre as várias cidades-estado eram freqüentes. 
 
A sociedade ateniense era dividida em três grupos sociais: 
 
 1. Cidadãos - homens livres e os únicos com possibilidade de participar na vida 
política; 
2. Metecos - estrangeiros que residiam e trabalhavam em Atenas e não tinham 
direito a participar na vida política; 
3. Escravos - prisioneiros de guerra ou filhos de escravos e podiam ser comprados 
ou vendidos. 
Durante um longo período, a indumentária, foi composta de retângulos de tecidos de 
vários tamanhos, drapeados sobre o corpo, sem cortes ou costuras. 
Consistia basicamente de três peças, que originaram variações nas formas de amarrar 
os cintos e franzir tecidos, são elas: a túnica de linho (QUITON), uma sobreveste de lã 
(PEPLO), usada pelas mulheres e uma capa de lã (CLÂMIDE). 
Do século VII ao século I a.C., homens e mulheres usavam o quíton, o dos homens 
iam até os joelhos e o das mulheres até os tornozelos. 
 
 
 
14 
 
 
 
O vestuário dos gregos era simples e compunha-se de roupas de linho no verão e lã 
no inverno. Brincos, anéis, correntes, gargantilhas ou qualquer outra jóia estava restritas 
famílias mais ricas. 
 
VESTUARIO FEMININO DOS GREGOS 
 
Peplo: túnica feminina presa por duas fíbulas, feita com dois retângulos de tecido. 
Um manto bem longo até os pés, feito de um tecido ricamente decorado de forma tubular, 
era vestido pela cabeça e ajustado ao ombro por fechos, deixando os braços nus e por fim 
um cinto que firmava o traje na cintura. 
 
 
 
A indumentária grega destacou-se por utilizar bastante os drapeados, e também pelo 
uso de sandálias com tiras de couro. 
Quíton: túnica feminina ou masculina presa com 5 a 8 fíbulas, feita com dois 
retângulos de tecido; 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
TIPOS DE QUÍTON 
 
Himation: normalmente feito de lã e principalmente usado por homens como 
proteção; roupas civil, ampla usada em dias de frios. 
 
 
 
 Clâmide: manto masculino curto, preso em frente ao pescoço. 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
Exômis: manto feito com um retângulo de tecido, preso por apenas um ombro, com 
barras decorativas e usado principalmente para segurar os seios. 
 
 
 
 
 
 Strphion: faixa de tecido para segurar os seios. 
 
 
 
 
 
A Indumentária Grega destacou-se por utilizar bastante os drapeados, e também pelo 
uso de sandálias com tiras de couro. 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
 Krêpis: sandálias 
 
A medida que o luxo ia aumentando as roupas eram feitas de tecidos mais fino, 
inclusive de seda. 
Alguns tecidos tinham estampas vistosas e alegres, os gregos usavam roupas muito 
coloridas. O único lugar que era obrigatório usar branco era no teatro, que por ser 
considerado sagrado, exigia um tom de pureza. 
As mulheres de classe pobre as vezes amarravam os cabelos com uma fita, depois 
isso se tornou habitual e, depois os cabelos eram presos com uma espécie de chinó. Ainda 
mais tarde erram amarrados com fitas, formando um cone que era projetado para trás. 
 
 
6.3. ROMA 
 
Roma foi fundada em 753 a.c, cidade capital da Itália. Desde então tornou-se no 
centro da Roma Antiga sendo uma das cidades com maior importância na História mundial, 
um dos símbolos da civilização européia. Seu declínio começou no século V d.C., e a 
principal causa de sua queda foi a invasão dos povos bárbaros. 
Mas antes da expansão para o sul da Itália os etruscos tinham pouco contato com a 
Grécia por isso suas roupas se refletiam em algo mais primitivo, os trajes dos cretenses. Após 
a expansão territorial suas roupas modificaram, pelas influências dos gregos e do orientais. 
Nessa época suas roupas eram costuradas e drapeadas. 
A civilização romana é considerada a mais rica da Antiguidade, e naturalmente, suas 
vestimentas são elementos que ajudam a reforçar essa condição. 
Roma foi um estado totalmente militarista cuja história e o desenvolvimento sempre 
foram muito relacionados as grandes conquistas do seu exército. A maior prova do potencial 
militar foi a sua surpreendente expansão territorial, passando de uma simples cidade-estado 
para um vasto império. 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
A mitologia romana representava formas de explicação da realidade, os quais não 
conseguiam explicar cientificamente. No começo os romanos acreditavam em vários deuses, 
mas depois adotaram o cristianismo. 
 A arte romana sofreu três grandes influências: etruscas (na técnica), grega 
(decoração) e oriental (monumental). 
Roma recebeu influências gregas no seu vestuário, a TOGA, sua principal 
vestimenta, se assemelha ao HIMATION. Os romanos usavam a TÚNICA e, por cima dela, 
a TOGA, que era extremamente volumosa e denunciadora do status social daquele que a 
portava. Pessoas mais simples, como os trabalhadores e até mesmo os soldados do exército, 
muitas vezes usavam só a túnica. 
 
 
TIPOS DE TOGA 
 
Existiam diferentes tipos de TOGA, conforme a função social e a idade: 
 A toga viril era utilizada pelos meninos dos 14 aos 16 anos, de tecido branco 
e muito mais usadas em ocasiões formais; 
 
 
 
19 
 
 
 
 a partir dos 176, os rapazes usavam toga virilis, o que significava na vida 
adulta e o começo do uso era marcado por uma 
 A pueril era igualmente branca, porém mais curta. 
 Outra toga de sucesso era a brilhante: eles passavam sobre o tecido um giz 
branco que a deixava brilhando. Era usada pelos candidatos a cargos públicos para chamar 
atenção durante seus discursos. 
Havia ainda a toga que possuía uma tira na cor púrpura em sua borda, usada por 
alguns magistrados e pelo imperador em ocasiões especiais. Podia também ser usadas pelos 
pré- adolescentes. 
A indumentária era muito normatizada e quem infringisse suas regras era punido. 
Um senador romano que não fosse vestido com a toga corretamente ao senado poderia ser 
preso. 
As mulheres usavam a TÚNICA longa feito de lã, linho, algodão, e para os ricos de 
seda e, muitas vezes, a STOLA sobra ela, que era outro tipo de túnica,cujas principais 
características eram as mangas. A peça para as mulheres correspondente à toga era a PELLA, 
uma espécie de manto que tinha o formato retangular, sendo esse detalhe a maior diferença 
em relação à correspondente masculina. 
Os novos corantes e tecidos permitiam que as mulheres ricas de Romausassem 
estolas( uma peça sobreposta comprida e ampla) de algodão azul da Índia ou talvez de seda 
amarela da China. 
Os cabelos eram curtos, com elegantes anelados e cachos com pinças quentes, a 
cabeça ficava descoberta, mas às vezes era usado chapéus de feltro de varias formas.em 
público eram comum a mulher cobrir a cabeça, mas com o tempo os penteados foram se 
tornando mais elaborados e sim um sinal de status. 
 Assim se tornando elaborados era impossível uma senhora elegante passar 
sem os serviços de uma ornatrix, que passavam horas arrumando as mexas em um coque 
chamado tutulos. Os cabelos louros estavam em moda, e as pessoas de cabelos escuros 
recorriam ao descoloramento. Fazia-se largo uso de cabelos postiços e até de perucas 
inteiras. E muito uso de jóias. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
7. IDADE MÉDIA 
 
Com o Cristianismo, a arte volta-se para a valorização do espírito, a Igreja possui 
poderes ilimitados e os seus valores vão impregnar toda a vida medieval. Deste modo, por 
imposição dos dogmas e moral da Igreja, o Cristianismo transformou a produção artística. 
A vestimenta foi baseada na indumentária romana e na germânica, com 
sobreposições de túnicas e mantas. 
Muitos elementos ligados à indumentária militar, como braçadeiras, couraças e 
peitorais faziam parte dessa roupa. A Europa bárbara ficou dividida até o século VII, quando 
se instalou o Império de Carlos Magno, surgido da ramificação dos reinos bárbaro-
germânicos. Esse período foi de grande prosperidade do ponto de vista econômico, e logo 
veio a melhoria de vestuário, do século VII ao XII, durante o período Românico. 
Nesse período, a roupa dos bárbaros se institucionaliza. Com a aproximação do 
século XII, o vestuário começa a se sofisticar. Surgem as barras de seda nas túnicas – que há 
muito tempo já eram utilizadas no Oriente – com bordados de fios de ouro, prata e de seda 
também. No quotidiano europeu dessa época, houve espaço para uma reflexão sobre a 
existência do homem, que acabou por gerar um novo movimento de valorização da figura 
humana, a partir do ajustamento das roupas. 
Características também do vestuário do século XII são as roupas com padrões 
bicolores, por meio dos quais se podia identificar o feudo do qual a pessoa fazia parte. Cada 
feudo era representado por símbolos e cores que se encontravam nas roupas dos nobres. 
No final da Idade Média, do século XII ao XIV, surge o estilo gótico, impondo um 
novo contexto de criação e marcando a virada da Era Medieval para a Moderna. Na Idade 
Média, as roupas diferenciavam-se mais pelas cores e materiais do que pelas formas. A 
silhueta gótica é ajustada e verticalizada, pois visa valorizar o corpo. Assim, inicia-se uma 
diferenciação mais marcante entre a indumentária feminina e masculina. 
 
 
7.1. BIZÂNCIO 
 
Entre o império romano e a renascença, época que correspondeu a idade média, situa-
se o Bizâncio cristão, sempre ameaçado pelas tribos bárbaras. A época é considerada a ponte 
entre a antiguidade e o mundo moderno. O Império Bizantino correspondeu uma fase do 
 
 
 
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império romano e surgiu como triunfo do cristianismo, quando foi transferida a capital do 
império romano de Roma para Bizâncio. Batizando de Constantinopla a cidade que é hoje 
Istambul. 
Com a mudança da sede do império romano para o Oriente, com a fundação da capital 
Bizâncio, pelo imperador Constantino, houve uma mudança brusca no vestuário. A 
simplicidade dos trajes romanos desapareceu, as cores, as jóias e as franjas do Oriente 
tomaram conta do vestuário. Os trajes eram bordados com fios de ouro, estampados com 
vários motivos, inclusive cenas bíblicas, as jóias eram abundantes e o púrpura era a cor dos 
poderosos. A seda era usada com freqüência, tanto que Bizâncio passou a fiar e tecer sua 
própria seda. As mangas compridas e o comprimento até no chão dominaram os trajes, enfim 
ocorreu uma orientalização do vestuário. 
Os vestuário bizantino era derivado ao mesmo tempo do gregos, romanos e asiáticos. 
Durante oito séculos o feitio não mudou. Homens e mulheres usavam túnicas com mangas e 
capas, adotando as calças dos soldados romanos. 
Até o século IX, os soldados usavam roupas de guerreiros romanos. O corte era 
folgado para ocultar as formas do corpo. As cores mais usadas eram: o ouro, púrpura, 
vermelho e marrom. A decoração das roupas eram em formas de animais e vegetais, bem 
como símbolos cristãos como a cruz, e o cordeiro. Os tecidos eram brocados enriquecidos 
com bordados de prata e pedras preciosas. O TABLION, decoração tipicamente bizantina 
de forma quadrada e incrustada de jóias, ornamentava as capas masculinas da classe alta. As 
mulheres usavam sobre suas túnicas capas e stola. Um véu retangular sempre tinha que cobrir 
as cabeças das mulheres. 
Nesta época os materiais usados eram ricos e variados, como se pode observar em 
fragmentos preservados, na maioria vestimentas eclesiásticos ou envoltórios de relíquias. A 
lã, o tecido mais usado no início do Império, foi substituída pelo algodão e pelos linhos finos 
do Egito e pela seda da China. 
De acordo com a lenda, dois monges missionários foram enviados à China pela 
própria Teodora e voltaram trazendo alguns bichos-da-seda dentro de uma bengala oca. Este 
talvez seja o primeiro exemplo de espionagem industrial da história. 
 
 
 
 
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 Rainha Teodora recebendo os bichos-da-seda dos missionários 
 
 
 
7.2. GÓTICO 
 
O estilo gótico abrangeu o século XII ao século XV, sendo o período do século XIII 
ao XV também conhecido como pré-renascimento. No século XII, entre os anos 1150 e 1500, 
tem início uma economia fundamentada no comércio. Isso faz com que o centro da vida 
social se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia urbana. 
A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus que vive 
num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando- se na direção do céu, como se vê 
nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas. 
A rosácea e os vitrais coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da 
igreja são elementos arquitetônicos muito característicos do estilo gótico e estão presente em 
quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV. 
 
 
 Arquitetura Gótica 
 
 As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e 
a Catedral de Notre Dame de Chartres. Imagem Igreja gótica (Catedral de Notre Dame de 
Paris e a Catedral de Notre Dame de Chartres) 
 
 
 
 
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Catedral de Notre Dame de Paris Catedral de Notre Dame de Chartres 
 
 
Outro traço característico deste período é a iluminura. A iluminura é a ilustração 
sobre o pergaminho de livros manuscritos. O desenvolvimento de tal gênero está ligado à 
difusão dos livros ilustrados, patrimônio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de fervor 
cultural que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados por 
particulares, aristocratas e burgueses. 
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, 
quando começou a ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua 
principal particularidade foi a procura do realismo na representação dos seres que 
compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de temas religiosos, apresentava 
personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o olhar voltado 
para cima, em direção ao plano celeste. 
Os principais artistasna pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura do 
Renascimento: Giotto com obras destacadas: Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis 
(Itália) Iluminuria e Retiro de São Joaquim entre os Pastores; e Jan Van Eyck com obras 
destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora do Chanceler Rolin. e Retiro de São Joaquim 
entre os Pastores; e Jan Van Eyck com obras destacadas: O Casal Arnolfini e Nossa Senhora 
do Chanceler Rolin. 
 
 
 
 
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O Casamento dos Arnolfini, de Jan van Eyck, um dos representante da 
pintura gótica. 
 
O traje masculino característico deste período era a HOUPPELANDE, conhecida 
mais tarde como BECA, ajustava-se aos ombros e era solta, com um cinto na cintura e com 
comprimento variável, as golas eram altas e as mangas compridas e amplas, eles também 
usavam chapéus ou toucas. 
As mulheres usavam basicamente um vestido, justo até a cintura e se abrindo em saia 
ampla até o chão, as mangas eram longas e justas, chegando até o meio da mão, eram usados 
também, chapéus em forma de cone ou chifres, afunilados no topo, onde caia um véu. Neste 
período as formas do vestuário feminino eram alongadas e finas, o que dava a sensação de 
altura superior. Os sapatos eram de bicos finos e longos, adornados com pedras preciosas. 
Naquele período não eram utilizados muitos adornos, só peças discretas, basicamente de 
pérolas. 
 
7.3. RENASCIMENTO 
 
Coube ao Renascimento, com sua revalorização do estilo clássico greco-romano, 
terminar por sepultar o Gótico de uma vez por todas. 
 
 
 
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 Este período foi caracterizado por um renovado interesse pelo passado greco-
romano clássico, especialmente pela sua arte. Começou na Itália, e difundiu-se por toda a 
Europa, durante os séculos XV e XVI. 
 
