Prévia do material em texto
Universidade de Brasília Instituto de Psicologia Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações Sem saída: as consequências do embarque para os trabalhadores no contexto offshore oil no Brasil Larissa Caroline Gomes de Barros Brasília Dezembro de 2021 ii Universidade de Brasília Instituto de Psicologia Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações Sem saída: as consequências do embarque para os trabalhadores no contexto offshore oil no Brasil Larissa Caroline Gomes de Barros Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações (PPGPSTO/UnB) como requisito para obtenção ao título de mestre. Orientadora: Cristiane Faiad de Moura Brasília Dezembro de 2021 iii Sem saída: as consequências do embarque para os trabalhadores no contexto offshore oil no Brasil Dissertação apresentada e avaliada por banca examinadora constituída por: _________________________________________________________________ Prof.ª Dra. Cristiane Faiad de Moura (Presidente) Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações. Universidade de Brasília __________________________________________________________________ Prof.ª Dr. Hugo Ferrari Cardoso (Membro Titular Externo) Programa de Pós-graduação em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho __________________________________________________________________ Prof.ª Dra. Maria José Chambel (Membro Titular Externo) Programa de Pós-Graduação em Crise e Emergência e em Psicologia da Saúde Ocupacional. Universidade de Lisboa _________________________________________________________________ Prof. Dr. Cláudio Vaz Torres (Membro Suplente) Programa de Pós-Graduação em Processos Psicológicos Básicos. Universidade de Brasília iv “A verdade te libertará. Mas primeiro ela vai te enfurecer.” Gloria Steinem “Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis.” René Descartes v Agradecimentos Agradecer é reconhecer que a caminhada só foi possível com muito apoio e amor. Primeiramente, agradeço a Deus por ter me feito resiliente e persistente e por ter me dado saúde e dedicação para correr atrás dos meus sonhos. À minha família, sempre incondicional e presente, em especial aos meus pais, Alba e Sandro, que me apoiaram e trabalharam para que eu pudesse apenas batalhar pelos meus sonhos, e construíram a base de tudo que sou. Meu coração transborda emoção só de lembrar tudo o que fizeram por mim. Ao meu irmão, Luís, que não me deixa esquecer para quem sou exemplo. À minha avó Ana, que tornou minha caminhada mais fácil durante toda minha vida de estudos. À minha “dinda”, Áurea, que me deu silêncio para escrever, trabalhar e crescer, e um ombro amigo ao longo do trajeto. Aos meus amigos, que apoiaram, entenderam e incentivaram, em especial à Mariana, que fez contatos, revisou textos, ouviu desabafos, carregou formulários e “quase mergulhou em um barril de petróleo” comigo, obrigada por tanto. Ao Luan, meu novo velho amigo, que tornou mais fácil e possível toda minha coleta de dados e abriu janelas quando portas foram fechadas: “você foi essencial”. Ao Igor, que foi meus olhos e imaginação dentro da plataforma, sem ele eu teria conhecido esse mundo apenas por filmes, obrigada por tornar tudo tão real e por ser minha casa fora de casa. Aos meus colegas de laboratório, que foram essenciais e perspicazes em todas as suas contribuições e que abriram minha cabeça teimosa para novas e fantásticas ideias, em especial ao Carlos, que antes de amigo e companheiro de LABPAM, foi coordenador do grupo de pesquisa que mudou minha vida. Obrigada por plantar a semente em mim, sabemos que sou fruto da sua árvore e que sem você nada disso teria acontecido. Aos Professores do PSTO/UnB, que mesmo em meio a uma pandemia foram suporte e verdadeiros mestres na arte de ensinar, em especial ao Prof. Dr. Claudio Torres, que vi acendeu em mim a chama da curiosidade antes mesmo do mestrado ser uma realidade, e à Prof.ª Dra. Maria José Chambel e Prof. Dr. Hugo Ferreira Cardoso por terem aceitado compor a banca examinadora. Tenho certeza de que suas avaliações serão de suma importância para este trabalho e para o meu futuro. Aos trabalhadores offshore oil, às empresas e aos prepostos que dedicaram seu tempo e trabalho para que esse estudo pudesse sair do papel. Em especial à PetroRio, que abriu as portas para a coleta de dados. Finalmente, à minha orientadora Cristiane, que me acolheu, acreditou no meu potencial questionador e foi calmaria onde eu era furacão. Me faltam palavras para agradecer tudo o que você fez por mim dentro e fora do mestrado, me sobra emoção em saber que eu não só te escolhi, mas fui escolhida por você. Sou imensamente grata pelos ensinamentos (teóricos e de vida), pelos puxões de orelha e pelo respiro em meio ao turbilhão, obrigada pela parceria e por acreditar mais em mim do que eu mesma, sem você nada disso seria possível. In Memorian: Ao meu “dindo”, que me viu sonhar, compartilhou histórias de quase um século que fizeram meus olhos e coração se encherem, que me fez querer sempre ser “mais” com sua implicância única, mas que partiu antes de ver o sonho virar realidade. vii Resumo O trabalho que ocorre em plataformas petrolíferas é chamado de “offshore oil” e atualmente é realizado, no Brasil, em mais de 49 plataformas por cerca de 40 mil trabalhadores embarcados e confinados a espaços considerados restritos e de alta periculosidade. Configura-se como uma área de pesquisa pouco explorada, que concentra a maior parte de seus achados em estudos estritamente descritivos. A atividade na plataforma offshore oil exige dos profissionais um afastamento da costa por longos períodos de trabalho. Além do afastamento físico, os trabalhadores distanciam-se de suas famílias e do convívio social e ficam vulneráveis ao adoecimento psíquico e a problemas crônicos, como a síndrome de burnout. O trabalhador inserido neste contexto de trabalho, caracteriza sua área como desgastante e estressante, com características pouco comuns a maioria dos trabalhos, e ainda identifica o ambiente como hostil e pouco colaborativo. Nesse sentido, o presente estudo tem como objetivo investigar as relações entre burnout, suporte social percebido, engajamento e conflito trabalho-família no contexto de trabalho offshore oil no Brasil. O primeiro manuscrito apresenta um estudo bibliométrico cujo objetivo é apresentar os trabalhos sobre a área offshore oil, bem como a natureza desse campo de atuação profissional e o perfil de seus trabalhadores. O segundo manuscrito avaliou 441 trabalhadores da área, com o objetivo de identificar de que forma o conflito trabalho-família se relaciona ao burnout, sendo mediado pelo suporte social e pelo engajamento no trabalho presentes no contexto de trabalho offshore oil no Brasil. Por fim, o terceiro manuscrito objetivou mapear as competências comportamentais e as contingências ambientais necessárias para estar inserido em um ambiente confinado e embarcado. Os resultados encontrados são inéditos e contribuem não só para uma maior difusão de conhecimento sobre o tema, mas para indicar possíveis caminhos para aprimorar relações de trabalho e elaborar ações preventivas de saúde mental da população embarcada em plataformas petrolíferas. viii Palavras-chave: offshore oil, competências comportamentais, plataformas petrolíferas, saúde mental. ix Abstract The work that takes place onoil platforms is called “offshore oil” and is currently carried out, in Brazil, on more than 49 platforms by approximately 40 thousand workers on board and confined to spaces considered to be restricted and highly dangerous. It is configured as a little explored area of research, which concentrates most of its findings in strictly descriptive studies. The activity on the offshore oil platform requires professionals to be away from the coast for long periods of work. In addition to physical distancing, workers distance themselves from their families and social life and are vulnerable to mental illness and chronic problems, such as burnout syndrome. The worker inserted in this work context characterizes his area as exhausting and stressful, with characteristics that are not common in most jobs, and also identifies the environment as hostile and uncooperative. In this sense, this study aims to investigate the relationships between burnout, perceived social support, engagement and work-family conflict in the context of offshore oil work in Brazil. The first manuscript presents a bibliometric study whose objective is to present the works on the offshore oil area, as well as the nature of this field of professional activity and the profile of its workers. The second manuscript evaluated 441 workers in the area, with the aim of identifying how the work-family conflict is related to burnout, being mediated by social support and engagement in work present in the context of offshore oil work in Brazil. Finally, the third manuscript aimed to map the behavioral skills and environmental contingencies necessary to be inserted in a confined and on-board environment. The results found are unprecedented and contribute not only to a greater dissemination of knowledge on the subject, but also to indicate possible ways to improve working relationships and develop preventive actions for the mental health of the population on board oil rigs. Keywords: offshore oil, behavioral skills, oil rigs, mental health. x Sumário Resumo.................................................................................................................................... 