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CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia FARMACOLOGIA UNIDADE I: Histórico e conceitos sobre Farmacologia ANA CAROLINA BRITO AZEVEDO Junho / 2022 Campus Muzambinho CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia FARMACOLOGIA UNIDADE I: HISTÓRICO E CONCEITOS SOBRE FARMACOLOGIA ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS DE FARMACOLOGIA Fármaco (pharmacon = remédio): substância química com estrutura química conhecida, usada para beneficiar o organismo. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia Medicamento (medicamentum = remédio): preparação usando-se drogas de ação farmacológica benéfica, comprovadas cientificamente. São substâncias produzidas com rigoroso controle técnico para atender às especificações determinadas pela Anvisa em laboratórios (Indústrias) sob a fiscalização de um farmacêutico. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia Droga (drug = remédio, medicamento, droga): qualquer substância química com estrutura química conhecida, capaz de provocar alterações no organismo. Pode ser benéfica (fármaco) ou maléfica (tóxico). Princípio ativo: é a substância que vai fazer efeito no organismo. Absorção: é a passagem do fármaco do local em que foi administrado para a circulação sistêmica. Constitui-se do transporte da substância através das membranas biológicas. Tratando-se da via de administração intravenosa, não se deve considerar a absorção, uma vez que, neste caso, o fármaco é administrado diretamente na corrente sanguínea. Biodisponibilidade: indica a quantidade de drogas que atinge seu local de ação ou um fluido biológico de onde tem acesso ao local de ação. É uma fração da droga que chega à circulação sistêmica. Distribuição: é a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. Remédio (re = novamente; medior = curar): todo meio ou atitude utilizada para levar saúde ou bem-estar ao indivíduo – isso inclui também o medicamento; procedimento (ginástica, massagem, acupuntura, banhos); fé ou crença; influência, bem como qualquer ação que seja realizada com o objetivo de melhora. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia Placebo (placeo = agradar): tudo o que é feito com intenção benéfica para aliviar o sofrimento: fármaco/medicamento/droga/remédio (em concentração pequena ou mesmo na sua ausência). O efeito placebo pode ainda ser usado para testar a validade de medicamentos ou técnicas verdadeiras. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia Biotransformação ou metabolismo: é a transformação do fármaco em outra(s) substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas inespecíficas. A biotransformação ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos pulmões e no tecido nervoso. Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos estão as características da espécie animal, a idade, a raça e fatores genéticos. Metabólito: é o produto da reação de biotransformação de um fármaco. Os metabólitos possuem propriedades diferentes das drogas originais. Geralmente, apresentam atividade farmacológica reduzida e são compostos mais facilmente eliminados. Em alguns casos, podem apresentar alta atividade biológica ou propriedades tóxicas. Excreção ou eliminação: é a retirada do fármaco do organismo, seja na forma inalterada ou na de metabólitos ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por diferentes vias e varia conforme as características físico-químicas da substância a ser excretada. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia O CAMINHO DO MEDICAMENTO NO ORGANISMO Imagine um paciente que ao se queixar de dor de dente recebe do dentista a prescrição de ibuprofeno. Para que haja melhora, o ibuprofeno terá que interagir com o organismo e modificar seu funcionamento, diminuindo a sensação de dor. Nesse caso, o paciente não aplica o ibuprofeno diretamente no dente; utiliza, por exemplo, uma cápsula administrada via oral, engole o medicamento com água e depois de alguns minutos a sensação de dor começa a desaparecer. Esse efeito só acontece porque foi escolhida a forma farmacêutica adequada (cápsula) que leva o princípio ativo contido na formulação por todo o trato digestório (via de administração: oral) até chegar ao estômago. A cápsula é desintegrada no estômago, e só então o ibuprofeno se mistura ao suco gástrico e segue seu caminho até o intestino, onde entra na corrente sanguínea para que CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia seja carregado por todo o organismo. E, quando o princípio ativo passar pelo local responsável pela sensação de dor, ele altera as funções que estão em curso, possibilitando a diminuição dessa sensação. Esse é um dos caminhos que o medicamento percorre no organismo. O exemplo que tomamos se refere a uma cápsula utilizada pela via oral, mas podemos pensar em casos nos quais são utilizadas outras formas farmacêuticas (como comprimidos, drágeas ou soluções) ou outras vias de administração (intravenosa ou sublingual). De acordo com a via de administração, há caminhos diferentes e para compreendê-los melhor é importante estudar conceitos relacionados à Farmacologia. O QUE É FARMACOLOGIA? Farmacologia é a ciência que estuda o fármaco e como ele age no organismo desde a sua administração até a sua eliminação. A farmacologia é dividida em farmacodinâmica e farmacocinética. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia A farmacodinâmica refere-se ao que o medicamento faz no organismo – em que locais ele age, quais são seus mecanismos de ação e seus efeitos (terapêuticos e/ou tóxicos). A farmacocinética é o estudo da velocidade com que os fármacos atingem o sítio de ação e são eliminados do organismo, bem como dos diferentes fatores que influenciam na quantidade de fármaco a atingir no seu sítio. Basicamente, estuda os processos metabólicos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das drogas. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia FARMACOCINÉTICA Um medicamento, quando administrado a um organismo, terá que liberar o fármaco para que o mesmo atue no local afetado pela doença. Toda a movimentação do fármaco no organismo é conhecida como Farmacocinética. A Farmacocinética dedica-se ao estudo de quatro processos fundamentais: absorção, distribuição, metabolização e excreção. ABSORÇÃO O processo de absorção compreende a passagem do fármaco do ponto onde foi administrado até o aparecimento do mesmo na corrente sanguínea. A forma farmacêutica e a via de administração também influenciam a absorção. É fácil de perceber que formas farmacêuticas líquidas favorecem a absorção, uma vez que o fármaco já se encontra dissolvido. Uma situação diferente ocorre com as formas farmacêuticas sólidas. Pense em um comprimido. Para que o fármaco contido no interior do comprimido seja absorvido, precisa estar solubilizado. Então, o comprimido precisa ser primeiramente molhado para, na sequência, ser desintegrado e, somente depois, disponibilizar o fármaco para ser solubilizado. Tudo isso leva um tempo, que deve ser considerado para que ocorra o processo de absorção. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia A escolha da via de administração (porta de entrada no organismo) é o primeiro passo para que um medicamento possa fazer efeito. Quanto às vias de administração, uma situação bem interessante é a que ocorre com a via intravenosa, que propicia 100% de fármaco na corrente circulatória, já que o medicamento é administrado diretamente no interior de um vaso sanguíneo. Para todas as outras vias, somente uma proporção, inferior a 100%, será absorvida. A via sublingual tem uma peculiaridade de promover uma boa absorção, mas poucas substâncias são administradas por esta via. Outro conceito importante quando se fala de absorção é a biodisponibilidade, que consiste na proporção da substância que passa para a circulação sistêmica após administração oral, levando em consideração tanto a absorção quanto a degradação metabólica local. Em outras palavras, biodisponibilidade quer dizer quanto do fármaco administrado vai ser realmente absorvido, pois,como já sabemos, somente a via intravenosa possibilita uma absorção completa (de 100%); todas as outras vias acabam por impedir a entrada de uma parcela do fármaco para a circulação sistêmica. DISTRIBUIÇÃO Por último, se o fármaco vencer todas essas barreiras e conseguir ser absorvido, estando na corrente sanguínea, ele estará pronto para sofrer o segundo processo farmacocinético que é o fenômeno da distribuição. O processo de distribuição compreende a passagem do fármaco da corrente circulatória para os líquidos intersticial (líquido presente nos espaços entre as células) e intracelular (líquido presente no interior das células). O fármaco quando entra na corrente circulatória, na grande maioria dos casos, CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia estabelecerá ligações (geralmente reversíveis) com proteínas plasmáticas, sempre numa proporção fixa que varia de fármaco para fármaco. Somente a porção que fica livre (sem se ligar a essas proteínas) é que é passível de sofrer o processo de distribuição e irá para todos os compartimentos pelos quais tenha afinidade. É interessante notar que nem todos os locais do organismo receberão os fármacos. Há locais praticamente “impermeáveis” aos fármacos que são protegidos pelas chamadas barreiras orgânicas. Os locais com elevada importância e que possam ter dificuldade de reparar um dano, como é o caso do cérebro, devem estar protegidos contra a entrada de substâncias potencialmente tóxicas. Desse modo, esse órgão é protegido pela barreira hematoencefálica. Outro