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Sistema Imunológico e Respostas do Organismo

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85
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
Unidade II
5 O SISTEMA IMUNOLÓGICO E SEUS CONSTITUINTES
5.1 Conceitos gerais
O organismo humano está exposto constantemente a diferentes agentes e ambientes, muitos deles 
infecciosos. Embora o número de indivíduos expostos aos agentes infecciosos seja alto, apenas uma 
pequena parcela vai manifestar a doença, uma vez que o hospedeiro tem mecanismos para destruir o 
agente infeccioso. 
O sistema imunológico é um conjunto de moléculas e tecidos que, por meio de reações coordenadas, 
vai conferir resistência às infecções. A resposta imunológica tem como objetivo prevenir e impedir 
a disseminação de infecções e erradicar processos infecciosos já estabelecidos, além de controlar a 
microbiota endógena. Para tanto, o sistema imunológico tem mecanismos específicos para lidar com 
a enorme variedade de antígenos encontrados no ambiente.
Alguns termos são muito importantes quando se fala de respostas imunológicas. É muito comum 
a confusão de alguns termos, como infecção versus inflamação, antígeno versus anticorpos e citocinas 
versus interleucinas. 
A seguir definiremos alguns desses termos para que no decorrer da leitura não ocorram confusões, 
nem a compreensão errada desses conceitos.
A inflamação é uma reação do sistema imunológico que ocorre nos tecidos vascularizados. O 
processo inflamatório envolve tanto a ação dos leucócitos e dos famigerados glóbulos brancos como a 
de proteínas plasmáticas. A ação desses elementos ocorre em resposta à lesão tecidual ou pelo contato 
com toxinas. Nesta situação, existe um aumento da permeabilidade capilar que estimula a migração de 
células de defesa, no caso, os leucócitos, para o local da lesão. Paralelamente ocorre o extravasamento 
de fluidos para o tecido conjuntivo lesionado. Assim, em um primeiro momento, a resposta inflamatória 
tem uma função protetora, ao impedir a disseminação do agente estranho, e promove o reparo do 
tecido lesionado. Nem toda inflamação é acompanhada de infecção, porém todo processo infeccioso, 
independentemente do agente iniciador, desencadeia uma resposta inflamatória. 
 Observação
Inflamação aguda: processo de curta duração, com a remoção do 
agente inflamatório.
Inflamação crônica: longa permanência do agente agressor, e sua 
remoção total pode não ocorrer.
86
Unidade II
1
3
6
5
4
2
Substâncias químicas como histamina, 
cininas, prostaglandinas, leucotrienos 
e citocinas (representadas como 
pontos azuis) são liberadas pelas 
células danificadas
Inicia‑se a formação 
de um abscesso 
(área amarelo‑escuro)
1)
2)
3)
Fagócitos das 
bactérias invasoras
Bactéria
Neutrófilo Macrófago
Diapedese – os 
fagócitos se 
comprimem entre as 
células endoteliais
Marginação – os 
fagócitos aderem‑se 
ao endotélio
Vasodilatação e aumento da 
permeabilidade vascular
Endotélio do 
vaso sanguíneo
Monócito
Neutrófilo
Bactéria
Eritrócito
Um coágulo sanguíneo 
se forma
Figura 58 – Esquema demonstrando o mecanismo de resposta inflamatória. No primeiro quadrante à esquerda, vemos o início da 
resposta inflamatória causada por uma lesão, responsável por liberar os mediadores químicos que vão recrutar as células de defesa 
(quadrante à esquerda). Em 1, temos a lesão que provoca a liberação de mediadores químicos que recrutam as células de defesa; (2) 
as células de defesa realizam a diapedese e chegarem ao tecido conjuntivo; (3) por quimiotaxia essas células chegam até o local da 
lesão para realizar a fagocitose e, consequentemente, a remoção do agente invasor
Chamamos de infecção a presença de microrganismos que causam alterações fisiológicas e danos 
teciduais, além de modificações das proteínas plasmáticas. As infecções endógenas são aquelas causadas 
por microrganismos pertencentes à microbiota endógena, ao passo que as infecções exógenas são 
provocadas por microrganismos da flora exógena.
São chamados de antígeno aquelas moléculas capazes de desencadear uma resposta imunológica ao 
se ligarem ao receptor de célula T ou a um anticorpo. Os antígenos que se unem aos anticorpos incluem 
todas as classes de moléculas, enquanto aqueles capazes de se ligarem aos receptores de célula T são de 
origem proteica. 
87
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
A parte do antígeno reconhecida pela maioria dos linfócitos recebe o nome de epítopo 
imunodominante, que são normalmente gerados dentro da célula apresentadora de antígeno – cuja 
função será discutida mais adiante – e possuem maior probabilidade de ativarem as células T. Sempre 
que usarmos apenas o termo epítopo, estaremos nos referindo a uma região específica do antígeno 
macromolecular que se liga ao anticorpo ou será responsável pela ativação das células T.
Anticorpos são sinônimos de imunoglobulina (Ig) – glicoproteínas produzidas pelos plasmócitos, 
que são células derivadas dos linfócitos B. Todo anticorpo se liga a antígenos específicos por meio 
de regiões de alta afinidade formando o complexo antígeno‑anticorpo. Também são capazes de se 
ligarem a outras moléculas do sistema imune para aumentar a eficiência da resposta imunológica. 
Mais adiante, veremos que os anticorpos possuem várias funções efetoras de acordo com o antígeno 
que ativar à sua produção.
Finalmente temos as citocinas, que são moléculas de origem proteica responsáveis por mediar as 
respostas imunes e inflamatórias. Podem ser produzidas pelos macrófagos, pelas células NK e pelos 
linfócitos T conforme o tipo de resposta imune desencadeada pelo antígeno.
As interleucinas (IL) são um tipo de citocina, porém se diferem das citocinas, uma vez que são 
produzidas e agem nos leucócitos. 
Ativação do sistema 
imunológico
Célula produtora 
de citocina R
ec
ep
to
r
Célula‑alvo
Efeito 
sistêmico
Cascata de 
sinalização
Citocinas
Figura 59 –Representação esquemática do mecanismo de ação das citocinas 
 Saiba mais
Existem diferentes tipos de citocinas e interleucinas com diversas 
aplicabilidades. A fim de conhecer e entender melhor como cada uma delas 
atua, leia: 
MURRAY, P. R. et al. Microbiologia médica. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
88
Unidade II
5.2 Órgãos e tecidos linfoides
Os órgãos linfoides e tecidos linfáticos são estruturas pertencentes ao sistema linfático. Nesses órgãos 
e tecidos, são geradas e diferenciadas as células de defesa, além da ocorrência de resposta imunológica.
Chamamos de órgãos linfoides primários ou centrais as estruturas responsáveis pela produção e/ou 
diferenciação de células de defesa. Nesta categoria, enquadramos a medula óssea e o timo. Já os 
órgãos linfoides secundários ou periféricos são aqueles que atuam tanto no armazenamento de células 
de defesa como no sítio de ocorrência de resposta imunológica. São exemplos de órgãos linfoides 
secundários: baço, linfonodos e gânglios linfáticos. A figura a seguir mostra a distribuição dos órgãos 
linfoides primário e secundário pelo organismo humano.
Tonsilas
Timo
Vaso linfático
Intestino grosso
Medula óssea vermelha
Linfonodo
Placas de Peyer
Intestino delgado
Baço
Ducto torácico
Coração
Figura 60 – Distribuição dos órgãos linfoides primários e secundário pelo organismo humano 
89
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
Após serem geradas nos órgãos linfoides primários, as células de defesa ficam circulando entre os 
órgãos linfoides secundários, o sangue e a linfa, mas nunca retornam ao órgão linfoide primário.
Órgãos linfoides 
primários
Órgãos linfoides 
secundários
Linhagem de 
Linfócitos B
Linfócitos B maduros Recirculação
Recirculação
Sangue
Sangue 
linfa
Linfonodos
Fígado
Mucosa e tecidos 
linfoides cutâneos
Medula óssea
Linhagem de 
Linfócitos T Linfócitos T 
maduros
Célula‑tronco Timo
Figura 61 – Representação esquemática da relação existente entre os órgãos linfoides primários e secundários 
5.2.1 Órgãos linfoides centrais
A grande função dos órgãos linfoides primários está centrada na produção e na maturação dos 
linfócitos. As células‑tronco da medula óssea são responsáveis pela geraçãoe proliferação das formas 
imaturas dos linfócitos B e T, em diferentes estágios da sua maturação, seguida da expressão dos genes 
para os receptores de antígenos e a seleção daqueles linfócitos que apresentam expressão funcional 
desses receptores de antígenos. A interleucina 7 (IL‑7) tem um papel crucial nesse processo, pois mantém 
e expande o número de células progenitoras de linfócitos. 
A medula óssea é um órgão linfoide primário, responsável pela produção de todos os elementos 
sanguíneos, incluindo neles as células de defesa da linhagem mieloide e da linhagem linfoide, como é o 
caso dos linfócitos B e T.
A maturação dos linfócitos B ocorre na medula óssea, uma vez que as linhagens progenitoras 
desses linfócitos se multiplicam gerando um grande número de células pró‑B que, após processo 
de maturação, será convertida em célula pré‑B. Finalmente, depois da expressão dos receptores, 
será transformada em célula B imatura. A sua maturação pode ocorrer na própria medula óssea 
ou, ainda, após essa célula deixar a medula e entrar no baço. Independentemente do seu local 
de maturação, a célula B madura é capaz de responder à presença de antígenos localizados nos 
tecidos e nos órgãos linfoides periféricos.
