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Literatura para Notário e Registrador (TJ MA) 2023 ( https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2dE55 ) Ordenação: Por Matéria Literatura Brasileira e Estrangeira Questão 201: ITA - Vest (ITA)/ITA/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) No Realismo, o adultério subverte o ideal romântico de casamento. Machado de Assis, porém, costuma tratá-lo de modo ambíguo, valendo-se, por exemplo, do ciúme masculino ou da dubiedade feminina. Com isso, em seus romances, a traição nem sempre é comprovada, ou, mesmo que desejada pela mulher, não se consuma. Constatamos tal ambiguidade em Quincas Borba, quando a) Palha se enraivece com os olhares de desejo que os homens dirigem a Sofia nos eventos sociais. b) Sofia decide não contar ao marido que Rubião a assediou certa noite, no jardim da casa deles. c) Palha, mesmo interessado na riqueza de Rubião, decide confrontá-lo ao perceber o assédio dele a ........Sofia. d) Sofia tenta esconder do marido o interesse que tem por Carlos Maria, que a seduziu em um baile. e) Sofia, mesmo interessada em Carlos Maria, faz de tudo para que Maria Benedita se case com ele. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/747613 Questão 202: VUNESP - Alun Of (PM SP)/PM SP/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Leia o trecho de Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão. A imagem de Capitu ia comigo, e a minha imaginação, assim como lhe atribuíra lágrimas, há pouco, assim lhe encheu a boca de riso agora: vi-a escrever no muro, falar-me, andar à volta, com os braços no ar; ouvi distintamente o meu nome, de uma doçura que me embriagou, e a voz era dela. (Obra completa. Vol. 1. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1992, p. 840) Dom Casmurro é um romance em que a) a voz do narrador se diferencia da voz das demais personagens como recurso para asseverar a veracidade dos fatos narrados. b) o relato factual predomina sobre as impressões pessoais, em virtude do viés historiográfico da narrativa. c) a memória e a imaginação se confundem à medida que o narrador busca dar sentido à sua história. d) as personagens femininas são tão voluntariosas que seu ponto de vista se sobrepõe ao do próprio narrador. e) a trama se desenvolve predominantemente no tempo presente da narração, e raramente o passado é evocado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/822963 Questão 203: VUNESP - Alun Of (PM SP)/PM SP/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Leia o trecho de Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão. A imagem de Capitu ia comigo, e a minha imaginação, assim como lhe atribuíra lágrimas, há pouco, assim lhe encheu a boca de riso agora: vi-a escrever no muro, falar-me, andar à volta, com os braços no ar; ouvi distintamente o meu nome, de uma doçura que me embriagou, e a voz era dela. (Obra completa. Vol. 1. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1992, p. 840) Em Dom Casmurro, assim como em grande parte da prosa de Machado de Assis, observa-se a ênfase a) no resgate de um passado mítico e grandioso da história do Brasil. b) na descrição de comportamentos instintivos de pobres marginalizados. c) na caracterização social e psicológica de personagens tipicamente urbanas. d) na produção de um discurso regionalista que retratasse o interior do Brasil. e) na criação de enredos cheios de aventura e ação, com vistas ao entretenimento. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/822964 Questão 204: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Quanto às mulheres de vida alegre, detestava-as; tinha gasto muito dinheiro, precisava casar, mas casar com uma menina ingênua e pobre, porque é nas classes pobres que se encontra mais vergonha e menos bandalheira. Ora, Maria do Carmo parecia-lhe uma criatura simples, sem essa tendência fatal das mulheres modernas para o adultério, uma menina que até chorava na aula simplesmente por não ter respondido a uma pergunta do professor! Uma rapariga assim era um caso esporádico, uma verdadeira exceção no meio de uma sociedade roída por quanto vício há no mundo. Ia concluir o curso, e, quando voltasse ao Ceará, pensaria seriamente no caso. A Maria do Carmo estava mesmo a calhar: pobrezinha, mas inocente... CAMINHA, A. A normalista. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 16 maio 2016. Alinhado às concepções do Naturalismo, o fragmento do romance de Adolfo Caminha, de 1893, identifica e destaca nos personagens um(a) a) compleição moral condicionada ao poder aquisitivo. b) temperamento inconstante incompatível com a vida conjugal. c) formação intelectual escassa relacionada a desvios de conduta. d) laço de dependência ao projeto de reeducação de inspiração positivista. e) sujeição a modelos representados por estratificações sociais e de gênero. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1188000 Questão 205: CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC AL)/SEDUC AL/Português/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala a boca, besta!” — Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos. Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras. Outrossim, afeiçoei-me à contemplação da injustiça humana, inclinei-me a atenuá-la, a explicá-la, a classificá-la por partes, a entendê-la, não segundo um padrão rígido, mas ao sabor das circunstâncias e lugares. Minha mãe doutrinava-me a seu modo, fazia-me decorar alguns preceitos e orações; mas eu sentia que, mais do que as orações, me governavam os nervos e o sangue, e a boa regra perdia o espírito, que a faz viver, para se tomar uma vã fórmula. De manhã, antes do mingau, e de noite, antes da cama, pedia a Deus que me perdoasse, assim como eu perdoava aos meus devedores; mas passado o alvoroço, dava-me pancadinhas na cara, e exclamava a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro! Machado de Assis. Memóriaspóstumas de Brás Cubas. Internet: <www.dominiopublico.gov.br>. Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana. A obra da qual esse fragmento de texto foi extraído pertence à segunda fase da produção machadiana e inaugura a estética realista no Brasil. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1609598 Questão 206: CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC AL)/SEDUC AL/Português/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala a boca, besta!” — Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos. Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras. Outrossim, afeiçoei-me à contemplação da injustiça humana, inclinei-me a atenuá-la, a explicá-la, a classificá-la por partes, a entendê-la, não segundo um padrão rígido, mas ao sabor das circunstâncias e lugares. Minha mãe doutrinava-me a seu modo, fazia-me decorar alguns preceitos e orações; mas eu sentia que, mais do que as orações, me governavam os nervos e o sangue, e a boa regra perdia o espírito, que a faz viver, para se tomar uma vã fórmula. De manhã, antes do mingau, e de noite, antes da cama, pedia a Deus que me perdoasse, assim como eu perdoava aos meus devedores; mas passado o alvoroço, dava-me pancadinhas na cara, e exclamava a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro! Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Internet: <www.dominiopublico.gov.br>. Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana. A crueldade e a rebeldia que caracterizam o menino Brás Cubas se contrapõem à imagem idealizada de infância, própria de autores românticos. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1609599 Questão 207: CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC AL)/SEDUC AL/Português/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala a boca, besta!” — Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos. Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras. Outrossim, afeiçoei-me à contemplação da injustiça humana, inclinei-me a atenuá-la, a explicá-la, a classificá-la por partes, a entendê-la, não segundo um padrão rígido, mas ao sabor das circunstâncias e lugares. Minha mãe doutrinava-me a seu modo, fazia-me decorar alguns preceitos e orações; mas eu sentia que, mais do que as orações, me governavam os nervos e o sangue, e a boa regra perdia o espírito, que a faz viver, para se tomar uma vã fórmula. De manhã, antes do mingau, e de noite, antes da cama, pedia a Deus que me perdoasse, assim como eu perdoava aos meus devedores; mas passado o alvoroço, dava-me pancadinhas na cara, e exclamava a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro! Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Internet: <www.dominiopublico.gov.br>. Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana. A afirmação “o menino é pai do homem” é corroborada pelo narrador, que se mostra consciente dos fatos que marcaram sua trajetória existencial. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1609600 Questão 208: CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC AL)/SEDUC AL/Português/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava éque estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala a boca, besta!” — Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos. Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras. Outrossim, afeiçoei-me à contemplação da injustiça humana, inclinei-me a atenuá-la, a explicá-la, a classificá-la por partes, a entendê-la, não segundo um padrão rígido, mas ao sabor das circunstâncias e lugares. Minha mãe doutrinava-me a seu modo, fazia-me decorar alguns preceitos e orações; mas eu sentia que, mais do que as orações, me governavam os nervos e o sangue, e a boa regra perdia o espírito, que a faz viver, para se tomar uma vã fórmula. De manhã, antes do mingau, e de noite, antes da cama, pedia a Deus que me perdoasse, assim como eu perdoava aos meus devedores; mas passado o alvoroço, dava-me pancadinhas na cara, e exclamava a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro! Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Internet: <www.dominiopublico.gov.br>. Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana. No fragmento apresentado, assim como em toda a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, predomina a linguagem denotativa, em consonância com os princípios de racionalismo e objetividade característicos do Realismo. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1609601 Questão 209: CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC AL)/SEDUC AL/Português/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala a boca, besta!” — Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos. Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras. Outrossim, afeiçoei-me à contemplação da injustiça humana, inclinei-me a atenuá-la, a explicá-la, a classificá-la por partes, a entendê-la, não segundo um padrão rígido, mas ao sabor das circunstâncias e lugares. Minha mãe doutrinava-me a seu modo, fazia-me decorar alguns preceitos e orações; mas eu sentia que, mais do que as orações, me governavam os nervos e o sangue, e a boa regra perdia o espírito, que a faz viver, para se tomar uma vã fórmula. De manhã, antes do mingau, e de noite, antes da cama, pedia a Deus que me perdoasse, assim como eu perdoava aos meus devedores; mas passado o alvoroço, dava-me pancadinhas na cara, e exclamava a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro! Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Internet: <www.dominiopublico.gov.br>. Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana. O fragmento apresentado é predominantemente descritivo, dada a preocupação do narrador em detalhar suas próprias características. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1609602 Questão 210: CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC AL)/SEDUC AL/Português/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala a boca, besta!” — Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos. Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras. Outrossim, afeiçoei-me à contemplação da injustiça humana, inclinei-me a atenuá-la, a explicá-la, a classificá-la por partes, a entendê-la, não segundoum padrão rígido, mas ao sabor das circunstâncias e lugares. Minha mãe doutrinava-me a seu modo, fazia-me decorar alguns preceitos e orações; mas eu sentia que, mais do que as orações, me governavam os nervos e o sangue, e a boa regra perdia o espírito, que a faz viver, para se tomar uma vã fórmula. De manhã, antes do mingau, e de noite, antes da cama, pedia a Deus que me perdoasse, assim como eu perdoava aos meus devedores; mas passado o alvoroço, dava-me pancadinhas na cara, e exclamava a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro! Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Internet: <www.dominiopublico.gov.br>. Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana. Depreende-se do último parágrafo do texto que Brás Cubas foi criado em contexto familiar que reprovava comportamentos prepotentes. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1609603 Questão 211: CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC AL)/SEDUC AL/Português/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Cresci; e nisso é que a família não interveio; cresci naturalmente, como crescem as magnólias e os gatos. Talvez os gatos são menos matreiros, e, com certeza, as magnólias são menos inquietas do que eu era na minha infância. Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino. Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes gemendo — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um — “ai, nhonhô!” — ao que eu retorquia: — “Cala a boca, besta!” — Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos. Não se conclua daqui que eu levasse todo o resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático, egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui; se não passei o tempo a esconder-lhes os chapéus, alguma vez lhes puxei pelo rabicho das cabeleiras. Outrossim, afeiçoei-me à contemplação da injustiça humana, inclinei-me a atenuá-la, a explicá-la, a classificá-la por partes, a entendê-la, não segundo um padrão rígido, mas ao sabor das circunstâncias e lugares. Minha mãe doutrinava-me a seu modo, fazia-me decorar alguns preceitos e orações; mas eu sentia que, mais do que as orações, me governavam os nervos e o sangue, e a boa regra perdia o espírito, que a faz viver, para se tomar uma vã fórmula. De manhã, antes do mingau, e de noite, antes da cama, pedia a Deus que me perdoasse, assim como eu perdoava aos meus devedores; mas passado o alvoroço, dava-me pancadinhas na cara, e exclamava a rir: Ah! brejeiro! ah! brejeiro! Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Internet: <www.dominiopublico.gov.br>. Julgue o próximo item, com relação ao fragmento de texto apresentado, ao contexto histórico-literário em que foi produzido e à produção literária machadiana. Para compor um panorama da sociedade carioca do século XIX, Machado de Assis elege, principalmente nos romances da segunda fase de sua produção, protagonistas pertencentes às classes populares, como é o caso de Bento Santiago, narrador de Dom Casmurro. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1609604 Questão 212: CEBRASPE (CESPE) - Prof (SEDUC AL)/SEDUC AL/Português/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Vidas Secas começa por uma fuga e acaba com outra. Decorre entre duas situações idênticas, de tal modo que o fim, encontrando o princípio, fecha a ação em um círculo. Entre a seca e as águas, a vida do sertanejo se organiza, do berço à sepultura, a modo de retorno perpétuo. Como os animais atrelados ao moinho, Fabiano voltará sempre sobre os passos, sufocado pelo meio. É preciso, todavia, lembrar que essa ligação com o problema geográfico e social só adquire significado pleno, isto é, só atua sobre o leitor, graças à elevada qualidade artística do livro. Graciliano soube transpor o ritmo mesológico para a própria estrutura da narrativa, mobilizando recursos que a fazem parecer movida pela mesma fatalidade sem saída. Euclides da Cunha tomou o sertanejo e deu ao seu drama (que foi o primeiro a exprimir convenientemente) faíscas de epopeia. Graciliano esbateu-o no ramerrão das misérias diárias e o fez irremediavelmente doloroso. Apegou-se a um determinismo semelhante ao d’Os sertões, tornando-o inflexível pela representação literária do eterno retorno. E assim como José Lins do Rego produziu as obras-primas das terras de massapé, com a planturosidade das regiões fartas, ele se tornou o escritor por excelência da terra estorricada. Romance da zona pastoril, encourado como ele na secura da fatalidade geográfica. Da consciência mortiça do bom Fabiano podem emergir os transes periódicos em que se estorce o homem esmagado pela paisagem e pelos outros homens. Antonio Candido. Ficção e confissão. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006 (com adaptações). Considerando as ideias do texto precedente e a relação que ele estabelece com aspectos da historiografia literária brasileira, julgue o item subsequente. Dada a preocupação com os problemas regionais, o autor do texto considera Graciliano Ramos e Euclides da Cunha escritores do Naturalismo, estética literária cujo expoente maior no Brasil foi Aluísio Azevedo. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1609605 Questão 213: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Texto 13 de maio Enfim, lei. Nunca fui, nem o cargo me consentia ser propagandista da abolição, mas confesso que senti grande prazer quando soube da votação final do Senado e da sanção da regente. Estava na rua do Ouvidor, onde a agitação era grande e a alegria geral. Um conhecido meu, homem de imprensa, achando-me ali, ofereceu-me lugar no seu carro, que estava na rua Nova, e ia enfileirar no cortejo organizado para rodear o paço da cidade, e fazer ovação à regente. Estive quase, quase a aceitar, tal era o meu atordoamento, mas os meus hábitos quietos, os costumes diplomáticos, a própria índole e a idade me retiveram melhor que as rédeas do cocheiro aos cavalos do carro, e recusei. Recusei com pena. Deixei-os ir, a ele e aos outros, que se juntaram e partiram da rua Primeiro de Março. Disseram-me depois que os manifestantes erguiam-se nos carros, que iam abertos, e faziam grandes aclamações, em frente ao paço, onde estavam também todos os ministros. Se eu lá fosse, provavelmente faria o mesmo e ainda agora não me teria entendido... Não, não faria nada; meteria a cara entre os joelhos. Ainda bem que acabamos com isto. Era tempo. Embora queimemos todas as leis, decretos e avisos, não poderemosacabar com os atos particulares, escrituras e inventários, nem apagar a instituição da História, ou até da Poesia. (...) 14 de maio, meia-noite Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular. Saí agora do Flamengo, fazendo esta reflexão, e vim escrevê-la, e mais o que lhe deu origem. Era a primeira reunião dos Aguiar; havia alguma gente e bastante animação. (...) A alegria dos donos da casa era viva, a tal ponto que não a atribuí somente ao fato dos amigos juntos, mas também ao grande acontecimento do dia. Assim o disse por esta única palavra, que me pareceu expressiva, dita a brasileiros: — Felicito-os. — Já sabia? — perguntaram ambos. Não entendi, não achei que responder. Que era que eu podia saber já, para os felicitar, se não era o fato público? Chamei o melhor dos meus sorrisos de acordo e complacência, ele veio, espraiou-se, e esperei. Velho e velha disseram-me então rapidamente, dividindo as frases, que a carta viera dar-lhes grande prazer. (...) Eis aí como, no meio do prazer geral, pode aparecer um particular, e dominá-lo. Não me enfadei com isso; ao contrário, achei-lhes razão, e gostei de os ver sinceros. Por fim, estimei que a carta do filho postiço viesse após anos de silêncio pagar-lhes a tristeza que cá deixou. Era devida a carta; como a liberdade dos escravos, ainda que tardia, chegava bem. Machado de Assis Memorial de Aires Internet: <www dominiopublico gov br> A respeito do fragmento de texto apresentado, que compõe o romance Memorial de Aires, de Machado de Assis, e considerando os aspectos que ele suscita, julgue os itens de 44 a 53. A recusa do narrador em juntar-se ao cortejo popular aponta, de forma metafórica, para um traço marcante da obra machadiana, o qual prenuncia o modernismo: a defesa da autonomia da literatura em relação aos temas sociais. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2019015 Questão 214: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2018 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Texto 13 de maio Enfim, lei. Nunca fui, nem o cargo me consentia ser propagandista da abolição, mas confesso que senti grande prazer quando soube da votação final do Senado e da sanção da regente. Estava na rua do Ouvidor, onde a agitação era grande e a alegria geral. Um conhecido meu, homem de imprensa, achando-me ali, ofereceu-me lugar no seu carro, que estava na rua Nova, e ia enfileirar no cortejo organizado para rodear o paço da cidade, e fazer ovação à regente. Estive quase, quase a aceitar, tal era o meu atordoamento, mas os meus hábitos quietos, os costumes diplomáticos, a própria índole e a idade me retiveram melhor que as rédeas do cocheiro aos cavalos do carro, e recusei. Recusei com pena. Deixei-os ir, a ele e aos outros, que se juntaram e partiram da rua Primeiro de Março. Disseram-me depois que os manifestantes erguiam-se nos carros, que iam abertos, e faziam grandes aclamações, em frente ao paço, onde estavam também todos os ministros. Se eu lá fosse, provavelmente faria o mesmo e ainda agora não me teria entendido... Não, não faria nada; meteria a cara entre os joelhos. Ainda bem que acabamos com isto. Era tempo. Embora queimemos todas as leis, decretos e avisos, não poderemos acabar com os atos particulares, escrituras e inventários, nem apagar a instituição da História, ou até da Poesia. (...) 