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Viviane Lopes Moreira 
Advogados
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE COXIM – MS 
PEDRO ALVES DOS SANTOS, brasileiro, casado, portador da cédula de identidade RG nº. 171.894 Sejusp/MS, inscrito no CPF nº. 561.860.371-34, portador da CTPS nº. 0554087, Série 0060-MS, PIS 108.55190.08-3, residente e domiciliado na Rua Iguaçu, nº. 50, Bairro Ouro Verde, CEP 79.480-000, no município de Rio Verde de Mato Grosso – MS, por intermédio de sua advogada que este subscreve (instrumento de procuração em anexo), vem, respeitosamente à presença da Vossa Excelência propor a presente:
AÇÃO DE COBRANÇA DE DIFERENÇAS DE CORREÇÃO MONETÁRIA DO FGTS 
		LOG ENGENHARIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ: 37.178.861/0001-20, com sede na Rua Professor Xandinho, nº 90, Bairro: Vila Antônio Vendas, na cidade de Campo Grande - MS, pelos Motivos de fato e de direito que passa a expor:
1 - GRATUIDADE DA JUSTIÇA
	O reclamante, nos termos do art. 5º, incisos XXXIV e LXXIV da Constituição Federal e § 3º do artigo 790 da Consolidação das Leis do Trabalho, não possui condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento como se infere da Declaração de Hipossuficiência anexado junto a esta inicial. 
	Por fato este e por enquadrar-se nos termos do art. 790 da CLT :
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. (Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017).
O Reclamante requer a concessão da justiça gratuita, uma vez que a sua situação econômica não lhe permite pagar as custas processuais sem prejuízo de seu próprio sustento. 
2 – DOS FATOS
O fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) fora instituído pela Lei nº 5.170/1966, e é composto de recursos captados no setor privado e administrados pela Caixa Econômica Federal, possuindo como principal finalidade a proteção dos trabalhadores demitidos sem justa causa. 
Atualmente, o FGTS é regido pela Lei nº 8.036/1990, a qual delegou à instituição financeira ré a qualidade de agente operador do fundo, cabendo-lhe, nos termos do artigo 7º do referido diploma legal:
Art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe: centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as contas vinculadas, e emitir regularmente os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas e participar da rede arrecadadora dos recursos do FGTS; expedir atos normativos referentes aos procedimentos administrativo-operacionais dos bancos depositários, dos agentes financeiros, dos empregados e dos trabalhadores, integrantes do sistema do FGTS;
Elaborar as contas do FGTS, encaminhando-as ao Ministério da Ação Social; implementar os atos emanados do Ministério da Ação Social relativos à alocação e aplicação dos recursos do FGTS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho; garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cota de titularidade do FGTS, a remuneração aplicável às contas vinculadas na forma do caput do art. 13 desta Lei. 
Parágrafo único. O Ministério da Ação Social e a Caixa Econômica Federal deverão dar pleno cumprimento aos programas anuais em andamento, aprovados pelo Conselho Curador, sendo que eventuais alterações somente poderão ser processadas mediante prévia anuência daquele colegiado. 
Além das referidas atribuições, incumbe à Caixa Econômica Federal realizar a correção monetária dos fundos de todos os trabalhadores, bem como remunerá-los com juros, nos termos dos caputs dos artigos 2º e 13 da Lei nº 8.036/09. In verbis:
Ocorre que, não obstante figurar como operadora do FGTS, a instituição financeira demandada não vem aplicando, de forma correta, a atualização monetária das contas vinculadas ao FGTS dos trabalhadores ora substituídos, uma vez que o parâmetro fixado para correção, estabelecido nos artigos 12 e 17 da Lei nº 8.177/91, não promove a efetiva atualização monetária desde 1999, se distanciando sobremaneira dos índices oficiais de inflação. 
Tal fato vem causando grave prejuízo aos trabalhadores, aos quais, conforme perícia contável anexa, tiveram efetivas perdas em suas contas vinculadas ao FGTS por conta da ausência de real correção monetária dos créditos nelas depositados, o que não se pode admitir, diante da inequívoca perda do valor da moeda depositada no fundo criado para proteção dos trabalhadores. 
Dessa forma, impõe-se ao Poder Judiciário que, reconhecendo a ilegalidade da aplicação da taxa referencial às contas do FGTS dos substituídos, determine à Caixa a correta recomposição dos créditos depositados nas referidas contas, nos termos da fundamentação a seguir, bem como, que efetue o pagamento das respectivas diferenças, a serem apuradas em liquidação de sentença. 
3 – LEGITIMIDADE PASSIVA DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL 
Conforme descrito, o artigo 7º da Lei nº 8.036/90 delega à Caixa Econômica Federal a qualidade de agente operador do FGTS, e disso decorre sua legitimidade para figurar no polo passivo da demanda. 
Ademais como a presente ação discute a aplicação do índices de correção monetária do referido fundo, aplica-se a Súmula nº 249 do Superior Tribunal de Justiça.
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Da mesma forma, que referido tribunal reconhece que a questão está pacificada em seu âmbito, conforme se verifica no julgado. 
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4 – INEXISTÊNCIA DE PRESCRIÇÃO 
Antes de adentrar no âmago da questão, cabe destacar que o prazo prescricional para invocar o direito ora pleiteado perante o Superior Tribunal de Justiça, conforme teor da Súmula 210;
“A ação de cobrança das contribuições para o FGTS prescreve em (30) trinta anos”.
Para não restarem quaisquer dúvidas, cita-se recente julgado proferido pelo referido Tribunal:
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Portanto, verifica-se de plano que a pretensão coletiva ora formulada não está alcançada pela prescrição trintenária citada, tendo em vista que, conforme o laudo em anexo), os créditos das contas vinculadas ao FGTS dos substituídos passaram a ser erroneamente corrigidos pela taxa referencial a partir de 1999.
5 – DIREITO 
5.1 Correção monetária do FGTS 
A Lei nº 8.036/90, que rege o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, contempla expressamente a obrigatoriedade de atualização monetária sobre os saldos das contas vinculadas ao referido fundo, dispondo no caput do seu artigo 2º:
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O artigo 13 da legislação supracitada determina que os depósitos nas contas vinculadas deverão ser “corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos depósitos de poupança”.
Atualmente, os depósitos de poupança são corrigidos pela taxa referencial, nos termos dos artigos 12 e 17 da Lei nº 8.177/91.
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https://ivanalvesadv.jusbrasil.com.br/modelos-pecas/1226822264/acao-de-cobranca-da-diferenca-de-correcao-monetaria-do-fundo-de-garantia-do-tempo-de-servico
https://www.jusbrasil.com.br/processos/395031352/peca-peticao-inicial-trf03-acao-de-cobranca-de-diferencas-de-correcao-monetaria-do-fgts-procedimento-do-juizado-especial-civel-contra-caixa-economica-federal-cef-1662281359
https://www.jusbrasil.com.br/processos/245844195/peca-peticao-inicial-trf03-acao-de-cobranca-da-diferenca-de-correcao-monetaria-do-fgts-procedimento-do-juizado-especial-civel-contra-caixa-economica-federal-cef-1755023431
				
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