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2015-FatimaMariaDeCastro-tcc

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Universidade de Brasília – UnB 
Instituto de Psicologia – IP 
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano – PED 
Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde - PGPDS 
 
 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO HUMANO, 
EDUCAÇÃO E INCLUSÃO ESCOLAR – UnB/UAB 
 
 
O PAPEL DA APAE FRENTE À INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM 
DEFICIÊNCIA NA REDE PÚBLICA DE ENSINO EM CARINHANHA-
BA 
 
 
 
FÁTIMA MARIA DE CASTRO 
 
ORIENTADOR (A): ERIVALDO FERNANDES NETO 
 
BRASÍLIA/2015 
 
Universidade de Brasília – UnB 
Instituto de Psicologia – IP 
Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano – PED 
Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde - PGPDS 
 
 
FÁTIMA MARIA DE CASTRO 
 
 
 
O PAPEL DA APAE FRENTE À INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM 
DEFICIÊNCIA NA REDE PÚBLICA DE ENSINO EM CARINHANHA-
BA 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA/2015 
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em 
Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão Escolar, 
do Departamento de Psicologia Escolar e do 
Desenvolvimento Humano – PED/IP – UnB/UAB. 
Orientador (a): Erivaldo Fernandes Neto 
 
TERMO DE APROVAÇÃO 
 
FÁTIMA MARIA DE CASTRO 
 
O PAPEL DA APAE FRENTE À INCLUSÃO DE ESTUDANTES COM 
DEFICIÊNCIA NA REDE PÚBLICA DE ENSINO EM CARINHANHA-BA 
 
Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista 
do Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e Inclusão 
Escolar – UnB/UAB. Apresentação ocorrida em ___/____/2015. 
Aprovada pela banca formada pelos professores: 
 
____________________________________________________ 
ERIVALDO FERNANDES NETO (Orientador) 
 
___________________________________________________ 
 NOME DO EXAMINADOR (Examinador) 
 
___________________________________________________ 
FÁTIMA MARIA DE CASTRO (Cursista) 
 
BRASÍLIA/2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As ilustres professoras Crésia Santos Belém, Anne 
Menezes e Maria de Lourdes Nogueira que tanto me 
apoiaram e incentivaram no decorrer do curso, e em 
especial ao meu orientador, o professor Erivaldo 
Fernandes Neto. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus, por me permitir fazer uso do dom da sabedoria e pela mão estendida 
nos momentos em que sou tomada pelo desânimo. 
A minha família maravilhosa. 
Aos meus amigos do coração, principalmente a minha amiga Gercília, pelos 
momentos de descontração e por sempre estar ao meu lado nos momentos difíceis, aos alunos 
e funcionários da Apae por me outorgar palavras de incentivo, amor e carinho. 
 
A todos o meu muito obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O objetivo do presente trabalho é analisar o serviço de educação especial ofertado pela 
organização da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), inserido no processo 
de educação inclusiva como auxiliar da rede pública de ensino, verificando as dificuldades e 
barreiras encontradas na transição da escola especial para a escola regular. A partir de 
parâmetros teóricos a pesquisa foi realizada em duas instituições: A Associação de Pais e 
Amigos dos Excepcionais de Carinhanha- Apae e uma instituição pública de ensino de 
Carinhanha, tendo por referencial a legislação atual fundada em princípios de cidadania, e 
com a formação de uma sociedade mais justa e igualitária. A pesquisa foi determinada em três 
eixos principais, que são: 1. Socialização; 2. Acessibilidade; 3 Aprendizagem. Tendo por 
público alvo o estudante com deficiência intelectual. 
 
Palavras chaves: Inclusão, família, Apae, rede pública de ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
QUADRO 1. Dados de análise dos professores entrevistados..................................................31 
QUADRO 2. Houve alguma mudança na estrutura física da escola para receber pessoas com 
deficiência intelectual? Em caso positivo afirme quais, e em caso negativo aponte quais 
mudanças seriam necessárias....................................................................................................34 
QUADRO 3. Em sua opinião a socialização entre a criança com deficiência intelectual e as 
demais crianças ocorre de maneira positiva ou existe preconceito e dificuldades de aceitação 
por parte das demais crianças? Caso haja de dificuldade na socialização, quais são as medidas 
adotadas em sala de aula para melhorar a convivência?...........................................................34 
QUADRO 4. Houve alguma adaptação curricular ou metodologia indicada para uso dos 
professores que atuam nas salas com estudantes com deficiência intelectual? Em caso 
positivo, relatar quais, em caso negativo, indicar quais medidas poderiam ser usadas............35 
QUADRO 5 - Na visão do professor os estudantes com deficiência intelectual estão 
progredindo de serie tendo um aprendizado satisfatório conforme o currículo ofertado e 
dentro dos padrões nacionais da educação básica.....................................................................36 
QUADRO 6 - A escola especial é desnecessária em seu município? Todos os estudantes com 
deficiência intelectual têm condições de estar na escola comum?............................................37 
QUADRO 7 - Qual o papel da Apae e das famílias de estudantes com deficiência intelectual 
no processo de inclusão escolar destas pessoas?......................................................................37 
 
 
 
 
 
 
 
 SUMÁRIO 
 
1. APRESENTAÇÃO..............................................................................................................09 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................12 
2.1. Aspectos conceituais e historiográficos................................................................... ..12 
2.2. Um breve histórico da educação especial no ocidente..................................................14 
2.3. A história da educação especial no cenário brasileiro...................................................16 
2.4. Organizações das Famílias na oferta dos serviços especializados................................17 
2.5. As políticas de inclusão no Brasil e os desafios da escola pública...............................20 
2.6. Práticas pedagógicas para pessoas com deficiência intelectual....................................20 
2.7. Política de atenção integral integrada para pessoa com deficiência intelectual e 
 múltipla................................................................................................................................25 
3. OBJETIVOS........................................................................................................................27 
3.1. Objetivo Geral...............................................................................................................27 
3.2. Objetivos específicos.....................................................................................................27 
4. METODOLOGIA...............................................................................................................28 
4.1. Fundamentação Teórica da Metodologia......................................................................28 
4.2. Contexto da Pesquisa.....................................................................................................28 
4.3. Participantes..................................................................................................................28 
4.4. Materiais........................................................................................................................28 
4.5. Instrumentos de Construção de Dados..........................................................................29 
4.6. Procedimentos de Construção de Dados ......................................................................304.7. Procedimentos de Análise de Dados.............................................................................30 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................31 
5.1. Respectivas respostas da professora da Apae e da professora da rede municipal de 
ensino de Carinhanha...........................................................................................................34 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIL.............................................................................................39 
REFERÊNCIAS......................................................................................................................41 
Apêndice B – Questionário com questões objetivas.................................................................44 
Anexo A- Carta de Apresentação – Escola...............................................................................45 
Anexo B –Carta de Aceite Institucional– Escola......................................................................46 
Anexo C- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Professor......................................47 
9 
1. APRESENTAÇÃO 
 
A vinda de um filho diferente do padrão considerado “normal” altera radicalmente a 
dinâmica de uma família. A comprovação de que o filho tem algum tipo de deficiência exige 
algumas transformações e adaptações por parte da família que o recebe. Os pais nunca 
esperam um filho com deficiência, assim esse choque pode levar a distorções de 
comportamento em relação ao filho que variam entre os extremos da proteção excessiva e da 
rejeição total
1
. 
Criar e educar um filho com deficiência pode parecer a princípio, um grande desafio 
principalmente em razão da ideia que essa criança poderá ser dependente de seus pais, em 
vários aspectos durante toda a vida. Isso porque geralmente, não se oferece à família o apoio e 
as informações necessárias e adequadas acerca das condições e possibilidades de 
desenvolvimento de uma criança com deficiência, focando-se apenas nas limitações ou 
dificuldades que esta poderá ter. O que caracteriza uma visão estritamente médica em relação 
à pessoa com deficiência, entendendo a deficiência como uma deformidade a ser corrigida e 
não como uma característica peculiar que deve ser trabalhada em função da funcionalidade do 
sujeito. 
Foi com a intenção de romper com estes paradigmas, que em 1954 famílias 
empenhadas em buscar soluções alternativas para que seus filhos com deficiência 
alcançassem condições de desenvolvimento saudável e fossem incluídos na sociedade, com 
garantias de direitos como qualquer outro cidadão, criaram a primeira Associação de Pais e 
Amigos dos Excepcionais (Apae). Essa mobilização contou com apoio de vários profissionais 
que acreditavam na luta dessas famílias para incluir seus filhos na sociedade e na educação
2
. 
Foi então que no Brasil as organizações formadas por famílias e profissionais 
passaram a prestar serviços principalmente nas áreas de educação, saúde e assistência social 
para as pessoas com deficiência, construindo uma rede de promoção e defesa dos direitos das 
pessoas com deficiência intelectual e múltipla. Em Carinhanha a Apae foi fundada em 1993. 
 