14 de maio, meia-noite Não há alegria pública que valha uma boa alegria particular. Saí agora do Flamengo, fazendo esta reflexão, e vim escrevê-la, e mais o que lhe deu origem. Era a primeira reunião dos Aguiar; havia alguma gente e bastante animação. (...) A alegria dos donos da casa era viva, a tal ponto que não a atribuí somente ao fato dos amigos juntos, mas também ao grande acontecimento do dia. Assim o disse por esta única palavra, que me pareceu expressiva, dita a brasileiros: — Felicito-os. — Já sabia? — perguntaram ambos. Não entendi, não achei que responder. Que era que eu podia saber já, para os felicitar, se não era o fato público? Chamei o melhor dos meus sorrisos de acordo e complacência, ele veio, espraiou-se, e esperei. Velho e velha disseram-me então rapidamente, dividindo as frases, que a carta viera dar-lhes grande prazer. (...) Eis aí como, no meio do prazer geral, pode aparecer um particular, e dominá-lo. Não me enfadei com isso; ao contrário, achei-lhes razão, e gostei de os ver sinceros. Por fim, estimei que a carta do filho postiço viesse após anos de silêncio pagar-lhes a tristeza que cá deixou. Era devida a carta; como a liberdade dos escravos, ainda que tardia, chegava bem. Machado de Assis Memorial de Aires Internet: <www dominiopublico gov br> A respeito do fragmento de texto apresentado, que compõe o romance Memorial de Aires, de Machado de Assis, e considerando os aspectos que ele suscita, julgue os itens de 44 a 53. No trecho datado de 14 de maio, o realce dado aos sentimentos dos personagens, em detrimento do acontecimento político do dia anterior, revela a influência do movimento romântico na obra machadiana. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2019029 Questão 215: CEBRASPE (CESPE) - PNS (Pref SL)/Pref SL/Língua Portuguesa/2017 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Texto 10A3AAA Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. […] O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. Aluísio Azevedo. O cortiço. 15.ª ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-9. O texto 10A3AAA, trecho do romance de Aluísio Azevedo, estrutura-se a partir do princípio do naturalismo literário caracterizado pelo(a) a) uso de elementos da natureza como afirmação do nacionalismo. b) idealização dos personagens e das ações. c) descrição do espaço com base em antíteses. d) perspectiva subjetivista do narrador em relação à realidade. e) uso de elementos da natureza na descrição da sociedade. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/449016 Questão 216: CEBRASPE (CESPE) - PNS (Pref SL)/Pref SL/Língua Portuguesa/2017 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Texto 10A3AAA Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. […] O rumor crescia, condensando-se; o zunzum de todos os dias acentuava-se; já se não destacavam vozes dispersas, mas um só ruído compacto que enchia todo o cortiço. Começavam a fazer compras na venda; ensarilhavam-se discussões e rezingas; ouviam-se gargalhadas e pragas; já se não falava, gritava-se. Sentia-se naquela fermentação sanguínea, naquela gula viçosa de plantas rasteiras que mergulham os pés vigorosos na lama preta e nutriente da vida, o prazer animal de existir, a triunfante satisfação de respirar sobre a terra. Aluísio Azevedo. O cortiço. 15.ª ed. São Paulo: Ática, 1984. p. 28-9. A escola naturalista no Brasil, à qual pertence o romance O cortiço, de Aluísio Azevedo, caracteriza-se literariamente pela presença de narrativas com protagonismo de personagens a) lendários e fantásticos. b) heroicos, que realizam façanhas grandiosas. c) cômicos, que são caricaturas dos tipos sociais. d) das classes socialmenteprivilegiadas. e) marginalizados ou pobres. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/449018 Questão 217: MS CONCURSOS - Ag SP (SAP SP)/SAP SP/2017 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) O Realismo, no Brasil, iniciou-se em 1881 com a obra: a) Dom Casmurro b) Memórias Póstumas de Brás Cubas. c) O Mulato d) O Ateneu Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/540537 Questão 218: ITA - Vest (ITA)/ITA/2017 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Em várias passagens de Quincas Borba, de Machado de Assis, as personagens interpretam erroneamente alguns fatos ou fazem ilações equivocadas a partir de algumas falas. Vemos isso, por exemplo, no episódio em que, a partir do relato que ouve de um cocheiro, Rubião se convence de que a) D. Tonica planeja casar-se com ele a qualquer custo. b) Palha pretende desfazer os negócios que tem com ele. c) Sofia deseja casá-lo com Maria Benedita. d) Sofia e Carlos Maria são amantes. e) Maria Benedita e Carlos Maria namoram em segredo. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/773884 Questão 219: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2017 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) — Recusei a mão de minha filha, porque o senhor é ... filho de uma escrava. — Eu? — O senhor é um homem de cor!... Infelizmente esta é a verdade... Raimundo tornou-se lívido. Manoel prosseguiu, no fim de um silêncio: — Já vê o amigo que não é por mim que lhe recusei Ana Rosa, mas é por tudo! A família de minha mulher sempre foi muito escrupulosa a esse respeito, e como ela é toda a sociedade do Maranhão! Concordo que seja uma asneira; concordo que seja um prejuízo tolo! O senhor porém não imagina o que é por cá a prevenção contra os mulatos!... Nunca me perdoariam um tal casamento; além do que, para realizá-lo, teria que quebrar a promessa que fiz a minha sogra, de não dar a neta senão a um branco de lei, português ou descendente direto de portugueses! AZEVEDO, A. O mulato. São Paulo: Escala, 2008. Influenciada pelo ideário cientificista do Naturalismo, a obra destaca o modo como o mulato era visto pela sociedade de fins do século XIX. Nesse trecho, Manoel traduz uma concepção em que a a) miscigenação racial desqualificava o indivíduo. b) condição econômica anulava os conflitos raciais. c) discriminação racial era condenada pela sociedade. d) escravidão negava o direito da negra à maternidade. e) união entre mestiços era um risco à hegemonia dos brancos. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/940515 Questão 220: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2017 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Texto Bons dias! Eu pertenço a uma família de profetas après coup, post factum, depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar. (...) No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado. Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. (...) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza: — Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida, e tens mais um ordenado, um ordenado que... — Oh! Meu senhô! Fico. — ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos... — Artura não qué dizê nada, não, senhô... — Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha. — Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete. Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos. Boas noites. Machado de Assis. Obra completa. Vol. III. 3.ª ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 489-91. Tendo como referência o fragmento acima, da crônica Bons dias!, de Machado de Assis, julgue o item. Na crônica, reconhece-se um narrador franco, que expõe exatamente o que pensa, agindo de acordo com o que enuncia, diferentemente dos narradores dos romances Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1955354 Questão 221: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2017 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Texto Bons dias! Eu pertenço a uma família de profetas après coup, post factum, depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar. (...) No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado. Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. (...) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza: — Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida, e tens mais um ordenado, um ordenado que... — Oh! Meu senhô! Fico. — ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos... — Artura não qué dizê nada, não, senhô... — Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha. — Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete. Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos. Boas noites. Machado de Assis. Obra completa. Vol. III. 3.ª ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 489-91. Tendo como referência o fragmento acima, da crônica Bons dias!, deMachado de Assis, julgue o item. A interação entre o narrador e Pancrácio demonstra como a prosa realista no Brasil manteve o sentimentalismo do folhetim romântico, marcado pela narração de feitos heroicos e pelo apelo moral dos gestos do herói. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1955358 Questão 222: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2017 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Texto Bons dias! Eu pertenço a uma família de profetas après coup, post factum, depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos. Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar. (...) No golpe do meio (coup du milieu, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas ideias e imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado. Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. (...) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza: — Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida, e tens mais um ordenado, um ordenado que... — Oh! Meu senhô! Fico. — ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos... — Artura não qué dizê nada, não, senhô... — Pequeno ordenado, repito, uns seis mil-réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha. — Justamente. Pois seis mil-réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete. Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos. Boas noites. Machado de Assis. Obra completa. Vol. III. 3.ª ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1973, p. 489-91. Tendo como referência o fragmento acima, da crônica Bons dias!, de Machado de Assis, julgue o item. A crônica de Machado de Assis constrói uma cena ficcional para elaborar comentário sobre fato político da época. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1955373 Questão 223: IDECAN - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2016 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Leia os textos I e II para responder à questão. Texto I Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo; diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Disponível em: ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Martin Claret, 1999. p. 17.) Texto II (Disponível em: http://quadroquadro.blog.br/wpcontent/uploads/2012/10/ast_14.jpeg.) “Machado de Assis, autor do texto II, produziu sua obra literária no século _____________ seguindo as tendências artísticas e estéticas do _________________.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa anterior. a) XIX / Realismo b) XVIII / Realismo c) XIX / Naturalismo d) XVIII / Naturalismo Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/368768 Questão 224: FACET - Prof (Pref Sta Rita)/Pref Sta Rita/Língua Portuguesa/2016 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Aponte a obra literária que NÃO é da autoria de Machado de Assis: a) Angústia b) Esaú e Jacó c) Helena d) Dom Casmurro e) Memórias póstumas de Brás Cubas Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/990721 Questão 225: FACET - Prof (Pref Sobrado)/Pref Sobrado/Português/2016 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) “No plano da invenção ficcional e poética, o primeiro reflexo sensível é a descida de tom no modo de o escritor relacionar-se com a matéria de sua obra. O liame que se estabelecia entre o autor romântico e o mundo estava afetado por uma série de mitos idealizantes: a natureza-mãe, a natureza refúgio, o amor- fatalidade, a mulher-diva, o herói-prometeu, sem falar na aura que cingia alguns ídolos como a “Nação”, a “Pátria”, a “Tradição”, etc. O romântico não teme as desmasias do sentimento nem os riscos da ênfase patriótica; nem falseia de propósito a realidade, como anacronicamente se poderia hoje inferir: é a sua forma mental que está saturada de projeções e identificações violentas, resultando-lhe natural a mitização dos temas que escolhe. Ora, é esse complexo ideo-afetivo que vai cedendo a um processo de crítica na literatura dita “realista”. Há um esforço, por parte do escritor antirromântico, de acercar-se impessoalmente dos objetos, das pessoas. E uma sede de objetividade que responda aos métodos científicos cada vez mais exatos nas últimas décadas do século.” Podemos considerar, de forma generalizada, que o texto evidencia uma ambivalência composta por duas escolas literárias de nossa literatura. Marque a opção que dispõe as duas escolas que compõem essa ambivalência, observando o plano de precedência cronológica: a) Barroco / Parnasianismo b) Realismo / Modernismo c) Realismo / Romantismo d) Romantismo / Simbolismo e) Romantismo / Realismo Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/994772 Questão 226: FUNDEP - Of BM (CBM MG)/CBM MG/2016 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) INSTRUÇÃO: A questão refere-se a noções de Teoria da Literatura: Gêneros Literários; Estilos de Época (do Barroco ao Modernismo - Brasil): Contexto Histórico, características e principais autores. Gênero literário é a categoria à qual pertence uma obra com base em suas características predominantes, que possibilitam o agrupamento por semelhanças. A literatura brasileira apresenta dois grandes períodos, o colonial e o nacional, divididos pela Proclamação da Independência do Brasil em 1822. Assinale a alternativa em que se apresenta o autor de destaque do movimento literário identificado entre parênteses. a) Cláudio Manuel da Costa (Romantismo – período nacional). b) Euclides da Cunha (Simbolismo – período nacional). c) Machado de Assis (Realismo – período nacional). d) Pero Vaz de Caminha (Barroco – período colonial). Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1230064 Questão 227: ITA - Vest (ITA)/ITA/2015 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Sobre Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, é INCORRETO afirmar que o protagonista a) destaca, no período de sua adolescência, a paixão por Marcela. b) se mostra melancólico no negativo balanço final de suas lembranças. c)relata com franqueza e sem autocomplacência as experiências que viveu. d) narra o envolvimento adúltero que teve com Virgília, esposa de Lobo Neves. e) confessa que a passagem mais triste de sua vida foi a morte precoce de Eulália. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/768442 Questão 228: ITA - Vest (ITA)/ITA/2015 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Acerca das personagens femininas de O cortiço, de Aluísio Azevedo, podemos dizer que a) Rita Baiana seduz Jerônimo somente para vingar-se de Firmo, seu amante. b) Pombinha, aos domingos, escreve as cartas ditadas pelos moradores do cortiço. c) Estela não ama Miranda, mas é fiel a ele, ainda que por mera conveniência. d) Bertoleza dedica, até o final do romance, um amor platônico a João Romão. e) Leónie, que não mora no cortiço, se sustenta sozinha, trabalhando como lojista. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/768444 Questão 229: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2014 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Talvez pareça excessivo o escrúpulo do Cotrim, a quem não souber que ele possuía um caráter ferozmente honrado. Eu mesmo fui injusto com ele durante os anos que se seguiram ao inventário de meu pai. Reconheço que era um modelo. Arguíam-no de avareza, e cuido que tinham razão; mas a avareza é apenas a exageração de uma virtude, e as virtudes devem ser como os orçamentos: melhor é o saldo que o déficit. Como era muito seco de maneiras, tinha inimigos que chegavam a acusá-Io de bárbaro. O único fato alegado neste particular era o de mandar com frequência escravos ao calabouço, donde eles desciam a escorrer sangue; mas, além de que ele só mandava os perversos e os fujões, ocorre que, tendo longamente contrabandeado em escravos, habituara-se de certo modo ao trato um pouco mais duro que esse gênero de negócio requeria, e não se pode honestamente atribuir à índole original de um homem o que é puro efeito de relações sociais. A prova de que o Cotrim tinha sentimentos pios encontrava-se no seu amor aos filhos, e na dor que padeceu quando morreu Sara, dali a alguns meses; prova irrefutável, acho eu, e não única. Era tesoureiro de uma confraria, e irmão de várias irmandades, e até irmão remido de uma destas, o que não se coaduna muito com a reputação da avareza; verdade é que o benefício não caíra no chão: a irmandade (de que ele fora juiz) mandara-lhe tirar o retrato a óleo. ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992. Obra que inaugura o Realismo na literatura brasileira, Memórias póstumas de Brás Cubas condensa uma expressividade que caracterizaria o estilo machadiana: a ironia. Descrevendo a moral de seu cunhado, Cotrim, o narrador—personagem Brás Cubas refina a percepção irônica ao a) acusar o cunhado de ser avarento para confessar-se injustiçado na divisão da herança paterna. b) atribuir a “efeito de relações sociais” a naturalidade com que Cotrim prendia e torturava os escravos. c) considerar os “sentimentos pios” demonstrados pelo personagem quando da perda da filha Sara. d) menosprezar Cotrim por ser tesoureiro de uma confraria e membro remido de várias irmandades. e) insinuar que o cunhado era um homem vaidoso e egocêntrico, contemplado com um retrato a óleo. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1077631 Questão 230: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) O Jornal do Commércio deu um brado esta semana contra as casas que vendem drogas para curar a gente, acusando-as de as vender para outros fins menos humanos. Citou os envenenamentos que tem havido na cidade, mas esqueceu de dizer, ou não acentuou bem, que são produzidos por engano das pessoas que manipulam os remédios. Um pouco mais de cuidado, um pouco menos de distração ou de ignorância, evitarão males futuros. Mas todo ofício tem uma aprendizagem, e não há benefício humano que não custe mais ou menos duras agonias. Cães, coelhos e outros animais são vítimas de estudos que lhes não aproveitam, e sim aos homens; por que não serão alguns destes, vítimas do que há de aproveitar aos contemporâneos e vindouros? Há um argumento que desfaz em parte todos esses ataques às boticas; é que o homem é em si mesmo um laboratório. Que fundamento jurídico haverá para impedir que eu manipule e venda duas drogas perigosas? Se elas matarem, o prejudicado que exija de mim a indenização que entender; se não matarem, nem curarem, é um acidente e um bom acidente, porque a vida fica. ASSIS, M. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1967 (fragmento). No gênero crônica, Machado de Assis legou inestimável contribuição para o conhecimento do contexto social de seu tempo e seus hábitos culturais. O fragmento destacado comprova que o escritor avalia o(a) a) manipulação inconsequente dos remédios pela população. b) uso de animais em testes com remédios desconhecidos. c) fato de as drogas manipuladas não terem eficácia garantida. d) hábito coletivo de experimentar drogas com objetivos terapêuticos. e) ausência de normas jurídicas para regulamentar a venda nas boticas. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1155208 Questão 231: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2014 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) O mulato Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir. Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias. — Mulato! Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue. AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento). O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois a) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça. b) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX. c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres. d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente. e) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1155474 Questão 232: DECEx - CFGS (ESA)/ESA/Geral/2014 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Marque a alternativa que apresenta informação correta sobre autor e obra representativos da literatura brasileira a) Aluísio de Azevedo escreveu “O Cortiço”, obra em que fica evidente a zoomorfização das personagens. b) Machado de Assis escreveu “Dom Casmurro”, romance idealista sobre a experiência do amor inacessível. c) Raul Pompéia escreveu “Lira dos Vinte Anos”, e é um representante do mal-do-século no Romantismo. d) Gregório de Matos escreveu peças teatrais populares e de conteúdo religioso para catequizar os indígenas. e) Olavo Bilacescreveu “Navio Negreiro” e “Vozes da África”, poemas com evidentes intenções abolicionistas. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1584437 Questão 233: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2013 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Capítulo LIV — A pêndula Saí dali a saborear o beijo. Não pude dormir; estireime na cama, é certo, mas foi o mesmo que nada. Ouvi as horas todas da noite. Usualmente, quando eu perdia o sono, o bater da pêndula fazia-me muito mal; esse tiquetaque soturno, vagaroso e seco parecia dizer a cada golpe que eu ia ter um instante menos de vida. Imaginava então um velho diabo, sentado entre dois sacos, o da vida e o da morte, e a contá-las assim: — Outra de menos... — Outra de menos... — Outra de menos... — Outra de menos... O mais singular é que, se o relógio parava, eu dava-lhe corda, para que ele não deixasse de bater nunca, e eu pudesse contar todos os meus instantes perdidos. Invenções há, que se transformam ou acabam; as mesmas instituições morrem; o relógio é definitivo e perpétuo. O derradeiro homem, ao despedir-se do sol frio e gasto, há de ter um relógio na algibeira, para saber a hora exata em que morre. Naquela noite não padeci essa triste sensação de enfado, mas outra, e deleitosa. As fantasias tumultuavam-me cá dentro, vinham umas sobre outras, à semelhança de devotas que se abalroam para ver o anjo-cantor das procissões. Não ouvia os instantes perdidos, mas os minutos ganhados. ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992 (fragmento). O capítulo apresenta o instante em que Brás Cubas revive a sensação do beijo trocado com Virgília, casada com Lobo Neves. Nesse contexto, a metáfora do relógio desconstrói certos paradigmas românticos, porque a) o narrador e Virgília não têm percepção do tempo em seus encontros adúlteros. b) como “defunto autor”, Brás Cubas reconhece a inutilidade de tentar acompanhar o fluxo do tempo. c) na contagem das horas, o narrador metaforiza o desejo de triunfar e acumular riquezas. d) o relógio representa a materialização do tempo e redireciona o comportamento idealista de Brás Cubas. e) o narrador compara a duração do sabor do beijo à perpetuidade do relógio. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/941931 Questão 234: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2013 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Razão contra Sandice Já o leitor compreendeu que era a Razão que voltava à casa, e convidava a Sandice a sair, clamando, e com melhor jus, as palavras de Tartufo: — La maison est à moi, c’est à vous d’en sortir. Mas é sestro antigo da Sandice criar amor às casas alheias, de modo que, apenas senhora de uma, dificilmente lha farão despejar. É sestro; não se tira daí; há muito que lhe calejou a vergonha. Agora, se advertirmos no imenso número de casas que ocupa, umas de vez, outras durante as suas estações calmosas, concluiremos que esta amável peregrina é o terror dos proprietários. No nosso caso, houve quase um distúrbio à porta do meu cérebro, porque a adventícia não queria entregar a casa, e a dona não cedia da intenção de tomar o que era seu. Afinal, já a Sandice se contentava com um cantinho no sótão. — Não, senhora, replicou a Razão, estou cansada de lhe ceder sótãos, cansada e experimentada, o que você quer é passar mansamente do sótão à sala de jantar, daí à de visitas e ao resto. — Está bem, deixe-me ficar algum tempo mais, estou na pista de um mistério... — Que mistério? — De dois, emendou a Sandice: o da vida e o da morte; peço-lhe só uns dez minutos. A Razão pôs-se a rir. — Hás de ser sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa... sempre a mesma coisa. E, dizendo isto, travou-lhe dos pulsos e arrastou-a para fora; depois entrou e fechou-se. A Sandice ainda gemeu algumas súplicas, grunhiu algumas zangas; mas desenganou-se 31 depressa, deitou a língua de fora, em ar de surriada, e foi andando... Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê, 2001, p.84-5. Com base no capítulo apresentado da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, e em relação às características da produção literária brasileira do século XIX, assinale a opção correta. a) A disputa alegórica entre a Razão e a Sandice representa um dos motivos temáticos do estilo machadiano, em que se evidencia a preferência pelos sãos, em detrimento dos loucos. b) A ironia, presente no fragmento apresentado, revela a preocupação do narrador-personagem em, entre a Razão e a Sandice, sobrevalorizar a Razão, o que constitui uma característica tipicamente machadiana. c) A escrita alegórica, característica típica do Realismo, evidencia a crítica social, muito presente nos textos de Machado de Assis. d) A escrita irônica de Machado de Assis, expressa, no fragmento apresentado, pela alegoria Razão e Sandice, revela a postura crítica do narrador-personagem, que convoca o leitor a se inteirar do destino da Sandice. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1947856 Questão 235: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2012 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) — É o diabo!... praguejava entre dentes o brutalhão, enquanto atravessava o corredor ao lado do Conselheiro, enfiando às pressas o seu inseparável sobretudo de casimira alvadia. — É o diabo! Esta menina já devia ter casado! — Disso sei eu... balbuciou o outro. — E não é por falta de esforços de minha parte; creia! — Diabo! Faz lástima que um organismo tão rico e tão bom para procriar, se sacrifique desse modo! Enfim — ainda não é tarde; mas, se ela não se casar quanto antes — hum... hum!... Não respondo pelo resto! — Então o Doutor acha que...? Lobão inflamou-se: Oh! o Conselheiro não podia imaginar o que eram aqueles temperamentozinhos impressionáveis!... eram terríveis, eram violentos, quando alguém tentava contrariá-los! Não pediam — exigiam — reclamavam! AZEVEDO, A. O homem. Belo Horizonte: UFMG, 2003 (fragmento). O romance O homem, de Aluísio Azevedo, insere-se no contexto do Naturalismo, marcado pela visão do cientificismo. No fragmento, essa concepção aplicada à mulher define-se por uma a) conivência com relação à rejeição feminina de assumir um casamento arranjado pelo pai. b) caracterização da personagem feminina como um estereótipo da mulher sensual e misteriosa. c) convicção de que a mulher é um organismo frágil e condicionado por seu ciclo reprodutivo. d) submissão da personagem feminina a um processo que a infantiliza e limita intelectualmente. e) incapacidade de resistir às pressões socialmente impostas, representadas pelo pai e pelo médico. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1187168 Questão 236: DECEx - CFGS (ESA)/ESA/Geral/2012 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Sobre as obras e os autores do Realismo-Naturalismo no Brasil é correto afirmar que a) o principal autor desse período é Adolfo Caminha que trabalhou dentro de uma linha realista mais definida. b) Raul Pompeia é um autor significativo dessa época, porém suas obras mostram apenas traços impressionistas. c) a parte mais significativa da obra de Machado de Assis é representada por seus romances e contos. d) o teatro dessa época teve muitos adeptos dentre os quais podemos citar José de Alencar. e) Aluizio Azevedo e Machado de Assis produziram obras numa linha naturalista bem definida. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1655049 Questão 237: CEBRASPE (CESPE) - Vest (UnB)/UnB/Regular/2012 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) No fragmento de texto de Machado de Assis — O emplasto—, a referência ao episódio mítico edipiano soma-se à do episódio da medalha e suas duas faces, metáfora que se estende à ideia trapezista de Brás Cubas. No texto a seguir, de João Guimarães Rosa, a face, a imagem, está no âmbito da reflexão especular: real, virtual, simbólica. O espelho Se quer seguir-me, narro-lhe; não uma aventura, mas experiência, a que me induziram, alternadamente, séries de raciocínios e intuições. Tomou-me tempo. Surpreendo-me, porém, um tanto à parte de todos, penetrando conhecimento que os outros ainda ignoram. O senhor, por exemplo, que sabe e estuda, suponho nem tenha ideia do que seja, na verdade — um espelho? Decerto, das noções de física, com que se familiarizou, as leis da ótica. Reporto-me ao transcendente, todavia... O espelho, são muitos, captando-lhe as feições; todos refletem-lhe o rosto, e o senhor crê-se com aspecto próprio e praticamente inalterado, do qual lhe dão imagem fiel. Mas — que espelho? Há-os bons e maus, os que favorecem e os que detraem; e os que são apenas honestos, pois não. E onde situar o nível e ponto dessa honestidade ou fidedignidade? Como é que o senhor, eu, os restantes próximos, somos, no visível? O senhor dirá: as fotografias o comprovam. Respondo: que, além de prevalecerem para as lentes das máquinas objeções análogas, seus resultados apoiam antes que desmentem a minha tese, tanto revelam superporem-se aos dados iconográficos os índices do misterioso. Ainda que tirados de imediato, um após outro, os retratos sempre serão entre si muito diferentes. E as máscaras, moldadas nos rostos? Valem, grosso modo, para o falquejo das formas, não para o explodir da expressão, o dinamismo fisionômico. Não se esqueça, é de fenômenos sutis que estamos tratando. Resta-lhe argumento: qualquer pessoa pode, a um tempo, ver o rosto de outra e sua reflexão no espelho. O experimento, por sinal ainda não realizado com rigor, careceria de valor científico, em vista das irredutíveis deformações, de ordem psicológica. Além de que a simultaneidade torna-se impossível, no fluir de valores instantâneos. Ah, o tempo é o mágico de todas as traições... E os próprios olhos, de cada um de nós, padecem viciação de origem, defeitos com que cresceram e a que se afizeram, mais e mais. Os olhos, por enquanto, são a porta do engano; duvide deles, dos seus, não de mim. Ah, meu amigo, a espécie humana peleja para impor ao latejante mundo um pouco de rotina e lógica, mas algo ou alguém de tudo faz brecha para rir-se da gente... Vejo que começa a descontar um pouco de sua inicial desconfiança quanto ao meu são juízo. Fiquemos, porém, no terra a terra. Rimo-nos, nas barracas de diversões, daqueles caricatos espelhos, que nos reduzem a mostrengos, esticados ou globosos. Mas, se só usamos os planos, deve-se a que primeiro a humanidade mirou-se nas superfícies de água quieta, lagoas, fontes, delas aprendendo a fazer tais utensílios de metal ou cristal. Tirésias, contudo, já havia predito ao belo Narciso que ele viveria apenas enquanto a si mesmo não se visse... Sim, são para se ter medo, os espelhos... João Guimarães Rosa. O espelho. In: Primeiras estórias. Ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994, v. 2, p. 437-55 (com adaptações). Com referência ao texto O espelho, e a questões por ele suscitadas,julgue o item. A aproximação entre o discurso filosófico e o literário, proposta pelo narrador ao seu interlocutor, produz como efeito estético a composição de fechamento do texto em si mesmo, o que impede o leitor de mirar- se no espelho da narrativa. Certo Errado Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1946712 Questão 238: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2011 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram Iúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em frenesi de amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, carícia de doer, fazendo estalar de gozo. AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento). No romance O Cortiço (1890), de Aluízio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois a) destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas. b) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo. c) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português. d) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses. e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/959015 Questão 239: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2011 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) O nascimento da crônica Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazemse algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e La glace est rompue; está começada a crônica. Mas, leitor amigo, esse meio é mais velho ainda do que as crônicas, que apenas datam de Esdras. Antes de Esdras, antes de Moisés, antes de Abraão, Isaque e Jacó, antes mesmo de Noé, houve calor e crônicas. No paraíso é provável, é certo que o calor era mediano, e não é prova do contrário o fato de Adão andar nu. Adão andava nu por duas razões, uma capital e outra provincial. A primeira é que não havia alfaiates, não havia sequer casimiras; a segunda é que, ainda havendo-os, Adão andava baldo ao naipe. Digo que esta razão é provincial, porque as nossas províncias estão nas circunstâncias do primeiro homem. ASSIS, M. In: SANTOS, J .F. As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007 (fragmento). Um dos traços fundamentais da vasta obra literária de Machado de Assis reside na preocupação com a expressão e com a técnica de composição. Em O nascimento da crônica, Machado permite ao leitor entrever um escritor ciente das características da crônica, como a) texto breve, diálogo com o leitor e registro pessoal de fatos do cotidiano. b) síntese de um assunto, linguagem denotativa, exposição sucinta. c) linguagem literária, narrativa curta e conflitos internos. d) texto ficcional curto, linguagem subjetiva e criação de tensões. e) priorização da informação, linguagem impessoal e resumo de um fato. Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1188140 Questão 240: INEP (ENEM) - Part (ENEM)/ENEM/Regular/2010 Assunto: Realismo/Naturalismo (Machado de Assis, Aluísio Azevedo, R. Pompeia, etc) Capítulo III Um criado trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que aqui está na sala: um Mefistófeles e um Fausto.