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INFLUÊNCIA DO HELENISMO

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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO
REV. DENOEL NICODEMOS ELLER
SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO
REV. DENOEL NICODEMOS ELLER
Trabalho: 
Helenismo: Sua influência sobre Israel no período interbíblico. 
Professor: Rev. João Gustavo 
Aluno: Marco Antonio Ribeiro
Período Interbíblico
 Esse período teve a duração de aproximadamente 450 anos. Normalmente se faz referência a 
esse tempo como uma época em que Deus esteve em silêncio para com o seu povo. Nenhum profeta de 
Deus se manifestou ou, pelo menos, nenhum deixou escritos que tenham sido considerados canônicos.
 O período interbíblico revela as transformações pelas quais o judaísmo passou entre os persas, os 
gregos e os romanos. Também como surgiram as principais seitas do judaísmo, como os saduceus, os 
fariseus e os enigmáticos essênios. E o mais importante: explica como Deus agiu na preparação social e 
espiritual do mundo para a vinda do Messias.
 De Malaquias, último profeta da Lei, a João Batista, o precursor de Cristo, existe um período de 
silêncio de 400 anos. Neste tempo não houve palavra profética. O silêncio de Deus permite ao homem 
ver a inutilidade dos seus esforços para promover a paz social. Neste tempo, a humanidade estava sendo 
preparada para a chegada de um Salvador, o Messias prometido a Israel. 
 Nesse período de 400 anos, o povo foi subjugado por 4 nações pagãs - Síria, Grécia, Egito e 
Roma. Etimologicamente, “interbíblico” quer dizer “entre a Bíblia”, ou melhor, “entre os dois 
Testamentos”, isto é, entre o Velho e o Novo Testamento assim como se acham hoje em nossas Bíblias. 
 O livro do profeta Malaquias, último profeta desse período, termina com a promessa do precursor 
do Messias (Ml 4: 4-6 e 3:1). Mt. 3:1 é o cumprimento el da profecia de Malaquias. No entanto, entre a 
profecia (Ml 3:1) e seu cumprimento (Mt 3:1), transcorreram nada menos de 400 anos. Os 400 anos do 
período interbíblico caracterizam-se pela cessação da revelação bíblica, pelo silencio profundo em que 
Deus permaneceu em relação ao seu povo, pois durante esse período, nenhum profeta se levantou em 
nome de Deus. 
 No silencio desesperador desses 400 anos, o Senhor deixou que os esforços dos homens, na 
resolução dos problemas espirituais, falhassem; que a losoa se esboroasse, que o poder material 
enfadasse as almas; que a imoralidade religiosa desiludisse a todos, mesmo os corações mais ímpios; 
que a corupção campeasse, atingisse as raias da depravação, mostrando assim ao homem a inutilidade 
de tais sistemas e instituições. 
 Em 500 e poucos anos, os judeus foram derrotados, levados ao cativeiro; sua metrópole fora 
destruída, seu Templo profanado e derribado. Depois de duras provas porque passara, tornaram a 
Jerusalém, reedicaram a cidade, reconstruíram O Templo, e prosseguiram na sua história brilhante e 
ascendente, cujo término se vericou em 70 da nossa era, na destruição de Jerusalém pelos romanos. 
Introdução
 Antes de iniciar o trabalho falando sobre a inuência do Helenismo no Período Interbíblico, é 
necessário antes, esclarecer o que foi este período, quando aconteceu, porque recebeu este nome e 
depois explicar o que é o helenismo, qual sua origem, quem são seus principais representantes e por m, 
chegar à conclusão do trabalho explicando qual foi sua importância. 
Período Interbíblico: O Silêncio de Deus.
Helenismo
 O conceito de Helenismo foi usado pela primeira vez pelo historiador alemão Johann Gustav 
Droysen (1808-1884) para caracterizar o processo de expansão da cultura helênica, isto é, grega, para 
outras regiões do mundo antigo após a morte do imperador Alexandre, O Grande.
 Alexandre, O Grande, ou Alexandre Magno (como também é conhecido), viveu entre os anos 356 
e 323 a.C. Era oriundo da Macedônia, região da Península Balcânica que possuía forte conexão com as 
cidades-estado gregas, tendo se erguido enquanto organização política com inspiração em vários 
elementos da civilização grega. Alexandre era lho de Felipe da Macedônia e teve como preceptor o 
lósofo grego Aristóteles, tendo estudado em Atenas com esse sábio.
