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P á g i n a | 1 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 2 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 3 Sumário 1. Sistema Financeiro Nacional ................................................................................... 10 1.1 Atribuições dos órgãos e agentes reguladores: Conselho Monetário Nacional (CMN), Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários (CVM). ........... 11 1.1.2 Autonomia do Banco Central (Lei complementar n° 179) ................................ 13 1.2 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ............................................................ 15 1.3 Superintendência Nacional de Seguros Privados (SUSEP) .................................. 16 1.4 Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) ................ 16 1.5 Instituições financeiras: Bancos Múltiplos, Bancos de Investimento, Distribuidoras e Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários, de Câmbio e de Futuros .................................................................................................................................... 17 1.6 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) ............................................................. 21 1.7 Câmaras de Compensação/Liquidação: B3 e SELIC............................................ 22 1.8 Comitê de Política Monetária (COPOM) ............................................................. 24 1.9 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) ...................... 25 2. Mercado Financeiro e seus desdobramentos.......................................................... 30 2.1 Mercado de Capitais ............................................................................................. 32 2.2 Mercado Monetário ............................................................................................... 34 2.3 Mercado de Crédito .............................................................................................. 35 2.4 Mercado Cambial .................................................................................................. 35 3. Moeda e Política Monetária: políticas monetárias convencionais e não- convencionais (quantitative easing) ............................................................................ 39 3.1 Políticas Monetárias Convencionais ..................................................................... 42 3.2 Política monetária não-convencional (Quantitative easing) ................................. 45 3.3 Taxa Selic e Operações Compromissadas ............................................................ 46 3.4 Debate sobre depósitos remunerados dos Bancos Comerciais no Banco Central do Brasil ........................................................................................................................... 49 4. Orçamento Público ................................................................................................... 52 4.1 Títulos do Tesouro Nacional ................................................................................. 53 4.1.1 Títulos Públicos Federais: Letras do Tesouro Nacional (LTN), Letras Financeiras do Tesouro (LFT) e Notas do Tesouro Nacional (NTN) ......................... 54 4.2 Dívida Pública ....................................................................................................... 57 5. Produtos bancários: noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, poupança, capitalização, previdência, consórcio, investimentos e seguros. ............................................................................................... 63 5.1 Cartões de crédito e débito .................................................................................... 63 5.2 Crédito direto ao consumidor ............................................................................... 65 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 4 5.3 Crédito rural .......................................................................................................... 66 5.4 Poupança ............................................................................................................... 67 5.5 Capitalização ......................................................................................................... 68 5.6 Previdência ............................................................................................................ 70 5.7 Consórcio .............................................................................................................. 71 5.8 Investimentos e seguros ........................................................................................ 73 6. Noções de Mercado de Capitais ............................................................................... 78 6.1 UNITS – Certificado de Depósito de Ações ......................................................... 79 6.2 ADRs – American Depositary Receipts: conceituação, operacionalização, vantagens e tipos ......................................................................................................... 80 6.3 BDRs – Brazilian Depositary Receipts: conceituação, operacionalização, vantagens e tipos ......................................................................................................... 80 6.4 Rendimentos de Ações .......................................................................................... 81 6.4.1 Dividendos ......................................................................................................... 81 6.4.2 Juros Sobre o Capital Próprio (JSCP) ................................................................ 83 6.4.3 Direito de Subscrição ......................................................................................... 84 6.4.4 Bonificação ........................................................................................................ 85 6.4.5 Desdobramento e Grupamento .......................................................................... 85 6.4.6 Ganho de capital ................................................................................................ 86 6.5 Formador de mercado ........................................................................................... 86 6.6 Tipos de ordens ..................................................................................................... 87 6.7 Registro e Liquidação (SELIC e B3) .................................................................... 88 6.8 Mecanismos de ofertas públicas ........................................................................... 89 6.8.1 Garantia residual ou com garantias de sobras (stand-by) .................................. 90 6.8.2 Garantia de melhores esforços (best-efforts) ..................................................... 91 6.8.3 Underwriting ...................................................................................................... 91 6.8.4 Bookbuilding ..................................................................................................... 94 6.8.5 Oferta pública de aquisição (OPA) .................................................................... 95 6.9 Funcionamento da B3 ........................................................................................... 96 6.10 Venda a descoberto ............................................................................................. 97 6.11 Aluguel de ações ................................................................................................. 97 6.12 Compra de ações com uso de margem................................................................ 98 6.13 Garantias ............................................................................................................. 98 6.14 Custos de execução ............................................................................................. 99 6.15 Negociações à vista e a termo com ações ........................................................... 99 6.16 Operações com ouro ........................................................................................... 99 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 5 7 Noções de Mercado de Câmbio: instituições autorizadas a operar e operações básicas. ......................................................................................................................... 105 8 Regimes de taxas de câmbio fixas, flutuantes e regimes intermediários ............ 105 9 Taxas de câmbio nominais e reais .......................................................................... 105 10 Impactos das taxas de câmbio sobre as exportações e importações ................. 105 11 Diferencial de juros interno e externo, prêmios de risco, fluxos de capitais e seus impactos sobre as taxas de câmbio. ........................................................................... 105 7.1 Regimes cambiais ............................................................................................... 