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A cartografia do território Apresentação A temática "cartografia do território" vem assumindo, ao longo dos últimos anos, uma importância fundamental e única relacionada ao diagnóstico e à organização do espaço territorial, em qualquer escala — cada qual com sua importância. Assim, cabe ao profissional de geografia estudar as diferentes metodologias para a definição do espaço territorial e para o estabelecimento das ferramentas de controle e gestão territorial. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá se aprofundar na cartografia do território, entendendo melhor toda a dinâmica que envolve o espaço territorial, a cartografia brasileira e a importância dos zoneamentos para o planejamento e uso dos recursos naturais. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar o espaço territorial nacional, distrital e regional.• Explicar a cartografia brasileira e a Carta do Brasil ao milionésimo.• Descrever a importância dos zoneamentos para o planejamento dos recursos naturais.• Desafio O uso da cartografia nas aulas de geografia é de suma importância para detalhar o assunto a ser trabalhado pelo professor e, consequentemente, entendido pelos alunos. Assim, devemos conhecer a cartografia para trabalhar a hidrografia. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/7c208b43-e72e-4a0d-8a60-962ec342d3bb/177e865b-31f3-4058-8534-0296d1f63b22.png Diante disso, como você responderia ao aluno? Infográfico As regiões geográficas intermediárias e imediatas foram instituídas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ano de 2017. Neste Infográfico, veja, de forma mais detalhada, o conceito, a cartografia e algumas exemplificações das regiões geográficas intermediárias e imediatas como forma de ordenamento territorial. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/dcc719e9-84df-445d-8d22-fa890dbfaef4/95006dc5-1ce3-4dc0-8c25-b995a13c2505.png Conteúdo do livro O ordenamento e a gestão territorial são alguns dos principais desafios para a administração pública, seja federal, estadual ou municipal. Entender sua dinâmica é fundamental. Nesse sentido, a cartografia é uma ferramenta de extrema importância, pois é a partir dela que podemos compreender melhor as diferentes variáveis envolvidas em um determinado mapeamento do território, como: solo, relevo, declividade, uso da terra, entre outras. Da mesma forma, ela dá uma visão geral de controle e ordenamento do espaço territorial, como no estabelecimento do zoneamento para o planejamento do uso de recursos naturais. No capítulo A cartografia do território, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, estude a identificação do espaço territorial nacional, distrital e regional, conheça a cartografia brasileira e a Carta do Brasil ao milionésimo e veja a importância dos zoneamentos para o planejamento dos recursos naturais. Boa leitura. GEOGRAFIA FÍSICA DO BRASIL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Identificar o espaço territorial municipal, distrital e regional. > Explicar a cartografia brasileira e a carta do Brasil ao milionésimo. > Descrever a importância dos zoneamentos para o planejamento dos recursos naturais. Introdução O conceito de território está ligado à relação de espaço e poder. É importante defini-lo para estabelecer melhores organização e gestão territoriais, e isso pode ser feito das mais diferentes formas, uma vez que no Brasil temos: subdistritos, distritos, municípios, regiões geográficas intermediárias e regiões geográficas imediatas. Ao definir o espaço territorial, a cartografia ganha uma ênfase notória. É a partir dela que definimos a escala de trabalho e o nível de detalhes que queremos trabalhar. A instituição de um espaço territorial requer gerenciamento e gestão ade- quadas e seguras ao longo do tempo; por isso, há algumas ferramentas que tem por objetivo realizar um melhor controle deste espaço, assegurando padrões adequados de ocupação, ordenamento do espaço e a sustentabilidade no uso e na ocupação do solo. Neste capítulo, você vai ver uma explicação detalhada sobre as várias vertentes da relação entre cartografia e território, na qual serão identificados os espaços territorial municipal, distrital e regional e as regiões geográficas; em Cartografia do território Ricardo Massulo Albertin seguida, serão explicadas a cartografia brasileira, as cartas topográficas e a carta do Brasil ao milionésimo; e, ao final, será mostrada a importância dos zoneamentos para o planejamento dos recursos naturais, quando veremos um pouco mais da relação entre sociedade e ambiente. O espaço territorial municipal, distrital e regional O ensino da geografia começa pela definição do seu objeto de estudo. E, ao longo dos tempos, muitos foram os objetos de análise da ciência geográfica, cujo consenso hoje é o espaço geográfico. Na ciência geográfica trabalhamos com conceito-chave