07 Abstract................................................................................................................................... 09 Apresentação........................................................................................................................... 11 Manuscrito 1............................................................................................................................ 17 Manuscrito 2............................................................................................................................ 50 Manuscrito 3.............................................................................................................................91 Anexo 1 –Termo de Consentimento Livre e Esclarecido………………...............................118 Anexo 2 –Tipos de Plataformas Petrolíferas no Brasil..........................................................119 11 Apresentação O trabalho que ocorre em plataformas marítimas é chamado de “offshore” (versão para a língua inglesa cujo significado literal é “afastado da costa”) e varia a depender do tipo de plataforma adotada. É uma realidade profissional que apresenta características específicas, como o isolamento dos trabalhadores em alto mar por um período considerável (Carvalho, 2010). As plataformas petrolíferas podem ser fixas, semissubversíveis e flutuantes (Antoniolli et al., 2015), e são instalações complexas que operacionalizam a produção e armazenagem de óleo e gás de alta pressão, além de funcionarem distantes da costa e do acesso a socorro imediato. Uma unidade offshore oil precisa se organizar como uma cidade por conta de seus processos complexos: de geração de energia, tratamento de água e esgoto, fornecimento de alimentação, remédios, atendimento médico, limpeza e arrumação de quartos, serviços de lavanderia, descarte de resíduos e coleta seletiva de lixo são necessários para seu funcionamento (Amorim et al., 2013). Também é preciso, portanto, que tais instalações sejam equipadas com um conjunto completo de serviços, como alimentação, alojamento para tripulação, enfermagem e meios de salvamento, fornecimento de energia elétrica e água potável, além de serviços de comunicação – o que exige um alto grau de autonomia e requer um elevado nível de coordenação (Antoniolli et al., 2015; Freitas et al., 2001; Sevá Filho, 2000). A indústria petrolífera é caracterizada por seus processos contínuos e ininterruptos, que acontecem durante os 365 dias do ano, 24 horas por dia, e exigem a substituição contínua das equipes e dos responsáveis por turnos de trabalho (Barbosa & Alvarez, 2016; Leite, 2009). Os turnos são definidos tanto pela natureza do trabalho e cargo ocupado quanto pela natureza da empresa, pública ou privada. Os trabalhadores concursados da Petrobras costumam embarcar por um período de 14 dias e desembarcar por um período de 21 dias. Já 12 os funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviços ou até mesmo têm concessão para operar em plataformas costumam ter 14 dias de embarque e 14 dias de folga, o que varia conforme o cargo ocupado (Barbosa & Alvarez, 2016). As condições de trabalho a que esses trabalhadores estão submetidos podem ser caracterizadas como desagradáveis e estressantes, já que enfrentam situações não muito comuns ao dia-a-dia da maioria dos trabalhadores no desempenho de suas tarefas, neste sentido, costumam se mostrar mais vulneráveis ao adoecimento psíquico (da Silva Júnior & Ferreira, 2007). Constatou-se que pesquisas sobre o contexto offshore oil identificam alto índice de adoecimento e de registros de quadros de estresse e síndrome de burnout, conforme dados levantados em revisão de literatura realizada no presente estudo. Contudo, poucos estudos indicam como estes quadros poderiam ser prevenidos ou evitados – por meio de estratégias de enfrentamento de situações desgastantes ou utilizando recursos individuais e organizacionais, tais como o suporte social percebido pelos trabalhadores, seu engajamento no trabalho, dentre outros recursos. A condição psicológica de cerca de 40 mil trabalhadores inseridos no ambiente confinado e embarcado (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás [IBP], 2020) apresenta-se como uma lacuna na literatura científica. A natureza específica desse tipo de trabalho explicita a necessidade de identificar os fatores que contribuem para o desgaste psicológico e emocional desses trabalhadores. Assim, o presente estudo tem por objetivo geral investigar as relações entre o burnout, suporte social percebido, engajamento e conflito trabalho-família no contexto de trabalho offshore oil no Brasil. Para tanto, os objetivos específicos foram definidos como: a) caracterizar os estudos sobre a área offshore oil, o trabalho e o perfil dos trabalhadores, por meio de uma análise de produção científica; b) identificar as relações entre o conflito trabalho-família e o burnout, 13 mediados pelo suporte social e pelo engajamento no trabalho presentes no contexto offshore oil no Brasil; c) mapear as competências comportamentais e as contingências ambientais necessárias para estar inserido em um ambiente confinado e embarcado, como o de plataformas petrolíferas no Brasil. Essa dissertação está organizada na forma de três manuscritos elaborados a partir destes objetivos, conforme modelo preconizado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Organizacional, do Trabalho e das Organizações da UnB. O primeiro manuscrito apresenta uma análise teórica que visa caracterizar os estudos sobre a área offshore oil, bem como a natureza do trabalho e o perfil dos trabalhadores dessa área profissional, além de apresentar umestudo bibliométrico da produção nacional sobre a área. O segundo manuscrito apresenta um estudo quantitativo, de alcance nacional da população embarcada, cujo objetivo é analisar as relações entre tais medidas e identificar de que forma o conflito trabalho-família se relaciona com o burnout e é mediado pelo suporte social e pelo engajamento no trabalho presentes no contexto offshore oil no Brasil. Por fim, o terceiro manuscrito tem como objetivo mapear as competências comportamentais e as contingências ambientais necessárias para estar inserido em um ambiente confinado e embarcado. Apesar de cada manuscrito poder ser lido e compreendido de forma independente, quando apresentados em conjunto, com suas conclusões e limitações, se relacionam e colaboram para indicar possíveis caminhos para aprimorar relações de trabalho e elaborar ações preventivas de saúde mental da população embarcada em plataformas petrolíferas. 14 Referências Amorim, G. H., de Souza Guedes, M. A., Guedes, C. C. P., & Aguiar, B. G. C. (2013). Enfermeiro embarcado em plataforma petrolífera: um relato de experiência offshore. Texto & Contexto Enfermagem, 22(1), 257-265. Antoniolli, S. A. C., Emmel, S. V., Ferreira, G. E., de Oliveira Paz, P., & Kaiser, D. E. (2015). Trabalho offshore e a atuação do enfermeiro embarcado: uma revisão integrativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 49(4), 689-698. https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000400021 Barbosa, A. R. D. G., & Alvarez, D. (2016). Trabalho feminino no setor offshore na Bacia de Campos-RJ: percepção das trabalhadoras e estratégias usadas na gestão dos tempos de vida e de trabalho. Gestão & Produção, 23(1), 118-131. https://doi.org/10.1590/0104- 530X1600-14 Carvalho, M. M. D. (2010). Vida e trabalho de marítimos embarcados do setor offshore. [Dissertação de Doutorado. Repositório Institucional da Fiocruz.] https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24229 Freitas, C. M. D., Souza, C. A. V. D., Machado, J. M. H., & Porto, M. F. D. S. (2001). Acidentes de trabalho em plataformas de petróleo da Bacia de Campos, Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 17, 117-130. http://hdl.handle.net/10400.19/4954 Leite, R. M. D. S. C. (2009). Vida e trabalho na indústria de petróleo em alto mar na Bacia de Campos. Ciência & Saúde Coletiva, 14, 2181-2189. Sevá Filho, O. (2000). Seguuura, peão! Alertas sobre o risco técnico coletivo crescente na indústria petrolífera. Acidentes industriais ampliados: desafios e perspectivas para o controle e a prevenção. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ https://doi.org/10.1590/S0080-623420150000400021 https://doi.org/10.1590/0104-530X1600-14 https://doi.org/10.1590/0104-530X1600-14 https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24229 http://hdl.handle.net/10400.19/4954 15 Silva Júnior, D. I., & Ferreira, M. C. (2007). Escala para avaliação de estressores ambientais no contexto off-shore oil (EACOS). Avaliaçao Psicologica: Interamerican Journal of Psychological Assessment, 6(2), 139-146. 16 Manuscrito I O trabalho embarcado em Plataformas Petrolíferas no Brasil e o trabalhador offshore oil, nos últimos 21 anos: uma revisão integrativa. 