90
Unidade II
Proliferação
Células pró‑B/T Aumento numérico
Expressão do receptor antigênico
Células pré‑B/T expressam 
cadeia parcial do receptor
Proliferação das células que 
expressam a cadeia parcial do 
receptor
Apoptose das células que não 
expressam essa cadeia do 
receptor
Expressão do receptor antigênico
Células B/T imaturas expressam cadeia 
completa do receptor
Apoptose das células que não expressam a 
cadeia completa
Seleção positiva e negativa
Seleção positiva
• Fraco reconhecimento de 
autoantígeno
Falha na seleção positiva
• Não reconhecimento de 
autoantígeno
Seleção negativa
• Forte reconhecimento de 
autoantígeno
Figura 62 – Sequência de eventos que levam à seleção positiva ou negativa dos linfócitos B e T 
Medula óssea
Célula pró‑B
Linhagem 
germinativa
Genes recombinantes de 
cadeia pesada
Recombinação 
dos genes de 
cadeia pesada
União das 
cadeias
Célula 
efetora
Célula pró‑B I Célula pró‑B II Célula B imatura Célula B madura Plasmócito
Periferia
Figura 63 – Estágios de maturação e seleção dos linfócitos B
As células progenitoras dos linfócitos T são produzidas na medula óssea, mas precisam migrar 
para o timo, onde ocorrerá sua diferenciação e maturação. O timo fica situado próximo ao arco 
aórtico e tem a função de gerar e diferenciar as células T (linfócitos T) a partir de células linfoides 
provenientes da medula óssea vermelha. As células T geradas no timo passam por um processo 
de seleção a fim de adquirirem a capacidade de diferenciar o próprio do não próprio, impedindo, 
assim, que as células de defesa ataquem os constituintes do próprio organismo. 
91
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
 Lembrete
Em recém‑nascidos, o timo é maior do que em adultos. Isso ocorre 
porque o timo, após a puberdade, sofre uma involução, ou seja, reduz 
de tamanho.
Essas células progenitoras imaturas são chamadas de células T duplo‑negativas, pois não expressam 
em sua superfície os marcadores CD4 e CD8. Após o primeiro evento de maturação, são formadas 
as células pré‑T que, após nova expansão clonal e expressão de novos genes, recebe o nome de 
célula T duplo‑positivas, já que expressam simultaneamente os receptores CD4 e CD8. Neste ponto, 
as células estão prontas para serem selecionadas positiva ou negativamente conforme o padrão de 
reconhecimento do receptor MHC (complexo principal de histocompatibilidade). Aquelas células que 
não reconhecem nenhum tipo de receptor MHC, ou o reconhecem fortemente, são selecionadas 
negativamente e morrem por apoptose. Em contrapartida, aquelas células que reconhecem fracamente 
os receptores MHC de classe I e MHC de classe II são selecionadas positivamente, gerando os linfócitos 
T CD8+ e T CD4+ maduros, respectivamente.
Cé
lu
la
‑t
ro
nc
o
Cé
lu
la
 p
ré
 T
 
Seleção 
positiva
Célula 
epitelial 
tímica
Timócitos 
CD4+CD8+
Timócitos 
CD4+CD8–
maduro
MHC da 
classe II
MHC da 
classe II
Reconhecimento do complexo MHC- peptídio nas 
células epiteliais do timo com baixa afinidade/avidez
Defeito no reconhecimento do complexo 
MHC-peptídio nas células epiteliais tímicas
Reconhecimento do complexo MHC-peptídio nas células 
tímicas apresentadoras do antígeno com alta avidez
Resgate da 
morte celular 
programada; 
conversão em 
timócito de 
monopositivo
Timócito 
CD4+CD8+
Timócito 
CD4+CD8+
CD4 CD4
CD4
CD4
Célula 
epitelial 
tímica
Célula apresentadora 
do antígeno 
no timo
Falta de 
seleção 
positiva
Seleção 
negativa
Cé
lu
la
 T
 d
up
lo
 n
eg
at
iv
a 
(C
D4
‑C
D8
‑)
Cé
lu
la
 T
 im
at
ur
a 
du
pl
a 
po
sit
iv
a 
 
(C
D4
+C
D8
+)
A
B
C
CD8
CD8
CD8
Morte 
celular 
por 
apoptose
Morte 
celular 
por 
apoptose
Figura 64 – Sequência de eventos necessários para o amadurecimento e a seleção dos linfócitos T. 
A maturação dos linfócitos T ocorre no timo por um evento de ativação sequencial de genes 
semelhante ao que ocorre nos linfócitos B. A expressão dos genes para os receptores CD4 e CD8 
são essenciais para a formação da célula T madura. A incapacidade de reconhecimento e 
expressão dos receptores antigênicos leva à morte da célula por apoptose 
92
Unidade II
5.2.2 Órgãos linfoides periféricos
São chamados de órgãos linfoides periféricos aquelas estruturas cujas respostas imunes são iniciadas 
e o reconhecimento e a interação do antígeno com as células de defesa – em especial os linfócitos – são 
otimizadas para estimular a resposta imune adaptativa. Estão incluídos nessa categoria os linfonodos, o 
baço e o sistema imunológico cutâneo e das mucosas. 
Os linfonodos são estruturas levemente esféricas, situadas ao longo dos vasos linfáticos 
distribuídos por todo o corpo. A função dos linfonodos é filtrar a linfa de forma que as células 
apresentadoras de antígeno possam captar e reconhecer agentes infecciosos e destruí‑los por 
meio da ação de células de defesa. 
O baço fica situado próximo ao pâncreas e tem um papel similar ao do linfonodo, porém 
atua captando e reconhecendo agentes infecciosos presentes no sangue. Tais antígenos serão 
reconhecidos pelos macrófagos e pelas células dendríticas, destruindo‑os mediante a ação de 
macrófagos e linfócitos B. 
Chamamos de tecido linfoide cutâneo e mucoso as massas de tecidos linfoides localizadas sob 
o epitélio da pele e dos tratos respiratório e gastrointestinal. Os sítios mucosos estão localizados no 
intestino (placa de Peyer), nos pulmões e nas tonsilas. Nestes sítios ocorrem respostas imunológicas 
antes que os antígenos penetrem pelo epitélio e atinjam regiões mais profundas do organismo, ou seja, 
essas regiões funcionam como barreiras de contenção.
6 CÉLULAS QUE PARTICIPAM DA RESPOSTA IMUNE
Todas as células que participam da resposta imunológica são geradas na medula óssea por meio de 
um precursor comum. A maturação e a diferenciação dessas células ocorrem pela ação de mediadores 
químicos, do tipo citocinas, específicos. Com exceção dos linfócitos T, cuja maturação ocorre no timo, 
todas as outras células participantes da resposta imunológica são geradas e maturadas na medula óssea. 
Podemos dividi‑las em três grandes grupos: 
• células apresentadoras de antígeno: capturam, processam e apresentam o antígeno;
• linfócitos: fazem o reconhecimento específico; 
• células de fagocitose: eliminam os patógenos.
A figura a seguir mostra de forma simplificada o processo de maturação dessas células: 
93
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
Célula‑tronco 
progenitora
Mieloide 
progenitora
Linfoide 
progenitora
Linfócito B Linfócito T
Célula NK
Célula dendrítica
Eritrócitos Plaquetas Basófilo Eosinófilo Neutrófilo Monócito Macrófago
Célula 
pluripotente
Thymus
Figura 65 – Representação esquemática da origem das células de defesa provenientes de célula 
progenitoraencontrada na medula óssea vermelha 
 Lembrete
Por serem pluripotentes, as células da medula óssea têm sido estudadas 
com o intuito de serem utilizadas no tratamento de doenças degenerativas, 
como a doença de Parkinson e distrofias musculares.
6.1 Células apresentadoras de antígeno
São células encontradas nos sítios mucosos e cutâneos, ou seja, nas portas de entrada dos 
microrganismos. Funcionam como células apresentadoras de antígeno as células dendríticas e os 
macrófagos. Em comum, essas células têm a capacidade de fagocitar o antígeno, processá‑lo e expô‑lo 
aos linfócitos encontrados nos linfonodos e no baço. 
94
Unidade II
As células dendríticas são mais atuantes na captura e no processamento de antígenos proteicos que 
usam o epitélio como porta de entrada. Ao fagocitar o antígeno, a célula dendrítica se desloca até os 
linfonodos e apresenta o produto desse processamento para o linfócito T.
6.2 Linfócitos
Embora apresentem morfologia semelhante, são divididos em células B e T conforme o processo de 
maturação sofrido. Tal processo de diferenciação faz que essas células adquiram receptores específicos 
para o reconhecimento antigênico tornando‑os, deste modo, as principais células atuantes na resposta 
imune adaptativa.
Um linfócito que nunca entrou em contato com um antígeno é chamado de linfócito virgem. 
Quando um antígeno se ligar a um receptor de linfócito, essas células de defesa iniciarão a proliferação 
e se diferenciarão em células efetoras de cada linfócito, que efetivamente destruirão o antígeno e as 
células de memória, que, por sua vez, serão ativadas em um contato subsequente, assim como o mesmo 
antígeno que desencadeou o processo inicial.
6.2.1 Linfócito B
Os linfócitos B, gerados e maturados na medula óssea, são as únicas células capazes de 
produzir anticorpos, por isso sempre associamos os linfócitos B com a principal célula envolvida 
na imunidade humoral.
Os antígenos que se ligam aos receptores dos linfócitos B não precisam ser processados pelas 
células apresentadoras de antígenos. Assim, após a ativação dessa linhagem linfocitária, ou seja, 
da sua proliferação e diferenciação, ocorre a geração das células efetoras dos linfócitos B, que 
são os plasmócitos – células responsáveis pela produção e secreção dos anticorpos (estruturas 
proteicas que vão destruir os antígenos). Além dos plasmócitos, a ativação das células B gera 
células B de memória. 
95
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
Célula‑tronco
Células B
Antígeno
I II III IV
1
2
3
4
5
Células‑tronco se diferenciam 
em células B maduras, cada 
uma carregando imoglobulinas 
em suas superfícies contra um 
antígeno específico
Célula B III se associa ao seu 
antígeno específico e prolifera
Algumas células 
B proliferam 
em células de 
memória de vida 
longa, que mais 
tarde podem 
ser estimuladas 
a se tornarem 
plasmócitos 
produtores de 
anticorpos.