em diversos mo- mentos ao longo de sua história. Inicialmente, os conceitos de paisagem, região e território foram tratados pela geografia tradicional (final do século XIX); o conceito de lugar ganhou ênfase na chamada geografia humanística (meados do século XX); e, por último, temos os conceitos de sociedade e natureza. Esses conceitos evoluíram ao ponto de serem considerados em categorias de análise do espaço geógrafico (PARANÁ, 2008). Dito isto, o conceito de território está ligado à delimitação e à ideia de relações de espaço e poder. É no território que acontecerá a relação dialética de associação e confronto entre o lugar e o mundo, seja um território nacional, regional ou local (SANTOS, 1996). A partir do conceito de território, devemos destacar que a Constituição Federal de 1988 é clara ao afirmar em seu Art. 18, que a organização político- -administrativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Assim, os Territórios Federais integram a União (BRASIL, 1988). O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) apresenta a relação de municípios, distritos e subdistritos que compõem a divisão territorial brasileira (Quadro 1). Cartografia do território2 Quadro 1. Divisão territorial adotada pelo IBGE Divisão territorial Texto explicativo Subdistritos Os subdistritos são unidades geográficas que dividem integralmente o território do distrito ou do município. Até o ano de 2016, o critério admitia zonas e regiões administrativas que não necessariamente se enquadrassem na divisão distrital ou municipal. Optou-se, a partir do ano mencionado, por restringir o critério em virtude de fatores operacionais de vinculação com a malha de setores censitários. Os subdistritos são cadastrados no banco de dados do IBGE desde que possuam representação cartográfica e que sejam encaminhados à instituição pelo poder público municipal. Distritos Consistem em unidades administrativas internas ao município. As Constituições estaduais podem disciplinar a criação dos distritos, adicionando critérios de criação, alteração ou supressão. São cadastradas no banco de dados do IBGE as unidades que possuem representação cartográfica e que são encaminhadas à instituição pelo poder público municipal. Municípios A Constituição de 1988 considera o município como a unidade da federação com menor abrangência territorial. Por meio das relações de municípios existentes a cada ano, é possível acompanhar a criação e a supressão de municípios ao longo do tempo. Atualmente, o Brasil conta com 5.570 municípios. Fonte: Adaptado de IBGE (2020a). De acordo com Castro, Gomes e Corrêa (1995), no senso comum, a noção de região parece estar relacionada a dois princípios fundamentais: localização e extensão. Assim, emprega-se termos cotidianos, como“a região mais pobre”, a “região mais rica”, “a região montanhosa”, a “região plana”, como referência a um conjunto em que há referências a determinadas características socioe- conômicas e ou naturais, distinguindo-as das demais áreas. Na geografia, a região é uma realidade concreta, física. Ao geógrafo, cabe desvendar, estudar, desvelar a combinação dos fatores responsáveis por sua configuração. Vidal de La Blache (1921 apud CASTRO; GOMES; CORRÊA, 1995) menciona que o método recomendado para isso é a descrição, pois só por Cartografia do território 3 meio desta é possível se aprofundar na complexa dinâmica que estrutura este espaço. Considerando os pressupostos teórico-metodológicos, o IBGE é o órgão do Governo Federal responsável por realizar a divisão territorial do Brasil em regiões, que possui, portanto “[...] um caráter científico pautado tanto por interesses acadêmicos, quanto por necessidades de planejamento e, mais recentemente, de gestão do território [...]” (IBGE, 2017, documento on-line). Ao longo do século XX, o IBGE apresentou três propostas de divisão regional do brasil, sendo elas: zonas fisiográficas (década de 1940); microrregiões homogêneas (1968); e mesorregiões e microrregiões geográficas (1989). Levando em consideração as mudanças ocorridas na dinâmica econômica do mundo, as novas polarizações globais, bem como o processo de trans- formação que vem passando o território brasileiro, o IBGE lançou no ano de 2017 o documento intitulado Divisão regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias. No site do IBGE, você tem acesso às tabelas da divisão territorial brasileira (subdistrito, distrito, município, regiões geográficas intermediárias e imediatas). “O recorte das Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias de 2017 incorpora as mudanças ocorridas no Brasil ao longo das últimas três décadas [...]” (IBGE, 2017, documento on-line), no qual o recurso metodológico valeu- -se dos diferentes modelos territoriais provenientes de estudos pretéritos, envolvendo os processos de transformação a partir de elementos concretos como rede urbana, hierarquia dos centros