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TCC ESTÉFANI DA ROSA SILVEIRA ARTE 1

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fAVENI
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
2° LICENCIATURA EM ARTES
ESTÉFANI DA ROSA SILVEIRA
A ARTE TERAPIA na escola pós covid
PASSO DE TORRES 
2022
fAVENI
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
ESTÉFANI DA ROSA SILVEIRA
A ARTE TERAPIA na escola pós covid
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial a obtenção do título de 2° licenciatura em Artes
PASSO DE TORRES 
2022
A ARTE TERAPIA na escola pós covid
Estéfani da Rosa Silveira¹
Declaro que sou autor(a) ¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de violação aos direitos autorais.
RESUMO - A escola foi um setor muito afetado pelas mudanças consequentes da pandemia do covid 19. Posterior há mais de dois anos de distanciamento social, aulas remotas e readaptação da rotina, a vida começa a voltar ao seu novo normal. Tantas mudanças geraram ansiedades e resistências dos alunos para o retorno as aulas presenciais. Perceber essas mudanças e tornar a sala de aula atrativa se faz necessário, a arte é uma ferramenta que tem o poder de contribuir e transformar a formação social do ser humano em diversas etapas da vida, logo a arterapia pode ser um caminho para amenizar e atrair os alunos que retornam para sala de aula.
PALAVRAS-CHAVE: Escola. Arte-Terapia. Saúde.
1 Introdução
Esta pesquisa foi realizada com o objetivo de explanar sobre a artererapia, o que é e sua significância na reinserção social, e readaptação de alunos que retornam para sua rotina de aulas presencial. Arteterapia, é a utilização de alguma prática artística com o objetivo de trazer bem-estar para as pessoas, permitindo que elas conheçam melhor a si mesmas, obtenham autoestima e tranquilidade.
Essa prática terapêutica pode ser aplicada de forma individual, ou até mesmo para um grupo de pessoas. Por meio dela é possível amenizar os impactos provocados por traumas e a tensão do dia a dia.
Diante a realidade de vida entre o sistema de ensino remoto, hibrido e similares, efetuados mediante protocolos de distanciamento, levando em considerações todas as portarias nacionais, estaduais e municipais, o setor escola se viu obrigado a moldar-se conforme a necessidade naquele momento atípico, o ensino remoto, era o ideal que se tinha para dar seguimento ao ano letivo que se seguiu mesmo em tempos pandêmicos. Toda comunidade escolar foi afetada de certa maneira, gerando hoje grandes desafios diante o total retorno das 
atividades presenciais. Há que se pensar e agir para amenizar os transtornos de todos, as resistências, as frustações, o excesso de horas estudando e trabalhando de forma remota.
Uma maneira acessível, que já se desenvolve em muitos setores de atendimento é a arteterapia e suas infinitas modalidades.
 A Arteterapia consegue fazer as pessoas voltarem os seus olhares para a arte, obtendo com isso vários benefícios, que vão desde aliviar o nervosismo a estimular a criatividade, ocupar de certa forma o interno.
A Arteterapia usa as distintas modalidades artísticas, que podem ser a pintura, a escultura, o desenho, a narrativa literária, a dança, o audiovisual, a fotografia e a música.
É importante destacar que na arteterapia não há uma preocupação com a técnica estética do realizador da obra, tão pouco com materiais ou recursos com valores absurdos. O principal intuito é proporcionar bem-estar por meio da expressão e dos sentimentos que as obras transmitem, e consequentemente elevar o potencial humano do apenado. 
2. A consequência da pandemia frente ao ensino. 
Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia. Rapidamente a notícia e o vírus se espalhou pelo mundo. Por volta de março, do ano de 2020 os governantes decretaram o início da quarentena, seguida de muitas orientações visando prevenir o caos na saúde pública. 
A rotina de início de ano, que em um geral inicia em fevereiro e encerra em dezembro foi drasticamente pausada no mês de março. Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia. Rapidamente a notícia e o vírus se espalhou pelo mundo. Por volta de março, do ano de 2020 os governantes decretaram o início da quarentena, seguida de muitas orientações visando prevenir o caos na saúde pública. 
