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Prova regular online
Prova Finalizada em 14/04/2023 23:25:40
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 Prova Online
Disciplina: 100736 - HISTÓRIA DA ÁFRICA E DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Abaixo estão as questões e as alternativas que você selecionou:
QUESTÃO 1
Quando os portugueses chegaram à África ocidental, no século XV, depararam-se com o reino do Congo.
Sobre esse reino é correto afirmar:
a )
Antes mesmo da chegada dos portugueses o reino do Congo já estava em forte processo de decadência.
b )
A principal etnia que formava o povo congolês era a dos berberes islamizados.
c )
Foi sobretudo a partir do século XIV que o reino do Congo se consolidou, a partir de conquistas e alianças
firmadas entre Nimia, Nzima e outros povos do Sul do Rio Congo. Quando os portugueses chegaram, no
século seguinte, encontraram um reino organizado em províncias controladas por parentes do rei.
d )
Entre os congoleses não havia a figura de um chefe político principal.
e )
Às aldeias menores, subjugadas pelo reino do Congo, não era imposta a cobrança de impostos nem nenhum
outro tipo de tributo.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
O Reino do Congo era um reino forte e consolidado no século XV, quando os portugueses chegaram à África
Sul Ocidental. Chefiado por um rei, o reino era organizado em províncias governadas por seus parentes, as
quais tinham sido conquistadas mediante guerras ou alianças e que pagavam tributos ao rei.
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QUESTÃO 2
Leia com atenção o texto a seguir, acerca de uma lenda ioruba sobre a origem da cidade de Ifé:
"Oduduá, filho e príncipe herdeiro de um dos reis de Meca, Lamurudu (ou Nimrod?), apostatará do
islamismo e tentara impor o culto dos ídolos como religião do Estado. A inconformidade dos muçulmanos
rebentou numa guerra civil, durante a qual Lamurudu foi morto e seus filhos e aderentes expulsos da cidade.
Oduduá, perseguido pelos inimigos, veio dar com dois de seus ídolos e sua gente, em Ilê Ifé, nas florestas do
Iorubo, onde fundou um reino." (SILVA, 2006, p. 479)
Sobre a relação entre a lenda e os eventos históricos ocorridos na região de Ifé, por volta dos séculos VII e
VIII da nossa era, é correto afirmar:
a )
O primeiro chefe de Ifé foi Oduduá, que renegou a fé islâmica e, por isso, foi perseguido e fugiu com alguns
de seus aliados para a região das florestas de Iorubo.
b )
Segundo a lenda, o primeiro chefe de Ifé, Oduduá, era seguidor do Islamismo e dos princípios de Maomé.
c )
Oduduá era oriundo da Península Arábica, de origem pobre e seguidor da fé islâmica.
d )
A fundação da cidade de Ifé fez parte do processo de expansão árabe-islâmica na África.
e )
Oduduá foi um líder tribal iorubo que fugiu de Ifé e foi para Meca, onde se converteu ao islamismo.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
Segundo a lenda, Oduduá era filho de um dos reis de Meca que não se converteu a fé islâmica. Após uma
guerra civil, seu pai, Lamurudu, foi morto e Oduduá fugiu para as florestas de Iorubo onde fundou a cidade
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de Ifé.
QUESTÃO 3
Considerando a afirmação do historiador inglês Hugh Trevor-Hoppe em uma entrevista cedida ao canal BBC
de Londres, em 1961, de que não haveria história da África Subsaariana, mas somente a história dos
europeus no continente, é correto afirmar que:
a )
A ausência de história na África Subsaariana antes do século XIX se deve a ausência efetiva dos europeus
naquela região do Continente antes do século XIX.
b )
A afirmação manifesta o entendimento eurocêntrico acerca da história da África.
c )
A afirmação representa o entendimento acerca da história e historiografia da África posterior aos
movimentos de descolonização no Continente.
d )
A afirmação manifesta o entendimento autóctone - acerca da história da África.
e )
Até o período situado no imediato Pós-Segunda Guerra Mundial predominava uma narrativa autóctone, e,
portanto, africana, acerca do tema.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
A afirmação do historiador britânico representa uma visão eurocêntrica sobre a história da África, ou seja, a
de que os povos da África Subsaariana só passam a ter história a partir do seu contato com os europeus. Tal
perspectiva decorre da supremacia das narrativas europeias sobre a história da África sobre as narrativas
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autóctones, fato que só passou a ser desconstruído após a Segunda Guerra Mundial e no bojo dos
movimentos de descolonização.