urbanos, entre outros. Convém esclarecer que essa nova forma de enxergar e mapear o território não altera ou substitui a divisão político-administrativa do território em municípios, Unidades da Federação e Grandes Regiões; trata-se de mais uma opção, deli- neada pela dinâmica dos processos de transformação ocorridas ao longo das últimas décadas (IBGE, 2017). O Quadro 2 explica a diferença entre as regiões geográficas intermediárias e as regiões geográficas imediatas. Cartografia do território4 Quadro 2. Explicação das regiões geográficas imediatas e intermediárias Divisão territorial Texto explicativo Regiões geográficas intermediárias As regiões geográficas intermediárias correspondem a uma escala intermediária entre as Unidades da Federação e as regiões geográficas imediatas. Preferencialmente, buscou-se a delimitação das regiões geográficas intermediárias com a inclusão de metrópoles ou capitais regionais. Em alguns casos, principalmente onde não existiam metrópoles ou capitais regionais, foram utilizados centros urbanos de menor dimensão que fossem representativos para o conjunto das regiões geográficas imediatas que compuseram as suas respectivas regiões geográficas intermediárias. Regiões geográficas imediatas As regiões geográficas imediatas têm na rede urbana o seu principal elemento de referência. Essas regiões são estruturas a partir de centros urbanos próximos para a satisfação das necessidades imediatas das populações, como: compras de bens de consumo duráveis e não duráveis; busca de trabalho; procura por serviços de saúde e educação; prestação de serviços públicos, como postos de atendimento do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Ministério do Trabalho e de serviços judiciários, entre outros. Para cada região geográfica imediata existe um polo articulador de seu território. O polo, que pode ser um município isolado ou um arranjo populacional, dá o nome a essa região. Fonte: Adaptado de IBGE (2017). As regiões geográficas intermediárias são aquelas que organizam o terri- tório, articulando-o às regiões geográficas imediatas por meio de um polo de hierarquia diferenciado. Assim, tal proposta de regionalização do território brasileiro baseou-se na identificação de cidades-polo e dos municípios a elas vinculados (IBGE, 2017). Observa-se, na Figura 1, o recorte do mapa do estado de Minas Gerais, mais precisamente na região geográfica intermediária de Ipatinga, da qual fazem parte integrante a região geográfica imediata de Ipatinga, Caratinga e João Monlevade. Cartografia do território 5 Figura 1. Recorte da região geográfica intermediária de Ipatinga. Delimitação em vermelho: região intermediária; delimitação em preto: região imediata. Fonte: IBGE (2017, documento on-line). Em vista do exposto, o presente item abordou e demonstrou o conceito de território e como o IBGE organiza o espaço territorial brasileiro — em subdis- tritos, distritos, municípios, regiões geográficas intermediárias e imediatas. Tal definição e delimitação é importante, pois abarca as relações de poder que constituem tais territórios, bem como o estabelecimento do planejamento e da gestão territorial. A cartografia brasileira O uso de croquis, mapas e imagens aéreas, seja por satélites ou drones, é cada vez mais comum para diagnóstico e interpretação dos meios físicos, biológicos e socioeconômicos. A utilização da cartografia na análise do espaço geográfico e como instrumento de planejamento e gestão territorial necessita do domínio de conceitos e do conhecimento de informações cartográficas que estão disponíveis há muitas décadas no Brasil. A cartografia possui importância singular na representação espacial da delimitação territorial. É a partir da cartografia que conseguimos delimitar com precisão os espaços territoriais dos municípios, cidades, distritos, regiões geográficas intermediárias, regiões geográficas imediatas, entre outros. De acordo com Fitz (2008), o sistema geodésico brasileiro (SGB) (Quadro 3) é integrado por redes de altimetria, gravimetria e planimetria. De acordo com IBGE (2020b), o SGB corresponde a um conjunto de informações planimé- Cartografia do território6 tricas, altimétricas e gravimétricas referentes às estações do SGB utilizadas para referência em atividades de posicionamento e às demais estações estabelecidas pelo IBGE para correção e verificação de imagens do território. No site do IBGE, você pode acessar as redes geodésicas brasileiras e o banco de dados geodésico (BDG). Quadro 3. Sistema geodésico brasileiro Sistema geodésico Texto explicativo Rede altimétrica Conjunto de estações geodésicas, denominadas referências de nível, que materializam a componente altimétrica do sistema geodésico brasileiro (SGB), a partir de medições de nivelamento geométrico de alta precisão. Rede gravimétrica Conjunto de estações geodésicas, denominadas estações gravimétricas, que contém informações sobre a aceleração