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AD 1 CLIMATOLOGIA PARA AVIAÇÃO

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Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul 
Campus Virtual 
 
 
 
Avaliação a Distância 
 
Unidade de Aprendizagem: Climatologia para a Aviação 
Curso: Ciências Aeronáuticas 
Professor: César Roberto de Melo 
Nome do aluno: João Victor Carvalho de Souza 
Data: 14/11/2021 
 
 
Orientações: 
 Procure o professor sempre que tiver dúvidas. 
 Entregue a atividade no prazo estipulado. 
 Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final. 
 Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA). 
 
 
 As questões formuladas são fundamentadas no livro didático de 
Climatologia para a Aviação. 
 
Questão 1: O Brasil é um país de dimensões continentais e toda sua 
extensão sofre influência das massas de ar que ocasionam modificações 
sazonais no clima de cada região de atuação. Baseado nos conhecimentos 
adquiridos na leitura do conteúdo no livro texto: “As massas atuantes na 
América do Sul” e pesquisas relacionadas ao tema, descreva, no máximo 
em 10 linhas, o processo dinâmico e os efeitos que a Massa Polar 
apresenta para as operações aéreas na região sul do Brasil. (3,0 pontos) 
 Como introdução, é importante explicar o que é uma massa de ar. Pelo 
estudado no material e também em outras fontes da internet, uma massa de ar é 
um grande volume de ar que apresenta características básicas dos seus locais de 
origem (pressão, temperatura e umidade), mais ou menos uniformes em sua 
extensão total. 
 
 
 
No tocante das massas de ar quentes (W de warm), elas são as que vão 
para uma região mais fria, trazendo o calor, onde este contato faz com que o ar 
sofra um resfriamento ou afundamento, tornando-o mais pesado e facilitando sua 
saturação. Dessa forma, a massa de ar quente é menos densa (do que a massa de 
ar fria), tem menor inclinação e tem gradiente térmico maior do que o gradiente 
adiabático. 
 
 
Já as massas de ar frias (K de kalt), elas são as que vão para uma região 
quente, trazendo o frio, onde este contato faz com que o ar sofra um 
aquecimento, tornando-o consequentemente mais leve e menos denso. Isso 
provoca sua elevação e consequente instabilidade atmosférica. Dessa forma, a 
massa de ar fria é mais densa, tem maior inclinação (a massa de ar fria sempre 
permanece por baixo da massa de ar quente, isto é, a rampa frontal sempre se 
inclina para o lado do ar mais quente) e tem gradiente térmico maior do que o 
gradiente adiabático. 
Partindo para a resposta da pergunta, uma massa de ar polar se origina nas 
regiões polares. Com o avanço da frente fria, a partir dos cinturões anticiclones, a 
massa de ar polar perde energia e intensidade, motivo pelo qual não conseguem 
atingir a região norte ou nordeste, por exemplo. Dessa maneira, como se trata de 
uma frente fria sobre a região Sul e Sudeste, sabemos que, dentre as suas diversas 
consequências, temos: 
a) gradiente térmico superior a 1°C / 100m (portanto, indicando instabilidade 
atmosférica); 
b) nuvens cumuliformes; 
c) turbulência; e 
d) formação de gelo claro nas aeronaves; 
e) queda da temperatura do ar; 
f) formação de geada. 
 
 
 
 
Questão 2: A Circulação Geral da Atmosfera é a responsável pelo 
surgimento de grandes áreas de instabilidade e estabilidade e em 
consequência, pela formação dos diversos tipos de clima sobre a superfície 
da Terra. Descreva, no máximo em 10 linhas, como a célula de Hadley se 
forma e como influencia diretamente no clima da região de atuação. (3,0 
pontos) 
 
Sinteticamente, a Célula de Hadley, originada nas regiões tropicais e 
equatoriais, é um dos elementos responsáveis pela circulação atmosférica global. 
É sabido que, nas regiões tropicais e equatoriais, há a presença de baixa 
pressão, com fluxo de ar ascensional, que sobe de 10 a 15km de altura. Esse ar 
quente é “arremessado” para os polos – através dos ventos contra-alísios – até os 
cinturões anticiclones, que são regiões de alta pressão. Ou seja, no Equador, há 
uma divergência em altas altitudes (pelos ventos contra-alísios, acima de 20.000 
pés), e convergência em baixas altitudes. E é isso que fundamenta a Célula de 
Hadley. 
 
