Prévia do material em texto
G U IA D O M ERCA D O LA BO R A L 2019 GUIA DO MERCADO LABORAL 2019 Atuamos em todo o território nacional, a partir dos nossos escritórios de: AO SEU SERVIÇO Lisboa Avenida da República, nº 90, Galeria, Fração 4, 1600-206 Lisboa T: +351 21 782 65 60 F: +351 21 782 65 66 E: lisboa@hays.pt Porto Edifício Tower Plaza Rotunda Eng. Edgar Cardoso, nº 23, 7º C e D 4400-676 Vila Nova de Gaia – Porto T: +351 22 607 86 10 F: +351 22 607 86 11 E: porto@hays.pt © Copyright Hays plc 2019, HAYS, o dispositivo H (corporativo e sectoriais), o logo Recruiting experts worldwide e Powering the World of Work são marcas da Hays plc. Todos os direitos reservados. PT-51432 Para saber mais acerca da nossa rede mundial de escritórios, consulte haysplc.com hays.pt ÍNDICE Introdução 1 Participação especial de Luís Castro Henriques, 2 Chairman & CEO at aicep Portugal Global Participação especial de Helena Faria, 4 Head of Career Office no ISEG Acerca da Hays 6 Guia do Mercado Laboral – os factos 7 Inquérito a profissionais e empregadores 8 Tendências de mercado e tabelas salariais 50 Contabilidade e Finanças 52 Banca e Seguros 58 Recursos Humanos 66 Legal 72 Indústria e Logística 76 Construção e Imobiliário 86 Tecnologias da Informação 92 Marketing e Vendas 100 Retalho 108 Turismo e Lazer 114 Life Sciences 118 Business Services Centers 126 Perfis mais procurados 132 Contactos 134 Guia do Mercado Laboral 2019 1 IN TR O D U Ç Ã O AGIR AGORA Portugal está a viver um momento extraordinário. Esta é a máxima que se ouve e sente um pouco por todo o país, sempre que se discutem acontecimentos recentes e perspetivas para o ano 2019. A ausência de conflitos relevantes a nível nacional e o bom momento económico e social têm-nos posicionado como um oásis de estabilidade, extremamente apelativo para o desenvolvimento de projetos inovadores e a atração de investimento estrangeiro. Não me recordo, na história recente, de ver semelhante nível de energia transformadora no nosso país – o talento, já o tínhamos anteriormente; faltava-nos a confiança. O aumento desta confiança tem sido notório nas tendências do mercado de trabalho dos últimos dois anos e as perspetivas para 2019 são as melhores. Nos inquéritos que realizámos a mais de 600 empregadores a atuar em Portugal, ficou patente o otimismo perante os meses que se avizinham; seja nas elevadas perspetivas de recrutamento, que atingem um novo máximo este ano, apoiadas sobretudo no crescimento das empresas em território nacional; seja na percentagem de empregadores que acreditam que este será um ano de estabilidade ou até melhor que o anterior, no que respeita ao clima económico. No entanto, 2019 será também um ano em que se farão sentir as naturais dores de crescimento de um mercado de trabalho dinâmico e competitivo. A dificuldade na identificação de talento tem vindo a criar constrangimentos sérios nas empresas: 65% dos empregadores tiveram de optar por contratar profissionais pouco adequados às necessidades das funções que tinham em aberto e 26% das empresas sofreram mesmo algum tipo de quebra na performance ou resultados esperados, devido a dificuldades no recrutamento. O facto de 52% dos profissionais qualificados no ativo terem recusado ofertas de emprego em 2018 é um claro indicador de que algo está a falhar. O fator salarial parece ser, de acordo com estes profissionais, o que mais tem contribuído para esta enorme percentagem de recusas. Deste modo, um dos desafios que certamente marcará este ano será o da adaptação a um mercado liderado pelo candidato. A passividade dos profissionais na procura de oportunidades de carreira, associada às consequências da enorme fuga de talento qualificado para o estrangeiro durante o período mais crítico da crise, exigem ações imediatas, sob pena de perdermos as oportunidades únicas que Portugal apresenta neste momento. • É urgente que as empresas nacionais procurem acompanhar, dentro das suas possibilidades, os exemplos mais atrativos do mercado. Centenas de empresas estrangeiras estão a entrar no país, apresentando uma estratégia de employer branding sólida e uma oferta salarial acima da média. Naturalmente, muitos empregadores têm ainda bastante presentes os cortes e reduções estruturais que foram necessários entre 2012 e 2015, o que tem criado algum receio de aumentar significativamente o peso dos custos fixos associados a remunerações e o investimento em benefícios. Este é, no entanto, o momento de crescer e de apostar em talento, sob pena de perda de vantagem competitiva. • Portugal precisa de valorizar a experiência. Temos talento sénior de altíssima qualidade e que, de acordo com os resultados do nosso inquérito, demonstra disponibilidade para assumir projetos de gestão de cariz temporário com objetivos de implementação e de performance bem definidos. Muitos não conseguiram ainda uma reintegração no mercado de trabalho, o que constitui um enorme desperdício de conhecimento para o país. Algo a considerar por parte de organizações que, tendo reforçado recentemente as suas estruturas com academias e programas de estágio orientados para recém-licenciados, necessitam de pontos de vista mais experientes para contrabalançar o peso das equipas jovens. • Seremos atrativos para os profissionais que saíram do país quando formos igualmente atrativos para os que ficaram. Reduzir a carga de impostos não será suficiente para trazer de volta os emigrantes; ainda que 78% demonstrem interesse em regressar, para a esmagadora maioria uma eventual redução no IRS teria pouco ou nenhum impacto na decisão. 