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Livro_Perguntas_e_Respostas_AltaCRIA_2021_1 (2)

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1
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
2
3
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
Perguntas e Respostas 
Alta CRIA
2ª Edição
Uberaba, MG
Alta Genetics
2021
Rafael Alves de Azevedo – Alta
Carla Maris Machado Bittar – Universidade de São Paulo
Sandra Gesteira Coelho – Universidade Federal de Minas Gerais
4
Revisão linguística: Aírton José de Souza
Projeto gráfico: Ana Paula Silva Alves
Impressão e acabamento: Gráfica 3P
Alta
Caixa postal: 4008 – CEP: 38.020-970
BR 050, KM 164, PARQUE HILEIA
Tel. (34) 3318-7777
www.altagenetics.com.br
comunicacao@altagenetics.com.br
Pedidos
Tel. (34) 3318-7777
www.altagenetics.com.br
comunicacao@altagenetics.com.br
- A não citação de fonte em tabelas e figuras indica que os detentores dos 
seus direitos autorais patrimoniais são os autores dos respectivos capítulos 
desta obra.
- As ideias e informações presentes nesta obra são de responsabilidade dos(s) 
autor(es) e não, obrigatoriamente, refletem a opinião da empresa Alta.
© 2021 by Rafael Alves de Azevedo, Carla Maris Machado Bittar e Sandra 
Gesteira Coelho. Direitos de edição reservados à empresa Alta. Todos os 
direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, 
apropriada e estocada, por qualquer forma ou meio, sem autorização, por 
escrito, do detentor dos seus direitos de edição. Impresso no Brasil
Todos os direitos reservados
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, 
constitui violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610).
Perguntas e Respostas Alta CRIA, 2021. Editores: Rafael Alves de Aze-
vedo, Carla Maris Machado Bittar e Sandra Gesteira Coelho. Uberaba, 
Minas Gerais, 2021. 2ª Edição. 196p.
ISBN: 978-65-5668-053-8
DOI: http://dx.doi.org/10.26626/978-65-5668-053-8.2021B0001
O conteúdo das respostas contidas nesta publicação é de inteira res-
ponsabilidade dos respectivos autores.
5
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
1. Pré-parto e Maternidade
José Eduardo Portela Santos, Rafael Alves de Azevedo, Rodrigo Melo 
Meneses, Rodrigo Otávio Silveira Silva e Sandra Gesteira Coelho
2. Colostragem
Carla Maris Machado Bittar, Sandra Gesteira Coelho 
e Rafael Alves de Azevedo
3. Cura do cordão umbilical
José Azael Zambrano, Polyana Pizzi Rotta, Rafael Alves de Azevedo, 
Rodrigo Melo Meneses e Sandra Gesteira Coelho
4. Dieta líquida
José Eduardo Portela Santos, João Henrique Cardoso Costa, Lívia 
Carolina Magalhães Silva Antunes, Rafael Alves de Azevedo, Rodrigo 
Melo Meneses e Sandra Gesteira Coelho
5. Dieta sólida
Alex de Matos Teixeira, Carla Maris Machado Bittar, Rafael Alves 
de Azevedo, Rodrigo Melo Meneses e Sandra Gesteira Coelho
6. Mochação
José Azael Zambrano, Polyana Pizzi Rotta e Rafael Alves de Azevedo
7. Biosseguridade na cria e recria
Rafael Alves de Azevedo, Sandra Gesteira Coelho e Viviani Gomes
8. Vacinação na cria e recria
Rodrigo Otávio Silveira Silva e Viviani Gomes
9. Doenças gastrointestinais
José Azael Zambrano, Rodrigo Melo Meneses, Sandra Gesteira Coelho 
e Viviani Gomes
10. Doenças respiratórias
José Azael Zambrano, José Eduardo Portela Santos, Rodrigo Melo Me-
neses e Viviani Gomes
11. Tristeza parasitária bovina
José Azael Zambrano e Rodrigo Melo Meneses
12. Nutrição e reprodução de novilhas
Gabriel Caixeta Ferreira, Glaucio Lopes, José Eduardo Portela Santos, 
Polyana Pizzi Rotta e Valdir Chiogna Júnior
13. Instalações para cria e recria
Carla Maris Machado Bittar, Gabriel Caixeta Ferreira, José Eduardo 
Portela Santos, João Henrique Cardoso Costa, Rafael Alves de Azevedo 
e Sandra Gesteira Coelho
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SUMÁRIO
6
7
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
A criação de bezerras e novilhas é uma das fases mais importantes para 
a pecuária leiteira, pois compreende a reposição genética que visa sempre à 
incorporação de animais mais produtivos e saudáveis nos rebanhos.
Gerenciar os números e conhecer os principais índices zootécnicos é fun-
damental para traçar metas, estratégias e alcançar os objetivos, que definirão 
o sucesso da criação das bezerras e novilhas. Além disso, é importante tanto 
para auxiliar a tomada de decisões de manejos nas propriedades, quanto 
para apontar áreas que necessitam de mais estudos.
O programa Alta CRIA surgiu em 2017 com o objetivo de levantar os 
principais índices zootécnicos na fase de cria e recria, de forma a auxiliar no 
gerenciamento e estabelecer o panorama nacional da criação de bezerras e 
novilhas leiteiras. O programa é composto por um seleto grupo de conselhei-
ros e técnicos, os quais discutem e trabalham os resultados e as inovações 
relacionadas às fases de criação, contando com grande participação dos 
responsáveis técnicos/proprietários de fazendas comerciais distribuídas em 
quase todo o território nacional.
Em 2021, mais de 135 fazendas participaram do programa, formando 
um grupo de produtores comprometidos em levantar números e trabalhar no 
gerenciamento de indicadores zootécnicos na área de criação de bezerras e 
novilhas leiteiras.
Um dos pontos fortes do programa é gerar discussões e tentar criar so-
luções para os desafios que surgem no manejo das bezerras no dia a dia. 
Nesse contexto, nasceu em 2019 a ideia de criarmos um livro de perguntas 
e respostas, que fosse prático e simples, com perguntas cotidianas e respos-
tas objetivas e aplicáveis. Em 2021, além de atualização da última edição, 
considerando os avanços da ciência, estamos trazendo novos capítulos e per-
guntas. Todas as perguntas foram respondidas por profissionais capacitados 
e especialistas nas suas respectivas áreas, os quais se responsabilizam pelo 
conteúdo respondido.
Boa leitura!
Rafael Alves de Azevedo
Gerente de Neonatos Alta
Coordenador e Conselheiro do programa Alta CRIA
Coordenador do Padrão Ouro de Criação de Bezerras Leiteiras
INTRODUÇÃO
8
9
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
Alex de Matos Teixeira
Médico-veterinário pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Mi-
nas Gerais (EV UFMG). Mestrado e Doutorado em Zootecnia (EV UFMG). Atu-
almente, é professor na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade 
Federal de Uberlândia e é conselheiro do Programa Alta CRIA.
E-mail: alexmteixeira@yahoo.com.br
Carla Maris Machado Bittar
Engenheira agrônoma pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/
USP). Master of Science pela University of Arizona. Doutorado em Ciência Animal 
e Pastagens pela ESALQ/USP. Atualmente, é professora na ESALQ/USP, coordena-
dora do grupo de extensão Clube de Criação de Bezerras (CCB) e do Grupo de 
Pesquisa em Metabolismo Animal e é conselheira do Programa Alta CRIA.
E-mail: carlabittar@usp.br
Gabriel Caixeta Ferreira
Médico-veterinário pela Universidade de São Paulo, com formação em gestão 
de fazendas leiteiras pelo sistema Agro + Lean. Atualmente é consultor pelo 
Grupo Apoiar e é conselheiro do Programa Alta CRIA.
E-mail: gabriel.ferreira@grupoapoiar.com
Glaucio Lopes
Médico-veterinário pela Universidade Federal Fluminense. Mestre em Ciências 
de Gado de Leite e Mestre em Administração e Negóciospela University of 
Wisconsin, nos EUA. Atualmente, é o gerente global de desenvolvimento pes-
soal da Alta, coordenador do programa Universidade Alta e ex-presidente do 
Conselho de Reprodução de Gado de Leite dos EUA.
E-mail: glaucio.lopes@altagenetics.com
José Azael Zambrano
Médico-veterinário pela Universidad Centroccidental Lisandro Alvarado 
(UCLA). Mestrado em Ciência Animal (EV-UFMG). Doutorado em Ciência 
Animal (EV-UFMG). Atualmente, é facilitador nos cursos de capacitação e 
pós-graduação do Rehagro, consultor sênior nas equipes de assistência téc-
nica em gado leiteiro e de corte nessa mesma empresa, e é conselheiro do 
Programa Alta CRIA.
E-mail: jose.zambrano@rehagro.edu.br
AUTORES
10
José Eduardo Portela Santos
Médico-veterinário pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Fi-
lho. Mestrado e Doutorado em Ciência Animal pela University of Arizona, nos 
EUA. Residente clínico em medicina de produção de bovinos leiteiros pela 
University of Califórnia, Davis, EUA. Foi professor da Escola de Medicina Ve-
terinária da University of Califórnia, Davis, EUA. Fez sabático na University of 
Sidney, Austrália. Atualmente, é professor titular na University of Florida, EUA, 
e professor na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, em Bo-
tucatu, e é conselheiro do Programa Alta CRIA.
E-mail: jepsantos@ufl.edu
João Henrique Cardoso Costa
Engenheiro agrônomo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
Mestrado em Agroecossistemas pela UFSC. Doutorado em Animal Science
pela University of British Columbia no Canadá. Atualmente, é professor na 
University of Kentucky, em Lexington, nos EUA, onde também é o coordenador 
do grupo de pesquisa em Gado Leiteiro e é professor diretor do Centro de 
Pesquisa Coldstream Dairy, e é conselheiro do Programa Alta CRIA.
E-mail: costa@uky.edu
Lívia Carolina Magalhães Silva Antunes
Zootecnista pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universida-
de Estadual Paulista (FCAV-Unesp). Mestre em Genética e Melhoramento Ani-
mal (FCAV-Unesp). Doutorado em Zootecnia (FCAV-Unesp e pelo IRTA Inves-
tigación y Tecnologia Agroalimentarias, Catalunya, Espanha). Pós-doutorado 
(FCAV-Unesp). Desenvolve projetos na área de comportamento e bem-estar 
animal junto ao Núcleo de Pesquisa Fazu e ao Grupo ETCO (FCAV/ Unesp) 
e à empresa BEA Consultoria e Treinamento. Atualmente, é coordenadora 
do curso de Zootecnia, professora das Faculdades Associadas de Uberaba 
(FAZU), e é conselheira do Programa Alta CRIA.
