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1 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 � Conhecer o Movimento da Educação Nova, 
em outros países e alguns representantes;
 � Identificar a influência do Movimento da Educação Nova, 
para a transformação do sistema educacional. 
A Educação Nova: 
panorama mundial
INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PARAÍBA
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA UNIDADE 02 AULA 05
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA - A Educação Nova: panorama mundial
2 COMEÇANDO A HISTÓRIA
As únicas revoluções fecundas são as que se fazem ou 
se consolidam pela educação, e é só pela educação que 
a doutrina democrática, utilizada como princípio de 
desagregação moral e de disciplina, poderá transformar-
se numa fonte de esforço moral, de energia criadora, 
de solidariedade social e de espírito de cooperação. 
Manifesto dos Pioneiros
Marcia Kanitz – Manifesto dos Pioneiros da Ed. 
Nova (1932) e dos Educadores (1959)
“Promover a Educação Pública é Promover a 
convergência e a harmonia dos esforços humanos lá 
onde aqueles que olham de baixo não vêem senão luta 
e competição de grupos”
Por Fernando Haddad
Obra – Manifesto dos Pioneiros da Ed. Nova.
FONTE: Disponível em: <http://poesiaeartearteepoesia.
blogspot.com.br/2011/08/manifesto-dos-pioneiros-da-
educacao.html>. Acesso em 18 de março de 2012.
Iniciemos a nossa aula a partir de um dos pontos contidos no manifesto dos 
pioneiros da Educação Nova, temática que iremos abordar nessa nossa aula. O 
fragmento do texto acima, nos remete a uma verdade que temos que pensar 
não só como professor, mas como cidadão, que a revolução pela educação ou 
seria a educação pela revolução.
Pelo que já foi visto nas nossas últimas aulas, que é no meio de grandes 
embates ou discussões que a educação caminha, mesmo que, às vezes, a passos 
de tartaruga ou em alguns momentos, volta para o ponto de onde começou, 
mas é a partir desses movimentos de idas e vindas que se faz a educação.
Figura 1: Representante do 
Movimento Escola Nova 
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UNIDADE 02 AULA 05 
3 TECENDO CONHECIMENTO
3.1 A Educação Nova: apresentando atos e autores
Antes de começarmos a falar do movimento da Educação Nova e o que 
representou para o campo educacional brasileiro, estaremos apresentando a 
origem desse movimento que significou a renovação do ensino mundial, foi 
um movimento que se iniciou primeiramente na Europa, a partir do século XIX 
e que teve uma forte repercussão na América e no Brasil. Outros nomes foram 
dados a este movimento, de acordo com a sua natureza, que seriam: "Escola 
Ativa" ou "Escola Progressiva", podemos assim dizer, que apesar de muitas 
contestações e limitações, foi um movimento que deixou marcas indeléveis 
para o sistema educacional em nível de mundo. 
Os experimentos das “escolas novas”, foi iniciado na 
Inglaterra por Cecil Reddie (1858 -1932) que, em 1889, 
abriu em Abbotsholme (perto de Derbyshire) uma escola 
para rapazes dos 11 aos 18 anos, que dirigiu até 1927. 
Segundo Reddie, o ensino deveria ser profundamente 
mudado para tornar-se mais adequado às exigências da 
sociedade moderna. Em contraposição a um programa 
formativo antiquado (CAMBI, 1999, p.515)
Dentre os precursores que inspiraram o movimento de renovação da 
Educação Nova daremos destaque: o escritor Jean-Jacques Rousseau (1712-
1778), com a sua obra “O Emílio” e os pedagogos Heinrich Pestalozzi (1746-
1827) e Freidrich Fröebel (1782-1852). Outro grande nome do movimento 
na América foi o filósofo e pedagogo John Dewey (1859-1952). O psicólogo 
Edouard Claparède (1873-1940) e o educador Adolphe Ferrière (1879-1960). 
A obra “O Emílio” é de grande relevância para o campo educacional, pois 
já imprime uma educação, onde a criança não é vista como um adulto em 
miniatura, seguindo os costumes e a vida dos próprios adultos. Para ele, a 
criança tem sua própria natureza, veja nesse trecho abaixo dos escritos do Emílio. 