Por pelo menos um mês durante a grande onda de contaminação e isolamento discutiu-se através de vídeo chamadas, web conferencias e lives transmitidas por canais online, meios de dar continuidade ao calendário letivo ainda que de forma remota. O ensino remoto embora já existente há muitos anos, foi uma grande novidade e desafio a ser implantado nas escolas de educação básica. Inicialmente para estreitar laços com a comunidade escolar, e familiarizar-se com o sistema, plataformas de ensino, aplicativos de conversas foram a forma de início do ensino remoto. A grande preocupação era implementar para toda comunidade escolar um recurso para dar continuidade aos estudos. A resistência por parte do corpo letivo, da comunidade escolar foi um desafio a ser resolvido. O ensino remoto iniciou com maior carga horaria para compensar os dias sem aula, e concluir o ano letivo. 
Percebendo a dificuldade e resistência, equipes se empenharam para dar seguimento e apoio aos demais. O primeiro ano letivo de pandemia foi encerrado de forma remota, através de aulas online, aplicados em plataforma digital, material impresso e aplicativos de conversas como apoio as famílias que também foram impactadas com a nova forma de ensino.
No segundo ano de pandemia, e protocolos de distanciamento as escolas iniciaram dando seguimento ao ano letivo em um primeiro momento de forma remota, e no decorrer do ano, mediante novos decretos implantou-se o retorno presencial de forma escalonada visando a redução de alunos por turma e respeitando o distanciamento. Cada semana um grupo assistia aulas na escola de forma presencial, e um grupo assistia em casa de forma remota.
Toda estrutura escolar foi repensada e reeditada para atender aos protocolos de distanciamento. Desde o transporte, o uso dos ambientes comuns, refeitórios, tudo foi devidamente organizado para receber alunos com a maior segurança possível. Neste retorno parcial, já se percebia certa dificuldade dos alunos para com o novo contexto de ensino. Também se via a defasagem escolar, a resistência e falta de ânimo dos alunos, e o medo de terem que regredir do modelo escalonado para o ensino remoto. Foi um ano de mudanças, por consequências de muitas portarias visando a diminuição do contagio do vírus covid 19.
Diante esses aspectos, a escola se vê obrigada a inovar, reconectar-se com os alunos e resgatar a vontade de estar na escola. Uma maneira barata, que se encaixa nos currículos escolares, que não irá exigir de grande custo para a instituição é a expansão da arteterapia. Destinar um momento para o aluno relaxar, se sentir acolhido no ambiente escolar. Sem as cobranças regulares e comuns na escola, com o objetivo de resgatar o aluno e desenvolver uma atividade prazerosa, que lhe traga conforto. 
3. HISTORIA DA ARTE TERAPIA
Historicamente já se sabe que o homem utiliza a arte desde a era paleolítica, para distintos objetivos, voltado para sua sobrevivência. O conceito de arte terapia vem sendo pesquisada e aplicada desde o século XIX.
Em 1876, o psiquiatra Max Simon analisou pinturas de pacientes e classificou-as de acordo com as patologias que eles apresentavam. Na mesma época, outros médicos europeus também se interessaram pelas expressões artísticas dos doentes.À luz da teoria psicanalítica nascente, no início do século XX Freud se interessou pela arte e postulou que o inconsciente se manifesta através de imagens, que transmitem significados mais diretamente do que as palavras. Observou que o artista pode simbolizar concretamente o inconsciente na produção artística, retratando conteúdo do psiquismo que, para ele, é uma forma de catarse.