E-mail: livia.silva@fazu.br
11
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
Polyana Pizzi Rotta
Zootecnista pela Universidade Estadual de Maringá. Mestrado e doutorado 
na Universidade Federal de Viçosa (UFV). Período de treinamento na Colo-
rado State University durante o doutorado. Atualmente, é professora adjunta 
de produção e nutrição em bovinocultura de leite da UFV, coordenadora do 
Programa Família do Leite e é conselheira do Programa Alta CRIA.
E-mail: polyana.rotta@ufv.br
Rafael Alves de Azevedo
Zootecnista pelo Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Mi-
nas Gerias (ICA UFMG). Mestre em Ciências Agrárias (ICA UFMG). Doutor em 
Zootecnia (EV-UFMG), com período de treinamento na University of Florida. 
Pós-doutorado em Zootecnia (EV-UFMG). Atualmente, é Gerente de Neona-
tos da Alta, coordenador do Padrão Ouro de Criação de Bezerras Leiteiras e 
coordenador e conselheiro do Programa Alta CRIA. 
E-mail: rafael.azevedo@altagenetics.com
Rodrigo Melo Meneses
Médico-veterinário pela Universidade Federal de Viçosa (UFV). Especialização 
em Clínica e Cirurgia Veterinária (Área de Grandes Animais) pela UFV. Mestrado 
e Doutorado em Ciência Animal, área de Medicina e Cirurgia Veterinária (EV-
-UFMG). Atualmente, é professor na EV-UFMG e conselheiro do Programa Alta 
CRIA.
E-mail: menesesrm@gmail.com
Rodrigo Otávio Silveira Silva
Médico-veterinário pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Mi-
nas Gerais (EV UFMG). Mestrado e doutorado em Ciência Animal (EV-UFMG), 
com doutorado sanduíche na University of Copenhagen (Denmark). Atualmen-
te, é professor na EV-UFMG e conselheiro do Programa Alta CRIA.
E-mail: rodrigo.otaviosilva@gmail.com
12
Sandra Gesteira Coelho
Médica-veterinária pela Escola de Veterinária da Universidade Federal de Mi-
nas Gerais (EV-UFMG). Mestrado em Medicina Veterinária (Área de Reprodu-
ção) pela EV-UFMG. Doutorado em Ciência Animal (Área de Nutrição) pela 
EV-UFMG, com período de treinamento na University of Florida (EUA). Atual-
mente, é uma das coordenadoras do Grupo de estudo e pesquisa em Pecuá-
ria de Leite (GPleite; EV-UFMG), professora na EV-UFMG, e é conselheira do 
Programa Alta CRIA.
E-mail: sandragesteiracoelho@gmail.com
Valdir Chiogna Júnior
Médico-veterinário pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Especialização 
em Produção de Ruminantes pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Quei-
roz (Esalq/USP). Mestre em Biociência Animal (UFG). Atualmente é consultor 
de fazendas leiteiras pela Milk+ Consultoria e é conselheiro do Programa Alta 
CRIA.
E-mail: chiognavet@hotmail.com
Viviani Gomes
Médica-veterinária pela Universidade Paulista (UNIP). Aprimoramento em Clí-
nica e Cirurgia de Grandes Animais (Área de Ruminantes) pela FMVZ (USP). 
Mestrado e Doutorado em Clínica Veterinária pela FMVZ (USP). Pós-douto-
rado em Imunologia Bovina na University of Georgia (UGA). Atualmente, é 
coordenadora de pesquisa do Grupo de Pesquisa especializado em Medicina 
aplicada ao período de transição, cria e recria (GeCria), professora na (FMV-
Z-USP), e é conselheira do Programa Alta CRIA.
E-mail: viviani.gomes@usp.br
13
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
Agradecemos, especialmente, aos produtores(as), técnicos(as) e aos colabo-
radores(as) pertencentes ao programa Alta CRIA, por participarem deste livro, 
enviando-nos as perguntas de cada capítulo. 
Sem dúvida, este livro não existiria se não fosse pela confiança e apoio de 
vocês!
AGRADECIMENTOS
14
15
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
Capítulo 01
PRÉ-PARTO E MATERNIDADE
16
José Eduardo Portela Santos - University of Florida
Rafael Alves de Azevedo - Alta
Rodrigo Melo Meneses - Universidade Federal de Minas Gerais
Rodrigo Otávio Silveira Silva - Universidade Federal de Minas Gerais
Sandra Gesteira Coelho - Universidade Federal de Minas Gerais
Capítulo 01: Pré-parto e maternidade
17
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
1. Qual o período médio de gestação de uma vaca e de uma novilha?
Existe uma pequena variação no período de gestação entre as diferen-
tes raças leiteiras: 
• Novilhas da raça Holandês: 277 dias; 
• Vacas da raça Holandês: 279 dias;
• Novilhas da raça Jersey: 278 dias; 
• Vacas da raça Jersey: 280 dias;
• Vacas e novilhas da raça Pardo Suíço: 287 dias;
• Vacas da raça Gir: 286 dias;
• Novilhas mestiças F1 Holandês x Gir: 277 dias;
• Vacas mestiças F1 Holandês x Gir: 276 dias;
• Novilhas ¾ Holandês x Gir: 278 dias;
• Vacas ¾ Holandês x Gir: 277 dias.
Esses são dados médios, ocorrendo variação de mais ou menos 10 dias 
em torno da média. Em todas as raças, observamos também alteração no 
período de gestação devido a fatores como: 
• estação de nascimento (estresse térmico reduz em média 5 dias);
• sexo da cria (fêmeas nascem 2 dias antes que machos);
• gestação gemelar (gestação reduz em média 4 a 5 dias);
• touro utilizado. 
2. Qual o período seco ideal a ser planejado de descanso para uma 
vaca seca, pensando em saúde da glândula mamária e produção de 
colostro?
Período mínimo de descanso de 45 a 50 dias. Secar a vaca aos 230 
dias de gestação seria o ideal por várias razões:
• Praticamente, mais de 95% das vacas terão pelo menos 35 dias de 
período seco;
• o risco de resíduo no leite originário da terapia de vaca seca é pe-
queno, porém, �que atento às recomendações de bula de cada produto 
utilizado;
• a vaca irá passar pelo menos 2 semanas no lote de pré-parto;
• o produtor obtém 2 semanas a mais de lactação;
• o risco de comprometera qualidade e a produção de colostro ou 
produção de leite na lactação subsequente é mínimo.
18
3. Em quais situações seria viável o uso padrão de antibióticos intra-
mamários e/ou selante em novilhas?
Na maioria dos casos, a utilização de antibiótico e selante pode ser re-
comendada quando mais de 15% de primíparas têm mastite clínica no pós-
-parto ou mais de 15% das primíparas apresentam contagem de células 
somáticas (CCS) acima de 150 mil de 10 a 35 dias pós-parto.
4. Qual o escore de condição corporal ideal para as vacas entrarem 
no lote seco? Seria o mesmo para Holandês e Girolando?
Para vacas que foram secas, o ideal para a raça Holandesa é que entrem 
no lote de secas e no de pré-parto com escore de condição corporal entre 
3,00 e 3,25 e de que não percam condição corporal de forma alguma 
nesse período seco. Vacas Holandesas devem manter ou ter um pequeno 
acréscimo (0,25 unidades) de condição corporal nesses períodos. Já para 
vacas da raça Girolando, a condição corporal mais alta, entre 3,50 e 3,75, 
está associada com maior produção de leite e componentes no leite na 
lactação subsequente. 
5. Qual o escore de condição corporal ideal para as novilhas da raça 
Holandês apresentarem 60 dias antes da data prevista do parto? 
Para as novilhas da raça Holandês, o ideal é que cheguem ao parto com 
escore de condição corporal entre 3,50 e 3,75 e com 90 a 92% do peso 
adulto, o que seria equivalente a 620 a 630 kg de peso corporal. É possível 
que condição corporal mais baixa traga vantagens para a novilha da raça Ho-
landês, mas a di�culdade é atingir peso adequado com idade ao parto de 23 
a 24 meses ao mesmo tempo que a condição corporal seja inferior a 3,50.
6. Como de�nir se devo ou não usar vacinas no pré-parto dos meus 
animais, pensando em passar anticorpos para os bezerros via inges-
tão de colostro?
A de�nição da inclusão ou não de vacina no pré-parto ou em qualquer 
outra categoria animal é baseada, principalmente, na ocorrência de do-
enças na propriedade ou região, ou no risco de introdução delas no reba-
nho. Como temos opções limitadas para vacinar bezerros durante a fase de 
aleitamento, sobretudo até os 90 dias de vida, a vacinação das fêmeas no 
pré-parto e subsequente transmissão da imunidade passiva pela correta co-
Capítulo 01: Pré-parto e maternidade
19
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
lostragem é uma estratégia de grande importância, sobretudo para doenças 
neonatais, como diarreias e doenças respiratórias.
7. As vacinas de pré-parto, quando utilizadas de forma estraté-
gica, devem ser aplicadas nas nulíparas também, além das mul-
típaras?
Sim, as vacinas devem ser aplicadas tanto nas nulíparas quanto nas mul-
típaras. Deve-se atentar ainda para o número de doses, que, comumente, 
difere entre esses animais: comumente, as nulíparas exigem doses de refor-
ço a mais que as multíparas, justamente, por nunca terem iniciado o ciclo 
de vacinação pré-parto.
8. Falam muito de quantidade de vacinas a serem administradas no 
lote de pré-parto. Quantas vacinas diferentes podem ser realizadas 
para se obter uma e�ciente memória imunológica?
Não há embasamento cientí�co que permita a�rmar o número máximo 
de vacinas que podem ser aplicadas no mesmo dia ou dentro de um pe-
ríodo curto. De forma geral, o sistema imune dos animais adultos parece 
responder mesmo sob o desa�o de vários antígenos, sendo aplicados ao 
mesmo tempo. Recomenda-se, porém, espaçar as vacinas com pequenos 
intervalos (três dias, por exemplo), caso o manejo permita, ou tentar fazer 
agrupamentos de imunógenos (aplicando dois e dois, por exemplo, caso 
sejam quatro vacinas a serem utilizadas naquela fase). Vale citar ainda que 
há uma tendência de separar vacinas vivas e vacinas mortas (inativadas) pela 
diferença do tipo de resposta induzida por elas.