110 7.2 Política cambial ................................................................................................... 110 7.3 Swap cambial ...................................................................................................... 112 7.4 Balanço de pagamentos e a balança comercial ................................................... 113 12 Operações Compromissadas ................................................................................. 118 12.1 A taxa DI Over e o mercado interfinanceiro ..................................................... 118 13 Mercado bancário .................................................................................................. 122 13.1 operações de tesouraria ..................................................................................... 122 13.2 Varejo bancário ................................................................................................. 122 13.3 Recuperação de crédito ..................................................................................... 123 13.3.1 Cobrança de crédito ....................................................................................... 123 14 taxas de juros de curto prazo e a curva de juros; taxas de juros nominais e reais ...................................................................................................................................... 127 15 Garantias do sistema financeiro nacional ........................................................... 132 16. Dos Crimes de "Lavagem" ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores ............ 137 16.1 Das pessoas sujeitas ao mecanismo de controle (Capítulo V) .......................... 138 16.2 Da identificação de clientes e manutenção de registros (Capítulo VI) ............. 139 16.3 Da Comunicação de Operações Financeiras (Capítulo VII) ............................. 141 16.4 Da responsabilidade administrativa (Capítulo VIII) ......................................... 142 16.5. Resolução CVM nº 50 ..................................................................................... 143 16.5.1. Do âmbito, definições e finalidade ............................................................... 143 16.5.2 Da avaliação interna de risco ......................................................................... 145 16.5.3 Da identificação e monitoramento de funcionários e prestadores de serviços relevantes .................................................................................................................. 150 16.5.4 Da identificação e cadastro de clientes .......................................................... 150 16.5.5 Do registro de transações ............................................................................... 153 16.5.6 Do período de conservação dos cadastros e registros .................................... 154 16.5.7 Do monitoramento e da comunicação das operações .................................... 154 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 6 16.5.8 Do cumprimento de sanções de indisponibilidade de ativos impostas por resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas – CSNU ........................ 158 17 Autorregulação bancária ...................................................................................... 163 17.1 Conselho de autorregulação FEBRABAN........................................................ 163 17.2 Comissão executiva de autorregulação FEBRABAN ...................................... 163 17.3 Diretoria de autorregulação FEBRABAN ........................................................ 163 17.4 Autorregulação Bancária ANBIMA ................................................................. 166 17.4.1 Compromisso de autorregular ANBIMA ...................................................... 167 18 Sigilo bancário ....................................................................................................... 171 19 Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ............................................................ 179 19.1 CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES .......................................... 179 19.2 CAPÍTULO II DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS ....................... 182 19.2.1 Seção I - Dos Requisitos para o Tratamento de Dados Pessoais ................... 182 19.2.2 Seção II - Do Tratamento de Dados Pessoais Sensíveis ................................ 185 19.2.3 Seção III - Do Tratamento de Dados Pessoais de Crianças e de Adolescentes .................................................................................................................................. 187 19.2.4 Seção IV - Do Término do Tratamento de Dados ......................................... 187 19.3 CAPÍTULO III - DOS DIREITOS DO TITULAR .......................................... 188 19.4 CAPÍTULO V - DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS . 190 19.5 CAPÍTULO VI - DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS ................................................................................................................ 191 19.5.1 Seção I - Do Controlador e do Operador ....................................................... 191 19.5.2 Seção II - Do Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais ................... 191 19.5.3 Seção III - Da Responsabilidade e do Ressarcimento de Danos ................... 192 19.6 CAPÍTULO VII - DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS ................. 193 19.6.1 Seção I - Da Segurança e do Sigilo de Dados ................................................ 193 19.6.2 Seção II - Das Boas Práticas e da Governança .............................................. 194 19.7 CAPÍTULO VIII - DA FISCALIZAÇÃO ........................................................ 195 19.7.1 Seção I - Das Sanções Administrativas ......................................................... 195 19.8 CAPÍTULO IX - DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS E DA PRIVACIDADE .......................................................................... 196 19.8.1 Seção I - Da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ............... 196 19.8.2 Seção II - Do Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privacidade ................................................................................................................200 20 CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS ........................................................... 204 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 7 20.1 CAPÍTULO II - DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA .......................................................................... 204 20.1.1 CAPÍTULO III - DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ....... 205 20.1.2 CAPÍTULO IV - DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RESPONSABILIZAÇÃO ........................................................................................ 207 20.1.3 CAPÍTULO V - DO ACORDO DE LENIÊNCIA ........................................ 208 20.1.4 CAPÍTULO VI - DA RESPONSABILIZAÇÃO JUDICIAL ....................... 209 20.1.5 CAPÍTULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS ................................................... 210 20.2 CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES PRELIMINARES .......................................... 212 20.2.1 - CAPÍTULO II - DA RESPONSABILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ...... 212 20.2.1.1 - Seção I - Da investigação preliminar ........................................................ 212 20.2.1.2 Seção II - Do Processo Administrativo de Responsabilização ................... 213 20.2.2 CAPÍTULO III - DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS ..................................................................... 217 20.2.2.1 Seção I - Disposições gerais ....................................................................... 217 20.2.2.2 Seção II - Da multa ..................................................................................... 218 20.2.2.3 Seção IV - Da cobrança da multa aplicada ................................................. 221 20.3 CAPÍTULO IV - DO ACORDO DE LENIÊNCIA .......................................... 222 20.4 CAPÍTULO V - DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE ................................ 228 20.5 CAPÍTULO VI - DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS INIDÔNEAS E SUSPENSAS E DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS .... 230 20.6 CAPÍTULO VII - DISPOSIÇÕES FINAIS ...................................................... 232 21 CAPÍTULO I - DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO ................... 236 21.1 CAPÍTULO II - DA POLÍTICA DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA ........... 236 21.1.1 Seção I - Da Implementação da Política de Segurança Cibernética .............. 