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FACULDADE FUTURA INFORMÁTICA APLICADA À CONTABILIDADE APOSTILA PORTUGUÊS II VOTUPORANGA – SP 1.1 Modelagem de um sistema de informações gerenciais1 Para Furlan (1994, p. 39) os “sistemas de informação de qualquer espécie são desenvolvidos e construídos em torno das necessidades de informação que devem ser supridas”. Fluxo de dados Fonte: FURLAN (1994, p. 39) Por esta razão é necessário que o processo se desenvolva através de um fluxo de dados gerado pela fonte, para que um novo fluxo de dados leve ao seu destino, como pode ser observado na figura. Executivos são profissionais que atuam no nível estratégico do negócio, e que, portanto, são responsáveis pela definição das metas a serem alcançadas, pela condução e pelo direcionamento das atividades das áreas pelas quais são responsáveis e, ainda, pela consecução dos resultados desejados. As necessidades de informação dos executivos Fonte: FURLAN (1994, p. 43) 1 Ibidem. AULAS DE 31 A 40 De acordo com Furlan (1994, p. 58), conforme a figura acima, numa economia em constante mutação os executivos não devem se prender, para a formação de sua base de conhecimento, somente aos itens considerados como convencionais. É função do executivo manipular bem esses itens convencionais e assegurar que a empresa esteja preparada para enfrentar as mudanças em seu ambiente, tirando proveito das mudanças favoráveis e minimizando os impactos das mudanças desfavoráveis. A informação no ciclo da administração Fonte: FURLAN (1994, p. 68) A definição dos indicadores de desempenho refere-se geralmente as metas estabelecidas (resultados esperados) X resultados realizados; e comparativo de resultados próprios X resultados da concorrência, conforme demonstrado na figura acima. Vale salientar que um sistema de informações é um meio capaz de prover os seus usuários de informações para as decisões estratégicas da empresa. Esse sistema compõe-se do comprometimento de todos os organismos internos de uma empresa, isto é, dos seus técnicos, suas tarefas, seus indivíduos, seus equipamentos que permitem o seu funcionamento etc. O gerenciamento da informação através de um meio mais amigável (SIG) representa para o executivo a facilidade de poder encontrar as informações críticas que necessita para dirigir a empresa, com base em uma única fonte, aliada à segurança de estar de posse da informação mais atualizada possível com agilidade e rapidez. A existência de interfaces com capacidade de apresentar informações de modo simples, fazem com que rapidamente e de modo intuitivo, o executivo aprenda a explorar as facilidades oferecidas pelo sistema. 1.2 Organizações2 Conforme Dias (2006, p.14): “Atualmente uma empresa é bem-sucedida na proporção de sua habilidade de rapidamente reunir, transmitir e interpretar todas as informações que descrevem as suas atividades”. Quanto maior for a organização maior e a quantia de dados e transações praticados em seus processos, tornando cada vez mais difícil de praticar uma gestão eficaz. A interação dos processos nos permite visualizar a organização de forma sistêmica, relacionando todas as áreas que compõe a organização. 1.3 A importância das MPE´S no contexto brasileiro Segundo dados do site do empreendedor as MPE´S representam por volta de 27% do (PIB) brasileiro sendo responsáveis por 52% dos empregos com carteira assinadas, 40% dos salários pagos constituindo um total de 8,9 milhões de micro e pequenos empreendedores (EMPREENDEDOR, 2014). 1.4 Gestão das micro e pequenas empresas A falta de tempo pelos MEP´S para dedicar em melhorias de seu negócio, devido ao grande acumulo de tarefas executados pelos proprietários, pela falta de funcionários ou a quem possa delegar responsabilidade deixam os micros e pequenos empreendedores ocupados de mais para se ter uma visão do todo. Na concepção de Beraldi e Filho (2000, p. 49) “a partir da informatização a pequena empresa pode obter uma série de vantagens, caso o processo seja efetuado de maneira correta, pois a informatização promove o enxugamento da 2 Extraído na íntegra do artigo: FORTES, A. P.; LÜTTJOHANN, J. F. Análise do processo de implantação de um SIG e seus benefícios. Disponível em: http://www.domalberto.edu.br/wpcontent/uploads/2015/12/ANALISE-DO-PROCESSO-DE- IMPLANTA%C3%87%C3%83O-DEUM-SIG-E-SEUS.pdf empresa". Estes aspectos são percebidos à medida que buscamos