 
 
 
 
O Renascimento italiano foi, sobretudo, um fenômeno urbano, produto das cidades 
que floresceram no centro e no norte da Itália, como Florença, Ferrara, Milão e Veneza, 
resultado de um período de grande expansão econômica e demográfica dos séculos XII e 
XIII. 
A Era Renascentista abrange aproximadamente as datas de 1425 a 1580. Dentro desse 
período, houveram variações de estilo, pois cada país tinha sua moda. As características da 
moda na Inglaterra sob o reinado da Dinastia Tudor. A Era Tudor começou em 1485 e foi 
até 1603, na Inglaterra e a Moda da Era Elizabetana durou de 1558 a 1603. 
 
 
 Maria Tudor Elizabeth I 
 
 
 
 
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Lembrando que as referências históricas visuais que temos de cada época são 
representações dos nobres e burgueses. Os populares vestiam-se de forma mais simples que 
os ricos ou de acordo com suas ocupações. 
Houve muitas variações de estilo durante a Era Renascentista. O texto abaixo é um 
resumo das características principais da moda renascentista na Inglaterra. Mas Havia 
também a moda alemã, espanhola, italiana, francesa, polonesa, etc. 
As roupas masculinas eram mais extravagantes do que a feminina, os sapatos 
passaram a ser arredondado, e os chapéus eram enfeitados com penas ou pedras preciosas, 
as mangas dos GIBÕES, ou BECAS, eram bufantes e curtas, os recortes do tecido eram 
evidenciados pelas cores diferentes e abundantes. As saias femininas eram amplas e 
ricamente bordadas, as mangas tornaram-se amplas e às vezes com aplicações de peles, a 
cintura era apertada, com uma espécie de corpete com um decote em forma quadrada. Tanto 
homens quanto mulheres, usavam longos colares de ouro e pedras preciosas. A riqueza de 
cores e tecidos marcou o renascimento, como uma moda bastante rica e de grandes 
proporções. 
Durante o período Elizabetano, as cores diminuíram, tornando o vestuário mais 
austero, as formas do traje masculino diminuíram. As saias femininas passaram a ser 
extremamente armadas, geralmente com arcos de arame, a parte superior do vestuário era 
um espartilho afunilado e alongado na parte da frente, as mangas eram bufantes e de grandes 
proporções, o decote sumiu, dando lugar a um vestuário mais fechado. Os penteados 
femininos eram bastante elaborados, era usado um adorno na cabeça, que escondia a parte 
de trás dos cabelos, que eram trançados, mas a parte da frente era visível. Durante seu 
reinado, a rainha Elizabeth lançou a moda dos cabelos tingidos de vermelho. Roupas 
austeras, período Elizabetano. 
A peça mais característica desse período foi o RUFO, uma espécie de gola armada 
de renda, arredondada, que fazia uma volta por todo o pescoço, geralmente possuía várias 
camadas, era usada pelas mulheres, embora homens de alta magistratura também as usassem. 
Mais tarde essas golas foram diminuindo dando origem ás golas caídas de tecido liso com 
pouca renda, geralmente brancas. 
 
 
 
 
 
 
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8. IDADE MODERNA 
 
 
A Idade Moderna aconteceu entre os séculos XV até XVIII. 
Seu início, segundo alguns historiadores, se dá no dia 29 de maio de 1453, data que 
registra a conquista turca de Constantinopla, mas ela não representa um consenso entre os 
historiados; outros estudiosos apontam outras datas para o início da Idade Moderna como: a 
viagem de Vasco da Gama às Índias ou a viagem de Cristóvão Colombo às Américas. Seu 
final acompanha a Revolução Francesa de 14 de julho de 1789. 
A moda nasce junto com o Renascimento, nos séculos XV e XVI. Nessa fase, 
juntamente com o surgimento da primeira burguesia, houve uma grande melhoria na 
qualidade da matéria-prima. Aplicações, bordados e peles passaram a espelhar uma 
sociedade rica, em contraste com os povos medievais, muito ligados à forma bárbara de se 
viver. A altura da indumentária sobe e fica marcada logo abaixo do busto, alongando a 
silhueta. As formas, de modo geral, vão ficando arredondadas, perdem a verticalidade gótica, 
expandindo-se lateralmente, buscando horizontalidade. 
No século XVII, a cultura fica mais controlada pelo Estado, sendo impossível 
produzir algo fora das normas oficiais. Nos países católicos, a elite resumia-se aos membros 
da nobreza e da Igreja. Nos países protestantes, entretanto, era formada a burguesia. É a 
partir desse século que a França começa a colocar-se como grande produtora de moda. 
Surgem as primeiras publicações especializadas no assunto. Nesse período, 20% da 
produção francesa era de materiais para o vestuário. A elite usava roupas muito elaboradas 
e cheias de camadas, enquanto as classes mais populares se vestiam copiando, de forma 
grosseira, as roupas dos nobres 
No reinado de Luís XIV, a França chega ao seu apogeu. Mas o que se assiste, logo 
em seguida, é a decadência da nobreza francesa devido a política centralizadora do rei. As 
mudanças e inovações dessa época eram totalmente determinadas pela casa real. Há uma 
valorização das formas femininas que ressalta os quadris e acentua a cintura. 
As formas masculinas tornam-se mais femininas. No modelo francês de vestuário, a 
cor e os efeitos decorativos eram predominantes. Cada fase do desenvolvimento de uma 
pessoa era mostrada pelo tipo de roupa que usava: na infância vestia-se de um jeito; na 
maturidade, de outro; e na velhice, de outro. Essas diferenças eram sempre muito distintas, 
 
 
 
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justamente, para marcar as etapas da vida. O mesmo ocorria em relação às profissões, 
identificadas por “uniformes”, que eram usados no dia-a-dia de acordo com a ocupação. 
O período Rococó tratou a realidade de forma fantasiosa. Foi uma cultura lúdica. 
Houve mudanças drásticas no vestuário feminino nessa época, enquanto no masculino se 
alteram apenas detalhes. Esse período foi marcado por três estilos: Regência, Luís XV e Luís 
XVI. Como estilo da Regência, a roupa torna-se mais confortável e leve, se comparada à de 
períodos anteriores. O estilo Luís XV muda principalmente os penteados. O de Luís XVI, 
por sua vez, corresponde ao momento de transição do Rococó parao Neoclássico. A roupa 
é simplificada, perdendo em volume e decoração, facto influenciado pela Revolução 
Francesa. As cores passam a ser as da bandeira. 
 
8.1.1. Era Tudor 
 
Durante o século XVI, o Nordeste da Europa e as Ilhas Britânicas tiveram um período 
de frio extremo, fazendo com que as roupas passassem a ter mais camadas de tecidos, 
inclusive bem pesados. As silhuetas são; amplas, de forma; cônica para as mulheres e larga 
na parte dos ombros para os homens, obtida através de golas e mangas largas. Usavam uma 
camisa de linho (chemise), um gibão que expunha as mangas do chemise, meias calças que 
eram como os leggings de hoje e um vestido tipo capa que era aberto na frente e de mangas 
curtas, podendo ir até o tornozelo e posteriormente até os joelhos. 
 
 Rei Henrique VIII Silhueta femina e masculina no período Tudor 
 
Sobre os acessórios: os chapéus, tinham borda arrebitada ou arredondadas. Sapatos, 
masculinos ou femininos, eram lisos de fôrma; arredondada e mais tarde em fôrma quadrada. 
Botas eram usadas para montar a cavalo. 
 
 
 
 
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8.1.2. A Indumentária do vestuário na Era Tudor 
 
 Bata (ou chemise): Era uma questão de honra e respeitabilidade ter roupas íntimas 
limpas, portanto todos buscavam ter uma quantidade suficiente para trocar durante a semana. 
Quanto mais alta a posição ou status de uma pessoa, mais roupas ela teria disponíveis. 
A bata para os mais nobres, era feita de um linho muito fino, sendo ele o mais branco 
possível. Os decotes e punhos poderiam ser bordados em branco, preto ou vermelho com 
estilos que iam do exuberante ao simples. 
No início do período Tudor, o decote era geralmente quadrado à fim de seguir a linha 
do corpete, porém mais tarde uma gola alta com um pequeno colarinho pregueado seria 
usada e reforçada durante o período elizabethano, tornando uma das marcas registradas da 
época. As mangas teriam conforme mostra a figura, um punho estreito, podendo as vezes 
conter pequenos babados ou rendas 
Anágua: O termo tem origem francesa “pettitcoat” e foi usado tanto por mulheres 
quanto por homens. A anágua feminina era uma saia que podia ser estendida para a parte 
superior do corpo como um colã. 
Diz que o corpete poderia ser mínimo, visto principalmente nas costas e ao lado do 
corpo, a parte da frente, seria uma estrutura que daria apoio a saia, permitindo o uso mínimo 
de tecido. 
A anágua podia ser branca ou vermelha, que na época era considerada uma cor 
saudável, idéia esta que perduraria até o século XIX. 
Kirtle/túnica: “4,5 metros de cetim branco para um kirtle. 
e 1,8 metros*(apróx.) de tecido vermelho para a base do kirtle “. 
O kirtle ou túnica, era uma roupa com finalidade de dar apoio ao busto, criando a 
famosa silhueta tudor. Ele era usado sobre a saia e à partir de 1540, sobre o farthingale. O 
corpete do kirtle era endurecido, geralmente com entretelas (um tipo de linho endurecido, 
que poderia ter um endurecimento adicional com uma espécie de goma, feita a partir de uma 
mistura de farinha de amido) e detalhes na parte de frente e de trás. O corpete do Kirtle não 
possuía nenhuma ligação com o moderno ou vitoriano, possuindo uma forma diferente para 
a cintura e tronco. 
Gown/vestido, e mangas: O gown, seria o que conhecemos hoje por vestido, era 
uma das poucas peças que poderia ser vista em sua totalidade por outras pessoas, enquanto 
 
 
 
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a bata e a anágua ficavam escondidas, sendo classificadas como roupas íntimas. O kirtle era 
geralmente sobreposto pelo vestido, sendo normalmente só era visto na parte acima do 
decote. 
As mangas no século XVI, eram mangas amplas, hoje conhecidas como ”mangas 
trombeta” devido ao seu formato, pois começavam justas no braço, alargando conforme sua 
extensão. As mangas eram uma peça à parte do vestuário tudor, elas eram colocadas após a 
mulher estar quase toda vestida, sendo algumas vezes amarradas por fitas, abotoadas ou 
fixadas nos braços, geralmente seguida pelas famosas mangas de pêlos, muito usadas pelas 
mulheres na França e Inglaterra. 
Capelos: Os capelos mais conhecidos pela maioria são o inglês (Gable Hood ou 
capelo de empena) e francês, os mais populares durante o reinado de Henrique VIII, que 
tiveram suas primeiras versões à partir da segunda metade do século XV. Acima vemos o 
Capelo francês, o famoso capelo de Ana Bolena. É um erro comum acreditar que foi Ana 
que introduziu este capelo à corte inglesa, sendo que conforme podemos ver na imagem 
acima, sua antecessora Catarina de Aragão, assim como Maria, a irmã de Henrique, já eram 
adeptas ao uso deste capelo (Catarina entretanto, preferia o inglês). 
 
 
Capelos franceses. Catarina e Maria usando o capelo, desmentindo o mito de 
Ana Bolena. 
 
 
O capelo francês: é caracterizado por sua forma arredondada, em contraste com o 
angular capelo “Inglês”. Ele era usado sobre uma touca, e um véu negro era conectado à 
parte posterior. A parte da frente era sempre visível. É semelhante ao kokoshnik russo, 
embora não possuam nenhuma ligação. Uma variação do capelo francês, denominado capelo 
francês quadrado também foi muito usada na época do reinado de Maria I, que era uma 
junção dos capelos inglês e francês. 
 
 
 
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Capelo quadrado francês, uma mistura do capelo de empena inglês e do 
arredondado capelo francês. 
 
O capelo inglês ou Capelo de empena: foi um tipo de Capelo usado pela mulher 
inglesa de 1500-1550, assim denominado, pois sua forma pontiaguda lembra a empena de 
uma casa. O Capelo francês contemporâneo possuía um contorno geral arredondado. 
 
 
Primeiros Capelos ingleses, com a ”empena” mais longa. 
 
 
Roupas masculinas no período Tudor: 
 
Boina oitavada: Um tipo de boina, com o topo macio e a borda moderadamente 
larga, podendo ser decorada com broches, jóias ou penas. Esta boina é freqüentemente 
associada a Henrique VIII. 
Bata ou Chemise: Originalmente com gola baixa, porém com um decote mais 
pronunciado até meados do século XVI. O decote também podia ser dividido ao meio por 
golas pequenas ou ajustado por um cordão. A gola plissada tornou-se comum ao longo dos 
anos evoluindo para uma das tendências elisabetanas. 
 
 
 
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Gibão: Uma espécie de camisa acolchoada fechada por abotoaduras (com ou sem 
mangas), ajustada para salientar o peito e moldar a cintura, que foi usada na Europa da Idade 
Média até meados do século XVII. Originalmente, era apenas um camisete costurado de 
forro acolchoado, usado sob a armadura para evitar contusões e escoriações. Depois, como 
muitos outros itens originalmente práticos na história da moda masculina, a partir do século 
XV, tornou-se suficientemente elaborado para ser visto por conta própria. 
Jerkin- Um tipo de jaqueta curta de veludo ou couro, geralmente sem mangas, 
semelhante a um colete, com extensão até a cintura para revelar o gibão abaixo. A partir da 
década de 1530, sob influencia espanhola uma estreita silhueta tornou-se popular. O 
colarinho era maior e mais apertado. O ombro perdeu seu preenchimento e desenvolveu uma 
ligeira inclinação. Gibões com mangas poderiam completar o visual. 
Correntes de ofício ou estado: Uma pesada corrente que se estendia do pescoço ao 
peito usada pelos homens como indicadores da ordem que pertenciam ou o cargo que 
ocupavam. 
Calça ou calção superior: A Calça ou calção superior se estendia das coxas até a 
cintura. A moda variava entre vários modelos diferentes tanto no tecido quanto no formato. 
Podiam ser justos, bufantes, com fitas, etc… 
Calças inferiores: Calças que cobrem as arestas inferiores da perna. Geralmente iam 
acima do joelho sendo presas por jarreteiras ou ligas. 
Codpiece: O codpiece era originalmente uma bolsa em formato de apêndice, feita a 
partir do mesmo tecido da calça superior ou jerkin, costurada ao redor da virilha do homem, 
que seria mantida fechada por laços, botões ou fivelas.O codpiece usado pelos Tudors era 
acolchoado e estruturado e chegou a tornar-se tão grande que foi usado para transportar 
pequenas armas ou jóias, partindo daí a referência da genitália masculina como “jóias da 
família”. O Codpiece teve início durante a Idade Média, entrando em destaque durante o 
reinado de Henrique VIII e desaparecendo durante o reinado da Rainha Elizabeth I. 
Túnica ou Simar(re): Um tipo de manto masculino, derivado de chimer ou chimere, 
uma roupa eclesiástica muito apreciada na época. A parte do pescoço parecia de alguma 
forma com um casaco de fecho duplo sem o colarinho na frente, mas com a lapela escondida 
virada para frente na linha do pescoço. 
http://image.wetpaint.com/image/1/m3DI2dbLLmhhdHJ2DPMyqQ25804/GW265H211
http://image.wetpaint.com/image/1/m3DI2dbLLmhhdHJ2DPMyqQ25804/GW265H211
 
 
 
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Os sapatos, no início, eram bem largos, na forma chamada bico-de-pato. Os saltos 
eram baixos; as solas, de couro ou cortiça; a parte superior de couro, veludo ou seda. Os 
sapatos freqüentemente possuía recortes e eram adornados com jóias. 
 
