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➢ Conteúdo: ✓ Princípios da atividade empresarial; ✓ Teoria geral do Direito de Empresa e Empresa Individual; ✓ Sociedades personificadas e não personificadas; ✓ Sociedade simples; ✓ Sociedade em nome coletivo; ✓ Sociedade em comandita simples; ✓ Sociedade limitada; ✓ Cooperativismo; ➢ Direito Empresarial Esquematizado – Tarcisio Teixeira Direito Empresarial refere-se a todo exercício profissional de atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços, exceto intelectual. Direito Comercial referia-se apenas aos comerciantes e algumas outras atividades, menos amplo. Surgiu pelas necessidades dos comerciantes não atendidas pelo Direito Civil. Verçosa aponta isso com o desenho de dois círculos concêntricos, o Direito Empresarial maior que o Comercial. ➢ Origem e Evolução O desenvolvimento do conceito de propriedade individual foi fundamental para as relações comerciais, em sua fase inicial consistia no comércio de troca (GOLDSCHIMIDT). Depois surgiu a mercadoria intermediária, comércio de compra. Apenas com a venda por atacado é que a atividade passou a ser tida como profissional. Império Romano sem regramento específico, submetido ao direito privado comum (Direito Civil). Direito Canônico não deixou incorporar algumas práticas comerciais, como juros. Direito Comercial pode ser dividido em 3 fases: 1ª dos usos e costumes (fase subjetiva, Antiguidade a 1807), 2ª da teoria dos atos de comércio (fase objetiva, 1807-1942) e 3ª da teoria da empresa (fase subjetiva moderna, a partir de 1942). Teoria dos atos de comércio (Direito Comercial francês, 1807) adotado pelo Brasil em 1850, com o objetivo de estabelecer regras quanto as compras e revendas. Para ser comerciante precisava ser habitual e profissionalmente (mercancia). Teoria da empresa (Itália, 1942), alcança qualquer atividade econômica organizada para a produção ou para a circulação de bens ou de serviços, exceto intelectuais. Considerado empresário, “quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou Direito Empresarial a circulação de bens ou de serviços”. ➢ Desenvolvimento no Brasil Brasil-colônia, relações jurídicas reguladas pelas Ordenações Portuguesas, com influência do Direito Canônico e Romano. 1822, influência francesa, espanhola e portuguesa. O código de 1850 adotava a teoria dos atos de comércio. Código Civil de 2002, revogou-se a primeira parte do Código de 1850, passando a ser regulado pelo Código Civil. Código Civil de 2002 passou a reger tanto as obrigações civis quanto empresariais. Apesar do caos na época, entende-se que o D.E é mais dinâmico em suas relações e normas, enquanto o D.C é estável e conservador nas relações. ➢ Direito Empresarial O objeto do Direito Empresarial é regular as relações entre empresários e dispor sobre as regras das sociedades empresariais. O Direito Civil estabelece conceitos necessários do Direito Empresarial, como pessoa natural e jurídica, bens, obrigações, contratos em geral, propriedade etc. O comércio é a atividade com fins lucrativos relevantes para o movimento de mercadorias, cada elemento referente ao comércio é denominado matéria de comércio. Atividade negocial é toda atividade que tenha a finalidade de lucro. E-commerce é o comércio eletrônico. Fontes: primárias (leis) e secundárias (costumes). Usos e costumes empresariais são “práticas continuadas” de agentes econômicos que são aceitas pelos empresários como regras positivadas e obrigatórias, vigoram quando a lei (empresarial e civil) não possui normas expressas para regular o assunto. Ex.: boleto bancário. Legislação brasileira, os usos e costumes devem estar assentados no Registro Público de Empresar Mercantis e atividades afins, Lei n. 9.934/94, art. 8º, inc. VI., Decreto n. 1.800/96 que regulamenta a Lei n. 8.934/94. ➢ Empresário Empresário é aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, art. 966, CC – influência do Código italiano de 1942. “É empreendedor quem exerce profissionalmente uma atividade econômica organizada para o fim da produção ou da troca de bens ou de serviços”. Atividade é o conjunto de atos para alcançar um fim comum, também chamado de empresa. Atos jurídicos são aqueles que têm efeito na esfera do Direito. Atos materiais são aqueles que não geram efeitos jurídicos. Econômica gera riqueza por meio da produção. Fatores de produção: natureza (matéria-prima), capital, trabalho e tecnologia. Profissionalidade pressupõe habitualidade, pessoalidade e especialidade. Produção ou circulação de bens ou de serviços: produzir bens (fabricar/industrializar