00:0000:00 ⁄⁄ 01:5901:59
QUESTÃO 4
Na África anterior à presença portuguesa, a escravidão, quando praticada por algum reino - como é o caso do
reino do Congo - precisava ser muito vigiada e controlada. Sobretudo em razão:
a )
Por conta das fugas e da tentativa de regresso dos cativos aos seus locais de origem. Por isso, sempre que
possível, preferia-se escravizar pessoas de terras distantes ou trocar escravizados por outros de terras mais
longínquas, dificultando assim, suas tentativas de fuga e regresso.
b )
De ser uma instituição considerada proibida por algumas religiões locais.
c )
Porque a escravidão causava grande debilitação aos seres humanos e, consequentemente, mortes,
ocasionando consideráveis baixas demográficas.
d )
Por causa dos constantes conflitos envolvendo trabalhadores escravizados e trabalhadores livres.
e )
Por ferir seriamente os costumes dos povos africanos.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
A escravidão existente na África antes dos portugueses costumavatrazer, muitas vezes, mais desvantagens
do que vantagens aos senhores: havia sempre a possibilidade de os escravizados tentarem fugir e regressar
aos seus locais de origem, daí a preferência pela captura de pessoas provenientes de terras distantes.
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00:0000:00 ⁄⁄ 02:2502:25
QUESTÃO 5
O processo de descolonização dos vários povos africanos se intensificou após o fim da Segunda Guerra
Mundial. Sobre os movimentos que conduziram a descolonização e a instituição dos novos países, é correto
afirmar:
a )
Foram majoritariamente conduzidos por lideranças negras e nativas, tendo como uma de suas principais
características a tentativa de manter a unidade cultural das novas nações, unidade essa preservada durante o
período imperialista.
b )
Quanto ao processo de descolonização, os movimentos, em sua maioria, foram conduzidos por lideranças
externas - líderes imperialistas que buscavam intentar uma libertação negociada - e por lideranças locais que
haviam estudado em universidades estrangeiras e buscavam um ideal de nação pautado em moldes europeus.
c )
Ainda não se completou até os dias de hoje, pois persistem regiões da África que permanecem sob julgo
colonial de potências europeias.
d )
Foi conduzido de forma pacífica na maioria das colônias e não encontrou resistência por parte das antigas
metrópoles, nem se observou, em sua constituição, as terríveis guerras civis ocorridas, por exemplo, em ex-
colônias europeias da Ásia (tais como a Coreia e o Vietnã).
e )
Foram majoritariamente produtos de lutas sangrentas entre colonizados e colonizadores, ao final das quais,
emergiram novas nações africanas, constituídas de unidades culturais e étnicas diferenciadas.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
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O processo de emancipação política ou descolonização, na maior parte do território africano, foi conduzido
por influências externas - líderes imperialistas - que conduziram formas de libertação negociada e pacífica
via organizações nacionalistas, estas, muitas vezes influenciadas por intelectuais que estudaram em
instituições estrangeiras e, por isso, concebiam a emancipação e a formação dos novos Estados aos moldes
europeus.
00:0000:00 ⁄⁄ 03:1303:13
QUESTÃO 6
Acerca da designação "África Mediterrânea" é correto afirmar:
a )
O país da Etiópia, na atualidade, é parte dessa região.
b )
Por causa de sua localização, os contatos dos povos dessa região aconteceram de forma mais intensa com o
Oriente do que propriamente com a África Subsaariana, mas isso não significa que estes últimos não tenham
ocorrido, desde a Antiguidade.
c )
Os povos dessa região quase não desenvolveram o contato com povos estrangeiros, como gregos, romanos e
fenícios, por exemplo, devido ao seu isolamento geográfico.
d )
Os contatos entre os povos dessa região e os povos da chamada África Subsaariana foram quase inexistentes
durante toda a Antiguidade.
e )
Em virtude do seu isolamento geográfico, os povos dessa região não sofreram a invasão de povos
estrangeiros, pelo menos durante toda a Antiguidade.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
Á
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Separados da Europa pelo Mar Mediterrâneo e da África Subsaariana pelo Deserto do Saara, os povos da
África Mediterrânea, na Antiguidade, desenvolveram de forma mais intensa o contato com povos do Oriente.