17 Resumo Trabalhadores inseridos em ambiente embarcado em plataformas petrolíferas, conhecido como offshore oil, estão submetidos a condições e turnos de trabalhos específicos que, além de possuírem estressores ambientais relativos à natureza da atividade, ainda estão expostos a situações que podem envolver e desencadear adoecimentos. O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática do tipo integrativa para identificar estudos sobre trabalho e saúde do trabalhador offshore oil no Brasil publicados nos últimos 21 anos. A análise final indicou 43 artigos publicados em periódicos ou repositórios nacionais, que foram analisados quanto à afiliação, o tipo de estudo, o número de citações, a temática e a classe de palavras. Também foram aplicados os testes não paramétricos de Mann-Kendal, para análise da distribuição temporal da produção e suas tendências de crescimento, e a aplicação da Lei de Lotka. As pesquisas estão, em sua grande maioria, centradas nas áreas de enfermagem e saúde pública. As conclusões apontam para a necessidade de maior investimento em condições de saúde e de qualidade de vida dos trabalhadores embarcados em plataformas petrolíferas. Palavras-chave: Plataformas petrolíferas, indústria petrolífera, trabalhadores, trabalho embarcado, offshore oil. 18 Abstract Workers inserted in an environment on board oil platforms, known as offshore oil, are subjected to specific work shifts and conditions that, in addition to having environmental stressors related to the nature of the activity, are also exposed to situations that can involve and trigger illnesses. This study aimed to carry out a systematic integrative review to identify studies on work and health of offshore oil workers in Brazil published in the last 20 years. The final analysis indicated 43 articles published in national journals or repositories, which were analyzed in terms of affiliation, type of study, number of citations, theme and word class. Mann-Kendal nonparametric tests were also applied to analyze the temporal distribution of production and its growth trends, and the application of Lotka's Law. The researches are, for the most part, centered in the areas of nursing and public health. The conclusions point to the need for greater investment in health conditions and quality of life for workers onboard oil rigs. Keywords: Oil rigs, oil industry, workers, on-board labor, offshore oil. 19 A globalização dos mercados e a reestruturação da cadeia produtiva de trabalho provocam constantes alterações nas relações de trabalho e uma das implicações dessas mudanças é o aumento progressivo de trabalhadores acometidos por estresse e burnout. Esses fenômenos são capazes de ocasionar graves prejuízos ao indivíduo e à organização (Silva Júnior & Ferreira, 2009; Nielsen et al., 2013), quadro que se agrava ao tratar-se de ambientes Isolados, Confinados e Extremos (ICE), como é o caso do ambiente embarcado em plataformas petrolíferas, também conhecido como offshore oil (Chen et al., 2005). Os ambientes com esta característica trazem diferentes riscos ao trabalhador (Barros-Delben et al., 2019) Durante o período de trabalho embarcado, não é possível avistar a costa a partir das plataformas petrolíferas: os trabalhadores permanecem confinados a um espaço, isolados pelo mar por todos os lados (Martins, 2006; Seligmann-Silva, 2016). As atividades são ininterruptas e o foco da atuação neste ambiente e contexto é a indústria petroquímica, cercada por materiais tóxicos, explosivos, ambientes insalubres para os trabalhadores (Amorim et al., 2013; Silva et al., 2016), com constante risco de acidentes que atinjam o meio ambiente e as pessoas (Martins, 2006). As plataformas são associadas a “bombas” ou “barris de pólvora”, que podem explodir a qualquer momento, aludindo ao perigo a que os trabalhadores estão continuamente expostos (Leite, 2009; Pena, 2002; Ramos, 2014). Sevá Filho (2000) propôs que a análise das atividades realizadas nas plataformas petrolíferas pode ser delimitada em quatro aspectos essenciais, sendo tal trabalho simultaneamente complexo, coletivo, contínuo e perigoso. Complexo, pois todas as atividades estão interligadas em um sistema de redes dependentes, o que impede que um único trabalhador tenha controle geral de todas as ocorrências, o que atribui um grau de imprevisibilidade ao trabalho e pode desencadear efeitos dominó em caso de acidentes ou incidentes; coletivo, pois para que a unidade funcione, são necessárias equipes de trabalho 20interdependentes; contínuo,uma vez que a produção flui inimterruptamente durante 24 horas do dia, 365 dias no ano, e exige revezamento de equipes de trabalho; e perigoso porque tem por natureza o processamento de hidrocarbonetos e compostos químicos inflamáveis ou explosivos, tóxicos para os trabalhadores e para o meio ambiente, além de ser uma atividade que exige a operação de máquinas e equipamentos que podem desencadear acidentes e causar múltiplos óbitos e lesões. As condições de trabalho neste ambiente incluem uma ampla diversidade de atividades e estressores ambientais considerados como desagradáveis (da Silva Júnior & Ferreira, 2007). Os trabalhadores são submetidos a climas oceânicos instáveis e ao isolamento familiar e social (Chen et al., 2005). Além disso, fatores como vibrações, ruídos, baixa luminosidade e ventilação não adequada foram apontados como desafiadores para a adaptação física, biológica e psicológica desses trabalhadores e também como geradores de uma condição constantemente estressora, que pode acarretar transtornos psicossociais (Chen et al., 2009). Neste sentido, o ambiente confinado de trabalho alia-se ao ritmo ao qual os trabalhadores estão sujeitos e resulta em diversas consequências negativas também para suas vidas familiares e sociais (Sales, 2009). O confinamento exigido pelo trabalho offshore oil impacta diversas áreas da vida pessoal dos trabalhadores, principalmente aquelas ligadas aos seus relacionamentos sociais, amorosos e familiares. Nesse contexto, homens e mulheres são afetados. No entanto, os efeitos do embarque a longo prazo parecem afetar de maneira mais acentuada as trabalhadoras, uma vez que é frequente que seus parceiros não aceitem a natureza de sua atividade profissional (Santos, 2019). Este ritmo de trabalho também gera outras consequências para a vida familiar e social do trabalhador embarcado, uma vez que o impede de comparecer a aniversários, formaturas, competições esportivas ou intelectuais, casamentos, apresentações dos filhos nos eventos escolares quando as datas coincidem com sua escala de trabalho (Sales, 2009). 21 Ao delinear o perfil do trabalhador offshore, Souza (1996) identificou que sentimentos ligados a pensamentos depressivos, adoecimentos psicológicos, problemas com insônia, afastamento da família e até mesmo afastamento do local de trabalho são tratados em termos de adaptação ou falta de adaptação do trabalhador ao ambiente e não como problemas decorridos do local ou condições de trabalho. Estudo realizado por Pena (2002) aponta que trabalhadores são impedidos implicitamente de demonstrar sinais de emoções como tristeza, saudade e solidão, pois estes são considerados indícios de desadaptação à vida do profissional offshore oil. Por isso, o ambiente é identificado como estressante e hostil e está associado a um maior risco para a saúde mental dos trabalhadores (Bastos et al., 2020; Chen et al., 2005). Contudo transtornos de humor, de origem biológica ou social, podem mudar suas atitudes em relação à operação de máquinas perigosas e ao interesse pela segurança de outras pessoas. Uma das consequências disto é a exaustão ocasionada pelas condições de trabalho, aliadas aos conflitos que se exacerbam em meio à multiplicidade de fatores de risco presentes (Alvarez et al., 2010). Trabalhadores offshore oil costumam demonstrar mais vulnerabilidade ao adoecimento psíquico, em especial ao estresse, que é um fenômeno capaz de provocar graves prejuízos ao indivíduo tanto no campo familiar como profissional e pessoal (Silva Júnior & Ferreira, 2007). Nessa perspectiva, ações que promovam a saúde mental e a qualidade de vida dos trabalhadores são indispensáveis para a prevenção de adoecimentos engatilhados por estresse ou síndrome de burnout, dado que o ambiente se apresenta como propício ao adoecimento psíquico e físico dos indivíduos haja vista a multiplicidade de fatores de risco que lhe é carcterística. Com o objetivo de reduzir danos relacionados à saúde, segurança e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo, foi criada a Norma Regulamentadora n° 37 de 20 de dezembro de 2018, que torna a presença de um profissional de saúde obrigatória nas embarcações – seja ele médico, enfermeiro ou técnico de 22 enfermagem sob a supervisão de enfermeiro. A Norma, no entanto, não estabelece a presença de um psicólogo, profissional capacitado para mediar conflitos e agir em situações extremas provocadas pelo estresse ou burnout. Com vistas a abordar o contexto de trabalho mencionado e as condições nas quais o trabalhador está inserido em um ambiente embarcado de plataformas petrolíferas (offshore oil), o presente estudo visa contribuir para a compreensão de como está estruturada e distribuída temporalmente a pesquisa brasileira sobre o tema nos últimos 21 anos. Método Uma revisão integrativa da literatura (RIL) foi realizada por intermédio da análise de dados de afiliação da autoria, ano, classes de palavras utilizadas, número de citações recebidas, número de autores e evolução temporal de artigos publicados em periódicos brasileiros com estudos acerca da área offshore oil e da caracterização do trabalho realizado neste contexto. Este delineamento qualitativo teve como objetivo responder à seguinte questão: o que existe em termos de produção acadêmica no Brasil sobre o contexto offshore oil? Esta pergunta buscou identificar o que é conhecido na área e quais são as lacunas da literatura acerca desse contexto de trabalho e da atuação do trabalhador embarcado. Procedimentos A pesquisa de artigos foi realizada por meio da utilização do