da gravidade e as características das estações. Rede planialtimétrica Conjunto de estações geodésicas denominadas estações SAT, estações doppler, estações poligonais e vértices de triangulação, que materializam as componentes planimétricas e planialtimétrica do SGB. Fonte: Adaptado de Fitz (2008) e IBGE (2020b). A cartografia evolui ao longo dos tempos. A cartografia sistemática ou topográfica tradicional trata de um produto final cartográfico de forma geométrica e descritiva — como exemplo temos as tradicionais cartas brasi- leiras do exército. Por sua vez, a cartografia temática apresenta uma solução analítica ou explicativa, preocupando-se com o planejamento, a execução e a impressão (plotagem) final (FITZ, 2008). No Brasil, na década de 1940 os dados de coleta e tabulações do censo são referenciados a uma base cartográficasistematizada, organizada nas catego- rias administrativas: municipais e distritais — cidades e vilas, e assegurando seu georreferenciamento. No ano de 1962, ocorre a publicação da primeira edição completa da Carta Internacional do Milionésimo (CIM), composta por 46 folhas na escala 1:1.000.000 que cobrem todo o país. Assim, o IBGE passa Cartografia do território 7 a atuar fortemente na produção de cartas nas escalas maiores de 1:250.000, e também conduz as atividades necessárias à produção de documentos nas escalas de 1:50.000 e 1:100.000, que antes era de atribuição exclusiva da Diretoria do Serviço Geográfico (PEREIRA, 2009). Nas décadas de 1970 e 1980 verificou-se o desenvolvimento da engenharia cartográfica e a institucionalização de grandes projetos de mapeamento — como o Programa de Dinamização da Cartografia e o Projeto Radar da Ama- zônia, mais conhecido como RADAM — que posteriormente foi expando para a escala territorial nacional. Considera-se que o exército brasileiro — por meio do serviço geográfico do exército — produziu, particularmente nos períodos de 1930-1970, mapas mais detalhados que os do IBGE, desempenhando ,assim, papel fundamental nesta evolução histórica da cartografia brasileira (PEREIRA, 2009). As Figuras 2, 3 e 4 ilustram algumas exemplificações e recortes das cartas das décadas de 1970 em diante. Figura 2. Recorte de carta topográfica na escala 1:100.000, ano de 1965, pelo Conselho Nacional de Geografia. Fonte: IBGE (1965, documento on-line). As cartas topográficas apresentam um nível de detalhe em relação ao levantamento descritivo, indicando, entre outros aspectos, cursos d‘água, curvas de nível, rodovias, delimitação territorial, estradas de ferro, linhas de transmissão de energia, edificações (igrejas, escolas, entre outros), cota altimétrica (m), vegetação (mangue, floresta, bosque, mata, plantação, entre outros), brejos e pântanos, entre outros. Cartografia do território8 As cartas topográficas constituem-se em importantes documentos car- tográficos, que são utilizados por profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, principalmente das engenharias e geociências, incluindo a geografia. A sua utilização vai desde o entendimento da região em tempos passados até a delimitação de bacias hidrográficas, sendo uma ferramenta de importância para estudos de cunho geográfico, incluindo territorial. Figura 3. Recorte de carta topográfica na escala 1:100.000, pelo Ministério do Exército. Fonte: Ministério do Exército (BRASIL, 1981b). Figura 4. Recorte de carta topográfica na escala 1:50.000, ano de 1992, pelo IBGE. Fonte: IBGE (1992). Cartografia do território 9 Carta ao milionésimo Segundo Fitz (2008), a necessidade e a demanda de padronizar a cartografia internacional, muitas vezes relacionada aos fins militares, geraram a Carta Internacional do Mundo ao Milionésimo (CIM), a qual apresenta bom deta- lhamento topográfico, sendo originária da divisão do globo terrestre em 60 partes iguais. Trata-se, portanto, de uma carta na escala de 1:1.000.000, que pode ser desdobrada em outras cartas com escalas maiores, até a escala de 1:25.000. No Brasil, coube ao Clube de Engenharia a primeira edição da carta do Brasil ao Milésimo, no ano de 1922. Em 1936, o então Conselho Nacional de Geografia (na época era a sigla do IBGE), aperfeiçoou a carta do Brasil. No início da década de 1960, foram atualizadas as 24 cartas e produzidas mais 22, completando assim a cobertura do território nacional (IBGE, 2010a). No ano de 2003, o IBGE lançou a versão integrada e digital da Carta do Brasil; no ano de 2006 foi publicada a segunda edição; e, por fim, no ano de 2009, foi lançada a terceira versão, com a complementação de nomes geográficos de cursos e massas d água, atualização de rodovias federais, entre outras atualizações (IBGE, 2010a). A Base Cartográfica Contínua ao Milionésimo (BCIM) corresponde a um componente de dados geoespaciais fundamental de referência e recobre todo o território brasileiro. Seu modelo de dados contempla categorias de informação sobre a realidade