Outras células B 
proliferam em 
plasmócitos de 
anticorpos
Plasmócitos secretam 
anticorpos na circulação
Antígenos na circulação 
agora fixados aos 
anticorpos circulantes
Sistema cardiovascular
Células de 
memória
Plasmócitos
Figura 66 – Mecanismo de proliferação e diferenciação do linfócito B resultando na formação 
de plasmócitos – células produtoras de anticorpos – e células B de memória
 Observação
A procura por anticorpos no sangue é uma forma de identificar se o 
paciente foi exposto a determinado antígeno, principalmente no caso de 
procura por antígenos virais.
96
Unidade II
6.2.2 Linfócito T
Os linfócitos T estão relacionados à imunidade celular. Seus receptores são aptos a reconhecerem 
apenas peptídeos antigênicos, portanto são necessários captura e processamento do antígeno pelas 
células dendríticas antes da ativação dos linfócitos T. 
Embora a célula precursora do linfócito T seja gerada na medula óssea, a sua maturação ocorre 
exclusivamente no timo. Durante esse processo, são geradas duas populações de células T: as células T 
CD4+, também chamadas de T auxiliares, e as células T CD8+, conhecidas como linfócitos T citotóxicos 
ou CTLs. 
A população CD4+ é responsável por auxiliar na diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos e por 
recrutar células de fagocitose. Em contrapartida, os CD8+ são aptos a destruir células infectadas por 
microrganismos. Além disso, após o processo de ativação e diferenciação dos linfócitos T, assim como 
aconteceu com os linfócitos B, são geradas as células de memória.
‑
Linfócito B
Reconhecimento do antígeno Função efetora
Linfócito T 
auxiliar
Linfócito T 
citotóxico (CLT)
Célula NK Morte da célula infectada
Morte da célula 
infectada
Inflamação
Proliferação e 
diferenciação de 
Linfócitos B e T
Ativação do 
macrófago
Neutralização do 
MO; fagocitose 
e ativação do 
complementoMO
Anticorpo
Citocinas
Antígeno microbiano 
apresentado pela APC
Célula infectada expressando 
antígeno microbiano
Célula‑alvo
Figura 67 – Mecanismo de diferenciação de células B e T e as diferentes subpopulações geradas no processo
97
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
 Observação
O vírus HIV é considerado imunossupressor justamente por impedir a 
ativação do linfócito T CD4+.
6.2.3 Células NK
Existe ainda uma terceira classe de linfócitos que difere dos linfócitos B e T por não apresentar receptores 
específicos na superfície da membrana. Essas células, denominadas células Natural Killer (NK), são especializadas 
em destruir células infectadas do hospedeiro. Porém, a ausência de receptores específicos na sua membrana 
impede que elas atuem diretamente na resposta imune adquirida junto com os linfócitos B e T, mas são 
componentes essenciais para a resposta imune inata por eliminar rapidamente células infectadas.
 Observação
O leucograma diferencial é a contagem individual dos leucócitos com 
o intuito de relacionar uma determinada alteração na quantidade e/ou na 
forma da célula com uma patologia específica.
6.3 Granulócitos
Chamamos de granulócitos um grupo de células geradas na medula óssea e que se caracterizam por 
apresentarem um citoplasma rico em grânulos enzimáticos capazes de induzir o estresse oxidativo de 
um patógeno ou, ainda, a sua hidrólise ácida. Essas células também são conhecidas como leucócitos.
Os granulócitos são gerados a partir de uma célula mieloide progenitora, também derivada da 
mesma célula‑tronco que gerou os linfócitos. A seguir serão descritas as características dessas células, 
que também têm importante papel na resposta imunológica, em especial na resposta imune inata.
Neutrófilo
Basófilo
Eosinófilo
Monócito
Macrófago
Figura 68 – Representação esquemática dos granulócitos provenientes da linhagem mieloide 
98
Unidade II
Os neutrófilos, também conhecidos como leucócitos polimorfonucleares (PMN), são o tipo mais 
abundante de leucócitos circulantes. São células com o citoplasma rico em grânulos, contendo lisozima 
e enzimas oxidantes, que atuam principalmente na defesa contra bactérias e possuem alta capacidade 
de diapedese, ou seja, atravessam os vasos sanguíneos para chegar até o tecido conjuntivo lesionado, 
o que mostra seu papel durante a resposta inflamatória. Têm a capacidade de realizar fagocitose e 
promover a digestão enzimática do patógeno.
Selectina Integrina Superfamília das imunoglobulinas
Receptor de 
selectina Receptores 
de integrina
a b c d
e f
g
Moléculas 
quimioatraentes
Quimiocinas
Figura 69 – Representação esquemática do processo de diapedese sofrido por um neutrófilo. Em (a‑d) 
é possível observar a necessidade de moléculas de adesão, que permitirão o rolamento do neutrófilo; em (e) 
ele se achata, ainda ligado às moléculas de adesão para que possa passar entre as células do endotélio 
dos vasos (f) e migrar em direção ao tecido conjuntivo responsável pela liberação dos fatores quimiotáticos, 
que desencadearam o processo (setas azuis)
O eosinófilo também possui o citoplasma rico em grânulos, mas, desta vez, o conteúdo é de histamina 
e heparina. Embora seja capaz desofrer diapedese, esta não é tão rápida quanto a dos neutrófilos. É 
encontrado em abundância nos infiltrados inflamatórios de reações de hipersensibilidade, o que mostra 
sua participação nos processos patológicos em doenças alérgicas. Sua principal ação é contra parasitas 
extracelulares, em especial os helmintos.
 Saiba mais
A fim de entender melhor o papel dos eosinófilos no combate a infecções 
parasitárias, leia: 
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.
Os monócitos são células encontradas na corrente sanguínea e sofrem diferenciação ao realizar 
a diapedese por serem recrutados para um sítio inflamatório. Ao chegarem ao tecido conjuntivo, os 
monócitos se diferenciam em macrófagos – células com alto poder de fagocitose e importante papel 
nas respostas imunes inatas e adquiridas. 
99
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
São responsáveis não apenas pela remoção de bactérias, mas também pela remoção de células velhas. 
Além disso, são capazes de sintetizar citocinas pró‑inflamatórias e atuar como células apresentadoras 
de antígeno para o linfócito T. Alguns macrófagos podem sofrer alterações morfológicas e ficar fixos em 
alguns tecidos do organismo, agindo exclusivamente na sua defesa – são as células da micróglia (tecido 
nervoso), as células de Kupffer (fígado) e os osteoclastos (tecido ósseo), por exemplo.
A)
Neutrófilo
Monócito
B)
Figura 70 – (A) Monócito em sangue periférico. (B) Macrófago fagocitando várias Leishimania (setas) 
Os basófilos e os mastócitos são células morfologicamente e funcionalmente semelhantes, além de 
ricas em grânulos contendo mediadores inflamatórios. Ademais, possuem na sua superfície receptores 
de alta afinidade para a região constante dos anticorpos do tipo Imunoglobina E (IgE), o que confere a 
essas células importante papel como mediadoras da resposta de hipersensibilidade imediata. Quando 
o IgE se ligar ao receptor encontrado nos mastócitos e/ou basófilos, desencadeará um processo de 
degranulação, isto é, ocorrerá a liberação de grânulos ricos em aminas vasoativas.
A principal diferença entre essas células está na localização. Enquanto os mastócitos se instalam 
em tecidos adjacentes aos vasos sanguíneos após serem liberados pela medula óssea, os basófilos são 
células encontradas na circulação, que sofrem diapedese ao serem recrutadas para o tecido onde o 
patógeno está localizado.
 Saiba mais
Os livros a seguir podem auxiliar a entender melhor o papel de cada 
uma das células envolvidas na resposta imune:
ABBAS, A. K. et al. Imunologia celular e molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2008.
ROITT, I.; RABSON, A. Imunologia básica. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2003.
100
Unidade II
7 RESPOSTA IMUNE INATA
Os agentes infecciosos estão presentes nos ambientes em que vivemos; por isso, é necessário 
desenvolver uma série de mecanismos que defendam o hospedeiro da ação patogênica desses agentes.
A fim de não permitir que tais agentes se instalem no nosso organismo, é preciso impedir que eles 
entrem no meio interno e invadam os tecidos mais profundos. Esse mecanismo que coíbe a entrada 
e a instalação desses patógenos no organismo hospedeiro recebe o nome de imunidade inata, cuja 
característica principal é o fato de ser um mecanismo inespecífico, ou seja, a intensidade da resposta 
não é afetada pelo contato prévio com o agente.
Muito se especulava sobre a verdadeira força da resposta imune inata. Hoje sabemos que apesar de essa ser 
uma resposta inespecífica, não significa que ela seja fraca. Muito pelo contrário! Essa é uma resposta capaz de 
controlar as infecções antes que o mecanismo de resposta imune adaptativa se torne atuante.
A principal característica da resposta imune inata está na sua capacidade de reconhecer — e responder 
— as estruturas de antígenos que não estão presentes no hospedeiro humano, mas que são comuns 
às diversas classes de microrganismos. Como exemplos dessas estruturas, podemos citar a camada de 
LPS das bactérias Gram‑ e o RNA dupla‑fita dos vírus, que podem ser compartilhados por diferentes 
microrganismos do mesmo grupo, ou seja, os elementos da resposta imune inata se desenvolveram 
ao longo do tempo a fim de reconhecerem estruturas antigênicas essenciais à sobrevivência e à 
patogenicidade do microrganismo. Dessa forma, os elementos da resposta imune inata não são capazes 
de reagir contra elementos do próprio hospedeiro.
Outra característica importante da resposta imune inata é o fato de responder, da mesma maneira, 
aos encontros subsequentes, isto é, não existe formação de uma memória imunológica, em consequência 
da rapidez da resposta ao patógeno invasor.
7.1 Elementos e mecanismos de ação
Os elementos que compõem a resposta imune inata agem com o objetivo de bloquear a entrada dos 
patógenos nos tecidos do hospedeiro. Eles atuam como barreiras contra a penetração de microrganismos, 
células circulantes e fixas nos tecidos conjuntivos e proteínas plasmáticas. 
A primeira linha de defesa da resposta imune inata é a barreira epitelial, representada pela pele e pelas 
mucosas respiratória e gastrointestinal. Todas essas estruturas, quando íntegras, serão impermeáveis a 
grande parte dos patógenos.