 
8.1.3. Era Elizabetana - Moda 
 
A Era Elizabetana surgiu na Inglaterra no contexto da reforma protestante. 
A Inglaterra era um país católico até o rei Henrique VIII se casar com Ana Bolena. 
Henrique fundou a igreja Anglicana para poder casar com a Ana Bolena, já que dentro da 
igreja Católica ele já havia se casado com a Catarina de Aragão. Fruto do primeiro 
casamento, Henrique teve a filha Maria e, do segundo, Elizabeth. Na época, a população 
inglesa não reagiu bem diante da reforma protestante, muito menos ao casamento de 
Henrique com Ana Bolena, que então se tornou rainha da Inglaterra . O povo era a favor da 
contra-reforma, promovendo até a caça aos protestantes. 
Ana Bolena morreu antes de Henrique, fruto de uma acusação de adultério, incesto e 
alta traição. Quando Henrique foi ao óbito, quem assumiu o trono foi a filha Maria, fruto do 
casamento católico. Maria teve câncer, morreu, e assim Elizabeth, a bastarda odiada pelo 
povo, foi ao trono. 
Tentando promover uma boa imagem ao povo inglês, Elizabeth era conhecida como 
a “rainha virgem”. Elizabeth se empenhou muito pra estabelecer a igreja Anglicana na 
Inglaterra. Além de ter investido muito na cultura e educação do país. 
O vestuário da Era Elizabetana se caracteriza por maior rigidez, uso de corset de 
ferro, vertugadin(uma espécie de armação que vai por baixo da saia) e rufo. 
 
 
 
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Rainha Elizabet I 
 
 
Os Bourrelets (penteados cheios) eram elaborados e envoltos em véus no norte, 
enquanto na Itália os penteados eram muito mais naturais e menos formais. 
O renascimento aflora o belo, as mulheres maquiam o rosto e o peito, usam perfumes 
asiáticos e pintam o cabelo. Usam "pintas" postiças de veludo, o ideal de beleza era corpo 
com curvas, pele branca, sobrancelhas e testa depilada. No 
século XVI surge o primeiro pó "pasta de dente“. Em Florença em 1508 ,criam o primeiro 
laboratório cosmético e medicinal, e na França o primeiro instituto de beleza. 
 
 
8.1.4. Moda da Era Elizabetana (Inglaterra) 
 
A Rainha Elizabeth I se inspirava na moda francesa, italiana, espanhola e holandesa. 
Havia mais opulência nas peças, pulsos e a gola com babados evoluiu para rufos imensos 
houve o aparecimento do farthingale (armação de saia). 
O estilo espanhol só não era predominante na França e na Itália. Roupas pretas; eram 
usadas em ocasiões solenes. O corpete usado sobre os espartilhos era em forma de V, as 
 
 
 
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mangas tinham forros contrastantes, as saias eram abertas na frente mostrando anáguas 
bordadas. 
Os homens usavam gibão, camisa com colarinho e pulsos com babados, jaqueta sem 
manga, usavam uma espécie de meias calças, capa era indispensável, mandilion, sapato 
arredondado ou botas que começavam a ter saltos e eram justas e até a altura das coxas e 
chapéu. 
O adorno da cabeça geralmente escondia a parte de trás dos cabelos, que eram 
trançados, mas a parte da frente era visível, pode se ver uma variedade considerável de 
arranjos em retratos da época. 
 Até por volta de 1570, era afofado nas têmporas e repartido no meio. Depois, 
penteados para trás sobre um enchimento e finalmente, levantado sobre um suporte de arame 
chamado palisadoe. 
 A rainha Elizabeth lançou a moda de tingir os cabelos de vermelho e muitas 
mulheres, como ela própria, devem ter necessitado de cabelos postiços. 
Na velhice, a rainha usava uma peruca. 
Farthingale: Tipo de suporte utilizado para dar estrutura e forma à saia. Datada de 
meados de 1580, é originária da Espanha, onde era conhecida como “verdugo”, que significa 
“madeira verde”. Os aros eram costurados na parte exterior da roupa, mas, no decorrer dos 
anos, essa estrutura foi passada para a parte interna da saia. Foi muito popular durante os 
séculos 15 e 16, principalmente na Inglaterra, França e leste europeu. 
A saia era amarada pela farthingale, que ficou reconhecida universalmente como 
farthingale ou vertingale espanhola e em sua forma primitiva, consistia em uma anágua 
armada por arcos de arame, madeira ou barbatanas de baleia, que ficavam maiores em 
direção à barra. 
Já a farthingale francesa surgiu na por volta de 1580 e era mais arredondada do que 
a espanhola, logo passou a ser usada por todas as mulheres européias, exceto as das classes 
trabalhadoras. A farthingale francesa, era mais um traje da corte. 
A largura podia chegar a 1,20 metros. Outra moda ainda mais popular fora do circulo 
da corte era a ”farthingale cilindro” vulgarmente chamada de “rolo”. Era feita de um rolo 
de tecido acolchoado em forma de salsicha, sendo as duas extremidades presas na frente com 
fitas. No final do século XVI era considerado deselegante. 
 
 
 
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O corpete, que formava a frente da blusa, era endurecido com tela engomada ou 
papelão e mantido no lugar por barbantes freqüentemente feitas de madeira e portanto não 
flexíveis. 
Origens do Rufo: No século XVI, uma peça chamada chemise era usada sob as 
roupas. Muito utilizada na Espanha, Inglaterra e França, esta peça indicava limpeza corporal 
e eram trocadas constantemente (já que naquelas épocas as pessoas ficavam muito tempo 
sem banho). 
A gola destas chemises, possuía um cordão que, puxado, amarrava a gola; essa gola, 
franzida pelo cordão, era visível por baixo das roupas masculinas e femininas. 
Posteriormente as golas das chemises foram engomadas e plissadas até darem origem 
ao chamado rufo, que foi uma forte tendência de moda começada entre; 1530 e 1540. "E 
como sempre ocorre na moda, as pessoas começaram a competir entre si para mostrar quem 
tinha a versão mais absurda dos tais rufos. 
Os rufos, de gola, passaram a ser uma peça separada, engomada, plissada e colocada 
em torno do pescoço. A função do rufo era proteger o resto da roupa de restos de comida, e 
com a competição de quem tinha um rufo mais absurdo, a peça virou sinônimo de social, 
afinal, usar um rufo impedia quem o usava de trabalhar ou realizar tarefas que exigissem 
esforço, já que poderia chegar a ter 45cm de altura. 
Rainha Elizabeth faleceu em 1603, após seu reinado, lá por 1630, os rufos foram 
desaparecendo gradativamente e evoluíram para uma espécie degola; ampla e caída. 
Os trajes masculinos também passaram a apresentar maior variedade. O gibão ainda 
era a peça principal no guarda-roupa de um cavalheiro, mas sobre ele podia ser usado ainda 
uma jaqueta, freqüentemente sem mangas. A capa havia se tornado indispensável, mas já 
não era a capa comprida da geração anterior, sendo agoracurta, às vezes dependurada no 
ombro. 
Apesar de ser originalmente um capa para montar, durante a segunda metade do 
século XVI era usada tanto em ambientes fechados quanto ao ara livre. Era feita de tecidos 
caros, e o homem realmente elegante precisava de três capas, para a manhã, tarde e a noite. 
As capas as vezes possuíam golas altas, sendo guarnecidas com uma palatina, em geral de 
veludo. 
Vestiam também uma peça chamada “batina”, que era uma jaqueta larga até a altura 
dos quadris, e o gabão, um casaco comprido, amplo com mangas largas. 
 
 
 
37 
 
 
 
Como os calções, as meias adquiriram nova importância. Eram cortadas em tecidos 
até 1590, sendo então cada vez mais substituídas por meias de tricô, ás vezes de seda. 
Costumavam ser de cores bem vibrantes, sendo a amarela um das preferidas, e eram 
ornamentadas com desenhos de seda colorida ou até mesmo bordados de fio de ouro, sendo 
presas de diversas formas: como com uma simples fita( que podia, entretanto ser adornada 
com fios de ouro ou até com pedras) amarradas a baixo do joelho, ficando o laço de lado, ou 
marrado ou cruzado, circundando a perna abaixo do joelho, cruzando atrás e amarrado em 
laço na frente, acima do joelho. Essas diversas formas de amarar, tornaram-se, moda a partir 
de 1560. 
Os calçados: já próximo do final do século XVI, usava-se no pés sapatos ou botas. 
Os sapatos eram moderadamente arredondados e bem no final do século, começavam a 
apresentar saltos. Eram confeccionados em couro, seda ou tecidos simples. 
As solas eram de couro ou cortiça. Calçava-se escarpins e chinelos dentro de casa. As botas, 
que até o ultimo quartel do século serviam apenas para montar, passaram a ser usadas o 
tempo todo, até em ambientes fechados. O modelo mais em moda era justo e chegava à altura 
das coxas, sendo a extremidade superior virada para baixo de várias maneiras. Essas botas 
se tornaram possíveis apenas pelos progressos no tratamento do couro que tiveram origem 
em Córdoba. 
As seis esposas de Henrique VIII foram: 
Catarina de Aragão: princesa espanhola, casou-se em 1509, sete semana depois 
dele se tornar rei. Por causa de seu divórcio, em 1533, houve a Reforma Religiosa na 
Inglaterra. 
Ana Bolena: casou-se em 1534. Deu a Henrique VIII uma filha, Elizabeth,que depois 
seria rainha da Inglaterra. Foi acusada de infidelidade ao rei, sendo decapitada em 1536. 
Jane Seymor: casou-se com Henrique VIII seis dias após a execução de Ana Bolena. 
Deu ao rei seu único filho, Eduardo, morrendo de uma complicação após o parto. 
Ana de Cléves: princesa alemã, Henrique casou-se com ela por motivos políticos, 
em 1540. Este casamento foi anulado pelo Parlamento 6 meses depois. 
Catarina Howard: inglesa, casou-se em 1541 e, um ano depois, admitiu que tinha 
sido infiel ao rei, sendo decapitada. 
Catarina Par: inglesa, antes de se casar com Henrique VIII, em 1543, já tinha se 
divorciado 2 vezes. Ainda era rainha quando o rei faleceu, em 1547. 
 
 
 
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 Henrique VIII 
 
 
8.2. BARROCO - ( SÉCULO XVII) 
 
Barroco, uma palavra portuguesa que significava “pérola irregular, com altibaixos”, 
passou bem mais tarde a ser utilizada como termo desfavorável para designar certas 
tendências da arte seiscentista. Hoje, entende-se por estilo barroco uma orientação artística 
que surgiu em Roma na virada para o século XVII, constituindo até certo ponto uma reação 
ao artificialismo maneirista do século anterior. O novo estilo estava comprometido com a 
emoção genuína e, ao mesmo tempo, com a ornamentação vivaz. 
 
 
 
 Vestimenta Barroca 
 
 
 
 
 
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 Os homens tinham cabelos abaixo dos ombros, usavam o rosto barbeado mas 
deixavam um bigode. As roupas masculinas eram muito enfeitadas: chapéus de abas largas 
e pluma, os cabelos longos e com grandes cachos, o uso de perucas a partir de 1660. 
Os homens adotam um tipo de bermuda ampla que dava a impressão de ser uma saia, 
que era usada com meias de seda coloridas com grandes laços em renda na borda e com 
botas até o joelho. Gradativamente, o rufo dá lugar ao jabô (um babado de renda ou lenço 
preso ao peito ou ao pescoço). Usavam também um longo casaco até os joelhos. 
Em 1680, a moda masculina perde excesso (colete, cullote justo, casaca, gravata de 
renda, meias de seda branca ). 
Nas cabeças eram usadas longas perucas encaracoladas e chapéus de abas largas e 
copa baixa com pluma – início do século. As cores mais usadas eram: vermelho escarlate , 
vermelho cereja , azul escuro , amarelo pálido , rosa e azul céu . É a época dos três 
mosqueteiros. 
 
 
Imagem masculina rufo virando gola caída, 3 mosqueteiros 
 
O traje feminino apresentava um vestido constituído de três saias, camisa bordada 
com punhos rendados , corpete com decotes baixos. Usavam leques , lenços rendados , 
pérolas , cintos de ouro , sapatos revestidos com tecidos do vestido . Para disfarçar o odor 
ruim, usavam saquinho de essência no decote . 
 
 
 
 
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 Trajes de Reis e Rainhas 
 
Eram usadas até oito anáguas, sustentadas pelo farthingale (aros de ferro que 
ampliavam e elevavam a saia); sapatos de salto. O cabelo era repartido ao meio possuía 
cachos até o ombro, só por 1690, os cachos passaram a ser sob a testa. Usava-se também o 
fontage uma espécie de chapéu estruturado com arame enfeitado com babados de gaze e 
rendas na vertical. 
Quando Luis XIV subiu ao trono, fitas, bordados, babados, plumas foram ainda mais 
usadas. As mulheres também passaram a usar perucas como os homens ou mesmo erguiam 
seus cabelos com ajuda de arames (fontage). 
O que mais destacou-se, foi o uso de extravagantes perucas e penteados a la 
Fontange, que possuíam altura elevada e exagero de enfeites, dificultando até a locomoção 
das damas. Claro que estas características eram das classes mais privilegiadas, as 
trabalhadoras de classe médias usavam toucas na cabeça e vestidos menos armados, e com 
cores neutras, como o bege. 
 
 
 
 
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 Cabelos La Fontange 
 
 
8.3. ROCOCÓ (SÉCULO XVIII) 
 
 
A moda de 1750 a 1795 atingiu seu nível de ornamentação especialmente na 
aristocracia francesa, durante o reinado de Luís XVI, período conhecido por Rococó. 
A moda Barroca ficou conhecida pelos “Três Mosqueteiros” e a Rococó pela Rainha 
Maria Antonieta, francesa. 
 
 
 
A moda Rococó ficou marcada pelo Caráter caprichoso, simetria, detalhes delicados 
e leveza e claro pela beleza e requinte acentuada pelos tecidos. 
Na Indumentária Masculina a primeira modificação importante nos trajes masculinos 
afetou as perucas, que a partir do século XVIII ficaram muito menores,o responsáveis. 
 
 
 
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No masculino o volume das perucas diminui; elas agora são empoadas , longas, 
penteadas para trás, presas (rabo de cavalo ou tranças) 
 
 
Ocorre a eliminação das abas frontais do casaco e são usados os fraques: casaco 
desprovido de abas dianteiras . O colete, peça de luxo, se vê diminuído e transformado no 
GILET sem mangas. São usados chapéus Tricórnio, um chapéu de três pontas (levado na 
mão ou no braço). São usadas bengala e espada . Surgem pequenas bolsas no cintos ; usa-se 
pintas artificiais. 
 
 
 GILET Chapéu Tricórnio 
 
 
Os tecidos usados paraconfeccionar suas roupas eram: cetim, seda e brocado. Os 
enfeites eram bordados de ouro ou prata . 
O tecido e a cor dos punhos dos casacos eram iguais a do forro do casaco , e na maior 
parte dos casos , iguais também aos coletes. 
 