Mas isso não significa que seu desenvolvimento tenha ocorrido de forma isolada: as terras da África
Mediterrânea foram ocupadas, ainda na Antiguidade, por diferentes povos estrangeiros, como os fenícios
(cartagineses) e os romanos. Também, desde a Antiguidade, desenvolveram relações - sobretudo comerciais -
com povos da África Subsaariana.
00:0000:00 ⁄⁄ 02:4602:46
QUESTÃO 7
Analise com atenção o texto a seguir:
"Porém, em quase todos os lugares do mundo não europeus, a chegada do homem branco gerou algum tipo
de resistência. [...] Além da resistência armada em locais tão diversos quanto a Irlanda, a Indonésia e a
Argélia no século XIX, houve também um empenho considerável na resistência cultural em quase todas as
partes, com a afirmação de identidades nacionalistas e, no âmbito político, com a criação de associações e
partidos com o objetivo comum da autodeterminação e da independência nacional. O contato imperial nunca
consistiu numa relação entre um ativo intruso ocidental e contra um nativo não ocidental inerte ou passivo:
sempre houve algum tipo de resistência ativa e, na maioria esmagadora dos casos, essa resistência acabou
preponderando". (SAID, 1995, p. 11-12)
Acerca do texto de SAID, é correto afirmar:
a )
No tocante ao Imperialismo europeu, à exceção da Argélia, não se observou em outras partes da África -
sobretudo, Saariana - resistência efetiva à presença imperialista europeia.
b )
Há um contraste entre a resistência à presença imperialista que se observou na Irlanda e a passividade com
que esta foi aceita na África Mediterrânea (Argélia) a qual ficou por décadas sob o controle francês.
c )
O contato imperial nunca se manifestou como um ativo invasor ocidental intruso e um nativo não ocidental
passivo, sempre existiu resistência nativa, manifestando-se, por exemplo, por meio da afirmação de
identidades nacionalistas e de associações e partidos.
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d )
A passividade com a qual a presença imperialista europeia foi aceita na África aconteceu, em grande parte, à
violência armada através da qual os conquistadores submeteram os nativos.
e )
Diferentemente do que ocorreu na Irlanda e em outras regiões do Globo, na África a presença europeia
sempre foi aceita sem resistência.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
Segundo o texto, a presença do intruso invasor europeu imperialista nunca foi aceita passivamente pelos
nativos, seja no caso da Irlanda ou da Argélia. Essa resistência, ativa, manifestou-se por meio de uma
identidade nacionalista expressa, posteriormente, em associações e partidos, por exemplo.
00:0000:00 ⁄⁄ 02:5502:55
QUESTÃO 8
Leia com atenção o fragmento retirado do livro base da disciplina:
"Assim, a perspectiva apresentada pelos intelectuais para o processo tanto de independência quanto de
emancipação política para a África pautava-se em estruturas estrangeiras que desconsideravam o caldeirão
cultural delimitado nas colônias de poder imperialista. A grande questão pós-independência era a de como
construir uma nação sob estruturas tão diversas quanto aquelas que estavam reunidas em uma delimitação
territorial estabelecida de fora, pelos europeus. Tratava-se de uma luta na qual se tornava necessária a
homogeneização das diferenças em nome de uma unidade." (LOBO; SANTOS, 2018, p. 154)
Considerando o texto e o processo de independência dos povos africanos após a Segunda Guerra Mundial, é
correto afirmar:
I) O grande desafio dos povos africanos no processo de sua emancipação política foi o de estruturar as bases
de suas identidades apesar das estruturas diversas sobre as quais essas bases tinham sido firmadas pelas
potências imperialistas.
II) As estruturas diversas que constituíam as identidades dos povos africanos anteriormente à sua dominação
por potências imperialistas foram dissolvidas durante o processo de colonização.