72% referem também que o pacote salarial seria o fator que mais influenciaria o regresso. A valorização salarial do emprego qualificado em Portugal e a aposta em projetos inovadores serão a chave para a atração de talento, venha ele de onde vier. Este Guia do Mercado Laboral apresenta-se como mais um contributo para a discussão destes e de muitos outros desafios. Acreditamos que parte da nossa missão enquanto empresa de consultoria de recrutamento passa por ajudar a identificar as tendências que moldam o mundo do trabalho e que impactam a economia a nível nacional. Como sempre, continuaremos a trabalhar junto de empresas e profissionais de todos os setores, ajudando a colocar a pessoa certa no emprego certo. Agradecemos a todos aqueles que, com a sua colaboração, tornaram possível esta edição do Guia do Mercado Laboral. Paula Baptista Managing Director da Hays Portugal Guia do Mercado Laboral 2019 32 Guia do Mercado Laboral 2019 PA R TI CI PA Ç Ã O E SP EC IA L TALENTO/INOVAÇÃO O BINÓMIO DO SUCESSO A aposta na inovação alicerçada na qualidade do talento que temos em Portugal abriu um novo paradigma de negócios, mais exigente e de muito maior valor acrescentado. Portugal está a atrair cada vez mais e melhor investimento, mais inovador e competitivo, e o talento tem sido essencial para o sucesso das empresas. Temos disponibilidade de competências e recursos com um nível elevado de habilitações técnicas, nomeadamente nas áreas da Engenharia, Gestão e Economia, com Universidades a figurarem nos principais rankings internacionais. Além disso, temos um bom domínio de línguas estrangeiras – os nossos jovens falam pelo menos duas línguas estrangeiras, o que só demonstra a vontade e capacidade para trabalhar num mundo global. É por isso que a aposta na Formação das novas gerações será sempre uma aposta de futuro. Hoje o custo deixou de ser o fator decisivo para os investidores. O binómio talento/inovação é, sem dúvida, a vantagem competitiva mais procurada pelas empresas mais competitivas e de pendor global. Portugal é cada vez mais um destino de eleição para empresas ambiciosas e os dados que a AICEP dispõe provam-no. Desde 2015, temos assistido a um forte crescimento do investimento produtivo apoiado pelaAICEP. Para termos ideia, a velocidade de angariação de investimento da AICEP nos últimos três anos duplicou face ao período do QREN [2007-2014]. Concretizando o atual pipeline teremos apoiado o mesmo valor de investimento que no QREN, mas em metade do tempo. O impacto criado pelas empresas/projetos que receberam apoio durante o QREN via AICEP deverá traduzir-se num aumento anual das exportações entre 8,5 a 10 mil milhões de euros e na criação de aproximadamente 18 mil empregos, segundo uma estimativa feita a fevereiro com base na taxa de cumprimento dos projetos já encerrados. Já o impacto previsto para as empresas com projetos apoiados através do Portugal 2020 aponta para a criação de mais 33 mil postos de trabalho e um potencial aumento por ano de 7,5 mil milhões de exportações. Além disso, o investimento para produção industrial e I&DT angariado pela AICEP, em 2017, atingiu valores máximos desde 2007, com um investimento angariado de quase 1,9 mil milhões de euros. Trata-se de um recorde histórico com uma forte componente de inovação que, estamos convencidos, vai continuar a suportar recordes de exportações! Luís Castro Henriques Presidente aicep Portugal Global Assistimos, ainda, a um peso crescente de setores tecnologicamente avançados e de maior valor acrescentado, com o surgimento de novos clusters de indústrias de ponta, nomeadamente o aeronáutico. Adicionalmente, temos conseguido um crescimento ainda mais significativo de projetos de I&DT, com maior ligação entre o mundo académico e o empresarial. Estas parcerias entre as empresas e as Universidades têm permitido a criação de um ecossistema dinâmico, uma vez que representam projetos com uma fortíssima componente de inovação, elevado know-how nacional e virados para a exportação que nos começam a permitir dar o salto e evoluir do Made in Portugal para o Created and Made in Portugal. É esse caminho que temos de continuar a seguir. Além disso, o facto de multinacionais como a Bosch escolherem Portugal para desenvolverem os seus projetos em conjunto com Universidades portuguesas, neste caso as Universidades do Minho e Aveiro, só demonstra a enorme qualidade técnica e competitividade do nosso talento. São empresas que poderiam escolher qualquer geografia no mundo, mas que escolhem Portugal, porque o nosso País tem todas as vantagens competitivas para o desenvolvimento dos seus negócios, em parceria com o nosso sistema universitário. Portugal deve, pois, continuar a trabalhar para atrair projetos de referência que significam investimentos produtivos inovadores, que criam postos de trabalho, muitos dos quais altamente qualificados, e empresas que acreditam em Portugal e contribuem de forma significativa para as exportações nacionais. Outra tendência positiva que a AICEP tem vindo a acompanhar nos anos mais recentes é o crescente número de empresas internacionais que escolhem Portugal