 
 
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O vestuário típico dos homens era o conjunto de casaco justo na cintura, colete e 
calções, acompanhado por meias de seda, camisa com jabots (babados pendentes na gola) e 
punhos decorados, além de echarpe de laço elaborado. Tal conjunto denominava-se habit à 
la française. 
Por volta de 1730 teve um fato importante na vestimenta masculina onde os homens 
imitam as anquinhas femininas introduzidas-se barbatanas nas abas dos casacos para 
esticados. 
A Indumentária Feminina já nos meados do século XVIII, o trajes femininos 
passaram por modificações muito maiores do que a masculinos. 
Os vestidos voltam ser usados com as anquinhas, que haviam saído de moda já há 
um século 
 
 
 Pannier Francês 
 
Pannier são as conhecidas “ancas” surgidos no século XVII. 
O nome tem origem em um termo francês para cestas que são penduradas uma de 
cada lado de um animal de carga. Eram ancas laterais em barbatanas de baleia, galhos de 
vime ou de salgueiros e tinham a função de ampliar a saia vários metros para cada lado, 
podendo chegar até 3,60 metros. 
Era impossível duas damas andarem uma ao lado da outra, passarem por uma porta 
ou sentarem-se no mesmo sofá. 
 
 
 
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A intenção, em sua forma, na Corte de Maria Antonieta, no período Rococó, era que 
o tecido formasse uma tela plana onde todos os enfeites, laços, estampas e bordados 
pudessem ser apreciados de frente. 
Até 1780 forma usados em vestidos d enoite e em trajes de tribunal. Assim que a 
Revolução Francesa começou, os panniers desapareceram da moda. 
As mulheres exageram nas alturas dos penteados e usam vestidos com anquinhas 
laterais (PANIERS: enchimentos laterais no quadris ). As novas anquinhas, que de inicio 
não eram muito grandes, consistiam em uma armação de lâmina de bambu, barbatanas ou 
aço, presas por tiras e correias.O espartilho usado era fechado nas costas e elas usavam 
leques em recintos fechados e sombrinhas para rua . Usavam o FICHU para cobrir o busto, 
era um tecido branco quadrado, dobrado em triângulo. 
 
 
 
 
 FICHU 
 
O vestido típico do vestuário feminino no Rococó foi o robe à la française. 
Feito com tecidos suntuosos e decorado com babados, era usado somente pelas 
mulheres pertencentes à alta sociedade. Constituía-se de um corpete apertado cujo decote 
quadrado mostrava a parte superior dos seios. 
Na parte frontal do corpete prendia-se um painel triangular geralmente decorado com 
camadas de fitas sobrepostas (échelle, “escada” em francês) ou belos enfeites. As mangas 
eram justas e cobriam os braços dos ombros aos cotovelos. 
 Vestidos-casacos (overgowns) abertos na frente revelavam a saia, feita de mesmo 
tecido e decorada com os mesmos elementos 
 
 
 
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No começo do século vemos muitos enfeites, babados, laços, flores . Os calçados 
eram com saltos baixos e fivelas e as pregas WATEAU eram freqüentes (pregas que 
prendiam desde os ombros até o chão, nas costas). 
 
 
 pregas WATEAU 
 
 Os adornos ambos os sexos não dispensavam pó para cabelo, fitas, babados, fivelas 
nos sapatos de salto alto e cosméticos. Sendo essa a última vez na qual homens e mulheres 
compartilhariam do excesso decorativo. Mais para o final do século, os chapéus passariam a 
fazer muito sucesso entre as mulheres, sendo mais importantes que os próprios cabelos. 
Depois de 1770, a predominância do estilo Rococó diminuiu. Na corte, o que havia 
sido um estilo leve e delicado deu lugar à extravagância, ao artifício e ao excesso. A 
insatisfação com a monarquia era expressa por meio da negação dos estilos da corte em favor 
de uma silhueta mais apropriada, natural e livre. 
 
 
Cabelos da Era Rococó 
 
 
 
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9. SÉCULO XIX 
 
No século XIX, há a transição do mundo antigo para a modernidade. O Neoclássico 
resumiu-se ao estilo diretório – uma continuação do estilo revolucionário e inspirado no 
modelo da República Romana e do Império Napoleônico. O Neoclássico dá lugar ao 
Romântico que busca respostas tanto no passado quanto no futuro. 
No Neo-Rococó, as formas do Rococó retornam adaptadas, principalmente para o 
guarda-roupa feminino. Esse período, de aproximadamente 25 anos, é marcado pela 
utilização da crinolina, a enorme armação de arame das saias. A silhueta de uma mulher da 
nobreza adopta quase uma forma de meia esfera. Mais uma vez, a maneira de se vestir 
identifica a condição social que se tem, a começar pela grande quantidade de matéria-prima 
utilizada para confeccionar este tipo de roupa. 
Por volta de 1850, a hegemonia do terno com gravata e uma sobriedade de cores 
passam a caracterizar a indumentária masculina. A fantasia e a decoração eram reservadas 
às roupas das mulheres, que não trabalhavam. Nesse momento nota-se o trabalho 
influenciando o vestuário. Quem trabalhava, o homem, precisava de roupas confortáveis. A 
mulher, por sua vez, exibia o poder econômico do homem: ela “veste” o que o dinheiro do 
seu marido pode comprar. 
 
 
9.1. NEOCLASSICISMO 
 
 
9.1.1. Moda Diretório, Império e Regência - O Século XVIII e XIX 
 
A moda do final do século XVIII e começo do século XIX na França, se divide em 
três períodos: 
o primeiro, de 1789 a 1799, chamado de Diretório, foi um período de mudança 
brusca nas vestimentas. 
O segundo período, de 1800 a 1815, é a moda Império, baseada na silhueta 
neoclássica. 
De 1815 a 1825, ocorre o período final do Neoclássico, chamado de Regência, cuja 
moda muda gradualmente para o estilo romântico. 
Após a Revolução Francesa, todos os trajes que lembrassem o luxo, excesso, riqueza 
e ostentação visual, tão características da nobreza na Era Rococó, eram agora indesejáveis. 
Como resultado, a moda sofreu uma transformação radical e a França, que ditava 
moda, passou a se inspirar na moda rural inglesa, a chamada “Volta à Natureza”. 
 
 
 
 
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9.1.2. Diretório 
 
Durante e após a Revolução Francesa, era perigoso uma pessoa usar roupas elegantes 
excessivas, pois corria-se o risco de serem acusadas de membros da nobreza. Como 
resultado, as roupas se simplificaram ao extremo. O ideal de beleza era neoclássico: 
procuravam se assemelhar ao máximo com as estátuas gregas da antiguidade clássica. 
Na moda feminina os panniers, as ancas e os corsets foram abandonados. Não haviam 
mais vestidos com excesso de tecido, agora as mulheres usavam um tipo de robe ou chemise 
em cintura alta, que parecia uma peça de baixo. Esse tipo de vestido veio a ser conhecido 
como vestido Império. Era preciso usar malhas brancas ou cor de rosa por baixo devido à 
sua transparência. 
 
 
 Moda feminina Diretório 
 
Nessa época havia pouca diferença da roupa para noite e da roupa diurna, exceto pela 
qualidade dos tecidos. Iniciou-se o uso do Spencer, que era um casaquinho curto até acima 
da cintura, cortado em cores idênticas às do vestido. O redingote também era usado, 
especificamente no tempo frio; eram enfeitados com pele e em tecidos pesados. Os cabelos 
eram repartidos no meio, presos, com pequenos cachos sobre a testa e orelhas. Como os 
tecidos empregados nos vestidos eram muito finos, o uso de bolsos se tornava impossível. 
Surgem aí, as primeiras bolsas, bem pequenas, chamadas “retícula”, que as mulheres 
carregavam a todos os lugares. Nos pés usava-se sapatilhas sem salto ao estilo bailarina. 
 
 
 
 
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 Bolsa Retícula Redingote 
 
Os cabelos eram repartidosno meio, presos. As mulheres casadas e mulheres 
elegantes com pequenos cachos sobre a testa e a orelha deveriam sair às ruas usando bonnets 
com abas largas nas laterais. como acessório: sombrinhas, leques e retícula. os sapatos eram 
sem salto ao estilo sapatilha ou bailarina. 
 
 
Cabelos Repartidos Com Tiara Sapatilha ou Bailarina 
 
 Bonnets 
 
A Indumentária Masculina houve o abandono das roupas " da corte" e a aceitação 
das roupas de campo inglesas. Todos os bordados foram retirados dos casacos que 
passaram ser em tecido liso. 
 
 
 
 
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 Vestimenta masculina 
 
O corte e a costura se tornaram indicadores de qualidade. Babados de renda do pulso 
e do pescoço também foram abolidos, assim como as meias brancas de seda. Em seu lugar 
passaram a usar botas resistentes de formatos diferenciados. 
 O chapéu tricórnio foi substituído por uma forma primitiva de cartola. Os jovens 
usavam cabelos curtos com costeletas. Os homens mais velhos ainda usavam perucas e 
cabelos empoados, ambos foram abandonados gradativamente. 
 Os coletes ficaram curtos, os colarinhos ficaram altos e os lenços usados no pescoço 
ficaram volumosos a ponto de chegarem até acima do queixo. 
Formalmente usavam uma cartola, um lenço não muito exagerado no pescoço, um 
fraque em tecido liso com lapelas e golas médias, um colete curto, calções com bolso faca e 
botas de montaria. 
 Á noite usavam escarpin, calções até o joelho e meias de seda. 
 
 
9.1.3. Império 
 
Estilo que chegou }à Europa durante império Napoleônico (1804-1914) e foi uma 
continuação do estilo Diretório que a Imperatriz Josefina colocou em voga. 
A moda Império ou Neoclássica teve como inspiração a Grécia Antiga e seu inicio 
foi a partir da Revolução Francesa, tendo seu ápice no período de poder Napoleão Bonaparte 
em 1804. 
As roupas femininas ficaram populares por suas linhas retas, sóbrias e clássica. Os 
vestidos dessa época lembram uma de camisola comprida, leve com a cintura bem e arcada 
logo abaixo do busto. Pequenas mangas bufantes faziam parte do estilo, com o típico e 
essencial xale de caxemira. 
O corset era usado, mas sem apertar, apenas para deixar a mulheres um pouco mais 
magras. 
Os vestidos estilo Império tinham em cintura alta (logo abaixo do busto). Eram 
decotados e tinham pequenas mangas bufantes. De tão finos, lembravam uma camisola e 
chegavam até os tornozelos com uma saia de formato em “A”. 
 
 
 
 
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 Vestidos do estilo Império 
 
Normalmente as roupas diurnas tinham golas, mangas e nenhuma ornamentação. As 
noturnas tinham enfeites em renda, grandes decotes, um tecido extra na parte traseira, 
formando um volume que podia ser carregado nas mãos. 
 Os vestidos noturnos eram usados com luvas longas. As moças usavam cores suaves 
e as senhoras cores mais sérias. 
Não se usava corset, mas nessa época começou a surgir o que seria o sutiã moderno. 
Para evitar a transparência dos vestidos, era usado um tipo de pantalona em tom nude que ia 
até o tornozelo ou abaixo do joelho. 
 Os rufos voltaram à moda, assim como os bordados foram re-introduzidos. Havia 
paixão por xales. 
Saber usar um xale com graça era característica da mulher elegante, então, a peça era 
fundamental no guarda roupas feminino. 
 Os penteados imitavam as estátuas gregas: cabelos presos repartidos ao meio, cachos 
caindo em torno do rosto. 
mulheres casadas e mulheres elegantes deveriam sair às ruas usando bonnets com 
abas largas nas laterais. Como acessório: sombrinhas, leques e retícula. Os sapatos eram sem 
saltos ao estilo sapatilha ou bailarina. 
A Indumentária Masculina teve seu forte no Dandismo ou seja os primeiros Dandis, 
que surgiram ao mesmo tempo em Londres e paris, um novo estilo de vestimenta masculina 
que ficou conhecida como Dandis. 
Os trajes eram em cores primárias, muitas vezes sendo as peças: casaca, colete, 
calções, casacos, um de cada cor. Os coletes eram curtos e de corte quadrado. Os botões 
ficavam abertos pra mostrar o babado da camisa. Durante o dia usavam-se calções justos por 
dentro das botas de montaria. À noite, meias de seda com scarpins. 
Suas calças eram largas que não mostravam o contorno das pernas. O colarinho da 
camisa era virado para cima, com duas pontas projetadas sobre o rosto, firmadas por um 
lenço chamado de plastrom. Que eram quadrados de gaze, musselina ou seda dobrados em 
forma de tira e enrolados em volta do pescoço. Essa tira, de tão dura, tornava quase 
impossível virar ou abaixar a cabeça, o que contribuía para a fama arrogante do dandis. 
 
 
 
 
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Colarinho da camisa e o lenço plastrom 
 
 
Após 181, as roupas dos dandis, ficaram ainda mais extravagantes: as cartolas 
ficaram com a copa mais larga que a aba, as extremidades dos colarinhos chegavam quase 
até os olhos, as calças terminavam logo acima das botas, o plastrom ficou mais apertado e 
mais alto e a cintura passou a ser afinada com espartilhos. 
 Os dandis usavam cartolas e à noite um chapéu chamado bicorne, em formato de lua 
crescente. . 
Os cabelos eram curtos, ocasionalmente usavam costeletas ou bigodes. Iniciou-se o 
uso da bengala, o novo símbolo da elegância 
 
 
Estilo dos Dandis apos 1819 
9.1.4. Regência ou Era Georgiana: Transição do Neoclássico para o 
Romântico 
 
Durante estes anos as roupas femininas mudaram gradativamente para o que viria a 
ser a moda Romântica. 
A Indumentária Feminina na época os corsets voltaram definitivamente de forma 
gradativa, adquirindo o formato “pontudo” da era Romântica. As saias adquiriram formato 
de cone, se tornaram mais pesadas e a tinha babados ou adornos perto da barra. Diversas 
anáguas voltaram a serem usados para sustentar o formato e volume das saias. 
As mangas passaram a ter um enchimento nos ombros revivendo a estética 
Tudor/Renascentista. Chapéus e penteados tornam-se mais elaborados para equilibrar o 
 
 
 
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alargamento saias. Sobretudos e capotes tornaram-se moda, muitas vezes contrastando com 
golas de pele ou de veludo. 
 
 
 Moda Regência 
 
Já a moda masculina permanecia o estilo dandi se mantém e a silhueta masculina se 
inspira em heróis medievais, mantendo a cintura fina através de corsets, os ombros ficam 
largos e os quadris curvilíneos. Em 1820, o estilo gótico medieval estava firmemente 
instalado na moda e dá-se o fim da moda ao estilo Império. 
 
 
9.2. ROMANTISMO 
 
 
Romantismo, também chamado de Romanticismo, foi um movimento artístico, 
político e filosófico que se inicia na Europa no final do século XVIII, espalhando-se pelo 
mundo até o final do século XIX, causados pela Revolução Industrial que gerou novos 
inventos e a Revolução Francesa lutava por uma sociedade mais harmônica, que seus deveres 
fossem respeitados individualmente. 
 Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao 
iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa. 
Já na época de Luis XIV , as anquinhas começaram a ficar maiores, atingindo seu 
tamanho máximo de por volta de 1975, quando o arco mais baixo costumava ter de cinco a 
seis metros de circunferência e o de cima três metros. Nem todas as anquinhas mediam o 
mesmo, mas enfim elas ocupavam um espaço em torno de três a quatro metros por pessoa 
era preciso o tempo todo desviar das coisas para não se bater se tronava um transtorno. 
 