produtos ou serviços junto das MEP´S. 1.5 Tecnologia da informação (TI) Segundo Turbam (2005, p.4) “em geral, a colocação de sistemas de computação, usado por uma organização é considerado tecnologia da informação (TI)”. A TI também é considerada um causador de mudanças na estrutura organizacional. A infraestrutura de TI pode ser planejada integrada entre si e com os recursos existentes na organização, para dar suporte a todos os setores empresariais com maior eficácia. Papel da TI nas organizações O papel da Tecnologia de Informação segundo Albertin (2005), a TI em uma empresa é fruto da visão que a organização possui, sendo: Visão de controle; visão de custo; visão defensiva; visão agressiva e visão estratégica: Dentro de um ambiente onde a tecnologia é constituída e definida por: Objetos, ferramentas e artefatos usados na produção; Atividades e processos no método de produção e conhecimento necessário para desenvolver e aplicar as ferramentas no processo produtivo. Atualmente a decisão sobre o uso da TI nas organizações, não baseia se apenas em fatores técnicos mensuráveis e quantificáveis. São influenciados pela percepção de valor destes, por parte da alta gerencia. A implementação de TI nas organizações é influenciada por alguns fatores, dimensionados em diversas direções: direcionadores de mercado, influenciados pela concorrência do setor; direcionadores organizacionais, compreendido pelo próprio negócio e direcionadores de tecnologia de informação, a própria evolução TI. 1.6 Risco da tecnologia da informação (TI) Segundo Westerman; Hunter (2008, p. 7), “nossa pesquisa demonstra que a maioria dos riscos de TI decorre não de problemas com funcionários de baixo escalão, mas, sim, de falhas da supervisão da empresa e da governança dos processos de TI”. Que se manifestam numa governança de TI ineficaz, e de falta de atenção ao risco. 1.7 Características dos sistemas de informação3 Os gestores empresariais têm a necessidade de compreender a função dos diferentes tipos de sistemas de informação atualmente existentes, que são preponderantes para uma tomada de decisão assertiva. Este trabalho parte da premissa que o gestor é o responsável por identificar as necessidades da organização, os setores que precisam estar interligados e as informações que devem ser disponibilizadas para cada membro da organização. Manãs (2010, p. 24) define sistemas de informação como um suporte ao processo de tomada de decisões, indispensáveis para dar apoio às operações e à tomada de decisões nas empresas contemporâneas. Valendo–nos dos estudos de Turban (2010, p. 34), um sistema de informação (SI) coleta, processa, armazena, analisa e dissemina informações para um determinado fim, incluindo entradas e saídas e, como qualquer outro sistema, ele também considera pessoas, procedimentos e instalações físicas que agem dentro de um ambiente. Pertinente ao assunto supramencionado a teoria de Laudon; Laudon (apud CÔRTES, 2008, p. 107), classifica os sistemas de informações em quatro tipos principais: Sistemas de nível operacional: utilizados pelos gerentesoperacionais no suporte a transações elementares da organização (Realização de vendas, elaboração de folha de pagamento, concessão de crédito, controle de materiais em estoque, por exemplo). Sistemas de nível de 3 CANDIDO, E. P.; MARTINS, R. S. A. A importância do sistema de informação gerencial para a tomada de decisões. Trabalho de Conclusão de Curso – Tecnólogo em Gestão Empresarial. Faculdade de Tecnologia de São Sebastião. São Sebastião, 2015. conhecimento: permitem à empresa integrar novos conhecimentos e controlar o fluxo de documentos. Sistemas de nível gerencial: são utilizados na tomada de decisões e no monitoramento de atividades e processos. Sistemas de nível estratégico: subsidiam a direção da empresa quanto às questões de longo prazo. A figura a seguir explana de uma maneira simples os tipos sistemas de informação e suas atividades, cada uma em um nível na organização (LAUDON; LAUDON apud CÔRTES, 2008, p. 107). A figura a seguir explana de uma maneira simples os tipos sistemas de informação e suas atividades, cada uma em um nível na organização. Tipos de sistemas de informação Fonte: LAUDON; LAUDON (2001, p. 29) Sistemas de informação gerencial e sistemas funcionais Segundo Côrtes (2008, p. 113) os sistemas de informações gerenciais surgiram entre anos de 1960 e 1970, baseados