1
Vivências de mães com um filho deficiente: um estudo fenomenológico Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002008000100007&script=sci_arttext&tlng=pt consultado em: 
11/09/015 
2
 Movimento apaeano: a maior rede de atenção à pessoa com deficiência disponível em: 
http://www.apaebrasil.org.br/#/artigo/2 acesso: 11/09/2015 
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002008000100007&script=sci_arttext&tlng=pt
http://www.apaebrasil.org.br/#/artigo/2
10 
As famílias organizadas por meio de associações, como as Apaes e as Pestalozzi, 
assumiram durante muito tempo e de maneira pioneira a educação da pessoa com deficiência 
em classes ou escolas especiais, que consistem em espaços específicos para escolarização 
dessas pessoas. Porém em 2008 entrou em vigor a portaria nº 948/2007 que instituiu a 
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
3
 que mudou o 
conceito de atendimento educacional especializado, que deixa de ser uma modalidade de 
ensino substitutiva e passa a ser um apoio complementar a escolarização em classes comuns 
do ensino regular, realizada no contra turno escolar. A partir disso houve um natural conflito 
conceitual, entre a conhecida educação especial e a novidade da educação inclusiva. 
 A Constituição Federal Brasileira de 1988
4
 reconheceu à educação como direito 
fundamental, necessária ao desenvolvimento humano saudável e autônomo, sendo dever da 
família e do Estado. A responsabilização das famílias com a educação da criança e as políticas 
de governo abre espaço para se investigar qual é de fato esse dever da família no processo de 
formação. Qual papel da família na formação do seu filho? Quando delimitamos essa questão 
às famílias que têm crianças com deficiência, a análise se torna ainda mais complexa. Pois 
nesses casos a família tem uma importância sine qua non no desenvolvimento da pessoa, 
sendo responsável pelos primeiros estímulos à autonomia, independência e participação na 
comunidade. Mas quando a família divide então a responsabilidade da educação formal da 
criança com o estado, quais são as obrigações da família e as do estado nesse processo? Assim 
o objetivo central do trabalho é discutir qual é o papel das famílias organizadas no processo 
de inclusão escolar das crianças e adolescentes com deficiência, isto é, na educação básica? 
Nossa ideia é buscar inferir alternativas de conciliação entre a educação especial 
historicamente organizada pelas famílias e a educação formal na perspectiva da educação 
inclusiva como determina a Política do Estado. 
A priori podemos considerar que a família poderá contribuir para inclusão de seus 
filhos, tornando-se mais participante na escola, buscando favorecer o desenvolvimento da 
criança ou adolescente com necessidades educacionais especiais em todo o seu processo de 
 
3
 A educação especial se organizou tradicionalmente como atendimento educacional especializado substitutivo 
ao ensino comum, evidenciando diferentes compreensões, terminologias e modalidades que levaram a criação de 
instituições especializadas, escolas especiais e classes especiais. Essa organização, fundamentada no conceito de 
normalidade/anormalidade, determina formas de atendimento clínico terapêuticos fortemente ancorados nos 
testes psicométricos que definem, por meio de diagnósticos, as práticas escolares para os alunos com deficiência 
.(BRASIL, 2008) 
4
 A constituição brasileira de 1988 destaca que: “III - atendimento educacional especializado aos portadores de 
deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;” (BRASIL, 1988) 
11 
aprendizagem, como nos orientam as literaturas mais recentes. Porém, um estudo sobre a 
inclusão escolar no município de Carinhanha é de grande relevância, sobretudo para constatar 
se os estudantes com deficiência estão concluindo as etapas de ensino tendo os apoios 
educacionais necessários para o seu desenvolvimento satisfatório. Tal constatação envolve as 
famílias na relação com o sistema de ensino do município, levando- os a refletir sobre a 
responsabilidade deles no monitoramento das políticas de inclusão escolar, inclusive 
pensando o papel das instituições de educação especial no auxílio ao ensino comum. 
Sendo assim, esse projeto pretende debater sobre o papel da família no processo da 
inclusão dos estudantes da Apae: Na rede pública de ensino de Carinhanha de modo a mostrar 
caminhos para essa parceria focando no bem estar das pessoas com deficiência e de suas 
famílias. 
Diante do exposto, as questões indutoras são: 1. Qualo papel da família no processo 
de inclusão escolar de alunos com deficiência intelectual no sistema regular de ensino no 
município de Carinhanha? 2. Em um desdobramento, de que forma a família dos alunos com 
deficiência tem participado e contribuído para o processo de inclusão de seus filhos nas 
escolas do município de Carinhanha, de forma a favorecer sua aprendizagem e 
desenvolvimento? 3. Como a Apae e outras instituições da sociedade civil organizada podem 
contribuir para o processo de inclusão escolar de pessoas com deficiência intelectual? 
 Antes de tudo, pensamos essas questões como problemas educacionais, sociais e culturais 
e ainda com desdobramento político, quando se pensa na participação da pessoa com 
deficiência intelectual e seus familiares no processo democrático político. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 Segundo a Secretaria de Educação Especial do Brasil “as deficiências não são fenômenos 
dos nossos dias. Sempre existiram e existirão”. (BRASIL, 1997, p.13) 
 
2.1. Aspectos conceituais e historiográficos 
 
 Na história das civilizações ocidentais as pessoas com deficiência foram vítimas de 
diversas formas de violência e segregação, que ficaram registradas através da carga semântica 
dos conceitos direcionados a elas. O conceito moderno que chegou até as gerações das últimas 
décadas do século XX no Brasil, revela o entendimento da deficiência como doença, uma 
herança do século XVIII. 
Atualmente a definição de deficiência envolve uma preocupação com seu uso prático 
em áreas diversas como, assistência social, saúde e educação, porém, alguns autores de 
vinculação científica como a biomedicina defendem a hipótese de ser possível desenvolver 
uma classificação universal de deficiências. Essa tendência torna-se relevante se considerado 
que a sociedade moderna incorporou a ciência à técnica, o que fez com que o conhecimento 
científico passasse a representar um forte argumento nos discursos políticos, como propõe 
Foucault “de fazer morrer e deixar viver (soberania)”, o poder passa “a fazer viver e deixar 
morrer (biopoder/biopolítica)”. Como exemplo dessa constatação é possível citar a 
perspectiva da “medicalização” ocorrida na modernidade, que fez com que a condição de 
deficiência fosse considerada hegemonicamente, como uma limitação física, sensorial ou 
mental, sendo as incapacidades da pessoa o foco de pesquisas, considerando a pessoa como 
defeituosa, mal formada e inválida. Tal concepção é ofensiva e está ligada a uma 
compreensão de aparência. Essa mentalidade motivou durante todo século XX, políticas de 
cirurgias corretivas, medicações e até o confinamento de pessoas com deficiência, como no 
caso dos manicômios. Essas concepções, que surgiram como forma de políticas e legislações 
levam ainda hoje a exclusão social dessa parcela da sociedade, que atualmente luta contra 
uma série de estigmas negativos. 
13 
A abordagem em relação à deficiência no contexto brasileiro foi então pautada durante 
muito tempo pela consideração biológica, em que era analisado o comprometimento do 
indivíduo, sendo a deficiência uma característica, que necessita então de alguma intervenção 
profissional para aperfeiçoá-la ou corrigi-la. Isso fez com que surgissem na segunda metade 
do século XX, uma série de métodos para diagnósticos e classificações, como é possível citar 
o influente Modelo de Deficiência desenvolvido por Saad Z. Nagi. 
Essa tendência passa a ser modificada a partir da década de 1980, em que a 
Organização Mundial de Saúde (OMS), publicou a classificação complementar à 
Classificação Internacional de Doenças (CID), a Classificação Internacional de Deficiências, 
Incapacidades e Desvantagens (CIDID), que considera deficiência como sendo uma ou mais 
restrições que impeçam o indivíduo de exercer atividades normalmente executáveis, 
considerando sua idade, sexo, condições sociais e culturais, focando ainda na deficiência 
como característica do sujeito, mas também considerando o ambiente como fator crucial para 
situação de deficiência. 
Em 2001 a Assembleia Mundial de Saúde aprovou o texto da Classificação 
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), cujo texto, se baseia na 
abordagem biopsicossocial que “... tenta chegar a uma síntese que ofereça uma visão coerente 
das diferentes perspectivas de saúde: biológica, individual e social.” No Anexo 5 do 
documento é ressaltada uma preocupação com o estigma da deficiência como uma forma de 
menosprezo da pessoa, conforme é possível constatar na citação adiante. 
No entanto, esta abordagem traz consigo o problema que poderia ser chamado de 
“saneamento de termos”. Os atributos negativos da condição de saúde de uma pessoa e a 
maneira como as outras pessoas reagem a essa condição são independentes dos termos 
utilizados para definir a condição. Seja qual for o termo atribuído à incapacidade, ela existe 
independentemente dos rótulos. O problema não é apenas uma questão de linguagem, mas 
também, e principalmente, uma questão das atitudes dos outros indivíduos e da sociedade em 
relação à incapacidade. (OMS, 2003, p. 198). 
 Nessa mesma tendência de pensamento no ano de 2006, foi publicada a Convenção 
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da Organização das Nações Unidas, ratificada 
em 2008 pelo Brasil, que define em seu Artigo primeiro, que “Pessoas com deficiência são 
aquelas que têm impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em 
interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade 
14 
com as demais pessoas.” (ONU, 2006, p. 3) A deficiência passa a ser considerada a partir do 
contexto social e não mais somente biológico, sendo os impedimentos da pessoa causados 
principalmente pelas barreiras sociais e ambientais, sejam elas arquitetônicas ou atitudinais. 
Essa posição retira da pessoa o estigma da deficiência e coloca estrutura organizacional da 
sociedade, sendo a sociedade a causadora de deficiências. As atitudes corretivas deixam de ser 
procedimentos cirúrgicos e passam a ser políticas públicas de acessibilidade e garantia dos 
direitos humanos fundamentais, sendo a dignidade um direito a ser conquistado por meio de 
mobilizações sociais. Davis fez uma reflexão entre a relação de impedimento e deficiência, 
em que afirma que a deficiência advém da construção social. No entanto, a CIF não 
desconsidera totalmente a necessidade do modelo médico e, portanto, a necessidade de uma 
classificação de deficiências, mas orienta que essa seja construída levando em consideração as 
estruturas sociais e os impedimentos que são postos às pessoas com deficiência. 
De forma geral citamos os principais documentos normativos e orientadores a cerca da 
definição do conceito de pessoa com deficiência, apontando o modelo médico de classificação 
de deficiências e o modelo social. Para análise dos dados relativos à pesquisa foi usado o 
modelo social, conforme orienta a citada Convenção. 
 