Além da interferência física para a entrada dos patógenos, as células do epitélio produzem 
substâncias que interferem quimicamente na penetração do patógeno. Essas substâncias podem atuar 
como antibióticos naturais que destroem as bactérias, bem como impedir a sua aderência por meio da 
ação do muco protetor dessas superfícies e da ação de lágrimas e salivas. 
101
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
Barreira física 
à infecção
Morte dos MOs por 
paptídeos de ação 
microbicida produzidos 
localmente
Morte dos MOs e células 
infectadas por linfócitos 
intraepiteliais
Peptide 
antibiotics
Intraepithelial 
lymphocyte
Figura 71 – Estratégia de ação das barreiras epiteliais
Porém, existem situações em que microrganismos patogênicos conseguem driblar essas defesas e 
penetrar no organismo. Neste caso, entra em ação um outro mecanismo de contenção: a fagocitose.
Chamamos de fagócitos aquelas células especializadas em realizar a fagocitose. No caso da resposta 
imune inata, os fagócitos são representados pelos neutrófilos e monócitos circulantes recrutados para 
o local da infecção.
O neutrófilo, também chamado de polimorfonucleado (PMN), é o fagócito mais abundante, embora 
tenha uma vida relativamente curta na circulação. Seu núcleo é multilobado e seu citoplasma é rico em 
grânulos contendo enzimas com ação bactericida, como a lisozima, a fosfatase alcalina e a lactoferrina. 
Na presença de um agente infeccioso, ocorrerá a estimulação da produção e da maturação de neutrófilos 
na medula óssea em resposta à ação das citocinas. Infecções bacterianas e fúngicas são fortes indutores 
da proliferação dos neutrófilos. 
Além dos neutrófilos, atuam na resposta imune inata os monócitos, que se diferenciam em 
macrófagos ao sofrerem a diapedese e chegarem ao tecido infectado, formando o sistema de fagócitos 
mononucleados. Duas características distinguem os neutrófilos dos monócitos. A primeira delas é a 
diferenciação em macrófagos ao chegarem ao tecido conjuntivo. Uma vez no sangue, os monócitos 
são incapazes de realizar fagocitose – tal capacidade só é adquirida quando essas células chegam ao 
tecido conjuntivo, enquanto os neutrófilos são capazes de realizar a fagocitose tanto no sangue como 
no tecido. A segunda característica é em relação ao tempo de vida – os monócitos/macrófagos têm um 
tempo de vida superior ao dos neutrófilos após sofrerem a diapedese e realizarem a fagocitose.
102
Unidade II
Apesar dessas diferenças, o mecanismo de fagocitose é comum aos dois tipos celulares. O 
primeiro passo é o reconhecimento do antígeno por receptores presentes na superfície das células 
de fagocitose. Logo depois ocorre a adesão da molécula ao seu receptor seguida de modificações 
da membrana dos fagócitos que se fecharãoao redor do microrganismo, resultando na formação 
do fagossomo. Posteriormente os lisossomos migram para próximo do fagossomo, resultando na 
fusão do fagossomo com um ou mais lisossomos, formando o fagolisossomo. Nessa estrutura, 
acontece a interação das enzimas lisossomais com as estruturas do microrganismo, resultando na 
destruição deste por ação das enzimas microbicidas presentes nos lisossomos. 
1
1
2
2
3
3
4
4
5
5
6
6
7
7
Quimiotaxia e aderência do 
micróbio ao fagócito
Ingestão do micróbio pelo 
fagócito
Formação de um fagossomo
Fusão do fagossomo com um 
lisossomo para formar um 
fagolisossomo
Digestão enzimática 
do micróbio ingerido
Formação de corpo residual 
contendo material que não 
pode ser digerido
Liberação (despejo) de 
material não usado
PAMP (peptideoglicano 
da parede celular)
Membrana 
plasmática
Membrana 
plasmática
Micróbio 
parcialmente 
digerido
Material 
que não pode 
ser digerido
Micróbio ou 
outra partícula Fagossomo 
(vesícula fagocítica)
Fagolisossomos
Enzimas 
digestivas
Corpo 
residual
Lisossomo
Citoplasma
Fases da fagocitose
Fagócito
Detalhes da aderência
Pseudópodes
TLR
Figura 72 – Etapas da fagocitose
As células NK também atuam na resposta imune inata a fim de bloquear a ação dos patógenos 
intracelulares, em especial os vírus, antes que eles iniciem a sua replicação.
Elas são capazes de identificar “marcas” que os patógenos deixam na superfície da célula infectada. 
Tal reconhecimento ativa uma série de eventos, que resulta na liberação de grânulos presentes na 
célula NK. Esses grânulos, por sua vez, penetram na célula infectada e atuam como fatores citotóxicos, 
chamados de Fatores de Necrose Tumoral (FNT), ou seja, induzem à apoptose da célula‑alvo, levando à 
sua morte e à morte do patógeno. 
103
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
HLA = antígeno leucocitário humano; KTR = killer immunoglobulin‑like receptor;
NK = natural killer
K|R
K|R
Receptor
Receptor
Lise
Lise
Ativador
Ativador
HLA
NK
NK
Célula-alvo
Célula-alvo
Figura 73 – Mecanismo de reconhecimento das células NK. A interação do receptor das células NK (KIR) 
e do MHC de classe II (HLA) da célula‑alvo impede a ocorrência da lise. A ausência do MHC 
 de classe II é um sinal de que a célula foi infectada e, portanto, ativará o mecanismo de liberação do TNF 
O sistema complemento é um grupo de 20 proteínas plasmáticas que atuam diretamente na 
imunidade inata. Sua ativação envolve a iniciação de uma cascata enzimática com diferentes elementos 
moduladores, ocorrendo, assim, uma resposta rápida e amplificada à presença do microrganismo.
Esse sistema pode ser ativado de três formas diferentes, mas, após o processo iniciador, a cascata 
enzimática progride de maneira idêntica nas três situações, resultando na mesma consequência: 
opsonização e fagocitose do microrganismo ou, ainda, sua lise. 
A primeira forma de ativação é conhecida como via clássica. Nela, o sistema complemento será ativado 
quando anticorpos se ligarem ao antígeno ou ao microrganismo desencadeando a cascata. Na segunda 
forma de ativação, conhecida como via alternativa, as proteínas do sistema complemento interagem 
com estruturas presentes na superfície do patógeno ativando a cascata enzimática. Finalmente, na via 
da lecitina, ocorre a ligação de elementos do sistema complemento; no caso, a lectina ligante de manose 
se une a glicoproteínas da superfície do patógeno.
Independentemente da via de ativação, sempre ocorrerá a produção de clivagem do componente 
do complemento 3 (C3) – C3b, que será depositado na superfície do microrganismo, provocando 
a opsonização e estimulando a fagocitose por macrófagos. Além disso, o C3b é responsável por 
desencadear as etapas posteriores que culminam na formação de numerosos peptídeos com 
uma estrutura polimerizada conhecida como C9, que, por sua vez, deposita‑se na superfície do 
microrganismo constituindo um complexo de ataque à membrana, que cria poros na membrana 
do microrganismo e leva à sua lise.
104
Unidade II
A figura a seguir representa de forma esquemática a ação do sistema complemento no organismo:
Via 
alternativa
MOs Anticorpo
C3a:
inflamação
C5a:
inflamação
Lise do 
MO
C3b:
opsonização 
e fagocitose
C3b é 
depositado no 
MO
Formação 
do complexo 
de ataque à 
membrana
Fases iniciais
Fases tardias
C3
C3
C3b
C3b C3b
C3b
C3b
C5b
C5bC5
C5a
C9
C3a
C3
Lectina ligada 
à manose Iniciação da 
ativação do 
complemento
Via da 
lectina
Via 
clássica
Figura 74 – Mecanismo de ativação do sistema complemento 
Por intermédio da resposta imune inata e do seu papel de primeira barreira de defesa contra as 
infecções, ocorre a geração de um sinal químico responsável pela ativação dos linfócitos B e T, permitindo 
o início da resposta imune adaptativa.
8 RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA
Ao contrário da imunidade inata, a resposta imune adaptativa, ou adquirida, é capaz de adaptar‑se 
à presença de microrganismos invasores, gerando respostas específicas para cada patógeno que romper 
as barreiras da imunidade inata.
A fim de que cada antígeno tenha sua resposta específica, a imunidade adaptativa se dá mediante 
uma série de eventos sequenciais, envolvendo o reconhecimento antigênico, a ativação e diferenciação 
dos linfócitos, bem como a destruição do antígeno, seguida do declínio da resposta imune e terminando 
com a formação de uma memória imunológica de longa duração.
Para que tais eventos ocorram, é necessária a ação dos linfócitos e dos linfócitos T – responsáveis 
pelas respostas imunes humoral e celular, respectivamente.
105
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
A principal característica da reposta imune adaptativa é a sua capacidade de responder a uma 
variedade de antígenos de forma específica. Tal característica só é possível porque os linfócitos B e T, ao 
entrarem em contato com o antígeno, iniciam um processo de expansão clonal, ou seja, sofrem mitoses 
sucessivas ao garantir uma grande diversidade de linfócitos que expressam receptores antigênicos 
diferentes entre si, formando um grande número de células capazes de combater um número diverso 
de microrganismos.
O processo de expansão clonal – proliferação dos linfócitos ativados pelo antígeno – permite que 
o sistema imune acompanhe a alta taxa de reprodução apresentada pela maioria dos microrganismos. 
Porém, existem mecanismos que impedem esses linfócitos de serem ativados pelos autoantígenos – 
elementos do próprio hospedeiro potencialmente reativos, isto é, antigênicos.
A imunidade adaptativa é autolimitada, ou seja, existem mecanismos que reduzem a intensidade 
da resposta na medida em que o número de antígenos viáveis diminui, sinalizando que a infecção está 
sendo controlada. Dessa forma, o sistema imunológico entra em um período de descanso para estar 
apto a responder rapidamente ao mesmo antígeno em um segundo contato.