A criança que quer falar só deve escutar as palavras que 
pode entender, e só dizer as que pode articular. Os esforços 
que faz para isso levam-na a repetir a mesma sílaba, como 
se treinasse para pronunciá-la mais claramente. Quando ela 
começar a balbuciar, não vos preocupeis em adivinhar o 
que ela diz. Pretender ser sempre escutado é também uma 
forma de dominação e a criança não deve exercer nenhum 
domínio. Basta que cuideis atentamente do necessário; 
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA - A Educação Nova: panorama mundial
cabe à criança fazer com que entendais o que não é. Deve-
se ainda, muito menos ter pressa para exigir que ela fale; a 
criança saberá falar por si mesma, à medida que perceber a 
utilidade disso. (ROUSSEAU,1999,p.63)
 Vale salientar que na obra: “O Emílio”, Jean Jacques Rousseau, de acordo 
com Piletti; Piletti (2000, p.120): 
“[...] descreve a educação de uma criança que é retirada 
da influência dos pais e das escolas, isolada da sociedade 
e entregue a um professor ideal, que educa segundo os 
padrões da natureza e em contato permanente com esta.” 
Outro importante ator deste movimento foi o filósofo e pedagogo John 
Dewey (1859-1952), influenciado pelo pragmatismo de William James, preferia 
usar expressões como: instrumentalismo ou funcionalismo, para identificar a 
sua teoria. Escreveu: 
Meu Credo Pedagógico; A Escola e a Criança; Democracia 
e Educação. Tornou-se um dos maiores pedagogos 
americanos, contribuindo de forma marcante para a 
divulgação dos princípios da Escola Nova. (ARANHA, 2006, 
p.261)
Para Dewey, o conhecimento é uma atividade dirigida, que não tem um 
fim em si mesmo, mas está voltado para a experiência. Fundou uma escola 
experimental em Chicago, no final do século XIX, primando pela aprendizagem, 
através da prática, da experiência do fazer. Dava especial atenção aos trabalhos 
manuais. Ele fazia críticas severas ao ensino tradicional, com a predominância 
do seu intelectualismo e da memorização.
O movimento europeu das “Escolas novas” encontrou em anos mais recentes, 
uma interpretação bastante rica e equilibrada dos próprios princípios nas 
posições de Cousinet e de Freinet, que elaboraram não só métodos didáticos 
bastante significativos e orgânicos, mas também, uma constante reflexão sobre 
os fundamentos teóricos e as implicações políticas características das “Escolas 
Novas”.
3.2 CELESTIN FREINET: Propondo uma educação social
Em relação à Freinet, vamos destacar um pouco sobre sua vida e obra, 
educador que criou métodos didáticos, a partir de sua prática de sala de 
aula e que recebeu forte influência do movimento das “escolas Novas”. Agora 
apresentaremos um pouco sobre a vida dele: 
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UNIDADE 02 AULA 05 
Célestin Freinet nasceu em 15 de outubro de 
1896, numa cidadezinha chamada Gars, situada 
no sul da França. Ainda adolescente, mudou-se 
para a cidade de Nice, onde começou a cursar 
o Magistério. Viveu numa época marcada por 
transformações políticas e sociais. 
Em 1920, iniciou suas atividades como 
educador, antes mesmo de terminar o Curso 
Normal, em Bar-sur-loup. O que mais impressiona 
Freinet não era o aspecto tradicional da sala de 
aula, mas como relata Freinet, É. (1978, p.16):
[...] é a presença efetiva das crianças, miúdos de cinco a oito 
anos, simultaneamente diferentes e parecidos, formando 
um bloco, como se fossem um rebanho dócil e agitado por 
redemoinhos, logo se desintegrando, disperso, através de 
misteriosos individualismos [...] (FREINET, C, 1969, p.52)
Diante dessa realidade, sem nenhuma experiência, nem teorias pedagógicas, 
iniciou sua ação pedagógica contrária a tudo aquilo que ele achava enfadonho 
na sala de aula, respeitando profundamente a individualidade de seus alunos, 
construída a partir da convivência com o outro. Para formar no seu aluno o 
perfil de pesquisador. Freinet criou técnicas que faziam brotar do seu aluno a 
espontaneidade e o fascínio pelo querer saber. Dentre estas, a aula-passeio foi 
uma ideia que surgiu com esse propósito.