2.2. Um breve histórico da educação especial no ocidente 
 
 Na Europa, por volta do ano de 1500, tiveram início os primeiros movimentos 
organizados para educação de pessoas com deficiência. Antes disso, eles ficavam nos asilos 
para que pudessem ser protegidos, pois não se acreditava que pudessem se desenvolver 
(CARMO, 1999, p.26) 
 No século XVIII algumas pessoas se interessaram em organizar ações que tirassem os 
cegos de seus isolamentos, buscando desenvolver neles algumas habilidades que pudessem 
ser aproveitadas em âmbito coletivo (LEMOS, 1981, apud BUENO,1993, p.56) Diversos 
autores como, Jönsson (1994) e Mendes (1995), afirmam que até o século XVIII, a exclusão 
de pessoas com deficiência era generalizada, ou seja, as pessoas eram excluídas da sociedade 
em qualquer tipo de atividade, pois eram consideradas inválidas, sem utilidade e incapazes 
para trabalhar, característicasatribuídas indistintamente a todos que tivessem alguma 
deficiência. Nesta fase, não havia nenhuma atenção educacional direcionada a estas pessoas. 
15 
 Frente às atualizações conceituais a cerca da pessoa com deficiência que foram 
descritas no tópico anterior, surgiu o movimento de integração, com objetivo de acabar com 
exclusão social através de um plano de inserção destas pessoas na vida comunitária. As 
instituições foram se especializando para atender pessoas com necessidades educacionais 
especiais. Todavia a segregação continuou sendo praticada. Mas a ideia era prover serviços 
especializados as pessoas com deficiência já que a sociedade não aceitava receber tais pessoas 
nos serviços existentes na comunidade. 
 Nos Estados Unidos a década de 1960 ficou marcada por um aumento significativo 
de instituições especializadas, tais como: escolas especiais, clínicas de habilitação, oficinas 
protegidas de trabalho, clubes sociais especiais, associações desportivas especiais (ARANHA, 
2000). 
 Nesse contexto surge, em 1975, nos Estados Unidos a Declaração dos Direitos das 
Pessoas Deficientes (RIO DE JANEIRO, 1981) e o Programa de Ação das Nações Unidas 
(NAÇÕES UNIDAS, 1982) garantir os direitos conquistados, amparados legalmente pela lei 
PL. 94.142/75 (EUA, 1978) que regulamentou oficialmente a colocação de pessoas com 
deficiência em ambientes o menos restritivos possíveis, nos Estados Unidos. Essa tendência 
se revela também no ano de 1981, pois o lema do Ano Internacional das Pessoas com 
deficiência foi "Participação Plena e Igualdade", lançado pela ONU. 
 A história da Educação Especial no mundo passou por dois paradigmas, segundo 
Aranha (2000), a Institucionalização, o dos Serviços e o de Suportes, estando esse último 
fundamentado técnico-cientificamente no conhecimento sobre os ganhos em desenvolvimento 
pessoal e social provenientes da convivência na diversidade e, sócio-politicamente, no 
princípio da igualdade, que aponta para a inclusão, entendida como “o processo de garantia do 
acesso imediato e contínuo da pessoa com necessidades especiais ao espaço comum da vida 
em sociedade, independentemente do tipo de deficiência e do grau de comprometimento 
apresentado (ARANHA, 2000, p.13)”. 
 
 
 
 
16 
2.3. A história da educação especial no cenário brasileiro 
 
 No Brasil, foram dois períodos que marcaram a evolução da educação especial 
marcado pela natureza e abrangência de ações voltadas desenvolverem educação aos 
portadores de deficiência. O primeiro período (1854 a 1956) marcado pela primeira escola 
especial para deficientes (MAZZOTA, 1996, p.27) 
 Foi o Instituto de Meninos Cegos, inaugurada por D. Pedro I posteriormente outros 
estabelecimento foram inaugurados, com objetivos pedagógicos ou médico pedagógico com 
oficinas onde se utilizava a leitura tátil, explorando linhas em alto relevo para alfabetizar essas 
pessoas. Depois, esse Instituto passou a ser chamado de Instituto Nacional de Cegos e 
posteriormente, como até hoje é conhecido, Instituto Benjamin Constant. Em 1857, foi criado 
o Instituto Imperial de Educação de Surdos, situado no Rio de Janeiro. No início do século 
XX, o Método Montessori, criado pela médica Maria Montessori, surgiu para trabalhar com 
deficientes mentais. 
 O Método Montessori, inspirado na rotina diária e na ação funcional, fundamenta-se 
na estimulação sensório-perceptiva e autoaprendizagem. Empregou rico e variado material 
didático como: blocos, cubos e barras em madeira, objetos variados coloridos, material de 
encaixe e seriação, letras grandes em lixa e outros. O Método Montessori foi mundialmente 
difundido e até hoje é utilizado, inclusive no Brasil, na Educação Pré-Escolar de crianças sem 
qualquer deficiência (MEC, 2002, p.10). 
 O segundo período (1957 a 1993) o atendimento educacional aos deficientes foi 
assumido a nível nacional pelo Governo Federal. Neste segundo período ficou evidenciada a 
ação governamental no fim dos anos cinquenta instituindo campanhas específicas para o 
atendimento aos então portadores de deficiência. Sendo apenas este o período que a educação 
especial surgiu na política educacional brasileira
5
. 
 Com análise dos textos legais e os planos educacionais significativos para a educação 
especial no período de 1957 a 1993, tentou-se identificar e compreender os princípios e 
propostas oficiais relativos a política de educação especial. Tal análise demonstrou tamanha 
incoerência entre os princípios definidos nos textos legais e as propostas consubstanciadas nos 
 
5
 Disponível: http://www.faceq.edu.br/e-faceq/downloads/numero04/7-inclusao-de-criancas-com deficiencia.pdf 
17 
planos oficiais, evidenciando-se a ausência de uma política nacional de educação especial. A 
análise seqüencial dos textos legais, planos educacionais e os documentos oficiais revelam a 
permanência das mesmas posições filosóficas e políticas sobre formas diferenciadas pelos 
dirigentes. “A Educação Especial não deve ser entendida como simples instancia preparadora 
para o ensino comum; embora se deseje que o maior número de alunos possa dele beneficiar-
se.” (MAZZOTA, 1992, p.60). 
 Em 1994, A Conferência Mundial sobre Educação de Necessidades Especiais: Acesso 
e Qualidade em Salamanca – Espanha teve como fruto uma Declaração que registrou todos os 
acordos entre 92 países e 25 organizações internacionais: a Declaração de Salamanca. Esse 
documento defende a inclusão, participação, o gozo e exercício dos direitos humanos como 
essenciais à dignidade do homem. Além disso, valoriza o direito de todas as crianças 
aprenderem juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam 
ter. (CARVALHO, 2006, p. 56). 
 Em vista às discussões ocorridas nesses dois eventos, pode-se levar em consideração 
no processo inclusivo: o direito da família matricular a criança, quando chegar à idade certa, 
na escola da vizinhança e essa mesma escola comum, obrigatoriamente, fornecer-lhe o 
equipamento social que necessita para que ocorra, de fato, a inclusão proposta pela UNESCO, 
pelo Plano Decenal de Educação para Todos, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e 
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, nº 9394/96. O sistema de 
educação nacional começou a mobilizar as redes de ensino capacitando profissionais da área, 
ofertando materiais e equipamentos necessários à manutenção de pessoas com deficiência na 
rede regular de ensino. 
 Hoje, percebe-se que a busca pela qualificação profissional tem sido constante e, a 
luta por uma educação igualitária e equânime tem sido alvo das discussões das propostas 
políticas no Brasil. Eis aí o grande avanço da educação (CHAVES, 2003, p.27) 
 
