Buscar

3 PARTE 2 AVALIAÇÃO - DIREITO PREVIDENCIÁRIO - ANNA CARLA FRACALOSSI

Prévia do material em texto

3ª PARTE AVALIAÇÃO DA II UNIDADE DE 2022.2 - DIREITO PREVIDENCIÁRIO
PROFESSORA: ANNA CARLA FRACALOSSI
Salvador/BA
2022
1. Na presente situação, quanto à contagem do tempo de contribuição, é adequada a exigência
de que sua comprovação se baseie em prova material contemporânea? Fundamente sua
resposta.
Os documentos que devem comprovar o tempo de contribuição devem ser contemporâneos
aos fatos, com base no artigo 55, §3º, da Lei 8.2131. Desta forma, é possível concluir que, para que os
documentos sejam considerados válidos, é necessário que estes tenham sido produzidos no período
dos fatos, de modo que um documento posterior será insuficiente.
À vista disso, sra. Lúcia poderá buscar o seu Extrato Previdenciário, que está contido no
Cadastro Nacional de Informações Sociais e é responsável por reunir todas as informações sobre os
vínculos trabalhistas e previdenciários do indivíduo. No entanto, o Decreto 3.048/99 prevê, em seu
artigo 19 -B, §1°, que outros documentos poderão ser equiparados como prova capaz de demonstrar o
tempo de contribuição2.
Destaca-se entre as hipóteses de equiparação, o citado artigo dispõe em seus incisos II, XI e
XIII, o “contrato individual de trabalho; contrato social, acompanhado de seu distrato, e, quando for o
caso, ata de assembleia geral e registro de empresário; extrato de recolhimento do FGTS,
respectivamente”.
Sendo assim, uma vez que a sra. Lúcia apresentou o contrato social da empresa em que
trabalhou, bem como os rendimentos do Imposto IRPF, estes serão suficientes para contabilizar o
tempo de contribuição, conforme Recurso nº 05082043720204058200 julgado pelo TRF-53.
3VOTO-EMENTA PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. RECONHECIMENTO DE ATIVIDADE
ESPECIAL. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. CONCESSÃO DA APOSENTADORIA. RECURSO DA PARTE-RÉ.
PRIMEIRO PERÍODO RECONHECIDO. IMPUGNAÇÃO AO RECONHECIMENTO DE TEMPO DE
SERVIÇO/CONTRIBUIÇÃO. RECONHECIMENTO REALIZADO COM BASE EM ANOTAÇÃO EXTEMPORÂNEA
EM CTPS. APLICAÇÃO DO TEMA 240 DA TNU. ANOTAÇÃO CORROBORADA POR PROVA MATERIAL (PPP).
ACOLHIMENTO DA ANOTAÇÃO NA CTPS. SEGUNDO PERÍODO RECONHECIDO. EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO
SOLAR. TRABALHADOR RURAL. APLICAÇÃO DO TEMA 170 DA TNU. AGENTE RECONHECIDAMENTE
CANCERÍGENO SEGUNDO A LISTA NACIONAL DE AGENTES CANCERÍGENOS PARA HUMANOS (LINACH).
RECURSO DESPROVIDO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.
(TRF-5 - Recursos: 05082043720204058200, Relator: SÉRGIO MURILO WANDERLEY QUEIROGA, Data de
Julgamento: 28/05/2021, Primeira Turma, Data de Publicação: Creta 03/06/2021 PP-)
2Art. 19-B. Na hipótese de não constarem do CNIS as informações sobre atividade, vínculo, remunerações ou contribuições,
ou de haver dúvida sobre a regularidade das informações existentes, o período somente será confirmado por meio da
apresentação de documentos contemporâneos dos fatos a serem comprovados, com menção às datas de início e de término e,
quando se tratar de trabalhador avulso, à duração do trabalho e à condição em que tiver sido prestada a atividade. § 1º Além
dos dados constantes do CNIS a que se refere o art. 19, observada a forma de filiação do trabalhador ao RGPS, os seguintes
documentos serão considerados para fins de comprovação do tempo de contribuição de que trata o caput, desde que
contemporâneos aos fatos a serem comprovados:
1§3º. A comprovação do tempo de serviço para os fins desta Lei, inclusive mediante justificativa administrativa ou judicial,
observado o disposto no art. 108 desta Lei, só produzirá efeito quando for baseada em início de prova material
contemporânea dos fatos […].