No ano de 1926, conheceu Élise Lagier Bruno, uma artista plástica que 
chegou em Bar-sur-Loup para trabalharcomo sua colaboradora, mais tarde 
se tornaria suas esposa. Com a colaboração de um amigo, em 1927, escreveu 
o livro A Imprensa na Escola, onde relata sua experiência no surgimento da 
impressora escolar, fundando também a Cooperativa de Ensino Leigo (CEL).
Sua prática poderia estar restrita à sua sala de aula em Bar-sur-lup, no entanto 
o ideal de cooperação que o instigava a construir a sua história permitiu que ele 
vivenciasse e descobrisse a riqueza do encontro com o outro, consolidada por 
muitos educadores que, como Freinet, acreditavam no potencial humano e no 
espírito de construção e de liberdade que há em cada um.
Célestin Freinet e Élise começam a receber muitas correspondências por 
causa das atividades desenvolvidas na Escola e na Cooperativa. Em virtude disto, 
surgiu a ideia de realizar um congresso1 para difundir a utilização da imprensa na 
1 O primeiro Congresso que consagra o Movimento Internacional de Material Impresso na Escola.
Figura 2: Celestin 
Freinet 
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA - A Educação Nova: panorama mundial
escola. Nesse momento, segundo Sampaio (1994, p.33), “[...] Freinet pôde sanar 
todas as dúvidas dos adeptos de seu movimento, relativas ao uso adequado de 
todo o material: prelos, tipos, papéis, encadernações e ilustrações, etc [...]”.
Com a preocupação constante de solucionar os problemas que iam se 
descortinando diante de seus olhos e atender às exigências do Programa Oficial 
dos conteúdos, adequando à realidade, respeitando o ritmo e a capacidade de 
cada criança, Freinet junto com os correspondentes da CEL construiu e difundiu 
outras técnicas, como por exemplo: criação de fichários, biblioteca de trabalho, 
planos de trabalhos, entre outros.
O aporte para a construção de sua pedagogia teve sua gênese na sua própria 
experiência, bem como nos conhecimentos e nas relações que ele estabelecia 
com teorias e práticas lançadas por outros educadores, realizando leituras 
críticas, reformulando até em alguns momentos o seu sentido. Elias (1997, p.24) 
relata que:
[...] Freinet participa do Congresso da Liga Internacional 
para a Educação Nova, realizado em Montreux (Suíça). Lá 
se encontra com Ferriere, Claparede, Decroly, Bovetn e 
Cousinet. Interessa–se apaixonadamente por tudo que 
lhe é dado ver e ouvir, principalmente pelo papel ativo 
da criança. Acreditando que o homem é um ser social e 
fazedor de história, procura dar um sentido mais profundo 
à palavra atividade que é proposto pela Educação Nova [...]
A partir de então, Freinet começa a construir os princípios e, mais tarde, sua 
Pedagogia, tendo a própria vida como eixo central de orientação, utilizando 
elementos simples da realidade dos seus alunos. Partindo das observações, 
experimentos e comparações, traçou o perfil de sua sala de aula, descobrindo 
os interesses, os problemas e a personalidade de cada um de seus alunos, 
melhorando o relacionamento entre as crianças e ele próprio.
Como educador, seus Princípios se construíram ao longo de sua experiência 
e expressam, até hoje, uma maneira particular e única de Célestin Freinet ver 
a condição humana, o espírito fraterno da convivência e aceitação do outro, 
balizadores de todo o fazer educacional que propôs em seu ideal de vida.
Sua postura de professor-pesquisador desencadeou o processo de constru-
ção de uma pedagogia centrada na espontaneidade do indivíduo, em sua liber-
dade de expressão, tendo consciência da interdependência que existia entre a 
escola e o meio social. 
Pensando assim, construiu técnicas que todos pudessem se utilizar, na 
tentativa de construção de uma escola que atendesse às reais necessidades do 
indivíduo, respeitando o ritmo e o interesse de cada um. Para ele, a vida entra 
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UNIDADE 02 AULA 05 
na escola e a escola faz parte da vida. Não há mutilação de uma pela outra.