2.4. Organizações das Famílias na oferta dos serviços especializados 
 
 O histórico cultural da pessoa com deficiência no Brasil é marcado pelo estigma de 
incapacidade e forte preconceito. Foi com base nessa verificação que algumas famílias se 
18 
empenharam em superar esses entendimentos negativos e buscar soluções para que seus filhos 
com deficiência intelectual ou múltipla alcançassem condições de serem incluídos na 
sociedade, com garantia de direitos como qualquer outro cidadão. 
 Nesse contexto, surgiram as primeiras associações de familiares e amigos que 
lançaram um olhar propositivo sobre as pessoas com deficiência. Convivendo com um Estado 
despercebido das necessidades de seus integrantes, tinham a missão de educar, prestar 
atendimento médico, suprir suas necessidades básicas de sobrevivência e lutar por seus 
direitos, na perspectiva da inclusão social. 
 A Apae – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais foi criada no Rio de 
Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1954 sob a influência de Beatrice Bemis. Recém-chegada 
dos Estados Unidos, membro docorpo diplomático norte-americano e mãe de uma pessoa 
com Síndrome de Down, já havia participado da fundação de mais de duzentas e cinquenta 
associações de pais; e admirava-se por não existir no Brasil, algo assim
6
. 
 Motivados por ela, um grupo, congregando pais, amigos, professores e médicos, 
fundou a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae do Brasil. A 
entidade passou a contar com a sede provisória, onde foram criadas duas classes especiais, 
com cerca de vinte crianças. A escola desenvolveu-se, seus alunos tornaram-se adolescentes e 
necessitaram de atividades criativas e profissionalizantes. Surgiu, assim, a primeira oficina 
pedagógica de atividades ligadas à carpintaria para deficientes no Brasil, por iniciativa da 
professora Olívia Pereira. 
 A entidade passou a contar com a sede provisória, onde foram criadas duas classes 
especiais, com cerca de vinte crianças. A escola desenvolveu-se, seus alunos tornaram-se 
adolescentes e necessitaram de atividades criativas e profissionalizantes. Surgiu, assim, a 
primeira oficina pedagógica de atividades ligadas à carpintaria para deficientes no Brasil, por 
iniciativa da professora Olívia Pereira. 
 As Apaes se espalharam por outros estados brasileiros, quando ao final de 1962, 
doze das dezesseis existentes, nessa época, encontraram-se, em São Paulo, para a realização 
da primeira reunião nacional de dirigentes Apaeanos, presidida pelo médico psiquiatra Dr. 
 
6
 Disponível em: http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/umbrevepanorama.htm consultado em: 
15/09/015 
http://www.pedagobrasil.com.br/educacaoespecial/umbrevepanorama.htm
19 
Stanislau Krynsky. Participaram as de Caxias do Sul, Curitiba, Jundiaí, Muriaé, Natal, Porto 
Alegre, São Leopoldo, São Paulo, Londrina, Rio de Janeiro, Recife e Volta Redonda. Pela 
primeira vez no Brasil, discutia-se a questão da pessoa com deficiência com um grupo de 
famílias que trazia para o Movimento suas experiências como pais de deficientes e, em alguns 
casos, também como técnicos na área. 
 Para uma melhor articulação de suas ideais, sentiram a necessidade de criar um 
organismo nacional. A primeira ideia era a formação de um Conselho e a segunda a criação da 
Federação Nacional das Apaes. Prevaleceu esta última, que foi fundada no d ia 10 de 
novembro de 1962, e funcionou durante vários anos em São Paulo, no Consultório do Dr. 
Stanislau Krynsky. O primeiro presidente da diretoria provisória eleita foi Dr. Antônio 
Clemente Filho. 
 Com a aquisição da sede própria, a Federação foi transferida para Brasília e o 
movimento logo se cresceu mais alcançando outras capitais e depois o interior dos Estados. 
Até se tornar um dos maiores movimentos sociais do mundo, na sua área de atuação. É uma 
explosão de multiplicação, verdadeiramente notável sob todos os aspectos, levando-se em 
conta as dificuldades de um país como nosso terrivelmente carente de recursos no campo da 
Educação; e mais ainda, na área de Educação Especial. Este crescimento vertiginoso se deu 
graças à atuação da Federação Nacional e das Federações Estaduais, que, seguindo a mesma 
linha filosófica da primeira, permitiram e incentivaram a formação de novas Apaes. Estas, por 
meio de congressos, encontros, cursos, palestras etc, sensibilizam a sociedade em geral, bem 
como viabilizam os mecanismos que garantam os direitos da cidadania da pessoa com 
deficiência no Brasil. 
Hoje aos 60 anos, existem 2.144 Apaes filiadas e 23 Federações Estaduais das Apaes 
que estão presentes em todas as regiões do país. As unidades prestam serviços de educação, 
saúde e assistência social a quem deles necessitam, constituindo uma rede de promoção e 
defesa de direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla, que hoje conta com 
cerca de 250 mil pessoas com deficiência. 
O movimento é um forte membro da “Inclusion International”, uma federação global 
de organizações que defendem os direitos humanos de pessoas com deficiência intelectual, 
sendo uma das maiores organizações não governamentais do mundo e possuindo ligação com 
a ONU. Tem sido um veículo para as vozes de pessoas com deficiência e seus familiares no 
mundo todo por mais de 40 anos. 
20 
 Atualmente a população com deficiência no Brasil soma 45.606.048 de brasileiros, o 
que corresponde a 23,9% da população total, sendo, 18,60% Visual, 5,10% Auditiva, 7% 
Motora e 1,40% Mental ou Intelectual. Consideramos ainda um alto percentual e verificamos 
também que grande parte dessa população ainda não tem acesso a serviços especializados que 
lhes garantam uma qualidade de vida adequada. Com isso continuamos empenhados na 
promoção da justiça social e da ampliação de serviços que garantam uma melhor qualidade de 
vida para pessoa
7
. 
 
 2.5. As políticas de inclusão no Brasil e os desafios da escola pública 
 
 Foi durante a década de 1980, 1990 e no início do século XXI, que a educação 
passou a ser defendida com afinco como política pública em diversos âmbitos, delegando aos 
sistemas de ensino a responsabilidade necessária de desenvolver novas metodologias 
educacionais capazes de ir além da simples “colocação ou integração” do sujeito na escola. 
Foi somente diante das radicais mudanças sociais frente à modernidade e com a instauração 
da escolaridade obrigatória que de fato o desenvolvimento humano começa a ser avaliado e 
novos comportamentos começaram a ser exigidos. 
 Muito se fala de inclusão, e em que consiste a inclusão como política pública 
nacional? A inclusão refere-se á admissão da pessoa com deficiência na vida social e 
educativa. Todos os alunos devem ser incluídos nas escolas regulares, em todos os seus 
níveis, da Educação infantil ao ensino superior (MANTOAN, 1998, MRECH,1999) 
 E percebe-se que é urgente pensar e agir numa perspectiva inclusiva para que 
tenhamos uma educação de qualidade para todos os alunos, de acordo como o que prescreve a 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96 para que se construa com eficácia 
uma prática escolar que opere sobre a lógica inclusiva. Mas a estrutura da instituição 
educacional ainda é uma grande barreira, pois apesar de existirem políticas públicas 
educacionais avançadas, as escolas regulares, em esmagadora maioria, carecem de recursos 
físicos e financeiros, e principalmente humanos (professores especializados), para que 
aconteça realmente a inclusão do aluno na sala de aula (BRASIL.1996,p.14) 
 
7
 Disponível em: http://www.apaebrasil.org.br/#/ consultado em: 22/09/2015 
http://www.apaebrasil.org.br/#/
21 
 A escola deve atuar como facilitadora da comunicação e da difusão de informações 
sobre deficiência, visando a estimular a inclusão social, a melhoria da qualidade de vida e o 
exercício da cidadania das pessoas com deficiência. A inclusão é uma inovação, e muitas 
vezes, seu sentido tem sido muito distorcido e polemizado pelos mais diferentes segmentos 
educacionais e sociais. No entanto, inserir alunos com déficits de toda ordem, permanentes ou 
temporários, mais graves ou menos severos no ensino regular nada mais é do que garantir o 
direito de todos à educação e isto está assegurado pela Constituição. 
 Para descrever o percurso da educação inclusiva, observa-se o cenário educacional 
brasileiro sob três ângulos: o dos desafios provocados por essa inovação, o das ações no 
sentido de efetivá-la nas turmas escolares, incluindo o trabalho de formação de professores e, 
finalmente o das perspectivas que se abrem à educação escolar, a partir da sua 
implementação. O princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas 
educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles, os alunos 
com deficiência (MONTOAN,1988,p.32). 
 A inclusão,como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos 
provoca e exigem da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que 
o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação 
que implica num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de 
nossas escolas. 
 As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em suas turmas regulares 
se justificam, na maioria das vezes pelo despreparo dos seus professores para esse fim. 
Existem também as que não acreditam nos benefícios que esses alunos poderão tirar da nova 
situação, especialmente os casos mais graves, pois não teriam condições de acompanhar os 
avanços dos demais colegas e seriam ainda mais marginalizados e discriminados do que nas 
classes e escolas especiais (LIBÂNEO, 2003, p.225). 
 Em ambas as circunstâncias, o que fica evidenciado é a necessidade de se redefinir e 
de se colocar em ações novas alternativas e práticas pedagógicas, que favoreçam a todos os 
alunos, o que, implica na atualização desenvolvimento de conceitos e em aplicações 
educacionais compatíveis com esse grande desafio. 
 É de suma importância termos consciência que a educação inclusiva não se faz apenas 
por decretos ou diretrizes. Ela é construída na escola por todos, na confluência de várias 
22 
lógicas e interesses sendo preciso saber articulá-los. Por ser uma construção coletiva requer 
mobilização, discussão e ação de toda a comunidade escolar. 
 A verdadeira transformação da escola acontecerá quando realmente criarmos condições 
para que TODOS os alunos possam atuar efetivamente nesse espaço educativo. Para Mittler 
(2001), “a escola inclusiva só começa com uma radical reforma da escola, com a mudança do 
sistema existente e repensando-se inteiramente o currículo para alcançar as necessidades de 
todas as crianças”. 
 De acordo com o autor a inclusão não representa simplesmente transferir o aluno da 
escola especial para a escola regular, pois, ela requer uma mudança na mente e nos valores, 
para as escolas e para a sociedade em geral, porque subjacente à sua filosofia está à 
celebração da diversidade. 
 Quando pensamos em educação inclusiva e uma escola realmente para TODOS é 
interessante lembrarmos o que diz Paulo Freire ao redefinir o conceito de educar. 
 Para ele, o processo educacional deve partir da vida e da realidade local do educando. 
Isso possibilita desenvolvimento da consciência crítica dos alunos, para combater as formas 
de opressão, injustiças e desigualdades, e construir formas de libertação, justiça e 
solidariedade. 
 Assim todas essas questões se remetem a operacionalização dessas estratégias, que 
envolvem o lugar do professor e também os currículos escolares. 
 Em 2008 entrou em vigor a portaria nº 948/2007 que instituiu a Política Nacional de 
Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, cujo principal objetivo é garantir o 
pleno acesso dos estudantes com deficiência nas escolas comuns. 
 