software Publish or Perish 6.4 (Harzing, 2010). Foram utilizadas as bases de dados do Google Acadêmico, do CrossRef, do Scopus, do Scielo (Web of Science), do PubMed e do PsycInfo (APA) – as quais foram escolhidas para alcançar uma maior quantidade de artigos, dissertações e periódicos, visto que se referem às principais fontes de periódicos de alto impacto. As palavras “offshore”, “offshore oil”, “plataformas petrolíferas”, “petróleo” e “trabalho embarcado” foram utilizadas para a realização das buscas. Essas palavras foram adicionadas ao campo “all of the words” para que as bases de dados extraíssem todos os 23 artigos que relacionassem alguma destas palavras, sejam juntas ou separadas, seja no título, no resumo ou nas palavras-chave. Além disto, o período foi delimitado entre o ano 2000 até o ano 2020, contemplando assim os últimos 21 anos de produção nacional sobre o tema. Foram definidos os seguintes critérios para a inclusão de artigos: a) realizado com amostra brasileira; b) estar disponível na íntegra; c) trazer como tema central o trabalho em plataformas petrolíferas (offshore oil) e d) tratar de questões relativas a trabalhadores embarcados em plataformas petrolíferas (tais como saúde, condição de trabalho, ambiente, etc). Foram critérios de exclusão: a) livros, capítulos de livros ou resumos apresentados em eventos; b) tratar de contexto embarcado que não seja o de plataformas petrolíferas (como marinha, cruzeiros, etc); c) estar publicado somente em outro idioma que não o português ou ser sobre amostra de trabalhadores estrangeiros. As teses e dissertações encontradas só foram excluídas quando parte de seus achados já teriam sido publicados como artigo, gerando duplicatas. Resultados Inicialmente a busca registrou 531 artigos, que foram exportados para uma planilha de Excel por meio de ferramenta do próprio software. Todos os resultados foram analisados manualmente, realizando a exclusão de: duplicatas (n = 43); publicações estrangeiras (n = 34); capítulos, livros ou resumos de eventos (n = 33); abordagem de contexto embarcado que não seja o das plataformas petrolíferas (n = 270); não disponíveis na íntegra (n = 15), somando assim 395 exclusões. Após as exclusões iniciais, os artigospassaram por análise temática com o objetivo de satisfazer o critério de inclusão “c”: trazer como tema central o contexto de trabalho em plataformas petrolíferas (offshore oil), ou seja, foram excluídos os artigos que tratavam de plataformas petrolíferas mas traziam em seu conteúdo temas técnicos sobre operação e logística ou aqueles cujo conteúdo não abordava aspectos do trabalho realizado nas plataformas, do ambiente no qual os trabalhadores estão inseridos ou do perfil 24 dos trabalhadores (n = 93), totalizando, por fim, 488 exclusões. Após satisfeitos todos os critérios de inclusão e exclusão, restaram 43 artigos para serem analisados (Figura 1). Figura 1 Fluxograma do processo de seleção de artigos para análise. Análise dos dados Os 43 estudos selecionados passaram por uma nova análise, na qual foram categorizados por parâmetros relacionados a ano de publicação, número e afiliação dos autores, título, tipo de estudo, temática e referencial teórico predominante. Além disto, o número de vezes em que cada artigo foi citado em outros estudos também foi categorizado (Tabela 1). Os estudos em questão não foram categorizados por sua classificação no Qualis/Capes, uma vez que muitos são produções realizadas como conclusão de programas de Mestrado ou Doutorado e estão publicados apenas nos repositórios das Universidades. Optou-se então por não excluir tais publicações, por se tratarem de grandes contribuições à área. 25 Foram realizadas análises estatísticas de caráter descritivo, sendo também efetuada aplicação do teste não-paramétrico de tendência de Mann-Kendall (Mann, 1945), para avaliar tendências de crescimento ou de decrescimento da produção ao longo do tempo. Também foi aplicada a Lei de Lotka (Lotka, 1926) em relação aos autores. Esta lei afirma que o número de autores que fazem n contribuições em um campo científico é aproximadamente 1/n² daqueles que fazem apenas uma contribuição e a proporção dos que fazem apenas uma contribuição é de aproximadamente 60%. Os 43 artigos selecionados foram publicados em 20 áreas diferentes e em 24 periódicos. Além disso, os trabalhos de conclusão de cursos de Mestrado ou Doutorado foram publicados em 11 repositórios distintos. Dessa forma, 37,2% das contribuições para a área em questão são provenientes de publicações realizadas em repositórios, configurando-se como estudos realizados em programas de pós-graduação. Quatro áreas se destacam pela quantidade de publicações dentre as 20 encontradas, sendo elas psicologia (n = 8; 18,6%), saúde coletiva/ pública (n = 7; 16,27%), enfermagem (n = 5; 11,63%) e engenharia de produção (n = 4; 9,30%). Além disso, 29 artigos foram citados em outros estudos; destes, 72,41% (n = 21) foram citados em menos de 10 estudos e 10,34 % (n = 3), foram citados em mais de 35 estudos. A Tabela 1 representa os dados de cada artigo analisado. Tabela 1 Artigos selecionados por autoria, título, ano de publicação, periódico, área e quantidade de citações em outros estudos. Autoria Título Ano Periódico Área Citações Almeida Estresse e Burnout em trabalhadores da indústria petrolífera. 2017 Repositório UFES Enfermagem 0 Almeida e Guimarães Uma Abordagem correlata entre as relações humanas e a segurança operacional das 2020 Revista Boletim do Gerenciamento Gestão de Empreendimentos e Projetos 0 26 Embarcações de Apoio Marítimo–EAM. Alvarez, Figueiredo e Rotenberg Aspectos do regime de embarque, turnos e gestão do trabalho em plataformas offshore da Bacia de Campos (RJ) e sua relação com a saúde e a segurança dos trabalhadores. 2010 Revista Brasileira de Saúde Ocupacional Saúde Coletiva 36 Alvarez, Suarez, Pereira, Figueiredo e Athayde Reestruturação produtiva, terceirização e relações de trabalho na indústria petrolífera offshore da Bacia de Campos (RJ). 2007 Gestão e Produção Engenharia de Produção 58 Amorim, de Souza Guedes, Guedes e Aguiar Enfermeio embarcado em plataforma petrolífera: um relato de experiência offshore. 2013 Texto e Contexto Enfermagem 14 Antoniolli, Emmel, Ferreira, de Oliveira Paz e Kaiser Trabalho offshore e a atuação do enfermeiro embarcado: uma revisão integrativa. 2015 Revista da Escola de Enfermagem da USP Enfermagem 7 Araújo, Siqueira, Vasconcelos, Figueiredo, Máximo e Félix Cooperação, confiabilidade e segurança no trabalho. 2018 Fractal: Revista de Psicologia Psicologia 1 Barbosa Saúde mental em operadores de petróleo do Rio Grande do Norte. 2008 Repositório Institucional UFRN Psicologia 1 Barbosa e Alvarez Women's work in offshore sector at Campos Basin-RJ: Perception of female workers and strategies used in the time management of life and work. 2016 Gestão e Produção Engenharia de Produção 1 Barbosa e Borges Saúde mental e diferentes horários de trabalho para operadores de petróleo. 2011 Estudos de Psicologia Psicologia 11 Bastos, de Araujo Faria, Koopmans, Alves, de Melo e David Riscos, agravos e adoecimentos entre trabalhadores atuantes em plataformas offshore: uma revisão integrativa. 2020 Revista Eletrônica de Enfermagem Enfermagem 0 Bernardes Consultoria de segurança do trabalho em plataforma de petróleo e gás. 2019 Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra Segurança e Saúde do Trabalho 0 Bruni, Siqueira e Lucena A importância da qualidade de vida em ambientes de confinamento. 2020 Gestão Contemporânea Administração 2 Castro Produção offshore na Bacia de Campos (RJ): a perspectiva da Psicologia do Trabalho. 2013 Gestão e Produção Engenharia de Produção 7 Castro Atividades laborais em plataformas marítimas no Brasil: A Gestão do Conhecimento na perspectiva da Psicologia do Trabalho. 2012 Quaderns de Psicologia Psicologia 2 27 Clemente Faces do pré-sal brasileiro: migração, trabalho e sociabilidade. 2014 Ideias Filosofia e Ciências Humanas 7 Coelho Sono e depressão nos trabalhadores de offshore. 2018 Repositório Científico do Instituto Politécnico de Viseu Enfermagem 0 Daniel Recordações ao mar: a memória das embarcadas sobre o trabalho em plataformas de petróleo 2011 Revista Theomai Ciências Sociais 1 da Silva Júnior e Ferreira Escala para avaliação de estressores ambientais no contexto off-shore oil (EACOS). 2007 Avaliaçao Psicologica: Interamerican Journal of Psychological Assessment Psicologia 13 de Farias Análise das condições de trabalho dos tripulantes de convés e de máquinas em navios-tanque. 2020 Repositório da Universidade do Porto Engenharia de Segurança e Higiene Ocupacionais 0 de Jesus, Oliveira, Rocha e Nascimento Atuação do enfermeiro do trabalho na saúde e proteção dos trabalhadores offshore. 2015 Inova Saúde Saúde e Processos Psicossociais 2 dos Santos Coutinho, Menandro e Moreira Representações Sociais de Trabalho Offshore Para Trabalhadores Embarcados e Implicações na Vida Familiar e Social. 2019 Revista do Programa de Mestrado UNISC Psicologia 0 Figueiredo Trabalho, saúde e ação sindical na atividade petrolífera offshore da Bacia de Campos. 2015 Revista Ciências do Trabalho Trabalho e Movimento Sindical 2 Figueiredo, Alvarez e Adams O acidente da plataforma de petróleo P-36 revisitado 15 anos depois: da gestão de situações incidentais e acidentais aos fatores organizacionais 2018 Caderno de Saúde Pública Saúde Pública 8 Freitas, Souza, Machado e Porto Acidentes de trabalho em plataformas de petróleo da Bacia de Campos, Rio de Janeiro, Brasil. 