Porém, foi Jung o primeiro a utilizar a expressão artística em consultório. Para ele, a simbolização do inconsciente individual e do coletivo ocorre na arte. Na década de 20, recorreu à linguagem expressiva como forma de tratamento e, para tanto, pedia aos clientes que fizessem desenhos livres, imagens de sentimentos, de sonhos, de situações conflituosas ou outras. Priorizava a expressão artística e a verbal como componentes de cura. Jung afirmou que a criatividade tem uma função psíquica natural, estruturante, e não é sublimação de instintos sexuais como acreditava Freud. Segundo Jung a energia psíquica não muda de objeto enquanto não se transforma. Postulou que todos possuem disposições inatas para a configuração de imagens e ideias análogas, às quais denominou de arquétipos que surgem nos sonhos e trabalhos artísticos, ajudando na compreensão do comportamento individual. A atividade plástica e a criatividade, para Jung, são funções psíquicas inatas que contribuem com a evolução da personalidade e com a estruturação do pensamento. O Homem e seus Símbolos, um importante livro escrito por esse teórico, demonstra como conteúdos psíquicos estão presentes nas obras de arte realizadas pelo ser humano.
Mas não foram apenas Freud e Jung que muito contribuíram para a fundamentação da Arte terapia, dois grandes psiquiatras brasileiros também o fizeram: Osório César e Nise da Silveira.
Em 1946, Nise da Silveira, que trabalhava no Centro Psiquiátrico D. Pedro II procurando compreender as imagens produzidas pelos pacientes sob a ótica da teoria junguiana, fez um excelente estudo e deixou um grande legado para a Arteterapia. Trabalhos dos internos foram apresentados por ela em congresso de psicopatologia na Europa. Correspondeu-se com Jung. Em 1952, fundou o Museu de Imagens do Inconsciente e, em 1981, escreveu o livro Imagens do Inconsciente.
Muitos trabalhos foram realizados a partir de então segundo o pensamento freudiano e junguiano.
No entanto, a Arteterapia transcendeu os estudos psiquiátricos. Utilizando-se dos princípios da Gestalt – Terapia, Janie Rhyne descreve sua experiência e transformações de seus clientes com a aplicação de suas técnicas de fazer arte. 
Natalie Rogers, filha de Carl Rogers, em 1974 aplica os princípios da teoria centrada na pessoa junto ao trabalho expressivo; pintura, modelagem, expressão corporal, teatro, dança, música, poesia e mímica. Postula que a expressão deve ser verbalizada e compreendida pelo próprio cliente, e não interpretada pelo terapeuta. Denomina este trabalho de Conexão Criativa.
A arteterapia, que é o uso da arte como base de um processo terapêutico, propicia resultados em um breve espaço de tempo. Visa estimular o crescimento interior, abrir novos horizontes e ampliar a consciência do indivíduo sobre si e sobre sua existência. Utiliza a expressão simbólica, de forma espontânea, sem preocupar-se com a estética, através de modalidades expressivas como: pintura; modelagem; colagem; desenho; tecelagem; expressão corporal; sons; músicas; criação de personagens, dentre outras, mas utiliza fundamentalmente as artes plásticas e é isso que a identifica como uma disciplina diferenciada. Enquanto a Arte Educação ensina arte, a arteterapia possui a finalidade de propiciar mudanças psíquicas, assim como a expansão da consciência, a reconciliação de conflitos emocionais, o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal. A arteterapia tem também o objetivo de facilitar a resolução de conflitos interiores e o desenvolvimento da personalidade. Por ser bastante transformadora, pode ser praticada por crianças, adolescentes, adultos, idosos, por pessoas com necessidades especiais, enfermas ou saudáveis. Hoje, é exercida em ateliês e instituições com atendimentos individuais ou em grupos.
Arteterapia é o uso terapêutico da atividade artística no contexto de uma relação profissional por pessoas que experiência doenças, traumas ou dificuldades na vida, assim como por pessoas que buscam desenvolvimento pessoal. Por meio do criar em arte e do refletir sobre os processos e trabalhos artísticos resultantes, pessoas podem ampliar o conhecimento de si e dos outros, aumentar sua autoestima, lidar melhor com sintomas, estresse e experiências traumáticas, desenvolver recursos físicos, cognitivos e emocionais e desfrutar do prazer vitalizador do fazer artístico.
4. Arte terapia e saúde mental
A arteterapia é um instrumento que auxilia no processo criativo das pessoas na busca do estado mental, físico e emocional equilibrados. Segundo Oliver (2008): a arte terapia é uma ciência fundamentada em medicina e artes em geral, que através de fundamentação teórica, se propõe a aliviar ou curar os indivíduos através da expressão artística, priorizando o processo criativo.