2.6 – Práticas pedagógicas para pessoas com deficiência intelectual 
 
Em relação às práticas pedagógicas adotadas em sala de aula, as limitações do aluno 
com deficiência intelectual, sejam elas de ordem conceitual, prática ou social, devem ser 
levadas em consideração. Mas não do ponto de vista da incapacidade e sim do da 
23 
funcionalidade. O professor deve buscar as potencialidades do sujeito, buscando práticas que 
melhor possam desenvolvê-las. 
Em outros termos, as práticas pedagógicas sempre são influenciadas pelas dimensões 
individuais do docente e pelas influências que recebem do contexto sociopolítico e cultural 
em que a escola está inserida. As palavras de Sacristán (1999) são ilustrativas: 
 A prática educativa é algo mais do que a expressão do ofício dos professores. (...) 
Sua gênese em outras práticas que interagem com o sistema escolar e, além disso, é 
devedora de si mesma, de seu passado. São características que podem ajudar a 
entender as razões das transformações que são produzidas e aquelas que não chegam 
a acontecer (SACRISTÁN, p. 91, 1999). 
 Nesse processo o agente primordial é o professor, pois as suas experiências como 
professor e ex-aluno, as características da turma, bem como a organização da instituição 
escolar e as prescrições curriculares do sistema no qual se insere, acabam por definir suas 
opções didáticas (LUNARDI, 2004). 
 No Brasil, ao longo da década de noventa, cresceram as discussões sobre práticas 
curriculares, especialmente a partir da divulgação dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs) (BRASIL, 1997) elaborados em consonância com o artigo 210 da Constituição 
Federal. Os PCNs, tal quais as políticas de inclusão escolar, sofreram influências dos 
organismos internacionais em sua elaboração (FERREIRA, 2005). 
 Diante do exposto, há varias estratégias que o professor poderá considerar em sala de 
aula para o desenvolvimento do trabalho com aluno deficiente intelectual. Como orientações 
de pensamento têm as seguintes doutrinas: 
No caso das teorias da aprendizagem são três as filosofias subjacentes – a 
comportamentalismo (behaviorismo), a humanista e a cognitivista (construtivismo) 
– embora nem sempre se possa enquadrar claramente determinada teoria de 
aprendizagem em apenas uma corrente filosófica. (Grifos do autor). 
 
Na lógica do comportamentalismo, 
 
As aprendizagens desejadas [...] aquilo que os alunos deveriam aprender, eram 
expressas em termos de comportamentos observáveis. Os objetivos 
comportamentais definiam, da maneira mais clara possível, aquilo que os alunos 
24 
deveriam ser capazes de fazer, em quanto tempo e sob que condições, após a 
instrução. A avaliação consistia em verificar se as condutas definidas nos objetivos 
comportamentais eram, de fato, apresentadas ao final da instrução. Se isso acontecia, 
admitia-se implicitamente, que havia ocorrido aprendizagem. (op. cit. p. 14). 
 
Enquanto que, na visão do construtivismo, 
 
[...] é uma posição filosófica cognitivista interpretacionista. Cognitivista porque se 
ocupa da cognição, de como o indivíduo conhece, de como ele constrói sua estrutura 
cognitiva. Interpretacioniata porque supõe que os eventos e objetos do universo são 
interpretados pelo sujeito cognoscente. O ser humano tem a capacidade criativa de 
interpretar e representar o mundo, não somente de responder a ele. (op. cit. p. 15). 
 
 O humanismo, por sua vez, é uma filosofia que, 
 
[...] vê o ser que aprende, primordialmente, como pessoa. O importante é a 
auto-realização da pessoa, seu crescimento pessoal. O aprendiz é visto como 
um todo – sentimentos, pensamentos e ações – não só o intelecto. Neste 
enfoque, a aprendizagem não se limita a um aumento de conhecimentos. Ela 
é penetrante, visceral, e influi nas escolhas e nas atitudes do indivíduo. 
Pensamentos, sentimentos e ações estão integrados, para bem ou para mal. 
Não tem sentido falar do comportamento do da cognição sem considerar o 
domínio afetivo, os sentimentos do aprendiz. Ele é pessoa e as pessoas 
pensam, sentem e fazem coisas integradamente. (op. cit. p. 16). 
 
 Como orientação para as práticas educacionais de estudantes com deficiência intelectual, 
estaremos considerando essas orientações. 
 
 
 
25 
2.7. Política de atenção integral e integrada para pessoas com deficiência intelectual e 
múltipla. 
 
 Em nosso país a educação é um direito garantido pela Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988, que deu origem à Lei nº 7.853/1989, posteriormente 
regulamentada pelo Decreto nº 3.298/1999. Esses documentos nacionais, junto a outros, com 
destaque para as Leis nº 10.048 e nº 10.098, de 2000; e o Decreto nº 5.296/2004, conhecido 
como o decreto da acessibilidade, coloca-nos em igualdade com o ideário da Convenção 
Internacional sobre os Direitosdas Pessoas. 
 Construir uma política de atenção integral desafia a Rede Apae desde 2008, 
implicando ações de organização, oferta e monitoramento contínuo de serviços de qualidade 
na áreas de saúde, educação e assistência social. A visão de uma política integrada reflete o 
compromisso social da Rede para com o seu público-alvo, agregando os serviços ofertados 
em suas unidades filiadas aos parceiros locais, de modo a aperfeiçoar os recursos da 
comunidade, na perspectiva da territorialidade. 
 O objetivo principal da política é contribuir para o atendimento efetivo da pessoa com 
deficiência e sua família, incluindo o encaminhamento para serviços disponíveis externos à 
Apae, quando necessário, e o acompanhamento sistemático dos resultados obtidos, de modo a 
promover a integralidade da assistência durante o ciclo de vida dos seus usuários Em nosso 
país a educação é um direito garantido pela Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988, que deu origem à Lei nº 7.853/1989, posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 
3.298/1999. Esses documentos nacionais, junto a outros, com destaque para as Leis nº 10.048 
e nº 10.098, de 2000; e o Decreto nº 5.296/2004, conhecido como o decreto da acessibilidade, 
coloca-nos em igualdade com o ideário da Convenção Internacional sobre os Direitos das 
Pessoas. 
 Construir uma política de atenção integral desafia a Rede Apae desde 2008, 
implicando ações de organização, oferta e monitoramento contínuo de serviços de qualidade 
na áreas de saúde, educação e assistência social. A visão de uma política integrada reflete o 
compromisso social da Rede para com o seu público-alvo, agregando os serviços ofertados 
em suas unidades filiadas aos parceiros locais, de modo a otimizar os recursos da 
comunidade, na perspectiva da territorialidade. 
26 
 O objetivo principal da política é contribuir para o atendimento efetivo da pessoa com 
deficiência e sua família, incluindo o encaminhamento para serviços disponíveis externos à 
Apae, quando necessário, e o acompanhamento sistemático dos resultados. 
 De acordo como o artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, 2004): 
...é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder 
público assegurar, com absoluta prioridade a efetivação dos direitos referente 
à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, e à 
convivência familiar e comunitária (ECA, 2004, p.11). 
 O Estatuto, a sociedade, a família, a comunidade e o poder público têm o dever de 
acompanhar o desenvolvimento da criança para que os pais tenham uma visão melhor do filho 
em relação à escola, é necessário que ele esteja bem informado e escutar à professora com 
toda sua experiência em sala de aula, com alunos que têm a mesma idade de seus filhos pode 
ser útil para a família, pois ambas podem trabalhar juntas as dificuldades e o melhoramento 
do filho/aluno. E Tiba (2007, p.189, 190) afirma ao falar da escola, que deveria ser um 
trabalho em conjunto, no qual poderia ser ouvida a voz do coração e a voz da razão dos 
personagens da educação: a mãe, o pai e a escola. 
 A característica mais importante da atividade profissional do professor é o intermédio 
entre o aluno e a sociedade, entre as condições de origem do aluno e sua destinação social na 
sociedade, papel que cumpre provendo às condições e os meios que respaldem o encontro do 
aluno com as matérias estudadas. Esses objetivos educacionais estão ligados uns aos outros, 
pois “o processo de ensino é ao mesmo tempo um processo de educação.” (LIBÂNEO, 1991, 
p. 71) 
 Ainda de acordo com Libâneo (1991), a didática e as tarefas do professor buscam os 
seguintes objetivos primordiais: assegurar ao aluno domínio do conhecimento científico mais 
seguro e duradouro; criar meios para desenvolver habilidades e capacidades intelectuais, para 
dominarem os métodos de estudo e de trabalho intelectual para uma futura autonomia; e 
orientar as tarefas de ensino com o objetivo educativo da formação da personalidade. 
 