 
 
 
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 Anquinha 
 
O romantismo foi o segundo período mais marcante do século XIX (entre 1820 e 
1840). Esta época chamada também de restauraçãonão teve muita importância para a moda 
feminina, foi mais um processo de transição da moda do império para a era romântica. 
Os trajes femininos tinham as cinturas bem marcadas, uso do espartilho, mangas 
fofas (pernil de carneiro) e saias volumosas. Os chapéus possuíam arranjos grandiosos com 
flores. 
Os vestidos apresentavam barrados ate as canelas e era mais adornados, brilhantes e 
embelezados do que os que vimos no império, a forma cilíndrica passou agora para uma 
forma mais cônica mas sempre com o objetivo de esconder a silhueta das senhoras, os ombro 
e os decotes eram mais altos e as mangas tornaram-se compridas e justas ao pulso e os 
cabelos eram usados com cachos e chinó . 
Em 1830 as saias começaram a ser usadas mais subidas e as manga com uma grande 
simetria já para não falar nos decotes acentuados em forma de V que realçava todo o colo 
do peito e eram principalmente usados a noite, fazia também parte da moda feminina nesta 
época um xale de cashemire asado principalmente para cobrir os ombros que devido ao 
decote acentuado ficaram descobertos, os sapatos tinham um salto baixo e o leque tornou-se 
fundamental… em relação aos acessórios voltaram a ser usadas todo os tipo de jóias desde 
pulseiras a colares, tudo o que pode-se adornar a mulher. 
1840/50: as jaquetas curtas acinturadas, separadas das saias com muitas anáguas ; 
usavam anquinha e crinolina e xale grande com franjas . 
Os trajes masculinos de George Bryan Brummel (1778-1840) introduziu na moda 
entre1800 e 1830: o dandismo que se tornou uma grande referência para a moda masculina, 
não era só uma forma de vestir mas também uma forma de ser e de agir. 
 
 
 
 
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 Vestimenta do dandismo 
 
As suas roupas eram compostas por:camisa (as golas eram altas e nelas usavam-se 
uma espécie de lenço com seus nós sofisticados o que ajudava assim para um aspecto de 
arrogância típico do dandy), casaco, colete, calça comprida ou calção e não podiam ter uma 
ruga, os homens era apresentados de uma forma exemplar, não se usava nada que fosse 
excessivo como bordados e jóias e apenas um acessório se tornou indispensável a moda 
masculina, a cartola. 
De certa forma o Dandi deveria ser Austero e imponente, educado e sofisticado; 
roupas extremamente justa faziam parte do seu look: calça, camisa e colete; golas altas e 
engomadas, preenchidas com o plastron; a cartola e a barba. 
 
 
 Indumentária do Romantismo Masculino e Feminino 
 
 
O romantismo já vinha a marcar as suas diferenças desde o fim do século XIX e 
trouxeram o regresso do homem emotivo, natural e intelectual. A moda nesta época deu um 
grande avanço também devido a revolução industrial que trocou o homem pela máquina e 
 
 
 
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como sinal de insatisfação o homem foi influenciado para um processo criativo. Paris e 
Londres foram as grandes capitais européias desta época. 
 
 
9.3. VITORIANO 
 
 
Este período está ligado ao reinado da rainha Vitória (1837-1901, apesar do período 
terminar em 1890). É a moda repleta de volumes, forma balão, mangas fofas, muitos 
babados, rendas e gola alta. Além, é claro, das tonalidades escuras e a clássica sobriedade 
do preto. 
O início do período vitoriano (1837- 1860) é marcado pelo extremo recato das 
mulheres, que tinham seus movimentos restritos pelas pesadas vestes, mangas coladas e 
crinolina. 
A aparência das damas era de vulnerabilidade, as roupas eram desenhadas para 
fazerem as mulheres parecerem fracas e impotentes, como de fato elas era. 
Era usado um tecido rijo e flexível ao mesmo tempo feito de crina de cavalo 
incorporado no algodão ou no linho que se chamava de crinolina, as saias das senhoras 
tinham uma grande armação de metal o que dava as saias um aspecto cónico e com grande 
volume e este volume era sinal de grande prestigio importância e esplendor as senhoras 
usavam também grandes decotes que mostravam o colo do peito e os ombros e os tecidos 
que eram utilizados era a seda, cetim, fina lã, tafetá, brocado, crepe… 
As cores eram claras. O espartilho, que fazia mal à coluna e deformava, inclusive os 
órgãos internos, debilitava ainda mais, impedindo as mulheres de respirar profundamente. 
Além de tido como elegante, o espartilho era considerado uma necessidade médica à 
constituição feminina, usado, inclusive, em versões juvenis a partir dos três ou quatro anos. 
O ideal de beleza do início da era vitoriana exigia às mulheres uma constituição 
pequena e esguia, olhos grandes e escuros, boca pequenina, ombros caídos e cabelos 
cacheados. A mulher deveria ser algo entre as crianças e os anjos: frágeis, tímidas, inocentes 
e sensíveis. 
A fraqueza e a inanidade eram consideradas qualidades desejáveis em uma mulher, 
era elegante ser pálida e desmaiar facilmente. “Saúde de ferro” e vigor eram características 
“vulgares das classes baixas”, reservadas às criadas e operárias. 
 O reinado da rainha Vitória é marcado pela instalação moral e puritanismo, ela era 
uma figura solene. Em 1840 ela casa-se com Albert, e este torna-se o Príncipe Consorte. Esta 
época é tida como o apogeu das atitudes vitorianas, período pudico com um código moral 
estrito. Isto dura, aproximadamente, até 1890, quando o espirituoso estilo de vida “festeiro 
e expansivo” do príncipe de Gales, Edward, ecoava na sociedade da época. 
Em 1861 morre o príncipe Albert e ela mergulha em profunda tristeza, não tirando o 
luto até o fim de sua vida (1902). 
A morte do príncipe Albert marca o início da segunda fase da era vitoriana. As roupas 
e as mulheres começam a mudar, os decotes sobem e as cores escurecem. 
A moda vitoriana do luto extremo e elaborado vestiu de preto britânicos e americanos 
por bastante tempo e contribuiu para tornar esta cor mais aceita e digna para as mulheres. 
Mesmo as crianças usavam o preto por um ano após a morte de um parente próximo. Uma 
viúva mantinha o luto por dois anos, podendo optar – como a rainha Vitória – por usá-lo 
permanentemente. 
 
 
 
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O vestuário masculino tornava-se cada vez mais sóbrio:Traje de alfaiataria 
clássica (fraque, casaca, colete e calça); Sapatos bicolores; A cartola; Barba grande e bigode 
;Bengala, guarda-chuva e lenço; 
 
 
traje vitorianos 
 
Na primeira metada da década de 1850, surge Worth, um costureiro inglês que passou 
a ditar moda em Paris. Agora as mulheres iam até ele. Foi uma revolução e muitos estudiosos 
consideram esse o ponto do surgimento da Alta Costura. Worth “cria o primeiro conceito de 
griffe”. 
 
 
9.4. BELLE ÉPOQUE 
 
 
No final da era Vitoriana as saias já não são enormes, tornando-se mais justas. Em 
1901 Eduardo VII se torna rei e já estamos na Belle Époque (1890 – 1914, período entre o 
fim do século XIX e a Primeira Guerra Mundial). A mais convencional mulher eduardiana 
já não era tão infantil e infantil e frágil. Nas décadas finais do século XIX, a mulher ideal se 
tornava cada vez mais madura e no início do século XX isto se acentua, com ela mais fria e 
dominadora. 
 
 
 Vestimentas da Belle Époque 
 
No vestuário, o começo do século XX se destacou pelo “frou-frou eduardiano”. A 
ostentação estava em voga e a moda deste período é marcado pelo luxo e beleza das roupas, 
 
 
 
57 
 
 
 
penas, rendas, perolas (verdadeiras ou não), babados, plissados, lantejoulas, eram inseridos 
no traje em efusão. 
Grandes chapéus muito bem e divertidamente ornados, muitas plumas e bordados. O 
rei é conhecido por seus apetites, amantes, extravagâncias e excessos, o oposto do recato e 
moralidade de sua mãe. 
O busto era destacado, com espartilhos “mais saudáveis”, que tornavam o corpo ereto 
na frente, mas jogava os quadris para trás, uma postura em forma de “S”. 
A saia, lisa sobre os quadris, se abria em direção ao chão em forma de sino.A saia era lisa sobre os quadris e se abria em rendas em direção ao chão, em forma 
de sino. Cascatas de renda desciam do decote; de fato, havia uma paixão por renda em todas 
as partes do vestido. Quem não podia comprar a renda francesa recorria ao crochê. Os 
cabelos eram presos alto da cabeça, e o chapéu panqueca se projetava a frente como que para 
equilíbrio da cauda. Á noite os vestidos tinham decotes extravagantes, mas durante o dia o 
corpo ficava escondido das orelhas até os pés 
A noite os decotes eram extravagantes, mas durante o dia os vestidos eram 
totalmente fechados até o pescoço. Os cabelos eram usados presos, no alto da cabeça, e o 
chapéu era usado para projetá-lo para frente, para amenizar o efeito das famosas 
“anquinhas” da parte de trás do vestido. os tons claros eram os mais usados. A Maison 
Worth em Paris era a mais prestigiada nesta época e seu estilo, extravagante e vistoso, 
impunha moda. 
O traje masculino era composto de sobrecasaca e cartola, mas o terno era facilmente 
visto com um chapéu homburg. 
As calças masculinas eram retas e com vinco na frente, os cabelos eram curtos e o 
uso do bigode era bastante popular na época. 
 
 
 
10. IDADE CONTEMPORÂNEA – SÉCULO XX 
 
10.1. ANOS 10 
 
 
A partir do século XX o estudo da história da moda passa a se dar por décadas, uma 
forma didática e também necessária, por contada aceleração do processo de mudanças que 
se evidenciou nas linhas da moda. 
Os anos de 1914 a 1918 foram marcados pelo conflito da Primeira Guerra Mundial. 
Os tempos mudaram. A presença do homem na guerra fez com que as mulheres de diversas 
classes sociais passassem a atuar em diversos setores antes masculinos: da área de saúde aos 
transportes e da agricultura à indústria, inclusive a bélica. Foi o começo da emancipação 
feminina, uma necessidade durante a guerra e, depois dela, um hábito” (BRAGA, 2007, 
p.70). 
A moda sofreu uma série de transformações neste período. O francês Paul Poiret, foi 
o responsável pela grande mudança no vestuário feminino: o fim dos espartilhos, em fim 
os corpos estavam libertos dos amortizantes apertos na cintura. Os tempos eram outros e 
seria impossível para as mulheres, agora trabalhando, manterem os antigos hábitos da 
 
 
 
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silhueta ampulheta. A necessidade de mudança estava latente e Poiret a captou e deixou 
seu nome marcado na história da moda. 
Abrindo sua própria mainson em 1903, Poiret projetou seu nome com um 
modelo de casaco kimono muito controverso, mas em 1909 ele já havia conseguido fama. 
Iniciou se a onda oriental na moda, com cores fortes, drapeados suaves, saias afuniladas e 
muitos botões, sendo os enfeiteis favoritos da época e pregava uma forma mais 
solta e fluída para o vestuário. Poiret também investiu no que, na época, era pouco usual, 
mas que hoje se tornou um padrão entre as grandes marcas; a expansão vertical da linha 
de produto. Em sua Maison era possível encontrar, além de suas roupas, móveis, 
artigos para decoração e perfumes. 
 
 
Vestido azul estampado com rosas, marca registrada de Poiret 
 
Mas certamente, uma de suas maiores inovações no mundo da moda foi seu 
desenvolvimento da técnica de moulage ou draping, uma radical inovação em um 
mundo dominado pelo método de modelagem da alfaiataria. Esta técnica permitiu a 
Poiret criar suas peças com formas retas e alongadas, mas ainda sim fluidas. 
Outra de suas mais famosas criações é a “calça sherazade”, que nada mais é do que 
a calça saruel de hoje. Foi inspirada no balé russo que estava fazendo muito sucesso na 
Europa. Poiret também ficou muito conhecido pela criação da Saia Afunilada. Esta tinha o 
formato muito próximo às pernas e era muito apertada, permitindo apenas paços pequenos. 
Era usada pelas mulheres com uma espécie de tira que prendia uma perna à outra para 
limitar o tamanho das passadas. 
 
 
 
 
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 Tira usada com saia afunilada 
 
As criações de Poiret sempre estavam preenchidas por cores vibrantes, um grande 
diferencial em relação a lugar-comum da época e sua assinatura era a rosa, a qual 
aparecia periodicamente em suas roupas. Outra mudança associada à praticidade do 
período foi o encurtamento das saias e vestidos, que subiram até a altura das canelas. 
Os sapatos apareceram e as pernas igualmente, mas em geral estas eram cobertas por 
meias finas. Chegando em meados da década, outro nome se destacou, Gabrielle 
Coco Chanel, com seus tailleurs de jérsei. Feitos com esse tecido, de malha, agora 
eram dotados de toque macio, sedoso, e elasticidade. Chanel seguiu seu caminho de 
criadora e consolidou-se se tornando a estilista mais importante de todo o século XX. 
A moda masculina não mais sofria as alterações visíveis de outrora, era quase um 
uniforme: calça comprida, paletó, colete e gravata. 
Em 1918 termina a guerra e algumas novidades se consolidam. A mulher solteira 
não mais dependia de marido para sustentá-la, conseguiu adquirir sua emancipação com a 
independência financeira. 
Na moda feminina as saia encurtaram ainda mais, com a necessidade de trabalho e 
atividades de lazer como a dança. Ainda nos anos 10 a androginia aparece, com os curtos 
cortes de cabelo e com a mulher sendo cada vez mais independente, fumando em público e 
dirigindo carros. Esses novos hábitos e novas silhuetas são o que vai permanecer nos anos 
20 e se transformarem em sua maior característica. 
 
 
 
10.2. ANOS 20 
 
 
Esta década foi denominada de “Anos Loucos”, em função do caráter revolucionário 
do período e da grande inovação vivenciada. Na moda, as propostas surgidas no final dos 
anos 10, foram confirmadas e consolidadas. Linhas funcionais, práticas e simples traduzidas 
na silhueta tubular e na androginia para as mulheres. A cintura estava deslocada para baixo, 
chegando à altura dos quadris, os seios eram achatados com o auxilio de faixas e a cintura 
não mais parecia em curva. 
 
 
 
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A emancipação feminina já vista nos anos 10, continuou e a dança se tornou um 
hábito forte que teve influência direta na moda. Os vestidos e saias encurtaram ainda mais 
para poderem dar conta dos ritmos do Charleston, do Foxtrot e do Jazz, chegando à altura 
dos joelhos. Isso foi de fato uma grande revolução, visto que em toda a história, com 
exceção da Pré-História em trajes primitivos de tangas, a mulher nunca havia deixado 
suas pernas descobertas. A novidade do encurtamento das saias fez fortalecerem o uso 
das meias de seda, que eram claras para gerar o efeito de “cor de pele”. 
A moda vigente estava em total concordância com o campo das artes, que vivia um 
momento de Art Déco, privilegiando as formas geométricas, quando as referências 
curvilíneas foram todas deixadas de lado. 
Um interessante fenômeno ocorrido ao longo dos anos 20 foi o de a roupa deixar, 
ao menos de forma tão evidente, de manifestar diferenciações sociais. Este aspecto 
de representação social sempre foi mostrado através da roupa e neste período ele não foi 
evidente. Isto se deu por conta de o novo estilo feminino ter sido aceito por mulheres de 
todas as classes sociais. 
Assim, o que marcava a diferença era basicamente o preço das roupas e a qualidade 
delas. Inclusive a Alta Costura foi bastante simplificada, favorecendo o funcionalismo e a 
liberdade de movimentos. 
A maquiagem ficou bastante acentuada com o uso do pó-de-arroz, do batom 
vermelho nos lábios em forma de coração e da acentuação dos cílios. Os cabelos foram 
os à la garçonne (à maneira dos meninos), que eram muito curtos e contribuíam 
para complementar a aparência andrógina. Acabeça era complementada pelo uso do 
chapéu Cloche, em formato de sino com pequenas abas. Este chapéu foi muito usado e 
acabou por se firmar como outra das grandes características da época. 
 
