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PUERICULTURA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO MARIA EDUARDA NOTARO CAVALCANTI – MED XIV Crescimento e desenvolvimento Introdução Crescimento → parte física Desenvolvimento → pensamos, principalmente, na parte neuropsicomotora. Abrange vários aspectos interligados que caracterizam a evolução dinâmica do ser humano a partir de sua concepção. Maturação → processo de construção que resulta da interação entre a influência biológica da própria espécie e do próprio indivíduo e a sua história e seu contexto sociocultural. O que é puericultura? É a subespecialidade da pediatria que se preocupa com o acompanhamento integral do processo de desenvolvimento da criança. É por meio dela que o pediatra tem condições de detectar precocemente os mais diferentes distúrbios das áreas de crescimento, nutrição e desenvolvimento. Além dessas 3 áreas, podemos citar também a imunização. A frequência das consultas Precisa fazer as consultas de rotina, mesmo sem queixas, elas são necessárias para fazer o acompanhamento da criança e prevenir patologias 1. Ministério da saúde Até 1 ano: 1° semana (3 a 7 dias - imediatamente pós-natal), 1 mês, 2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses e 12 meses. De 1 a 2 anos: 2 consultas: 18 e 24 meses. A partir dos 2 anos: consultas anuais. 2. SBP Até os 2 anos: 5 dias, 15 dias, 30 dias, 2 meses, 3 meses, 4 meses, 5 meses, 6 meses, 8 meses, 10 meses, 12 meses, 14 meses, 18 meses, 20 meses, 22 meses, 24 meses. Dos 2 aos 6 anos, 1 consulta a cada 3 meses Dos 6 aos 7 anos, 1 consulta a cada 6 meses A partir dos 7 anos, 1 consulta por ano 3 fases do Crescimento e Desenvolvimento Gráfico de velocidade do crescimento PUERICULTURA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO MARIA EDUARDA NOTARO CAVALCANTI – MED XIV 0 - 2 anos → período importante devido à alta velocidade de crescimento e desenvolvimento psicomotor primordial. 3 anos até a puberdade → estabilização da velocidade de crescimento. Adolescência ou puberdade → marcado pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais e finalização do crescimento. Importância de acompanhar o crescimento da criança Garantir o desenvolvimento em sua plenitude (sem interferências, como a hiper ou hipo- alimentação ou a alimentação inadequada) Diminuição da mortalidade infantil • Alimentação bem feita • Saneamento básico • Imunização Contribuir para a melhoria da qualidade de vida O crescimento é um dos principais indicadores da qualidade de vida na criança. Fatores que influenciam no crescimento e desenvolvimento: Fatores intrínsecos → hormônios capazes de influenciar no crescimento Fatores extrínsecos → fatores presentes no ambiente que podem prejudicar a expressão de todo o potencial Influenciam o processo de crescimento e desenvolvimento: 1. Genética 2. Condições sociais 3. Alimentação 4. Psicológico 5. Ambiente rico em patógenos 6. Hormônios tireoideanos Obs.: Relação TSH e Hormônios tireoidianos. Excesso de hormônios → comunicação para SNC para reduzir produção. 7. GH Obs.: eixo GH-hipófise Produção no hipotálamo, responsável por liberar o hormônio do crescimento. Age na pituitária (hipófise) anterior ou adenohipófise. Ativa enzimas para agir em ossos longos → crescimento ósseo. Obs.: Somatostatina é um hormônio que inibe a liberação GH. Quando pct tem liberação grande de GH e começa a apresentar gigantismo, a somatostatina inibe essa liberação. A IGF-1 apresenta algumas funções: - Desenvolvimento e função do timo PUERICULTURA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO MARIA EDUARDA NOTARO CAVALCANTI – MED XIV - Hematopoese - Função de células imunes - Desenvolvimento glomerular, função e integridade - Crescimento e diferenciação fetal - Foliculogênese ovariana - Função e integridade testicular - Desenvolvimento, mielinização e proteção neural - Liberação de β-amilóide - Anti-inflamatório - Desenvolvimento e proteção cardiovascular - Vasodilatador - Desenvolvimento e crescimento músculo- esquelético 8. FSH, LH Obs.: Influência do FSH e LH Durante a puberdade, LH e FSH são liberados por estímulo