 
27 
3. Objetivos 
 
3.1. Objetivo Geral 
 
Apontar caminhos para conciliação entre o histórico serviço de educação especial 
ofertado por organizações familiares e o moderno processo de inclusão escolar de pessoas 
com deficiência intelectual em classes comuns do ensino regular, a partir do levantamento da 
realidade de uma escola regular de ensino comum e da rede de apoio à inclusão escolar de 
estudantes com deficiência do município de Carinhanha. 
 
 
3.2. Objetivos específicos 
 
 Investigar como está organizado o sistema educacional da Rede Pública Municipal de 
Carinhanha e suas estratégias de trabalho com as famílias organizadas no processo de inclusão 
escolar de pessoas com deficiência intelectual; 
 Mostrar um diagnóstico da inclusão escolar de pessoas com deficiência intelectual no ensino 
público de uma escola comum de Carinhanha, comparando com a oferta de educação especial 
da Apae, na visão dos professores dessas instituições; 
 Entender qual a melhor função da escola especial tradicional em meio à Política de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
4. METODOLOGIA 
 
A metodologia utilizada é de base qualitativa, seguindo a proposta de Martins
8
, por 
permitir a flexibilização das técnicas de análise de dados. Favorecendo as descrições dos 
participantes dentro de vários pontos de vista. 
 
4. 1. Contexto da pesquisa 
 
A pesquisa foi realizada em duas instituições de ensino do município de Carinhanha, a 
primeira foi uma associação de pais e amigos que oferece atendimento educacional 
especializado nas modalidades substitutiva e complementar a 22 anos. Atualmente são 90 
estudantes com deficiência matriculados nos turnos matutino e vespertino. 
 A segunda instituição de ensino pesquisada foi uma escola pública Municipal com ensino 
fundamental, que atende uma média de 590 alunos, entre os quais cinco têm deficiência. A 
escola foi fundada em 2003. Há acessibilidade só na entrada da escola e no espaço físico da 
instituição não oferece o atendimento educacional especializado AEE. 
 
4.2. Participantes 
 
 Participaram da pesquisa duas professoras, uma identificada neste trabalho como Maria, 
que ministra aulas na instituição de pais e amigos e Ana que ministra aulas na rede pública de 
ensino. Os nomes reais das participantes foram substituídos por nomes fictícios para preservar 
o sigilo das professoras. 
 
4.3. Materiais 
 
 Foram utilizados os seguintes materiais: 
 
7 
29 
 1 Gravador de áudio 
 6 questionários impressos; 
 1 relatório impresso sobre os dados coletados; 
 Um computado com conexão com a internet, para transmissão de conteúdos e 
pesquisa de bibliografia. 
 
4.4. Instrumentos de Construção de Dados 
 
 Para atender aos objetivos propostos, foram elaborados três roteiros de entrevistas para 
o levantamento de dados qualitativos: 
 
Questionário para os professores 
 
1- Houve alguma mudança na estrutura física da escola para receber pessoas com deficiência 
intelectual? Em caso positivo afirme quais e em caso negativo aponte quais mudanças seriam 
necessárias. 
2- Em sua opinião a socialização entre a criança com deficiência intelectual e as demais 
crianças ocorre de maneira positiva ou existe preconceito e dificuldades de aceitação por parte 
das demais crianças? Caso haja de dificuldade na socialização, quais são as medidas adotadas 
em sala de aula para melhorar a convivência? 
3- Houve alguma adaptação curricular ou metodologia indicada para uso dos professores que 
atuam nas salas com estudantes com deficiência intelectual? Em caso positivo, relatar quais, 
em caso negativo, indicar quais medidas poderiam ser usadas.4- Na visão do professor os estudantes com deficiência intelectual estão progredindo de serie 
tendo um aprendizado satisfatório conforme os currículos ofertados e os padrões nacionais da 
educação básica? 
5- A escola especial é desnecessária em seu município? Todos os estudantes com deficiência 
intelectual têm condições de estar na escola comum? 
6- Qual o papel da Apae e das famílias de estudantes com deficiência intelectual no processo 
de inclusão escolar destas pessoas? 
30 
 
O questionário foi construído com base entre três indicadores principais, que foram: 1. 
Nível de socialização; 2. Nível de satisfação em relação a aprendizagem do estudante; 3. 
Acessibilidade, tanto do ponto de vista dos métodos pedagógicos quanto da infraestrutura 
escolar. 
 
4.5. Procedimentos de Construção de Dados 
 
 O projeto para realização desta pesquisa foi apresentado aos gestores das duas escolas 
participantes, no momento em fora solicitada a autorização para usar o instrumento de 
pesquisa no âmbito da escola. Após a devida autorização, a pesquisadora envolveu os 
voluntários que se disponibilizaram a participar e responder os questionamentos elaborados, 
as respostas foram gravadas em áudio e despois transcritas para análise. 
 Todos os participantes preencheram e assinaram o termo de consentimento, que 
descriminava os métodos e objetivos da pesquisa, as entrevistas foram feitas com base em um 
cronograma acertado com os participantes entre os meses de setembro e outubro de 2015. As 
informações obtidas estão organizadas no tópico 5 do trabalho. 
 
4.6. Procedimentos de Análise de Dados 
 
A análise dos dados foi feita a partir da organização do registro das informações em 
tabelas divididas por participantes e perguntas, para que facilite a categorização dos dados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 Para facilitar a organização dos dados qualitativos foram usados quadros demonstrativos, 
que separam as professores e as questões direcionadas, conforme segue abaixo: 
QUADRO 1. Dados de análise dos professores entrevistados 
Tópicos da Revisão de 
Literatura ou 
Referencial Teórico 
 
 Objetivos 
 
Resultados 
 
 
No âmbito da Educação 
inclusiva, muitos 
autores discutem sobre 
o papel da família no 
processo de inclusão. A 
família como unidade 
primária é de extrema 
importância na inclusão 
escolar, pois atua como 
mediador entre a escola 
e o meio social. 
 
Objetivo Geral 
 
Professora A 
 
Professora B 
 
 
 
 
 
 
 
Observar o processo de 
inclusão dos estudantes 
da Apae na transição 
para a rede publica de 
ensino em Carinhanha. 
Importância da família 
nesse processo. 
 
Maria afirma que na 
Apae há trabalhos com 
as famílias e esses 
trabalhos refletem no 
desempenho do aluno. 
 
 
 
 
Ana ressalta a 
importância dos pais na 
vida escolar do aluno 
incluso, entretanto nem 
todos os pais são 
presentes. 
Conforme relatos de 
Maria, a Apae esta 
sempre em busca de 
melhoria para atender 
os alunos, a mais nova 
foi o laboratório de 
informática com novas 
rampas e corrimão não 
só para atender aos 
alunos com deficiência 
e as demais pessoas que 
faz o uso das 
Ana informou que 
houve algumas 
mudanças sim na 
estrutura da escola, 
porém essas mudanças 
não são suficiente para 
melhorar o 
aprendizado. 
 
Toda criança tem 
direito a educação. 
Dentro do contexto da 
inclusão, as escolas 
precisam estar 
preparadas para atender 
essas crianças, e a 
família deve garantir 
que a inclusão seja 
efetivada. 
32 
instalações. 
. 
FONTE: o autor (2015) 
 
CONTINUAÇÃO - QUADRO 1 
Tópicos da Revisão de 
Literatura ou 
Referencial Teórico 
Objetivos 
Específicos 
Educadores do AEE Educadores da Escola 
Classe 
Ao falarmos sobre o tema 
da inclusão, 
ocasionalmente nos 
deparamos com um 
problema de socialização 
entre as crianças , nem 
sempre a interação ocorre 
de maneira positiva, para 
que isso aconteça é 
preciso sanar o 
preconceito e promover a 
aceitação 
 Identificar as 
dificuldades de 
interação entre 
os alunos no 
processo de 
inclusão. 
 
 
Maria afirma que na 
Apae todos tem um 
ótimo relacionamento, 
Mas em relação aos 
alunos que estudam que 
estudam na escola 
regular eles relatam que 
alguns colegas chamam 
por apelido. 
 