2001 Caderno de Saúde Pública Saúde Pública 71 Guida, Figueiredo e Hennington Perfil dos acidentes de trabalho fatais em empresa de petróleono período de 2001 a 2016. 2020 Revista Brasileira de Saúde Ocupacional Saúde Coletiva 0 Julião Aplicação de instrumentos internacionais normativos em prol da saúde do trabalhador offshore. 2018 Repositório UniSantos Direito 1 Knauth e Leal Riscos em alto mar: concepções e práticas sobre segurança no trabalhado offshore. 2012 Política e trabalho: Revista de Ciências Sociais Ciências Sociais 3 28 Leite Vida e trabalho na indústria de petróleo em alto mar na Bacia de Campos. 2009 Ciência e saúde coletiva Saúde Coletiva 29 Leite O trabalho nas plataformas marítimas de petróleo na Bacia de Campos: a identidade do trabalhador offshore. 2006 Repositório Institucional da UFRJ Serviço Social 6 Leite Ergonomia e design de vestimentas ocupacionais no Brasil: foco em equipamentos de proteção individual no setor de petróleo e gás. 2014 Repositório Institucional UNESP Arquitetura e Urbanismo - Design 0 Maders Trabalho e temporalidades: sentidos produzidos por petroleiros/as offshore. 2014 Repositório UFSC Psicologia 2 Maders e Coutinho Sentidos de tempo livre para trabalhadores offshore. 2017 Estudos de Psicologia Psicologia 1 Medina, Barreto e Maranhão Confinamento em offshore. 2016 Horizonte de la Ciencia Educação 0 Mendes Júnior Trabalho Petrolífero Offshore no Brasil: os direitos do trabalhador embarcado à luz do Princípio da Proteção. 2017 Repositório Institucional UFRN Direito 2 Mendonça, da Hora, Costa e Monteiro Qualidade de vida no trabalho no setor petrolífero: uma comparação entre os colaboradores onshore e offshore. 2014 Revista Brasileira de Qualidade de Vida Qualidade de Vida 3 Mercado Diagnóstico de cultura de segurança: análise de metodologia aplicada em plataformas offshore de produção. 2019 Repositório Institucional da UFRJ Engenharia de Produção 0 Nogueira Ambiência e condições de trabalho na indústria do petróleo em regime de embarque e confinamento: um estudo de caso da Província Petrolífera do Urucu. 2016 Repositório da UFC Administração 0 Oliveira O trabalhador offshore terceirizado e suas condições de trabalho. 2019 Repositório UFRN Saúde Coletiva 2 Piquet, Tavares e Pessôa Emprego no setor petrolífero: dinâmica econômica e trabalho no Norte Fluminense. 2017 Cadernos Metrópole Metrópoles e Transformações 16 Santos Divisão sexual do trabalho no setor offshore: um estudo de caso sobre a percepção feminina. 2019 Repositório Institucional da UFRJ Direito 0 Tonjolo Uma análise das normas brasileiras de habitabilidade e segurança para os alojamentos das embarcações. 2014 Repositório USP Arquitetura e Urbanismo 0 Vidal, Abreu e Portela Estresse psicossocial no trabalho e o padrão de 2017 Caderno de Saúde Pública Saúde Pública 8 29 consumo de álcool em trabalhadores offshore. A distribuição temporal das produções indicou uma maior concentração entre os anos 2012 a 2020, com 86,04% das publicações (n = 37), conforme tendência de crescimento apresentada no teste de tendência de Mann-Kendall (Z = 0,73 p < 0,0001 α = 0,05), indicando que existe crescimento positivo, como demonstrado na figura 2. Figura 2 Distribuição das publicações por ano, 2000 – 2020. Quanto à autoria das publicações: foram identificados 83 autores diferentes, dentre os quais um autor responsável por seis publicações, um autor com quatro publicações, um autor com três publicações, quatro autores com duas publicações e outros 76 autores com apenas uma publicação, satisfazendo assim, como esperado, o princípio da Lei de Lotka. Isto porque a produção analisada indicou menor presença de autores com maior produção, enquanto 91,56 % dos autores foram responsáveis por apenas uma publicação (Figura 3). 30 Figura 3 Produção observada e esperada por autores, a partir da Lei de Lotka. O número de citações apresentou uma grande variação (M = 7,37; DP = 14,88; Mínimo = 0; Máximo = 71). Os artigos mais citados foram publicados na primeira década do período analisado, entre 2001 e 2010, e acumulam 61,19% (n= 194) das citações. São repetidamente encontrados na literatura da área, com 71 citações (Freitas et al., 2001), com 58 citações (Alvarez et al., 2007), com 36 citações (Alvarez et al., 2010) e com 29 citações (Leite, 2009). Ao analisarmos a quantidade de citações dos artigos mais antigos, é possível perceber que, embora acumulem mais da metade das citações de toda a área (194 de 317 citações), eles foram produzidos no período de menor produção e publicação de artigos sobre o tema, de 2000 a 2010. Isso pode explicar a grande frequência com a qual foram utilizados por estudos posteriores e elucidar a quantidade discrepante de citações em relação aos estudos mais recentes, produzidos entre 2010 e 2020. Quando analisamos a autoria e o ano de publicação, podemos perceber que a maior parte de suas publicações dos sete autores que mais publicaram foi realizada no período de maior produção para a área, entre 2010 e 2020. Este resultado corrobora a tendência de -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 1 2 3 4 5 6 7 8 A u to re s Artigos 31 crescimento apresentada no teste de tendência de Mann-Kendall para as produções na última década. As produções mais utilizadas por outros estudos pertencem ao campo de Saúde pública/ coletiva, que responde por 47,89% das citações; Engenharia de produção corresponde a 21,35%, enquanto Enfermagem representa 6,79%. A maioria dos estudos são relatos descritivos sobre o contexto offshore oil e as condições de trabalho nas plataformas petrolíferas, um dado que pode indicar uma maior preocupação com a saúde do trabalhador embarcado. As demais áreas encontradas estão categorizadas na Tabela 2. Tabela 2 Categorização por área e porcentagem de citações. Área Citações % Administração 2 0,64 Ciências Sociais 10 3,23 Direito 3 0,97 Enfermagem 21 6,79 Engenharia de Produção 66 21,35 Filosofia e Ciências Humanas 7 2,26 Saúde Pública/Coletiva 148 47,89 Trabalho e Movimento Sindical 2 0,64 Metrópoles e Transformações 16 5,17 Psicologia e áreas afins 34 11,00 Além disso, os 43 resumos dos artigos selecionados foram compilados e analisados por meio da Análise lexical de texto, operacionalizada por intermédio do software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires – Iramuteq (Marchand & Ratinaud, 2012) na versão 0.7 alpha 2. Para isso, os resumos foram codificados em corpus textuais e submetidos às análises de Classificação Hierárquica Descendente – CHD, e Análise Fatorial de Correspondência – AFC (Reinert, 1990). 32 Como resultado da análise CHD foi gerado um dendrograma de classes de palavras (Figura 4), a partir do qual podemos traçar interpretações acerca das formações de cada classe e compreender suas aproximações e afastamentos. No CHD, quanto mais afastadas no chaveamento, menores as relações entre as classes de palavras; logo, quanto mais próximas as classes, maior a afinidade contextual e a probabilidade de agrupamentos em futuras categorizações (Ramos et al., 2018). Além disso, o dendrograma nos fornece um dado importante a respeito da porcentagem de palavras de cada classe presente nos textos: quanto maior a porcentagem das palavras, mais estas se repetem ao longo dos resumos que foram analisados. Ao analisar a figura 4, podemos concluir que as classes de palavras estão bem distribuídas, uma vez que a frequência de repetição não se mostra discrepante (C1 = 23,5%; C2 = 30,7%; C3 = 29,5%; C4 = 16,3%). Por fim, a partir do dendrograma também se conclui que a classe 4 contém todas as outras classes; assim sendo, todas as palavras relacionadas a esta classe de origem foram dos outros textos e estão presentes e relacionadascom as outras classes. Figura 4 Dendograma de Classificação Hierárquica Descendente das classes acerca dos resumos dos artigos analisados e filograma sobre as representações das palavras. 33 Além do dendrograma, o software identificou os conteúdos lexicais de cada uma das classes, ou seja, é possível visualizar as palavras que formam cada classe e, quanto mais no topo da lista da classe e maior o tamanho da palavra, mais ela exerceu influência na classe à qual pertence (Ramos et al., 2018). Ainda na figura 4, identifica-se que as classes 1 e 2 das palavras se referem ao contexto de trabalho embarcado e aos riscos e condições relacionadas à natureza da atividade, enquanto as classes 3 e 4 fazem referência ao local de trabalho, seja a bacia onde a plataforma está localizada ou o próprio local em que são realizadas as tarefas. A classe 4 dá origem a outras classes, indicando que a maioria dos estudos analisados faz um panorama sobre o local de trabalho. Ela faz referência à Bacia da qual o estado do Rio de Janeiro faz parte – que também é encontrada na literatura como a Bacia mais estudada atualmente no Brasil (Alvarez et al., 2007; Alvarez et al., 2010; Castro 2013; Figueiredo, 2015; Freitas et al., 2001; Ramos, 2014; Sales, 2009; Seligmann-Silva, 2016). O distanciamento observado entre as classes 1 e 4 nesta análise não se traduz na Análise Fatorial de Correspondência - AFC (Figura 5), o que indica que a relação entre os resumos tende a não ser tão baixa quanto o esperado. Porém, cabe destacar que os estudos 34 relacionados à Bacia localizada no Rio de Janeiro abordam superficialmente questões relativas à saúde e condição mental dos trabalhadores. A AFC só é possível após a análise de Classificação Hierárquica Descendente (CHD), uma vez que tem