mercadorias, acrescentar valor pelo processo de transformação), produzir serviços (prestar serviços, como bancos, exceto), circular bens (revenda) e serviços (realizar a intermediação entre cliente e fornecedor). ➢ Perfil de empresa: Objetivo: empresa como patrimônio, destinado ao exercício da empresa. Art. 1.142, CC. Subjetivo: empresa como sujeito de direitos. Corporativo: empresa como instituição, conjunto de pessoas em razão de um objetivo comum. Funcional (dinâmico): empresa como atividade empresarial, organização produtiva a partir da coordenação pelo empresário pelos fatores de produção. ➢ Direito Societário Não cabe nas relações societárias o Código de Defesa do Consumidor, pois não é relação de consumo. Aplicável o CC e leis especiais. Sociedade é um ente que tem natureza contratual. Surge com o registro de seu contrato social no órgão competente. Pessoa física (natural). Pessoa jurídica é a entidade legalizada, como unidade orgânica e estável de pessoas para fins de natureza pública ou privada. Ex.: União, autarquias, ONU etc. (direito público) e associações, partidos políticos, empresas individuais de responsabilidade limitada, sociedades (direito privado). A extinção ocorre com a averbação da dissolução e respectiva liquidação da sociedade. Desconsiderada (suspende temporariamente a personalidade jurídica aos efeitos de separação e limitação patrimonial) quando não cumpre com o objetivo, não é o mesmo que anulação (deixar de existir). Abuso da personalidade jurídica se configura como desvio de finalidade, ou seja, a utilização da sociedade de forma abusiva, por meio de atitudes fraudulentas e ilícitas. Sociedade anônima é a primeira sociedade regular, com personalidade jurídica, destinada a empreendimentos de vulto, venda de títulos – ações – séc. XVIII, Inglaterra, contexto de R. industrial. A limitação da responsabilidade dos investidores era o correspondente ao valor das ações. Sociedade limitada – séc. XIX, Alemanha – empreendimentos menores, como padaria etc. Surgiu pela necessidade dos comerciantes individuais de limitar a responsabilidades e separação patrimonial pelo desenvolvimento das atividades. ➢ Classificação: Refere-se a responsabilidade dos sócios. Limitada quando a responsabilidade dos sócios possui limites patrimoniais vinculados ao valor das ações. Mistura de sociedade capital e sociedade de pessoa, antes do CC de 2002 era regulada pelo Decreto n. 3.708/1919, limitação vinculada as ações. Ilimitada, os sócios respondem com seus bens pessoais, sem limites pelas obrigações assumidas pela sociedade, como ocorre na sociedade em nome coletivo. Mista, há tanto sócios com responsabilidade limitada quanto com ilimitada, tal como, comandita simples ou comandita por ações. Personificada é aquela que detém personalidade jurídica própria,apta para adquirir direitos e obrigações por ter contrato social registrado no órgão próprio. Não Personificada sem personalidade jurídica, porque não foi registrada no registro competente, tem todas as obrigações da personificada, mas sem os direitos desta. - Subdivide-se em sociedade de fato (sem contrato escrito, apenas acordo verbal entre os sócios) e sociedade irregular (tem contrato assinado, mas não foi levado em órgão competente). Sociedade simples não é empresária, se refere às atividades intelectuais. Art. 966, CC. Empresária é aquela na qual o objeto social é a exploração de qualquer atividade econômica. Nome coletivo coletivamente todos os sócios respondem pelas dívidas da sociedade de forma ilimitada, pertence a sociedade personificada. Composta exclusivamente por pessoas físicas, pressupõe afinidade entre os sócios, sociedade de pessoas. Respondem de forma solidária e ilimitada, podem delimitar as responsabilidades entre si. Art. 997, CC. Comandita simples é aquela em os há sócios com responsabilidade limitada e ilimitada, possui personalidade jurídica, mistura de responsabilidades. Está em desuso. Há o comandito (responsabilidade solidária e ilimitada – p. física), pode ser o administrador, entra com capital e trabalho, respondem ilimitadamente aos terceiros e comanditários (responsabilidade limitada ao valor das ações e podem ser físicas ou jurídicas), respondem pela integralização das ações. Art. 1045, CC. Cooperativismo, colaboração entre sócios. Regida pela Lei n. 5.764/71. Nº mínimo é 20 para a formação. Art. 3º prevê que quem celebra o contrato deve contribuir com bens ou serviços reciprocamente, sem objetivo de lucro (apenas para auferir renda). Sociedade simples. Personificada Sociedade Não personificada Simples Empresária Empresária