 
Segundo informou Ana 
há certo tipo de 
preconceito, no entanto 
tenho trabalhado muito 
esse problema através 
de diálogo. 
 
Para Maria rede pública 
deveria realizar 
palestras para orientar 
os alunos sobre o 
preconceito. 
 
Ana salientou o quando 
é importante o diálogo 
para acabar com as 
diferenças. 
 A inclusão é a 
consequência de uma 
escola de qualidade, para 
que ultrapassemos esse 
pressuposto, precisamos 
que as escolas tenham 
profissionais talhados e 
metodologia adequada 
 
 
 Analisar se a 
metodologia a 
de ensino e a 
capacitação dos 
Maria afirma ter feito 
curso de capacitação e 
em sala de aula ela 
sempre ajusta o 
currículo de acordo o 
nível de competência de 
cada um. 
Ana relatou não ter 
feito curso de 
capacitação e com isso 
a mesma afirma não 
oferecer atendimento 
educacional 
especializado. 
Segundo Maria a Segundo Ana a rede 
33 
para atender a demanda de 
alunos inclusivos. 
professores capacitação é 
imprescindível para 
atender o novo perfil de 
aluno e de escola na 
perspectiva da inclusão. 
Pública deveria oferecer 
formação continuada 
para os professores 
saberem como lidar 
com o aluno portador 
de deficiência 
intelectual. 
A escola especial tem um 
papel primordial no 
desenvolvimento de um 
aluno com deficiência, 
pois oferece atendimento 
educacional especializado 
aos alunos ,entretanto, o 
ensino regular promove ao 
aluno incluso o 
desenvolvimento das 
interações sociais que lhe 
fara construir bases para o 
relacionamento social. 
 
 Analisar o papel 
da escola 
regular, e da 
escola especial 
na vida do 
aluno. 
 
 
 
 
 
 Para Maria como 
professora da Apae a 
escola especial é de 
extrema importância 
para dar respaldo e 
auxílio ao aluno , e a 
escola regular ajudar no 
processo de 
socialização, permite 
que o aluno cresça 
cognitivamente. 
Segundo Ana a escola 
especial é um suporte 
ao ensino regular. 
 
Maria relata que as 
escolas especiais e a 
família são alicerces 
importantíssimos no 
processo de inclusão. 
Ana salienta que os 
professores deveriam 
ter uma formação 
continuada, para maior 
contribuição no 
trabalho com o aluno 
incluso e a família 
como fazem a Apae 
 
FONTE: o autor (2015) 
Após um estudo sistematizando dos dados iniciais obtidos com a pesquisa, observando 
o quadro abaixo podemos ponderar pontualmente as respostas das entrevistas com a 
professora da Apae e a professora da rede municipal, considerando que ambas atuam no 
âmbito educacional Carinhanha. 
 
5.1. Respectivas respostas da professora da Apae e da professora da rede municipal de 
ensino de Carinhanha 
34 
 
QUADRO 2. Houve alguma mudança na estrutura física da escola para receber pessoas com deficiência 
intelectual? Em caso positivo afirme quais, e em caso negativo aponte quais mudanças seriam necessárias. 
 
Maria Sim, a Apae está sempre em busca de melhoria para atender aos alunos, com o 
objetivo de promover acessibilidade em todas as suas instalações. 
 
Ana Houve algumas mudanças sim na estrutura da escola, porém essas mudanças não 
são suficientes para melhoria do aprendizado. 
FONTE: o autor (2015) 
 
De forma geral pelas informações obtidas tanto a escola comum quanto a escola da 
Apae são espaços físicos acessíveis as diferentes necessidades das pessoas com deficiência. 
Ainda na opinião da professora da escola comum a acessibilidade não interfere positivamente 
com o aprendizado. 
 
QUADRO 3. Em sua opinião a socialização entrea criança com deficiência intelectual e as demais 
crianças ocorre de maneira positiva ou existe preconceito e dificuldades de aceitação por parte das 
demais crianças? Caso haja dificuldade na socialização, quais são as medidas adotadas em sala de aula 
para melhorar a convivência? 
Maria Na Apae todos têm um ótimo relacionamento, quando acontece algum mal entendido 
não é nada que não possamos solucionar com uma boa conversa. 
Mas os alunos que estudam na escola regular e frequentam a Apae no contra turno 
relatam que alguns colegas os chamam por apelido. Em minha opinião as instituições 
de ensino público precisam realizar palestras sobre inclusão social para que possa ser 
atenuado o preconceito. 
Ana Há certo tipo de preconceito, no entanto tenho trabalhado muito esse problema através 
de diálogo. 
FONTE: o autor (2015) 
 
35 
O processo de inclusão escolar no Brasil é um tema recente, estamos caminhando para 
um processo de conscientização e adaptação, tudo que é novo é um processo sofrido e lento, 
segundo uma pesquisa desenvolvida por Batista (2001), afirma que alunos com deficiência 
não eram bem aceitos pelos demais colegas, e, passavam a maior parte do tempo sozinhos, e 
apresentavam dificuldades tanto para iniciar como finalizar os trabalhos. 
Tendo como base a pesquisa de Batista assim como a pesquisa realizada com as 
professoras de Carinhanha, observa-se que os alunos inclusos encontram resistência e 
preconceito por parte das outras crianças, apesar da boa vontade da professora em tentar 
mediar a situação, porém sem apoios objetivos para isso. Já a professora da Apae relata uma 
normalidade nas relações entre os estudantes, porém nota um posição diferente dos estudantes 
incluídos no AEE. 
 
QUADRO 4. Houve alguma adaptação curricular ou metodologia indicada para uso dos professores que 
atuam nas salas com estudantes com deficiência intelectual? Em caso positivo, relatar quais, em caso 
negativo, indicar quais medidas que poderiam ser usadas. 
 
Maria Em sala de aula sempre ajusto o currículo de acordo com o nível de competência de 
cada um, no meu caso que sou professora do pré-escolar crio condições no ambiente e 
adequo as matérias, principalmente na sua independência com AVD (atividades da vida 
diária). 
 
Ana Não houve essa adaptação feita na escola, mas procuro buscar através de sites. Em 
minha opinião poderia acontecer formação continuada para o professor saber como 
lidar com o aluno portador de deficiência intelectual. 
FONTE: o autor (2015) 
 
Para que ocorra a inclusão, as escolas precisam estar qualificadas, a escola precisa 
oferecer condições para trabalhar com aquele aluno com profissionais qualificados, as práticas 
pedagógicas da escola também precisam ser revistas assim como as atividades precisam 
adaptadas para atender a necessidade de cada aluno incluso. No quesito metodologia 
especializada, a professora da Apae a educação voltada para do desenvolvimento da 
36 
autonomia, relacionando as matérias comuns da educação básica com o contexto das 
atividades cotidianas, criando assim um aprendizado significativo com base na realidade 
concreta do indivíduo. Essa prática pode ser considerada como o que a Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência, defende como educação para vida, diferente de uma 
abstração teórica dos conteúdos como normalmente ocorre nas salas de aula do ensino 
regular. 
Já a professora do ensino comum, admite não usar nenhuma metodologia específica, 
mas demonstra boa vontade em usar os recursos que têm disponíveis, como no caso a internet 
para buscar novos conhecimentos que a auxiliem em seu trabalho em sala de aula. 
Nesse contexto, como integrar as práticas da escola especial com a escola comum? 
 
QUADRO 5 - Na visão do professor os estudantes com deficiência intelectual estão progredindo de série 
tendo um aprendizado satisfatório conforme o currículo ofertado e dentro dos padrões nacionais da 
educação básica. 
 
Maria Proporcionamos um apoio especializado para realização de algumas tarefas, com 
conteúdos diversificados, procurando os pontos de maiores dificuldade. 
 
Ana Os professores deveriam ter uma formação continuada, para maior contribuição no 
trabalho com o aluno incluso e a família como fazem as Apaes, o desempenho poderia 
ser melhor. 
FONTE: o autor (2015) 
No que se referem às dificuldades enfrentadas pelos alunos com deficiência 
intelectual, as entrevistadas afirmam que têm falta de formação continuada para os 
professores atenderem as exigências da legislação e a falta de experiência. Da análise feita à 
realidade das práticas inclusivas na escola pública ficou evidente que muito terá que ser feito. 
Se quisermos superar os problemas existentes, a escola deve proporcionar formação aos 
professores nesta área, bem como seminários complementares durante o ano letivo. 
 
37 
QUADRO 6 - A escola especial é desnecessária em seu município? Todos os estudantes com deficiência 
intelectual têm condições de estar na escola comum? 
 
Maria Não as escolas especiais precisam existir, como professora da Apae acredito que a 
criança com deficiência deva estudar na escola regular pois estamos no processo de 
inclusão, e acesso pleno aos direitos sociais independentemente do espaço físico onde 
esses direitos serão exercidos. 
 