9. Qual o limite mínimo de dias para uma vacina gerar memória imu-
nológica na vaca, garantindo mobilização de anticorpos para o co-
lostro? Ex.: passar vacas para o pré-parto faltando 25 dias da data 
prevista do parto e vaciná-la, nesse momento, pode ser um problema?
Após a vacinação, o animal precisa ainda desenvolver a resposta imune, 
produzir os anticorpos e células de defesa para só então mobilizá-los para 
o colostro. Com isso, a literatura coloca que a última imunização ocorra, 
no máximo, 30 dias antes da data prevista do parto. Períodos menores, 
dependendo da vacina, podem in�uenciar negativamente na qualidade do 
colostro quanto à resposta vacinal desejada.
6
20
Capítulo 01: Pré-parto e maternidade
10. No Brasil, existem vacinas importadas para IBR/BVD para 
vacas no pré-parto, as quais podem ter algumas cepas diferen-
tes das IBR/BVD convencionais nacionais. Para prevenção de 
doenças respiratórias, mesmo assim seria indicado usar essas 
vacinas no pré-parto? E qual seria o melhor manejo vacinal des-
sas vacas?
Dependendo do país, há disponibilidade de vacinas com vírus mortos, 
vivos atenuados ou vivo termo sensível. Nos Estados Unidos, as mais utili-
zadas são as vacinas contendo vírus vivos atenuados da Rinotraqueíte Infec-
ciosa Bovina (IBR) e Diarreia Viral Bovina (BVD). Vacinas com vírus vivo 
atenuado resultam em melhor imunidade, maior duração de imunidade e, 
muitas vezes, têm menor custo por dose. A crítica a essas vacinas é que o 
vírus se replica, temporariamente, no animal vacinado, o que resulta em 
eliminação de pequenas quantidades de vírus nas secreções corpóreas. Em 
alguns países, onde as prevalências de BVD e IBR são baixas e há progra-
ma de erradicação dessas doenças, o uso de vacinas vivas atenuadas não é 
permitido. Como cada vacina tem suas próprias características de e�cácia, 
que devem ter sido validadas com ensaios experimentais, é importante ob-
ter informações e pedir resultados desses estudos para o laboratório res-
ponsável. Por exemplo, para a BVD, a duração de imunidade das vacinas 
disponíveis nos Estados Unidos varia de 5 a 13 meses. É importante salien-
tar que a maioria das vacinas disponíveis não previne de maneira efetiva a 
infecção pelo agente, ou seja, boa parte delas reduz a sintomatologia da 
doença, mas não, necessariamente, evita a infecção do animal vacinado 
pelo agente. Quando se utilizam vacinas com vírus morto, quase sempre é 
necessário que todo animal primovacinado receba reforço da mesma vaci-
na entre 3 e 6 semanas depois. Animais adultos, previamente vacinados, 
devem ser revacinados de acordo com a duração de imunidade da vacina 
utilizada. Em aplicação de vacinas com vírus vivo atenuado em animais 
gestantes, é importante que esses tenham sido vacinados previamente com 
a mesma vacina, pois, em casos da IBR, por exemplo, o vírus pode cau-
sar processo in�amatório no ovário e regressão do corpo lúteo, causando 
aborto. Normalmente, vacas gestantes são vacinadas com vacinas contendo 
vírus da IBR e BVD na semana da secagem, quando estão com 220 a 230 
dias de gestação. Uma única dose é administrada com o objetivo de ofere-
cer proteção fetal e enriquecer o colostro com imunoglobulinas especí�cas 
contra esses agentes.
21
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
11. Qual o impacto do estresse térmico sobre o feto? O mesmo ocorre 
em novilhas e vacas gestantes?
Vários são os impactos observados em �lhas de primíparas ou vacas que 
passaram por estresse térmico no útero no �nal da gestação:
• menor absorção de anticorpos colostrais;
• menor peso ao nascimento (em média -9%) e até 1 ano de idade; 
• comprometimento no metabolismo e função imune com menor taxa 
de sobrevivência; 
• desenvolvimento mamário e capacidade sintética de produção de leite 
comprometidos nas futuras lactações (-1,3 a -5,1 kg/dia na primeira lacta-
ção, -1,9 kg/dia na segunda lactação e -6,7 kg/dia na terceira lactação em 
animais da raça Holandês); 
• maior número de serviços por concepção; 
• apresentam alterações na capacidade de termorregulação.
12. Qual a melhor forma de avaliar se as minhas vacas secas estão 
passando por estresse térmico no período seco? Qualo mínimo de 
animais que devem ser avaliados no lote? Qual a temperatura que 
considero que elas estão em estresse térmico?
A maneira mais objetiva seria aferir a temperatura retal das vacas no 
período da tarde, entre 14 e 17 horas. O ideal é que toda vaca tenha tem-
peratura retal abaixo de 39,0°C. Caso contrário, você sabe que os animais 
estão sofrendo de estresse por calor. O bovino, como todos os mamíferos, 
utiliza de medidas de perda de calor para manter sua temperatura corpórea. 
Dentre esses mecanismos, estão a radiação, condução, convecção e perda 
evaporativa de calor. Toda vez que o animal é exposto a estresse por calor, 
ele irá utilizar desses métodos de troca de calor para evitar aumento excessi-
vo de temperatura corporal. Invariavelmente, quando o animal está sofren-
do de estresse por calor, haverá mudança de comportamento, com menos 
tempo deitado, aumento na frequência respiratória e redução na ingestão 
de alimento. A presença de animais com respiração ofegante, acelerada e 
salivação é indicativa de compensação respiratória para aumentar a taxa 
evaporativa. Isso é um mau sinal e indica que o estresse por calor está pre-
sente. O ideal é que o maior número possível de vacas no lote tenha tem-
peratura retal abaixo de 39,0°C (caso seja vaginal, então inferior a 39,1°C) 
e que nenhuma apresente os sinais de estresse por calor descritos acima.
22
Capítulo 01: Pré-parto e maternidade
13. O resfriamento do lote de pré-parto, nas salas de espera, pode se 
tornar um problema ao ter que levar os animais várias vezes até o local?
Sim. A movimentação constante dos lotes dos animais em pré-parto 
pode acabar in�uenciando na taxa de partos auxiliados. Temos de lembrar 
que a movimentação do lote completo irá fazer com que animais que es-
tejam a poucos dias ou horas de entrarem em trabalho de parto tenham 
evolução do parto alterada. Outro ponto importante é que, caso o pré-parto 
seja em Compost barn, esses animais já são movimentados algumas vezes 
ao dia durante o momento de revolver a cama. 
14. Fazer o resfriamento na linha de cocho, no lote seco e de pré-par-
to, pode ser uma alternativa para evitar a movimentação dos animais? 
Isso funcionaria no Compost barn?
Sim, métodos de resfriamento evaporativo como ventilação forçada e 
uso de aspersores são altamente efetivos em reduzir a temperatura corpó-
rea e os efeitos do estresse por calor. Ventiladores e aspersores na linha de 
alimentação podem e devem ser utilizados, tanto em sistemas de con�na-
mento tipo Freestall, assim como em Compost barn. 
15. Mais ou menos 60 dias antes da data prevista do parto, as no-
vilhas também deveriam ser resfriadas, caso estejam sujeitas a um 
possível estresse térmico?
Sim, as novilhas gestantes também devem ser resfriadas caso estejam 
submetidas ao estresse térmico.
16. Nulíparas e multíparas podem �car juntas no pré-parto? Qual o 
impacto de não separar?
O ideal é que esses dois grupos de animais sejam alojados separada-
mente por várias razões, como necessidades nutricionais, comportamento 
e competição entre eles. No entanto, quando isso não é possível de ser 
feito, o alojamento em conjunto pode ser feito desde que o ambiente não 
propicie competição entre multíparas e nulíparas. Para tal, espaço para 
descanso, acesso à linha de alimentação e acesso aos bebedouros devem 
ser de tal maneira que a taxa de lotação do grupo seja sempre aquém do 
que a máxima recomendada. Por exemplo, quando novilhas e vacas são 
alojadas juntas, é recomendado que o lote pré-parto tenha, no máximo, 85 
a 90% de sua capacidade de lotação.
23
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
17. Qual o espaço de cocho ideal por animal no pré-parto? 
Competição, a ponto de afetar o comportamento alimentar, na li-
nha de alimentação em vacas em lactação é observada toda vez que o 
acesso à linha de cocho é inferior a 60 cm lineares de acesso por vaca. 
No caso de vacas em pré-parto, é sempre recomendado trabalhar com 
mais acesso na linha de alimentação que o mínimo recomendado para 
vacas em lactação. Nesse caso, seria recomendado entre 70 e 80 cm de 
acesso por animal.
18. A utilização de sais acidogênicos no pré-parto de vacas con�na-
das é essencial?
Dietas acidogênicas durante o pré-parto não são essenciais, porém são 
bené�cas para vacas que irão iniciar a 2ª ou mais lactações. Essas dietas, 
desde que utilizadas corretamente, reduzem o risco de hipocalcemia clínica 
e subclínica, a incidência de retenção de placenta e metrite e aumentam a 
produção de leite de vacas multíparas.
19. A utilização de sais acidogênicos no pré-parto de nulíparas con�-
nadas é essencial?
Dietas acidogênicas durante o pré-parto não são essenciais e tampouco 
indicadas para nulíparas. Até que novos dados de pesquisas cientí�cas pro-
vem o contrário, o que sabemos hoje é que dietas acidogênicas fornecidas 
no pré-parto para nulíparas não trazem benefício no pós-parto.
20. A utilização de sais acidogênicos no pré-parto, em que nulíparas 
e multíparas �cam juntas, pode trazer algum malefício para as nulí-
paras?
Quando utilizadas de forma correta, as dietas acidogênicas não devem 
causar malefício às nulíparas. Isso desde que o valor de diferença cátio-a-
niônica da dieta não seja muito baixo (não seja inferior a -100 mEq/kg) e 
que o pH urinário não seja inferior a 5,8, caso contrário, é sim, possível, 
ter efeitos deletérios às nulíparas. Acidose exacerbada reduz a ingestão 
de matéria seca e reduz a resposta dos tecidos a certos hormônios como 
a insulina. Esses efeitos favorecem o catabolismo tecidual e aumento da 
lipólise.
24
Capítulo 01: Pré-parto e maternidade
21. Quais pontos importantes a serem observados em um bom local 
para pré-parto?
Um bom local para pré-parto deve ser de fácil localização, calmo e iso-
lado. Além disso, deve ser seco, limpo, sombreado e muito bem drenado. 
Deve ainda apresentar boa área de circulação para os animais, com 19 
m2 por animal. A disponibilidade e acessibilidade de cochos é algo muito 
importante.