236 21.1.2 Seção II - Da Divulgação da Política de Segurança Cibernética ................... 237 21.1.3 Seção III - Do Plano de Ação e de Resposta a Incidentes ............................. 238 21.2 CAPÍTULO III - DA CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO E ARMAZENAMENTO DE DADOS E DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM ............................................................................................................. 239 21.3 CAPÍTULO IV - DISPOSIÇÕES GERAIS ..................................................... 242 21.4 CAPÍTULO V - DISPOSIÇÕES FINAIS ........................................................ 244 22 Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes .................................................. 248 22.1 Ética empresarial e profissional ........................................................................ 248 22.2 A gestão da ética nas empresas públicas e privadas ......................................... 248 22.3 Código de Ética do Banco do Brasil ................................................................. 250 23 Política de Responsabilidade Socioambiental do Banco do Brasil .................... 264 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 8 Atualidades do Mercado Financeiro ......................................................................... 271 1 Os bancos na era digital: atualidade, tendências e desafios ................................ 271 2 e 3 Internet e mobile banking ................................................................................. 273 2.1 Real digital .......................................................................................................... 273 4 Open Banking (open finance) ................................................................................. 279 4.1 Informações gerais .............................................................................................. 279 4.2 Compartilhamento de dados e transações ........................................................... 281 4.3 Consentimento .................................................................................................... 282 4.4 Segurança dos dados ........................................................................................... 284 4.5 Instituições participantes ..................................................................................... 285 5 Novos modelos de negócios ..................................................................................... 288 5.1 Evolução histórica do mercado de pagamentos no Brasil .................................. 289 5.2 Ampliando concorrência no mercado de pagamentos ........................................ 289 5.3 Desafios e oportunidades para o futuro .............................................................. 291 6 Fintechs de crédito e bancos digitais ...................................................................... 292 6.1 Fintechs de crédito .............................................................................................. 293 6.2 Sociedade de Crédito Direto ............................................................................... 293 6.3 Sociedade de Empréstimo entre pessoas ............................................................ 295 6.4 Bancos Digitais ................................................................................................... 296 6.5 Marketplace ........................................................................................................ 297 7 Shadow Banking no Brasil ...................................................................................... 301 7.1 Basileia I e II ....................................................................................................... 302 7.1.1 Basileia III ........................................................................................................ 302 7.2 Interconectividade do shadow banking com o sistema bancário ........................ 304 7.2 Regulação e supervisão ....................................................................................... 304 9 O dinheiro na era digital: blockchain, bitcoin e demais criptomoedas .............. 308 11 Correspondentes bancários .................................................................................. 315 12 Arranjos de pagamentos ....................................................................................... 318 13 Sistema de pagamentos instantâneo (PIX) .......................................................... 323 13.1 Diferença entre Pix e outros meios de transferência e de pagamento............... 323 13.2 Regras de funcionamento do Pix: ..................................................................... 324 14 Segmentação e interações digitais ........................................................................ 328 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 9 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 10 1. Sistema Financeiro Nacional O sistema financeiro nacional (SFN) é formado por um conjunto de entidades e instituições que promovem a intermediação financeira, isto é, o encontro entre credores e tomadoresde recursos. É por meio do sistema financeiro que as pessoas, as empresas e o governo circulam a maior parte dos seus ativos, pagam suas dívidas e realizam seus investimentos. O SFN é organizado por agentes normativos, supervisores e operadores. Os órgãos normativos determinam regras gerais para o bom funcionamento do sistema. As entidades supervisoras trabalham para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos normativos. Os operadores são as instituições que ofertam serviços financeiros no papel de intermediários. O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão normativo responsável pela formulação da política da moeda e do crédito, ou seja, é a instância de coordenação da política macroeconômica do governo federal. É no CMN em que se decide a meta para a inflação, as diretrizes para o câmbio e as normas principais para o funcionamento das instituições financeiras, entre outras atribuições. Compete ao Banco Central do Brasil (BC) garantir o cumprimento das normas do CMN. O BC monitora e fiscaliza o sistema financeiro e executa as políticas monetária, cambial e de crédito. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) é um órgão colegiado, de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Economia e tem por finalidade julgar, em última instância administrativa, os recursos contra as sanções aplicadas pelo BC e CVM e, nos processos de lavagem de dinheiro, as sanções aplicadas pelo Conselho de Controle de Atividade Financeiras (COAF) e demais autoridades competentes. A estrutura organizacional do Sistema Financeiro Nacional pode ser verificada na imagem abaixo: Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 11 1.1 Atribuições dos órgãos e agentes reguladores: Conselho Monetário Nacional (CMN), Banco Central do Brasil, Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No Brasil, as autoridades monetárias são: o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BC). A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão que fiscaliza o mercado de capitais, principalmente no que tange às empresas de capital aberto. O CMN é um órgão do Poder Executivo, enquanto o BC e a CVM são autarquias, com a obrigação de operacionalizar as diretrizes políticas do Governo Federal. A partir de suas funções básicas, a política do CMN objetivará: • Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; • Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; • Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; • Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 12 Compete ao CMN, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República: • Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central, por meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; • Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira; • Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras; • Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas; • Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, • Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; • Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; • Delimitar, com periodicidade não inferior a dois anos o capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais. • Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos; • Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições O BC é uma autarquia de natureza especial – que se caracteriza por não possuir vinculação com ministério e com autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, pela investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade durante seus mandatos - estabelecida pela Lei complementar n° 179/2021. Compete privativamente ao Banco Central do Brasil: • Emitir papel moeda; • Executar os serviços do meio-circulante; • Determinar o recolhimento de até 100% do total dos depósitos à vista