para localizar os seus Centros de Serviços, Desenvolvimento de Software e Competências, cada vez mais eficientes e especializados. Desde 2014, a AICEP acompanhou a criação e desenvolvimento de Centros de Serviços Partilhados (desde Financeiro, até Centros de Competência IT) que contribuíram para a criação, até agora, de cerca de 6500 postos de trabalho. Com o pipeline de investimento atual, acreditamos que estes números vão continuar a crescer. São dados muito positivos e o reconhecimento não só da qualidade do nosso talento mas também de um ambiente de negócios muito atrativo, em especial para as empresas na área digital. De facto, o grande potencial do país enquanto novo hub de serviços globais acontece porque Portugal subiu claramente na cadeia de valor e só o pôde fazer graças ao talento. A crescente especialização de processos, serviços, produtos e recursos é uma oportunidade onde o País se pode diferenciar. A AICEP está sempre ao lado das empresas que apostam em Portugal A AICEP está sempre ao lado das empresas que apostam em Portugal: estamos presentes quando a empresa olha pela primeira vez para Portugal, estamos presentes quando a empresa entra em Portugal e, tão importante como essas duas etapas, estamos presentes durante todo o seu percurso em Portugal. A AICEP, enquanto entidade responsável pela captação de mais e melhor investimento para o País, vai continuar empenhada em apoiar as empresas que chegam a Portugal e acreditamos que vamos continuar a ter boas notícias nos próximos tempos. Guia do Mercado Laboral 2019 54 Guia do Mercado Laboral 2019 UMA DANÇA A TRÊS? UNIVERSIDADES, MILLENNIALS E EMPRESAS PA R TI CI PA Ç Ã O E SP EC IA L As faculdades têm um papel fundamental na promoção do equilíbrio entre estes dois grupos, jovens e empresas Como se devem as Escolas preparar para os desafios do mundo do trabalho? E como enfrentam as empresas o desafio de trabalhar com os Millennials? Como fazer o fit com as novas gerações? O que procuram os empregadores? Assistimos atualmente a uma grande mudança na forma como o mercado de trabalho funciona e no papel da academia no desenvolvimento de talento. As organizações enfrentam o grande desafio de adaptação à geração Y, os chamados millennials, que tem uma forma de estar no mundo e um conjunto de características muito diferentes da geração anterior (a X, dos latchkey kids), o que tem um grande impacto na forma como as organizações gerem os seus recursos e abordam o mercado em termos de recrutamento. Hoje, o mercado é extremamente competitivo para as empresas com um denominador comum: a procura de perfis de elevado potencial, com idades muito jovens, em áreas de formação com uma forte componente quantitativa (Engenharias, Matemáticas, Economia e Gestão). Verifica-se um número de ofertas de emprego que é sistematicamente superior aos recursos disponíveis com este perfil. Adicionalmente, há cada vez mais empresas a instalarem em Portugal unidades de negócio e centros de gestão partilhada, com foco no mesmo tipo de perfil, o que aumenta muito a concorrência e dificulta o desenvolvimento de pequenas empresas locais. O mercado de trabalho assemelha-se ao casamento: ninguém escolhe e escolhem ambos, e quando há desequilíbrio para um dos lados, esse ganha dominância. É precisamente este desequilíbrio a favor deste grupo de jovens que se faz sentir. As empresas têm de ser atrativas e apelativas, têm de se diferenciar e trabalhar bem a sua employer branding para serem “escolhidas.” O ritmo acelerado da mudança, associado à volubilidade dos jovens – que vivem o presente, cujas necessidades e interesses vêm sempre em primeiro lugar, e que valorizam acima de tudo o equilíbrio com a sua vida pessoal – constitui um grande desafio para as organizações. Estas sabem que uma parte significativa dos seus recursos de elevado potencial vão mudar de emprego diversas vezes ao longo do seu percurso de carreira, resultando numa taxa de turnover elevada e num mercado volátil. As organizações lutam para atrair talento, não só com outras do seu setor, mas também com as de outros setores, dentro e fora daquilo que até há pouco tempo se pensava ser o seu espaço geográfico. Helena Faria Head of Career Office, ISEG – Lisbon School of Economics & Management, ULisboa No outro lado, temos a preparação dos jovens para os desafios e requisitos do mercado. Dado que as organizações procuram essencialmente jovens com elevado raciocínio lógico-dedutivo, pensamento estruturado e conceptual, com capacidade para pensar e encontrar soluções criativas e “fora da caixa,” este deve ser o principal objetivo de um curso superior, a par de uma preparação académica de excelência. Os jovens têm de ser expostos a desafios que lhes permitam “aprender a pensar.” Este é o tipo de perfil que, tipicamente, se obtém através das formações com forte background quantitativo. Como exemplo, veja-se que hoje os alunos de Economia ou Gestão concorrem comalunos de Engenharia ou Física para algumas áreas e funções nas áreas financeiras, mas também os primeiros concorrem cada vez mais com os segundos para as áreas dos sistemas de informação. Obviamente que as competências comportamentais, as soft skills, são também cada vez mais fundamentais na seleção dos recém-graduados, motivo pelo qual as experiências extracurriculares são tão valorizadas pelas empresas. É também