22. Quais as dimensões de uma baia maternidade individual?
As baias de maternidade devem ter entre 16 e 19 m2.
23. As baias de maternidade devem ter todas as laterais abertas ou 
fechadas?
Os bovinos possuem o comportamento de se isolar totalmente dos ou-
tros animais no momento do parto. Sendo assim, o ideal é fazer baias fe-
chadas, em todas as laterais, com altura em torno de 1,8 m.
24. Quando o animal deve ser levado para a baia maternidade para 
parir?
Os animais só devem ser levados para a baia maternidade quando estive-
rem no estágio dois do parto. Nesse estágio, o feto já se encontra insinuado 
no canal do parto e, usualmente, as mãos do bezerro já estão sendo vistas 
para fora da vulva no animal.
25. Como deve ser o acesso à baia maternidade? O acesso voluntário 
é uma boa opção para fazendas que não tem acompanhamento em 
tempo integral?
O acesso deve ocorrer por condução de colaborador treinado e calmo. 
Nesse momento, qualquer tipo de estresse pode ser prejudicial para o par-
to. Além disso, a distância do pré-parto até a baia de parição deve ser muito 
curta, para evitar que esse animal ande por longos caminhos. O acesso 
voluntário é adotado em alguns sistemas, mas corremos o risco de muitos 
partos ocorrerem no lote de pré-parto, di�cultando assim o controle de 
biosseguridade da recém-nascida.
25
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
26. Em propriedades que não possuem vigilante noturno para parto, 
qual deve ser o manejo da baia de parição? Coloca-se o animal ante-
cipadamente na baia ou não?
Quando a fazenda não possui um acompanhamento noturno do lote 
de pré-parto, uma opção é colocar o animal que se encontra com algumas 
características visuais de proximidade do início do trabalho de parto dentro 
da baia maternidade. Porém, essa baia tem que ter cocho de água e alimen-
tação disponível. Caso o animal já esteja na fase 1, com muita contração, 
espere iniciar a fase dois, antes de colocar na baia.
27. Qual o impacto para o bezerronascer dentro do Compost barn?
Ainda não temos trabalhos cientí�cos que comprovam o impacto positi-
vo ou negativo desse ambiente sobre a saúde dos bezerros. Porém, visual-
mente, é algo preocupante, pois é um ambiente contaminado, com muita 
ventilação e com presença de muitos animais do lote. Ou seja, é um local 
com grandes riscos sanitários para o recém-nascido. Além disso, existem 
relatos de recém-nascidos que nascem e acabam morrendo sufocados por 
as�xia na cama.
28. Qual o tempo de um parto normal?
Um parto normal demora entre 60 e 70 minutos após o aparecimento 
do saco amniótico ou dos membros do bezerro.
29. Quando e como devo intervir no parto?
O auxílio deve ocorrer após 90 minutos do aparecimento do saco am-
niótico ou dos membros do bezerro. Porém, em casos que o bezerro 
não esteja na posição normal (duas mãos e cabeça para frente no canal 
vaginal), o auxílio pode ocorrer antes. A intervenção deve ocorrer por co-
laboradores treinados, usando sempre luva e lubri�cante. Todo o material 
a ser utilizado deve estar limpo e desinfectado. A recomendação é que, 
quando for tracionar um animal, que seja utilizado, no máximo, a força de 
duas pessoas adultas. Em casos de partos mais complicados, um médico-
-veterinário deve ser chamado imediatamente.
26
30. Quais cuidados devo ter imediatamente após o nascimento de 
bezerros que vieram de partos complicados?
Estimule imediatamente a respiração assim que o tórax do animal estiver 
livre da vaca. Esfregue o bezerro com uma toalha, limpe a boca e o nariz, 
retirando o resto de líquido placentário. Coloque o bezerro deitado em po-
sição esternal. Para estimular a respiração, coloque os dedos no nariz e nos 
ouvidos. Água gelada sobre as orelhas também pode ser utilizada. Nunca 
coloque o animal pendurado de cabeça para baixo.
31. Quais os valores encontrados para partos auxiliados, no Brasil, de 
acordo com composição racial?
Nos dados nacionais levantados pelo Alta CRIA em 2020, temos os 
seguintes valores de referência para nascimentos de fêmeas:
32. Quais os parâmetros normais de uma recém-nascida?
• 3 minutos: levantar a cabeça;
• 25 minutos: �car em decúbito esternal;
• 20 minutos: tentar �car de pé;
• 60 minutos: em pé;
• temperatura: 38,3 a 38,9°C;
• frequência cardíaca: 90-160 batimentos por minuto;
• frequência respiratória: 50-75 movimentos por minuto.
Capítulo 01: Pré-parto e maternidade
Composição 
racial
Tipo de nascimento
Novilhas Multíparas N
Normal Auxiliado Normal Auxiliado Nulíparas Multíparas
Holandês 90% 10% 92% 8% 7.690 7.204
7/8 
Holandês-Gir 98% 2% 97% 3% 346 556
3/4
Holandês-Gir 97% 3% 98% 2% 345 725
27
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
33. A aplicação de meloxicam em bezerros de partos complicados é 
indicada? Se sim, qual a dose?
A administração de meloxicam em bezerros oriundos de partos difíceis 
pode ser uma alternativa para aumentar o vigor, o re�exo de sucção, a 
ingestão de leite e melhorar a saúde durante a fase de aleitamento. A dose 
de meloxicam recomendada é 0,5 mg/kg (1 ml do produto a 2% para um 
bezerro de 40 kg).
34. Em casos de partos auxiliados ou prematuros, bezerros que apre-
sentam di�culdade respiratória, a aplicação de corticoide pode ajudar?
Apesar de o principal efeito dos corticoides sobre a maturação pulmo-
nar e, consequentemente, auxílio na produção de substâncias surfactantes 
serem mais evidentes em bezerros oriundos de vacas cujos partos foram 
induzidos utilizando essas drogas, é recomendado o uso de corticoides (0,05 
mg/kg de dexametasona, intramuscular ou intravenosa) em todo bezerro 
recém-nascido prematuro com di�culdade respiratória. No entanto, o efeito 
ocorre cerca de 24 horas após a sua aplicação, de forma que seu efeito será 
bené�co caso o bezerro sobreviva.
35. Como agir em situações nas quais os bezerros nascem prematuros 
e/ou apresentam febre nos primeiros dias de idade?
Atente-se para a ocorrência de sepse. Bezerros prematuros, usualmen-
te, apresentam menor capacidade de absorção do colostro e, consequen-
temente, maior falha de transferência de imunidade passiva e, portanto, 
infecções generalizadas podem levar a esse quadro. Em adição à febre, 
você, possivelmente, vai observar mucosas congestas, apatia/depressão, 
fraqueza, falta de apetite. Nesses casos, a hidratação intravenosa, associada 
ao uso de antimicrobianos, como Ceftiofur (5 mg/kg) por, no mínimo, sete 
dias, além do uso de anti-in�amatórios não esteroidais como o Flunixin me-
glumine (1 a 2 mg/kg) ou Meloxicam (0,5 mg/kg) por até três dias.
36. Como de�nir os natimortos e quais os percentuais considerados 
dentro do normal?
Natimortos compreendem as mortes que ocorrem com mais de 260 dias 
de gestação e até 48 horas após o nascimento. Alguns autores consideram 
até 24 horas após o nascimento. Os percentuais americanos mostram taxas 
de 5 a 6 % em �lhos de vacas e de 10 a 12% em �lhos de novilhas.
28
Capítulo 01: Pré-parto e maternidade
37. O que pode aumentar a taxa de natimortos?
Alguns fatores que podem aumentar a taxa de natimorto são:
• di�culdade de parto;
• doenças: neosporose, leptospirose, brucelose etc.;
• nulíparas parindo com menos de 24 meses;
• gestação gemelar;
• duração anormal de gestação;
• genética;
• nutrição mineral desbalanceada (iodo, selênio, zinco e cobre).
38. Quanto tempo o bezerro deve �car com a mãe na maternidade 
após o nascimento?
O bezerro tem que ser retirado da maternidade o mais rápido possível, 
de preferência antes de �car de pé, ou seja, no máximo, 20 a 30 minutos 
após o nascimento.
39. Após o nascimento, o ideal é deixar a bezerro com a mãe para ele 
ser seco? Se não, quais alternativas eu tenho?
Vai depender do manejo de cada fazenda. Se a fazenda não possui con-
dições de realizar esse manejo de forma arti�cial, é melhor deixar o mesmo 
com a mãe. As alternativas existentes são: 
• colocar o bezerro em uma “caixinha de carinho” na frente da mãe na 
hora da ordenha do colostro ou fora da maternidade; 
• usar pó secante; 
• usar toalhas limpas e secas; 
• usar secadores industriais.
40. Quais fatores devem ser considerados e trabalhados para diminuir 
partos gemelares?
Partos gemelares ocorrem em decorrência de dupla ovulação e, conse-
quentemente, prenhez gemelar. Fatores de risco para dupla ovulação in-
cluem:
• estresse por calor;
• inseminação logo após a 1ª ovulação pós-parto;
• protocolos de sincronização de cio ou ovulação que resultam em baixa 
concentração do hormônio progesterona durante o crescimento folicular;
• alta produção de leite;
29
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
• componente genético, animais com capacidade de selecionar mais de 
1 folículo dominante para ovulação.
De maneira geral, bovinos selecionam um único folículo para ovulação. 
No entanto, quando o processo de seleção folicular é alterado devido à 
capacidade de dominância do folículo, como no caso de danos às células fo-
liculares causados por hipertermia, ou então quando o crescimento folicular 
ocorre sob baixa concentração de progesterona no sangue, a vaca acaba 
selecionando mais de um folículo dominante. Nesse caso, ocorrerão múlti-
plas ovulações. Além desses fatores, vacas com alta produção de leite apre-
sentam menor concentração de progesterona no sangue, o que favorece a 
ocorrência de ovulações duplas. Por último, múltipla ovulação tem um com-
ponente genético e, provavelmente, há animais que apresentarão múltiplas 
ovulações por portarem genes que favorecem sua ocorrência. Portanto, 
para reduzir o risco de partos gemelares, é importante combater o estresse 
por calor, evitar inseminar vacas muito cedo no período pós-parto logo 
após períodos anovulatórios e evitar o uso de protocolos de sincronização 
de cio ou ovulação que resultam em baixa concentração de progesterona 
durante a seleção e desenvolvimento do folículo ovulatório.