 Ao contrário de seu pai, Alexandre conseguiu expandir os domínios da Macedônia para toda a 
Hélade (como era conhecido o complexo de cidades-estado da Grécia Antiga), criando um império 
helênico que primava pela centralidade da cultura grega, sobretudo por aquilo que havia sido 
desenvolvido em suas principais cidades, como Antenas, Esparta e Tebas, em sua forma de organização 
política. Dessa maneira, aspectos do teatro, arquitetura, organização militar, música, vestimenta, 
losoa, conhecimento astronômico, poético e toda a ampla atmosfera política e cultural das cidades 
gregas foram absorvidos por Alexandre, que procurou expandi-las para além da Península Balcânica, 
levando-os em direção aos domínios de seu império.
 O Império de Alexandre compreendia uma vastidão que ia desde o norte da África, passando 
pelos domínios do antigo Império Persa, no Oriente Médio, o leste europeu, até chegar à Índia. Em toda 
essa região foram disseminados os elementos da cultura grega. Um dos exemplos mais famosos é o da 
cidade de Alexandria (que leva o nome de seu fundador), construída no nordeste do Egito, que se tornou 
símbolo intelectual da época helenística, em virtude de sua famosa biblioteca de rolos de papiros, que 
comportava cópias de obras de vários sábios da antiguidade.
 Após a morte de Alexandre, seus generais dividiram o império entre si e sustentaram a herança 
administrativa e cultural que Alexandre os legou até a época em que Roma passou a expandir-se e a 
dominar os antigos territórios conquistados por Alexandre. Esse período de orescimento, expansão e 
domínio da cultura grega no mundo antigo foi o que caracterizou o helenismo.
Inuência do Helenismo no Período interbíblico:
 Assim começou o relacionamento mais complexo e interessante do mundo antigo. Os gregos 
jamais tinham conhecido um povo como os judeus, e os judeus jamais tinham visto alguém como os 
gregos. A interação inicial pareceu ser bastante positiva. Para os judeus, os gregos eram uma cultura 
exótica e nova do Ocidente. 
 Tinham uma profunda tradição intelectual que produzira lósofos como Sócrates, Platão e 
Aristóteles (que foi tutor de Alexandre durante dois anos). Seu amor pela sabedoria, ciência, arte e 
arquitetura os destacava de outras culturas que os judeus conheciam, O idioma grego era considerado 
tão belo que o Talmud por vezes o chamou de mais bonita de todas as linguagens e os Rabinos 
decretaram até que um Rolo da Torá fosse escrito em grego. 
 Os gregos jamais tinham conhecido alguém como os judeus – a única nação monoteísta do 
mundo, com um conceito ímpar de um D’us bom e innito que cuida da criação e intervêm na História. Os 
judeus tinham tradições losócas e legais profundas e complexas. Tinham taxas de alfabetização e infra-
estrutura de bem-estar social incomparável no mundo antigo. Os gregos caram tão fascinados com os 
judeus que se tornaram o primeiro povo a traduzir a Bíblia em outro idioma quando o Rei Ptolomeu II 
(cerca de 250 AEC) forçou 70 Rabinos a traduzirem a Bíblia Hebraica em grego (conhecida como 
Septuaginta, que signica “70” em grego).
 Dois impérios gregos surgiram no Oriente Médio depois da morte de Alexandre: os Ptolomeus no 
Egito e os Selêucidas na Síria. A Terra de Israel era a fronteira entre estes dois impérios em guerra. 
Inicialmente, os judeus estavam sob o controle dos Ptolomeus, mas depois da Batalha de Panias em 198 
AEC, Israel viu-se sob o domínio dos Selêucidas e seu rei, Antiochus.
 Enquanto grande parte da camada superior da sociedade judaica, juntamente com o restante da 
população do mundo Mediterrâneo, tivesse prontamente abraçado a cultura helenista (alguns a ponto de 
denunciar sua identidade judaica), a grande maioria dos judeus permaneceu el ao Judaísmo. Esta 
“rejeição” ao estilo de vida helenista era visto com grande hostilidade por muitos gregos e considerada 
uma forma de rebelião. As exóticasdiferenças que tinham servido certa vez como fonte de atração entre 
as duas culturas agora criara a faísca para uma guerra cultural. 
 
 De início o monoteísmo judaico conservador do templo, ofereceu resistência ao sincretismo 
religioso helenístico. A fusão de costumes gregos, persas, egípcios, mesopotâmicos deagrou ao judeu 
de Jerusalém um universo confuso e oposto as suas aspirações estritamente religiosas e morais. Não nos 
cabe a ingenuidade de camuar o decurso das inuências, visto que os judeus já vinham ao longo de sua 
trajetória em constante contato com diversas culturas, em conseqüência da diáspora.
 Muitos desses judeus viam no helenismo a possibilidade da quebra com o tradicionalismo e eram 
atraídos pela liberdade grega. Essa aculturação helenística sobre os judeus pode ser notada com grande 
rigor já na segunda metade do século I a.C. e no primeiro século d.C. Quando o helenismo alcançou a 
elite de Jerusalém, os saduceus [4] sucumbiram a magnicência da arquitetura helenística e do prazer 
heleno.