função das universidades promover a exposição dos alunos a atividades que lhes permitam esse desenvolvimento pessoal. As faculdades têm um papel fundamental na promoção do equilíbrio entre estes dois grupos, jovens e empresas, tendo de estar permanentemente alinhadas com um mercado de trabalho global do futuro (já presente) e sem, contudo, perder de vista a qualidade académica e os conceitos teóricos inerentes às áreas de estudo. Aqui penso ser importante referir que as empresas precisam repensar as suas estratégias e metodologias de recrutamento: estão a massificar e a promover homogeneidade nos CV (todos fazem voluntariado, estágios de verão, procuram experiências internacionais, fazem desporto, etc. por saberem que é isso que é valorizado e procurado). Em breve, ninguém se diferencia pelo CV, restando às empresas adotarem continuamente formas criativas e inovadoras de avaliar o potencial e o perfil de cada candidato. Finalmente, é de salientar que existe no presente um aparente desajuste entre as necessidades do mercado e a oferta de qualificações por parte dos portugueses, o que inevitavelmente dificulta a integração de jovens provenientes de certas áreas de formação. A academia forma pessoas que poderão não ser facilmente empregáveis num futuro próximo pela ausência de exposição a uma base quantitativa de formação. Curiosamente, há um ressurgir da procura por pessoas com formações em áreas que há uns anos eram consideradas “sem saída”, como por exemplo a História ou a Filosofia, que podem promover o pensar “fora da caixa.” Guia do Mercado Laboral 2019 76 Guia do Mercado Laboral 2019 A CE RC A D A H AY S ACERCA DA HAYS A Hays lidera o mercado de recrutamento especializado em Portugal. Está presente no país desde o ano 2000, operando a partir de escritórios em Lisboa e no Porto. Recruta profissionais qualificados em Tecnologias da Informação, Contabilidade e Finanças, Banca, Engenharia, Indústria, Sales & Marketing, Life Sciences e Retalho, entre outros. A Hays atua nos setores público e privado, em projetos permanentes, temporários e de executive search a nível mundial. Conta com uma equipa de especialistas no mundo do trabalho, experientes numa ampla gama de mercados, em três grandes áreas de negócio: Hays Executive Empresa especializada na identificação de perfis de alta Direção. Disponibiliza serviços de Headhunting, estudos de mercado e de evolução de carreira de perfis altamente qualificados, assim como assessoria contínua da evolução do mercado para empresas e profissionais. Hays Dedica-se ao recrutamento e seleção de quadros médios e superiores. A experiência dos nossos Consultores e a sua especialização em setores de mercado específicos permite-lhes identificar os melhores talentos, apresentando os profissionais ideais para as necessidades do seu negócio. Hays Response Proporciona um serviço de recrutamento rápido e eficaz de funções técnicas e de suporte nas áreas de Finanças e Administrativa, Marketing e Vendas, Technical e Shared Services. Garante também o recrutamento temporário em todos os níveis de senioridade. G U IA D O M ER C A D O L A BO R A L - O S FA C TO S Todos os anos a Hays Portugal elabora um guia de tendências de emprego e salários, numa tentativa de melhor compreender o mercado de trabalho qualificado em Portugal. A edição deste ano encontra-se dividida em duas partes: • Uma análise das motivações e preferências de profissionais e empresas, com base nas respostas de 3.136 profissionais qualificados e 603 empregadores aos inquéritos anónimos efetuados pela Hays. • Uma análise das dinâmicas de recrutamento em áreas e setores de mercado específicos, acompanhada de tabelas salariais com valores mínimos, médios e máximos habitualmente praticados para funções qualificadas nas regiões de Lisboa e Porto. Este Guia deve ser interpretado como um barómetro do mercado de trabalho. Os dados e opiniões aqui apresentados baseiam-se não só nos resultados dos inquéritos realizados pela Hays, como também na experiência e conhecimento de mercado dos nossos consultores, obtido através dos processos de recrutamento efetuados e de milhares de entrevistas e reuniões com profissionais e empregadores de todo o país. Naturalmente, estamos sempre disponíveis para receber o seu feedback. Qualquer questão, dúvida ou sugestão será muito bem – vinda para guia@hays.pt. Contamos consigo para o debate que o mercado de trabalho português merece. Obrigado e boa leitura. GUIA DO MERCADO LABORAL – OS FACTOS Executive search Middle e top management Funções técnicas e de suporte Perfis generalistas Projetos temporários e de Interim Management INQUÉRITO A PROFISSIONAIS E EMPREGADORES IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 10 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 11 Para esta edição do Guia do Mercado Laboral, mais de 3.100 candidatos e de 600 empregadores aceitaram participar no nosso inquérito nacional, ajudando-nos a traçar um panorama do mercado de trabalho português e de futuros desafios na atração e retenção de talento. As respostas que recebemos aos inquéritos deste ano, aliadas a mais de uma década de recolha de dados, ajudaram-nos não só a identificar a evolução dos principais desafios do mercado laboral, como também a prever as tendências que terão impacto na estrutura e estratégia de milhares de empresas a atuar em