41. Em partos gemelares, quando considero que a fêmea é infértil?
Quando ela vem de um parto gemelar, com um macho, ela tem 80 a 
95% de chance de ser freemartin.Acredita-se que também pode ocor-
rer freemartinismo, em baixíssima frequência, quando nasce de um parto 
simples, de uma gestação que iniciou gemelar, com a morte do macho 
no início da gestação. As freemartin apresentam masculinização do trato 
reprodutivo feminino em diferentes graus, o que interfere na fertilidade. 
Considerá-la infértil vai depender dos achados clínicos. A con�rmação de 
que é freemartin pode ser feita pela avaliação do comprimento vaginal. Em 
bezerras normais, com 1 mês de idade, a vagina mede de 13 a 15 cm, nas 
freemartin, cinco a oito cm de comprimento. Na fêmea adulta normal de 
30 cm e na freemartin adulta, oito a 10 cm. Na palpação do trato reprodu-
tivo, é observado trato quase normal a quase inteiramente masculino, com 
estruturas semelhantes a testículos no lugar de ovários, em alguns casos 
com ausência de cérvix. O aumento da distância ânus-vulva, clitóris alarga-
do e presença de pelos longos e grosseiros na vulva, semelhantes aos vistos 
em torno do prepúcio também podem ser indicativos de freemartinismo, 
mesmo que fracos. 
30
42. Como aquecer os recém-nascidos em dias frios?
O ideal é colocá-los em local com boa cama, com, no mínimo, 20 cm, 
e disponibilizar aquecimento arti�cial. Usar lâmpadas de calor que emitem 
energia radiante do espectro de luz visível e radiação infravermelha. Não 
usar lâmpada por iluminação �uorescente ou diodos emissores de luz do 
tipo LED. Monte lâmpadas de calor de forma que a lente �que cerca de 
1 metro da parte superior do bezerro que está deitado. Embora distâncias 
mais próximas sejam mais e�cazes no aquecimento, distâncias de 30 cm 
ou menos produzem temperaturas que podem queimar a pele ou incendiar 
a cama. Distâncias mais próximas também não protegem a lâmpada e o 
contato com o bezerro em pé. Já as distâncias do bezerro da lâmpada, em 
1,2 m, fazem pouco para aquecer o bezerro, porque a energia fornecida 
pela lâmpada torna-se mais espalhada. Embora a lâmpada de 250 watts 
seja mais quente, lâmpadas de 125 watts em bezerros normais e saudáveis 
trazem bons resultados. Uma vez que a radiação é convertida em calor pela 
pele e pelo do bezerro, não há vantagem em usar lâmpadas infravermelhas 
vermelhas que tendem a produzir calor perto da lâmpada. Lâmpadas com 
lentes coloridas, lâmpadas com lentes grossas e lâmpadas com menor po-
tência são menos e�cazes. Uma outra opção é utilizar jaquetas de aqueci-
mento, especí�cas para bezerros.
Capítulo 01: Pré-parto e maternidade
31
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
Capítulo 02
COLOSTRAGEM
32
Capítulo 02: Colostragem
Carla Maris Machado Bittar - Universidade de São Paulo
Sandra Gesteira Coelho - Universidade Federal de Minas Gerais
Rafael Alves de Azevedo - Alta
33
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
1. Quando que o colostro começa a ser produzido pelas vacas?
O colostro começa a ser produzido em torno de quatro semanas anterio-
res ao parto, com maior passagem de imunoglobulinas do tipo G (IgG) para 
a glândula mamária nas três semanas pré-parto.
2. Quais pontos avaliar no lote pré-parto, quando os animais estão 
produzindo pouca quantidade de colostro?
Infelizmente, não há muitos dados disponíveis para se entender exa-
tamente por que as fazendas passam por períodos de baixa produção de 
colostro. Porém, devemos avaliar:
• dieta: certi�car que estamos atendendo todas as exigências nutricionais 
dessa categoria com boas fontes de nutrientes (energia, proteína, minerais, 
vitaminas e água); 
• espaço de cocho: garantir que todos os animais consigam se alimentar 
(80 a 90 cm por animal);
• conforto: camas confortáveis, secas e limpas, sombra, aspersores e 
ventiladores; 
• sanidade dos animais: livre de doenças e intercorrências como proble-
mas de casco, mastite etc.;
• escore de condição corporal: entre 3,0 e 3,5;
• duração do período seco: não deve ser menor do que 30 dias e nem 
maior do que 60 dias;
• tempo entre parto e a primeira ordenha: deve ser inferior a duas horas.
3. Qual o melhor tipo de colostro a ser fornecido aos bezerros recém-
-nascidos?
• Colostro obtido com higiene, ou seja, baixa contagem bacteriana total;
• qualidade imunológica de, no mínimo, 25% de Brix;
• livre de qualquer tipo de doença que possa ser transmitida da mãe para 
a �lha;
• livre de sangue ou grumos característicos de mastite.
34
Capítulo 02: Colostragem
4. Qual a quantidade (litros) ideal de colostro deve ser fornecida 
para os bezerros?
• Primeiro fornecimento: no mínimo, 10% do peso corporal do be-
zerro nas primeiras duas horas de vida, obrigatoriamente. Exemplo: se o 
bezerro nascer com 40 kg, ele deverá receber, no mínimo, 4 I de colostro 
nas primeiras duas horas de vida;
• segundo fornecimento: 5% do peso corporal nas primeiras oito horas 
de vida, sem precisar forçar a administração.
5. Qual o limite de contagem bacteriana total no colostro fornecido 
para os bezerros?
Uma medida secundária, mas não menos importante, da qualidade do 
colostro, é a carga bacteriana, medida em unidades formadoras de colô-
nia (UFC) por ml. Adotando os padrões de contaminação bacteriana do 
colostro, ele deve conter menos do que 50.000 UFC/ml para contagem 
padrão em placa e menos do que 5.000 UFC/ml para contagem total de 
coliformes fecais no momento da colostragem. 
6. Quais as principais doenças que a vaca pode transmitir para o 
recém-nascido, via colostro?
O colostro pode transmitir:
• Mycoplasma spp.;
• Mycobacterium avium subsp. Paratuberculosi; 
• Escherichia coli;
• Salmonella spp.;
• Listeria monocytogenes; 
• Campylobacter spp.;
• Vírus da Leucose. 
7. Além da qualidade, da quantidade e do tempo de fornecimento do 
colostro após o nascimento, o que mais pode in�uenciar a colostra-
gem dos bezerros?
A e�ciência da colostragem é determinada basicamente pela quanti-
dade, qualidade imunológica e sanitária do colostro, além do tempo após 
o nascimento para o seu fornecimento. Porém, trabalhos também de-
35
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
monstram que existem fatores dos recém-nascidos que podem in�uenciar 
essa e�ciência, como o tipo de parto que gerou o bezerro, sendo que 
partos complicados reduzem a e�ciência de absorção de anticorpos pelo 
animal. Outros fatores que podem in�uenciar de forma negativa são, por 
exemplo, o estresse térmico da vaca no período de pré-parto, estresse do 
bezerro, pasteurização incorreta do colostro e a temperatura incorreta de 
descongelamento.
8. Além de transferência de imunidade passiva, quais outras funções 
�siológicas e outros benefícios o colostro pode fornecer para os re-
cém-nascidos?
O colostro é a primeira fonte de nutrientes que os bezerros recebem 
após o nascimento e possui vários componentes importantes para eles, 
além da transferência de imunidade, como, por exemplo:
• proteínas: além de nutrir, serão importantes para renovação do epi-
télio intestinal;
• gordura: irá fornecer energia para as funções vitais e para o aqueci-
mento do animal;
• oligossacarídeos: podem fornecer proteção contra agentes patogê-
nicos, atuando como inibidores competitivos nas superfícies epiteliais do 
intestino;
• minerais e vitaminas: importantes para estocagem e uso pelo corpo;
• insulina, fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1), fatores 
de crescimento, citocinas e fatores antimicrobianos inespecí�cos: neces-
sários para renovação celular e desenvolvimento de vários órgãos e para 
retenção de energia no corpo. O IGF-1 pode ser regulador chave no 
desenvolvimento do trato gastrointestinal de neonatos, incluindo estimu-
lação ao crescimento da mucosa, enzimas da borda em escova e síntese 
de DNA intestinal, aumento do tamanho das vilosidades intestinais e au-
mento na captação de glicose. O inibidor da tripsina é encontrado no co-
lostro em concentrações quase 100 vezes maior que no leite e serve para 
proteger as imunoglobulinas e outras proteínas da degradação proteolítica 
no intestino; 
• componentes bioativos como a lactoferrina, lisozima e a lactoperoxi-
dase:apresentam atividade antimicrobiana.
36
9. A falta de volume de colostro ou a falta de qualidade pode ser ame-
nizada com algum manejo ou protocolo?
Não existe manejo que consegue substituir o papel do colostro para os 
recém-nascidos. A fazenda tem que estar preparada para esses casos, com 
armazenamento de colostro excedente de alta qualidade (banco de colostro) 
ou substituto de colostro (colostro em pó) para serem usados estrategica-
mente, quando necessário. 
10. Existe diferença entre raças na habilidade de absorção de imuno-
globulinas e de produção de colostro?
Não, desde que estejamos falando de animais com o mesmo vigor e pro-
venientes de partos não auxiliados. A �siologia dos animais de diferentes ra-
ças leiteiras é muito parecida e o que deve afetar a absorção de forma mais 
efetiva é o tempo para o fornecimento. Assim, animais das diversas raças 
leiteiras devem ser colostrados da mesma forma, com colostro em quanti-
dade e qualidade imunológica e sanitária adequadas, o mais rápido possível.
11. Qualidade do colostro de novilhas, em termos gerais, é inferior ao 
de vacas. Mito ou verdade?
Verdade. De forma geral, novilhas apresentam colostro com menor 
quantidade e variedade de anticorpos, uma vez que foram expostas a menor 
quantidade de patógenos durante a sua vida. Alguns autores citam ainda 
que o mecanismo de transferência de imunoglobulinas circulantes para o 
colostro pode ser menos desenvolvido em animais mais jovens ou de pri-
meira cria. No entanto, quando se tem um programa adequado de vacina-
ção no pré-parto, com aplicação estratégica de vacinas contra os principais 
patógenos que acometem os bezerros, essa diferença diminui e o colostro 
de vacas e novilhas acaba sendo bem semelhante. Antes de tirar qualquer 
conclusão, avalie a qualidade do colostro através de refratômetro de Brix.