local que não pode ser prejudicado por substâncias potencialmente tóxicas é o feto, já que é um novo ser em formação e qualquer agente que possa interferir na organização de um órgão pode levar a uma má-formação fetal. Por isso, existe outra barreira que separa a circulação da mãe da circulação do feto e é chamada de barreira placentária. É claro que algumas substâncias conseguem atravessar a barreira placentária. Daí a recomendação para não utilizar medicamentos no primeiro trimestre de gravidez, período no qual os órgãos estão em formação. METABOLIZAÇÃO Após o fármaco se dirigir a diversos tecidos, tanto para os quais o fármaco irá realizar alguma ação farmacológica, como para os que servem como tecidos de reserva, o mesmo irá ser eliminado do organismo. E para isso, o fármaco precisa ser antes metabolizado. A metabolização objetiva preparar o fármaco para a excreção. O principal local onde ocorre este processo é o fígado, mas os pulmões, intestinos e sangue podem metabolizar vários fármacos também. Como a metabolização é um processo que envolve enzimas produzidas no fígado, qualquer problema com o fígado ou com as enzimas pode alterar a metabolização. Isso aumenta o tempo dos fármacos no organismo e pode levar a efeitos tóxicos. Doenças como cirrose, câncer hepático, utilização crônica de drogas de abuso ou de medicamentos pode alterar o processo de metabolização. Se a metabolização for retardada, o efeito será maior, podendo desenvolver efeitos tóxicos. Se a metabolização for acelerada, o efeito pode diminuir tanto na intensidade como no período de duração. E tanto uma quanto outra situação é extremamente preocupante. EXCREÇÃO Por fim, após o fármaco ser absorvido, distribuído e metabolizado, o mesmo deverá ser eliminado do organismo, que ocorre pelo processo de excreção. Os fármacos podem ser excretados por vias incluindo os rins (urina), o trato gastrintestinal (bile e fezes), os pulmões (ar exalado), glândula mamária e suor, sendo as mais comuns a via renal e fecal. Alguns são eliminados diretamente pela urina. Outros passam primeiro pelo fígado (metabolismo), para depois serem eliminados pela urina, fezes, suor, lágrimas, leite ou pelo ar dos pulmões. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia Todo esse percurso do medicamento, desde que o ingerimos até ser eliminado, leva certo tempo. Esse tempo varia de um medicamento para outro e determina o horário e o número de vezes que devemos tomá-lo, ou seja sua posologia. Por exemplo: Captopril 25 mg, via oral – Tomar 1 cp de 12/12 h, por 30 dias. Se passar mais tempo que o recomendado entre uma tomada e outra, restará pouco medicamento no nosso corpo, ficando em quantidade insuficiente para produzir o efeito farmacológico. Sem sombra de dúvida, a via de excreção renal é a mais importante, tanto do ponto de vista qualitativo, como do ponto de vista quantitativo. Esse fato deve ser levado em conta quando se administra medicamentos em pacientes com algum grau de insuficiência renal. Uma dose que seria facilmente excretada por um indivíduo com o sistema de eliminação normal, pode ser altamente tóxica para um insuficiente renal, já que o mesmo terá dificuldades para eliminar o fármaco. E enquanto o fármaco não vai embora, ele pode ficar circulando pelo organismo, ocupando receptores farmacológicos e continuando a fazer o efeito. FATORES QUE AFETAM A RESPOSTA AOS MEDICAMENTOS A velocidade com que os medicamentos entram no organismo e dele saem varia amplamente entre diferentes pessoas. Muitos fatores podem afetar a absorção, a distribuição, o metabolismo, a excreção e o efeito final de determinada droga. Entre outras razões, as pessoas respondem de modo diverso aos medicamentos por causa de diferenças genéticas ou da ingestão simultânea de dois ou mais medicamentos, que interagem entre si, ou ainda pela presença de doenças que influenciam os efeitos medicamentosos, por exemplo. GENÉTICA Diferenças genéticas (hereditárias) entre indivíduos afetam a a velocidade com que as drogas movimentam-se dentro do corpo. O estudo da influência das diferenças genéticas sobre a resposta às drogas é chamado farmacogenética. Em razão de sua constituição genética, algumas pessoas metabolizam medicamentos lentamente, promovendo um acúmulo do medicamento no organismo, o que causa toxicidade. Outras pessoas possuem uma constituição genética que faz com que metabolizem rapidamente as drogas. Determinado medicamento pode ser metabolizado com tanta rapidez que seus níveis no sangue nunca se tornam suficientemente altos para que seja eficaz. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Interações medicamentosas são alterações nos efeitos de um medicamento em razão da ingestão simultânea de outro medicamento (interações do tipo medicamento-medicamento) ou do consumo de determinado alimento (interações do tipo alimento-medicamento). Embora em alguns casos os efeitos de medicamentos combinados sejam benéficos, freqüentemente as interações medicamentosas são indesejáveis e prejudiciais. Tais interações podem intensificar ou diminuir os efeitos de um medicamento ou agravar seus efeitos colaterais. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia O risco de ocorrência de uma interação medicamentosa depende do número de medicamentos usados, da tendência que determinadas drogas têm para a interação e da quantidade tomada do medicamento. Muitas interações são descobertas durante testes de medicamentos. Médicos, enfermeiras e farmacêuticos podem reduzir a incidência de problemas sérios mantendo-se informados a respeito de interações medicamentosas potenciais. O risco de uma interação medicamentosa aumenta quando não há coordenação entre a receita dos medicamentos e o fornecimento e a orientação de seu uso. As pessoas que estão aos cuidados de vários médicos estão em maior risco, porque um dos profissionais pode não ter conhecimento de todos os medicamentos que estão sendo tomados. O risco de interação medicamentosa pode ser reduzido pela utilização de uma mesma farmácia, que aviará todas as receitas. Os medicamentos podem interagir de muitas formas. Um medicamento pode duplicar o efeito de outro ou se opor a ele, ou ainda alterar a velocidade de absorção, o metabolismo ou a excreção do outro medicamento. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia Às vezes dois medicamentos tomados simultaneamente têm efeitos similares, o que resulta em duplicação terapêutica. Uma pessoa pode, por descuido, tomar dois medicamentos com o mesmo ingrediente ativo. Issoocorre comumente com medicamentos de venda livre, como, por exemplo, a difenidramina, um princípio ativo de muitos medicamentos para tratamento de alergia ou de resfriado; é também o ingrediente ativo de muitos indutores do sono. A aspirina pode ser ingrediente de remédios contra a gripe e de produtos para o alívio da dor. Mais freqüentemente dois medicamentos similares, mas não idênticos, são tomados ao mesmo tempo. Em alguns casos, o médico planeja isso, para que seja obtido um efeito maior. Assim, o médico pode prescrever dois medicamentos anti-hipertensivos para uma pessoa cuja pressão alta é de difícil controle. No tratamento de câncer, os médicos às vezes prescrevem diversos medicamentos (quimioterapia combinada) para a obtenção de um resultado melhor. Mas podem surgir problemas quando o médico, inadvertidamente, prescreve medicamentos similares. Dois medicamentos com ações opostas podem interagir. É o caso de drogas antiinflamatórias não-esteróides, como o ibuprofeno, que, tomadas para combater a dor, fazem com que o organismo retenha sal e água; os diuréticos, por seu lado, ajudam a eliminar o excesso de sal e água do organismo. Se esses medicamentos forem tomados simultaneamente, o antiinflamatório diminuirá (fará oposição) a eficácia do diurético. Alguns medicamentos administrados para o controle da pressão alta e da doença cardíaca (por exemplo, o propranolol e o atenolol) antagonizam certos medicamentos administrados contra a asma (por exemplo, drogas como o salbuterol). Em alguns casos, os alimentos ou alguma droga podem reduzir a absorção de outra droga. Por exemplo, o antibiótico tetraciclina não é absorvido adequadamente se for tomado no período de uma hora após a ingestão de cálcio ou de alimentos que contenham cálcio, como o leite e laticínios. A obediência a orientações específicas, como, por exemplo, evitar alimentos por uma hora antes ou algumas horas depois de ter tomado um remédio, ou tomar os remédios com um intervalo de pelo menos duas horas, é uma precaução importante. Muitos medicamentos são inativados por sistemas metabólicos no fígado. Os CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia medicamentos circulam através do organismo e passam pelo fígado, onde as enzimas atuam inativando as drogas ou alterando sua estrutura, de modo que os rins possam filtrá-las. Algumas drogas alteram esse sistema de metabolização, fazendo a inativação de outra droga ocorrer com maior rapidez ou lentidão que o habitual. Por isso, os médicos às vezes precisam aumentar a dose de certos medicamentos para compensar o efeito. As substâncias químicas presentes na fumaça do cigarro podem aumentar a atividade de algumas enzimas do fígado e por isso, podem diminuir a eficácia de alguns analgésicos (como o propoxifeno) e de alguns medicamentos utilizados para problemas pulmonares (como a teofilina). A cimetidina, um medicamento utilizado em úlceras, e o antibiótico ciprofloxacino são exemplos de drogas que retardam a atividade das enzimas hepáticas, prolongando a ação da teofilina. Uma droga pode afetar a velocidade de excreção pelos rins de outra droga. Algumas drogas, por exemplo, alteram a acidez da urina, o que, por sua vez, afeta a excreção de outras drogas. Em grandes doses, a vitamina C pode ter esse efeito. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia COMO REDUZIR O RISCO DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS . Consulte seu médico, antes de tomar qualquer medicamento novo. . Tenha à mão uma lista de todos os medicamentos que está tomando e periodicamente discuta essa lista com seu médico. . Mantenha uma lista de todas as enfermidades clínicas que já o acometeram e periodicamente discuta essa lista com seu médico. . Selecione um farmacêutico que proporcione serviços abrangentes e faça com que todas as receitas sejam aviadas por ele. . Procure compreender a finalidade e a ação de todos os medicamentos prescritos. . Procure conhecer os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos prescritos. . Aprenda o modo como os medicamentos devem ser tomados, em que hora do dia CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia devem ser tomados e se podem ser tomados ao mesmo tempo que outros medicamentos. . Discuta o uso dos medicamentos de venda livre (sem necessidade de receita) com o farmacêutico responsável e discuta seus problemas clínicos e o uso de medicamentos de receita obrigatória que está tomando. . Siga as instruções recomendadas para tomar os medicamentos. . Informe ao médico qualquer sintoma que possa estar relacionado ao uso de um medicamento. FARMACODINÂMICA A farmacodinâmica descreve uma infinidade de modos pelos quais as substâncias afetam o corpo. Depois de terem sido engolidos, injetados ou absorvidos através da pele, quase todos os medicamentos entram na corrente sangüínea, circulam pelo corpo e interagem com diversos locais-alvo. Mas dependendo de suas propriedades ou da via de administração, um medicamento pode atuar apenas em uma área específica do corpo (por exemplo, a ação dos antiácidos fica em grande parte somente no estômago). A interação com o local-alvo comumente produz o efeito terapêutico desejado, enquanto a interação com outras células, tecidos ou órgãos pode resultar em efeitos colaterais (reações medicamentosas adversas). Os fármacos atuam, principalmente, pela interação com estruturas do organismo que chamamos de receptores farmacológicos. A ligação ocorre de forma bem específica, sendo que diferentes fármacos ligam-se a diferentes pontos de ligação, ou seja, a diferentes receptores farmacológicos. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia A interação fármaco-receptor ocorre de forma específica, como se fosse uma chave sendo inserida em uma fechadura. Apenas chaves com o encaixe perfeito conseguem abrir a fechadura. Essa relação é válida para entendermos uma outra propriedade dos fármacos, que é a capacidade de gerar uma resposta biológica. Os fármacos podem ser classificados em agonistas e antagonistas. Um fármaco agonista consegue ligar a um receptor e dessa ligação resulta efeito, ou seja, o fármaco consegue alterar uma função do organismo que irá garantir o efeito farmacológico. No nosso exemplo, o fármaco agonista pode ser entendido como uma chave que consegue entrar na fechadura (o receptor farmacológico) e abri-la. Já um fármaco antagonista é o que ocupa um receptor, mas não faz efeito. O antagonista seria a chave que entra em uma fechadura, mas não consegue abri-la. É importante salientar que o efeito de um fármaco, resultante da interação fármaco-receptor farmacológico, pode ser alterado ao longo do curso de um tratamento. Mesmo que a quantidade de fármaco permaneça a mesma, assim como o nível de ocupação de receptores, o efeito pode diminuir. Uma dessas situações é chamada de tolerância, em que a perda da eficácia ocorre após algumas semanas de uso do medicamento. Ou seja, ocorre uma resposta farmacológica diminuída, quando o corpo adapta-se à contínua presença da droga. Isso é bem comum no caso dos benzodiazepínicos usados como hipnótico-sedativos, ou seja, para fazer o paciente dormir. Há também o caso de refratariedade, em que um medicamento perde ou nunca apresenta eficácia. Um exemplo são alguns pacientes depressivos que não respondem ao uso de antidepressivos. E no caso dos antibióticos, pode ocorrer resistência farmacológica, ou seja, as bactérias tornam-se resistentes aos agentes empregados e torna-se impossível deter a infecção. CURSOS FIC NOVOS CAMINHOS Balconista de Farmácia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R. B. de. Formação Inicial e Continuada - Balconista de Farmacia. Versão 1. Instituto Federal Paraná. Ano 2012. Ministério do Trabalho e Emprego. Secretaria de Políticas Públicas de Emprego - SPPE. Auxiliar de Farmácia. São Paulo: CATALISA - Rede de Cooperação para Sustentabilidade, Jul. 2006. ALVES, N. Unicursos Fortaleza. Atendente e Auxiliar de Farmacia. 2012.