Portugal. Procurámos não limitar a nossa análise a um ângulo nacional ou generalista, porque acreditamos que não refletiria devidamente a diversidade regional e setorial do mercado português. Deste modo, apresentámos resultados mais específicos sempre que as diferenças se revelaram suficientemente relevantes. No entanto, uma vez que a amostra das regiões autónomas da Madeira e dos Açores constituíram apenas 1% dos empregadores e 0,2% dos candidatos inquiridos, considerámos ser demasiado reduzida para retirar conclusões, pelo que a análise regional incidiu sobre as regiões Norte, Centro e Sul de Portugal. O MERCADO DE TRABALHO QUALIFICADO A PALAVRA A EMPREGADORES E PROFISSIONAIS GERIR TALENTO DESAFIOS E DIFICULDADES ATUAIS Iniciamos esta análise com um breve perfil dos empregadores que participaram nos nossos inquéritos anónimos. Apresentamos de seguida alguns dados relativos à faixa etária, género, cargo, localização, área de atuação e tipo de empresa onde desenvolvem as suas funções neste momento. Faixa etária dos perfis de Direção/Management (%) Género dos perfis de Direção/Management (%) Cargo* dos perfis de Direção/Management *Nota: o valor total é superior a 100% porque alguns inquiridos acumulam vários cargos 7 1521 11 Até 35 anos Entre 51 e 60 anos Entre 36 e 40 anos Mais de 60 anos Entre 41 e 50 anos 46 14% 2% 5% 27%Direção-Geral Direção Regional Direção Financeira Direção Operacional 1%Direção Industrial 6% 2% 4% 32%Direção de RH Direção de Marketing/ Comunicação Direção Comercial Direção de TI 2%Direção de Compras 4%Outro cargo de Direção 14%Outro cargo de Gestão/Coordenação 49% Masculino 51% Feminino IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 12 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 13 Questionámos os empregadores relativamente às principais dificuldades do mercado de trabalho atual. A falta de profissionais qualificados (53%), a desadequação entre a oferta de profissionais e as vagas disponíveis (49%) e a poucaarticulação entre o sistema de ensino e as empresas (37%) foram as mais referidas. Quando questionados sobre o papel do sistema de ensino no mercado de trabalho, 62% dos inquiridos acreditam que as instituições de ensino não estão ainda a preparar os profissionais adequadamente. No entanto, algumas instituições são referidas como exemplos de boas práticas nesta área, tais como a Universidade Nova de Lisboa, ISEG, ISCTE, Universidade Católica, FEUP e FEP. Este ano, a sua empresa efetuou (%) Áreas de atuação – top 5 Os resultados da empresa estiveram Indústria e Produção Retalho e Distribuição Farmacêutico Turismo & Lazer / Restauração Tecnologias de Informação 5% 6% 9% 12% 22% Principais dificuldades do mercado de trabalho, segundo os empregadores Os resultados do nosso inquérito indicam que 2018 foi um ano positivo para a grande maioria dos inquiridos. Quando questionados relativamente aos resultados da sua empresa, apenas 13% afirmam que estiveram abaixo das expetativas, um valor largamente ultrapassado pelos que indicam que os resultados estiveram em linha (66%) ou até acima (21%) das expetativas. Outros indicadores do inquérito parecem vir confirmar esta tendência positiva: 87% dos empregadores efetuaram contratações em 2018, valor este que se encontra acima das perspetivas iniciais de contratação que, no final de 2017, apontavam para 81%. 37% dos empregadores indicam, aliás, que contrataram acima do previsto. Verificam-se, no entanto, algumas diferenças regionais: a percentagem empregadores da região Norte (90%) e da região Centro (85%) que contrataram em 2018 está acima da dos empregadores da região Sul (85%). Falta de profissionais qualificados Pouca articulação entre sistema de ensino e as empresas Legislação laboral rígida Turismo & Lazer / TSU excessiva Desadequação entre oferta de profissionais e vagas disponíveis 25% 36% 37% 49% 53% Fuga de profissionais para o estrangeiro Falta de empreendedorismo Outra 5% 9% 15% Norte Sul Centro Ilhas 28 58 13 1 Acima das expetativas Abaixo das expetativas Em linha com as expetativas 13% 66% 21% 18 40 38 50 17 25 89 8382 Contratações DespedimentosPromoções 45 46 48 40 87 58 66 74 36 15 28 12 6 6 4 3 Aumentos salariais Aumento de benefícios Redução de benefíciosCongelamento salarial 2 2015 2016 2017 2018 Norte Sul Centro Ilhas 28 58 13 1 Localização geográfica das empresas (%) 5 2 38 42 13 Multinacional Micro empresa ou startup Grande empresa nacional Outro PME Tipo de empresa (%) 62% dos empregadores considera que as instituições de ensino não preparam os profissionais para o mercado de trabalho IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 14 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 15 Para uma percentagem considerável de empresas, 2018 foi também um ano de aumentos salariais (74%), aumento de benefícios (28%) e de promoções (48%). Questionámos quais os motivos e a promoção por mérito destaca-se claramente, com 72% dos inquiridos a indicar que se deveu à performance dos colaboradores. No entanto, importa referir que a retenção de talento começa a ter um peso bastante relevante na hora de promover. 33% dos inquiridos afirmam que efetuaram promoções para motivar o colaborador, enquanto 18% indicam que o fizeram por o colaborador ser muito requisitado no mercado de trabalho e 13% por o colaborador ter recebido uma proposta de outra empresa. 