 No reinado de Herodes o grande, nal do séc. I a.C. quando a Judéia era província romana, 
Herodes criou cidades helenizadas, com anteatro, hipódromo, palácios com grandes colunas. 
Construções monumentais todas em arquitetura helenística. Jerusalém com uma população de 
aproximadamente cento e vinte mil habitantes, e que no período das peregrinações religiosas ao Templo 
chegavam a quinhentos mil, dados descritos por Josefo. Demonstram que mesmo sob forte devoção 
espiritual, o helenismo permaneceu.
 A historiograa grega inventariava fragmentos históricos restritos, esmiuçando a historicidade nas 
interpretações, ao passo que a historiograa judaica preocupava-se em relatar a história desde a criação 
do mundo, numa pesquisa ampla. Entretanto historiadores e lósofos judeus foram considerados 
helenistas. Como o historiador Flávio Josefo (37d.C. – 100d.C.) que acredita-se ter escrito apenas 
“Guerra Judaica” em aramaico. Sua grande obra, Antiguidades Judaicas um paralela a bíblia hebraica foi 
escrita em grego, assim como o restante de sua obra.
 Filon (20 a.C.- 50 d.C) é outro exemplo clássico de judeu helenista nascido na Judéia, mas 
domiciliado em Alexandria, tentou integrar a losoa grega a teologia mosaica, escreveu toda sua obra 
em língua grega, segundo o historiador americano Nathan Ausubel “ele foi um platônico e pitagórico 
rme, mais um escritor losóco do que um escritor de losoa. Era um poeta escrevendo sobre religião 
em prosa losóca. Provavelmente nenhum escritor da era helenística, judeu ou gentio, podia-se 
comparar com ele quanto ao estilo literário cristalino”. (1989, p.330)
 Judeus helenizados provenientes da diáspora e de língua grega, já na primeira metade do séc. I 
d.C. enfadados com o sistema religiosos tradicional, pelo desprezo a que eram submetidos pelos 
diferentes partidos políticos religiosos, se enveredavam para o cristianismo primitivo, seguindo os 
apóstolos cristãos.
 A literatura judaica esteve apoiada nas bases da literatura helenística. A utilização da língua grega 
como veículo de comunicação entre várias cidades helenizadas propiciou a expansão do cristianismo, a 
inuência nos judeus helenísticos é facilmente observada nos registros dos escritos sagrados, um 
exemplo foi o estilo literário do Novo Testamento que apresenta explicações por parábolas e epístolas.
 Embora o helenismo fosse conhecido na antiguidade, como a disseminação da língua grega 
comum o koiné, o helenismo obteve uma conotação mais ampla no séc. XIX com o historiador alemão 
Johann Gustav Droyser, segundo Gunneweg “…época moderna da Antiguidade. O helenismo, mais do 
que uma mescla de culturas, é uma metamorfose dos componentes que nela se encontram… O 
helenismo era uma moda e, ao mesmo tempo, uma necessidade civilizacional onipresente. Quem 
almejava riqueza e um modo de vida superior precisava abrir-se a ele e, pelo menos aprender grego”. 
(2005, pag. 250)
 Concluindo o helenismo chegou a Judéia, não nós moldes de outras cidades helenizadas, que de 
início aceitou a helenização como aculturamento, e até mesmo como doutrina civilizatória. O helenismo 
teve profundo impacto sobre os judeus da diáspora, que estavam longe do templo em Jerusalém. Mas foi 
relevante também sobre a Judéia, Cesaréia [5] que foi capital da Judéia estava debruçada sobre o 
helenismo,
 Jerusalém não escapou a um verniz helenístico motivado pelos interesses da elite. O 
tradicionalismo judaico sacerdotal tentou minimizar essa inuência, e até por determinados períodos 
resistiu, como na revolta macabéia [6]. Logo podemos concluir que a Judéia não passou imune ao 
helenismo, ela sobreviveu com ele, e com todas as suas especicidades religiosas.
Bibliograa:
http://espacodevida.blogspot.com/2008/02/perodo-interbblico.html - Acesso em 20 de Maio de 2015
http://www.historiadomundo.com.br/idade-antiga/helenismo.htm - Acesso em 20 de Maio de 2015
https://cpantiguidade.wordpress.com/2010/01/22/o-helenismo-na-judeia/ - Acesso em 20 de Maio de 2015
COULANGES, Fustel de. A Cidade Antiga
PUREZA, Rafael. Jesus, entre a história e a Fé
NETO, Francisco Abreu. Geograa Bíblica sistematizada 
TOGNINI,Enéas período interbiblico.
ANDRADE, Claudionor Correa de. Geograa Bíblica 21ª Ed. 2008
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