8.1 Elementos e mecanismos de ação
Participam da resposta imune adaptativa os linfócitos B e T, as células apresentadoras de antígeno e 
as células efetoras recrutadas pelos linfócitos.
Como dito anteriormente, os linfócitos B são as únicas células capazes de produzir anticorpos. 
Certos antígenos possuem a capacidade de ativar diretamente o linfócito B; isso quer dizer que eles 
não precisam ser previamente processados pelas células apresentadoras de antígenos: são os chamados 
antígenos T independentes.
Ao ligarem‑se fortemente à superfície dos linfócitos B antígeno‑específicos, induzem a 
expansão clonal e geram grandes quantidades de IgM, além de produzir uma memória imunológica 
relativamente fraca.
A maioria dos antígenos é chamada de T dependente, o que significa que eles são incapazes de 
estimular diretamente os linfócitos T. Assim, é necessário seu processamento prévio pelas células 
apresentadoras de antígeno que levam o peptídeo antigênico ligado ao MHC, permitindo a ativação do 
linfócito T.
As células apresentadoras de antígeno ficam concentradas nas interfaces do corpo com o meioexterno, como a pele e os tratos respiratório e gastrointestinal. Quando um microrganismo entrar em 
contato com o nosso organismo por uma dessas vias, ele será fagocitado pelas células apresentadoras 
de antígeno e transportado até os linfonodos. Uma vez dentro da célula apresentadora de antígeno, 
esse microrganismo será processado, ou seja, fragmentado. Um peptídeo será selecionado e associado 
a moléculas de MHC, que conduzirão esse peptídeo antigênico até a célula T para que a resposta imune 
adquirida seja iniciada.
106
Unidade II
O termo MHC refere‑se ao complexo principal de histocompatibilidade – proteínas localizadas na 
membrana das células apresentadoras de antígeno, que podem dividir‑se em dois tipos: MHC de classe I e 
MHC de classe II. Os genes que codificam as proteínas do MHC são altamente polimórficos, ou seja, 
existem muitos alelos diferentes na população, garantindo que indivíduos respondam de diversas 
formas à variedade de antígenos presentes no ambiente. Além disso, esses alelos são codominantes, 
isto é, ambos os alelos, parentes de cada gene, são expressos com a mesma força, assegurando que um 
grande número de moléculas de MHC pode apresentar peptídeos às células T.
Célula TC Célula TH
Proteína 
exógena 
externa
Endocitose
Peptídeo
Peptídeo
Peptídeo
Proteína II
Classe II
A) B)Célula-alvo
Célula 
apresentadora 
de antígeno
Chaperona
Retículo endoplasmático
Retículo endoplasmáticoProteassoma
Proteína interna 
exógena
Clase I
TAP
β2m
Fagolisossomo
CD8
TCR TCRCD4
4
3
32
2
1
1
5 4
Figura 75 – Comparação estrutural e funcional das classes I (A) e II do MHC (B) 
 Observação
A viabilidade de um transplante é determinada avaliando‑se a 
compatibilidade entre o MHC do doador e do receptor.
Cada MHC apresenta apenas um peptídeo por vez. O MHC de classe II é apto a apresentar proteínas 
extracelulares ao linfócito T CD4+, enquanto proteínas presentes no citosol (intracelulares), após serem 
processadas, são apresentadas ao linfócito T CD8+ pelo MHC de classe I. 
Esse processo de apresentação do antígeno à célula T, graças ao MHC, permite que as células T 
reconheçam antígenos proteicos associados e selecionem corretamente o tipo de célula T que melhor 
neutralize o microrganismo que desencadeou o processo.
Outra característica da imunidade adquirida é a formação da memória imunológica, ou seja, a 
capacidade de o sistema imunológico responder mais rapidamente, intensamente e eficazmente às 
exposições subsequentes de um mesmo antígeno. 
107
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
– Resposta 5 a 10 dias após 
contato com Ag
– Secreção de IgM
– Pouca produção de IgG
– Menor afinidade dos 
anticorpos
Baixa produção 
de anticorpos
Plasmócitos na 
medula óssea
N
ív
ei
s s
ér
ic
os
 d
e 
an
tic
or
po
s
Plasmócitos na 
medula óssea
Dias após contato com antígeno
1ª Exposição 
ao antígeno
10 0 5
2ª Exposição 
ao antígeno
Proliferação
Proliferação
LB memória
LB memória
LB virgem
Ag
– Resposta rápida (1 a 3 
dias após contato)
– Secreção de IgG
– Mudança de classe de 
cadeia pesada (IgA, IgE)
– Maior afinidade dos 
anticorpos
Resposta primária Resposta secundária
Figura 76 – Comparação entre a resposta imune primária e a secundária. Na resposta imune 
 secundária, há um aumento na quantidade de efetores produzidos, bem como uma maior rapidez 
na produção destes. Tal mecanismo só é possível graças à formação da memória imunológica 
 Observação
A vacinação estimula a imunidade adaptativa por meio da introdução 
de um antígeno modificado. A memória imunológica será formada sem 
que o indivíduo fique doente.
8.2 Resposta imune celular
A resposta imune celular corresponde a um grupo de estratégias desenvolvidas pela imunidade 
adquirida a fim de eliminar microrganismos intracelulares, como os vírus, algumas bactérias e os 
protozoários. Para lidar com esses hóspedes indesejáveis, a imunidade celular é mediada pelas células T.
Na resposta imune celular, a ativação do linfócito T é precedida do processamento do antígeno 
pelas células apresentadoras de antígeno, que leva um fragmento antigênico de origem proteica 
108
Unidade II
associado ao MHC até o receptor do linfócito T virgem. A ativação do linfócito T leva à ativação 
da expansão clonal de células T antígeno‑específicas seguida da diferenciação dessas células em 
diferentes populações efetoras. 
A
B
Fagócitos MOs fagocitados 
sobrevivem 
no interior do 
fagossomo
MOs escapa do processo 
de digestão celular
Célula não fagocítica 
(ex.: Cél. epitelial)
Receptor celular 
para vírus
MOs livre no 
citoplasma
Vírus
Figura 77 – Estratégias adotadas durante a reposta imune celular
Ao ocorrer a interação, entrará o complexo MHC – antígenos peptídeos com o linfócito T CD4+ e/ou 
CD8+ virgem. Esses linfócitos serão ativados e, mediante o estímulo de citocinas, haverá a expansão 
clonal seguida da diferenciação dessas células em efetoras e de memória. As populações CD8+ serão 
acionadas quando o MHC de classe I apresentar o antígeno peptídeo ao linfócito T CD8+ virgem, 
enquanto o linfócito T CD4+ virgem será ativado quando o antígeno peptídico for apresentado pelas 
moléculas do MHC de classe II. As CD8+ também poderão ser ativadas pelas células T auxiliares, que 
serão subpopulações dos CD4+. 
109
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
Reconhecimento 
antigênico
DiferenciaçãoExpansão 
clonal
Ativação de 
macrófagos, cél. B 
e outras células
Morte da célula 
infectada; 
ativação dos 
macrófagos
Citocinas
T–CD4 
Virgem
T–CD4 
memória
T–CD8 memória
T–CD4 efetor
T–CD8 efetor
T–CD8 
Virgem
Órgãos linfóides Tecidos periféricos
IL–2RCAA
Função 
efetora
Ativação
Figura 78 – Mecanismo de ativação das populações CD4 e CD8 atuantes na resposta imune celular
As células CD8+ são ativadas por antígenos intracelulares e, após a diferenciação, transformam‑se 
em CTL (linfócitos T citotóxicos). Essas CTLs liberam mediadores citotóxicos que induzem a morte de 
células‑alvo e a ativação de macrófagos. Também são geradas células T CD8+ de memória.
Já as células CD4+ serão ativadas quando forem estimuladas pelo MHC de classe II e se diferenciarem 
em subgrupos capazes de secretarem citocinas. O quadro seguinte descreve as principais funções das 
subpopulações dos linfócitos T CD4+.
Uma vez que os linfócitos CD4+ atuam na ativação de outras células de defesa, qualquer situação que 
impeça a ativação e a diferenciação dessas células leva ao comprometimento da imunidade adquirida.
Quadro 7 – Resumo das funções das principais subpopulações de linfócitos T CD4
Th1 • Produzem IFNγ capaz de ativar fagócitos e estimular a produção de anticorpos.
Th2
• Produzem IL‑4 e IL‑5 responsáveis pela estimulação da produção de IgE, ativação de eosinófilos.
• Atuam na defesa contra helmintos e nas reações de hipersensibilidade.
Th17
• Produzem IL‑17 que atuam no combate de infecções bacterianas.
• Associada a reações inflamatórias.
110
Unidade II
8.3 Resposta imune humoral
Após a sua ativação e proliferação, as células B passam a produzir anticorpos cuja função é 
neutralizar e eliminar microrganismos extracelulares e toxinas. Quando os anticorpos forem o principal 
mecanismo responsável pela eliminação do patógeno e das toxinas, diremos que está ocorrendo a 
imunidade humoral.
Os antígenos se unem ao linfócito B por meio de anticorpos do tipo IgM e IgD que ficam 
ligados à sua membrana. Após a interação do antígeno com esses receptores, ocorrem a expansão 
clonal e a diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos – células responsáveis pela produção e 
secreção de anticorpos –, ou seja, temos um mecanismo apto a acompanhar a rápida proliferação 
dos microrganismos.
A repetitiva exposição do linfócito B a um mesmo antígeno leva à produção de anticorpos com 
maior capacidade de ligação ao seu antígeno específico, isto é, no primeiro contato é produzida uma 
quantidade menor de anticorpos do que nos contatos subsequentes com o mesmo antígeno.
Os linfócitos B podemser ativados por antígenos de diferentes naturezas químicas, porém geram 
uma resposta mais fraca, uma vez que será produzido apenas o anticorpo da classe IgM. No entanto, 
se a estimulação do linfócito B acontecer por intermédio dos linfócitos T auxiliares, que foram ativados 
por antígenos proteicos previamente processados pelas células apresentadoras de antígeno, ocorrerá 
uma potente ativação das células B, sendo produzidas e geradas diferentes classes de anticorpos, além 
de formada uma forte memória imunológica. A maioria das células B que respondem aos antígenos T 
independentes é encontrada nas zonas marginais da polpa branca do baço, nos tecidos mucosos e na 
cavidade peritoneal, enquanto as células B que respondem aos antígenos T dependentes são encontradas 
não apenas no fígado, mas também em outros órgãos linfoides.