por objetivo uma confirmação da distribuição das classes de palavras. Além disto, quando analisamos a AFC é possível identificar a distribuição de palavras por classes. Dessa forma, observa-se que as palavras centrais de cada classe são as mesmas que aparecem no topo das classes na CHD e estão, de fato, corroborando com o objetivo do estudo, já que os textos analisados estão de acordo com a seleção temática à qual foram submetidos. É possível perceber, ademais, que a classe 4 está mais relacionada com a classe que aparece mais distante na análise CHD e mais afastada da classe 3, a qual aparece mais distante na Figura 4. Por ser uma técnica que permite a visualização das variáveis e suas relações num mesmo espaço gráfico (Nascimento & Menandro, 2006), a AFC é essencial para uma visualização clara dos dados e para que inferências equivocadas não sejam feitas na amostra. Figura 5 Análise Fatorial de Correspondência dos resumos dos artigos sobre o contexto de trabalho offshore oil. 35 Em seguida análises de similitude de palavras presentes nos resumos dos 43 artigos selecionados foram feitas, dando origem a uma nuvem de palavras (Figura 5) que permite observar como os dados se comportam. Esse tipo de análise é utilizado para identificar as ocorrências entre as palavras; os seus resultados indicam a conexão entre as palavras e demonstram a estrutura da representação (Marchand & Ratinaud, 2012). É possível perceber, a partir destas análises, não apenas que os textos selecionados estão dentro da mesma temática, sendo a palavra central “trabalho”, mas também que abordam as condições de trabalho inerentes ao embarque e ao confinamento em plataformas petrolíferas. Figura 6 Nuvem de Palavras para os 43 artigos selecionados. 36 Por fim, conclui-se que os resultados corroboram o objetivo inicial da pesquisa e indicam que a saúde do trabalhador embarcado, embora apareça destacada em uma classe de palavras, ainda precisa ser profundamente investigada. O recorte temporal da presente pesquisa englobou 21 anos de publicações. Foram selecionados 43 artigos que tratam de temáticas relacionadas à saúde do trabalhador e ao contexto de trabalho embarcado. Em meio a tais temáticas, foram identificadas palavras como “estresse”, “burnout”, “depressão” e “ansiedade”, no entanto estes termos foram pouco repetidos nos textos, estando presentes nos níveis mais baixos das classes – o que indica que tiveram pouca influência em suas classes, o que pode ser indicativo de uma lacuna na literatura da área. Considerações Finais O estudo realizado teve como objetivo analisar a produção nacional dos últimos 21 anos acerca do contexto offshore oil e das condições de trabalho às quais os trabalhadores embarcados estão sujeitos. Foi possível identificar algumas características e muitas lacunas na elaboração sobre o assunto. Entre as características, é necessário ressaltar que grande parte da produção acadêmica a respeito da indústria petrolífera não apresenta dados sobre o trabalhador ou as suas condições de trabalho, concentrando-se em assuntos técnicos ou 37 operacionais ou na prevenção a problemas ambientais desencadeados em razão da natureza do trabalho. Os resultados indicaram que pouco se publicou a respeito da saúde do trabalhador por um longo período, e que trabalhos antigos a respeito dessa temática (publicados entre 2000 e 2010) foram largamente referenciados por estudos relativamente atuais (publicados entre 2010 e 2020). Outras características importantes encontradas foram que a grande maioria dos autores satisfazem a Lei de Lotka (Lotka, 1926), no sentido de produzirem apenas uma publicação a respeito da temática, o que pode indicar estudos pontuais e sem continuidade; e também que a grande maioria dos estudos são descritivos e se originam em trabalhos de conclusão de cursos de pós-graduação. As plataformas petrolíferas começaram a operar no Brasil em meados da década de 70. Este é um campo de estudo ainda em construção, que necessita de uma investigação ainda aprofundada a respeito não só de suas características e contexto, mas do perfil de seus trabalhadores e das consequências que a inserção em um ambiente embarcado e confinado pode gerar à vida e à saúde desses indivíduos. As consequências acarretadas por tais condições vão além da saúde física do trabalhador, uma vez que afetam sua vida social e familiar e geram mudanças significativas nesse âmbito. A literatura encontrada permite observar que a maioria das produções são voltadas às condições de trabalho e pouco evidenciam as condições de saúde e, sobretudo, da saúde mental dos trabalhadores. Ademais, fazem-se necessárias investigações sobre estratégias de enfrentamento da distância em relação à família, na visão do trabalhador e na visão da família, além dos conflitos no contexto familiar devidos à natureza do trabalho. Este estudo apresentou limitações relativas à ferramenta utilizada para a pesquisa, uma vez que muitos estudos não estão disponíveis na íntegra ou não estão disponíveis nas bases investigadas, o que limita o acesso a esses periódicos. Além disso, estudos 38 bibliométricos estão em constante evolução (Pimenta et al., 2017) porém são pautados em métodos quantitativos e qualitativos, o que limita uma análise mais qualitativa dos dados, necessária para destrinchar e mapear a temática em questão. Além disso, é urgente e necessário um maior investimento em estudos que investiguem a saúde mental do trabalhador e que evidenciem medidas que já são adotadas pelas empresas da área que atuam no Brasil, uma vez que parece existir certo distanciamento entre tais medidas e a produção acadêmica sobre o tema. 39 Referências Almeida, B. A. (2017) Estresse e Burnout em trabalhadores da indústria petrolífera. [Dissertação de Mestrado. Repositório UFES]. https://repositorio.ufes.br/handle/10/8316 Almeida, J. P., & Guimarães, J. H. D. (2020). Uma Abordagem correlata entre as relações humanas e a segurança operacional das Embarcações de ApoioMarítimo–EAM. Boletim do Gerenciamento, 18(18), 43-52. Amorim, G. H., de Souza Guedes, M. A., Guedes, C. C. P., & Aguiar, B. G. C. (2013). Enfermeiro embarcado em plataforma petrolífera: um relato de experiência offshore. Texto & Contexto Enfermagem, 22(1), 257-265. https://www.redalyc.org/pdf/714/71425827014.pdf Antoniolli, S. A. C., Emmel, S. V., Ferreira, G. E., de Oliveira Paz, P., & Kaiser, D. E. (2015). Trabalho offshore e a atuação do enfermeiro embarcado: uma revisão integrativa. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 49(4), 689-698. https://www.redalyc.org/pdf/3610/361041522020.pdf Alvarez, D., Figueiredo, M., & Rotenberg, L. (2010). Aspectos do regime de embarque, turnos e gestão do trabalho em plataformas offshore da Bacia de Campos (RJ) e sua relação com a saúde e a segurança dos trabalhadores. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 35(122), 201-216. https://doi.org/10.1590/S0303-76572010000200004 Alvarez, D., Suarez, J. D., Pereira, R., Figueiredo, M., & Athayde, M. (2007). Reestruturação produtiva, terceirização e relações de trabalho na indústria petrolífera offshore da Bacia de Campos (RJ). Gestão & Produção, 14(1), 55-68. https://doi.org/10.1590/S0104-530X2007000100006 Barbosa, A. R. D. G., & Alvarez, D. (2016). Trabalho feminino no setor offshore na Bacia de https://repositorio.ufes.br/handle/10/8316 https://www.redalyc.org/pdf/714/71425827014.pdf https://www.redalyc.org/pdf/3610/361041522020.pdf https://doi.org/10.1590/S0303-76572010000200004 https://doi.org/10.1590/S0104-530X2007000100006 40 Campos-RJ: percepção das trabalhadoras e estratégias usadas na gestão dos tempos de vida e de trabalho. Gestão & Produção, 23(1), 118-131. https://doi.org/10.1590/0104- 530X1600-14 Barbosa, S. D. C. (2008). Saúde mental em operadores de petróleo do Rio Grande do Norte. [Dissertação de Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte]. https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/17578 Barros-Delben, P., Cruz, R. M., de Melo, H. M., Teixeira, M. L., de Mendonça, S. A., Pereira, G. K., & Thieme, A. L. (2019). Coping e padrões biológicos de sono em expedicionários antárticos. Revista Psicologia em Pesquisa, 13(2), 145-166. https://doi.org/10.34019/1982-1247.2019.v13.26780 Bastos, I. L. M, Faria, M. G. A., Koopmans, F. F., Alves, L.V.V., Mello, A. S., David, H. M. S. L. (2020). Riscos, agravos e adoecimentos entre trabalhadores atuantes em plataformas offshore: uma revisão integrativa. Rev. Eletr. Enferm, 22. https://doi.org/10.5216/ree.v22.64766 Bernardes, F. J. B. (2019). Consultoria de segurança do trabalho em plataforma de petróleo e gás. [Dissertação de Doutorado. Escola Superior De Tecnologia da Saúde de Coimbra]. http://hdl.handle.net/10400.26/30522 Bruni, M. R. C., Siqueira, S. Z., & Lucena, W. (2020). A importância da qualidade de vida em ambientes de confinamento. Gestão contemporânea. Carvalho, M. M. D. (2010). Vida e trabalho de marítimos embarcados do setor offshore. [Dissertação de Doutorado. Fundação Oswaldo Cruz]. https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24229 Carvalho Castro, A. de (2012). Atividades laborais em plataformas marítimas no Brasil: A Gestão do Conhecimento na perspectiva da Psicologia do Trabalho. Quaderns de https://doi.org/10.1590/0104-530X1600-14 https://doi.org/10.1590/0104-530X1600-14 https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/17578 https://doi.org/10.34019/1982-1247.2019.v13.26780 https://doi.org/10.5216/ree.v22.64766 http://hdl.handle.net/10400.26/30522 