Ana Através de um planejamento de estudo realizado de forma diferenciada em cada tipo de 
estudante, enfatizando as características pessoais do aluno e suas necessidades imediatas. 
FONTE: o autor (2015) 
 
 A inclusão pressupõe práticas educacionais efetivas e não apenas a presença física 
do estudante em sala aula e requer uma série de condições básicas, que precisamos mobilizar, 
como: a presença de especialistas nesta matéria, modificações metodológicas, organizacionais 
e novas estratégias de ensino-aprendizagem, a implicação das famílias e um trabalho 
interdisciplinar por parte de todos os profissionais. Neste contexto a escola especial não pode 
ser descartada como mais uma possibilidade educacional, não importando o lugar onde a 
aprendizagem acontece. Ao mesmo tempo, as professora reconhecem a possibilidade da 
inclusão plena, mas não com os apoios disponíveis no momento. 
 
QUADRO 7 - Qual o papel da Apae e das famílias de estudantes com deficiência intelectual no processo 
de inclusão escolar destas pessoas? 
 
Maria Na Apae realizamos trabalhos com a família e temos observado que depois que 
começamos a trabalhar com os familiares os pais mais frequentes conseguem bons 
avanços com seus filhos. 
 
Ana Ambos são alicerce para o processo de inclusão. 
FONTE: o autor (2015) 
38 
 
A importância da família como núcleo social primário propicia condições básicas de 
amor, crescimento, maturação e integração social. A Apae do Município de Carinhanha é de 
extrema importância, pois a mesma visa o desenvolvimento do aluno como um todo, 
trabalhando com a família mediando a inclusão escolar na rede pública de ensino. Além disso, 
a Apae reúne as famílias em um projeto de integração escolar com a família, isto, por ser uma 
associação de pais que atua para o progresso da pessoa com deficiência intelectual e múltipla, 
reconhecida como uma referência pela rede de ensino do município. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Através de todos os questionamentos e embasamentos desse trabalho podemos 
verificar evidências de melhoras quantitativas e qualitativas no desenvolvimento integral dos 
alunos que frequentam a Apae de Carinhanha e que passaram a frequentar educação inclusiva 
em escolas de ensino público de Carinhanha. O processo de educação inclusiva propõe 
mudanças significativas entorno da compreensão e valorização dos direitos humanos. A 
organização familiar no processo de inclusão é imprescindível no contexto escolar. Neste 
sentido colaboramos com Sassaki (1998) ao afirmar que envolvimento dafamília nas práticas 
inclusivas da escola ocorre quando existe entre a escola e a família, um sistema de 
comunicação; os pais participam nas reuniões da equipe escolar para planejar, adaptar o 
currículo e compartilhar sucessos; as famílias são reconhecidas pela escola como parceiros 
plenos junto à equipe escolar. 
 Para o sucesso da inclusão, é necessário considerar mais alguns componentes 
essenciais: ambiente estruturado e adaptado às necessidades de cada um, abordagem de ensino 
que facilite seu aprendizado e flexibilização curricular, fatores estes que não devem ser 
utilizados unicamente para os alunos com deficiência, mas para todos que necessitem de um 
currículo adequado à sua individualidade. 
 Portanto, o objeto de estudo deste trabalho, a escola pública de ensino aponta para 
realidades estáticas ou conclusivas, que mostra lacunas que ainda não foram preenchidas, de 
como ainda será possível encontrar elementos motivadores dessa relação Escola-Família, 
assim como a integração das práticas da escola especial em relação à pessoa com deficiência 
intelectual. Com base na observação das informações levantadas e dos dados obtidos, pode-se 
avaliar que a referida escola está composta por professores sem formação específica em 
educação inclusiva e estímulos. Há uma angústia geral dos professores das classes comuns 
por não saber lidar com alunos com deficiência intelectual, e não conseguem por tanto, 
efetivar o processo inclusão escolares e de aproximação das famílias. 
 Com as análises das falas dos professores, percebi que há um desejo enorme em dar 
uma educação de qualidade para os alunos com deficiência intelectual, entretanto, faltam 
mecanismos e apoios para atingir os objetivos de um sistema de ensino público efetivo e 
eficiente, em que os alunos possam se sentir seguros e capazes. 
40 
 Assim, buscar a importância da Apae de Carinhanha, no trabalho com a escola 
comum, buscando definir sua contribuição na inclusão escolar na rede pública de ensino, 
podemos perceber os desafios que hoje encontram-se em realizar as suas atividade as lutas 
constantes em assegurar a qualidade de vida, possibilitando a independência e a possível 
autonomia dos estudantes com deficiência intelectual, garantindo a sua participação efetiva 
na comunidade. 
 Como a expressão de Rousseau “não existiria sociedade alguma se não houvesse um 
ponto que os interesses concordassem”. (ROUSSEAU, 2010, p.33) Assim é fundamental que 
os interesses das pessoas com deficiência intelectual estejam um elo que mobilizem os 
diferentes setores da sociedade em busca de justiça e bem estar, objetivando alcançar uma 
educação para todos, centrada no respeito à valorização das diferenças. 
41 
REFERÊNCIAS 
 
 
AMARAL, Ligia Assumpção. Conhecendo a Deficiência (em companhia de Hércules). 
Serie Encontro com a psicologia.São Paulo –SP:Robe Editorial.1995 
 
Apae 50 anos de História São Paulo, 2011. 
 
ARANHA, M.S.F, (1991). A interação social e desenvolvimento de relações interpessoais 
do eficiente em ambiente integrado.Tese de Doutorado,Universidade de São Paulo,São 
Paulo. 
 
 ARANHA, M.S.F ( 1995). Integração social do deficiente: análise conceitual e 
metodológica.Tema em Psicologia, 2,63-70. 
 
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PORTADOR DE DEFICIENCIA: A NOVA E A EDUCAÇÃO ESPECIAL. Rio de 
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BRASIL. Decreto Nº3.298/99- Regulamenta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, que 
dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 
consolidas as normas e dá outra providências. 
 
 _____. Decreto nº 914/93 - Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência. Brasília/DF. 1983. 
 
 
______. Decreto Nº 3956/01 - Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de 
todas as formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. (Convenção da 
Guatemala). Brasília/DF. 2001. 
 
______. Decreto Nº 5.296/04 - Regulamenta as Leis n° 10.048 e 10.098 com ênfase na 
Promoção de Acessibilidade. Brasília/DF. 2004. 
 
______. Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Brasília/DF: Senado Federal. 
2005. 
 
42 
BRASIL. Lei N.º 7853/89. Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua 
integração social, sobre a CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou 
difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras 
providências. Brasília/DF. 1989. 
 
______. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 
1988. 16. ed. Atual. São Paulo: Saraiva. 1997. 
 
______. LEI Nº 8069/90 - ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
______. LEI Nº 8742/93 – Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Dispõe sobre a 
organização da Assistência Social e dá outras providências. Brasília/DF. 1993. 
 
_____. LEI Nº10.098/00 - Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da 
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras 
providências. 
 
_____. LEI Nº 8899/94 - Concede passe livre às pessoas portadoras de deficiência no sistema 
de transporte coletivo interestadual. 
 
_____.DECRETO Nº 5.626/05 - Regulamenta a Lei 10.436 que dispõe sobre a Língua 
Brasileira de Sinais – LIBRAS 
 
_____. Lei n° 11.126/ de 27.06.05 – e Decreto n° 5.904, de 21.09.06 (regulamentam o uso do 
Cão-Guia por pessoas cegas). 
 
BRASIL. Educação especial, deficiência mental. Brasília: Secretaria da 
educação especial - SEESP. 1997. 150p. 
 
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BRASIL. “Resolução CNE/CEB Nº04/2009, Institui Diretrizes Operacional para 
Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. 
Diário da União, Brasília, 05 de outubro 2009 seção 1, p.17. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido: saberes necessários à prática educativa. São 
Paulo: Editora Paz e Terra. 13ª ed. 1996. 
 
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MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Fundamentos de Educação Especial. São Paulo: 
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MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação Especial no Brasil: Historia e Políticas 
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Platão; A República; Martin Claret; São Paulo: 2001. 
 
43 
 
ROUSSEAUL, Jean-Jacques. Do Contrato Social. Tradução de Ricardo Rodrigues da 
Gama. 1ª ed. São Paulo: Russel, 2010. 
 
SALAMANCA. A Declaração de Salamanca sobre Princípios: Política e Prática em 
Educação Especial. Salamanca, Conferência Mundial sobre Necessidades em Educação 
Especial, 1994. 
 
SCHIMIDT, Mario. Nova história crítica. 7ª Ed.;- São Paulo, 2003 
 
VIEIRA, Carlos Alberto Komora. Entidades Filantrópicas: um patrimônio a preservar. 
(In) Mensagem da APAE. Federação Nacional das Apaes (Fenapaes). Ano 20 – n° 72. 
Brasília/DF-FENAPAEs, 199 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
APÊNDICES 
 
 
Questionário para os professores 
 
1- Houve alguma mudança na estrutura física da escola para receber pessoas com deficiência 
intelectual? Em caso positivo afirme quais e em caso negativo aponte quais mudanças seriam 
necessárias. 
2- Em sua opinião a socialização entre a criança com deficiência intelectual e as demais 
crianças ocorre de maneira positiva ou existe preconceito e dificuldades de aceitação por parte 
das demais crianças? Caso haja de dificuldade na socialização, quais são as medidas adotadas 
em sala de aula para melhorar a convivência? 
3- Houve alguma adaptação curricular ou metodologia indicada para uso dos professores que 
atuam nas salas com estudantes com deficiência intelectual?

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