2018 foi igualmente um ano de despedimentos para 36% das empresas, o que em mais de metade dos casos se deveu ao facto de a performance dos colaboradores não estar em linha com as expetativas iniciais. Principais motivos de promoções Principais motivos de despedimento Principais dificuldades de gestão de recursos humanos Procurámos averiguar também quais os principais desafios com que os empregadores se depararam na gestão dos seus recursos humanos neste último ano. A dificuldade na atração de talento não só continua a encabeçar a lista, como aumentou relativamente ao ano anterior, reunindo agora 48% das respostas. No entanto, foi a retenção de talento o fator que registou o maior aumento, passando de 38% para 45% das respostas dos empregadores. Não deixa de ser interessante verificar que a temática das diferenças geracionais, tão discutida nos últimos anos como um dos desafios da atual gestão de talento, reuniu apenas 5% das respostas dos inquiridos, não sendo deste modo considerada muito relevante. 31% 31% 33% 72%Performance do colaborador Crescimento do negócio Reestruturação interna Necessidade de motivar o colaborador 13% 18% 21% 28%Crescimento da equipa O colaborador é muito requisitado no mercado de trabalho O colaborador recebeu uma proposta de outra empresa Equidade interna da equipa 2% 8%Antiguidade do colaborador Outro motivo 14% 15% 39% 60%Performance do(s) colaborador(es) não estava em linha com as expetativas Sazonalidade do negócio Fim de projetos de caráter temporário Reestruturação de equipas 6% 10%Redução de headcount Outros motivos 11% Atração de talento Comunicação interna Adaptação a uma nova realidade laboral Preparação das equipas de management Retenção de talento 26% n/a 28% 45% 38% 48% 44% 24% 24% 21% Formação Outra Diferenças geracionais 7% 4% 5% 18% 20% n/a Procurámos ainda perceber de que forma as dificuldades de atração de talento estarão a ter impacto nas empresas. De um modo geral, apenas 9% dos inquiridos indicaram não sentir qualquer tipo de dificuldade, valor este que, quando comparado com os 16% do ano anterior, reflete a crescente tensão de um mercado com um desajuste entre procura e oferta de competências. Os efeitos são visíveis: 65% dos empregadores afirmam que em 2018 tiveram de recrutar pessoas pouco adequadas às oportunidades de emprego que tinham em aberto, e 41% desistiram de concluir processos de recrutamento para optar por recursos internos. O que nos leva a considerar até que ponto este desencontro entre as necessidades da função e o perfil dos candidatos escolhidos não será uma das causas dos 60% de despedimentos por má performance, que referimos anteriormente. Poderemos estar, portanto, perante um sinal clássico de custos indiretos de más escolhas de recrutamento. De facto, o impacto tem-se feito sentir muito além do campo da gestão dos recursos humanos, tendo conduzido a um adiamento na concretização de projetos (23%), a uma necessidade de repensar planos estratégicos de crescimento ou expansão (26%) ou até mesmo a algum tipo de quebra na performance ou resultados esperados (26%). Empresas que efetuaram contratações em 2018 – por região 90% Norte 91% Centro 85% Sul O número de contratações em 2018 esteve (%) Abaixo do previsto Em linha com o previsto 53 37 Acima do previsto 10 2018 2017 IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 16 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 17 PLANOS PARA 2019 RECRUTAR NUM MERCADO LIDERADO PELO CANDIDATO Desde 2016 que se tem vindo a acentuar gradualmente a clivagem entre as intenções de recrutamento das empresas e a disponibilidade dos profissionais qualificados para uma mudança efetiva de emprego. 2019 não será exceção. De acordo com os resultados do nosso inquérito, 70% dos profissionais indicam estar disponíveis para considerar novos projetos profissionais – o mesmo valor do ano anterior – enquanto 82% dos empregadores pretendem contratar este ano. Comparação entre profissionais que pretendem mudar de emprego e empresas que pretendem contratar (%) Fazendo uma análise regional destas tendências encontramos, no entanto, dinâmicas divergentes. Os profissionais da região Norte apresesentam-se, este ano, como os menos predispostos para uma mudança de emprego, sendo que apenas 68% manifestam essa disponibilidade. Do lado dos empregadoresdo Norte, o interesse em contratar está também em queda, registando uma quebra de 10 pontos percentuais em relação a 2018. A elevada percentagem de empresas da região que afirmam ter reforçado os seus quadros com novas contratações em 2018 poderá explicar este ligeiro abrandamento previsto para 2019. Jás nas regiões do Centro e Sul, regista-se uma tendência inversa, de crescimento nas intenções de recrutamento por parte das empresas: 84% na região Centro e 83% na região Sul, respetivamente. No entanto, enquanto entre os profissionais do Centro o interesse numa mudança de emprego aumentou (um caso isolado, em todas as análises realizadas), na região Sul esse interesse permanece nos mesmos 69% do ano anterior, acentuando consideravelmente a clivagem entre a oferta de emprego e a procura por parte dos profissionais. Quando questionados sobre os perfis mais difíceis de identificar no mercado, os resultados são bastante unânimes a nível nacional: perfis comerciais, de Tecnologias da Informação e de Engenharia são os mais referidos. No entanto, na região Centro, a dificuldade em recrutar Engenheiros parece ser superior à das restantes regiões, acontecendo o mesmo com os perfis de Tecnologias da Informação na região Norte. 