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Imperialismo Britânico no Século XIX

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Conceito de imperialismo
No séc. XIX o imperialismo era a política de colonização ou tutela da Grã-Bretanha
(Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda) sobre países ou regiões de outros
continentes.
Para os imperialistas, defensores do império britânico, a expansão britânica era
benéfica para os povos colonizados. “A justificativa, ideológica, era de que os
ingleses tinham a obrigação moral de levar a ‘civilização’ às partes do mundo que a
desconheciam.”
Historiadores e cientistas sociais usam a expressão política imperialista para
designar a partilha da África e Ásia. A expressão tem um sentido muito negativo
como sinônimo de saque e exploração que as grandes potências causaram.
● A revolta dos Sipaios
Com início da década de 1830 se deu o início da ocidentalização da Índia,
com a ida de missionários com a permissão da Coroa britânica. Com a
doutrina da prescrição ou doutrina da vacância de 1848, todo Estado indiano
cujo soberano morresse seria anexado às posses britânicas, agravou o
ressentimento das elites indianas.
Como consequência, em 1857, aconteceu a revolta do exército profissional
dos sipaios, chefiado por proprietários rurais poderosos. “O estopim da
revolta foi a obrigatoriedade do uso, pelo exército, de cartuchos que
continham em seu exterior gordura de vaca ou de porco. Era um choque
cultural, tanto para os de religião hindu, que consideravam a vaca sagrada,
quanto para os muçulmanos, que não comiam carne de porco por
considerá-la impura.”
A repressão britânica foi extrema, com massacres em várias regiões,
resultando em milhares de mortos.
A revolta resultou na mudança de política dos ingleses com relação à índia.
As forças inglesas foram reorganizadas com a fixação de mais de 65 mil
soldados britânicos no território e com sensível diminuição do número de
sipaios. A doutrina da prescrição foi abolida e os príncipes locais receberam
apoio militar e financeiro para explorar como quisessem as populações sob
seu controle.
Os ingleses compravam da índia algodão, chá, trigo, ópio e outras
matérias-primas. A existência de minas de carvão e ferro aumentava a
importância da Índia para a economia britânica, tornou-se um vice-reino da
Grã-bretanha e permaneceu até meados do séc. XX.
A dominação econômica inglesa se consolidou por meio de empréstimos a
investidores locais para a construção de ferrovias, exploração de minas de
carvão e de ferro e para financiar a compra de mercadoria inglesa. Os juros
desses empréstimos rendiam, anualmente, dezenas de milhões de libras aos
cofres britânicos.
● A Guerra dos Bôeres
Em 1652, no Cabo da Boa Esperança, a Companhia holandesa das Índias
Orientais criou um forte para o abastecimento dos navios que viajavam para
as Índias. Em seguida, fugindo de perseguições religiosas, colonos
holandeses calvinistas se dirigiram para lá e começaram a se dedicar à
agricultura e à pecuária. Seus descendentes ficaram conhecidos como
bôeres.
Em fins do séc. XVIII, os ingleses começaram a se interessar pelo sul da
África, iniciando conflito com os nativos africanos e os bôeres. No início do
séc. XIX, o governo holandês, mais fraco, cedeu a colônia bôer para os
ingleses. 10 mil bôeres migraram para o norte e o leste, a partir de 1835,
criando os estados de Orange e de Natal e a República de Transvaal.
Em meados de 1860, a descoberta das mais ricas minas de ouro e diamantes
do mundo mudou os rumos dos novos estados e fez os ingleses migrarem do
sul para a região dos bôeres.
Em 1880, tentaram tomar os estados de Orange e Transvaal, mas os bôeres
resistiram e os venceram em 1881. Com a insistência dos ingleses em
controlar as ricas regiões mineradoras culminou na Guerra dos Bôeres, entre
1899 e 1902.
Ajudados pela Alemanha com armamentos e técnicos, os bôeres resistiram
algum tempo, mas quando perceberam que não venceriam em campo aberto
apelaram para as guerrilhas. Em 1902 foram obrigados a assinar um tratado
de pz e suas terras se tornaram colônias britânicas.
● Guerra do Ópio
No começo do séc. XIX, a companhia das índias orientais inglesa tinha o
monopólio do comércio do chá na China.
Porém esse intercâmbio anglo-chinês era muito desigual, os chineses não se
interessavam por produtos ocidentais, estes produtos costumavam ser vistos
com estranheza e curiosidade.
Porém eram grandes consumidores do Ópio, droga que era produzida na
Índia e vendida pela companhia das índias orientais inglesa desde o século
XVIII. Tratava-se de um comércio lucrativo, porém ilegal.
O consumo de ópio era proibido pelo governo chinês desde 1800. Mesmo
ilegal o ópio era usado pelos setores da elite, inclusive altos governantes.
Com as medidas de
confiscar o ópio e intimar os ingleses a acabarem com o negócio,
promulgadas pelo imperador chinês em 1839, se deu o início da Primeira
Guerra do Ópio (1839 - 1842)
A captura de uma embarcação inglesa por chineses recomeçou o conflito e
deu início a Segunda Guerra do Ópio (1858). A Inglaterra ocupou Cantão e
tomou a cidade de Tientsin.
A China se viu obrigada a assinar o tratado de Tientsin, que além de permitir
o trânsito de comerciantes por mais portos chineses, legalizava o consumo
de ópio.
Quando, no ano seguinte, os chineses se recusaram a confirmar o tratado
ingleses e franceses ocuparam Pequim (Beijing) e incendiaram o Palácio de
Verão, onde residia o imperador.
A humilhante rendição do governo foi assinar um novo tratado que
comprometia cumprir todas as cláusulas do acordo anterior, pagar
indenização ao governo inglês e ceder à França a posse da Indochina, que
era controlada por chineses.
● A Conferência de Berlim
Proposta pelo chanceler alemão Otto Von Bismarck, foi uma reunião entre
grandes potências imperialistas do século XIX para dividir o continente
africano.
Presidida por Otto Von Bismarck, a conferência durou três meses, de
novembro de 1884 a fevereiro de 1885, na Alemanha, com todas as
negociações secretas.
Oficialmente a reunião serviria para garantir a livre circulação e comércio na
bacia do Congo e no rio Níger; e o compromisso de lutar pelo fim da
escravidão no continente.
Contudo, a ideia era dividir amistosamente os territórios conquistados e
resolver os conflitos que se formavam em alguns países por causa dessas
terras.
Mesmo com o objetivo alcançado, diversos atritos foram gerados entre os
países participantes.
A conferência de Berlim foi uma vitória diplomática do chanceler Bismarck.
Com a reunião ele mostrava que o império alemão não poderia mais ser
ignorado e era tão importante quanto o Reino Unido e a França.
Não solucionou, porém, os litígios de fronteiras disputados pelas grandes
potências imperialistas na África e levaram à Primeira Guerra Mundial (1914 -
1918).
Fontes: História 2 ensino médio, editora saraiva. Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro
Faria, Jorge Ferreira e Georgia dos Santos
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