Freinet, em sua trajetória como educador, modificou, através de sua prática, 
o ensino ministrado de forma tradicional quando deixou evidente que a escola 
não mais podia se prender a um ensino conteudista, no qual o aluno apenas 
recebia o conhecimento passado pelo professor de forma expositiva. 
Não nos devemos mais conformar por mais tempo, com 
uma escola que se atrasou cem anos com o seu verbalismo, 
os seus manuais, os seus manuscritos, o balbuciamento das 
suas lições, a recitação de resumos, a caligrafia dos seus 
modelos [...] (FREINET:1969, p.28)
Suas técnicas se baseiam na livre expressão e nas descobertas feitas por 
meio do tateamento experimental, na qual a cooperação é a base, à realização 
de todas as atividades desenvolvidas com os alunos. Essas técnicas devem ser 
trabalhadas dentro da Pedagogia Freinet numa totalidade, não fragmentada, 
não sendo apenas a técnica pela técnica.
Surgem, então, o texto-livre, a imprensa escolar, a aula-passeio, a reunião 
cooperativa, a correspondência inter-escolar, o livro da vida, o jornal mural, o 
jornal escolar, entre outras técnicas que despertavam no aluno, a motivação, a 
ação e a vida na escola.
A sua opção política, segundo Santa Rosa (2004, p.50), “[...] era em favor da 
cidadania, dando contornos socialistas a todo o seu projeto e práxis pedagógica 
[...]”. Para este inovador da educação, a prática educativa ministrada, através da 
escola não pode se dissociar do contexto sócio-político em que o indivíduo está 
inserido.
Com o início da 2ª Guerra Mundial, Freinet vai preso e fica confinado no 
campo de concentração de Var. Lá, fica seriamente doente, mesmo assim, 
enquanto é mantido preso dá aulas para os seus companheiros.
[...] Nessa fraterna dedicação, deu especial atenção aos 
analfabetos. Aplicou-lhes suas técnicas, elaborou com 
seus “alunos-prisioneiros”, um jornal que, mesmo feito à 
mão, revelava o que havia de maior, de mais comoventes: 
eram textos livres de pessoas que se encontravam em 
uma circunstância de vida jamais imaginada por elas[...] 
(SAMPAIO, 1989, p.71).
Em 1941, sua esposa Élise Freinet luta pela sua libertação e consegue. Logo 
após a sua liberdade, alia-se ao Movimento da Resistência Francesa. Retorna a 
Vence e encontra tudo destruído, não encontrando registro algum da criação e 
existência da CEL.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA - A Educação Nova: panorama mundial
Num pensamento de reconstruir e começar de onde pararam, no ano de 
1947, ele e a esposa, criaram o ICEM2 , uma associação pedagógica voltada à 
pesquisa, começando com 130 adeptos e, no ano posterior, contavam com a 
adesão de 20.000 participantes.
O grupo Freinet, em 1955, começou a se preocupar com o excesso de 
alunos em sala de aula. Realizaram uma grande campanha de âmbito nacional, 
com o objetivo de se alertar para o excesso de alunos no ambiente de sala. 
A luta buscava limitar o número de alunos por sala em, no máximo, 25. Esse 
movimento culminou com a realização de um congresso na cidade de Aix, 
desencadeando o apoio da opinião pública francesa.
Célestin Freinet, em 1966, morreu em Vence, na França. Dando continuidade 
à sua obra, Élise e mais tarde a filha do casal, Madeleine, permaneceram 
divulgando e aplicando a ideologia do estudioso. Até hoje, em Vence, a Escola 
Freinet funciona. Ao refletirmos sobre a atuação de Freinet, enquanto educador 
que lutava contra uma escola excludente presenciou o banimento do ensino 
tradicional de sua sala de aula, cujo prestígio do mestre e seus ensinamentos 
são enfocados.
Nesse enfoque, compreendemos que a Pedagogia Freinet atende os anseios 
de seu tempo, com um olhar para o futuro, buscando uma escola com um ensino 
voltado para resolver as necessidades de sua época, sem esquecer a essência 
do indivíduo. Esta pedagogia dialoga com os conhecimentos construídos pelo 
homem, a partir de suas experiências, nas teias de suas relações com o outro e 
com o conhecimento produzido pela própria ciência.