https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24229 41 psicologia. International journal of psychology, 14(2), 55-65. https://raco.cat/index.php/QuadernsPsicologia/article/view/292537 Castro, A. D. C. (2013). Produção offshore na Bacia de Campos (RJ): a perspectiva da Psicologia do Trabalho. Gestão & Produção, 20(4), 833-846. https://doi.org/10.1590/S0104-530X2013005000012 Cavassani, A. P., Cavassani, E. B., & Biazin, C. C. (2006). Qualidade de vida no trabalho: fatores que influenciam as organizações. [Apresentação de Trabalho]. XIII SIMPEP, 41-47. https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/784.pdf Chen, W. Q., Yu, I. T., & Wong, T. W. (2005). Impact of occupational stress and other psychosocial factors on musculoskeletal pain among Chinese offshore oil installation workers. Occupational and environmental medicine, 62(4), 251-256. https://oem.bmj.com/content/62/4/251 Chen, W. Q., Wong, T. W., & Yu, T. S. (2009). Mental health issues in Chinese offshore oil workers. Occupational Medicine, 59(8), 545-549. https://doi.org/10.1080/02678370310001647302 Clemente, C. C. (2014). Faces do pré-sal brasileiro: migração, trabalho e sociabilidade. Ideias, 5(2), 40-64. https://doi.org/10.20396/ideias.v5i2.8649429 Coelho, E. M. X. G. P. (2018). Sono e depressão nos trabalhadores de offshore. [Dissertação de Doutorado. Escola Superior de Saúde de Viseu]. http://repositorio.ipv.pt/handle/10400.19/4954 Daniel, C. (2009). Mulheres embarcadas: gênero, família e trabalho na percepção de mulheres em espaços masculinos. [Dissertação de Mestrado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro]. https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/8486 Daniel, C. (2011). Recordações ao mar: a memória das embarcadas sobre o trabalho em https://raco.cat/index.php/QuadernsPsicologia/article/view/292537 https://doi.org/10.1590/S0104-530X2013005000012 https://simpep.feb.unesp.br/anais/anais_13/artigos/784.pdf https://oem.bmj.com/content/62/4/251 https://doi.org/10.1080/02678370310001647302 https://doi.org/10.20396/ideias.v5i2.8649429 http://repositorio.ipv.pt/handle/10400.19/4954 https://www.bdtd.uerj.br:8443/handle/1/8486 42 plataformas de petróleo. Theomai, (24), 11-28. https://www.redalyc.org/pdf/124/12423156002.pdf Dias, F. M., Santos, J. F. D. C., Abelha, L., & Lovisi, G. M. (2016). O estresse ocupacional e a síndrome do esgotamento profissional (burnout) em trabalhadores da indústria do petróleo: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 41. https://doi.org/10.1590/2317-6369000106715 Farias, S. D. P. A. de (2020). Análise das condições de trabalho dos tripulantes de convés e de máquinas em navios-tanque. [Dissertação de Mestrado. Repositório da Universidade do Porto] https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/127914/2/409651.pdf Figueiredo, M. G., Alvarez, D., & Adams, R. N. (2018). O acidente da plataforma de petróleo P-36 revisitado 15 anos depois: da gestão de situações incidentais e acidentais aos fatores organizacionais. Cadernos de Saúde Pública, 34. https://doi.org/10.1590/0102-311X00034617 Figueiredo, M. G. (2015). Trabalho, saúde e ação sindical na atividade petrolífera offshore da Bacia de Campos. Revista Ciências do Trabalho, (4), 67-87. https://web.archive.org/web/20180410152707id_/https://rct.dieese.org.br/index.php/rc t/article/viewFile/88/pdf Freitas, C. M. D., Souza, C. A. V. D., Machado, J. M. H., & Porto, M. F. D. S. (2001). Acidentes de trabalho em plataformas de petróleo da Bacia de Campos, Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 17(1), 117-130. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000100012 Guida, H. F. S., Figueiredo, M. G., & Hennington, É. A. (2020). Perfil dos acidentes de trabalho fatais em empresa de petróleo no período de 2001 a 2016. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 45. https://doi.org/10.1590/2317-6369000044718 Harzing, A.W. (2007) Publish or Perish. http://www.harzing.com/pop.htm https://www.redalyc.org/pdf/124/12423156002.pdf https://doi.org/10.1590/2317-6369000106715 https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/127914/2/409651.pdf https://doi.org/10.1590/0102-311X00034617 https://web.archive.org/web/20180410152707id_/https:/rct.dieese.org.br/index.php/rct/article/viewFile/88/pdf https://web.archive.org/web/20180410152707id_/https:/rct.dieese.org.br/index.php/rct/article/viewFile/88/pdfhttps://doi.org/10.1590/S0102-311X2001000100012 https://doi.org/10.1590/2317-6369000044718 http://www.harzing.com/pop.htm 43 Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis. (2019). Plataformas de Petróleo no Brasil. https://cbie.com.br/artigos/quantas-plataformas-de-petroleo-temos-no-brasil/ Jesus, C. S. de, Oliveira, F., da Rocha, M. C., & do Nascimento, R. M. S. (2015). Atuação do enfermeiro do trabalho na saúde e proteção dos trabalhadores offshore. Inova Saúde, 4(2), 100-114. : http://dx.doi.org/10.18616/is.v4i2.2221 Julião, R. D. F. (2018). Aplicação de instrumentos internacionais normativos em prol da saúde do trabalhador offshore. [Dissertação de Doutorado. Universidade Católica de Santos]. http://biblioteca.unisantos.br:8080/pergamumweb/vinculos/000048/000048e7.pdf Knauth, D. R., & Leal, O. M. F. (2012). Riscos em alto mar: concepções e práticas sobre segurança no trabalhado offshore. Política e trabalho: revista de ciências sociais. João Pessoa, PB. Vol. 37 (out. 2012), p. 115-127. http://hdl.handle.net/10183/144067 Lei n. 8.511/72, de 11 de outubro de 1972 (1972). Dispõe sobre o regime de trabalho dos empregados nas atividades de exploração, perfuração, produção e refinação de petróleo, industrialização do xisto, indústria petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados por meio de dutos. Diário Oficial da União. Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/l5811.htm Leite, C. (2014). Ergonomia e design de vestimentas ocupacionais no Brasil: foco em equipamentos de proteção individual no setor de petróleo e gás. [Dissertação de Doutorado. Repositório Institucional da Universidade de São Paulo]. https://repositorio.unesp.br/handle/11449/126326 Leite, R. M. S. C. (2006). O Trabalho nas plataformas marítimas de petróleo na bacia de Campos: a identidade do trabalhador offshore. [Dissertação de Mestrado. https://cbie.com.br/artigos/quantas-plataformas-de-petroleo-temos-no-brasil/ http://dx.doi.org/10.18616/is.v4i2.2221 http://biblioteca.unisantos.br:8080/pergamumweb/vinculos/000048/000048e7.pdf http://hdl.handle.net/10183/144067 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/l5811.htm https://repositorio.unesp.br/handle/11449/126326 44 Universidade Federal do Rio de Janeiro]. http://caferhuffmacae.com.br/downloads/artigo_trabalho_nas_plataformas_maritimas _de_petroleo.pdf Leite, R. M. D. S. C. (2009). Vida e trabalho na indústria de petróleo em alto mar na Bacia de Campos. Ciência & saúde coletiva, 14, 2181-2189. https://doi.org/10.1590/S1413- 81232009000600025 Lotka, A. J. (1926). The frequency distribution of scientific productivity. Journal of the Washington academy of sciences, 16(12), 317-323. https://www.jstor.org/stable/24529203 Maders, T.R. (2014). Trabalho e temporalidades: sentidos produzidos por petroleiros/as offshore. [Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina]. https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/129606 Maders, T. R., & Coutinho, M. C. (2017). Meanings of free time for offshore workers/Sentidos de tempo livre para trabalhadores offshore. Estudos de Psicologia, 34(1), 53-63. https://doi.org/10.1590/1982-02752017000100006 Mann, H.B. (1945), Nonparametric tests against trend, Econometrica, 13(3), 245-259. https://doi.org/10.2307/1907187 Marchand, P., & Ratinaud, P. (2012). L’analyse de similitude appliquée aux corpus textuels: les primaires socialistes pour l’élection présidentielle française (septembre-octobre ]2011). Actes des 11eme Journées internationales d’Analyse statistique des Données Textuelles. JADT, 2012, 687-699. Martins, S. M. R. (2006). O trabalho offshore: um estudo sobre as repercussões do confinamento nos trabalhadores das plataformas de petróleo da Bacia de Campos. [Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual do Norte Fluminense.] Medina, S. G. P., Barreto, R. A., & Maranhão, I. (2016). Confinamento em offshore. http://caferhuffmacae.com.br/downloads/artigo_trabalho_nas_plataformas_maritimas_de_petroleo.pdf http://caferhuffmacae.com.br/downloads/artigo_trabalho_nas_plataformas_maritimas_de_petroleo.pdf https://doi.org/10.1590/S1413-81232009000600025 https://doi.org/10.1590/S1413-81232009000600025 https://www.jstor.org/stable/24529203 https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/129606 https://doi.org/10.1590/1982-02752017000100006 https://doi.org/10.2307/1907187 45 Horizonte de la Ciencia, 6(11), 113-121. Recuperado a partir de https://167.114.2.69/index.php/horizontedelaciencia/article/view/323 Mendes Júnior, C. H. R. (2017). Trabalho Petrolífero Offshore no Brasil: os direitos do trabalhador embarcado à luz do Princípio da Proteção. [Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte]. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/24272 Mendonça, M. A., da Hora, H. R. M., Costa, H. G., & Monteiro, G. T. R. (2014). Qualidade de vida no trabalho no setor petrolífero: uma comparação entre os colaboradores onshore e offshore. Revista Brasileira de Qualidade de Vida, 6(2), 115-129. DOI: 10.3895/S2175-08582014000200006 Mercado, M. P. (2019). Diagnóstico de cultura de segurança: análise de metodologia aplicada em plataformas offshore de produção. [Dissertação de Mestrado. Repositório Institucional da Universidade Federal do Rio de Janeiro]. http://hdl.handle.net/11422/13266 Nascimento, A. R. A. do, & Menandro, P. R. M. (2006). Análise lexical e análise de conteúdo: uma proposta de utilização conjugada. Estudos e pesquisas em psicologia, 6(2), 72-88. https://www.redalyc.org/pdf/4518/451844612009.pdf Nielsen, M. B., Tvedt, S. D., & Matthiesen, S. B. (2013). Prevalence and occupational predictors of psychological distress in the offshore petroleum industry: a prospective study. International archives of occupational and environmental health, 86(8), 875- 885. Nogueira, J. V. S. (2016). Ambiência e condições de trabalho na indústria do petróleo em regime de embarque e confinamento: um estudo de caso da Província Petrolífera do https://167.114.2.69/index.php/horizontedelaciencia/article/view/323 https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/24272 http://hdl.handle.net/11422/13266 46 Urucu. [Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Ceará]. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/25928 Norma Regulamentadora n. 30, de 04 de dezembro de 2002 (2002). Dispõe sobre a proteção e a regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários. Diário Oficial da União. Portaria SIT n. 34. https://www.gov.br/trabalho-e- previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de- trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora- no-30-nr-30 Norma Regulamentadora n. 37, de 20 de dezembro de 2018 (2018). Dispõe sobre os requisitos mínimos de segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB. Diário Oficial da União. Portaria MTb n.1.186. https://www.gov.br/trabalho-e- previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de- trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora- no-37-nr-37 Oliveira, N. H. S. D. (2019). O trabalhador offshore terceirizado e suas condições de trabalho. [Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte]. https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/27053 Pena, A. C. (2002). Relato de pesquisa: a influência do contexto ambiental nos trabalhadores off-shore de uma plataforma petrolífera. Psicologia: ciência e profissão, 22, 112-119. https://doi.org/10.1590/S1414-98932002000100012 Piquet, R., Tavares, É., & Pessôa, J. M. (2017). Emprego no setor petrolífero: dinâmica econômica e trabalho no Norte Fluminense. Cadernos Metrópole, 19, 201-224. https://doi.org/10.1590/2236-9996.2017-3808 Pimenta,A. A., Portela, A. R. M. R., Oliveira, C. D., & Ribeiro, R. M. (2017). A bibliometria http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/25928 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-30-nr-30 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-30-nr-30 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-30-nr-30 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-30-nr-30 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-37-nr-37 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-37-nr-37 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-37-nr-37 https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-37-nr-37 https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/27053 https://doi.org/10.1590/S1414-98932002000100012 https://doi.org/10.1590/2236-9996.2017-3808 47 nas pesquisas acadêmicas. Scientia [Internet], 4(7), 1. Ramos, H. P. (2014). Trabalho Offshore, Saúde e Ruptura de Laço Social: Uma análise sobre a situação dos empregados Offshore da Petrobras na Bacia de Campos. [Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal Fluminense]. https://app.uff.br/riuff/handle/1/5216 Ramos, M. G., Lima, V. M. R., & Rosa, M. P. A. (2018). Contribuições do software IRAMUTEQ para a Análise Textual Discursiva. CIAIQ2018, 1. https://www.proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2018/article/view/1676 Reinert, M. (1990). Alceste une méthodologie d'analyse des données textuelles et une application: Aurelia De Gerard De Nerval. Bulletin of Sociological Methodology/Bulletin de méthodologie sociologique, 26(1), 24-54. https://doi.org/10.1177/075910639002600103 Santos, I. D. C. (2019). Divisão sexual do trabalho no setor offshore: um estudo de caso sobre a percepção feminina. [Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Federal do Rio de Janeiro]. http://pantheon.ufrj.br/handle/11422/12378 Santos Coutinho, S. M. dos, Menandro, P. R. M., & Moreira, A. C. C. T. (2019). Representações Sociais De Trabalho Offshore Para Trabalhadores Embarcados E Implicações Na Vida Familiar E Social. PSI UNISC, 3(1), 33-55. http://dx.doi.org/10.17058/psiunisc.v3i1.12471 Sales, V. L. F. (2009). Trabalho e reconhecimento: o caso dos profissionais offshore da indústria do petróleo na bacia de campos. [Dissertação de Mestrado não publicada. Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro]. Seligmann-Silva, E. (2016). A face oculta do ouro negro: trabalho, saúde e segurança na indústria petrolífera da Bacia de Campos. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 19(1), 143-145. https://app.uff.br/riuff/handle/1/5216 https://www.proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2018/article/view/1676 https://doi.org/10.1177/075910639002600103 http://pantheon.ufrj.br/handle/11422/12378 http://dx.doi.org/10.17058/psiunisc.v3i1.12471 48 Sevá Filho, O. (2000). Seguuura, peão! Alertas sobre o risco técnico coletivo crescente na indústria petrolífera. Acidentes industriais ampliados: desafios e perspectivas para o controle e a prevenção. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ Silva, R. P., Valente, G. S. C., Barreto, B. M. F., & Camacho, A. C. L. F. (2016). O gerenciamento de riscos ocupacionais e as interferências na saúde do trabalhador: revisão integrativa The risk management and interference in occupational health worker: integrative review. Revista de Pesquisa Cuidado é Fundamental Online, 8(2), 4168-4185. https://doi.org/10.9789/2175-5361.2016.v8i2.4168-4185 Silva Júnior, D. I. da, & Ferreira, M. C. (2007). Escala para avaliação de estressores ambientais no contexto off-shore oil (EACOS). Avaliaçao Psicologica: Interamerican Journal of Psychological Assessment, 6(2), 139-146. Soares, P. M., Berni, M. D., & Manduca, P. C. (2012). A indústria de petróleo no Brasil: avaliação histórica da concepção da empresa Petrobrás. Revista Eniac Pesquisa, 1, 124-143. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5261089 Souza, A. de (1996). Perfil do homem off-shore: Aspectos relevantes nas relações no trabalho e familiares. Caderno de Pesquisas em Administração, 3, 1-8. Souza Guedes, M. A. de, Guedes, C. C. P., & Pittioni, R. B. (2012). Trabalho do enfermeiro offshore e a interface da cultura de segurança. Revista Acreditação: ACRED, 2(4), 60-76. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5626558 Toniolo, J. F. M. (2014) Uma análise das normas brasileiras de habitabilidade e segurança para os alojamentos das embarcações. [Dissertação de Doutorado. Universidade de São Paulo]. DOI: 10.11606/D.16.2014.tde-02072014-153029 Vidal, J. M., Abreu, A. M., & Portela, L. F. (2017). Estresse psicossocial no trabalho e o padrão de consumo de álcool em trabalhadores offshore. Cadernos de Saúde Pública, 33. https://doi.org/10.1590/0102-311Xe00116616 https://doi.org/10.9789/2175-5361.2016.v8i2.4168-4185 https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5261089 https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5626558 https://doi.org/10.1590/0102-311Xe00116616 49 Manuscrito II Plataformas Petrolíferas no Brasil: um estudo sobre as relações entre o conflito trabalho-família, o burnout, o suporte social e o engajamento no trabalho offshore oil. 50 Resumo O trabalho nas plataformas de petróleo apresenta características próprias, como o isolamento dos trabalhadores em alto mar por períodos consideráveis, o ambiente confinado desses locais de trabalho e o ritmo ao qual os trabalhadores estão sujeitos, resultando em diversas consequências negativas para as vidas familiares e sociais desses indivíduos. As condições de trabalho neste ambiente são de ampla diversidade, tanto de atividades e tarefas quanto de estressores ambientais e organizacionais. Sentimentos ligados a pensamentos depressivos, adoecimentos psicológicos, problemas com insônia e conflitos entre o trabalho e a família, são percebidos em termos de adaptação ou falta de adaptação do trabalhador ao ambiente de trabalho, não como problemas decorrentes do local ou condições de trabalho. Além disso, o suporte social revela-se na literatura como um dos principais mediadores entre o estresse, a síndrome de burnout e o engajamento desses trabalhadores. O presente estudo teve como objetivo identificar de que forma o conflito trabalho-família se relaciona ao burnout, e é mediado pelo suporte social e pelo engajamento no trabalho presentes no contexto offshore oil no Brasil. O estudo foi realizado com uma amostra de 441 trabalhadores embarcados em plataformas petrolíferas nas principais bacias do Brasil. As análises de Kruskal-Wallis apresentaram diferenças médias significativas entre o suporte social, engajamento e conflito trabalho-família quando a categoria de trabalho foi definida como variável de agrupamento. Além disso, as análises de correlações demonstraram uma relação positivamente significativas entre suporte social e engajamento e negativamente significativas entre o engajamento e o burnout.