de GnRH na pituitária. Dependendo do nível hormonal, há liberação de mais testosterona e estrógeno, tendo feedbacks. Começa a espermatogênese e a ovulação • Testosterona - Alteração de voz - Crescimento do tecido muscular - Alargamento da genitália - Pelos faciais, pubianos e axilares • Estrógeno - Ampliação dos quadris - Começo da menstruação - Desenvolvimento dos seios - Pelos pubianos e axilares De 0 – 2 anos Nos primeiros anos de vida, o crescimento é particularmente intenso. Nessa etapa, a maior velocidade de crescimento extra-uterino que se pode alcançar na espécie humana é alcançada nesse período (25 cm/ano no primeiro ano de vida). Devido a sua intensidade importante, o crescimento é altamente vulnerável à falhas nessa faixa etária. Falhas nos fatores extrínsecos e/ou intrínsecos - é mais vulnerável aos agravos de natureza diversa e às adversidades das condições ambientais. Tem que ter alimentação saudável, imunização... Para evitar que pegue doença e internamento, o que impede que ela cresça bem. Por outro lado, por sua grande plasticidade, é também nessa época que a criança melhor responde aos estímulos que recebe e às intervenções, quando necessárias. Medição adequada 1. Peso Balança do bebê → até a criança conseguir ficar de pé sem apoio. • A criança deve estar deitada e sem roupas. PUERICULTURA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO MARIA EDUARDA NOTARO CAVALCANTI – MED XIV Gráfico: OBS: o peso é, em média, 3300 g. Crianças nascidas com peso menor que 2500 g são denominadas de baixo peso, e entre 2500 e 3000 g são denominadas de peso insuficiente. 2. Altura Infantômetro → usa-se nas crianças abaixo de 2 anos (ou até 110 cm). Termos Comprimento → menores de 2 anos Obs.: Não se pode dizer que o bebê de 1 ano tem 75 cm de altura! Ele tem 75 cm de comprimento. Altura (em pé) → maiores de 2 anos Estatura → maior extensão do indivíduo (compreende comprimento e estatura). Gráfico PUERICULTURA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO MARIA EDUARDA NOTARO CAVALCANTI – MED XIV Abaixo de Z - 2 → baixa estatura Acima de Z + 3 → alta estatura Perímetro cefálico Importante para analisar o crescimento do tecido cerebral. Avaliar se há algum desvio, tanto para mais, como para menos. Passar fita na proeminência occipital (região posterior) e glabela (região anterior) O crescimento esperado do perímetro cefálico ao longo dos 12 primeiros meses de vida é de 12 cm/ano, crescendo ao longo destes meses da seguinte maneira: 2 cm/mês no 1° trimestre 1 cm/mês no 2° trimestre 0,5 cm/mês no 3° trimestre 0,5 cm/mês no 4º trimestre Leitura do gráfico: • Acima de Z + 2 → macrocefalia • Abaixo de Z - 2 → microcefalia PUERICULTURA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO MARIA EDUARDA NOTARO CAVALCANTI – MED XIV Avaliar fechamento de fontanelas. A fontanela posterior (lambdóide) fecha até os 2 meses e a anterior (bragmática) fecha entre os 9 meses e 2 anos. A lambdóide pode inclusive já estar fechada no parto. Não vê mais fontanela com 4 meses? Manda para cirurgia para o cérebro crescer. Fontanela aberta ou sem reduzir ou aumentado → hidrocefalia por acúmulo de LCR anormal nos ventrículos. OBS: ao nascer, é possível classificar a criança, de acordo com o peso. PIG → pequeno para a idade gestacional AIG → adequado para a idade gestacional GIG → grande para a idade gestacional Crescimento alto no primeiro ano • 700 g/mês no 1º trimestre • 600 g/mês no 2º trimestre • 500 g/mês no 3º trimestre • 300 g/mês no 4º trimestre De maneira grosseira, podemos dizerque até o 6º mês, a criança duplica de peso do nascimento. E até o 1 ano, a criança triplica o peso. Ex: nasceu com 3 kg → 6 kg nos 6 meses → 9 kg com 1 ano. PUERICULTURA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO MARIA EDUARDA NOTARO CAVALCANTI – MED XIV Já o crescimento ocorre no primeiro ano na velocidade de 25 cm/ano, logo: nasceu com 50 cm, com um ano, vai ter 75 cm. Depois, a velocidade de crescimento cai 25 cm/ano → 12 cm/ano → 4-5 cm/ano Por isso, a mãe pode relatar, quando menino chega com 1a6m, que reduziu o apetite. Isso pode ser explicado pela necessidade do corpo, precisa