A arteterapia está ligada à reforma psiquiátrica, e contribui melhoras na socialização e na saúde das pessoas com sofrimento mental pois tem a intenção de reabilitar socialmente os indivíduos, logo, a arte terapeutas pautam seu trabalho na reintegração.
Certamente, essa prática artística além da criatividade, promove também a saúde mental e as teorias constam que esta técnica por meio da arte possibilita múltiplas formas de expressão da subjetividade, na teoria de Gestalt-Terapia, de acordo com Silva (2013), o sujeito é compreendido como um sistema aberto, em constante desenvolvimento e crescimento em função de trocas criativas com o ambiente; ou seja, ele é um ser relacional que interage com o mundo.
Uma das personalidades de destaque na perspectiva humanista, Carl Rogers (1961), para ele, é a causa principal da criatividade parece ser a mesma tendência que descobrimos a um nível profundo como a força criativa da psicoterapia – a tendência do homem para se realizar a si próprio.
A prática da arteterapia assim como em pacientes de áreas psiquiátricas, também é uma possibilidade muito otimista para a comunidade carcerária, autora Nise da Silveira da área de psicologia analítica, tem uma fala que vai de encontro ao tema abordado, ressaltando que a arteterapia se faz importante quando se refere ao contexto social do indivíduo:
Ressalta que o homem deve ser visto por inteiro, ou seja, como um todo; pertencente a uma comunidade, num determinado momento, não poderia, portanto, ser visto dissociado do seu contexto social, cultural e universal. E na Arteterapia esta possibilidade, de nos encontramos com o “todo”, é facilitado pelas expressões artísticas, que trazem os conteúdos do consciente e do inconsciente. (JUNG, 2011).
5. Práticas artísticas
Os recursos da arteterapia que auxiliam o indivíduo encontrar possibilidades de expressão para processar e o papel da profissional arte terapeuta, é fundamental possibilitar a transformação do outro. O profissional pode utilizar por meio de desenhos, modelagem, musicoterapia, pintura, movimento e dança, dramatização, escrita criativa, Doutores de Alegria, contador de histórias e construção/sucata.
A atividade com dramatização pode ser chamada de psicodrama, de conformidade com Cabreiros e Oliveira (2010), a dramatização foi a estratégia instituída para a coleta de dados e baseou-se na brincadeira de faz de conta, na qual a criança desenvolve atividades de simulação. Em outras palavras, a dramatização é uma técnica teatral, o paciente vai receber o papel de alguém, pode ser médico, mãe, professora, entre outros. Quando assumir esse papel, dramatiza um comportamento característico do papel encarnado, sendo assim o paciente adquire o entendimento de cada um dos papéis presentes na sua situação sociocultural.
Na musicoterapia, para Barros e Lustosa (2009), a música consegue trabalhar os hemisférios cerebrais, promovendo o equilíbrioentre o pensar e o sentir, resgatando o indivíduo em seus pensamentos e sentimentos. A melodia trabalha o emocional, a harmonia, o racional e a inteligência. O musico terapeuta poderá intervir de forma direta ou indireta:
Na forma direta, o terapeuta definirá as atividades da sessão e os momentos dessas atividades. Na forma indireta, o musico terapeuta aguarda a iniciativa do paciente para, então, definir suas ações e intervenções. É possível utilizar essas duas formas de condução do processo em momentos diferentes de uma mesma sessão. (KIM, WIGRAM E GOLD, 2008).
A musicoterapia pode trabalhar em várias maneiras para tratamento terapêutico, para Mossler et al (2011), as atividades mais utilizadas em musicoterapia incluem cantar, tocar instrumentos musicais, compor, improvisar com a voz ou com os instrumentos, ouvir música e realizar jogos musicais. Assim como também a música ser um complemento das outras arteterapia, segundo Guimaraes (2009) com o uso da música, também se permite ao indivíduo expressar suas emoções e sentimentos artisticamente, através de desenho, pintura, modelagem, entre outras modalidades.