O que apresentamos a você foram dois importantes personagens para 
a constituição do movimento da Escola Nova, que em tempos diferentes 
souberam compreender a essência pedagógica deste movimentoe que em 
outros momentos, até transcenderam essas ideias. 
No Brasil, o movimento de otimismo pedagógico ou da Escola nova, já 
inflava os ânimos de alguns educadores e políticos daquela época, entre eles 
podemos citar: Rui Barbosa no século XIX, com um discurso de preocupação 
sobre os altos índices de analfabetismo que assolavam o país. E já no século XX, 
precisamente no ano de 1932, um grupo de 26 educadores lança o manifesto 
dos Pioneiros da Educação Nova. Em se tratando do Brasil, teremos uma aula 
especialmente para discutir este movimento.
2 Instituto Cooperativo da Escola Moderna
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UNIDADE 02 AULA 05 
EXERCITANDO
Invariantes pedagógicos de Freinet
1 A criança é da mesma natureza que o adulto. 
2 Ser maior não significa necessariamente estar acima dos outros. 
3 O comportamento escolar de uma criança depende do seu estado fisiológico, 
orgânico e constitucional. 
4 A criança e o adulto não gostam de imposições autoritárias.
5 A criança e o adulto não gostam de uma disciplina rígida, quando isto significa 
obedecer passivamente uma ordem externa. 
6 Ninguém gosta de fazer determinado trabalho por coerção, mesmo que, em 
particular, ele não o desagrade. Toda atitude imposta é paralisante. 
7 Todos gostam de escolher o seu trabalho, mesmo que essa escolha não seja a 
mais vantajosa. 
8 Ninguém gosta de trabalhar sem objetivo, atuar como máquina, sujeitando-se 
a rotinas nas quais não participa. 
9 É fundamental a motivação para o trabalho. 
10 É preciso abolir a escolástica. 
A. Todos querem ser bem-sucedidos. O fracasso inibe, destrói o ânimo e o 
entusiasmo. 
B. Não é o jogo que é natural na criança, mas sim o trabalho. 
11 Não são a observação, a explicação e a demonstração - processos essenciais 
da escola - as únicas vias normais de aquisição de conhecimento, mas a 
experiência tateante, que é uma conduta natural e universal. 
12 A memória, tão preconizada pela escola, não é válida, nem preciosa, a não 
ser quando está integrada no tateamento experimental, onde se encontra 
verdadeiramente a serviço da vida. 
13 As aquisições não são obtidas pelo estudo de regras e leis, como às vezes se 
crê, mas sim pela experiência. Estudar primeiro, regras e leis, é colocar o carro 
na frente dos bois.
14 A inteligência não é uma faculdade específica, que funciona como um circuito 
fechado, independente dos demais elementos vitais do indivíduo, como ensina 
a escolástica. 
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA - A Educação Nova: panorama mundial
15 A escola cultiva apenas uma forma abstrata de inteligência, que atua fora da 
realidade, fica fixada na memória por meio de palavras e ideias. 
16 A criança não gosta de receber lições autoritárias.
17 A criança não se cansa de um trabalho funcional, ou seja, que atende aos rumos 
de sua vida. 
18 A criança e o adulto não gostam de ser controlados e receber sanções. 
Isso caracteriza uma ofensa à dignidade humana, sobretudo se exercida 
publicamente. 
19 As notas e classificações constituem sempre um erro. 
20 Fale o menos possível. 
21 A criança não gosta de sujeitar-se a um trabalho em rebanho. Ela prefere o 
trabalho individual ou de equipe numa comunidade cooperativa. 
22 A ordem e a disciplina são necessárias na aula. 
23 Os castigos são sempre um erro. São humilhantes, não conduzem ao fim 
desejado e não passam de paliativo. 
24 A nova vida da escola supõe a cooperação escolar, isto é, a gestão da vida pelo 
trabalho escolar pelos que a praticam, incluindo o educador. 