 
Cabelo La garçone e Chanel Chapéu Coche Maquiagem 
 
Como roupa de baixo, as mulheres usavam uma combinação e mais para o final 
da década surge o soutien (uma versão mais próxima da que temos hoje) As roupas de 
banho encurtaram deixando boa parte da coxa aparecer. Passaram a ser feitas de 
malha grossa e ganharam decoração geométrica, característica da década. 
 
 
 
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Foi a década da estilista Coco Chanel, traduzindo o traje masculino para o feminino 
com muito sucesso, sem que se perdesse a feminilidade. 
 
 
 Chanel 
Cria trajes tricotados e o tão aclamado “pretinho básico”. Vem com sua nova moda 
deblazers, capas, cardigans, cortes retos, colares compridos, boinas e cabelos curtos. 
Outro nome importante foi o de Jean Patou, estilista francês, que criou a moda sportswear. 
Para os homens o aspecto de suas roupas permaneceu o mesmo, no entanto algumas 
novidades apareceram. O Smocking passou a ser usado em ocasiões mais formais, surgiu o 
tecido Príncipe de Gales, os sapatos bicolores. O colete entrou em desuso e o chapéu da 
moda era o coco, eternizado no cinema na cabeça de Charles Chaplin 
 
 
 
No final da década surgiram as franjas e em alguns momentos uma assimetria vista 
nos comprimentos das saias – uma diferença entre a parte da frente e a parte de trás. 
A década termina com uma crise gerada pela queda da bolsa de valores de Nova 
Iorque. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia 
dos Estados Unidos, e, conseqüentemente, do resto do mundo. Os anos seguintes ficaram 
 
 
 
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conhecidos como a Grande Depressão, marcados por falências, desemprego e muito 
desespero. 
 
 
10.3. ANOS 30 
 
 
 
 
 
 
Com a crise financeira, por conta da quebra da bolsa de Nova Iorque em 1929, o 
mundo se vê diante de problemas financeiros seriíssimos. No entanto, paradoxalmente, a 
década marcou um período de moda sofisticada. 
O cinema foi o grande referencial de disseminação dos novos comportamentos de 
moda. As grandes estrelas de Hollywood, como Marlene Dietrich, Mae West, Jean 
Harlow e Greta Garbo influenciaram milhares de pessoas. 
 
 
 Painel anos 30 
 
A moda dos anos 30 deixou para trás todo o ideal andrógino dos anos 20. Esta década 
redescobriu os contornos do corpo da mulher através de uma elegância refinada. 
Assim como o corpo feminino voltou a ser valorizado, os seios também voltaram a 
ter forma. A mulher então recorreu ao sutiã e a um tipo de cinta ou espartilho flexível. As 
formas eram marcadas, porém naturais. Para o dia eram usados vestidos na altura da 
panturrilha e para a noite os longos. Acompanhados de boleros, casacos ou capas. Nos dias 
frios eram usados mantos e peles. A cintura volta ao seu lugar, porém sem ser marcada de 
forma exagerada, era apenas acentuada. 
 
 
 
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Mas a grande vedete desta década foram as enormes aberturas nas costas, que 
chegavam até a cintura. Mesmo com o mundo em crise a elegância esteve presente. 
Os vestidos mais utilizados foram os de corte godê e evasê, permitindo certo ar 
romântico introduzida por Madeleine Vionnet neste período foi o corte em viés, 
conseguindo evidenciar as formas femininas com muita sensualidade. Alguns modelos 
novos de roupas surgiram com a popularização da prática esportiva, uma vez que a moda 
dos anos 30 descobriu os esportes como tênis, patinação e ciclismo e ainda os banhos de sol. 
O short surgiu a partir do uso da bicicleta e também apareceram os óculos escuros, muito 
usados pelos astros do cinema. 
Estilistas que marcaram a década de 30 foram: Jeanne Lanvin, Nina Ricci e Elsa 
Schiaparelli. 
 surgimento de salões de beleza, os cabelos ganhavam novas cores como o 
platinum Blode (louro platinado) 
 Com a crise causada pela guerra muitos estilistas acabaram fechando suas 
maison e fugindo da França 
 Christóbal Balenciaga: o arquiteto da moda, foi quem criou formas e 
volumes imortais, representando através de vestidos e trajes que lembravam flores como a 
tulipa e a rosa desabrochada com pétalas por inúmeros plissados. 
 
 
 
 Os diversos tipos de chapéus 
 
O ideal de beleza neste período apontou para o corpo bronzeado, em decorrência de 
uma vida ao ar livre, e para sobrancelhas e pálpebras marcadas com lápis e pó de arroz bem 
claro. As mulheres deixam crescer o cabelo um pouco em relação à década anterior, e foi 
moda fazer ondulações nele. Muitos chapéus foram usados, os de longas abas e os 
pequeninos, usados no alto da cabeça, caindo sobre a testa. 
Apesar da fibra natural não ter sido abandonada, surgem os tecidos sintéticos. O 
grande destaque e muito utilizado nos anos 30 foi o cetim, contribuindo para marcar a 
silhueta, com toque sedoso e brilho. 
Para os homens quase não há mudanças. A formalidade manteve-se e as pequenas 
variações consistiam em largura de calças, dos paletós e dos colarinhos. Como complemento 
surge o chapéu palheta. 
Na Alta Costura as mulheres fizeram mais sucesso do que os homens. Chanel 
continuava com grande destaque; Madeleine Vionnet surge com sua moulage; Madame 
 
 
 
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Grés abusava dos drapeados; Jeanne Lanvin teve seu espaço e Nina Ricci impôs-se com um 
estilo clássico e sofisticado. 
No entanto, vale dar atenção também para um homem que, ao mudar-se para Paris 
em meados dos anos 30, começou a aparecer com destaque: Cristóbal Balenciaga. Estava 
ainda em início de carreira, mas já mostrava seu grande talento. Balenciaga tem seu grande 
sucesso nos anos 50 e se consagra como um dos nomes de prestígio do século XX. 
 
 
 
 A vida ao ar livre Roupa Masculina 
 
O termo prêt-à-porter ainda não era usado, mas os passos para o seu surgimento já 
estavam sendo dados. Surgiram as primeiras Butiques (significava “já pronto”) com o início 
dos produtos em série assinados pelas Maisons. 
 
 
10.4. ANOS 40 
 
 
Os anos 40 iniciaram com ares de conflito. A Segunda Guerra Mundial, que durou 
de 1939 a 1945 envolveu muitas nações do mundo e mudou os rumos da história. Apesar 
das regras de racionamento, impostas pelo governo, que também limitava a quantidade de 
tecidos que se podia comprar e utilizar na fabricação das roupas, a moda sobreviveu à guerra. 
 
 
 
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 Tempos de guerra 
 
A palavra de ordem era recessão. A silhueta feminina do final dos anos 30, 
masculinizada em estilo militar, perdurou até o final dos conflitos. 
Foi comum o uso de duas peças, de dia ou de noite, confeccionadas em tecidos 
simples. Eram saias justas e casacos que , para fugir da monotonia de tempos de crise, eram 
detalhados com debrum, bolsos e golas em cores diferentes. 
A criatividade que se manifestou no período de guerra, contribuiu para solucionar os 
problemas vividos com a escassez. Não havia cabeleireiros disponíveis e os artifícios foram 
muitos, como o uso de turbantes, chapéus, redes e lenços. 
As bicicletas entraram para substituir os transportes públicos e as meias de nylon, 
também escassas, foram trocadas por pastas cor da pele detalhadas com um risco na parte de 
trás da perna, imitando a costura das meias. Os sapatos mais usados foram os do tipo 
plataforma e sua difusão contou com auxílio de Carmem Miranda, que fez deles sua marca 
registrada. As bolsasem geral eram a tira colo, penduradas ao ombro para andar de bicicleta; 
ou também as grandes, contribuindo para carregar alimentos. Usavam ainda a saia-calça que 
favorecia o uso da bicicleta também. 
 
 
 
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 Bicicleta e a Plataforma 
 
Os homens viveram um período de franca estagnação na moda no período de guerra. 
O fim da guerra em 1945, trouxe novamente a tranquilidade e a alegria às pessoas. 
Nos Estados Unidos, que não viveram os conflitos em seu solo, a indústria estava bem 
estabelecida e é quando surge o Read-to-Wear. 
Esta inovação permitia a produção de roupas me escala industrial, com qualidade, 
com ligação com mas novidades da moda e tamanhos variados por um mesmo modelo. 
A Alta Costura sofreu forte impacto no período de recessão, mas no pós-guerra a 
coisa mudou. Paris conseguiu se reerguer e recuperar seu prestígio, em boa parte graças a 
um projeto de marketing que funcionou. Foi criada em Paris uma exposição chamada Le 
Théâtre de La Mode que passou por diversos lugares do mundo, com intuito de divulgar em 
pequenas bonecas do tipo Barbie, criações de grandes nomes da época como: Balenciaga, 
Balmain, Dior, Givenchy, etc. 
As meias de nylon voltaram ao guarda roupa das mulheres e seu consumo foi grande. 
Surge também o bikini, a roupa de banho em duas peças, criado por Louis Réard e assim 
batizado por conta do bombardeio atômico sofrido pela ilha de Bikini, no Pacífico. 
Em 1947,lançado por Christian Dior, surge o New Look, propondo o resgate da 
feminilidade da mulher, sufocada nos tempos de guerra. Esta proposta foi assimilada pelas 
mulheres, que ansiavam pela volta do luxo e da sofisticação perdidos. A proposta contava 
com saias rodadas e compridas, cintura fina, ombros e seios naturais, luvas e sapatos de salto 
alto. Dior estava imortalizado com o seu “New Look” jovem e alegre. Era a visão da mulher 
extremamente feminina, que iria ser o padrão dos anos 50. 
 
 
 
 
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 New Look 
 
 
10.5. ANOS 50 
 
 
Os anos 50 foram marcados como a década do renascimento da feminilidade, lançada 
pelo New Look, de Dior. O culto à beleza estava em alta, e os “Anos Dourados” expressaram 
muito luxo e sofisticação. 
Foi o esplendor da Alta Costura e os grandes nomes da moda do período foram 
muitos que também se destacaram na década anterior, como: Dior, Balenciaga, Givenchy, 
Nina Ricci e Chanel, entre outros. 
 
 
 Cintura marcada e saia rodada Linha H 
 
A cintura marcada e as saias rodadas permaneceram com destaque. Os scarpins 
complementavam o visual, assim como chapéus de aba larga, bijuterias imitando jóias e as 
indispensáveis luvas. 
Paris manteve-se como centro lançador de moda, embora Inglaterra e Estados Unidos 
estivessem em franca ascensão. Diversos volumes foram criadas e surgiram as linhas H 
 
 
 
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(tubinho), A (abrindo os vestidos da cintura para baixo) e Y (evidenciando golas). Ainda 
apareceram os chemisier, inspirados nas camisas. 
Os homens usaram ternos sóbrios e gravata, fazendo do colete uma peça fora de 
moda. 
 A mulher dos anos 50 tinha uma vida mais caseira. Os bebes nascidos no pós guerra 
neste momento eram crianças e exigiam cuidados de suas mães. A mulher voltou para casa 
e ganhou o status de “Rainha do lar”, envolta em seus eletrodomésticos e em todas as 
facilidades que o mundo do consumo oferecia. Mas vale ressaltar que havia muito requinte 
desta mulher ligada à família. 
A década de 50 foi o auge das pin-ups, em função de seu caráter fortemente ligado à 
atmosfera da sensualidade feminina. As pinups são modelos que se enquadram em 
fotografias, desenhos e artes em geral com um toque de sensualidade. O termo surgiu durante 
a 1ª Guerra Mundial e Marilyn Monroe, Brigitte Bardot, Jane Fonda, Betty Boop são bons 
exemplos, ícones de beleza e sensualidade até os dias de hoje. 
Com o fim da escassez dos cosméticos pós-guerra, a beleza se tornaria um tema de 
grande importância. O clima era de sofisticação e era tempo de cuidar da aparência. A 
maquiagem estava na moda e valorizava o olhar, o que levou a uma infinidade de 
lançamentos de produtos para os olhos, um verdadeiro arsenal composto por sombras, rímel, 
lápis para os olhos e sobrancelhas, além do indispensável delineador. 
 
 Pin- up 
 
A maquiagem realçava a intensidade dos lábios e a palidez da pele, que devia ser 
perfeita. Surgem as grandes empresas do ramo, como a Revlon, Helena Rubinstein, 
Elizabeth Arden e Estée Lauder. 
 
 
 
 
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Os cabelos podiam ser penteados em forma de rabo de cavalo ou em coques, as 
franjas começaram a aparecer. Era também o auge das tintas para cabelos, que passaram a 
fazer parte da vida de dois milhões de mulheres e das loções alisadoras e fixadoras. Os 
símbolos da beleza feminina eram Marilyn Monroe e Rita Hayworth. 
O sportswear estava muito popular e a indústria do prêt-a-porter estava cada vez mais 
significativa. Em 1959, a boneca Barbie foi desenvolvida e comercializada nos EUA, sendo 
pouco tempo depois exportada para a Europa. 
Um fator determinante no mundo da moda e no mercado foi a cultura juvenil, que já 
não podia mais ser ignorada, pois foi ainda nos anos 50 que se começa a notar uma certa 
rebelião da juventude contra a geração mais velha, atarefada em reconstituir uma 
prosperidade perdida nos anos da guerra. Os jovens começaram a procurar sua identidade e 
uma moda específica para eles apareceu derivada da dos adultos. Para as mulheres, os 
cardigãs de malha, sais rodadas, sapatos baixos, meias soquete e rabo de cavalo, compondo 
a linha batizada de College. 
 
 
 Linha College 
Apareceram também as calças compridas cigarrete, usadas com sapatilha. Para os 
meninos jovens surgiu o estilo rebelde, por influência de James Dean e Marlon Brando, no 
cinema, e de Elvis Presley, na música. O visual era composto pela calça jeans com a barra 
virada, camiseta branca e a jaqueta de couro. O despojamento falava alto. 
 
 
 Marlon Brando James Dean 
 
 
10.6. ANOS 60 
 
 
 
 
 
70 
 
 
 
Foi uma década de muitas mudanças e muitas adaptações. Os anos sessenta foram da 
cultura jovem, dos estilos variados, do rock and roll, do homem pisando na lua pela primeira 
vez, dos movimentos pacifistas do final da década. Foi a década também da moda unissex, 
proveniente do ideal jovem, passando a idéia de coletivo e gerando uniformização. 
 