A arteterapia também vai além do manuseio com o penalizado, é importante para amenizar as angústias dos familiares, para mostrar que o apenado está buscando meios de se manter saudável e ativo, mesmo abdicado da liberdade.
Ademais, a arteterapia pode ser iniciada com materiais de baixo custo, como por exemplo a sucata. A sucata é composta por materiais, seja plástico, papelão, tecido, alumínio, papel, borracha e entre outros que não tem a utilidade ou a funcionalidade que serão transformados em obra de arte de acordo com a criatividade do paciente. Segundo Brunello et al. (2010), a sucata é um elemento que possibilita a construção e a ressignificação de objetos, no qual a criança tem autonomia para utilizá-los livremente trabalhando suas fantasias na interação com o ambiente. Além disso, por meio da brincadeira com sucata, o paciente desenvolve seu raciocínio e suas habilidades, o que reflete diretamente em seu modo de aprender. 
Sob do mesmo ponto de vista que todas as atividades arteterapeuticas auxiliam no tratamento e no processo de reintegração dos internados assim como a dança e o movimento, a escrita, a leitura, o desenho. Para Riess (2010) afirma que a dança, qualquer dança, é a linguagem da não linguagem. Meio para interação do ego não só com o mundo, mas é em si mesmo construído fisicamente e psiquicamente, em sua imagem corporal.
Dessa maneira, a dança leva o paciente ter a expressão artística se interagindo com suas emoções e os elementos psíquicos conseguindo assim a se encontrar e o corpo com seus movimentos exteriorizam as vivências e o próprio inconsciente.
Além disso, sob do mesmo ponto de vista, a autora Vasques (2009) disse que escrever livremente, sem a utilização de pontuação ou uso de borracha, sobre determinado trabalho artístico executado anteriormente ou sonho, contando ainda com a possibilidade de erros gramaticais e de ortografia, possibilitando que os conteúdos inconscientes aflorem facilmente para a consciência.
Além disso, sob do mesmo ponto de vista, o autor Philippini (2009) aponta que escrever é para compreender a si mesmo, ordena temas, desenvolve a comunicação, representa sons internos e externos, apura a compreensão e, gradualmente, acessa conteúdos inconscientes.
São inúmeras as possibilidades para desenvolver a arteterapia no ambiente carcerário, em suma, diante de uma série de experiências na prática da arteterapia no trabalho com pessoas em geral, a arteterapia é uma ferramenta como uma forma de intervenção na prevenção e promoção a saúde em geral, pois através da estimulação do inconsciente e da subjetividade que facilita, reduz, minimiza os efeitos negativos que a realidade prisional desenvolve no apenado, proporciona a resolução de conflitos e das emoções e desenvolver o autoconhecimento.
Todo movimento dentro de uma unidade de ensino é planejado e cercado de rotinas que devem ser respeitados. O uso do uniforme, o rigor com horários, carga horarias, rotina enfim, são repetidos inúmeras vezes. Os professores também seguem uma rotina muito organizada para dar continuidade as disciplinas, aos planos de ensino, seguir com suas atribuições. Cabe aos funcionários manter a organização e dar continuidade ao ensino. Todo esse movimento, essa volta ao normal vem gerando certa tensão e resistência destes que estavam assistindo aulas remotas, em casa, ou frequentando a escola de forma intercalada. O espaço escolar pós pandemia vem sendo um espaço que pede olhares diferenciados, um movimento de reintegração da rotina de forma muito cautelosa, deixando muitas vezes as regras de lado e evidenciando a importância do retorno a rotina, sem deixar de lado a empatia por aqueles que ainda demostram dificuldades, que apresentam a tensão deste retorno, e é divergente a esse retorno. Um espaço de corpos tensionados onde o movimento exige ser trabalhado de forma a contemplar não só um acervo de regras, mas aos desejos naturais. Um novo desafio a ser encarado com destreza durante as aulas, consequências de um longo período pandêmico, mas que exige de atenção, e não omissão. A questão está latente, os alunos demostram que precisam de um momento de troca, deixando um pouco de lado as regras, a gramatica, o excesso de conteúdo, de cobranças. 