25 A sobrecarga das classes constitui sempre um erro pedagógico. 
26 A concepção atual das grandes escolas conduz professores e alunos ao 
anonimato, o que é sempre um erro e cria barreiras.
27 A democracia de amanhã prepara-se pela democracia na escola. Um regime 
autoritário na escola não seria capaz de formar cidadãos democratas. 
28 Uma das primeiras condições da renovação da escola é o respeito à criança 
e, por sua vez, a criança ter respeito aos seus professores; só assim é possível 
educar dentro da dignidade. 
29 A reação social e política, que manifesta uma reação pedagógica, é uma oposição 
com o qual temos que contar, sem que se possa evitá-la ou modificá-la. 
30 É preciso ter esperança otimista na vida.
(SAMPAIO,1994, p.81-99)
Fonte: disponível em http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/
per06.htm>. Acesso em 18 março de 2012.
11
UNIDADE 02 AULA 05 
Analisando as invariantes pedagógicas de Celestin Freinet, responda as 
questões abaixo: 
1) Cite 04 invariantes que você julga mais importante e justifique sua 
escolha.
2) Para você quais invariantes se aplicam efetivamente à realidade 
educacional e por quê?
3) Existe alguma invariante que você não concorda? Cite-a e diga por que 
não concorda. 
4 APROFUNDANDO SEU CONHECIMENTO
Para um aprofundamento maior do seu aprendizado 
sobre esta temática, sugerimos o estudo dos textos: 
Educação Nova, de Claudino e Nelson Piletti, que faz 
parte do livro: filosofia e História da Educação, da Ática, 
2000 e;
O Livro I de Jean Jacques Rousseau na obra – Emílio 
ou da Educação, com tradução de Roberto Leal Ferreira, 
Editora Martins, 1999.
5 TROCANDO EM MIÚDOS
Nesta aula, falamos sobre a origem do movimento da Educação Nova e suas 
influências para todo o mundo, no que diz respeito ao campo educacional, 
destacando alguns nomes que participaram efetivamente, como é caso de 
Rousseau, Dewey e Freinet, falando sobre a atuação de cada em contextos e 
tempos diferenciados, e quais os métodos didáticos, bastante significativos, 
foram construídos por estes. Ainda nos reportamos ao movimento dos pioneiros 
da educação nova no Brasil e alguns dos seus representantes.
6 AUTOAVALIANDO
1) Use sua livre expressão e a partir do que foi estudado nesta aula, construa 
a partir de uma poesia, paródia, desenho, imagens, entre outros, a sua 
compreensão do que significou o movimento Educação Nova para o 
contexto educacional.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de Aruda. História da Educação e da Pedagogia: geral e 
Brasil. 3. ed. São Paulo, Moderna, 2006. 
CAMBI, Franco. História da Pedagogia. Trad. Álvaro Lorencini. São Paulo: 
UNESP,1999. 
ELIAS, Marisa Del Cioppo. Cèlestin Freinet: uma pedagogia de atividade e 
cooperação. Rio de Janeiro: Vozes, 1997. 
FREINET,Celestin. Para uma Escola do povo. Trad. Arlindo Mota. Lisboa: 
Presença,1969.
FREINET, Élise. Nascimento de uma Pedagogia Popular: métodos Freinet.: Trad. 
Rosália Cruz. Lisboa: Estampa, 1978.
PILETTI, Claudino;PILETTI, Nelson. Filosofia e História da Educação. 15 ed. São 
Paulo: Ática, 2000.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Emílio ou da Educação. Trad. Roberto Leal Ferreira. 2 
ed. São Paulo: Martins,1999. 
SAMPAIO, Rosa Maria Whitaker Ferreira. Freinet: Evolução Histórica e Atualidades. 
São Paulo: Scipione,1994.
	A Educação Nova: 
panorama mundial
	1  OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
	2  COMEÇANDO A HISTÓRIA
	3  TECENDO CONHECIMENTO
	3.1  A Educação Nova: apresentando atos e autores
	3.2  CELESTIN FREINET: Propondo uma educação social
	4  APROFUNDANDO SEU CONHECIMENTO
	5  TROCANDO EM MIÚDOS
	6  AUTOAVALIANDO
	REFERÊNCIAS

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