Esta década presenciou uma forte crise na Alta Costura. Notadamente havia a 
necessidade de mudança e logo ocorreu a expansão do leque de produtos, incluindo 
perfumes, cosméticos e acessórios – responsáveis até hoje pelo, praticamente, sustento das 
grandes maisons. O nome do costureiro ganhou status de marca suscetível de ser concedida 
sob licença. 
Dentro do cenário de crescimento do espaço conquistado pelos jovens, a 
transformação da moda foi radical, com o fim da moda única, que passou a ter várias 
propostas e a forma de se vestir se tornava cada vez mais ligada ao comportamento. O jeans 
se firmou como ícone da moda jovem, com diversos modelos e intervenções. 
Grandes estilistas de Paris influenciaram a moda do mundo, como André Courrèges, 
Pierre Cardin, Yves Saint Laurent e Paco Rabane. Quanto ao prêt-à-porter, sua assimilação 
já havia se concretizado e a indústria da moda estava muito bem estabelecida. As butiques 
contribuíram para a difusão e democratização das criações dos estilistas, e eram cada vez em 
maior número. 
Courrèges teve de fato grande expressividade na modado período, com suas criações 
de minissaias, minivestidos e suas calças compridas. Ele conseguiu empregar dinamismo e 
modernidade à moda. Pierre Cardin inovou focando no futuro, com propostas espaciais em 
macacões de malha, calças justas e muito uso do zíper. 
 
 
 
 
 
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 Yves Saint Laurent 
 
Saint Laurent abriu sua própria maison nos anos 60 e buscou nas artes inspiração 
como o tubinho com desenhos de Mondrian e, em 1966 lançou o Le Smoking, roupa 
inspirada no tradicional traje masculino, para ser usada pelas mulheres. A criação é revisitada 
até hoje nas passarelas. 
Já Paco Rabane, foi o mais inusitado nesta década, ao utilizar materiais não 
convencionais em suas criações, como as placas de metal. Estava claro que o futuro foi 
tema recorrente entre os estilistas dos anos 60. Quando nos voltamos para a 
Inglaterra, Mary Quant foi o nome. Há uma grande controvérsia a respeito de quem seria a 
autoriada minissaia, de Courrèges ou de Mary Quant. No entanto, segundo a própria Mary 
Quant: “A idéia da minissaia não é minha, nem de Courrèges.Foi a rua que a inventou”. 
 
 
 Twiggy usando mini saia 
 
Independente do autor, a estilista criou muitos modelos da diminuta peça. As saias 
de 30 cm de comprimento eram usadas com camisetas justas e botas altas. Mary Quant abriu 
a loja Bazaar, na famosa King’s Road, em Londres. Em poucos anos, já existiam 150 filiais 
na Inglaterra, 320 nos EUA e milhares de pontos de venda no mundo todo. A butique Bazaar 
se tornou o símbolo de vanguarda dos anos 60 e 70. 
Vale dar destaque também para os Beatles, que ditaram moda e foram seguidos por 
milhares de jovens ao redor do mundo inteiro. Seus cabelos “tigela” e os terninhos foram 
copiados mundo a fora. Diretamente da Itália, o destaque fica com Emílio Pucci. Sua grande 
contribuição para a moda e merecedora de destaque até os dias de hoje foram as estampas 
geométricas multicoloridas. 
 
 
 
 
72 
 
 
 
 
 Estampa Pucci 
 
O caráter de psicodelia, com os novos materiais (metal, plástico e acrílico), novas 
estampas geométricas e curvilíneas esteve presente em toda a década, na moda e nas artes. 
A Op art foi uma manifestação artística do período que esteve de acordo com esse 
caráter. Ela evidenciava efeitos óticos geométricos coloridos ou em preto e branco. Um 
grande representante foi Victor Vassarely. 
Outro movimento merecedor de destaque foi a Pop Art. Esta reproduzia rostos de 
pessoas famosas, frutos do consumo popular, de histórias em quadrinho, etc. Destaque para 
Andy Warhol e Roy Linchtenstein. 
 
 
 Andy Warhol 
 
A modelo Twiggy, de aspecto ingênuo,cabelos curtos, olhos marcados com rímel e 
cílios postiços foi um grande ícone de beleza dos anos 60. 
 
 
 
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 Twyggy 
 
Para os homens, a década marcou grandes transformações. Os ternos foram menos 
usados e deram espaço às jaquetas com zíper, golas altas, botas, calças mais justas e as 
camisas coloridas e estampadas. 
O homem adotou os enfeites e a informalidade finalmente falou mais alto. O 
movimento hippie veio à tona e o discurso era de contestação e rebeldia. As roupas eram 
despreocupadas, com detalhes artesanais, bordados manuais, saias longas, calças bocade- 
sino, batas indianas, além dos cabelos longos e despenteados para ambos os sexos. Um dos 
focos do movimento foi o questionamento da Guerra do Vietnã. 
O movimento ganhou em 1969 um grande festival que contribuiu para sua 
popularização e divulgação: o Woodstock, com participantes como Jimi Hendrix, Janes 
Joplin. Não havia mais como esconder ou frear o movimento, que marcaria também a década 
seguinte. 
 
 Movimento Hippie 
 
 
10.7. ANOS 70 
 
 
Todo o referencial estético e idealista surgido com o movimento hippie entrou com 
força nos anos 70. Ainda houve um adendo, o “Back Power”, que era o nome dado ao 
penteado e ao mesmo tempo slogan do movimento contra o racismo que tinha como grande 
representante a militante negra dos Estados Unidos Ângela Davis. 
Houve uma grande diversificação na moda, quando diversas opções e estilos se 
tornaram referências, sempre tomando como base os ideaisde conforto e praticidade. Estilos 
como: New Romantic do final da década, privilegiando flores, rendas e acessórios 
românticos; a tendência da mulher independente e trabalhadora, usando ternos 
 
 
 
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masculinizados; a moda esportiva, com os conjuntos de calça comprida e agasalho em 
moletom. 
As calças jeans foram peças muito usadas, em diversos modelos. Havia as boca de 
sino do início da década, as tradicionais, no decorrer dos anos e as semi-baggy e baggy do 
final do decênio. 
 
 Propaganda da época 
 
Foi a década da difusão dos Bureaux de Style, escritórios que estudavam as 
tendências do mercado e sugeriam propostas para a moda. O principal deles, existente até 
hoje é o Promostyl. 
Dentro da linha de diversificação dos estilos, surge neste decênio o movimento Glam, 
vindo de Glamour, também chamado de Glitter. Esteve ligado aos grupos musicais do estilo 
Glam Rock, como Bryan Ferry, David Bowie, Rod Stewart, Elton John, etc. O visual conteve 
muito brilho e a marca registrada foi a excentricidade representada pela bota plataforma de 
cano alto. 
Os punks também surgiram no fina desta década com a ideologia agressiva de 
denúncia à sociedade. Usaram roupas rasgadas, jaquetas de couro preto, botas surradas, 
cabelos espetados, piercings e muitos detalhes metálicos nas roupas. Vivienne Westwood e 
seu marido, Malcon McLaren, líder do Sex Pistols oram grandes nomes do movimento. A 
estilista tinha uma butique chamada Sex, onde vendia diversos artigos com a estética dos 
punks e cabou sendo considerada como a “mãe dos punks” e se consagrou como criadora de 
grande restígio até os dias de hoje. 
 
 
 
 
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 Movimento Punk 
 
 
O grupo Village People também é do período. Um grupo musical formado por 6 
integrantes declaradamente homossexuais com uma proposta descontraída e que, 
especialmente seus bigodes, acabaram sendo adotados pelos homens. 
Estilistas como Calvin Klein e Ralph Laurent dos Estados Unidos foram referência 
de moda propondo praticidade, versatilidade e descontração. O conceito de griffe surgiu nos 
anos70 em decorrência da proposta de se ter uma moda mais acessível, porém com uma 
assinatura, com estilo. Quase virando para os anos 80, muito inspirada pelo filme “Os 
Embalos de Sábado à Noite” e como uma decorrência do movimento Glam, surge uma moda 
ligada às discotecas, onde John Travolta foi o ícone da nova febre mundial. 
 
 
 John Travolta 
 
 
10.8. ANOS 80 
 
 
Os anos 80 foram marcados por releituras de épocas passadas, pelo couro, pelas 
ombreiras altas, pela sensualidade, pelas estampas, pela febre da ginástica e do culto ao corpo 
 
 
 
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e finalmente pelo surgimento da AIDS. Os ícones da geração anos 80 foram a cantora pop 
Madonna, Prince e Michael Jackson, deixando contribuições na moda de todo o mundo. 
Na verdade o período foi de opostos convivendo em harmonia. Estiveram presentes 
ao mesmo tempo os justos e os amplos, os coloridos e as cores sóbrias, o simples e o 
exagerado. Havia um leque de possibilidades, uma pluralidade, várias realidades. Foi quando 
surgiu o conceito de tribos de moda, marcando diversos grupos com distintas identidades. 
Cadaum era fiel ao seu grupo, não existindo um elo entre uma tribo e outra. 
 
 
 Diversidade de estilos 
 
 
Os punks continuaram a marcar presença e surgem na seqüência os Góticos ou 
Darks.Vestiam-se de preto, valorizavam a palidez e usavam maquiagem escura. Eram 
ligados às questões existenciais, a aspectos religiosos e traziam certo romantismo à moda. 
 
 
 Movimento Punk 
 
A moda tinha se tornado definitivamente internacional. A Alta-Costura francesa 
deixou de ser a tendência dominante. Em todos os países do mundo começaram a 
desenvolverem-se estilos próprios, que eram adotados além das próprias fronteiras. A 
Inglaterra, a Itália e a Alemanha tornaram-se verdadeiros países produtores de moda. Uma 
referência forte da década foram os criadores japoneses. Propunham limpeza visual 
(minimalismo) e intelectualidade da filosofia zen. Seus principais representantes foram: Rei 
Kawakubo, Yohji Yamamoto e Kenzo (este último na realidade não seguindo a linha 
minimalista). Foi quando surgiu o slogan Lessis More, isto é Menos é Mais, em criações 
sóbrias, austeras e com poucas cores, poucos detalhes e acabamentos simples. 
 
 
 
 
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 Japonismo 
 
Havia ainda a moda vinda de Paris, com uma proposta de exuberância, com criações 
inusitadas. Jean-Paul Gaultier se encaixou dentro dessa tendência, sempre evidenciando a 
androginia, as referências étnicas e o comportamento jovem. Christian Lacroix já foi mais 
excessivo, para ele o discurso era Mais é Mais. 
Trabalhou com muitas flores, listras, xadrezes, poás, volumes, babados, tudo junto! 
Uma outra onda de tendência de moda, apontou para as releituras. O revivalismo 
falou alto e estas inspirações no passado foram muito trabalhadas também na década 
seguinte, os anos 90. 
 
 
 Diversidade de estilos 
 
 
 
 
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Serviram de tema o Barroco, a Idade Média, os anos 50, dentre outros. Os brechós 
cresceram muito em procura por conta disso, apresentando roupas e únicas e passíveis de 
serem fontes de inspiração. O outro lado da moeda foi a moda que surgiu vinda das 
academias de ginástica. A proposta era de alto astral com o uso de roupas que valorizavam 
o corpo, justas e coloridas. 
Essa moda se expandiu para as ruas e diversas peças de roupas que antes eram 
restritas ao universo da malhação foram adotadas no dia-a-dia. Yuppie foi um termo criado 
na década de 80 nos Estados Unidos, quando havia um grande crescimento econômico, para 
designar os jovens americanos ambiciosos, que geralmente trabalhavam em corretoras de 
valores e ganhavam muito dinheiro com isso. Eram sempre os melhores alunos das melhores 
universidades com os melhores empregos. 
 
 
 Moda das Youppie 
 
Bem vestidos, com carros de luxo e morando em endereços chiques, queriam viver a 
vida intensamente, a despeito dos custos (dinheiro não era problema para eles). Os Yuppies 
tinham um lema de ganhar um milhão de dólares até os 30 anos de idade. Eram identificados 
pelo estilo de vida moderno e sofisticado, sendo o oposto dos hippies dos anos 60. 
Em 1980 entra em cena o look exagerado, poderoso, para as mulheres já posicionadas 
no mercado de trabalho. Os ombros são marcados por ombreiras enormes; com cintura e 
quadris também salientados. As mulheres tornam-se adeptas dos básicos inspirados no 
guarda-roupa masculino tendo no blazer a peça de destaque. Por fim, eles também acabaram 
adotando as ombreiras e a tendência unissex se manteve dessa forma. 
 
 
 
 
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 Mulher no mercado de trabalho 
 
Os avanços tecnológicos da área têxtil trouxeram como inovação a microfibra, 
permitindo a criação de tecidos, leves e resistentes. 
Eles não amarrotavam e secavam muito rápido, contribuindo para grande praticidade 
e adequação aos novos tempos. Este tecido ainda é muito utilizado até hoje graças aos 
benefícios oferecidos. 
Braga (2007, p.100) concluí com louvor o que foi a síntese dos anos 80: “a maneira 
de ser igual entre os diferentes e, ao mesmo tempo, diferente entre os iguais de uma outra 
tribo”. 
 
 
10.9. ANOS 90 
 
 
A moda da década de 90 manifestou-se com grande liberdade na forma com que as 
pessoas se vestiam, com os preconceitos sendo deixados de lado. 
As releituras dos anos 80 permaneceram, assim como o conceito de Tribos Urbanas. 
Surgiram diversos novos grupos de estilo, como os grunges, privilegiando uma modelagem 
ampla, peças sobrepostas e a tão usada camisa de flanela amarrada na cintura. 
 
 
 Estilo Grunge 
 
Apareceram também os clubers, drag queens, ravers, dentre outros. Foram os jovens 
ditando moda, ousada e irreverente. 
 
 
 
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Surgiu nesta década um conceito novo: vigorava agora o Supermercado de Estilos. 
Não havia mais uma fidelidade extrema a determinado grupo e sim uma liberdade maior de 
decisão de quando e onde ser cada um deles. A escolha era livre e cada um podia ser adepto 
de vários. 
 “A falta de identidade passou a ser a identidade, de acordo com Braga (2007, p.101). 
A década viveu também uma nova e influente referência Belga. A proposta era o 
“desconstrutivismo” que visava a desconstrução para em seguida construir novamente. As 
bainhas ficaram desfiadas e as costuras overlock aparentes. O grande nome dessa tendência 
foi Martin Margiela. 
As Roupas Anos 90 inovaram o figurino de homens e mulheres, fazendo alguns 
resgates no âmbito da moda. Os estilistas tiveram maior liberdade para fazer suas criações e 
a irreverência de cores valorizada ao longo da década de 80 foi deixada um pouco de lado. 
O luxo das grifes internacionais passou a influenciar o look de homens e mulheres. 
 