2. Na presente situação, na função de sócia, cabe à contribuinte individual a realização dos
recolhimentos previdenciários, bem como sua inscrição como segurada perante a Previdência
Social? Fundamente sua resposta.
Conforme determina o artigo 9°, V, “e” e “h”, do Decreto n° 3.048/1999, o sócio é um
segurado da Previdência Social, na categoria de contribuinte individual obrigatório, cujo meio de
remuneração será por meio de pró-labore, como forma correta para o recolhimento das contribuições
previdenciárias advindas do seu trabalho, nos moldes do art. 201, §1°, do Decreto nº 3.048/1999. Não
há obrigatoriedade de retirada de pró-labore pelo sócio que não prestar serviços à empresa, não sendo
necessário, neste caso, o destaque da contribuição e o efetivo recolhimento do valor correspondente à
contribuição previdenciária do contribuinte individual (11%), descrito no art. 21, §2º, II, da Lei nº
8.212/1991.
Se o sócio estiver administrando, gerenciando e conduzindo a empresa, o mesmo está
exercendo atividade remunerada e consequentemente exige contribuições do INSS. (Solução de
Consulta COSIT 120/2016 e Solução de Consulta DISIT/SRRF nº 10005/2017). Além disso, nos
termos do art. 214, III, do Decreto nº 3.048/1999, será considerado salário de contribuição do
contribuinte individual as remunerações auferidas por ele na prestação de serviço a uma ou mais
empresas no mês, limitado ao teto máximo do salário de contribuição. Destaca-se que, sobre o valor
de remuneração pago ao sócio, haverá recolhimento de contribuição previdenciária a cargo da
empresa no valor de 20%, conforme art. 22, III, da Lei nº 8.212/1991, caso a empresa seja optante
pelo Lucro Presumido.
Em qualquer caso, sempre que um segurado obrigatório (empregado, sócio, administrador e
autônomo) recebe sua remuneração da empresa, quem é o responsável pelo recolhimento da
contribuição previdenciária é a empresa. Sendo assim, de acordo com o previsto no art. 30, inciso I,
alínea b), cabe à empresa o recolhimento do INSS do sócio-gerente, conforme AC:
00999981020164025101 RJ 0099998-10.2016.4.02.51014.
4PREVIDENCIÁRIO. APELAÇÃO CÍVEL. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO.
SÓCIO-GERENTE. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES. -
Apelação interposta pelo INSS em face da sentença que julgou procedente em parte o pedido formulado pelo autor acerca da
revisão da aposentadoria por tempo de contribuição, considerando tempo prestado como sócio, sem a comprovação das
contribuições previdenciárias - Quanto à condição de segurado do sócio-cotista, a Lei n. 3.807/60 ( Lei Orgânica da
Previdência Social), em seu art. 5º, na redação original, relacionou como segurados obrigatórios, entre outros, os titulares de
firma individual, diretores, sócios-gerentes e sócios- quotistas - Ainda em 1960, o Decreto n. 48.959-A, regulamentando a
Lei n. 3.807/60, reservou às empresas, de forma explícita, a responsabilidade pela realização do desconto, no ato do
pagamento da remuneração dos segurados empregadores, das contribuições devidas às Instituições de Previdência Social - O
Decreto n. 72.771/73, que aprovou novo regulamento para a Lei n. 3.807/60, já com as alterações introduzidas pela Lei n.