Empresária Comum Conta de participação Nome C. Empresá ria Limitada Empres ária Empres ária Comandita S. Empresária Nome C. Empresá ria Limitada Empres ária Empres ária Comandita S. Empresária ➢ Dissoluções: Término ou extinção de uma sociedade requer o procedimento que consiste em dissolvê-la e depois liquidar. A dissolução pode ser parcial (penhora de credor pessoal do sócio, liquidação transformará as quotas objeto da penhora em dinheiro) ou total (encerrar a existência da sociedade, pela vontade das partes ou obrigação por contrato, lei ou determinação judicial) Liquidação no caso da dissolução total é para vender o ativo, pagar o passivo e dividir o saldo restante entre os sócios, ainda permanece a personalidade jurídica. O liquidante pode ser sócio ou pessoa estranha ao societário, administrador da sociedade ou não, quando não for administrador é necessário acervar sua nomeação no registro competente. CC, art. 1.102. Extinção é o término da existência da sociedade, perda de personalidade jurídica, por averbação no registro competente. ➢ Resolução Resolução no sentido de rescisão, no caso de morte, pode chamar também de exclusão do sócio. Morte ocorre a liquidação das quotas e o dinheiro entregue aos herdeiros na proporção das ações. CC, 1028, caput. Direito de Retirada em relação a um sócio (CC. Art. 1029), ninguém será obrigado a contratar, nem permanecer contratado. O sócio pode se retirar com notificação prévia de no mínimo 60 dias, se for por prazo determinado somente por ordem judicial nos casos de justa causa. Nos primeiros 30 dias, a partir da notificação, os sócios podem optar pela dissolução da sociedade, principalmente nos casos em que o sócio que está saindo é o principal membro da sociedade em termos de capacidade negocial ou intelectual ou pela fama. As ações do retirante serão liquidadas, s/ ingresso de novo sócio. Falta grave, sócio excluído por descumprimento de suas obrigações, como desvio de recursos do caixa da sociedade. Incapacidade superveniente quando o sócio se tornar incapaz em decorrência de problemas de saúde, após ingressar na sociedade. Falência no caso do sócio que tiver a qualificação de empresário individual ou de titular de empresa individual de responsabilidade limitada, decisão judicial. CC, art. 1030. Cooperativa Empresári a Sócio devedor, suas quotas executadas e liquidadas pelo não pagamento de débitos pessoais. CC, 1.030. Dissolução irregular é o encerramento da atividade sem a devida liquidação e extinção, implica na responsabilidade dos sócios e administradores pelas dívidas da sociedade com a desconsideração da personalidade jurídica. ➢ Expressões: Sócio: participa da sociedade – parte das quotas ou ações. Dividendo: lucro dividido entre os sócios. Lucro: remuneração/retorno obtido pelo capital. Prejuízo: perda de capital investido pelo insucesso do negócio. Pro labore: remuneração do administrador/sócio que trabalha na empresa. Direito de retirada: sócio tem de sair do quadro societário. Cessão de quotas: alienação das quotas sociedades, ato de transferir (venda ou doação). ➢ Princípios Livre-iniciativa é a liberdade de exercício de atividade econômica lícita, os agentes econômicos agem sem a intervenção estatal. Chamado também, economia de mercado ou neoliberalismo. Maior parte da atividade econômica provém da iniciativa privada. Anotação aula: A liberdade de iniciativa envolve a liberdade de indústria e comércio ou liberdade de empresa e a liberdade de contrato. Art. 170, assegura a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independente de autorização de órgãos públicos, salvo casos previstos em lei. (SILVA, José Afonso. 2007, p. 793) Dignidade da pessoa humana é adotada pelo texto constitucional concomitantemente com o fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, III) e com o fim da ordem econômica (mundo do ser) (art. 170, caput - "a ordem Econômica... tem por fim assegurar a todos existência digna"). Embora assuma concreção como direito individual, a dignidade da pessoa humana, enquanto princípio, constitui, ao lado do direito à vida, o núcleo essencial dos direitos humanos. (EROS GRAU, A ordem econômica na Constituição de 1988. 