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Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Patologia Distúrbios hemodinâmicos são aqueles em que há alterações no fluxo sanguíneo normal no organismo. Esses distúrbios acometem a irrigação sanguínea e o equilíbrio hídrico. Podem ser: Obstrução intravascular: Embolia; Trombose; Isquemia; Infarto. Volume sanguíneo: Hiperemia; Hemorragia; Choque. Hídrica intersticial: Edema e efusão. Sob circunstâncias normais, a tendência da pressão hidrostática vascular empurrar água e sais de dentro dos capilares para o espaço intersticial é praticamente balanceada pela tendência de a pressão coloido‑osmótica plasmática puxar água e sais de volta para o leito venoso. Ocorre, habitualmente, um pequeno espalhamento de líquido no interstício, mas ele é drenado pelos vasos linfáticos e retorna, no final, para a corrente sanguínea através do ducto torácico, mantendo os tecidos “secos”. A pressão hidrostática elevada ou a pressão coloido‑osmótica diminuída rompe esse balanço e resulta no aumento da saída de líquido dos vasos. Se a taxa da saída de líquido exceder a capacidade de drenagem linfática, o líquido se acumulará. Nos tecidos, isso resulta em edema, e, se uma superfície serosa estiver envolvida, o líquido pode se acumular dentro da cavidade serosa do corpo resultando em uma efusão. Aumento da Pressão Hidrostática: o aumento na pressão hidrostática é causado, principalmente, por disfunções que impedem o retorno venoso. Redução da Pressão Osmótica Plasmática: sob circunstâncias normais, a albumina é responsável por quase a metade da proteína total de plasma; conclui‑se que as condições que levam à síntese inadequada ou ao aumento da perda da albumina da circulação são causas comuns da redução da pressão oncótica do plasma. O edema é o resultado da saída de líquido dos vasos sanguíneos para dentro do espaço intersticial. Esse líquido pode ser Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Patologia pobre em proteínas (transudato) ou rico em proteínas (exsudato). O edema pode ser causado por: Aumento da pressão hidrostática (por exemplo, insuficiência cardíaca); Diminuição da pressão coloido‑osmótica pela redução da albumina plasmática, devido à diminuição da síntese (por exemplo, doença hepática, desnutrição proteica) ou ao aumento da perda (p. ex., síndrome nefrótica); Aumento da permeabilidade vascular (por exemplo, inflamação), que geralmente é localizado, mas pode ocorrer em todo o corpo em estados inflamatórios sistêmicos graves, como a sepse; Obstrução linfática (por exemplo, infecção ou neoplasia); Retenção de sódio e água (por exemplo, insuficiência renal). As efusões são classificadas de acordo com a cavidade em que o líquido se acumula, como por exemplo: envolvendo a cavidade pleural (hidrotórax ou derrame pleural), a cavidade pericárdica (hidropericárdio ou derrame pericárdico) ou a cavidade peritonial (hidroperitônio ou ascite). OBS: os edemas generalizados são chamados de anasarca. A hiperemia e a congestão decorrem do aumento do volume sanguíneo dentro dos tecidos, mas têm mecanismos subjacentes e consequências diferentes. A hiperemia é um processo ativo resultante da dilatação do vaso, levando a um aumento do fluxo sanguíneo. Os tecidos afetados tornam‑se vermelhos (eritema) devido ao aumento no fornecimento de sangue oxigenado. A hiperemia pode ser ativa ou arterial quando se aumenta a pressão arterial e diminui-se a resistência pré-capilar. Isso provoca uma vasodilatação. Essa hiperemia ativa pode ser fisiológica nos seguintes casos: Tubo gastrointestinal durante a digestão; Musculatura esquelética durante exercícios físicos; Cérebro durante estudo;; Glândula mamária durante lactação Rubor facial após hiperestimulação psíquica. No entanto, pode ser patológica, quando: Injúria térmica (queimaduras ou congelamento); Irradiações intensas; Traumatismos; Infecções/Inflamação aguda. Já na hiperemia passiva ou venosa, também chamada de congestão, aumenta-se a resistência pós-capilar, diminuindo a drenagem venosa. Leonardo Vinícius Ribeiro Moreira BBPM III - Patologia A congestão pode ser local: Obstrução ou compressão vascular; Torção de vísceras (H. Passiva aguda); Trombos venosos; Compressão vascular por neoplasias, abscessos. Ou também pode ser sistêmica: Insuficiência Cardíaca Congestiva; Trombose e embolia pulmonar; Lesões pulmonares extensas. A congestão leva frequentemente ao edema, como resultado do aumento da pressão hidrostática que provoca. Além disso, pode causar trombose, hemorragia, degeneração, necrose e fibrose. Diz respeito a saída de sangue do compartimento vascular ou das câmaras cardíacas para o meio externo, para o interstício ou para as cavidades pré- formadas. As hemorragias podem ser classificadas quanto ao local, podendo ser: Hemorragia interna; Hemorragia externa. Também podem ser classificadas quanto ao meio: Hemorragia arterial; Hemorragia venosa; Hemorragia capilar. As hemorragias externas podem ser: Arterial: saída intermitente e sangue vermelho brilhante; Venosa: saída continua e sangue vermelho escuro; Capilar: saída de sangue em pequena quantidade. Quanto a extensão do sangramento, as hemorragias podem ser classificadas como: Petéquias (até 3 mm de diâmetro); Púrpura (até 1 cm de diâmetro); Equimose (mancha azulada ou arroxeada); Hematoma (tumoração); Hemorragias em cavidades: Hemartro ou hemartrose para a cavidade articular; Hemopericárdio, hemotórax e hemoperitônio para as respectivas cavidades serosas; Hemossalpinge, hematométrio e hematocolpo na luz da tuba uterina, na cavidade uterina e na cavidade vaginal, respectivamente Hemobilia interior da vesícula biliar ou dos ductos biliares; A exteriorização de hemorragias por orifícios corpóreos também recebe denominações específicas. As hemorragias podem ser causar pelos seguintes mecanismos: 1. Alteração na integridade da parede vascular; 2. Alterações dos mecanismos de coagulação sanguínea, incluindo fatores plasmáticos e teciduais; 3. Alterações qualitativas ou quantitativas das plaquetas; 4. Mecanismos complexos e ainda mal definidos.