e de até 60% de outros títulos contáveis das instituições financeiras; • Receber os recolhimentos compulsórios e os depósitos voluntários à vista das instituições financeiras; • Realizar operações de redesconto e empréstimo com instituições financeiras públicas e privadas; • Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; • Efetuar, como instrumento de política cambial, operações de compra e venda de moeda estrangeira e operações com instrumentos derivativos no mercado interno; • Exercer o controle do crédito sob todas as suas formas; • Efetuar o controle dos capitais estrangeiros; Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 13 • Exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; • Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam: o funcionar no País; o instalar ou transferir suas sedes, ou dependências, inclusive no exterior; o ser transformadas, fundidas, incorporadas ou encampadas; o praticar operações de câmbio, crédito real e venda de títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações, Debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários; o alterar seus estatutos. o alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário. • Estabelecer condições para a posse e para o exercício de quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas • Atuar no sentido do funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive os referentes aos Direitos Especiais de Saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial; 1.1.2 Autonomia do Banco Central (Lei complementar n° 179) Em 24 de fevereiro de 2021 o Presidente da República sancionou a Lei Complementar n° 179, que define os objetivos do Banco Central do Brasil e dispõe sobre sua autonomia e sobre a nomeação e exoneração de seu Presidente e de seus diretores; e altera o artigo da Lei n° 4.595, de 31 de dezembro de 1964. Art. 1º O Banco Central do Brasil tem por objetivo fundamental assegurar a estabilidade de preços. Parágrafo único. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental, o Banco Central do Brasil também tem por objetivos zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro,suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego. Art. 2º As metas de política monetária serão estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, competindo privativamente ao Banco Central do Brasil conduzir a política monetária necessária para cumprimento das metas estabelecidas. Art. 3º A Diretoria Colegiada do Banco Central do Brasil terá 9 (nove) membros, sendo um deles o seu Presidente, todos nomeados pelo Presidente da República entre Dica do professor: o Conselho Monetário Nacional (CMN) continua ditando as normas para o BC, mesmo com sua autonomia. Porém, alguns pontos que antes o BC precisava de autorização do CMN, hoje já não precisa mais, tal como a emissão do papel-moeda. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 14 brasileiros idôneos, de reputação ilibada e de notória capacidade em assuntos econômico- financeiros ou com comprovados conhecimentos que os qualifiquem para a função. Art. 4º O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão indicados pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação de seus nomes pelo Senado Federal. § 1º O mandato do Presidente do Banco Central do Brasil terá duração de 4 (quatro) anos, com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República. § 2º Os mandatos dos Diretores do Banco Central do Brasil terão duração de 4 (quatro) anos, observando-se a seguinte escala: I - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de março do primeiro ano de mandato do Presidente da República; II - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do segundo ano de mandato do Presidente da República; III - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do terceiro ano de mandato do Presidente da República; e IV - 2 (dois) Diretores terão mandatos com início no dia 1º de janeiro do quarto ano de mandato do Presidente da República. § 3º O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil poderão ser reconduzidos 1 (uma) vez, por decisão do Presidente da República, observando-se o disposto no caput deste artigo na hipótese de novas indicações para mandatos não consecutivos. § 4º O prazo de gestão do Presidente e de cada um dos Diretores do Banco Central do Brasil estender-se-á até a investidura do sucessor no cargo. Art. 5º O Presidente e os Diretores do Banco Central do Brasil serão exonerados pelo Presidente da República: I - a pedido; II - no caso de acometimento de enfermidade que incapacite o titular para o exercício do cargo; III - quando sofrerem condenação, mediante decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, pela prática de ato de improbidade administrativa ou de crime cuja pena acarrete, ainda que temporariamente, a proibição de acesso a cargos públicos; Esse é um ponto chave da autonomia do Banco Central, uma vez que tira o poder de o Presidente da República indicar no mesmo ano de seu mandato um novo Presidente para o Banco Central. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 15 IV - quando apresentarem comprovado e recorrente desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos do Banco Central do Brasil. § 1º Na hipótese de que trata o inciso IV do caput deste artigo, compete ao Conselho Monetário Nacional submeter ao Presidente da República a proposta de exoneração, cujo aperfeiçoamento ficará condicionado à prévia aprovação, por maioria absoluta, do Senado Federal. § 2º Ocorrendo vacância do cargo de Presidente ou de Diretor do Banco Central do Brasil, um substituto será indicado e nomeado para completar o mandato, observados os procedimentos estabelecidos no art. 3º e no caput do art. 4º desta Lei Complementar, devendo a posse ocorrer no prazo de 15 (quinze) dias, contado da aprovação do nome pelo Senado Federal. § 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o cargo de Presidente do Banco Central do Brasil será exercido interinamente pelo Diretor com mais tempo no exercício do cargo e, dentre os Diretores com o mesmo tempo de exercício, pelo mais idoso, até a nomeação de novo Presidente. Art. 6º O Banco Central do Brasil é autarquia de natureza especial caracterizada pela ausência de vinculação a Ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica, pela autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira, pela investidura a termo de seus dirigentes e pela estabilidade durante seus mandatos, bem como pelas demais disposições constantes desta Lei Complementar ou de leis específicas destinadas à sua implementação. ... Art. 9º O cargo de Ministro de Estado Presidente do Banco Central do Brasil fica transformado no cargo de Natureza Especial de Presidente do Banco Central do Brasil. Art. 10. É vedado ao Presidente e aos Diretores do Banco Central do Brasil: III - participar do controle societário ou exercer qualquer atividade profissional direta ou indiretamente, com ou sem vínculo empregatício, junto a instituições do Sistema Financeiro Nacional, após o exercício do mandato, exoneração a pedido ou demissão justificada, por um período de 6 (seis) meses. Art. 11. O Presidente do Banco Central do Brasil deverá apresentar, no Senado Federal, em arguição pública, no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório de inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no semestre anterior. 1.2 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) A (CVM) é um órgão supervisor do Sistema Financeiro Nacional sendo considerada entidade autárquica em regime especial, vinculada ao Ministério da Economia, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. Compete privativamente a CVM: Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 16 • promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado da bolsa e de balcão, e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais (formação de poupança e investimentos no mercado de valores mobiliários); • Fixar e implementar as diretrizes e normas do Mercado de Valores Mobiliários; • Proteger os titulares contra emissões irregulares de valores mobiliários, atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias aberta e o uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores mobiliários (insider trading); • Fiscalizar a emissão, distribuição e negociação dos títulos emitidos pelas S.A. de capital aberto; • Fiscalização de fundos de investimentos (Instrução CVM n°555/14); • Regulamentar as matérias previstas na Lei 6.385/1976 (lei da criação da CVM) e na Lei 6.404/1976 (Lei das S/A); • Propor ao CMN a eventual fixação de limites máximos de preço, comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários do mercado; • Fiscalizar e inspecionar as companhias abertas dada prioridade às que não apresentem lucro em balanço ou às que deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório; 1.3 Superintendência Nacional de Seguros Privados (SUSEP) A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é o órgão responsável pelo controle e pela fiscalização do mercado de seguros, previdência complementar aberta e capitalização. Autarquia vinculada ao Ministério da Economia, foi criada pelo Decreto-Lei n° 73 de 21 de novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados,do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), a SUSEP, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as entidades de previdência complementar aberta e os corretores habilitados. O CNSP é o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. 