Quando entrarem em contato com o antígeno, os linfócitos B virgens iniciarão sua proliferação 
e gerarão clones específicos para o antígeno que o ativou. Uma série de sinais citoplasmáticos é 
ativada, e os genes responsáveis pela produção dos anticorpos são acionados e passam a expressar 
seus produtos proteicos. Os anticorpos gerados vão formar imunocomplexos com os antígenos que 
levaram à ativação da célula B inicial.
Os anticorpos produzidos podem atuar próximo ou não do seu local de produção. Como dito 
anteriormente, os anticorpos são moléculas proteicas chamadas de imunoglobulinas (Ig). A figura 
seguinte é uma representação esquemática de um anticorpo e suas regiões funcionais. Duas 
regiões são especialmente importantes nos anticorpos. A primeira delas é a região Fab, também 
chamada de região de ligação ao antígeno e, como o próprio nome indica, vai ligar‑se ao antígeno 
e bloquear sua ação no organismo. A outra é a região Fc, que ativará os mecanismos efetores 
responsáveis pela eliminação do antígeno.
111
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
Sítio de 
ligação ao 
antígeno
Região (haste) Fc
Região 
constante
Região da 
dobradiça
Sítios de ligação
Anticorpo A
Epítopos (determinantes 
antigênicos) no antígeno
Célula bacteriana
Antígenos: 
componentes da 
parede celular
C C
‑S‑S‑
‑S‑S‑‑S‑
S‑
‑S‑S‑
Formação do complexo 
antígeno anticorpo
A) B)
C)
Fagócito
Anticorpo B
Fab
Cadeia pesadaCadeia leve
V V
V
C
V
C
Figura 79 – (A) Representação da estrutura de um anticorpo. A região Fab, também chamada de sítio 
de ligação ao antígeno, como o próprio nome diz, é responsável pela interação entre o antígeno de 
qualquer natureza. Já a região Fc, também chamada de região constante, se ligará às células 
efetoras que vão auxiliar na remoção do antígeno; (B) formação do complexo antígeno‑anticorpo 
pela interação da região Fab com o antígeno; (C) fagocitose do complexo antígeno‑anticorpo pela 
interação da região Fc com a célula efetora 
São funções normalmente atribuídas aos anticorpos: 
• Neutralização de microrganismos e toxinas: ligação dos anticorpos ao microrganismo 
neutralizando sua infectividade, ao passo que, ao unir‑se às toxinas microbianas, inibe sua 
interação com a célula hospedeira.
• Opsonização e fagocitose: anticorpos revestem um microrganismo formando um complexo 
antígeno‑anticorpo. Paralelamente ocorre o recrutamento de células de fagocitose que vão 
remover esses microrganismos.
• Citotoxicidade celular: recrutamento de células NK e outros leucócitos que liberaram grânulos 
ricos em proteínas capazes de destruir esses alvos opsonizados.
• Ativação do sistema complemento: o IgM e algumas classes de IgG ligam‑se à superfície do 
antígeno, normalmente bacteriano, permitindo a união das proteínas do sistema complemento 
na região Fc do anticorpo.
112
Unidade II
Aglutinação
Opsonização
Neutralização
Citotoxicidade medida 
por anticorpos
Ativação do sistema completo
Causa inflamação e lise celular
Complemento
Bactéria
Bactérias
Fagócito
Reduz o número de unidades 
infecciosas a serem manejadas
A cobertura do antígeno com o 
anticorpo intensifica a fagocitose
Bloqueia a adesão de 
bactérias e vírus à mucosa
Anticorpos fixados à célula‑alvo causam 
a destruição por macrófagos, eosinófilos 
e células NK
Célula‑alvo grande (parasita)
Perforina 
e enzimas 
líticas
Bloqueia a 
fixação de 
toxina
Bactéria
Toxina
Epítopos Eosinófilo
Vírus
Lise
Mecanismo de ação 
dos anticorpos
Figura 80 – Mecanismo de ação dos anticorpos durante a atuação na resposta imune humoral
Durante o processo de proliferação e diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos, ocorre a 
formação de quatro classes principais de anticorpos: 
• IgG (Imunoglobulina G): responsável pela neutralização de toxinas e opsonização, e consequente 
fagocitose de microrganismos. Também atribuímos ao IgG a função de citotoxicidade celular e 
de ativação da via clássica do sistema complemento. Finalmente, o IgG será responsável pela 
imunidade neonatal quando ocorrer a transferência de anticorpos via placenta e intestino. O mais 
abundante e capaz de gerar memória imunológica mais forte.
• IgM (Imunoglobulina M): responsável pela ativação da via clássica do sistema complemento. 
É a primeira linha de defesa contra bactérias, incapaz de ativar os fagócitos mononucleados 
e os neutrófilos polimorfonucleares. Atua, principalmente, mediante a ativação do sistema 
complemento. É a maior de todas as imunoglobulinas. Conhecida como agente citolítico e 
aglutinador, age com muita eficiência contra os estágios iniciais de uma infecção. Por estar 
presente no sangue, é a principal responsável pelo combate às bacteremias, por ativar fortemente 
o sistema complemento. Produzida na presença de antígeno T independente, portanto gera uma 
memória fraca.
• IgA (Imunoglobulina A): responsável pela neutralização de microrganismos via opsonização 
e de toxinas. Está associada à imunidade das mucosas gastrointestinal e respiratória. Também é 
113
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
encontrada na forma dimérica, conhecida como IgAS (IgA secretória), na lágrima, na saliva e no 
leite materno (colostro).
• IgE (Imunoglobulina E): responsável por induzir a degranulação dos mastócitos em processos de 
hipersensibilidade. Também está associada à defesa contra helmintos.
IgM (monômetro)
IgM (pentâmero)
IgA (sérica) IgA (secretória)
IgG IgE
Figura 81 – Estrutura dos anticorpos produzidos durante a ação dos plasmócitos 
Os anticorpos são estratégias extremamente eficientes contra a maioria dos patógenos, porém 
os microrganismos podem desenvolver estratégias de neutralização da imunidade humoral. Dentre 
as principais estratégias, podemos citar o desenvolvimento de apêndices que inibem a fagocitose e a 
variação antigênica da região que interage com a IgM e a IgD da superfície do linfócito.
8.4 Reações de hipersensibilidade
Hipersensibilidade é o termo utilizado para designar uma resposta imune adaptativa benéfica que 
acontece de forma exagerada ou inapropriada. Por ser uma resposta adaptativa, não se manifesta no 
primeiro contato com o antígeno, mas nos contatos subsequentes. 
São descritos quatro tipos de hipersensibilidade:
• Hipersensibilidade tipo I (ou hipersensibilidade imediata): resulta da ação da IgE contra um 
antígeno inócuo, como pólen, poeira e pelos de animais. Existe a liberação de mediadores químicos 
que desencadeiam uma reação inflamatória aguda com sintomas, como asma e rinite.
• Hipersensibilidade tipo II (ou citotóxica dependente de anticorpos): caracteriza‑se pela 
ligação antígeno‑anticorpo (IgM ou IgG) com fagocitose, ativação de células NK e lise 
mediada pelo sistema complemento.
114
Unidade II
• Hipersensibilidade tipo III: envolve a ação de complexos imunes que não podem ser 
completamente removidos do organismo.
• Hipersensibilidade tipo IV (ou hipersensibilidade tardia – DTH): ocorre quando um antígeno 
fagocitado não consegue ser eliminado, estimulando a ação de linfócitos T e a liberação de 
mediadores inflamatórios; também é comum em rejeição a transplantes e dermatite alérgica 
de contato.
Comumentedizemos que as hipersensibilidades do tipo I, II e III são mediadas por anticorpos, 
enquanto a do tipo IV é mediada pelos linfócitos T e macrófagos. Embora existam quatro tipos de 
hipersensibilidade, não significa que elas tenham ocorrido sempre isoladamente.
Mastócito 
ou basófilo
Membrana 
basal dos vasos 
sanguíneos
Célula 
endotelial
Célula‑alvo Antígeno
AgGrânulo
IgE
Antígeno
A)
C)
B) D)
Histamina e 
outros mediadores
1
2 3
Imunocomplexos 
são depositados na 
parede dos vasos 
sanguíneos
A presença dos 
imunocomplexos ativa 
o complemento e atrai 
células inflamatórias 
como os neutrófilos
Hipersensibilidade do tipo tardio
APC ou 
antígeno 
tecidual
Citólise mediada por linfócitos T CTLs
CD8+
Inflamação
Lesão tecidual
Morte celular e 
lesão tecidual
Linfócito 
T CD4+
Linfócito 
T CD8+
Citocinas
Tecido normal
Complexo 
antígeno + célula
Lise celular
Complemento
Anticorpo
As enzimas liberadas dos 
neutrófilos causam dano 
às células endoteliais da 
membrana basal
Neutrófilos
Figura 82 – (A) hipersensibilidade tipo I; (B) hipersensibilidade tipo II; (C) hipersensibilidade tipo III e 
(D) hipersensibilidade tipo IV. O linfócito T está envolvido apenas na hipersensibilidade tipo IV 
115
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
 Resumo
Vimos nesta unidade que a resposta imunológica tem como objetivo 
impedir a disseminação de infecções, além de controlar a microbiota 
endógena. Para tanto, o sistema imunológico tem mecanismos específicos 
para lidar com a enorme variedade de antígenos encontrados no ambiente, 
uma vez que as infecções causam alterações fisiológicas e danos teciduais, 
além de alterações de proteínas plasmáticas que levam à ativação do 
sistema imunológico. 