2016 2017 2018 20192011 2012 2013 2015 44 33 45 70 74 73 81 82 78 77 83 75 71 70 70 78 58 2014 Empresas que pretendem contratar Profissionais que pretendem mudar de emprego Por fim, procurámos perceber quais as perspetivas dos empregadores para o ano 2019. A maioria (66%) considera que a situação económica irá manter-se. No entanto, as perspetivas otimistas parecem superar as pessimistas, com 19% dos inquiridos a afirmar que acreditam numa melhoria, contra 16% que acreditam que a economia irá piorar. Os empregadores consideram que a situação económica do país em 2019 irá... 11% Comerciais Engenheiros (exceto IT) Tecnologias da Informação/ Informáticos 34% 40% 31% 34% 37% 21% 27% 25% 21% 16% 23% 43% 23% Manter-se Piorar Melhorar 16% 19% 66% 11% ...recrutar pessoas menos adequadas às necessidades da função. ...adiar ou travar a concretização de projetos. ...repensar planos estratégicos de crescimento ou expansão. ...sofrer algum tipo de quebra na performance ou resultados esperados. ...desistir do recrutamento e optar por recursos internos. 10% 19% 23% 41% 36% 65% 59% 21% 15% 26% 11%Não se verifica. A empresa não tem dificuldade em recrutar talento. 16% 9% Média Nacional Norte Centro Sul 82% dos empregadores pretendem recrutar em 2019 2018 2017 A dificuldade em recrutar talento já levou a empresa a... Perfis mais difíceis de recrutar, segundo os empregadores – por região IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 18 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 19 Comparação entre profissionais que pretendem mudar de emprego e empresas que pretendem recrutar (%) Região Norte Região Centro Região Sul Fazendo a comparação das intenções de recrutamento por tipo de empresa, as diferenças não se relevam tão significativas. Verifica-se uma ligeira subida nas empresas multinacionais, de 3 pontos percentuais, enquanto as grandes empresas nacionais, PMEs e microempresas ou startups apresentam a tendência contrária. Percentagem de empresas que pretendem contratar-por tipo de empresa Profissionais que pretendem mudar de empregoEmpresas que pretendem contratar Questionámos igualmente os empregadores relativamente ao volume de contratações previsto para este ano. 30% afirmam querer recrutar mais de 10 colaboradores em 2019, sendo que 14% planeia recrutar mais de 30. A grande maioria (72%) destes recrutamentos serão consequência direta do crescimento das empresas em território nacional, um valor que tem vindo a aumentar de ano para ano e que está já 13 pontos percentuais acima do verificado em 2016. Importa referir que as perspetivas de recrutamento para subsituição de saídas da estrutura ascenderam a 39%, o valor mais alto alguma vez registado nestes inquéritos, e provavelmente um indicador dos atuais desafios com a retenção de talento nas empresas. Número de contratações previsto Principais motivos para as contratações planeadas-evolução anual 72 7575 73 78 80 88 78 72 68 2015 2016 2017 2018 2019 82 80 76 72 75 69 71 78 84 75 2015 2016 2017 2018 2019 68 71 68 75 72 70 69 78 83 69 2015 2016 2017 2018 2019 11% Média geral Grande empresa nacional PME Micro empresa ou Startup Multinacional 80% 86% 82% 84% 81% 82% 81% 68% 79% 64% Entre 1 e 10 Entre 21 e 30 Mais de 30 Entre 11 e 20 13% 6% 6% 10% 14% 70% 67% 14% 11% Crescimento da empresa em território nacional Aumento temporário de projetos Crescimento da empresa no estrangeiro 34% 72% 69% 60% 59% 33% 31% 21% 18% 30% 17% 18% 28% Substituições temporárias de colaboradores Substituição devido a saída de colaboradores 32% 8% 9% 10% 10% 31% 39% 32% Sazonalidade do negócio Outros motivos 5% 11% 12% 10% n/a 5% 5% 5% 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2017 2016 IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 20 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 21 Detalhando a nossa análise a nível regional, verificam-se algumas diferenças interessantes. Na região Norte, por exemplo, os perfis de Tecnologias da Informação ultrapassaram os Comerciais e de Engenharia nas intenções de recrutamento, ascendendo este ano a uns inéditos 38%. Contrariando a tendência nacional, o interesse por perfis de Engenharia deverá sofrer uma quebra. Em sentido completamente oposto está a região Centro, que coloca as intenções de perfis de Engenharia no topo das prioridades, com 57%. Já na região Sul, os Comerciais são os que registam uma quebra mais relevante, de 40% em 2018 para 30% em 2019. No entanto, perfis de Engenharia, Marketing e Comunicação, e Administrativos estão em crescimento, ocupando o terceiro, quarto e quinto lugar nas prioridades de contratação, respetivamente. Top 10 de intenções de recrutamento-por região 11% Hotelaria/Turismo Comerciais Engenheiros (excepto IT) Marketing e Comunicação Administrativos/Suporte Logística/Supply Chain Consultores Apoio ao Cliente/Contact Center Financeiros Tecnologias da Informação 11% 18% 12% 18% 21% 27% 30% 9% 8% 10% Norte 11% Recursos Humanos/Payroll Engenheiros (excepto IT) Tecnologias da Informação Logística/Supply Chain Administrativos/Suporte Marketing e Comunicação Financeiros Apoio ao Cliente/Contact Center Retalho/Loja Comerciais 8% 