5.890/73, não trouxe nenhuma modificação quanto à responsabilidade da empresa pelo recolhimento das contribuições
devidas pelos titulares de firma individual, diretores e sócios - Todavia, veja-se que o Decreto-Lei n. 2.627/40, por exemplo,
ao dispor sobre as sociedades por ações, previu, em seu artigo n. 121, § 1º, a possibilidade de responsabilização civil dos
diretores pelos prejuízos que causassem quando procedessem, dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo, ou
com violação da lei ou dos estatutos. Tal disposição restou mantida, posteriormente, pela Lei n. 6.404/76, na redação do art.
158 - Seguindo essa linha de raciocínio, conforme a qual o administrador pode ser responsabilizado por atos de gestão
praticados contrariamente à legislação em vigor, e, ainda, considerando-se, como referido acima, que, em última análise, a
"vontade" da empresa é a própria "vontade" de seus administradores, não se pode admitir que seja concedida ao segurado
titular de firma individual, diretor ou sócio-gerente a averbação de um período para o qual não há comprovação do
recolhimento de contribuições previdenciárias, sob pena de estar-se beneficiando o segurado por sua própria torpeza, o que é
inadmissível em nosso ordenamento jurídico - Não tendosido efetuados os devidos recolhimentos das contribuições
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=76675
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=76675
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=82095&visao=anotado
3. No caso concreto, o INSS contabilizou em favor da Requerente 28 anos 08 meses e 13 dias de
tempo de contribuição, tendo afastado a contagem dos períodos de 01/01/2005 a 31/12/2006 por
entender que os recolhimentos realizados pela empresa em favor da sócia foram extemporâneos
e que não foi apresentada prova da prestação do serviço correspondente. Ante tal cenário, é
devido o reconhecimento judicial e consequente cômputo de tais períodos como tempo de
contribuição e carência? Fundamente sua resposta.
O sócio gerente que receba remuneração por seu trabalho em empresa urbana enquadra-se
como contribuinte individual, de acordo com o previsto no art. 12 inciso V, alínea f da Lei n°
8.212/91. Para essa categoria, a legislação previdenciária viabiliza o recolhimento de INSS
extemporâneo para quem deixou de realizar, no tempo correto, o pagamento das contribuições
previdenciárias. Estas contribuições podem ser feitas sob a forma de indenização e destinam-se a
financiar o RGPS, como prevê o art. 45-A da lei 8.212 e foi instituída pela lei de forma a evitar a
prescrição.
De acordo com o art. 27 inciso II da lei 8.213/91 o recolhimento extemporâneo das
contribuições previdenciárias não é considerado para fins de carência, quando se tratar de contribuinte
individual. Entretanto, tal regra restritiva diz respeito somente ao cômputo da contribuição em atraso
para carência, sendo válida para contabilização do tempo de contribuição, conforme TRF4, AC
5000063-03.2020.4.04.70125.
Ademais, conforme art. 32 inciso VI da Instrução Normativa 77/2015, o segurado
contribuinte individual e aqueles anteriormente denominados "empresários" - sócios-gerentes ou
sócios-cotistas - que recebam remuneração por seu trabalho na sociedade por cota de responsabilidade
limitada, poderão comprovar o exercício de atividade mediante apresentação de contratos sociais,
conforme entendimento no julgado REsp: 94435 RS 1996/0025726-46. Portanto, o entendimento
consolidado é de que é devido o reconhecimento judicial do cômputo de tais períodos como tempo de
contribuição, mas não conta como carência.
6PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO - SÓCIO COTISTA - PROVA - CONTRATO
SOCIAL - COMPROVAÇÃO DE RECEBIMENTO DE PRO LABORE - DESNECESSIDADE. 1. O contrato social
contemporâneo à época dos fatos é documento bastante para comprovar tempo de serviço, visando à aposentadoria por
tempo de serviço. 2. Desnecessária a comprovação de retirada dos pro labore, à falta de disposição legal. 3. Recurso
conhecido.