A educação escolar deve assumir, através do ensino e da aprendizagem do conhecimento acumulado pela humanidade, a responsabilidade de dar ao educando o instrumento para que ele exerça uma cidadania mais consciente, crítica e participante. (Ferraz e Fusari, 1993, p. 33 e 34).
Um momento que não propicie apenas uma média no boletim escolar, mas também um momento de relaxamento com outros que estão enfrentando os mesmos problemas exercendo e estimulando sua criatividade e ludicidade. 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atividades artísticas vêm atuando como um canal de abertura e de transformação das tradicionais formas de tratamento na área da psicologia, pois não se acaba na expressão, mas tem como finalidade a reabilitação. A arte promove por meio da experiência criativa a libertação do sujeito, pois proporciona um lugar de fala, expressão e acolhimento.
Como podemos observar a arteterapia é um instrumento valioso no cuidado a saúde mental contendo diversos recursos artísticos em diferentes aplicações e formas de abordagens. Constitui-se uma ferramenta de transformação subjetiva que deve ser explorada e difundida na atuação do psicólogo para favorecer a humanização, a socialização e qualidade de vida.
A arte é, entre todas as atividades, a que agrega de modo mais eficiente os aspectos racionais e criativos do ser humano.
Ao desenvolver uma atividade artística, o sujeito não só estará interferindo na realidade, como também estará estruturando-se de forma mais adequada, saudável e eficiente.
Através das diversas manifestações artísticas, as pessoas podem se expressar de uma forma própria e singular e superar as mais diversas barreiras da comunicação.
Mediante a temática das queixas da instituição escolar, de alunos que retornam retraídos, pouco comunicativos e impacientes, intervir utilizando-se de todas as expressões artísticas e com recursos simples e muito eficientes a arte terapia favorece o desenvolvimento e à superação de limitações pessoais, buscando-se assim o aumento do repertório de habilidades, a melhor estruturação da personalidade, o aumento do horizonte de interesses, a composição de novos objetivos e a melhor habilidade em lidar com os seus próprios conflitos.
7.REFERÊNCIAS
AGUIAR, Amanda Paiva, MACRI, Regina. Promovendo a qualidade de vida dos idosos através da arteterapia. Rev. de pesquisa: cuidado é fundamental online. UNIRIO. Rio de Janeiro, dez. 2010. Disponível em: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/1102/pdf_264. Acesso em: 6 de out. 2019.
Arte terapia: Arte com arte na escola. Disponível em: http://www.ppd.net.br/arte-terapia-arte-com-arte-na-escola/ acessado em abril/2022
BRUNELLO, MariaInês Britto, MURASAKI, Aryel Ken, NÓBREGA, Jéssica Bortolato Gomes da Nóbrega. Oficina de construção de jogos e brinquedos de sucata: ampliando espaços de aprendizado, criação e convivência para pessoas em situação de vulnerabilidade social. São Paulo. Rev. Ter. Ocup. Univ. São Paulo, v. 21, n. 1, p. 98-103, jan. /abr. 2010. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rto/article/view/14091/15909. Acesso em: 5 de março. 2022
GUIMARÃES, Gislene Nunes. Arteterapia e Educação: a arte de tecer os afetos e cuidados. Consultoria e revisão Magda Martins Mariante. Porto Alegre. Laços, 2009.
NAUMBURG, Margaret. A arteterapia: seu escopo e sua função. Aplicações clínicas dos desenhos projetivos. São Paulo: Casa do Psicólogo. p. 388-392. 1991.
NUNES, Milena Manes. Sucata: reutilizar e criar, caminhos arteterapêuticos com crianças. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: https://www.arteterapia.org.br/pdfs/sucatareutilizarecriar.pdf. Acesso em: 5 de março. 2022.
SOUZA, de Otília Rosângela da Silva. Breve histórico da arteterapia. Disponível em: https://www.amart.com.br/historico. Acessado em 18 de fevereiro de 2022
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¹estefanisupervisão@gmail.com

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