12. Qual o papel da imunidade celular nos recém-nascidos?
O colostro bovino contém 1 x 106 células/ml de leucócitos maternos ati-
vos, incluindo macrófagos, linfócitos T e B e neutró�los. Pelo menos parte 
dos leucócitos colostrais é absorvida intacta pelo epitélio intestinal. Após a 
entrada na circulação neonatal, os leucócitos maternos vão para os tecidos 
linfoides e não linfoides, desaparecendo da circulação entre 24 e 36 horas 
após a ingestão do colostro. Pesquisas sugerem que os leucócitos aumen-
Capítulo 02: Colostragem
37
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
tam a resposta linfocitária a agentes mitogênicos inespecí�cos, aumentam a 
fagocitose e a capacidade de matar bactérias e estimulam respostas imunes 
humorais (formação de anticorpos).
13. No refratômetro do tipo Brix, qual o valor ideal para certi�carmos 
boa colostragem? 
Para avaliação com refratômetro do tipo Brix, a tabela de avaliação do 
colostro é:
14. Colostro de vaca Jersey possui ponto de corte Brix diferente do 
de vacas Holandês?
Até 2019, os trabalhos indicavam que para a raça Jersey, colostro com 
valores de Brix maior ou igual a 18% era considerado de boa qualidade. 
No entanto, atualmente, independente da raça, devemos considerar como 
colostro de excelente qualidade aqueles com valores maiores ou iguais a 
25% de Brix. 
15. Em caso de partos noturnos e sem observação, o fornecimento de 
colostro fresco com maior percentual de Brix, enriquecido com colos-
tro em pó, e na quantidade de 10% do peso corporal ao nascimento 
para animais com 10 horas de vida seria su�ciente?
O ideal seria esse animal receber o colostro o mais rápido possível após 
o nascimento, pois, além do fornecimento de anticorpos para proteção do 
recém-nascido, o colostro irá fornecer vários outros nutrientes, como a gor-
dura, que será importante para a regulação térmica e nutrição do animal. 
Um grande problema dos partos noturnos é a permanência do bezerro com 
a mãe, uma vez que as maternidades são muito contaminadas. Outra fonte 
de contaminação é o bezerro tentar mamar na própria mãe. O mais reco-
mendado é retirar o recém-nascido da maternidade o mais rápido possível 
Brix (%) Qualidade
< 18% Baixa qualidade
18-22% Média qualidade
22-24% Boa qualidade
≥ 25% Excelente qualidade
38
e fornecer colostro com excelente qualidade (Brix ≥ 25%), tentando, assim, 
compensar o tempo após o nascimento com o fornecimento de maior dose 
de anticorpos, garantindo a transferência de imunidade. Por questão de 
logística, para partos que ocorrem à noite, uma opção é utilizar substitutos 
de colostro (colostro em pó) ou banco de colostro para a primeira mamada. 
E, no dia seguinte, ordenhar a vaca e complementar o restante de colostro 
dentro das seis às 12 horas de vida.
16. O enriquecimento do colostro fresco com o colostro em pó, para 
maiores valores de Brix, permite a redução na quantidade de volume 
recomendada no fornecimento (10% do peso corporal ao nascimento)?
O mínimo que um recém-nascido necessita de IgG são 100 g e reco-
mendações mais atuais já indicam de 200 a 300 g de IgG, o mais rápido 
possível, após o nascimento. Considerando 1 l de colostro com Brix de 
22%, temos 50 g por l de IgG, de forma que o fornecimento de 4 l desse 
colostro fornece 200 g de IgG para o recém-nascido. Quando concentra-
mos o colostro, adicionando-se colostro em pó, conseguimos fornecer, em 
1 l de colostro, maior quantidade de IgG, o que nos permite trabalhar com 
volume menor, quando necessário. Este é o caso, por exemplo, de animais 
com baixo vigor e menor re�exo de mamada, normalmente, aqueles prove-
nientes de partos auxiliados. Nesses casos, �ca mais fácil fornecer a dose de 
imunoglobulinas adequada em menor volume, seja por mamada voluntária 
ou pela utilização de sonda. É importante lembrar que, quanto mais colostro 
o recém-nascido receber, melhor será para ele.
17. Existe vantagem de padronizar o colostro a 30% de Brix, acres-
centando-se colostro em pó?
O enriquecimento do colostro fresco com a utilização de colostro em 
pó é uma opção para padronização da qualidade imunológica e nutricional 
na colostragem dos recém-nascidos. Para aumentar 1 ponto percentual no 
valor percentual de Brix do colostro, deve-se adicionar 15 gramas de colos-
tro em pó (SCCL®) para cada 1 litro de colostro fresco. A escolha do valor 
Brix adotado pela fazenda irá depender dos desa�os sanitários enfrentados 
pelos recém-nascidos, com valor mínimo recomendado de 25% de Brix. 
Porém, quanto maior o teor Brix do colostro, mais anticorpos e nutrientes 
serão fornecidos.
Capítulo 02: Colostragem
39
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
18. Realizo manejo de enriquecimento do colostro fresco, com adição 
de colostro em pó, para 24% Brix. Para bezerros nascidos à noite ou 
de madrugada e que só serão colostrados no outro dia de manhã, o 
aumento da correção para 30% Brix cobre, em parte, a menor absor-
ção de IgG pelos bezerros?
O fornecimento de colostro com maior quantidade de anticorpos será 
uma tentativa de compensar as falhas de colostragem devido aos partos 
noturnos. No entanto, não há ainda pesquisas que comprovam que irá re-
sultar na absorção de mais anticorpos, diminuindo as chances de falhas na 
transferência de imunidade passiva. Porém, o fornecimento desse colostro 
com mais anticorpos irá proteger melhor o trato digestivo dos animais. 
19. O fornecimento de apenas 1 pacote de colostro em pó garante 
boa colostragem quando fornecido em até duas horas de vida?
O fornecimento de 1 pacote de colostro em pó (SCCL®), com 100 g de 
imunoglobulinas, irá fornecer o mínimo de que um bezerro recém-nascido 
necessita para correta colostragem. Quando o produto é utilizado, seguindo 
as recomendações de rótulo e é fornecido o mais rápido possível, ele irá ga-
rantir adequada transferência de imunidade passiva. No entanto, as novas 
recomendações de colostragem apontam para maior consumo de imuno-
globulinas como estratégia para diminuir a taxa de morbidade do bezerrei-
ro, de forma que 1,5 a dois pacotes de colostro em pó seriam necessários.
20. Qual a diferença entre os substitutos e os suplementos de colostro?
Suplementose substitutos de colostro são produtos com composição 
diferente e, por isso, têm recomendação de uso também diferente. 
• Os suplementos têm, em sua composição, menos que 100 g de imuno-
globulinas e não trazem consigo todos os nutrientes presentes no colostro 
materno. Assim, sua recomendação de uso é de fornecimento em conjunto 
com colostro materno de média ou baixa qualidade, de forma a garantir a 
dose mínima de IgG consumido pelo recém-nascido. Dessa forma, o suple-
mento de colostro funciona somente corrigindo a concentração de IgG no 
colostro materno, o qual deve estar disponível na propriedade; 
• os substitutos, além de fornecer, no mínimo, 100 g de IgG por dose, 
têm, em sua composição, todos os nutrientes e fatores de crescimento pre-
sentes no colostro materno, possibilitando, assim, o seu fornecimento ex-
clusivo ou no auxílio para enriquecimento do colostro de baixa qualidade.
40
21. Qual é a temperatura ideal para descongelamento do colostro? 
O colostro deve ser descongelado lentamente à temperatura de, no má-
ximo, 55°C. Temperaturas superiores podem desnaturar proteínas, como 
as imunoglobulinas, fazendo com que percam sua função biológica.
22. Qual é a temperatura ideal, após o descongelamento do colostro, 
de fornecimento para os bezerros? 
O ideal é fornecer o colostro na temperatura próxima à temperatura 
corporal do animal, por volta de 38 a 39°C. 
23. Existe tempo de duração para o colostro permanecer congelado?
Desde que o freezer não sofra ciclos de congelamento e descongelamen-
to, o colostro pode �car armazenado por até 1 ano.
24. Qual a melhor estratégia para trabalhar com colostro refrigerado? 
A melhor estratégia é avaliar a real necessidade de fornecimento nas pró-
ximas horas para que se tome a decisão entre refrigerar em vez de congelar. 
Caso seja uma época com vários nascimentos, refrigerar pode ser uma boa 
opção, pois logo esse será fornecido ao recém-nascido. A vantagem é que 
pode ser preparado mais rapidamente para o fornecimento, já que não está 
congelado, o que bene�cia o processo, pois o bezerro vai receber o colostro 
mais rapidamente, quando a sua e�ciência de absorção é maior.
25. Quanto tempo um colostro fresco pode ser guardado na geladei-
ra, de forma refrigerada, antes de ser fornecido aos bezerros? 
A conservação de colostro excedente de boa qualidade pode ser feita em 
geladeira por até, aproximadamente, dois dias, sem que haja redução na 
sua qualidade. No entanto, essa conservação depende fortemente da qua-
lidade microbiológica inicial do colostro, a qual é determinada pela saúde 
da vaca, limpeza de equipamentos de ordenha, limpeza de baldes ou con-
têineres para armazenamento do colostro e limpeza da geladeira, além do 
tempo entre sua obtenção e a refrigeração. 
Capítulo 02: Colostragem
41
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
26. Colostro que sobra do primeiro fornecimento posso colocar na 
geladeira para segunda mamada, que será realizada após umas três 
horas? 
Caso o animal não tenha consumido todo o volume necessário para 
adequada transferência de imunidade passiva (10% do peso corporal ao 
nascimento) na primeira mamada, o recomendando é que um colabora-
dor, devidamente treinado, faça o fornecimento forçado através da sonda.
27. Por que o processo de pasteurização do colostro não gera perda 
dos anticorpos? Como ocorre esse processo?
As imunoglobulinas só são desnaturadas se a temperatura de pasteu-
rização exceder 61°C, o que não ocorre se seguirmos rigorosamente a 
temperatura recomendada para pasteurização que é de 60°C por 30 ou 
60 minutos. Dessa forma, nessa temperatura, muitas bactérias e vírus são 
inativados, mas as imunoglobulinas não.
28. É indicado pasteurizar o colostro da fazenda? Se sim, qual a 
temperatura e o tempo mais indicados?
Sim, se a fazenda está dentro de um plano para eliminar, por exemplo, 
Mycoplasma sp. do rebanho. A pasteurização deve ocorrer a 60°C por 
30 ou 60 minutos.
29. Qual a melhor maneira de administrar o colostro para os recém-
-nascidos? Sonda ou mamadeira?