Os órgãos e os tecidos linfoides são responsáveis pela geração e 
diferenciação de células de defesa, além de serem sítios de ocorrência 
de resposta imunológica. Os órgãos linfoides primários, ou centrais, são 
responsáveis pela produção e/ou diferenciação de células de defesa. Nessa 
categoria, enquadramos a medula óssea e o timo. Já os órgãos linfoides 
secundários, ou periféricos atuam no armazenamento de células de defesa e 
agem como sítio de ocorrência de respostas imunológicas. São exemplos de 
órgãos linfoides secundários o baço, os linfonodos e os gânglios linfáticos. 
Após serem geradas nos órgãos linfoides primários, as células de defesa 
ficam circulando entre os órgãos linfoides secundários, o sangue e a linfa, 
mas nunca retornam ao órgão linfoide primário.
A medula óssea vermelha é um tecido conjuntivo rico em células 
pluripotentes, ou seja, indiferenciadas, que são estimuladas por medidores 
químicos e, então, diferenciam‑se em linhagem mieloide progenitora e 
linhagem linfoide progenitora. A partir da linhagem mieloide, são gerados 
os eritrócitos, as plaquetas, os basófilos, os neutrófilos, os monócitos, os 
eosinófilos e as células dendríticas. Com exceção dos dois primeiros tipos 
celulares, todos os outros atuam na defesa imunológica. A linhagem 
linfoide progenitora gera as células percussoras do linfócito T que, por sua 
vez, originarão os linfócitos T virgens após um processo de diferenciação 
no timo. A células da linhagem linfoide que permanecem na medula óssea 
se diferenciam em linfócitos B e células NK.
A resposta imune inata é uma reação natural do organismo à presença 
de microrganismos ao reconhecer estruturas que são comuns e essenciais 
à sobrevivência de diferentes microrganismos. Por ser uma resposta rápida 
e inespecífica, não produz memória imunológica. 
Os componentes da resposta imune inata estão localizados na 
interface entre o corpo e o meio interno, uma vez que eles funcionam 
como uma barreira física para a entrada de microrganismo. A pele e as 
116
Unidade II
mucosas funcionam formando as barreiras epiteliais para a entrada de 
microrganismos, enquanto os leucócitos sanguíneos e teciduais atuam 
como sentinelas no meio extracelular.
As células envolvidas na resposta imune inata atuam, na sua 
maioria, por meio da fagocitose. Os fagócitos (macrófagos) e os 
polimorfosnucleados (neutrófilos) são as principais células envolvidas 
na resposta imune e realizam a opsonização e a fagocitose dos 
patógenos após migrarem por diapedese para o local da infecção. Além 
das células de fagocitose, atuam na resposta imune inata às células 
NK, especialmente ativas contra células infectadas por patógenos 
intracelulares, em especial os vírus. 
A resposta imune inata também é auxiliada pelo sistema complemento – 
grupo de enzimas proteolíticas que atua em sistema de cascata estimulando 
o recrutamento de células de fagocitose e formando um complexo de 
ataque à membrana (MAC), que abre poros na membrana do patógeno 
provocando a lise osmótica. 
Já a resposta imune adaptativa é a defesa elaborada ao combate de 
agentes infecciosos que escapam da imunidade inata. Sua principal 
característica é o desenvolvimento de uma memória imunológica, capaz 
de responder mais rapidamente à presença de um antígeno ao segundo 
contato. A resposta imune adaptativa é dividida em resposta imune humoral 
e resposta imune celular. 
Os linfócitos B são a base da resposta imune humoral. Durante a ativação 
do linfócito B, existem sinais químicos que induzem sua diferenciação em 
plasmócito – responsáveis pela produção dos anticorpos. Produzidos pelo 
linfócito B, os anticorpos são: IgG, IgM, IgA, IgD e IgE.
Os linfócitos T são as células efetoras da resposta imune celular, 
direcionada contra qualquer fator, desde um vírus até uma mutação que 
transformou uma célula normal em uma célula cancerígena. Após serem 
ativadas pela seleção clonal, as células T geram dois tipos de células efetoras: 
linfócito T citotóxico (CLT ou T‑CD8) – reconhece células infectadas por 
vírus e as mata por lise citotóxica – e linfócito T auxiliar (Cel. T
H ou T – CD4) 
– auxilia a células efetoras da resposta imune humoral e da resposta imune 
celular, ligando‑se ao antígeno antes da ativação da célula B. 
Algumas vezes a resposta imune adaptativa reage de maneira exagerada 
à presença de um antígeno. Chamamos essas reações de hipersensibilidade. 
Existem quatro tipos de reações: hipersensibilidades I, II e III – mediadas por 
anticorpos –; e hipersensibilidade tipo IV – mediada pelo linfócito T.
117
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
 Exercícios
Questão 1. (Enem 2014) 
Imunobiológicos:
diferentes formas de produção, diferentes aplicações
Aplicação do 
imunobiológico II
Vírus, 
bactérias
Aplicação do 
imunobiológico I
A) B)
Produção do 
imunobiológico III
Aplicação do imunobiológico III
Figura 83
Embora sejam produzidos e utilizados em situações distintas, os imunobiológicos I e II atuam de 
forma semelhante nos humanos e equinos, pois:
A) Conferem imunidade passiva.
B) Transferem células de defesa.
C) Suprimem a resposta imunológica.
D) Estimulam a produção de anticorpos.
E) Desencadeiam a produção de antígenos.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativas 
A) Alternativa incorreta. 
Justificativa: o imunológico II não corresponde à imunidade passiva da figura, pois a imunização 
passiva é obtida pela transferência ao indivíduo de anticorpos produzidos por um animal ou outro ser 
118
Unidade II
humano. Esse tipo de imunidade produz uma rápida e eficiente proteção, que é temporária, durando em 
média poucas semanas ou meses.
B) Alternativa incorreta. 
Justificativa: transferem antígenos mortos ou enfraquecidos em I e soro em II.
C) Alternativa incorreta. 
Justificativa: ativam a resposta imunológica para a produção de anticorpos em I e II.
D) Alternativa correta. 
Justificativa: o imunobiológico I é utilizado como vacina nos humanos, com antígenos mortos 
ou enfraquecidos, e tem como objetivo fazer com que o organismo produza anticorpos para a sua 
defesa, gerando memória imunológica. O imunobiológico II também é utilizado nos cavalos para a 
produção de anticorpos, e os anticorpos produzidos pelo cavalo são retirados para a produçãodo soro 
antiofídico (imunobiológicos III).
E) Alternativa incorreta. 
Justificativa: desencadeiam a produção de anticorpos.
Questão 2. (Enade, 2008) Os componentes do sistema imune envolvem, além de células, 
proteínas circulantes, sendo diversos deles utilizados para a identificação de tipos celulares 
e para a obtenção de informações genéticas. Considerando aspectos gerais da imunologia, é 
correto afirmar que:
A) apenas linfócitos e neutrófilos apresentam antígenos de superfície e, por esse motivo, são células 
capazes de produzir anticorpos. 
B) a tipagem sanguínea do sistema ABO envolve reações imunológicas e pode ser utilizada para a 
obtenção de informações genéticas sobre indivíduos. 
C) diferentes tipos celulares de um mesmo indivíduo não podem ser diferenciados por 
marcadores imunológicos, pois os marcadores de superfície dessas células ligam‑se aos 
mesmos anticorpos. 
D) a região FV (fração variável) de cada anticorpo presente em um conjunto de anticorpos, obtidos 
do plasma de um único indivíduo, apresenta a mesma sequência de aminoácidos. 
E) a reação de fixação do complemento permite a análise de ligação das fitas complementares de 
DNA dos anticorpos.
119
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
Resposta correta: alternativa B.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: essa sentença apresenta dois erros. O primeiro está em afirmar que apenas linfócitos e 
neutrófilos apresentam antígenos de superfície. Por exemplo, as moléculas de histocompatibilidade de 
classe I são expressas na superfície de todas as células nucleadas (ALVES et al., 2006). Por outro lado, 
a alternativa afirma que neutrófilos são células capazes de produzir anticorpos, o que corresponde 
ao segundo erro contido na sentença. Os neutrófilos, assim como os macrófagos, são fagócitos, ou 
seja, células especializadas em realizar defesa por fagocitose. Ao contrário da defesa por anticorpos, a 
fagocitose é uma modalidade de defesa inespecífica.
B) Alternativa correta.
Justificativa: na membrana plasmática das hemácias, existem diversas moléculas de 
glicolipídios e glicoproteínas chamadas de aglutinogênios ou isoantígenos. A diversidade desses 
isoantígenos é geneticamente determinada, e é com base na identificação dessas moléculas 
de isoantígenos que se procede a classificação dos chamados grupos sanguíneos. Já foram 
identificados 24 grupos sanguíneos, mas os dois principais grupos são o sistema ABO e o sistema 
Rh. Com relação ao sistema ABO, existem quatro tipos sanguíneos: A, B, AB e O. A definição desses 
tipos sanguíneos depende de um loco gênico que possui três alelos: I A (ou alelo A), I B (ou alelo 
B) e i (ou alelo O). Os alelos I A e I B são codominantes e ambos dominam o alelo i. Outro aspecto 
importante associado ao sistema sanguíneo ABO é a existência de isoanticorpos específicos, 
também chamados de aglutininas, que combatem isoantígenos estranhos ao organismo. O 
quadro a seguir apresenta os isoantígenos e os isoanticorpos associados a cada um dos tipos 
sanguíneos do sistema ABO:
Quadro 8
Tipo sanguíneo Isoantígeno(eritrocitário)
Isoanticorpo
(plasmático)
A A Anti‑B
B B Anti‑A
AB A e B Não possui
O Não possui Anti‑A e Anti‑B
A tipagem sanguínea do sistema ABO consiste em adicionar isoanticorpos ao sangue da pessoa 
e observar a ocorrência de reação imunológica específica, visível sob forma de aglutinação. Por 
exemplo, se houver aglutinação do sangue somente na amostra submetida ao isoanticorpo anti‑B, 
o sangue da pessoa é do tipo B.
