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Política nacional de atenção integral à saúde da mulher - IESC 6

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Khilver Doanne Sousa Soares 
IESC VI 
As mulheres são a maioria da população 
brasileira (50,77%) e as principais usuárias do 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
As mulheres vivem mais do que os homens, 
porém adoecem mais frequentemente. A 
vulnerabilidade feminina frente a certas doenças 
e causas de morte está mais relacionada com a 
situação de discriminação na sociedade do que 
com fatores biológicos. 
Em 1994, na Conferência Internacional 
sobre População e Desenvolvimento, a saúde 
reprodutiva foi definida como “um estado de 
completo bem-estar físico, mental e social em 
todas as matérias concernentes ao sistema 
reprodutivo, suas funções e processos, e não 
apenas mera ausência de doença ou 
enfermidade. A saúde reprodutiva implica, por 
conseguinte, que a pessoa possa ter uma vida 
sexual segura e satisfatória, tendo a capacidade 
de reproduzir e a liberdade de decidir sobre 
quando e quantas vezes deve fazê-lo” (CIPD, 
1994). 
Da mesma maneira que diferentes 
populações estão expostas a variados tipos e 
graus de risco, mulheres e homens, em função 
da organização social das relações de gênero, 
também estão expostos a padrões distintos de 
sofrimento, adoecimento e morte. Partindo-se 
desse pressuposto, é imprescindível a 
incorporação da perspectiva de gênero na análise 
do perfil epidemiológico e no planejamento de 
ações de saúde, que tenham como objetivo 
promover a melhoria das condições de vida, a 
igualdade e os direitos de cidadania da mulher. 
Em 2004, um novo documento é 
apresentado pelo MS no programa de Saúde da 
Mulher - a “Política Nacional de Atenção Integral 
à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes” 
(PNAISM). 
A PNAISM é uma construção conjunta que 
respeita a autonomia dos diversos parceiros - 
entes fundamentais para a concretização das 
políticas -, enfatizando a importância do 
empoderamento das usuárias do Sistema Único 
de Saúde (SUS). 
Ações de Promoção à Saúde 
No que tange à saúde da mulher, promover 
a saúde dessa população é considerar a relação 
de cada uma com seu próprio corpo, com as 
mudanças visíveis que ocorrem nele e suas 
reações físicas e emocionais nas diversas fases 
da vida. A promoção da saúde ocorre por meio da 
adoção de medidas para incorporar hábitos 
saudáveis na rotina dessa população, visando a 
melhorar a qualidade de vida imediata, evitando, 
assim, que possam surgir doenças. 
Frequência de Visitas das Mulheres aos 
Serviços de Saúde 
No Brasil, embora o aumento de acesso ao 
exame preventivo de câncer de colo uterino ou 
Papanicolau tenha ocorrido, essa medida não foi 
suficiente para reduzir a tendência de 
mortalidade por câncer do colo uterino e, em 
muitas regiões, infelizmente, o diagnóstico ainda 
é feito em estágios mais avançados da doença. 
Com relação ao câncer de mama, segundo 
o MS, a mamografia e o exame clínico das 
mamas, quando realizados de forma adequada, 
podem ser úteis na redução da mortalidade por 
câncer de mama. 
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Khilver Doanne Sousa Soares 
A APS constitui-se na porta de entrada da 
mulher no serviço de saúde no país. Dessa 
maneira, para a possibilidade real de detecção 
precoce de câncer de colo uterino e câncer de 
mama, é importante que as unidades de saúde e 
seus profissionais estejam bem preparados para 
a recepção e o atendimento das necessidades 
das mulheres. 
A mulher deve ser estimulada a buscar os 
serviços de saúde para a promoção de saúde e a 
prevenção de doenças. A ideia é que ela possa 
ter acesso facilitado ao profissional de saúde 
para realização de exames citopatológicos e 
avaliação da mama, bem como obter a solicitação 
de exames diagnósticos complementares, se 
indicados. Além disso, deve ser priorizado à 
mulher um retorno com o profissional de 
referência para avaliação dos resultados e o 
estabelecimento da periodicidade de seu retorno 
à unidade. 
A ideia, portanto, é que, no momento em 
que a mulher chega à unidade de saúde e 
manifesta o desejo de fazer o exame preventivo, 
devam existir vagas disponíveis que permitam sua 
realização em menor tempo hábil possível. 
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Política nacional de atenção integral à saúde da 
mulher: princípios e diretrizes / Ministério da 
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, 
Departamento de Ações Programáticas 
Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 
2004. 
GUSSO, Gustavo; LOPES, José Mauro Ceratti; 
DIAS, Lêda Chaves. Tratado de medicina de 
família e comunidade: princípios, formação e 
prática. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.