O fornecimento através de mamadeira é preferível, pois faz com que 
o colostro alcance o intestino, local onde ocorrerá a absorção de anticor-
pos, mais rapidamente. Além disso, o ato de mamar auxilia no início de 
outros processos �siológicos do recém-nascido. No entanto, nem todos os 
bezerros apresentam re�exo de mamada ao nascimento e, como o forne-
cimento de colostro deve ser feito o mais rápido possível, o uso da sonda 
acaba sendo necessário.
42
30. Como são absorvidas as imunoglobulinas e como o estresse caló-
rico sofrido pela mãe interfere nessa absorção?
As células do intestino do recém-nascido (enterócitos neonatais) permi-
tem a passagem de grandes moléculas, como as imunoglobulinas, de for-
ma intacta e não seletiva. Em seguida, as moléculas de imunoglobulinas 
são transportadas pela célula e liberadas nos vasos linfáticos por exocitose, 
entrando no sistema circulatório pelo duto torácico. Ainda não é possível 
explicar os mecanismos que levam à interferência na absorção de imuno-
globulinas em bezerros que passaram por estresse térmico uterino. Pesqui-
sadores hipotetizam que talvez a interferência seja devido à menor capaci-
dade de absorção desses animais e/ou em decorrência de menor superfície 
de contato do intestino, uma vez que os animais nascem mais leves.
31. Estamos tendo di�culdade para coletar o sangue dos bezerros 
para fazermos a avaliação da e�ciência de colostragem. Que lugar no 
animal é mais fácil para realizarmos essa coleta? 
Na veia jugular. Veri�que se a di�culdade não está associada ao fato de 
os animais estarem desidratados no momento da coleta. O uso de tubos 
próprios para a coleta de sangue, em vez de seringas, também pode fa-
cilitar.
32. Qual a melhor ferramenta a campo para avaliar a e�ciência de 
colostragem dos bezerros?
A e�ciência de colostragem pode ser feita de maneira bem simples e 
com baixo custo através da leitura do soro do bezerro em refratômetro do 
tipo Brix. O sangue deve ser coletado entre 1 e sete dias de vida do bezerro 
e a leitura realizada após o sangue dessorar.
33. O refratômetro de proteína sérica é melhor do que o de Brix para 
avaliar a e�ciência de colostragem dos bezerros?
Os dois refratômetros estão validados para essa função e podem ser 
utilizados de acordo com a conveniência da fazenda. No entanto, é impor-
tante �car atento tanto às diferenças na calibração, quanto ao valor alvo a 
ser obtido para considerar a transferência de imunidade passiva como boa 
ou excelente. 
Capítulo 02: Colostragem
43
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
34. A avaliação da e�ciência da colostragem no refratômetro óptico 
de tipo Brix é a mesma do refratômetro digital de tipo Brix?
Sim, os equipamentos medem, essencialmente, a mesma coisa. No en-
tanto, em muitas ocasiões, a leitura exata no refratômetro óptico é mais di-
fícil e, nesse caso, temos vantagens com a utilização do refratômetro digital, 
pois o valor é exibido na tela, facilitando a leitura. 
35. Quantos dias, após o nascimento, devemos coletar o sangue para 
avaliarmos a colostragem dos bezerros? 
O sangue pode ser coletado entre 24 e 48 horas após o fornecimento 
do colostro, e até sete dias de vida. Este é um tempo hábil para se realizar a 
coleta de sangue para avaliação da e�ciência de colostragem. É importante 
que a fazenda coloque essa prática na rotina.
36. Quais as recomendações atuais de avaliação da e�ciência de co-
lostragem?
Para avaliação da e�ciência de colostragem, devemos seguir a seguinte 
tabela:
37. Quando utilizamos somente colostro em pó, observamos proteína 
sérica com valores menores. Por que isso ocorre? 
Isso ocorre devido a diferenças na composição do colostro em pó e do 
colostro fresco. A concentração de proteína sérica depende da quantidade 
de colostro ingerida e ingestão das outras proteínas presentes no colos-
tro, além das imunoglobulinas. Além disso, refratômetros de avaliação de 
proteína sérica ou de Brix possuempequena correlação para avaliação da 
e�ciência de colostragem de bezerros que receberam somente substituto de 
colostro, não sendo ferramentas indicadas para avaliação nesses animais. 
Deverão ser avaliados, no mínimo, 20% dos animais.
Categoria Proteína sérica(g/dL)
Brix sérico
(%)
Percentual de bezerros 
em cada categoria
Excelente ≥ 6,2 ≥ 9,4 > 40%
Boa 5,8 a 6,1 8,9 a 9,3 ~ 30%
Aceitável 5,1 a 5,7 8,1 a 8,8 ~ 20%
Ruim < 5,1 < 8,1 < 10%
44
38. Sabemos que, quando fornecemos o colostro em pó para os be-
zerros, o resultado no refratômetro �ca comprometido. Existe outra 
forma de averiguarmos o sucesso da colostragem com o uso do co-
lostro em pó?
Atualmente, sabemos que o uso do refratômetro de proteína total sérica 
não é acurado para determinar a falha ou o sucesso na transferência de 
imunidade passiva quando usamos colostro em pó. Ainda não temos cer-
teza se o refratômetro Brix tem melhor acurácia. Até o momento, o único 
teste com acurácia é a imunodifusão radial; no entanto, esse teste é realiza-
do mais, comumente, em laboratório, principalmente, pelo custo dos kits, 
o que di�culta a avaliação a campo. 
39. Se, após o exame de sangue, o diagnóstico foi de falha na trans-
ferência de imunidade passiva, o que pode ser feito para diminuir os 
efeitos de má colostragem?
Infelizmente, esse diagnóstico é feito após o período de absorção de 
anticorpos pelo recém-nascido, de forma que não é possível corrigir a 
falha para esse animal, a não ser melhorando sua alimentação e redu-
zindo toda e qualquer fonte de estresse ambiental, sanitário e alimentar. 
Se a avaliação for realizada com 24 horas após o nascimento, agir da 
seguinte forma:
• fornecer leite de transição;
• realizar, da melhor forma possível, a cura do umbigo;
• manter o animal em ambiente limpo e seco, com cama de palha ou 
feno, nos momentos de baixas temperaturas;
• alimentar o animal com, pelo menos, 6 l de leite; 
• observar o animal, frequentemente, para diagnóstico e tratamento 
de qualquer enfermidade o mais rápido possível. 
Por outro lado, o diagnóstico de falha na transferência de imunidade 
passiva auxilia na melhoria dos protocolos de colostragem. Os problemas 
podem estar associados, desde o volume inadequado de fornecimento 
até o descongelamento em temperaturas muito altas. Um exemplo co-
mum é uma sequência de seis dias de nascimento com todos os animais 
sem falha de transferência de imunidade passiva e um dia com todos os 
bezerros com baixos valores de proteína ou brix sérico, sugerindo que 
o folguista possa estar com problemas na realização da colostragem e 
deverá ser treinado.
Capítulo 02: Colostragem
45
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Alta
CRIA
Capítulo 03
CURA DE UMBIGO
46
José Azael Zambrano - Rehagro
Polyana Pizzi Rotta - Universidade Federal de Viçosa 
Rafael Alves de Azevedo - Alta
Rodrigo Melo Meneses - Universidade Federal de Minas Gerais
Sandra Gesteira Coelho - Universidade Federal de Minas Gerais
Capítulo 03: Cura de umbigo
47
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
1. Qual o melhor recipiente para realizar a cura do coto umbilical?
O mais recomendado é a utilização de aplicador dipping, sem retorno.
2. Quantas vezes se deve realizar a cura do cordão umbilical do re-
cém-nascido?
Esse manejo deve ser colocado na rotina da fazenda, devendo ser rea-
lizado pelo menos duas vezes ao dia, até o momento de secagem e queda 
do cordão umbilical.
3. Qual a diluição recomendada da tintura de iodo para a correta cura 
do cordão umbilical?
Mesmo que não seja encontrada no mercado, a recomendação é que 
seja feita diluição da tintura de iodo a 7%. Concentrações acima dessas 
podem provocar queimaduras na pele do animal e do tratador, em casos de 
acidentes. De qualquer modo, recomenda-se o uso de luvas para a realiza-
ção da prática.
4. Qual a fórmula para se passar para o laboratório para ser pro-
duzido a tintura de iodo a 7%, para a cura do cordão umbilical dos 
recém-nascidos?
Item Quantidade
Iodo metálico 52,5 g
Iodeto de potássio 17,5 g
Água destilada 70 ml
Álcool a 96% Quantidade su�ciente para completar até chegar 1 l de solução total
48
Capítulo 03: Cura de umbigo
5. Como avaliar a qualidade do iodo usado para a cura do cordão um-
bilical?
Trabalhos cientí�cos mostram métodos de se comparar a qualidade de 
produtos para cura do cordão umbilical; porém, na maioria das vezes, são 
métodos utilizados em pesquisa e que não são facilmente aplicáveis em rotina 
de fazenda. Como, por exemplo, temos a medição do diâmetro do cordão 
umbilical, número de imersões necessárias, tempo até a cura completa do 
umbigo, quantidade de imersões até secar, entre outros. Além disso, a base 
para os produtos, na maioria das vezes, é o iodo, o qual, de acordo com a 
RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA – RDC N°107, DE 5 DE SE-
TEMBRO DE 2016 da ANVISA, encaixa-se na LISTA DE MEDICAMENTOS 
DE BAIXO RISCO SUJEITOS À NOTIFICAÇÃO SIMPLIFICADA, fato que 
isenta as empresas fabricantes de registrarem o produto, fazendo com que 
tal produto não passe por �scalização. Isso abre várias brechas para o surgi-
mento de soluções de baixa qualidade para a cura do cordão umbilical. Sendo 
assim, a identi�cação de melhores alternativas �ca di�cultada. Vale ressaltar 
que produtos mais baratos e de empresas não con�áveis, em certos casos, 
devem ser evitados, visto que a e�cácia dos mesmos não é comprovada.
6. Quais fatores podem inativar a e�ciência da tintura de iodo enquanto 
armazenada?
Apesar de não haver estudos cientí�cos avaliando os fatores que inter-
ferem na e�ciência da tintura de iodo, experiências práticas indicam que a 
exposição ao sol e o contato com a matéria orgânica diminuem a qualidade 
da tintura de iodo, necessitando de um tempo maior de cura e, muitas vezes, 
o produto não é e�caz. Dessa forma, recomenda-se o armazenamento do 
produto em local onde não haja incidência solar e uso de copo sem retorno 
para que, ao entrar em contato com o cordão umbilical, a matéria orgânica 
contida nele não contamine o produto como um todo.