2008, p. 196). A liberdade de iniciativa econômica privada, num contexto de uma Constituição preocupada com a realização da justiça social (o fim condiciona os meios), não pode significar mais do que liberdade de desenvolvimento da empresa no quadro estabelecido pelo poder público, e, portanto, possibilidade de gozar das facilidades e necessidade de submeter-se às limitações postas pelo mesmo. É legítima, enquanto exercida no interesse da justiça social. Será ilegítima, quando exercida com objetivo de puro lucro e realização pessoal do empresário. (SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 2007, p. 794). Princípio da Valorização do Trabalho humano. A Constituição declara que a ordem econômica é fundada na valorização do trabalho humano e na iniciativa privada. Que significa isso? Em primeiro lugar quer dizer precisamente que a Constituição consagra uma economia de mercado, de natureza capitalista, pois a iniciativa privada é um princípio básico da ordem capitalista. Em segundo lugar significa que, embora capitalista, a ordem econômica dá prioridade aos valores do trabalho humano sobre todos os demais valores da economia de mercado. Conquanto se trate duma declaração de princípio, essa prioridade tem o sentido de orientar a intervenção do Estado na economia a afim de fazer valer os valores sociais do trabalho que, ao lado da iniciativa privada, constituem o fundamento não só da ordem econômica,mas da própria República Federativa do Brasil (art.1º,IV). SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo, 2007, p.788; Princípio da Livre Concorrência, art. 170, IV. Visam tutelar o sistema de mercado e, especialmente, proteger a livre concorrência, contra a tendência açambarcadora da concentração capitalista. A Constituição reconhece a existência do poder econômico. Este não é, pois, condenado pelo regime constitucional. Não raro esse poder econômico é exercido de maneira anti-social. Cabe, então, ao Estado intervir para coibir o abuso. (p. 795) SILVA Mad Credito Constitucional Positive. 28 edições, revista e atualizada até a Emenda. Princípio de defesa do consumidor, art. 170, V. A definição legal de consumidor encontra-se prevista no artigo 2º, caput, da lei 8.078/1990: "Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final". Princípio de defesa do meio ambiente, art. 170, VI, o desenvolvimento sustentável procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. In Wikipédia, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia 2009. Disponivel Acesso em 10 fev 2009. Princípio da redução das desigualdades regionais e sociais, art. 170, VII. A redução das desigualdades regionais e sociais é, também, um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 3º, III) e, já vimos, por um lado, que os direitos sociais e os mecanismos da seguridade social são preordenados no sentido de buscar um sistema que propicie maior igualização das condições sociais, e, por outro lado, consignamos, alhures, a preocupação constitucional com a solução das desigualdades regionais, prevendo mecanismos tributários (Fundo Especial) e orçamentários para tanto (regionalização, arts. 43 e 165, §19). (p. 796). SILVA, José Ameda Curso de Direito Constitucional Positive, 28 edição, revista a atualizada até a Emenda Cool5, de 19/12/2006, São Paulo: Malheiros, 2007. Princípio do Pleno emprego Pleno emprego é expressão abrangente da utilização, ao máximo grau, de todos os recursos produtivos. Mas aparece, no art. 170, VIII, especialmente no sentido de propiciar trabalho a todos quantos estejam em condições de exercer uma atividade produtiva. Trata-se do pleno emprego da força de trabalho capaz. Ele se harmoniza, assim, com a regra de que a ordem econômica se funda na valorização do trabalho humano. Isso impede que o princípio seja considerado apenas como mera busca quantitativa, em que a economia absorva a força de trabalho disponível, como consumo absorve mercadorias. Quer-se que o trabalho seja a base do sistema econômico, receba o tratamento de principal fator de produção e participe do produto da riqueza e da renda em proporção de sua posição na ordem econômica. (p. 797). SILVA José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 28° edição, revista e atualizada até a Emenda Constitucional n. 53, de 19/12/2006. São Paulo: Malheiros, 2007. Princípio do tratamento diferenciado para as microempresas e empresas de pequeno porte – art. 179, IX O microempresário e o empresário de pequeno porte, por sua vez, têm constitucionalmente assegurado o direito a tratamento jurídico diferenciado, com o objetivo de estimular-lhes o crescimento com a simplificação, redução ou eliminação de obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias (CF, art.179). (p.76). COELHO, Fábio Ulhoa, Curso de Direito Comercial, volume 1: Direito de Empresa. 