1.4 Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) é um órgão do Ministério da Economia responsável por fiscalizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar (fundos de pensão). A PREVIC pode ser considerada como o braço fiscalizador do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), que tem a função de regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de previdência complementar. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 17 À PREVIC compete: • propor as diretrizes básicas para o Sistema de Previdência Complementar; • harmonizar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar com as políticas de desenvolvimento social e econômico- financeira do Governo; • fiscalizar, supervisionar, coordenar, orientar e controlar as atividades relacionadas com a previdência complementar fechada; • analisar e aprovar os pedidos de autorização para constituição, funcionamento, fusão, incorporação, grupamento, transferência de controle das entidades fechadas de previdência complementar, bem como examinar e aprovar os estatutos das referidas entidades, os regulamentos dos planos de benefícios e suas alterações; • examinar e aprovar os convênios de adesão celebrados por patrocinadores e instituidores, autorizar a retirada de patrocínio e decretar a administração especial em planos de benefícios operados pelas entidades fechadas de previdência complementar, bem como propor ao Ministro a decretação de intervenção ou liquidação das referidas entidades. 1.5 Instituições financeiras: Bancos Múltiplos, Bancos de Investimento, Distribuidoras e Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários, de Câmbio e de Futuros Os bancos múltiplos são instituições financeiras com licença para fornecer uma ampla gama de serviços bancários comerciais, operações de câmbio, de investimento, financiamento ao consumidor e outros serviços, inclusive gerenciamento de fundos e financiamento de imóveis. Os bancos múltiplos surgiram através da resolução n° 1.524 do Conselho Monetário Nacional, de 21 de setembro de 1988, e da regulamentação pela circular do Banco Central do Brasil n° 1.364. São bancos que podem operar simultaneamente, com autorização do Banco Central, carteiras de banco comercial, de investimento, de crédito imobiliário, de crédito, financiamento e investimento, de arrendamento mercantil (leasing) e de desenvolvimento, constituindo-se em uma só instituição financeira de carteiras múltiplas com personalidade jurídica própria, e que pode selecionar o que deseja operar, entre as A PREVIC se relaciona com os órgãos normativos do sistema financeiro na observação das exigências legais de aplicação das reservas técnicas, fundos especiais e provisões que as entidades sob sua jurisdição são obrigadas a constituir e que têm diretrizes estabelecidas pelo CMN. Dica do professor: lembre-se que SUSEP fiscaliza previdência complementar ABERTA, ou seja, aquela na qual o aplicador pode entrar e sair a qualquer momento, e que é disponibilizada ao público em geral. A PREVIC fiscaliza previdência complementar FECHADA, ou seja, os fundos de pensão – que são os planos de previdência exclusivos para um determinado grupo de funcionários. Como por exemplo: funcionários do Banco do Brasil, que possuem um plano de previdência exclusivo para eles. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 18 modalidades referidas. Eles surgiram com a finalidade de racionalizar a administração das instituições financeiras, permitindo que ela tenha personalidade própria, modificando assim o sistema de conglomerados financeiros com razões sociais específicas que existiam desde o final da década de 1960 no Brasil. A criação dessas instituições permitiu a redução da burocracia das operações financeiras por concentrar em uma única razão social diversas carteiras de atividades. Os bancos múltiplos passaram a operar em todos os segmentos de intermediação financeira, através das carteiras listadas a seguir, não havendo vinculação entre as fontes de recursos captados e as suas aplicações: • carteira comercial (BC); • carteira de investimento (BI); • carteira de desenvolvimento (BD); • carteira de crédito imobiliário (SCI); • carteira de crédito, financiamento e investimento (SCFI); • carteira de arrendamento mercantil (SAM). Os bancos múltiplos resultantes de conglomerados estatais podem, ainda, oferecer a carteira de fomento (banco de desenvolvimento). Para configurar a existência do banco múltiplo, devem-se possuir pelo menos duas carteiras mencionadas, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento. Os bancos comerciais são considerados a base do sistema monetário. Segundo o manual de organização do sistema financeiro do Banco Central, seu objetivo é proporcionar o suprimento adequado de recursos necessários para financiar, a curto e médio prazos, a indústria, as empresas prestadoras de serviços e as pessoas físicas. Para tanto, podem, entre outras atividades, descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, captar recursos à vista e a prazo fixo, repassar aos clientes recursos de instituições oficiais e obter recursos externos para repasse. A captação de depósito à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099/1994). Os Bancos de Investimentos são instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Banco de Investimento” (Resolução CMN 2.624/1999). Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 19 Captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos. Fortalecem os processos de capitalização das empresas ao dilatarem o prazo das operações de empréstimo e financiamento para a compra de máquinas e equipamentos e da subscrição de debêntures e ações (operações de Underwriting). Não podem manter contas correntes, nem destinar recursos a empreendimentos imobiliários. As Sociedades de Arrendamento Mercantil (SAM) são pessoas jurídicas que tenham como objeto principal de sua atividade a prática de operações de arrendamento mercantil (leasing) nas modalidades financeiras e operacional. Podem ser objeto de arrendamento bens móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso próprio da arrendatária(Resolução CMN 2.309/1996). Além de recursos próprios, as fontes podem ser provenientes de empréstimos contraídos no país e no exterior, colocação de debêntures e de notas promissórias, cessão de contratos, depósitos interfinanceiros, dentre outras formas autorizadas pelo Banco Central. Também podem realizar operações de leasing financeiro contratadas com o próprio vendedor do bem ou com pessoas a ele ligadas: bancos múltiplos com carteira de investimento, de desenvolvimento e/ ou de crédito imobiliário; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; caixas econômicas; e sociedades de crédito imobiliário. A Sociedade de Crédito Imobiliário (SCI) é uma instituição financeira voltada a repassar recursos captados através de contas de poupança, cédulas hipotecárias, letras imobiliárias, além de recursos de financiamento ou repasses nacionais ou estrangeiros. O foco da SCI consiste no financiamento para construção de habitações, na abertura de crédito para compra ou construção de casa própria e no financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção. São constituídas sob a forma de sociedade anônima e deve constar de sua denominação social a expressão “crédito imobiliário”. As Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI) conhecidas como “financeiras”, são instituições privadas que fornecem empréstimo e financiamento Por meio de atividade de corporate finance (fusões, cisões ou incorporações), contribuem para melhorar a ordenação da economia e uma maior eficiência das empresas. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 20 para aquisição de bens e serviços (crédito direto ao consumidor), além de outras operações, como financiamentos a profissionais autônomos. As financeiras não são autorizadas a captar depósitos à vista ou manter conta correntes. A principal fonte de recursos é a colocação de Letras de Câmbio no mercado, que são títulos emitidos pelos devedores e aceitos pela SCFI. Muitas das financeiras não ligadas a bancos operam como braço financeiro de grupos comerciais ou industriais. É o caso, por exemplo, de lojas de departamentos ou montadoras de automóveis que possuem suas próprias financeiras. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, em cuja denominação social deve constar a expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”. Os bancos públicos operadores de políticas governamentais são: • BNDES: responsável pela política de investimento a longo prazo do Governo Federal, necessário ao fortalecimento da empresa privada nacional; • Caixa Econômica Federal (CEF): responsável pela operacionalização das políticas do Governo Federal para habitação popular e saneamento básico. A Caixa econômica é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Economia, podendo captar depósito à vista, realizar operações ativas, prestação de serviços e centraliza o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos oriundos do FGTS. A CEF tem o monopólio de empréstimo com penhor dos bens pessoais e integra o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro de Habitação (SFH). O BNDES é a principal instituição de fomento do país, e seus principais objetivos são: • Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país; • Fortalecer o setor empresarial nacional; • Criar novos polos de produção regionais; • Promover o desenvolvimento agrícola, industrial e de serviços; • Promover o crescimento e a diversificação das exportações; e • Gerir o processo de privatização das empresas estatais. As Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM) operam com compra, venda e distribuição de títulos e valores mobiliários (ações, ouro e câmbio, por exemplo) por conta de terceiros, fazendo a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias e futuros. Também podem administrar carteiras e fundos de investimento, bem como custodiar valores mobiliários, operar no mercado aberto e efetuar lançamentos públicos de ações. Sua constituição e seu funcionamento dependem da autorização do Banco Central e da CVM, respectivamente. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 21 Por meio da decisão conjunta n° 17 do Banco Central e da CVM em março de 2009, as distribuidoras ficaram autorizadas a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores, não tendo mais diferenças entre corretoras e distribuidoras. Elas também efetuam a subscrição e a intermediação de títulos e valores mobiliários. É importante destacar que a competência da CVM em relação às CTVMs e DTVMs está limitada ao que prevê a Lei 6.385/76, ou seja, às operações com valores mobiliários. No conceito de valores mobiliários sujeitos ao regime da referida lei incluem-se, por exemplo, ações, debêntures, e contratos derivativos, mas, por exemplo, não são incluídos os títulos públicos, sendo que toda a atividade relativa a esses ativos está sujeita à regulamentação e fiscalização do Banco Central do Brasil. 1.6 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) Um sistema de pagamentos é um conjunto de regras e mecanismos utilizados para transferir recursos e liquidar operações financeiras entre governos, empresas e agentes econômicos. No Brasil, a Lei n° 10.214/2001 determinou que os serviços de transferência de fundos e liquidação de operações seriam veiculados por meio do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). A grande contribuição desse sistema foi interligar não somente as instituições financeiras ao Banco Central do Brasil, como também interligar essas instituições com os agentes econômicos em geral. Dessa forma, um cheque dado como pagamento no comércio ou um TED efetuado para saldar compromissos pessoais, por exemplo, precisam ser liquidados para que a quantia neles representada chegue efetivamente a seu destino. O SPB possibilitou a transferência imediata do dinheiro, fazendo com que os clientes do sistema bancário pudessem emitir os recursos a outras pessoas em qualquer lugar do país. Tudo isso com agilidade, já que os recursos podem ficar disponíveis na mesma hora com segurança, pois a transferência de recurso não pode ser cancelada ou sustada como acontecia com os cheques. O Brasil passou a ter um sistema de pagamentos similar aos melhores do mundo. Segundo o Banco Central do Brasil, o desenvolvimento e a implantação desse sistema possibilitaram melhora no gerenciamento e a redução dos riscos de liquidação e de crédito nas transações financeiras, pois qualquer transferência de recursos entre contas passou a ser condicionada à existência de saldo suficiente de fundos na conta do emitente da correspondente ordem. A operacionalização da diretriz de não aceitação de saldo negativo na conta de reservas bancárias em qualquer momento do dia se deu através da estruturação do Sistema de Transferência de Reservas (STR) e da reformulação do Sistema de Liquidação e de Custódia (SELIC), ambos na esfera do Banco Central. Os aspectos importantes para o funcionamento, no ambiente de liquidação em tempo real, do SPB, são: Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 22 a) A concessão do Banco Central, aos participantes do STR que são titulares de conta de reservas bancárias, crédito intradia na forma de operações compromissadas com títulos públicos federais, sem custos financeiros; dessa forma, o preço da operação de retorno é igual ao da ida; b) A verificação de cumprimento dos recolhimentoscompulsórios é feita com base nos saldos de final de dia, destacando que esses recursos podem ser livremente utilizados ao longo do dia para fins de liquidação de obrigações; e c) O BC, se e quando julgar necessário, pode acionar rotina para otimizar o processo de liquidação das ordens de transferência de fundos mantidas em filas de espera no âmbito do STR. A Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN) é uma estrutura de comunicação de dados criada com a finalidade de suportar as mensagens entre as instituições titulares de conta de reservas bancárias ou de conta de liquidação no BC, as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e o BC, no âmbito do SPB. As diretrizes do SPB definiram a adaptação ou criação de sistemas de compensação ou liquidação capazes de assegurar que eventuais riscos surgidos sejam limitados e controlados naquele mesmo ambiente. As câmaras ou clearings privadas de ativos e de pagamentos foram estruturadas para atender às operações nos respectivos segmentos. Como o número de transações diárias é enorme, o grande risco refere-se à possibilidade de, nesse emaranhado de transações, algum banco não honrar determinado pagamento, o que pode provocar uma sequência de inadimplências dentro do sistema bancário – é o chamado risco sistêmico. Quando materializado, o risco sistêmico pode implicar desde pequenas perdas até a quebra do sistema bancário como um todo. Visando diminuir esse risco, o SPB é constituído por câmaras de compensação. 1.7 Câmaras de Compensação/Liquidação: B3 e SELIC As câmaras de liquidação e compensação são conhecidas como clearings. Elas são instituições que proporcionam, de forma eletrônica, rápida e segura, a compensação e a liquidação referentes às mais diversas operações que envolvam transferência de fundos. As câmaras privadas de ativos e de pagamentos foram estruturadas com o objetivo de promover a liquidação de operações nos respectivos segmentos, e possuem a responsabilidade de: a) Garantir operações por elas autorizadas; As câmaras basicamente eliminam o risco de contraparte: o risco de uma parte pagar e não receber o ativo; ou do vendedor entregar o ativo e não receber o pagamento. Elas fazem isso primeiro recebendo os valores do comprador e os ativos do vendedor, para somente depois entregar os valores ao vendedor e os ativos ao comprador. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 23 b) Gerenciar riscos envolvidos em operações realizadas por seus participantes; e c) Liberar as operações. As mais importantes câmaras de compensação no Brasil são a B3 e a Selic. O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) trata-se de um sistema para liquidação e custódia de títulos, para se compensar de forma automatizada as compras e vendas realizadas por todas as empresas financeiras que têm o direito de negociar títulos públicos. Ele foi criado em 1979 e é gerido pelo Banco Central e por ele operado em parceria com a ANBIMA. O Selic, na verdade, é um grande computador ao qual têm acesso apenas as instituições credenciadas no mercado financeiro, como bancos comerciais, bancos de investimento e corretoras. Por meio do Selic, os negócios têm liquidação imediata. Os operadores das instituições envolvidas, após acertarem os negócios envolvendo títulos públicos, transferem essas operações, via terminal, ao Selic. O computador imediatamente transfere o registro do título para o banco que o comprou e faz o crédito na conta do banco vendedor, e ambas as partes envolvidas têm certeza da validade da operação efetuada. O sistema destina-se à emissão, ao resgate, ao pagamento dos juros e à custodia dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional (TN). Os principais títulos custodiados no Selic são: a) Letra Financeira do Tesouro (LFT) ou Tesouro Selic; b) Letra do Tesouro Nacional (LTN) ou Tesouro prefixado; c) Nota do Tesouro Nacional-B principal (NTN-B principal) ou Tesouro IPCA; d) Nota do Tesouro Nacional-B (NTN-B) ou Tesouro IPCA com juros semestrais; e) Nota do Tesouro Nacional-F (NTN-F) ou Tesouro prefixado com juros semestrais. A B3 foi formada a partir da fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip em 2017. É uma das principais empresas de infraestrutura do mercado financeiro mundial, atuando tanto em ambiente de bolsa, como de balcão. É constituída através de uma sociedade de capital aberto, com ações (B3SA3) negociadas no nível de governança corporativa Novo Mercado (NM). A B3 desempenha as atividades de criação e administração de sistemas de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as principais classes de ativos, tais como: a) Câmara BM&FBovespa – ações, derivativos e commodities; b) CETIP UTVM – títulos privados e operações estruturadas; e c) Câmara de câmbio – moedas à vista. Ainda opera como contraparte central garantidora para a maior parte das operações realizadas em seus mercados e oferta serviços de central depositária e de central de registro. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 24 As operações à vista com ações são liquidadas em D+2, ao passo que operações com títulos de renda fixa privada possuem um ciclo de liquidação de D+0 ou D+1. Prêmios de opções sobre ações são liquidados em D+1. 1.8 Comitê de Política Monetária (COPOM) O Comitê de Política Monetária (Copom) é o órgão do Banco Central, formado pelo seu Presidente e diretores, que define, a cada 45 dias, taxa básica de juros da economia – a Selic. As reuniões normalmente ocorrem em dois dias seguidos e o calendário de reuniões de um determinado ano é divulgado até o mês de junho do ano anterior. A reunião do Copom segue um processo que procura embasar da melhor forma possível a sua decisão. Os membros do Copom assistem a apresentações técnicas do corpo funcional do BC, que tratam da evolução e perspectivas das economias brasileira e mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados. Assim, o Comitê utiliza um amplo conjunto de informações para embasar a sua decisão. Depois, a reunião é reservada para a discussão da decisão entre os membros. A decisão é tomada com base na avaliação do cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados. Todos os membros do Copom presentes na reunião votam e seus votos são divulgados. As decisões do Copom são tomadas visando com que a inflação medida pelo IPCA se situa em linha com a meta definida pelo CMN. A decisão do Copom é divulgada no mesmo dia da decisão por meio de Comunicado na internet. As Atas das reuniões do Copom são publicadas no prazo de até quadro dias úteis após a data da realização das reuniões. Normalmente, as reuniões do Copom ocorrem em terças e quartas-feiras e a ata é divulgada na terça-feira da semana seguinte, às 8:00. Uma vez definida a taxa Selic, o Banco Central atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião. A taxa de juros Selic é a referência para os demais juros da economia. Trata-se da taxa média cobrada em negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic). Para que a política monetária atinja seus objetivos de maneira eficiente, o Banco Central precisa se comunicar de forma clara e transparente. Além do comunicado e da ata da reunião, o Banco Central publica, a cada trimestre, o Relatório de Inflação, que analisa a evolução recente e as perspectivas da economia, com ênfase nas perspectivas para a inflação. Uma redução nas taxas de juros – política monetária expansionista- traduz-se em maior oferta monetária e estimula investimentos, enquanto o inverso prevalece no caso de uma política monetária contracionista. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 25 1.9 Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) O CRSFN foi criado a partir da promulgação do Decreto nº 91.152, de 15 de março de 1985, como órgão integrante da estrutura do Ministério da Fazenda. A competência inicial do CRSFN limitava-se ao julgamento dos recursos de decisões, em processo administrativo sancionadores, do Banco Central do Brasil (Bacen), da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Banco Nacional de Habitação (BNH), da Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil (CACEX) e, no caso de ´trading companies´, da Secretaria da Receita Federal. Ao longo do tempo, foram conferidas novas atribuições ao Colegiado, sempre de modo a reforçar seu caráter de tribunal administrativo. O CRSFN pode: • apreciar os recursos apresentados contra penalidades aplicadas por "infrações à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de crédito rural e industrial", antes exercida pelo próprio BACEN; • julgar recursos interpostos contramedidas cautelares aplicadas pelo Bacen, no curso de processos administrativos, em caso de afastamento de indiciados da administração de negócios de instituição financeira ou mesmo da determinação de substituição de auditores independentes; • Possui competência recursal para exame das decisões do Bacen relativas à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural e industrial, e a impedimentos referentes ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuária – PROAGRO; • Competência para exame das decisões do Bacen relacionadas à retificação de informações, aplicação de multas e custos financeiros associados a recolhimento compulsório, encaixe obrigatório e direcionamento obrigatório de recursos. • Em 9 de novembro de 2012, foi publicado o Decreto nº 7.835, que alterou o Estatuto do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), transferindo a competência para julgamento dos recursos das decisões do COAF, até então atribuída ao Ministro da Fazenda, ao CRSFN. O CRSFN é órgão paritário, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Economia, e tem por finalidade julgar, em última instância administrativa, os recursos: II - de decisões do Banco Central do Brasil: a) referentes à desclassificação e à descaracterização de operações de crédito rural; e b) relacionadas à retificação de informações, à aplicação de custos financeiros associados ao recolhimento compulsório, ao encaixe obrigatório e ao direcionamento obrigatório de recursos; e III - de decisões das autoridades competentes relativas à aplicação das sanções de que trata a Lei nº 9.613, de 1998. Os conselheiros titulares e suplentes são designados pelo Ministro de Estado da Economia, com mandato de três anos, renovável por igual período por até duas vezes, devendo ter competência reconhecida e conhecimentos especializados nas matérias de competência do CRSFN. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 26 O CRSFN é constituído por dezesseis conselheiros, sendo oito membros (quatro titulares e respectivos suplentes) indicados pelo Governo e oito (quatro titulares e respectivos suplentes) indicados por entidades representativas dos mercados financeiro e de capitais. A Portaria do Ministério da Economia nº 246, de 2 de maio de 2011, alterada pela Portaria nº 423, de 29 de agosto de 2011, estabelece as entidades do setor privado que indicam conselheiros titulares e suplentes. A composição do CRSFN é indicada abaixo: Governo Indicação de membro titular Número de conselheiros Ministério da Economia 4 (sendo 2 titulares e 2 suplentes) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 2 (sendo 1 titular e 1 suplente) Banco Central do Brasil (BACEN) 2 (sendo 1 titular e 1 suplente) Entidades representativas dos mercados financeiro e de capitais Indicação de membro titular Número de conselheiros Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/CECO) Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (ANBIMA) Associação Brasileira de Administradores de Consórcio (ABAC) Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias (ANCORD) Associação de Investidores do Mercado de Capitais (AMEC) Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto (ABRASCA) Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) Atuam junto ao CRSFN procuradores da Procuradoria Geral da Economia Nacional (PGFN), designados pelo Procurador-Geral, com a finalidade de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, de modo que opinam sobre recursos, comparecem às sessões de julgamento e reuniões técnicas, bem como assessoram juridicamente a presidência do Conselho. O Conselho conta também com uma Secretaria Executiva como unidade de apoio administrativo e gestão. Preside o CRSFN um dos conselheiros indicados pelo Ministério da Economia. O Vice-presidente do Conselho é designado pelo Ministro de Estado da Economia dentre os conselheiros indicados pelas entidades privadas representativas dos mercados financeiro e de capitais. Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 27 Exercícios de Fixação 01) No Brasil, a fixação das diretrizes e normas concernentes às políticas monetária, creditícia e cambial, é da competência do: a) Ministério do Planejamento, orçamento e gestão. b) Ministério da Economia. c) Conselho Monetário Nacional. d) Banco Central do Brasil. e) Banco do Brasil. Ano: 2018 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 2018 – Banco do Brasil – Escriturário Questão comentada: https://vimeo.com/752214823/7c51113ee7 02) Periodicamente, o Banco Central do Brasil determina, nas reuniões de seu Comitê de Política Monetária (COPOM), o (a): a) Valor máximo do volume de operações de compra e venda de títulos públicos pelo sistema bancário brasileiro. b) Quantidade de papel moeda e moeda metálica em circulação, dentro dos limites autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. c) Valor máximo de todas as formas de crédito no país. d) Valor máximo do fluxo de entrada no país de capitais financeiros vindo do exterior. e) Taxa de juros de referência para as operações de um dia com títulos públicos. Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 2015 – Banco do Brasil – Escriturário Questão comentada: https://vimeo.com/752215274/c1ab4d7a4a 03) Admita que um empresário brasileiro, acionista majoritário de uma empresa em situação pré-falimentar, venha a ser acusado pelos acionistas minoritários de uso de informação privilegiada e manipulação de preços das ações negociadas na Bolsa de Valores. O órgão responsável pelo eventual julgamento do processo administrativo contra o empresário é o(a): a) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) b) Brasil, Bolsa e Balcão (B3) c) Supremo Tribunal Federal (STF) d) Supremo Tribunal de Justiça (STJ) e) Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Ano: 2015 Banca: CESGRANRIO Órgão: Banco do Brasil Prova: CESGRANRIO – 2015 – Banco do Brasil – Escriturário Questão comentada: https://vimeo.com/752215461/89b22b45e3 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br https://vimeo.com/752214823/7c51113ee7https://vimeo.com/752215274/c1ab4d7a4a https://vimeo.com/752215461/89b22b45e3 P á g i n a | 28 GABARITO: 1-C 2-E 3-E Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 29 Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 30 2. Mercado Financeiro e seus desdobramentos Podemos definir os mercados financeiros como o mecanismo ou ambiente através do qual se produz um intercâmbio de ativos financeiros e se determinam seus preços. São mercados nos quais os recursos financeiros são transferidos desde unidades superavitárias, isto é, que têm um excesso de fundos, até aquelas deficitárias, ou seja, que têm necessidades de fundos. Dentro desse contexto, os mercados financeiros devem cumprir as seguintes funções: I. Estabelecer o contato entre os agentes superavitários e deficitários; II. Ser um mecanismo eficiente de fixação de preços para os ativos; III. Proporcionar liquidez aos ativos; e IV. Reduzir os prazos e os custos da intermediação. Com relação às características que todo mercado financeiro deve ter, podemos agrupá-las da seguinte forma: as do tipo institucional e as relacionadas à oferta e demanda. As características do tipo institucional são: • Transparência: possibilidade de obter informação relativa o mercado de forma fácil, barata e rápida; e • Liberdade: trata-se da não existência de limitações de entrada ou saída de compradores e vendedores e da liberdade para negociar prazos e quantidades desejadas e formar preço. As características relacionadas à oferta e a demanda são: • Profundidade: um mercado é considerado profundo quando existem ordens de compra e venda acima e abaixo do preço de equilíbrio, ou seja, existem curvas de oferta e demanda. • Amplitude: um mercado é amplo quando as ordens de oferta e de demanda existem em quantidade suficiente, ou seja, existe elasticidade nas curvas de oferta e demanda. • Flexibilidade: um mercado é flexível quando diante de qualquer variação no preço de um ativo aparecem rapidamente novas ordens de compra e venda. A classificação dos mercados financeiros é tarefa difícil em função do grande número de parâmetros utilizados para este fim. Consideraremos aqui a classificação segundo os tipos de ativos (monetários e de capitais) e segundo a necessidade dos clientes (crédito, capitais, cambiais e monetários). Classificação com base nos tipos de ativos Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 31 Mercado Tipos Exemplos de Operações Monetários ou de dinheiro Mercado de crédito • Desconto comercial; • Crédito comercial; • Crédito bancário; • Empréstimos a curto prazo. Mercado de títulos • Dívida pública a curto prazo; • Ativos de empresas; • Ativos bancários De capitais Crédito a longo prazo • Empréstimos; • Operações de leasing; • Operações de venda a prazo; • Operações de factoring; • Operações hipotecárias Mercado de valores • Bursátil; • Balcão. Ajudas oficiais • Operações do BNDES Classificação com base nos clientes É a forma mais comum de classificar o mercado financeiro, já que cada participante tem necessidades diferentes dependendo da situação em que se encontra durante suas negociações econômico-financeiras. Essas necessidades que os participantes têm podem ser agrupadas em quatro tipos distintos, de crédito, de câmbio e monetária. • Mercado de crédito: a necessidade de crédito vai gerar o mercado de crédito, que é a parte do mercado financeiro, ao lado do mercado de capitais, em que se efetivam as transferências de saldos financeiros, disponíveis e demandados a curto e médio prazos, que se verificam em razão do desempenho entre entradas e saídas de recursos a vista nas diferentes unidades do sistema econômico. Sua estrutura pode ser dividida em: mercado de crédito bancário e mercado de crédito com intermediação não bancária. O mercado de crédito envolve uma dupla parte, uma credora e outra devedora, que normalmente estabelecem uma relação contratual entre si, podendo ser formal ou informal. • Mercado de capitas: a necessidade de capitais vai gerar o mercado de capitais, que funciona de modo a captar a poupança dispersa pelas diversas unidades econômicas para complementar a poupança interna das empresas, a fim de financiar a formação de capital da economia. • Mercado de câmbio: mercado de troca de moedas, no qual são realizadas operações que envolvem a necessidade de conversão de moedas estrangeiras em moedas locais e vice-versa. • Mercado monetário: um dos participantes dos mercados, em função de suas características, tem suas necessidades satisfeitas nesse mercado. Esse participante é o governo, que necessita desse mercado para realizar políticas econômicas e gerenciá-las. Nesse mercado são realizadas as operações de curto prazo. Nele são Licensed to Damaris Moura Macedo de Brito - damarismouramacedodebrito2022@gmail.com - 106.752.673-07 - HP155316710607327 profcapriata.com.br P á g i n a | 32 financiados os desencaixes momentâneos das instituições financeiras e as necessidades de política monetária (expansionista ou contracionista) e rolagem de dívida do governo. Mercado Características e tipos de operações De crédito Supre as necessidades de crédito de curto e médio prazos; por exemplo, capital de giro para empresas e consumo para as famílias. Exemplos de crédito no mercado de crédito: a) crédito consignado; b) CDC; c) cheque especial; d) cartão de crédito; e) leasing; financiamento imobiliário; f) financiamento de capital de giro; g) financiamento de máquinas e equipamentos etc. De capitais Supre as necessidades de financiamento de longo prazo; por exemplo, investimentos para empresas e aquisição de bens duráveis para as famílias. Exemplos de títulos no mercado de capitais: a) títulos de renda fixa de longo prazo; b) debêntures; c) ações; d) LF, CRI, CRA, FII. Monetário Supre as necessidades do governo de fazer política monetária e dos agentes e intermediários de caixa. Nesse segmento são realizadas operações de curto e curtíssimo prazo, e sua liquidez é regulada pelas autoridades monetárias. O mercado monetário conta com dois grandes grupos de títulos: a) público: títulos emitidos pelo Tesouro Nacional; e b) privado: títulos emitidos por bancos e demais instituições financeiras. Cambial Supre as necessidades quanto à realização das operações de compra e venda de moeda estrangeira (fechamento de câmbio). Como exemplos dessas necessidades temos as importações (necessidade de compra de moeda estrangeira) e as exportações (necessidade de venda de moeda estrangeira) feitas pelas empresas. 2.1 Mercado de Capitais O Mercado de Capitais pode ser definido como um conjunto de instituições e de instrumentos que negociam com títulos e valores mobiliários, objetivando a canalização dos recursos dos agentes compradores para os agentes vendedores. Ou seja, o mercado de capitais representa um sistema de distribuição de valores mobiliários que tem o propósito de viabilizar a capitalização das empresas e dar liquidez aos títulos emitidos por elas. O surgimento do mercado de capitais ocorreu quando o mercado de crédito deixou de atender às necessidades da atividade produtiva, no sentido de garantir um fluxo de recursos nas condições adequadas em termos de prazos, custos e exigibilidades. Desse modelo, seu surgimento foi fundamentado em dois princípios: • contribuir para o desenvolvimento econômico, atuando como propulsor de capitais para os investimentos, estimulando a formação da poupança privada; e • permitir e orientar a estruturação