nos sistemas de processamento de transações, com o propósito de serem utilizados nas tomadas de decisões estruturadas, com base na geração de relatórios dos mais variados tipos. Para Batista (2004, p. 22), sistema de informação gerencial é a unificação de tecnologias que tem como base à disponibilização das formas necessárias a operação do processamento dos dados disponíveis. Estão convergidos à “coleta, armazenagem, recuperação e processamento de informações” usadas por gestores em sua rotina de trabalho. É o processo de conversão de dados em informações relevantes a tomada de decisões, otimizando os resultados a serem alcançados. O sistema de informações gerenciais caracteriza-se na categoria específica voltada aos gestores de nível médio. Os SIGs disponibilizam dados sobre o desempenho da organização; com esses dados em forma de relatórios é possível monitorar e controlar, bem como prever seu desempenho futuro (LAUDON, LAUDON, 2007, p.48). Laudon, Laudon (2007, p. 48) expressam que os SIGs permitem aos gestores a busca por resultados periódicos e o questionamento sobre questões já pré-definidas no sistema. A maioria dos SIGs usam rotinas simples como resumos e comparações. Esses sistemas concedem o conjunto de relatórios de forma resumida sobre o desempenho da empresa, possibilitando a entrada de informações estruturadas provindas do planejamento operacional (BATISTA, 2006, p. 25). Batista (2006, p. 25), em consonância com isso, explica quais níveis os SIGs lidam: Tais sistemas, também conhecidos como MIS – Management Information Systems, ou sistemas de gerenciamento de informação, lidam principalmente com as informações direcionadas aos gerentes de nível médio da organização. Precisam de um fluxo de informações bem estruturado para que possam funcionar. Também integram os sistemas do nível operacional da organização que utilizam o processamento eletrônico de dados (PED, originário de EDP – Electronic Data Processing). De acordo com Turban (2010, p. 62), o sistema de processamento de transações inclui as atividades básicas de uma organização. As áreas funcionais, porém, englobam muitas outras tarefas, sendo estas repetitivas e ocasionais. Por exemplo, o departamento de recursos humanos contrata, recomenda e treina pessoas; o treinamento poderia envolver a seleção de tópicos a serem lecionados, a seleção de pessoas que participariam do treinamento, a programação de aula, encontrar professores e preparar materiais de aula; essas tarefas e sub tarefas são frequentemente apoiadas pelos sistemas de informação especificamente projetados para dar suporte a atividades funcionais. Apropriadamente Turban (2010, p. 62) coloca ainda que, organizados em torno de departamentos tradicionais de uma empresa, os sistemas de informações funcionais mais importantes são: contabilidade, finanças, produção/operações, marketing e vendas e gestão de recursos humanos. Turban (2010, p. 62) também aborda que sistemas de informações funcionais organizam-se certificando que as estratégias do negócio se transformem em realidade de uma maneira eficiente; geralmente um sistema funcional gera relatórios periódicos sobre tópicos como eficiência, eficácia e produtividade operacional extraindo informações a partir de bancos de dados e processando-as de acordo com as necessidades do usuário. O sistema de informações gerenciais trabalha com ferramentas que auxiliam os gerentes na tomada de decisões; Stair (2012, p. 377) coloca em evidência a função que os SIG´s desempenham: • Fornecer relatórios com formatos fixos e padronizados; • Produzir relatórios digitais e em papel; • Usar dados internos armazenados no sistema de computação; • Permitir aos usuários desenvolver seus próprios relatórios personalizados; • Exigir requisição dos usuários para relatórios desenvolvidos por sistemas pessoais. Convém observar que Turban (2010, p. 62) conclui que sistemas de informações funcionais são divididos em duas categorias: a) facilitadores de tarefas para gerentes e b) para outros funcionários nas áreas funcionais (por exemplo, analistas, agendadores de tarefas, pessoal); os da 1a. categoria, facilitadores para gerentes, são conhecidos como sistemas de informação de gestão e Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs), ou pela sigla em inglês, MISs (Management Information Systems); os SIGs fornecem apoio a gerentes funcionais demonstrando relatórios