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Acesso e Adaptação à Universidade nos EUA

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476 Diane E. Papalia e Ruth Duskin Feldman
pode estar relacionado à vantagem dos homens na capacidade matemática, visual e espacial, ou 
talvez às diferenças na forma como homens e mulheres solucionam problemas novos (Halpern et 
al., 2007). Ainda assim, as mulheres fizeram progressos em quase todos os campos (NCES, 2006b). 
Mais mulheres obtêm agora diplomas em engenharia do que no passado, embora pelo menos 80% 
dos diplomas de bacharelado nessa área ainda sejam concedidos aos homens (Halpern et al., 2007; 
NCES, 2007b). A porcentagem de diplomas profissionais (direito, medicina, odontologia, etc.) 
concedidos a mulheres aumentou substancialmente a partir de 1970 (NCES, 2005c). Em 1960, 
as mulheres receberam em média apenas 10% dos diplomas de pós-graduação, em todas as áreas, 
mas agora as mulheres recebem aproximadamente 57% dos diplomas de pós-graduação (NCES, 
2009b).
O nível socioeconômico e a raça/etnia afetam o acesso ao ensino superior. Em 2005, 81% dos 
estudantes de famílias ricas que concluíram o ensino médio, em comparação com somente 53,5% dos 
estudantes de famílias de baixa renda, matricularam-se na faculdade imediatamente após a conclusão 
do ensino médio. Entre 1997-1998 e 2007-2008, as anuidades das faculdades subiram aproximada-
mente 30% (NCES, 2009a), tornando o ingresso na universidade cada vez mais difícil para famílias 
de renda média e baixa. Portanto, muitos estudantes das circunstâncias mais modestas tendem a 
trabalhar enquanto cursam a faculdade, o que, com freqüência, serve para retardar seu progresso (Dey 
e Hurtado, 1999). Além disso, estudantes de famílias mais ricas são menos propensos a desistir da 
faculdade antes da formatura (Hamilton e Hamilton, 2006).
Atualmente, aproximadamente 72% dos diplomas de bacharelado são obtidos por estudantes 
brancos (NCES, 2009b). A participação de grupos minoritários, entretanto, aumentou em todos os ní-
veis. Mais de 50% de estudantes hispânicos e negros que concluíram o ensino médio em 2005 foram 
diretamente para a universidade. E a porcentagem de estudantes universitários de grupos minoritários 
está aumentando, principalmente devido aos números cada vez maiores de latinos, ilhéus do Pacífico 
e asiático-americanos (NCES, 2009b). Dada a atual composição demográfica dos Estados Unidos, é 
provável que essa tendência persista.
Adaptação à universidade Muitos calouros se sentem sobrecarregados pelas demandas da vida 
universitária. O apoio familiar parece ser um fator fundamental na adaptação, tanto para estudantes 
que vão e voltam para casa quanto para os que moram no campus. Estudantes que se adaptam fa-
cilmente têm aptidões elevadas e boas habilidades para resolver problemas, tornam-se ativamente 
envolvidos em seus estudos e no ambiente acadêmico e desfrutam de relações próximas, mas autô-
nomas, com seus pais, tendem a ajustar-se melhor e a aproveitar ao máximo a universidade. Também 
é importante ser capaz de construir uma rede social e acadêmica forte entre colegas e professores 
(Montgomery e Côté, 2003). Na verdade, intervenções de apoio dos pares na relação custo-benefício 
podem facilitar muito a transição para a universidade (Mattanah et al., 2010).
Desenvolvimento cognitivo na universidade A universidade pode ser um tempo de desco-
berta intelectual e crescimento pessoal, sobretudo em termos de habilidades verbais e quantitativas, 
pensamento crítico e raciocínio moral (Montgomery e Côté, 2003). Os estudantes se modificam em 
resposta (1) ao currículo escolar, que oferece novos insights e novas maneiras de pensar; (2) a outros 
estudantes que contestam visões e valores mantidos há muito tempo; (3) à cultura estudantil, que é di-
ferente da cultura da sociedade como um todo; e (4) aos membros do corpo docente, que apresentam 
novos modelos a serem seguidos. Em termos de benefícios tanto imediatos quanto de longa duração, 
ingressar em uma universidade – qualquer universidade – é mais importante do que o curso escolhido 
(Montgomery e Côté, 2003).
A experiência universitária pode acarretar uma mudança fundamental no modo como os estu-
dantes pensam (Fischer e Pruyne, 2003). Em um estudo inovador que prenunciou as pesquisas mais 
recentes sobre o pensamento reflexivo e pós-formal, William Perry (1970) entrevistou 67 alunos de 
Harvard e Radcliffe, ao longo dos anos em que cursavam o programa de graduação, e descobriu que 
a maneira de pensar desses estudantes progredia da rigidez para a flexibilidade e, por fim, para com-
promissos livremente escolhidos. Muitos estudantes entram na universidade com ideias rígidas sobre 
a verdade; não são capazes de conceber nenhuma outra resposta que não seja a “certa”. Quando os 
estudantes começam a se deparar com uma ampla variedade de ideias e pontos de vista, disse Perry, 
Estudos mostram que
sites de relacionamento 
como Facebook e MySpace ajudam 
os estudantes a criar conexões 
entre comunidades universitárias e 
estão associados ao bem-estar 
psicológico dos estudantes.
Ellison et al., 2007
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