física-biótica (hidrografia, hipsometria e ve- getação), territorial (limites e pontos de referência) e antrópica (localidades, sistema de transportes e atividades econômicas) da realidade nacional, na escala de 1:1.000.000, utilizando-se as referências espaciais geodésico (SAD69 e SIRGAS2000) e cartográfico (coordenadas geográficas) (IBGE, 2010b). Zoneamento e planejamento dos recursos naturais Ao longo das últimas décadas houve um intenso debate sobre as questões ambientais, mais precisamente sobre os impactos negativos que o homem vem causando na natureza. Fatores como Revolução Industrial, crescimento populacional, urbanização e apropriação inadequada dos recursos naturais estão entre as causas da crise ambiental que vive o planeta Terra. Fogaça, Cubas e Taveira (2017) menciona que a partir da Primeira Revolução Industrial, as fábricas e a produção de mercadorias se expandiram e, con- sequentemente, a demanda por recursos naturais apresentou crescimento. Cartografia do território10 Na Segunda Revolução Industrial, estabeleceram-se novos padrões para produção e, também, consumo. A partir da década de 1970, diversas conferências foram organizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), cujo objetivo principal foi discutir os impactos ambientais nos sistemas naturais, estabelecendo diretrizes para mitigação dos impactos adversos. A degradação ambiental verificada nos dias de hoje é resultado de apro- priações e explorações inadequados da natureza implementada gradati- vamente ao longo dos últimos séculos (FOGAÇA; CUBAS; TAVEIRA, 2017). Tal degradação tem efeitos negativos não só nas sociedades, mas também nos meios físicos (solo, ar, águas) e biológicos (fauna e flora). A apropriação dos recursos naturais pelo homem apresenta um impacto adverso que, muitas vezes, altera as paisagens naturais. Neste aspecto, Venturi (2006, p. 15) conceitua recursos naturais como “[...] qualquer elemento ou aspecto da natureza que esteja em demanda, seja passível de uso ou esteja sendo usado direta ou indiretamente pelo homem como forma de satisfação de suas necessidades físicas e culturais, em determinado tempo e espaço [...]”. Tais recursos podem ser classificados em renováveis e não renováveis. Quando abordamos o zoneamento e o planejamento dos recursos na- turais, não podemos deixar de definir o conceito de impacto ambiental. De acordo com Sánchez (2013, p. 34), é a “[...] alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais provocado por ação humana [...]”. Por sua vez, a Resolução CONAMA nº 001/86 considera impacto ambiental: qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio am- biente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humana que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais” (BRASIL, 1986, documento on-line). Instrumentos para planejamento dos recursos ambientais Uma das principais ferramentas para assegurar a qualidade ambiental para o devido planejamento e uso dos recursos ambientais é a legislação ambiental. Neste sentido, a Constituição Federal de 1988 estabeleceu, pela primeira vez na história, um capítulo inteiro destinado à questão ambiental, onde menciona, em seu Art. 225, que “[...] todos têm direito ao meio ambiente Cartografia do território 11 ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações [...]” (BRASIL, 1988, documento on-line). A fim de estabelecer um planejamento mais seguro para exploração dos recursos naturais, a Lei nº 6.938/81, que instituia Política Nacional do Meio Ambiente, estabeleceu alguns instrumentos relacionados ao planejamento e a gestão dos recursos naturais. Entre eles estão: zoneamento ambiental, a avaliação de impactos ambientais, o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras (BRASIL, 1981a). Uma das obrigatoriedades mais efetivas para o planejamento do uso dos recursos naturais é a exigência de licenciamento ambiental e a elaboração dos estudos ambientais. O licenciamento ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97, que você pode ler na íntegra na internet, é: [...] um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou po- tencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (BRASIL, 1997, documento on-line). O Quadro 4 demonstra a principal modalidade de licenciamento ambiental exigido pelos órgãos ambientais brasileiros. Cartografia do território12 Quadro 4. Principal modalidade de licenciamento ambiental Licenciamento ambiental Texto explicativo Licença prévia (LP) Concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade, aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. Licença de instalação (LI) Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. Licença de operação (LO) Autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Fonte: Adaptado de CONAMA (BRASIL, 1997). Os estudos ambientais, de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97, “[...] são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empre- endimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida [...]” (BRASIL, 1997, documento on-line), tais como: estudos ambiental, dentre eles o estudo de impacto ambiental (EIA) e respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA), plano de controle ambiental (PCA), relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada, estudo de investigação de passivo ambiental, entre outros (BRASIL, 1997). A CETESB, órgão ambiental do estado de São Paulo, publica, em seu site, os estudos de impactos ambientais (EIA) e os respectivos RIMAs desenvolvidos desde os anos 2000 para licenciamento ambiental de atividades localizadas no estado de São Paulo. Acesse o site para ver todos eles. Cartografia do território 13 O geógrafo é um dos profissionais capacitados e que possui atribuição para participar da elaboração e coordenação de estudos ambientais, uma vez que poderá ser o responsável por diagnóstico ambiental, mapeamento, levantamento topográfico e geoprocessamento, delimitação de áreas de influência, estudos pedológicos, biogeográficos, bacias hidrográficas, entre outros. Um bom exemplo do trabalho do profissional da geografia no levantamento e planejamento ambiental e territorial é citado por Ross (2014), que apresenta um exemplo do diagnóstico do comportamento morfodinâmico, no qual trabalha-se com cartas topográficas e fotografias aéreas na escala 1:25.000, além de carta geológica e dados pluviométricas mensais — compreendendo, desta forma, a elaboração dos seguintes documentos: carta de declividade média das vertentes; carta litológica; carta de uso da terra e cobertura vegetal; carta dos elementos das formas de relevo; carta de suscetibilidade erosiva. Assim, a partir desses documentos, gerou-se a carta de diagnóstico síntese a que se denominou carta de classes de vulnerabilidade morfodinâmica, ou seja, uma visão geral do todo e das variáveis envolvidas. Instrumentos para zoneamento ambiental Conforme já mencionado, a Política Nacional do Meio Ambiente estabeleceu o zoneamento ambiental como um dos instrumentos de controle e gestão territorial. Neste mesmo foco, a Lei nº 10.257/2001, que estabelece as diretrizes gerais da política urbana (Estatuto das Cidades), menciona o zoneamento ambiental como instrumento do planejamento municipal (BRASIL, 1981a, 2001). O Decreto nº 4.297/2002 regulamenta o zoneamento ecológico-econômico (ZEE) do Brasil. Especifica, em seu Art. 2, que: O ZEE é um instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente segui- do na implantação de planos, obras e atividades públicas e privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da população (BRASIL, 2002, documento on-line). Ou seja, é um instrumento político e técnico de planejamento e gestão, que estabelece diretrizes de ordenamento do território. Segundo o Art. 11 do Decreto nº 4.297/2002 “[...] o ZEE dividirá o territó- rio em zonas, de acordo com as necessidades de proteção, conservação e Cartografia do território14 recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável [...]” (BRASIL, 2002, documento on-line). Na escala territorial, o macrozoneamento e o zoneamento urbano são ferramentas fundamentais. Eles fixam regras de ordenamento do território, inclusive e principalmente para o controle da expansão urbana, promovendo o exercício da função social da cidade e assegurando melhor sustentabilidade no uso e na ocupação dos solos urbano e rural. Em vista do exposto, o presente item abordou e demonstrou as principais ferramentas para o zoneamento e o planejamento dos recursos naturais, evidenciando o papel do geógrafo neste contexto. Observamos, também, o planejamento no uso dos recursos naturais — seja solo, água ou ar, deverá ser objeto de licenciamento ambiental, com a elaboração de estudos ambientais para aquelas atividades potencialmente poluidoras. E, por fim, menciona- mos que o zoneamento ambiental tem por função estabelecer uma melhor organização daquele determina território. Referências BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Brasília: CONAMA, 1986. 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Regulamenta os arts. 182 e 183 da Consti- tuição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10257.htm#:~:text=LEI%20No%2010.257%2C%20DE%2010%20DE%20JULHO%20DE%202001.&text=Regulamenta%20os%20arts.,urbana%20 e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=Art.&text=tratam%20os%20 arts.-,182%20e%20183%20da%20Constitui%C3%A7%C3%A3o%20Federal,aplicado%20 o%20previsto%20nesta%20Lei. Acesso em: 26 jan. 2021. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1981a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l6938.htm. Acesso em: 26 jan. 2021. Cartografia do território 15 BRASIL. Ministério do Exército. Diretoria de Serviço Geográfico. Região Centro Oeste do Brasil 1:100.000: articulação Porto Brasílio Folha SF.22-Y-A-IV. Brasília: Ministério do Exército, 1981b. CASTRO, I. E.; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. (org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. FITZ, P. R. Cartografia básica. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. FOGAÇA, T. K.; CUBAS, M. G.; TAVEIRA, B. D. A. Conservação dos recursos naturais e sustentabilidade: um enfoque geográfico. Curitiba: InterSaberes, 2017. IBGE. Divisão regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias 2017. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Disponível em: https://biblioteca.ibge. gov.br/visualizacao/livros/liv100600.pdf. Acesso em: 26 jan. 2021. IBGE. Divisão territorial brasileira: DTB. Rio de Janeiro: IBGE, 2020a. Disponível em: ht- tps://www.ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/divisao-regional/23701- -divisao-territorial-brasileira.html?=&t=o-que-e. Acesso em: 26 jan. 2021. IBGE. Mapoteca digital: base cartográfica contínua do Brasil, ao milionésimo – BCIM. Rio de Janeiro: 2010a. v. 3. Disponível em: http://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/ bases_cartograficas_continuas/bcim/versao2010/informacoes_tecnicas/bcim_v3.04_ doctecnica_md_vol_ii_anexos.pdf. Acesso em: 26 jan. 2021. IBGE. Carta do Brasil 1:100.000: Londrina. Rio de Janeiro: IBGE, 1965. Folhas topográfocas 1:100.00, articulação número 2758. Disponível em: http://www.iat.pr.gov.br/Pagina/ Dados-geoespaciais-de-referencia. Acesso em: 27 jan. 2021. IBGE. Projeto BCIM: base cartográfica contínua do Brasil, ao milionésimo – BCIM. Rio de Janeiro: IBGE, 2010b. v. 1. Disponível em: http://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/ bases_cartograficas_continuas/bcim/versao2010/informacoes_tecnicas/bcim_v3.04_ doctecnica_md_vol_i.pdf. Acesso em: 26 jan. 2021. IBGE. Redes Geodésicas. Rio de Janeiro: IBGE, 2020b. 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Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013. VENTURI, L. A. B. Recurso natural: a construção de um conceito. GeoUSP: Espaço e Tempo, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 9–17, 2006. Cartografia do território16 Leitura recomendada CONSELHO NACIONAL DE GEOGRAFIA (org.). Carta do Brasil ao milionésimo. Rio de Janeiro: IBGE, 1960. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/ liv7206.pdf. Acesso em: 27 jan. 2021. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Cartografia do território 17 Dica do professor O zoneamento é um dos principais instrumentos de gestão territorial, pois tem a função de organizar o espaço territorial e, principalmente, o sistema de uso e a ocupação da terra, estabelecendo diretrizes para sua exploração e ocupação. Nesta Dica do Professor, acompanhe a discussão do zoneamento ecológico-econômico (ZEE), uma ferramenta obrigatória em nosso país. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/c3218f4f0814d8c6c7ce2bacecf73bd8 Exercícios 1) O conceito de território está ligado à delimitação e à ideia de relações de espaço e poder. Relacione o espaço territorial municipal, distrital e regional às suas respectivas definições. 1. Subdistritos 2. Distritos 3. Municípios ( ) A Constituição Federal de 1988 os considera como a unidade da Federação com a menor abrangência territorial. ( ) São unidades geográficas que dividem integralmente o território do distrito ou do município. ( ) Constituem-se em unidades administrativas internas aos municípios. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo. A) 3 – 1 – 2. B) 1 – 2 – 3. C) 2 – 3 – 1. D) 2 – 1 – 3. E) 3 – 2 – 1. 2) Ao longo do século XX, o IBGE apresentou três propostas de divisão regional brasileira: zonas fisiográficas (década de 1940); microrregiões homogêneas (1968); mesorregiões e microrregiões geográficas (1989). Levando em consideração as mudanças ocorridas na dinâmica econômica do mundo, as novas polarizações globais, bem como o processo de transformação que vem passando o território brasileiro, o IBGE lançou uma nova divisão regional do Brasil. Assinale a alternativa correta referente a essa nova divisão. A) Mesorregiões homogêneas. B) Regiões metropolitanas imediatas e regiões metropolitanas intermediárias. C) Regiões metropolitanas. D) Regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias. E) Regiões geográficas macroimediatas e regiões geográficas macrointermediárias. 3) A utilização da cartografia na análise do espaço geográfico e como instrumento de planejamento e gestão territorial necessita do domínio de conceitos e do conhecimento de informações cartográficas que estão disponíveis há muitas décadas no Brasil. Sobre a Carta do Brasil ao milionésimo, assinale a alternativa correta. A) Não cobre todo o território brasileiro, mas seu modelo de dados contempla aspectos físico- biológicos, territoriais e antrópicos na escala de 1:5.000. B) Cobre todo o território brasileiro, na escala 1:1.000.00, mas não utiliza referências espaciais geodésicas. C) Cobre todo o território brasileiro, contemplando aspectos físico-biológicos, territoriais e antrópicos na escala de 1:5.000. D) Não cobre todo o território brasileiro, mas seu modelo de dados contempla aspectos físico- biológicos, territoriais e antrópicos na escala de 1:1.000.000. E) Cobre todo o território brasileiro, contemplando aspectos físico-biológicos, territoriais e antrópicos na escala de 1:1.000.000. 