periódicos que incluem importantes dados estruturados sobre a organização. Exemplos são quantidade de vendas por período e comparação das despesas reais com as despesas previstas. Stair (2012, p. 377) define MIS como um conjunto integrado de sistemas de informação gerencial, cada um sustentando uma área específica. O ideal em um sistema de informação é sua abrangência, que permite aos gerentes captarem informações operacionais e transformá-las em dados prontos e corretos para sua gestão, isto é, a tomada de decisões (MAÑAS, 2010, p. 82). A teoria de Manãs (2010, p. 82) também contempla que uma empresa pode utilizar sistemas de informação divididos em subsistemas de informação, destacando algumas áreas importantes a serem trabalhadas como informação para apoiar a decisão ou operação. O MIS de uma organização Fonte: STAIR, (2012, p. 377) Sistemas de Processamento de Transações (SPT) Conforme Laudon, Laudon apud Côrtes (2008, p.107), os SPT´s estão voltados ao nível operacional da empresa e aos seus supervisores, sendo que é um sistema computadorizado que executa e registra as tarefas, os procedimentos e as metas que já devem ser predefinidos e bem estruturados no sistema. O Sistema de processamento de transações possui suas características próprias, apresentadas no quadro a seguir: Sistema de processamento de transações: características Fonte: TURBAN (2010, p. 280) O fluxo de informações no sistema de processamento de transação Fonte: TURBAN et al. (2010, p. 281) Como um exemplo de sistema de processamento de transação pode-se citar a folha de pagamentos: o sistema além de produzir o demonstrativo de pagamento do funcionário, ainda pode viabilizar informações aos órgãos competentes, entre outros recursos. Alguns tipos de transações Fonte: CANDIDO; MARTINS (2015, p. 21) Sistemas de Trabalho do Conhecimento (STC)Laudon, Laudon (apud CÔRTES, 2008, p. 107), evidenciam que os STCs propiciam contribuições aos trabalhadores do conhecimento, que são profissionais com nível de escolaridade superior; os STCs são utilizados pelas equipes técnicas. Esse tipo de sistema deve permitir acesso rápido e fácil para que os trabalhadores possam administrar de forma rápida e fácil elementos como gráficos e cálculos complexos, que geralmente são feitos por cientistas, projetistas e analistas financeiros, entre outros trabalhadores do conhecimento (LAUDON 2007, p. 328). Os autores seguem ainda comentando que os projetos assistidos por computadores (CAD) estão entre as principais aplicações para os STC´s, que são sistemas capazes de auxiliar na fase de projetos, facilitando o desenho de casas, edifícios, peças etc. e sua visualização em diferentes ângulos, normalmente muito usados por arquitetos. Sistemas de automação de escritório (SAE) Os sistemas de automação de escritório são voltados aos trabalhadores de dados, que operam mais com o processamento dos dados do que com as informações. São usados pelos profissionais de escritório e administrativo (LAUDON; LAUDON apud CÔRTES, 2008, p. 107). No que se refere Batista (2006, p. 25), SAEs são pacotes de aplicativos para uso de escritório como o Office, o StarOffice e o Corel Suíte que são usados para organizar as informações em um formato adequado ao trabalho; o autor coloca também outros exemplos, como segue: • Programas de editoração eletrônica, utilizados para criação de cartazes, diagramações em geral. Exemplos: Publisher, PageMaker; • Programas de comunicação de escritórios, tais como gerenciadores de fax, gerenciadores de correio eletrônico; de modo geral estão intimamente ligados a dispositivos de telecomunicações e redes. Exemplos: Outlook Express, Pegasus, Lotus Notes. • Programas para gerenciamento de cronogramas, como agendas que permitem a marcação de reuniões de forma individual ou em grupo. Exemplo: Microsoft Outlook, Lotus Organizer; • Programas para gerenciamento de projetos, ou seja, sistemas que permitem o controle e a verificação de projetos executados em grupo ou não. Normalmente utilizam ferramentas como PERT/COM (Program Evalution and Review Method/Critical Path Method), diagrama de Grant. Exemplos: Microsoft Project; • Programas de colaboração, que permitem a colaboração de documentos e a inserção de comentários em ambientes de trabalho para grupos compartilhados conhecidos como Groupware. Sistemas de Suporte a Decisões (SSD) Trata-se de sistemas direcionados aos