13. ed. Sal va, 2009. Princípio da propriedade privada e da função social da propriedade - ARTS. 59, XXII e XXIII; 170, II e III A propriedade sempre foi justificada como modo de proteger o indivíduo e sua família contra as necessidades materiais, ou seja, como forma de prover à sua subsistência. Acontece que na civilização contemporânea, a propriedade privada deixa de ser o único, senão o melhor meio de garantia da subsistência individual ou familiar. Em seu lugar aparecem, sempre mais, a garantia de emprego e salário justo e as prestações sociais devidas ou garantidas pelo Estado, como a prevalência contra os riscos sociais, a educação e a formação profissional, a habitação, o transporte, e o lazer. (p. 235/236). GRAU, Eros Roberto. A ordem econômica na Constituição de 1988 139 alizada. São Paulo: Malheiros Editores, 2008. ➢ Empresa Individual O Empresário Individual (EI) pode ser entendido como um regime empresarial constituído por uma única pessoa. Sendo assim, não há a presença de nenhuma outra pessoa física nem jurídica. Contudo, o empresário deve ficar atento e descobrir se preenche os requisitos mínimos para se inscrever nesse regime. O empresário responde com seu patrimônio pessoal pelas obrigações contraídas por sua empresa. Em outras palavras, a responsabilidade do empresário é sempre ilimitada, a lei proíbe que atividades regulamentadas sejam realizadas por meio do Empresário Individual, bem como servidores públicos. Entre elas estão advocacia, engenharia e arquitetura. ➢ Direito de Empresa - Alfredo de Assis Gonçalves Neto Direito brasileiro: havia uma corrente voltada para a doutrina e legislação comparada, direito comercial para regular empresas e atividades por ela desenvolvidas. É lege ferenda1. Direito comercial surgiu com os comerciantes da Idade Média. A mercantilização do direito refere- se a matéria anteriormente exclusiva do direito comercial passando a ser de direito comum. Essa influência do direito empresarial sobre o civil (LYON- CAEN) é um fenômeno constante e universal, uma vez que é uma lei de evolução natural – quando duas 1 Normas em processo de elaboração ou aprovação. legislações coexistem, a menos formalista tende a se estender e tornar a legislação única e comum. Destaca-se três fenômenos do Direito Empresarial: ampliação do seu campo, generalização de suas normas e generalização – perda de caráter especial. Em 2002, o Código Civil passou a ter uma seção especial que regulou o direito empresarial. ➢ Direito Empresarial Começa na Idade Média. 3 fases: antiguidade (origem), subjetiva e objetiva. Atualmente, acrescentou- se mais uma fase, Subjetiva Moderna – atual estágio do direito comercial. Outra forma de formação histórica: corporativismo (séc. XII a XVI), período da formação dos Estados nacionais (final do séc. XVI), inaugurada pela R.F (final séc. XVIII) e a última a partir da 1ª Guerra Mundial – intervencionismo estatal. Devido a Carta Política de 1988 e desenvolvimento da chamada teoria material da Constituição culminou-se na constitucionalização de princípios, não mais relegados a preencher lacunas da legislação infraconstitucional, mas como regras condutoras da aplicação e alcance das disposições constitucionais – concepção Estado principialista, Paulo Bonavides. A Lei Fundamental destaca dentre os fundamentos: livre iniciativa (art. 1º, IV), liberdade de trabalho, ofício e profissão (art. 5º, XXXII). Ao regular a atividade econômica garante a propriedade privada dos meios de produção, livre concorrência, defesa do meio ambiente e busca do pleno emprego (art. 170 e incisos), construção da sociedade justa (art. 3º, I). Princípio constitucionalimplícito da preservação da empresa. Código Civil (2002) destaca empresário como aquele que exerce atividade econômica de forma organizada, para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, exceto atividade intelectual (art. 966). Matéria de comércio é toda aquele que se contém no desenrolar da atuação profissional do empresário ou agente econômico. A atividade intelectual é pré- excluído do direito comercial por não comportar, atuação organizada ou padronizada (CC, art. 966). Critérios de classificação do empresário, destinatário de suas normas: qualitativo (natureza da atividade e modo e exercício) e quantitativo (atuação em massa). Sociedade simples não se subordina à disciplina do direito de empresa, mesmo que este regule os diversos tipos de sociedades empresárias e as normas especiais. Quem não é empresário é aquele que exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com concurso de auxiliares ou colaboradores. Podendo ser considerada como atividade empresarial quando o titular organize o trabalho de terceiros, numa clara organização dos meios de produção – empresarialidade. Pág 35/69