 
 
 
Questão 3: Descreva, no máximo em 10 linhas, as condições de clima e 
fenômenos meteorológicos associados a uma frente fria que se desloca 
sobre a região da cidade de Chapecó – SC, na primeira quinzena de julho. 
Pontos importantes: dinâmica do sistema frontal, vento, temperatura, 
umidade, pressão atmosférica: antes, durante e após a passagem do 
sistema. (2,0 pontos) 
 
Em síntese, sabemos que uma frente fria é aquela que ocorre quando uma 
massa de ar frio se desloca em direção a uma massa de ar quente, ocupando seu 
lugar. Como a massa de ar fria é mais densa e tem maior inclinação (sendo, 
portanto, mais intensa e veloz) do que a massa de ar quente, as frentes frias são 
mais instáveis e violentas do que as outras. 
Quanto às suas características, temos: 
a) COR – na carta sinóptica, a frente fria é representada por uma linha azul; 
b) DESLOCAMENTO – no hemisfério sul, desloca-se do sudoeste para 
nordeste; 
c) PRESSÃO – assim como na frente quente, diminui com a aproximação da 
frente, aumentando após a passagem; 
d) TEMPERATURA – também igual à frente quente, aumenta com a 
aproximação da frente, diminuindo após a passagem; 
e) VENTO – no hemisfério sul, é pré-frontal de noroeste, frontal de oeste e 
pós-frontal de sudeste. 
f) NEVOEIRO – como ocorre na região pós-frontal, é denominado de 
nevoeiro pós-frontal; e 
g) NUVENS – aparecem, na sequência: cirrus, cirrocumulus, altocumulus, 
cumulonimbus e stratus. 
Ou seja, numa frente fria, há instabilidade atmosférica, presença de nuvens 
cumuliformes, turbulência, formação de gelo claro nas aeronaves, queda da 
temperatura do ar, dentre outros. 
 
 
Questão 4: A influência das mudanças climáticas afeta diretamente o setor 
aéreo tendo em vista todo aparato humano e material necessário para 
suporte as operações nos aeroportos. Aponte pelo menos cinco situações 
que poderão ocorrer e sugestões para mitigação do(s) problema(s) 
associado(s). (2,0 pontos) 
De acordo com a IATA, reduzir as mudanças climáticas é um esforço global e 
conjunto. A aviação comercial, por exemplo, é responsável por cerca de 2 a 3% 
das emissões de CO2 a nível mundial. Em 2009, a indústria aeronáutica 
desenvolveu um plano de redução de gases do efeito estufa, contendo três alvos e 
quatro pilares. 
São os três alvos: 
1. Um aumento na eficiência do combustível, em 1,5% por ano, de 2009 até 
2020; 
2. Uma redução de até 50%, até 2050, das emissões de CO2, em comparação 
com os níveis de 2005; e 
3. Um limite nas emissões líquidas de CO2 da aviação a partir de 2020 
(crescimento neutro em carbono). 
 
No tocante dos quatro pilares, temos: 
1. Tecnologia melhorada, incluindo a produção de combustíveis de aviação 
sustentáveis; 
2. Operação das aeronaves mais eficiente; 
3. Melhorias na infraestrutura aeronáutica, incluindo um sistema de controle 
aéreo avançado; e 
4. Uma medida única baseada no mercado global, para preencher a lacuna de 
emissões remanescente. 
 
 
Já no que se refere às consequências do aquecimento global na aviação, 
temos, como mudanças principais: 
1. mudanças na temperatura – esse fator afeta principalmente a performance das 
aeronaves e a infraestrutura aeronáutica. 
2. mudanças na precipitação – pode causar atrasos e cancelamentos de voos. 
3. mudanças no comportamento de tempestades – podem causar interrupções no 
cronograma das empresas, cancelamentos de voos e outros. 
4. aumento do nível médio do mar – pode causar inundação de cidades, e, 
consequentemente, de aeródromos e aeroportos. 
5. mudanças no comportamento dos ventos – podem causar turbulências mais 
recorrentes, ferimentos dos passageiros, desconforto durante o voo, afetar a 
jornada de trabalho de tripulantes, dentre outros.