de menos, o crescimento está reduzido. Desenvolvimento nos dois primeiros anos Desenvolvimento → capacidade de realizar funções cada vez mais complexas Ocorre através da soma de habilidades, que cada vez mais tornam-se mais específicas. Dividido em quatro partes (cada uma com um objetivo principal): 1. Motor grosseiro → objetivo principal é andar 2. Motor fino → objetivo principal é pinça 3. Linguagem → objetivo principal é falar bem 4. Social → objetivo principal é interagir Analisar e preencher cartão da criança Escala de Denver → quando pct tem nitidamente problemas psicomotores. Desenvolvimento motor-grosseiro (andar) Acontece no sentido craniocaudal, do centro para a periferia Por ser craniocaudal e proximodistal, a primeira musculatura a ser controlada é a ocular. Depois vem a da sustentação da cabeça e depois adquire a posição ortostática, durante o 3º trimestre. Algumas crianças andam sem ter engatinhado, sem que isso indique algum tipo de anormalidade. PUERICULTURA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO MARIA EDUARDA NOTARO CAVALCANTI – MED XIV Desenvolvimento motor fino (pinçar) Se dá no sentido proximodistal. Nascimento → mãos fechadas na maioria do tempo 3º mês → redução do tônus flexor → mãos abertas Depois, consegue agarrar objetos. Desenvolvimento linguagem (falar bem) 3 meses → grita 6 meses → experimentação de sons: bababa, dada 9 meses → entende o som de seu próprio nome 12 meses → fala primeiras palavras (se preocupar se não houver resposta com 1a6m) 15 meses → aponta partes do corpo Desenvolvimento social (interagir) 1 - 2 meses → sorri 9 meses → dá adeus 18 meses → brinca sozinho Obs.: o SBP também destaca o desenvolvimento sensorial • Avaliar olhar • Audição, teste da orelhinha. Se o bebê se assusta, chora ou acorda com sons intensos e repentinos, se é capaz de reconhecer e se acalmar com a voz materna e se procura a origem dos sons. A partir dos 2 anos Crescimento somático fica mais lento → velocidade do crescimento diminui, 6 a 7 cm/ano. Queixa mais frequente - “meu filho não come mais” Com 3 anos, preferência pelo uso de uma das mãos. Com 30 meses, controle esfincteriano Com 2 anos e meio, deixa a fralda de noite apenas para dormir (tentar tirá-la quando perceber que muitas vezes ela acorda seca) Urinar na cama pode acontecer até os 4 anos nas meninas e 5 anos nos meninos. Um dos melhores parâmetros para o desenvolvimento cognitivo nessa etapa é a linguagem. Nessa idade, a criança já consegue expressar seus sentimentos por meio de palavras (em idade menor, quando criança se sente incomodada: chora ou bate) Graças a esse período de maior desenvolvimento da fala, há um risco grande de distúrbios da fala como a gagueira (dislalia) Nessa faixa, a percepção vence a lógica (a explicação verbal não funciona tão bem quanto a ação). Não adianta dizer “vai doer, mas faz bem à saúde”, a criança não entende. Adolescência Início da produção de esteroides sexuais Início da produção de androgênios pela gônada Há um aumento progressivo de pulsatilidade do GnRH, seguido pela resposta das gônadas. A puberdade inicia na menina entre 8 e 13 anos, e nos meninos entre 9 e 14 anos. A classificação de Tanner ajuda na avaliação desse processo de maturação. PUERICULTURA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO MARIA EDUARDA NOTARO CAVALCANTI – MED XIV Principais doenças que afetam o crescimento Variações de normalidade → baixa estatura familiar e maturador lento, também familiar. Deficiência de crescimento por alterações esqueléticas → anomalias cromossômicas (Turner, Down), mutações genéticas, como displasias ósseas (p.ex, acondroplasia e hipocondroplasia), e síndromes de etiologia desconhecida. Deficiências secundárias, de início pré-natal ou pós-natal. As de origem pré-natal podem ser consequentes ao tamanho da mãe, nível socioeconômico baixo, má nutrição, hipertensão, drogadição, consumo de álcool, hábito de fumar e infecções como sífilis, toxoplasmose, etc. As de origem pós-natal são alterações metabólicas, hipotireoidismo, deficiência do hormônio de crescimento, uso prolongado de corticosteroides, desnutrição e outras.