gerentes, como auxiliares nos processos decisórios semiestruturados; trabalham também com dados externos e mais minuciosos do que outros tipos de sistemas; permitem a realização de interações e simulações a fim de facilitar a identificação da melhor alternativa a um determinado problema; é o que argumentam (LAUDON; LAUDON apud CÔRTES, 2008, p. 108). Batista (2006 p. 25), seguindo a mesma análise, menciona SSD como um sistema que se comunica diretamente com o usuário, ou seja, possui interatividade com a execução de seus trabalhos, é focado na tomada de decisões e resolução de problemas semiestruturados; sistema que deve ser flexível e adaptável e emergir respostas rápidas, assim como ser controlado por profissionais preparados. Sistemas de Suporte Executivo (SSE) Laudon, Laudon (apud CORTÊS, 2008, p. 108), ao analisarem os SSE´s, destacam que esses sistemas dão suporte ao alto escalão, são direcionados ao nível estratégico, geram gráficos a partir de processamentos e filtragens das mais variadas fontes de dados, focalizam problemas precisos, como, por exemplo, a projeção do consumo e oferta de energia elétrica para horizonte futuro a partir de histórico e dos cenários analisados. Esses sistemas estão ligados ao planejamento estratégico da organização, auxiliam na definição dos objetivos organizacionais que devem ser alcançados e são voltados aos gerentes de alto nível que devem estar capacitados para trabalhar com as tecnologias utilizadas pelos SSEs (tabelas, gráficos, ferramentas de avaliação de cenários e comunicação) (BATISTA, 2006, p. 26). Sistemas de informações gerenciais financeiras Um MIS financeiro fornece informações às pessoas que precisam tomar decisões acertadas diariamente; dada essa realidade, a empresa Reuters 4 desenvolveu um programa de computador que tem por objetivo fazer a varredura em artigos de notícias, o programa analisa artigos sobre as empresas para saber se seus negociantes de ações estão recebendo informações positivas ou negativas. Caso a informação seja positiva, os relatórios podem resultar em pedido de compra, caso contrário não há necessidade de nenhuma transação. O produto destina-se a tocar em negociação algorítmica, ou "máquina", na qual os computadores decidem quando comprar e vender ações sem envolvimento humano direto. Mais de 40% dos negócios realizados na Bolsa de Londres são ordenados por computadores. Com base em uma lista de 20.000 palavras e frases, as novas pontuações programam artigos de notícias com base na frequência de palavras como "excelente" e "decepcionante" aparecem. Se muitos artigos são escritos favoráveis sobre uma empresa, ele recebe uma pontuação elevada. Ele também procura por novas informações em artigos, alertando os investidores a conquista dos repórteres. As informações podem ser alimentadas diretamente em computadores comerciais, que podem usá-lo para comprar ou vender ações (PATRICK, 2007). Os MIS financeiros são utilizados para facilitar e tornar os relatórios de transações mais eficientes. Como cita Stair (2012, p. 378), grande parte dos MIS financeiros desempenham as funções abaixo: • Integram informações operacionais e financeiras das mais variadas fontes em um único sistema; • Fornecem fácil acesso aos dados por usuário, permitindo o acesso a páginas corporativas de dados financeiros e outras informações através de uma intranet; • Tornam as análises ágeis, pois permitem o acesso imediato aos dados financeiros; • Permitem análise de dados a múltiplas dimensões (tempo, geográfica, produtos, consumidores etc); • Buscam dados antigos e recentes para análise financeira; • Possibilitam monitorar e controlar o destino de fundos de investimento no decorrer do tempo. 4 Reuters: é uma agência de notícias britânica e a maior agência internacional de notícias do mundo, com sede em Londres; vende informações financeiras para bancos, investidores e grandes corporações entre outros clientes, bem como executa seu serviço de notícias. O Banco de Brasília decidiu investir em novos sistemas de BI (Business Intelligence - Inteligência de Negócios) e ERP para competir com os grandes bancos; esse novo projeto visa à otimização dos processos internos da empresa para oferecer melhores produtos e serviços financeiros aos clientes; a estratégia adotada foi a contratação de novos sistemas que estarão em pleno funcionamento em meados de 2016. Segundo Kelson Côrte, diretor