7. Existe algum produto comprovado que possa substituir a tintura de 
iodo para a cura do cordão umbilical?
Alguns trabalhos demonstram que a nisina seca, clorexidina (0,5% a 3%), 
cloro e o citrato trissódico podem ser alternativas e�cazes para substituição 
do iodo na cura do cordão umbilical de bezerros. Porém, alguns desses pro-
dutos não se encontram no mercado brasileiro, di�cultando o acesso aos pro-
dutores. Por outro lado, outros produtos estão disponíveis, mas os seus custos 
acabam não sendo vantajosos quando comparamos com a tintura de iodo. 
49
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
8. Quais são os indicadores de referência para avaliar se o processo 
de cura do cordão umbilical está adequado? 
A palpação do umbigo externo, interno e as suas estruturas internas 
(veia, artérias e úraco) é uma forma de avaliação. Para isso, devemos esta-
belecer avaliação prática de escore nas fazendas, da seguinte forma: 
9. Quantos dias, após o nascimento, devo fazer a avaliação do es-
core umbilical?
O ideal é realizar a avaliação do umbigo na segunda semana de vida do 
bezerro como rotina, podendo ser de�nido um dia �xo na semana para 
essa avaliação. Se o objetivo é realizar diagnóstico na fazenda (esporádi-
co), o ideal é avaliar animais com mais de duas semanas de vida até 30 
dias de vida. Quanto mais velho for o animal, mais difícil será a avaliação, 
pois o abdômen do animal �ca mais tenso e di�culta a correta palpação. 
10. Quais estruturas devem ser palpadas na avaliação do umbigo e 
o que esperar de um bezerro com o cordão umbilical bem curado? 
• Umbigo externo: deve estar seco, sem secreção e sem dor à palpa-
ção;
• umbigo interno, úraco e veia umbilical: ausência de dor à palpação. 
Quando manipulado, não deve �uir secreção pelo orifício do umbigo ex-
terno;
• artéria umbilical: na maioria das vezes, não é palpável. Quando é 
possível a palpação, é muito provável que o animal apresente alguma 
alteração(in�amação e/ou infecção). 
Escore Descrição
0 Umbigo normal (ausência de dor à palpação, sem secreção purulenta)
1 Umbigo in�amado (presença de dor à palpação, secreção purulenta)
2 Umbigo muito in�amado (presença de dor à palpação, secreção purulenta e miíases)
3 Hérnia (importante descrever o tamanho)
50
Capítulo 03: Cura de umbigo
11. Quando intervir nos casos de alguma sequela de infecção umbilical?
Assim que identi�car alguma alteração, seja in�amação ou infecção (se-
creção purulenta), deve ser utilizado o protocolo para tratamento, com an-
tibióticos e anti-in�amatórios especí�cos. 
12. Qual a base de antibiótico mais indicada para o tratamento de 
animais que apresentam infecção umbilical?
A penicilina é utilizada com mais frequência, juntamente com anti-in�a-
matório não-esteroidal (AINES), como o Flunixin meglumine ou Meloxicam. 
Recomendações de literatura são:
• Penicilina G Procaína
- Dose: 22.000 UI/kg
- Via: Intramuscular 
- Frequência: Duas vezes por dia, durante cinco dias
• Ceftiofur
- Dose: 2 mg/kg
- Via: Intramuscular 
- Frequência: Duas vezes por dia, durante cinco dias
13. Caso os animais de fertilização in vitro (FIV) possuam algumas 
anomalias de umbigo, di�cultando a cura do mesmo por completo, 
faz-se necessário algum procedimento especial nessas condições?
Não seriam necessários procedimentos especiais, apenas aumentar a 
frequência da cura de umbigo e garantir que o local em que o bezerro per-
manece esteja sempre seco.
14. Quais os critérios para abordagens conservativas ou cirúrgicas em 
casos de hérnias umbilicais?
Para se de�nir qual a melhor abordagem no caso de hérnias umbilicais, 
alguns pontos devem ser avaliados: 
• tamanho do anel umbilical: O anel umbilical com diâmetro inferior a 
cinco cm, usualmente, tende a regredir sem necessidade de intervenção 
cirúrgica;
• idade do bezerro: animais até 60 dias de vida podem ter regressão do 
anel umbilical, não sendo necessário abordagem cirúrgica;
• presença de infecção: bezerros que possuem infecção umbilical e hér-
nia precisam de intervenção cirúrgica para redução da hérnia;
• tipo da hérnia: hérnias que não são redutíveis estão associadas a ade-
51
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
rências e/ou infecções, fazendo-se necessária a abordagem cirúrgica. Por 
exemplo, bezerro de 10 dias de vida com hérnia umbilical, cujo anel possui 
três dedos (cinco cm) de diâmetro, não possui infecção umbilical e é com-
pletamente redutível. Deve-se proceder à abordagem conservadora.
É preciso lembrar que as hérnias têm caráter hereditário, sendo necessá-
rio investigar se a ocorrência não está ligada ao touro utilizado no rebanho. 
15. Quais doenças podem ocorrer em consequência da infecção um-
bilical nos bezerros?
As infecções umbilicais ocorrem, essencialmente, devido a falhas na cura 
do umbigo e/ou alto desa�o do ambiente onde os animais permanecem e 
podem predispor à ocorrência de:
• hérnias umbilicais; 
• abscessos hepáticos; 
• poliartrite;
• doenças respiratórias;
• endocardite;
• encefalite;
• cistite;
• nefrite;
• sepse.
16. Realizo a cura do cordão umbilical com tintura de iodo a 10%, 1 
vez ao dia, por cinco dias e, mesmo assim, estamos veri�cando altas 
taxas de onfalite. Quais providências devo tomar?
Veri�que se o ambiente no qual os animais são mantidos enquanto a cura 
de umbigo está sendo feita encontra-se seco; certi�que-se da qualidade do 
produto que está sendo utilizado e de seu armazenamento (em embalagens 
escuras e na ausência de incidência solar direta); aumente a frequência de 
cura para duas vezes ao dia até que o coto umbilical caia e certi�que-se de 
que a cura está sendo feita de forma correta (cobrindo todo o coto umbilical).
17. Todas as doenças causadas pela má cura do cordão umbilical po-
dem ser evitadas pela cura com tintura de iodo?
Não. Todas as doenças associadas à cura inadequada do umbigo podem 
ter outras causas, como hereditariedade, nos casos de hérnia umbilical e ou-
tras fontes de infecção para doenças como abscessos hepáticos, poliartrite, 
doenças respiratórias, endocardite, encefalite, cistite, nefrite e sepse. 
52
18. Tem como montar protocolo de cura do cordão umbilical para 
facilitar o trabalho no dia a dia e padronizar esse manejo?
Sim. O protocolo de cura do cordão umbilical deve ser colocado na roti-
na, com utilização de tintura de iodo a 7%, devendo ser realizada todos os 
dias, duas vezes ao dia, até o coto umbilical do animal secar e cair.
19. Existe algum estudo correlacionando e�ciência de colostragem 
com problemas umbilicais? 
Existe e, embora pareça contraditório, não encontraram relação entre 
a e�ciência na colostragem e afecções umbilicais. Em alguns estudos, o 
número de animais avaliados foi pequeno, deixando dúvidas quanto à capa-
cidade de detecção dessa correlação. No entanto, outros estudos com até 
500 animais também não foram capazes de detectar essa correlação. Esses 
estudos se basearam em banco de dados e parece que os quadros de sepse 
foram subnoti�cados, o que pode justi�car a falha em detectar essa corre-
lação. Na prática, o que vemos no campo é que animais que têm falha na 
transferência de imunidade passiva e na cura de umbigo, frequentemente, 
apresentam sepse e morrem. 
20. Quando devo realizar o corte do cordão umbilical do bezerro?
O corte do coto umbilical dos bezerros é indicado somente nos casos em 
que o umbigo está muito grande e quase tocando o chão. Quando ocorre 
isso, a indicação é realizar o corte, com tesoura “cega” e desinfetada com 
álcool, deixando o tamanho de 10 cm de coto umbilical.
Capítulo 03: Cura de umbigo
53
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
Capítulo 04
DIETA LÍQUIDA
54
José Eduardo Portela Santos - University of Florida
João Henrique Cardoso Costa - University of Kentucky
Lívia Carolina M. Silva Antunes - Faculdades Associadas de Uberaba
Rafael Alves de Azevedo - Alta
Rodrigo Melo Meneses - Universidade Federal de Minas Gerais
Sandra Gesteira Coelho - Universidade Federal de Minas Gerais
Capítulo 04: Dieta líquida
55
Perguntas e Respostas - Alta CRIA
Alta
CRIA
1. Qual a importância de se fornecer o leite de transição para os 
bezerros?
O leite de transição tem maior concentração de proteínas, gordura, 
minerais, vitaminas, hormônios, oligossacarídeos e fatores de crescimento 
que o leite, sendo importante para o estabelecimento da microbiota intes-
tinal, desenvolvimento intestinal, proteção contra patógenos entéricos e 
a transição gradual para digestão de menores quantidades de proteína e 
gordura e maior quantidade de lactose. 
2. Qual a quantidade e por quanto tempo devo fornecer o leite de 
transição para os bezerros?
O ideal é que seja fornecido entre 3 e 5 dias, e o volume oferecido deve 
ser, no mínimo, 5 l por animal ao dia. 
3. Na falta do leite de transição das vacas, o que posso fazer para 
tentar simular o leite de transição na minha fazenda?
Quando a fazenda não consegue ordenhar ou colocar na rotina o for-
necimento do leite de transição das vacas, existem duas opções para si-
mular o leite de transição. Uma delas é fornecer a dieta líquida (leite ou 
sucedâneo) misturada com 70 g de colostro em pó (SCCL®), em cada 
aleitamento, até o quarto dia de vida. A outra opção é diluir 0,5 l de co-
lostro de qualidade, em 2 l e meio de dieta líquida (leite ou sucedâneo), até 
o quarto dia de vida.
4. Aumentar o volume de dieta líquida, nos primeiros 30 dias de 
vida, irá ajudar no desempenho e desenvolvimento dos bezerros?
Sim. Experimentos cientí�cos em que foi testado o aumento do volu-
me de leite, de quatro contra seis ou mais litros de dieta líquida, mostram 
aumento nas taxas de ganho de peso dos animais.
5. Qual o melhor programa de aleitamento (quantidade e duração) 
para bezerros, considerando a relação custo/benefício?
Bezerros necessitam de dieta líquida para crescimento adequado du-
rante as primeiras seis a oito semanas de vida. De maneira geral, a in-
gestão de dieta líquida (lactose,