III) No decorrer do processo de emancipação política das nações africanas, o problema da afirmação das
identidades chocou-se com as fronteiras artificiais estabelecidas pelas potências imperialistas. Uma das
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consequências desse estado de coisas foi a eclosão de guerras civis na sequência dos movimentos pela
independência.
IV) Em sua maioria, os movimentos pelaindependência na África pós-Segunda Guerra levaram em
consideração as diferentes estruturas étnicas e culturais sob as quais estavam assentados os povos africanos.
V) As diferentes identidades étnicas e culturais dos povos africanos foram respeitadas pelas potências
imperialistas durante o processo de divisão de seus territórios.
a )
São corretas as alternativas III e V.
b )
São corretas as alternativas I, II III.
c )
São corretas as alternativas IV e V.
d )
São corretas as alternativas I e III.
e )
São corretas as alternativas II e IV.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
Estruturar as bases de suas identidades apesar das estruturas diversas sobre as quais essas bases tinham sido
firmadas pelas potências imperialistas foi com certeza um dos grandes desafios dos povos africanos após o
período da independência. Sobretudo, porque as estruturas diversas que constituíam as identidades dos povos
africanos anteriormente à sua dominação por potências imperialistas não foram respeitadas durante o
processo de colonização, em consequência disso, no pós-independência, o problema da afirmação das
identidades chocou-se com as fronteiras artificiais estabelecidas pelas potências imperialistas. Rivalidades
históricas vieram à tona, desencadeando violentos conflitos civis, muitos dos quais se arrastam até os dias
atuais.
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QUESTÃO 9
Acerca do Imperialismo ou Neocolonialismo do século XIX:
a )
Caracterizou-se pela expansão via Oceano Atlântico em direção às Índias, em busca de metais preciosos e
especiarias.
b )
Constituiu-se como uma fase basicamente mercantil e acumulacionista do capitalismo.
c )
Pautava-se pela busca de uma balança comercial favorável pelas potências em expansão.
d )
Constituiu-se como uma fase industrial, financeira e monopolista do capitalismo e caracterizou-se pela
expansão de mercados em direção à Ásia e África por países europeus. Buscava-se matérias-primas, mercado
consumidor, fontes de energia e mão-de-obra barata.
e )
Teve como principais protagonistas os países de Portugal e Espanha.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
O Imperialismo ou Neocolonialismo do século XIX caracterizou-se, entre outras coisas, pela expansão do
capitalismo industrial, financeiro e monopolista. Essa expansão partiu de algumas potencias europeias que
passavam por um processo de industrialização e se dirigiu, principalmente, para regiões da África e Ásia.
Buscava-se além de territórios para instalação de empresas, matéria-prima, fontes de energia, mercado
consumidor e mão-de-obra barata.
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QUESTÃO 10
As pesquisas sobre a história da África ganharam novo fôlego a partir da segunda metade da década de 1960.
Constituiu um marco importante dessa fase:
a )
O declínio das guerras civis no continente.
b )
O interesse e a iniciativa de historiadores europeus, sobretudo, britânicos, sobre o estudo da história dos
povos africanos.
c )
A ampliação do conceito de fonte histórica, propiciada pelos estudos dos historiadores franceses da Escola
dos Annales.
d )
A iniciativa da Unesco em desenvolver uma obra que abordasse a história da África, iniciativa que se
concretizou com o projeto "História geral da África", iniciado em 1969.
e )
O fim da Segunda Guerra Mundial e a reconquista, por parte dos europeus, dos seus territórios coloniais na
África.
Ver justificativa da resposta
Justificativa
No bojo dos movimentos de descolonização, desenvolveu-se entre os historiadores nativos o desejo de
"descolonizar" também os estudos sobre a história da África, libertando-os da influência do olhar dos
colonizadores. Essa iniciativa ganhou força com o projeto da Unesco, iniciado em 1966, de elaborar uma
obra reunindo os estudos de diferentes pesquisadores sobre a história de diferentes regiões do continente
africano. Essa iniciativa começou a se consolidar a partir de 1969 com o processo de escritura da "História
geral da África".
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