4) Ao longo das últimas décadas, houve um intenso debate sobre as questões ambientais, mais precisamente sobre os impactos negativos que o homem vem ocasionando na natureza. Uma das principais ferramentas para assegurar a qualidade ambiental para o devido planejamento e uso dos recursos ambientais são as legislações ambientais. Com relação aos instrumentos legislativos para planejamento do uso dos recursos ambientais, assinale a alternativa correta. A) Os estudosambientais, que contemplam um diagnóstico do meio físico, biológico e socioeconômico, são exigidos para empreendimentos usuários dos recursos naturais, poluidores ou potencialmente poluidores. B) Uma das obrigatoriedades mais efetivas para o planejamento do uso dos recursos naturais é a exigência de licenciamento ambiental, que é um tipo de estudo ambiental destinado a mitigar os impactos ambientais negativos de um empreendimento poluidor. C) O geógrafo, infelizmente, não tem atribuição para participar da elaboração de estudos ambientais, na medida em que ele está restrito a atuar apenas na explicação de cartas e mapas. D) O licenciamento ambiental, que é um instrumento de planejamento do uso dos recursos ambientais, é concedido apenas na fase preliminar do planejamento do empreendimento. E) A Lei no 6.938/1981, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, infelizmente não estabeleceu instrumentos relacionados ao planejamento e à gestão dos recursos naturais. Por esse motivo, o país apresenta, nos dias atuais, uma crise ambiental. 5) A cartografia do território se aplica nas ferramentas de planejamento do uso de recursos ambientais e apropriação do espaço. Nesse sentido, relacione os conceitos de zoneamentos às suas respectivas definições: 1. Zoneamento ecológico-econômico 2. Zoneamento urbano 3. Macrozoneamento ( ) A distribuição espacial das atividades econômicas leva em conta a importância ecológica, as limitações e as fragilidades dos ecossistemas. ( ) Fixa as regras de ordenamento do território municipal, inclusive e principalmente, para o controle da expansão urbana, promovendo o exercício da função social da cidade. ( ) Fixa as regras de ordenamento do território urbano, inclusive e principalmente, para o controle da expansão urbana, promovendo o exercício da função social da cidade. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo. A) 1 — 2 — 3. B) 1 — 3 — 2. C) 2 — 3 — 1. D) 2 — 1 — 3. E) 3 — 2 — 1. Na prática A cartografia é uma ferramenta essencial para o diagnóstico e o prognóstico do espaço territorial. Nesse sentido, as cartas topográficas foram e ainda são muito utilizadas pelos profissionais de geografia, principalmente na elaboração de estudos ambientais. Neste Na Prática, acompanhe o professor de geografia na explanação e na demonstração de como utilizar as cartas topográficas para realizar uma análise detalhada da geografia física de uma determinada localidade, utilizando, para isso, a delimitação de uma bacia hidrográfica. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/4923b455-721c-4493-a564-8ff41ce80a9b/1dd998c6-0ce4-4c12-96c0-7287595b63a3.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja as sugestões do professor: Regiões geográficas Conheça esta ferramenta disponibilizada pelo IBGE que traz, entre outras informações, os mapas estaduais para identificação das regiões geográficas imediatas e intermediárias. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Dados geoespaciais de referência Neste site, do Instituto de Água e Terra (PR), é demonstrada a disponibilização da articulação e das cartas topográficas do estado do Paraná, nas escalas de 1:100.000 e 1:50.000. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Base cartográfica contínua do Brasil, ao milionésimo Leia este documento oficial do IBGE, referente à base cartográfica Brasil ao milionésimo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Banco de dados geográficos do Exército https://www.ibge.gov.br/apps/regioes_geograficas/ http://www.iat.pr.gov.br/Pagina/Dados-geoespaciais-de-referencia http://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/bases_cartograficas_continuas/bcim/versao2010/informacoes_tecnicas/bcim_v3.04_doctecnica_md_vol_i.pdf Veja este banco de dados de informações geográficas, que reúne mapeamentos realizados pelo governo brasileiro nas mais diferentes escalas e tipologias (matricial e vetorial). Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://bdgex.eb.mil.br/bdgex/?controller=index&action=index&module=default&