 
 Estilo Anos 90 
 
A moda feminina durante a década de 90 priorizou a variedade, peças como calça 
jeans de cós alto, camisetes e vestidos longos fizeram um grande sucesso. O estilo de Julia 
Roberts no filme “Uma linda mulher” (1990) consegue definir bem a proposta da moda 
feminina. 
Os homens passaram a usar o jeans como peça chave do figurino, mantendo a 
tendência que ganhou força nos anos 80. O estilo dos rapazes da série Americana “Barrados 
no Baile” serviu de inspiração para os jovens brasileiros e americanos. 
O discurso politizado da preocupação ecológica teve reflexos na moda nos anos 90. 
Vários estilistas incorporaram a preocupação e denunciaram as agressões à natureza. 
Destaque especial para Gianni Versace e Moschino, ambos italianos. Karl Lagerfeld assume 
a criação da Chanel e aplica forte rejuvenescimento empresarial à marca. Eoutras marcas 
seguem o caminho contratando sangue novo, como a Dior, Givenchy, Prada, Gucci, Saint-
Lauret, entre outras. 
Na tecnologia têxtil, a microfibra evoluiu muito. Surgem tecido de alta performance 
tecnológica, os chamados Tecidos Inteligentes. Foi também a era das supermodelos. Na 
verdade a idéia já tinha começado nos anos 80, mas aqui evoluiu. Surgem Naomi Campbell, 
Cindy Crawford, Linda Evangelista e Gisele Bündchen, dentre outras, como as Top Models 
Internacionais. 
 
 
 
 
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 Supermodelos 
 
 
10.10. ANOS 2000 
 
 
Os anos 2000 entram com um forte movimento de individualização, também 
manifesto na moda (as crescentes customizações são exemplo disso). Há uma tentativa de 
busca pelo estilo pessoal, onde ser diferente é a proposta. Vemos também a valorização do 
conforto, com peças duráveis e práticas. A tecnologia têxtil avança e surgem fibras e tecidos 
inteligentes que agregamem sua estrutura inovadores diferenciais. 
 
 
 
 Inovação nos anos 2000 
 
 
 
 
 
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O tecido TAKE® da Santa Constância é um exemplo disso. Utiliza o bambu como 
matéria-prima e possui um bio agente anti bactericida chamado “bambu kun”, que mesmo 
após 50 lavagens continua com suas características ativas, ou seja, não permite que as roupas 
desenvolvam aquele cheiro de suor desagradável após o uso. 
Também vemos manifestar em todas as esferas da vida uma preocupação ambiental. 
A aceleração dos ritmos de aquecimento global tem preocupado o planeta e a moda trata de 
traduzir estes anseios. 
Surgem novas fibras ecológicas, meios de beneficiamento menos agressivos e as 
pessoas passam a não se preocuparem apenas com o preço e beleza das peças, mas também 
com a forma com que foram produzidas. 
O TENCEL® (marca registrada de Lyocel) pode ser citado aqui. É uma fibra de 
celulose feita a partir da polpa de madeira, um recurso natural e renovável que é retirado de 
florestas gerenciadas e auto- sustentáveis. Tem características: conforto, controle de 
umidade, tenacidade no seco e no molhado, e também fluidez. Temos também o Treetap, 
couro vegetal produzido na Amazônia. 
Obtido através da vulcanização da borracha do látex despejada sobre uma superfície 
tramada gerando um tecido com aparência similar ao do couro, daí “couro vegetal”. 
 
 
 Estilo jovem 
O presente da moda é apreciado, preenchido com arte da máquina e o avanço da 
tecnologia em fios, tecidos e acabamentos. O futuro carrega a chave da inovação, 
conveniências modernas e a criatividade inesperada. 
 
 
 Fibras tecnológicas 
 
 
 
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12. HISTÓRIA DA MODA NO BRASIL 
 As tendências chegaram ao Brasil junto com os europeus, na época da colonização, 
no século XVI. Esses, residiam nos países em que o frio predomina boa parte do tempo. 
Muitas das roupas do nosso dia a dia pertencem a climas não proporcionais às temperaturas 
daqui. Porém, bem trabalhadas, chamam a atenção do consumidor, que acaba por comprar 
sem se ater a detalhes desse tipo. 
 Não só nas roupas, a moda influenciou na área de maquiagem. Na Grécia Antiga, 
usava-se desse artifício nas peças teatrais. Em outros países do Oriente, as pessoas pintavam 
o corpo para as celebrações religiosas. A maquiagem é muito usada nas produções 
cinematográficas. Em propagandas, serve para deixar os modelos bem adaptados aos padrões 
estipulados pela moda. Essa, que criou um mundo belo. 
 No Oriente Médio, a moda não seguiu os padrões mundiais. O motivo dessa 
casualidade é a prática do islamismo, que não permite deixar à vista partes do corpo 
feminino. As mulheres usam uma vestimenta que as cobre da cabeça aos pés: a burca. Os 
árabes têm o turbante, peça que surgiu antes mesmo da religião deles, na indumentária e 
aquelas túnicas. Elementos bem característicos da região. 
 Antigamente, os gregos e romanos pensavam no corpo e na mente, ambos dotados 
de beleza. Se uma pessoa possuísse beleza interior, deveria também aparentar o mesmo por 
fora. Os gregos tinham uma ideologia que se encaixava perfeitamente nessa ideia do belo 
internamente falando e no exterior. O lema é: “Uma mente sã habita um corpo saudável”. 
 Na Grécia, os integrantes do Senado utilizavam uma espécie de capa, chamada de 
toga – senadores, magistrados e parlamentares. Revestia o lado esquerdo do corpo, ocultando 
o braço. Ela é preta, comprida e é usada por advogados e promotores nos tribunais; também 
por professores catedráticos e doutorados, dependendo da situação. Os plebeus se vestiam 
como os patrícios, mas não podiam usar as togas. 
 Quando a religião cristã chegou aos gregos, exatamente no império bizantino, 
liderado por Justiniano I, as roupas se tornaram mais alongadas – uma vez que pessoas da 
civilização grega andavam nuas – servindo de grande influência nas vestes sacerdotais. A 
cor mais usada pela nobreza era, por causa do preço elevado, a púrpura. As peças azuis, 
feitas com ureia, tinham o custo acessível à população. 
 
13. AS TRIBOS URBANAS 
 
 As tribo urbanas, sua origem, a contestação e seus motivos. Rodeadas de códigos e 
normas, estudadas por sociólogos e psicólogos, mal entendidas por muitos, crescendo e se 
multiplicando, mudando hábitos, costumes e práticas sociais, aí estão as tribos urbanas que 
podem ser caracterizadas como um fenômeno juvenil dos grandes centros e que, dia após 
dia, ampliam sua atuação e aumentam seus adeptos. Do que se trata? 
 Estamos acostumados a ver jovens “normais” em nossas comunidades e/ou cidades. 
O máximo do diferente é alguém com um corte de cabelo não comum, ou com uma calça 
jeans toda rasgada, ou ainda, jovens com roupa de cor exótica e cheios de correntes, 
http://oriente-medio.info/
 
 
 
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pulseiras, botons, anéis etc. Isso não parece preocupar. No máximo, causa espanto e é motivo 
de gozação. 
 Porém, por enquanto, essa atitude é característica de nossas cidades pequenas. Nos 
grandes centros urbanos (e o mundo se urbaniza cada vez mais), o diferente já se organiza, 
tem normas, leis, códigos, adeptos... 
 Cedo ou tarde, este fenômeno da juventude moderna chegará até nós. É importante 
que conheçamos as razões de tal fenômeno para sabermos agir diante dele. 
Punks, Skinheads, Rappers, White Powers, Clubbers, Grunges, Góticos, Drag Queens. Estes 
são apenas alguns grupamentos juvenis, chamados pelos sociólogos de “tribos urbanas”, 
encontrados diariamente nos grandes centros. As “drag queens”, tipo considerado o mais 
exótico, são na verdade homens vestidos de mulher. Duas diferenças básicas as distinguem 
dos travestis: não se prostituem nem modelam seus corpos com silicone ou hormônios. Ser 
drag significa dar vida a um personagem. Eles se preocupam com a moda, possuem uma 
linguagem específica e brincalhona, são irreverentes e apreciam os gêneros musicais 
contemporâneos. Podemos dizer que esse jeito, toda essa brincadeira, essa festa, 
característica das Drag Queens, vem como uma resposta a uma série de dificuldades sociais 
importantes. 
 Os Grunges, filhos legítimos da recessão mundial, nasceram em Seatle, nos Estados 
Unidos, e são caracterizados pela sua indumentária: bermudão abaixo dos joelhos, tênis 
sujos, barbichas, calças rasgadas etc. Eles transformaram o desleixo numa provocação aos 
“mauricinhos” e “patricinhas” (filhos de papai). 
 Ainda existem outros, como os Rockabillies, que amam o rock dos anos 50 e usam 
enormes topetes; os góticos, que cultuam as sombras e adoram poesias românticas, além dos 
hippies, rastafaris, metaleiros etc. 
 Há também as tribos pós-punk que são as mais temidas devido à sua agressividade. 
Entre elas estão os Carecas (skinhead brasileiro) e os White Powers (Podes dos Brancos). 
Ambas as trios são racistas, têm tendências nazistas e detestam homossexuais. Atualmente 
os punks não são encontrados com facilidade, mas ainda existem alguns grupos. 
 A origem de todas essas manifestações parece ser a contestação. A violência, a apatia, 
desleixo, a festa e a anarquia são as formas de contestação do mundo pós-moderno, dizem 
os sociólogos. 
 Sentimento de vazio: Ao analisarmos, perguntávamos o que tem por trás desse estilo 
de vida? Olhando a história, percebemos que muitas manifestações de repúdio e revolta com 
os padrões dominantes se deram de uma forma muito semelhante a esta, os Hippies, por 
exemplo. 
 Porém ficaram outras duas questões: 
 - Este fenômeno é um modismo, simplesmente? 
 - E estes jovens são assim para si ou para os outros, isto é, vestem-se e agem assim 
por convicção ou são assim para serem vistos e notados numa cidade/sociedade onde o 
anonimato é o maior medo? 
 
 
 
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 Acredito que a morte da identidade pessoal promovida pela sociedademoderna e 
seus aparatos não é o fim. Ainda há, na alma do jovem, a capacidade de resistir e contestar, 
mesmo que à margem do normal, na contramão da sociedade. 
 Acredito que o sentimento de vazio e de descontentamento vivido pelo jovem de hoje 
pode levar a uma resistência diante do mundo opressor, massificador e despersonalizador. 
 Acredito na pluralidade de opções e de estilos de vida, desde que acima de tudo esteja 
a vida, a liberdade, a felicidade, a construção (ou re-construção) da pessoa, não importa se 
ela esteja de calça azul-marinho e camisa branca ou com um macacão cor-de-abóbora da 
cabeça aos pés. 
 
14. ALTA-COSTURA E PRÊT-À-PORTER 
 
 Sempre quando dizem na TV: Alta costura ou Prêt-à-Porter, é normal ficar em dúvida 
sobre o que significa elas, sendo assim, nós do MONOPÓLIO DA MODA decidimos 
desmitificar essas palavras tão usadas no mundo da moda. 
 Alta-costura (haute couture em francês): é a confecção artesanal sob medida e com 
exclusividade. Charles Frederick Worth produziu em Paris, em 1858, o primeiro desfile de 
moda, com modelos ( antes as peças eram expostas apenas em cabide). 
Para ser conhecida como uma Maison de Haute Couture, a marca deve obedecer 
critérios que são estabelecidos pela Câmara da Alta Costura , as empresas seguem padrões 
bem definidos. Não existe Alta Costura fora da França. 
 As grifes que hoje atuam no mercado de alta-costura são: Valentino, Chanel, Dior, 
Lacroix, Givenchy, Balmain, Balenciaga, Versage, e Lanvin. 
 
 
 
 
https://monopoliodamoda.wordpress.com/2008/06/17/alta-costura-e-pret-a-porter/
 
 
 
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 O Prêt-à-porter (pronto para vestir): surgiu depois da segunda guerra mundial, logo 
se popularizou, por oferecer maior praticidade para adquirir roupas, variedade de estilos e 
preços (grifes fazem pronta entrega em lojas). Prêt-à-porter é toda roupa que não é produzida 
para um consumidor específico e exclusivo, mas sim para um grupo de consumidores em 
potenciais porque é vendido em lojas por exemplo a DASLU. 
 
 
 
 15. CAPITAIS DA MODA 
 Capital da moda é uma localidade influente na moda regional e internacional e onde 
a moda é importante. Uma capital da moda é o lar de muitos estilistas, agências de modelos e 
assim por diante. Decide-se pela quantidade de negócios gerados através de meios de 
comunicação e influência na moda. 
 Além de seu poder econômico, uma "Capital da Moda" tem um ativo entretenimento 
e locais culturais, atraindo turistas e consumidores não somente por causa da moda em si, 
mas também devido à sua variedade de lazer. A cidade deve ser um objeto de inspiração para 
os profissionais que estão baseados lá, com uma ativa, viva, forte e única sub-cultura, que 
podem inspirar os profissionais de moda, não só, mas também a população em geral, 
transformando o estilo e a cultura de rua em uma característica essencial. Esta mistura de 
moda, negócios, entretenimento, cultura e lazer faz uma cidade atraente e reconhecida 
internacionalmente como centros da moda para a sua identidade única e forte, diferenciando-
se devido a características específicas. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Moda
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estilista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agência_de_modelos
http://pt.wikipedia.org/wiki/Turista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Consumidor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lazer
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Negócio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Entretenimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
 
 
 
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 O mundo tem quatro Capitais da Moda: Londres, Milão, Nova Iorque e Paris. Os 
outros principais centros da moda mundial são Los Angeles e Roma. Nos últimos anos, 
contudo, a importância da indústria da moda tem crescido em muitas outras cidades ao redor 
do globo, como Hong Kong e São Paulo, que estão em 7º e 8º lugar em importância na moda 
mundial respectivamente. Outras Capitais da Moda incluem Barcelona, Las Vegas, Toronto, 
Xangai e Dubai. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Londres
http://pt.wikipedia.org/wiki/Milão
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nova_Iorque
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paris
http://pt.wikipedia.org/wiki/Los_Angeles
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roma
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hong_Kong
http://pt.wikipedia.org/wiki/São_Paulo_(cidade)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Barcelona
http://pt.wikipedia.org/wiki/Las_Vegas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Toronto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Xangai
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dubai
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
Esta apostila foi desenvolvida tendo como base principal o livro História da Moda, 
Uma Narrativa de João Braga e apostila do Instituto Federal. No entanto, ela é fruto da 
pesquisa de diversos materiais como livros, revistas, sites de internet, todos listados abaixo: 
 
KÖHLER,Carl. Historia do vestuário. São Paulo: Companhia das letras, 2001-
2005. Pg. 
 
LAVER, James. A roupa e a Moda: uma história concisa. São Paulo: Cia das Letras, 
2005. 255p. 
 
LEVENTON, Melissa. História ilustrada do vestuário: um estudo da indumentária, 
do Egito antigo ao final do século XIX, com ilustrações dos mestres Auguste Racinet e 
Friedrich Hottenroth. São Paulo: Publifolha, 2009. 352 p. 
 
GRUMBACH, Didier. História da moda. São Paulo, Cosac Naify, 2009. 456p. 
 
BRAGA, J. História da Moda: uma narrativa. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2007. 
 
EMBACHER, A. Moda e identidade: a construção de um estilo próprio. São Paulo: 
 
Editora Anhembi Morumbi, 1999. 
 
FEGHALI, M. K.; DWYER, D. As engrenagens da moda. Rio de Janeiro: SENAC, 
2001. 
 
JOFFILY, R. O Brasil Tem Estilo? São Paulo: SENAC, 1999. 
 
MOUTINHO, M. R., VALENÇA, M. T. A Moda no Século XX. Rio de Janeiro: 
Editora Senac,2000. 
 
BOUCHER, François. História do Vestuário no Ocidente. Rio de Janeiro: Editora 
COSAC NAIFY,2010 
 
SCHIO, Adilson. Artigo publicado na edição 263, jornal Mundo Jovem,1995.