(STJ - REsp: 94435 RS 1996/0025726-4, Relator: Ministro HAMILTON CARVALHIDO, Data de Julgamento: 13/09/1999,
T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJ 07.02.2000 p. 179 RST vol. 130 p. 87)
5EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. […] RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA EM ATRASO.
IMPOSSIBILIDADE DE CÔMPUTO PARA EFEITO DE CARÊNCIA. IMPLANTAÇÃO DO BENEFÍCIO. […] O
recolhimento das contribuições previdenciárias em atraso, na condição de contribuinte individual, somente são consideradas
para o cômputo do período de carência desde que posteriores ao pagamento da primeira contribuição realizada dentro
do prazo. Precedentes desta Corte. Possível o reconhecimento como tempo de serviço prestado como contribuinte
individual para o regime geral, sendo permitida a contribuição em atraso para fins de concessão de benefício
previdenciário, embora não para carência. […] (TRF4, AC 5000063-03.2020.4.04.7012, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DO PR, Relator MÁRCIO ANTÔNIO ROCHA, juntado aos autos em 10/03/2022)
previdenciárias, não há como se computar o período em questão como tempo de contribuição para fins previdenciários, de
forma que se faz incabível a pretensão de revisão da aposentadoria por tempo de 1 contribuição de titularidade do de cujus.
(TRF-2 - AC: 00999981020164025101 RJ 0099998-10.2016.4.02.5101, Relator: PAULO ESPIRITO SANTO, Data de
Julgamento: 19/12/2017, 1ª TURMA ESPECIALIZADA)
4. Na presente situação, caso tais períodos sejam computados, em que bases se dará a concessão
da aposentadoria pleiteada? Qual a DIB (data de início do benefício)? Qual a RMI (renda
mensal inicial)? Haverá incidência do fator previdenciário no cálculo dessa aposentadoria?
Fundamente sua resposta.
Ao analisar o caso da sra. Lúcia é possível afirmar que a base será a aposentadoria por tempo
de contribuição, que pressupõe 30 anos de contribuição para mulheres e não exige idade mínima para
receber o benefício, uma vez que ela alcançou cerca 30 anos, 8 meses e 13 dias antes da vigência EC
n° 130 de 12 de novembro de 2019.
Ademais, a data de início do benefício vai ser calculada com base súmula 33 da TNU7, que
versa sobre a possibilidade de quando estiverem preenchidos os requisitos legais para a concessão da
aposentadoria por tempo de contribuição, a data do requerimento administrativo será a data do termo
inicial da concessão do benefício, sendo assim a DIB será em 29/07/2019.
Quanto à Renda Mensal Inicial da Sra. Lúcia esta vai alcançada por meio da multiplicação
entre o salário do benefício e o coeficiente de benefício, no entanto, vale ressaltar que, como o pedido
da aposentadoria foi feito em 29 de junho de 2019, ele deverá retroagir para a Lei n° 8.213/1991 e
9.876/1999, não podendo, portanto, ser aplicada a Emenda Constitucional de n° 103/19. Sendo assim,
com base no §3° do art. 26 da referida emenda, ela deverá receber o valor correspondente à média
aritmética dos salários da sra.Lúcia a partir de julho de 1994.
Por fim, quanto ao fator previdenciário é possível afirmar que ele não vai incidir sobre a
aposentadoria da sra. Lúcia, tendo em vista que a sua idade em 2019 era de 61 anos, quando seu fator
previdenciário era de 0,8745, ou seja, dentro da exceção do fator entre 85/95.
7DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RETROAÇÃO DOS EFEITOS FINANCEIROS DE BENEFÍCIO CONCEDIDO EM
SEDE ADMINISTRATIVA. SÚMULA 33 DA TNU. 1. Dispõe a Súmula 33 da TNU: "Quando o segurado houver
preenchido os requisitos legais para a concessão de aposentadoria por tempo de serviço na data do requerimento
administrativo, esta data será o termo inicial da concessão do benefício". 2. Pautada nesta linha, esta Turma de
Uniformização firmou jurisprudência no sentido de fixar o marco inicial dos efeitos financeiros da concessão de benefício
previdenciário com base no momento em que se aperfeiçoaram todos os seus pressupostos legais, admitindo assim a
retroação da data de início ao requerimento administrativo mesmo nos casos em que a efetiva prova do direito ocorreu em
momento posterior (IUJEF 0001930-50.2007.404.7052, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relator José
Antonio Savaris, D.E. 26/05/2011; 5003264-63.2012.404.7115, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relator p/
Acórdão João Batista Lazzari, D.E. 11/09/2013). 3. Entendimento que se aplica também à hipótese de concessão em sede
administrativa após novo requerimento instruído com novas provas, para a retroação dos efeitos financeiros à data do
requerimento administrativo anterior, quando já se verificavam as condições para a concessão do benefício. 4. Incidente de
uniformização conhecido e provido.
(TRF-4 - INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO JEF: 50030414120114047117 RS 5003041-41.2011.4.04.7117, Relator:
MARCELO MALUCELLI, Data de Julgamento: 07/02/2014, TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DA 4ª
REGIÃO)
5. Na presente situação, caso tais períodos não sejam computados, quando a Requerente
alcançará direito a uma aposentadoria perante o INSS? Qual aposentadoria a mesma faria jus?
Como se daria o cálculo da mesma? Haverá incidência do fator previdenciário no cálculo dessa
aposentadoria? Fundamente sua resposta.
De acordo com o artigo 17, I e II da EC 107/2019, visto que a segurada tinha61 anos na data
em que pleiteou o benefício, embora não tenha conseguido comprovar 30 anos de contribuição para se
aposentar de por idade de maneira regular, conseguiu comprovar 28 anos, 8 meses e 13 dias. Dessa
forma Sra. Lúcia se enquadra na regra de transição do Pedágio 50%, que exige tempo mínimo de
contribuição de 28 anos para mulheres até a Reforma. Por esta regra, soma-se metade do tempo que,
na data de entrada em vigor da Emenda, faltaria para atingir os 30 anos exigidos. Na época da
Reforma, restava 1 ano e 4 meses para atingir os 30 anos. Assim, em 8 meses conseguiria se
aposentar. A aposentadoria por contribuição está sujeita ao fator previdenciário8, assim, será calculada
a partir da média dos 80% maiores salários de contribuição multiplicada pelo fator previdenciário.
Subsidiariamente, caso o INSS não conceda a aposentadoria com base no pedágio, poderia
solicitar aposentadoria por idade. Por não ter solicitado a concessão dessa anteriormente e esta
modalidade ter sido alterada com a Reforma da Previdência, aplicam-se a ela as regras de transição.
Com a aprovação da Reforma, a idade mínima para a mulher era 60 anos, adicionados 6 meses por
ano, a partir de 01/01/2020, até que atinja 62 anos em 2023. Sendo assim, em 2020 é necessário que a
segurada tenha pelo menos 60 anos e 6 meses. Por ser nascida em 25.07.1958, a segurada enquadra-se
nesta regra e poderá ter este benefício concedido. Sobre a incidência do fator previdenciário, este,
após a Reforma da Previdência, passou a incidir somente sobre as aposentadorias por tempo de
contribuição, não incidindo na aposentadoria por idade.
8PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. FATOR
PREVIDENCIÁRIO. INCIDÊNCIA. A introdução do fator previdenciário no cálculo do salário-de-benefício deu-se em
consonância com o texto constitucional, certo que não há vedação constitucional à consideração das variáveis idade,
expectativa de vida e tempo de contribuição na apuração da renda mensal inicial.
(TRF-4 - AC: 50030102120204047112 RS 5003010-21.2020.4.04.7112, Relator: TAÍS SCHILLING FERRAZ, Data de
Julgamento: 16/12/2020, SEXTA TURMA

Mais conteúdos dessa disciplina