do projeto do banco, esse será um investimento que trará melhor qualidade aos processos administrativos e assim garantirá a realização da atividade-fim, pois o sistema aumentará o nível de transparência e controle de acordo com as melhores práticas do mercado. Segundo o autor, as melhorias com o BI não ficaram somente no âmbito de integração entre os setores do banco, como também a otimização dos processos internos, aprimorando o desempenho da organização e oferecendo melhores produtos e serviços; gerentes e diretores terão acesso às informações estratégicas e poderão fazer o cruzamento das informações para tomadas de decisões rápidas e assertivas. 2 REPERCUSSÕES E MUDANÇAS ORGANIZACIONAIS5 Basile Cook (1974) consideram que os principais elementos da Mudança Organizacional são a tecnologia, o comportamento social e as instituições e estruturas. Para esses autores, a maioria das organizações muda em resposta às crises, sendo limitado o número de casos de atitudes proativas. Brown (1991), explora o impacto das inovações tecnológicas na Mudança Organizacional. Um Centro de Pesquisas da Xerox é citado como exemplo de como a geração contínua de produtos inovadores leva a empresa a adotar novas formas de trabalho renovando as práticas administrativas. 5 Tópico extraído na íntegra do artigo: THOMAZ WOOD, J. Mudança organizacional: uma abordagem preliminar. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 74- 87 Jul./Ago., 1992. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v32n3/a09v32n3> Acesso em: 01 junho 2018. Harari (1991) critica a adoção de planos refletidos por modas passageiras. Para ele, Mudança Organizacional deve ser encarada como processo e caracterizada pelo princípio de melhoria contínua. Para Herzog (1991), mudança no contexto organizacional engloba alterações fundamentais no comportamento humano, nos padrões de trabalho e nos valores em resposta a modificações ou antecipando alterações estratégicas, de recursos ou de tecnologia. Uma pesquisa da Coopers e Lybrand, realizada nos Estados Unidos, mostrou que as empresas mudavam principalmente em virtude de novas tecnologias, restrição de recursos e adequação a novas legislações. Herzog (1991) considera que a chave para enfrentar com sucesso o processo de mudança é o gerenciamento das pessoas, mantendo alto o nível de motivação e evitando desapontamentos. Para ele, o grande desafio não é a mudança tecnológica, mas mudar as pessoas e a cultura organizacional, renovando os valores para ganhar vantagem competitiva. Kelly e Amburgey (1991) realizaram trabalho empírico sobre o Princípio da Inércia Organizacional de Hannan e Freeman. Segundo esse princípio, a habilidade das organizações formais de agregar confiabilidade e racionalidade às suas ações requer a existência de estruturas estáveis, reprodutibilidade e padrões. E tudo isto implica em resistência a mudanças. Essa resistência seria essencialmente função do porte e idade da organização. Os autores supracitados propõem a inclusão do conceito de Momentum ao Princípio da Inércia. Segundo esse conceito, as organizações tendem a repetir as experiências do passado. Por isto, os autores indicam a necessidade de se considerar uma perspectiva histórica na análise. Huey (1991) apropria-se do conceito desenvolvido por Thomas Kuhn (1975) sobre paradigmas na ciência para mostrar como as mudanças são necessariamente acompanhadas por quebras de paradigmas, e a necessidade de que isto ocorra para que a inércia organizacional seja vencida e dê lugar a novos padrões. Esse conceito tem ganho popularidade em virtude das turbulências do ambiente econômico e da necessidade de mudanças rápidas dentro das organizações. Ginsberg e Buchholtz (1990) analisam duas linhas de pensamento sobre a natureza das mudanças. Os teóricos da adaptação racional veem as organizações como entidades prontas a mudar em função das alterações exógenas. Já os teóricos da seleção natural visualizam complexas redes de comprometimento e forças institucionais que restringem severamente a capacidade de mudança das organizações. Os autores supracitados consideram que as duas teorias tendem a enfatizar pressupostos mutuamente exclusivos e que a resposta mais adequada ao estudo da natureza das mudanças seria justamente o caminho inverso, a prática de uma abordagem integradora que incorporasse as várias correntes de pensamento. Land e Jarman (1981) desenvolvem uma tipologia para os ciclos de mudança. Para eles, existem três fases de crescimento e mudança: na primeira fase - formação - o sistema descobre a si próprio e ao seu mundo, organiza-se e cria um padrão de comportamento. Na segunda fase - regulamentação - dá-se o crescimento por repetição do padrão e negação da diferença. Finalmente, na terceira fase - integração - o sistema ultrapassa a eficiência do seu padrão repetitivo. Para continuar a crescer, reduz a rigidez do padrão e a força dos seus vínculos internos. Passa por uma fase de inovação, abertura e ruptura. Kanter (1984; 1983) e March (1981) exploram a questão das bases para a mudança. Os conceitos e visões que dirigem as mudanças devem se basear nas tradições e pontos fortes da organização. Não existe alquimia; o trabalho tem de se adequar ao estágio de vida da empresa. Além disso, há de se considerarem no processo todos os aspectos conceituais, culturais e intelectuais envolvidos. March (1981) considera que as organizações estão continuamente mudando, mas que essas mudanças não podem ser arbitrariamente controladas. Em realidade, a maior parte das mudanças ocorre simplesmente como resposta a alterações do meio ambiente. Mas, apesar desse processo adaptativo ser rotineiro, algumas vezes surpresas podem ocorrer. Isto advém do fato de o processo de mudança não ser uma estratégia estritamente racional e consciente. Ele envolve incentivos, ações simbólicas e ambiguidades. March (1981) acredita que não é possível levar uma organização numa direção pretendida, mas é possível influenciar cursos de eventos gerenciando o processo de mudança, através da compreensão entre o aparentemente prosaico e poético na organização. Elliott (1990) compactua com March (1981) a ideia de condução do processo de mudança. Para ele, Mudança Organizacional é um evento psicológico complexo, um verdadeiro choque, cujo efeito pode e deve ser minimizado se convenientemente gerenciado. Want (1190) categoriza cinco tipos de mudança: por opção, quando a organização não está sujeita a nenhuma pressão; operacional, para fazer frente a deficiências específicas; direcional, quando uma alteração estratégica é necessária; fundamental, quando a própria missão é alterada e total - nos casos mais críticos, como uma eminência de falência. Gareth Morgan (1986), no seu livro Images of Organization, desenvolve uma série de imagens, ou metáforas, para auxiliar na compreensão dos fenômenos organizacionais. Morgan (1986) utiliza os termos holofluxo e holomovimento e os conceitos de autopoiese e dialética para decifrar as relações interativas entre a organização e o seu ambiente e, assim, elucidar os mecanismos de mudança. Também trabalhando sobre os mecanismos de mudança, Prigogine e Stengers (1984) argumentam contra o paradigma newtoniano, de um mundo mecânico do qual a mudança não faz parte. Os autores demonstram como esse modelo limitado, que enfatiza ordem, estabilidade e equilíbrio, deve-se adequar a uma imagem mais abrangente da realidade, que englobe as características atuais de mudança acelerada, desordem, instabilidade e não-equilíbrio. Prigogine, que ganhou o Prêmio Nobel de Química por seus trabalhos relacionados à termodinâmica de sistemas afastados do equilíbrio, descobriu que esses sistemas, que interagem de forma não linear tanto internamente quanto com o ambiente, alternam períodos de comportamento previsível com períodos de flutuações randômicas. Essas flutuações, ou perturbações, amplificam as interações não lineares e podem levar o sistema além da fronteira de estabilidade e, posteriormente, se novas perturbações ocorrerem, ao chamado ponto de bifurcação, quando a simetria da estrutura se rompe, iniciando um período de randomicidade e imprevisibilidade. Estarão, então, criadas as condições para que um novo estado de equilíbrio, num nível mais complexo de organização, seja atingido. Kiel (1989), partindo do trabalho de Prigogine e Stengers, comenta como as características acima citadas são fatores centrais no desenvolvimentode formas complexas de organização. Segundo o autor, muitas organizações têm caráter não linear e encaram a estabilidade como prejudicial à evolução. Para o autor, embora essa abordagem ainda não constitua uma teoria organizacional pronta, existe mais do que analogia entre a teoria do não equilíbrio de Prigogine e as mudanças organizacionais descontínuas