120
Unidade II
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: células de diferentes tecidos de um mesmo indivíduo expressam regiões diferentes 
do genoma. Por exemplo, uma célula muscular é capaz de sintetizar miosina, mas não sintetiza 
queratina. O contrário pode ser dito das células epidérmicas. Essa especificidade também ocorre 
para diversos antígenos (ou marcadores) de superfície celular, como no caso dos isoantígenos 
eritrocitários que caracterizam o sistema ABO. A diversidade histológica quanto à expressão de 
marcadores antigênicos é bastante explorada por uma técnica conhecida como imuno‑histoquímica, 
que consiste em localizar proteínas específicas de certos tecidos por meio da utilização de 
anticorpos específicos marcados com uma substância colorida. Portanto, ao contrário do que 
afirma a sentença, diferentes tipos celulares de um mesmo indivíduo podem ser diferenciados por 
marcadores imunológicos.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: como o próprio nome diz, a fração variável é a região que muda de um 
anticorpo para outro. Ao contrário do que afirma a sentença da alternativa, a variação reside 
justamente na composição de aminoácidos dessa região. As regiões variáveis dos anticorpos 
são os sítios nos quais vai ocorrer a ligação ao antígeno (figura a seguir). As diferenças nas 
composições de aminoácidos nessas regiões estão associadas ao ajuste de cada anticorpo ao 
seu antígeno específico.
Sitio de ligação
Antigênio
Região variável
Determinante 
antigênico
Região constante
Cadeia leve
Cadeia pesada
N
N
C C
C C
Figura 84
121
MICROBIOLOGIA, IMUNOLOGIA E PARASITOLOGIA
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: o sistema complemento é constituído por cerca de 25 proteínas que atuam em 
conjunto para “complementar” a ação de anticorpos na destruição de células estranhas ao organismo, 
como as bactérias. Essas proteínas circulam normalmente no sangue em suas formas inativas e, quando 
uma delas se torna ativada em função da atividade de determinado anticorpo, tem início uma reação 
em cascata, na qual se sucede uma sequência de ativações tal qual um efeito dominó. O produto 
final dessa cascata de ativação é um “cilindro molecular”, que é inserido nas superfícies das células 
invasoras (parede celular, no caso de bactérias), promovendo rupturas que vão matá‑las. Portanto, a 
fixação do complemento mencionada na alternativa é uma etapa imunológica importante e não tem a 
ver com fitas de DNA cuja palavra “complementação” significa união por meio de ligações de hidrogênio 
ocorridas entre as bases nitrogenadas. Além disso, os anticorpos não são formados de DNA, e sim por 
moléculas proteicas.
122
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1 
A01FIG01.GIF. Disponível em: http://www.scielo.br/img/revistas/jbpml/v45n2/a01fig01.gif. Acesso em: 
13 jul. 2016.
Figura 2 
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 12.
Figura 3 
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2005. p. 21.
Figura 4 
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 201. p. 70.
Figura 5
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005, p. 3.
Figura 6
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 78‑9.
Figura 7
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 113‑15.
Figura 8 
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 87.
Figura 9
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 81.
Figura 10
A) MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 86.
123
B) ENGELKIRK, P. G.; DUBEN‑ENGELKIRK, J. Burton: microbiologia para ciências da saúde. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 33.
Figura 11
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2005. p. 275.
Figura 12
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 173.
Figura 13 
MURRAY, P. R. et al. Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 27.
Figura 14
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 125. 
Figura 15
MURRAY, P. R. et al. Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 28. 
Figura 16
ENGELKIRK, P. G.; DUBEN‑ENGELKIRK, J. Burton: microbiologiapara ciências da saúde. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 31.
Figura 17
ENGELKIRK, P. G.; DUBEN‑ENGELKIRK, J. Burton: microbiologia para ciências da saúde. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 37.
Figura 18
ENGELKIRK, P. G.; DUBEN‑ENGELKIRK, J. Burton: microbiologia para ciências da saúde. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. p. 118.
Figura 19
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 236.
124
Figura 20
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 238.
Figura 21
MORENO C. M. et al. Mecanismos de resistencia antimicrobiana en patógenos respiratorios. Revista de 
otorrinolaringología y cirugía de cabeza y cuello, Santiago, v. 69, n. 2, p. 186, ago. 2009.
Figura 22
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 159.
Figura 23
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 169.
Figura 24 
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 167.
Figura 25 
MORAES, R.G. Parasitologia e micologia humana. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p. 478‑458.
Figura 26 
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 369.
Figura 27 
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 372. 
Figura 28
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 386.
Figura 29
AHLQUIS, P. Parallels among positive‑strand RNA viruses, reverse‑transcribing viruses and double‑stranded 
RNA viruses. Nature Reviews Microbiology, n. 4, p. 371‑82, maio 2006.
125
Figura 30 
A) GIARDIA_TROPH_GIEMSA.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/dpdx/images/giardiasis/Giardia_
troph_giemsa.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
B) S_MANSONI_ADULT_LAMMIE1.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/dpdx/images/
schistosomiasis/S_mansoni_adult_Lammie1.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
C) CASE292_B.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/dpdx/images/pthiriasis/Case292_B.jpg. Acesso 
em: 28 jul. 2016.
Figura 31 
FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012, p. 35.
Figura 32 
GALLERY.HTML#VECTOR. Disponível em: http://www.cdc.gov/dpdx/trypanosomiasisAmerican/gallery.
html#vector. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 33 
AMERTRYP_LIFECYCLE.GIF. Disponível em: http://www.cdc.gov/parasites/images/chagas/amertryp_
lifecycle.gif. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 34 
A) CHAGAS/ROMANA_SIGN.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/parasites/images/chagas/romana_
sign.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
B) AMTRYP_THIN_GIEMSA.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/parasites/images/chagas/amtryp_
thin_giemsa.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
C) TCRUZI_TISSUE_HE_ZOOM.JPG. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/
trypanosomiasisAmerican/Tcruzi_tissue_he_zoom.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 35 
FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 39.
Figura 36 
AMEBIASIS_LIFECYCLE.GIF. Disponível em: http://www.cdc.gov/parasites/amebiasis/images/amebiasis_
lifecycle.gif. Acesso em: 28 jul. 2016.
126
Figura 37
A) GIARDIA_CYST_TRIC2.JPG. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/giardiasis/Giardia_
cyst_tric2.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
B) GIARDIA_TROPH_GIEMSA.JPG. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/giardiasis/Giardia_
troph_giemsa.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 38 
FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 65.
Figura 39 
FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 10.
Figura 40 
MALARIA_LIFECYCLE.GIF. Disponível em: http://www.cdc.gov/malaria/images/graphs/life_cycle/
malaria_lifecycle.gif. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 42 
A) A_LUMBRICOIDES_ADULT_ORANGECOUNTY.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/dpdx/images/
ascariasis/A_lumbricoides_adult_OrangeCounty.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
B) ASCARIS_EGG_FERT3_EMBRYO_200X.JPG. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/
ascariasis/Ascaris_egg_fert3_embryo_200x.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 43 
MURRAY, P. R. et al. Microbiologia médica. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 859.
Figura 44 
A) A_CANINUM_HEAD.JPG. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/hookworm/A_caninum_
head.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
B) HOOKWORM_FILARIFORM_B.JPG. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/hookworm/
Hookworm_filariform_B.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 45 
A) HOOKWORM_LIFECYCLE.GIF. Disponível em: http://www.cdc.gov/parasites/images/hookworm/
hookworm_lifecycle.gif. Acesso em: 28 jul. 2016.
127
(B) HOOKWORM_INTESTINE.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/parasites/images/hookworm/
hookworm_intestine.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 46
A) ZOONOTICHOOKWORM/CLM_LIFECYCLE.GIF. Disponível em: http://www.cdc.gov/parasites/images/
zoonotichookworm/clm_lifecycle.gif. Acesso em: 28 jul. 2016. 
B) CLM.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/parasites/images/zoonotichookworm/clm.jpg. Acesso 
em: 28 jul. 2016. 
Figura 47 
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 358.
Figura 48
TAENIA_LIFECYCLE.GIF. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/taeniasis/Taenia_LifeCycle.gif. 
Acesso em: 28 jul. 2016. 
Figura 49 
A) S_MANSONI_ADULT_LAMMIE2.JPG. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/
schistosomiasis/S_mansoni_adult_Lammie2.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016. 
B) S_MANSONI_EGG_2X21.JPG. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/schistosomiasis/S_
mansoni_egg_2X21.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016. 
Figura 50 
A) FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 141.
B) BIOMPHALARIA1.JPG. Disponível em: https://www.cdc.gov/dpdx/images/schistosomiasis/
Biomphalaria1.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
C) FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 141.
D) CERCARIAL_DERMATITIS.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/dpdx/images/cercarialDermatitis/
Cercarial_dermatitis.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 51 
FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 142.
128
Figura 52 
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 363.
Figura 53 
FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 165.
Figura 54 
M_LIFECYCLE.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/dengue/images/m_lifecycle.jpg. Acesso em: 28 
jul. 2016.
Figura 55 
A) FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012, p. 174.
B) LICE_LIFECYCLE.GIF. Disponível em: http://www.cdc.gov/dpdx/images/pediculosis/Lice_LifeCycle.gif. 
Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 56 
I_SCAPULARIS_DOLAN1.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/dpdx/images/ticks/I_scapularis_
Dolan1.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
Figura 57 
A) SARCOPTES_SCABIEI_BAM1.JPG. Disponível em: http://www.cdc.gov/dpdx/images/scabies/
Sarcoptes_scabiei_BAM1.jpg. Acesso em: 28 jul. 2016.
B) FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 187.
Figura 58 
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 461.
Figura 60 
TORTORA, G. J. et al. Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. p. 456.
Figura 61
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia básica: funções e distúrbios do sistema imunológico. 3. ed. 
Rio de Janeiro, Elsevier, 2009. p. 11.
129
Figura 62 
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia básica: funções e distúrbios do sistema imunológico. 3. ed. 
Rio de Janeiro, Elsevier, 2009. p. 78.
Figura 63
MESQUITA JUNIOR, D. et al. Sistema imunitário – parte II: fundamentos da resposta imunológica 
mediada por linfócitos T e B. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 50, n. 5, p. 554, 2010.
Figura 64 
ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H. Imunologia básica: funções e distúrbios do sistema imunológico. 3. ed.

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