12% 10% 20% 24% 35% 57% 6% 4% Each box is 1% 6% 11% Consultores Tecnologias da Informação Engenheiros (excepto IT) Apoio ao Cliente/Contact Center Administrativos/Suporte Marketing e Comunicação Logística/Supply Chain Financeiros Retalho/Loja Comerciais 11% 14% 12% 16% 21% 31% 38% 10% 8% 6% Sul Centro No que diz respeito a intenções de recrutamento por tipo de empresa, é importante referir algumas variações. Os perfis de Tecnologias da Informação estão em grande destaque nas prioridades de recrutamento das microempresas ou startups, ainda que com uma quebra de 8 pontos percentuais relativamente ao ano anterior. Já os perfis de Engenharia reúnem mais interesse por parte de empresas multinacionais e grandes empresas nacionais. Os perfis comerciais, ainda que estejam em destaque em todo o tipo de empresas, apresentam uma quebra de forma transversal. Analisadas as intenções de recrutamento, procurámos saber para que tipo de perfis serão direcionadas, e se se verificam diferenças regionais relevantes. De acordo com mais de 600 empregadores a atuar em Portugal, as funções da área Comercial, de Tecnologias da Informação e de Engenharia continuarão, à semelhança de anos anteriores, a constituir as principais prioridades de recrutamento. No entanto, algumas dinâmicastêm vindo a sofrer alterações: os perfis comerciais, apesar de permanecerem em primeiro lugar, parecem estar em rota descendente desde 2016, permanecendo agora apenas 1 ponto percentual acima dos perfis de Tecnologias da Informação, que estão em pleno crescimento. Já a procura por perfis de Engenharia tem-se revelado mais volátil, oscilando bastante de ano para ano e apresentando em 2019 uma subida de 7 pontos percentuais. Os perfis Administrativos e de Suporte, bem como os de Marketing e Comunicação completam o Top 5 de intenções de recrutamento deste ano. Os perfis Administrativos, em particular, registam uma subida interessante; após vários anos de reforço das equipas técnicas e estratégicas, naturalmente as empresas necessitam agora de reforçar as estruturas de suporte. 2015 2016 2017 2018 2019 Comerciais 47% 45% 41% 39% 31% Tecnologias da Informação 24% 23% 25% 27% 30% Engenheiros (exceto IT) 27% 28% 25% 19% 26% Administrativos/Suporte 15% 13% 11% 11% 16% Marketing e Comunicação 10% 13% 16% 14% 15% Logística/Supply Chain n/a 10% 10% 14% 13% Apoio ao Cliente/Contact Center 14% 9% 10% 8% 11% Financeiros 10% 12% 11% 11% 9% Consultores 5% 8% 8% 8% 8% Retalho/Loja n/a 6% 5% 6% 7% Hotelaria/Turismo n/a 6% 4% 7% 6% RH/Payroll 3% 7% 8% 6% 6% Ciências da Vida/Saúde 3% 3% 4% 4% 3% Procurement n/a 5% 2% 5% 3% Controlo de Crédito/Cobranças 4% 2% 1% 3% 3% Jurídicos/Legal 2% 2% 3% 3% 2% Auditores 3% 2% 2% 3% 1% Intenções de recrutamento – perfis mais procurados para 2019 IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 22 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 23 Intenções de recrutamento – por tipo de empresa Uma vez definidas as prioridades de recrutamento para 2019, procurámos averiguar que tipo de competências os empregadores procuram e valorizam. Num mercado de trabalho cada vez mais global, a questão dos conhecimentos de idiomas é incontornável. Idiomas como o Inglês já são, neste momento, obrigatórios na esmagadora maioria das estruturas, sendo a região Sul a que regista mais empresas a solicitar conhecimentos deste idioma. O Castelhano encontra-se também em pleno crescimento nas prioridades dos empregadores, com 51% das empresas a considerar este idioma como importante na sua estrutura. O Francês e o Alemão, em particular, assumem especial destaque nas empresas no Norte e Centro do país, provavelmente fruto do crescimento das estruturas de centros de serviços partilhados nestas regiões. Idiomas mais valorizados pelos empregadores Quisemos saber também que outro tipo de competências são procuradas pelas empresas, e se estarão alinhadas com as competências dos profissionais qualificados em Portugal. Comparámos, para isso, as competências mais valorizadas pelos empregadores com a avaliação que mais de 3.100 profissionais qualificados fazem das suas próprias skills e capacidades. Constatámos que características como o potencial de crescimento, competências técnicas e orientação para o cliente são mais referidas pelos empregadores do que pelos profissionais. Por outro lado, a capacidade de adaptação, autonomia e atenção ao detalhe obtiveram mais referências por parte dos candidatos do que por parte dos empregadores, proporcionalmente. 11% Consultores Comerciais Tecnologias da Informação Logística / Supply Chain Financeiros Marketing e Comunicação Administrativos / Suporte Apoio ao Cliente / Contact Center Retalho / Loja Engenheiros (exceto IT) 18% 19% 20% 27% 24% 32% 41% 14% 11% 16% Recursos Humanos / Payroll 15% 7% 8% 7% 12% 9% 16% 10% 7% 6% 12% 7% Multinacional 11% Retalho / Loja Comerciais Engenheiros (exceto IT) Marketing e Comunicação Logística / Supply Chain Administrativos / Suporte Apoio ao Cliente / Contact Center Financeiros Consultores Tecnologias da Informação 22% 25% 26% 30% 41% 31% 32% 17% 17% 15% 16% 7% 8% 10% 9% 14% 11% n/a 13% 12% Grande empresa nacional 11% Retalho / Loja Comerciais Engenheiros (exceto IT) Marketing e Comunicação Administrativos / Suporte Consultores Logística / Supply Chain Financeiros Apoio ao Cliente / Contact Center Tecnologias da Informação 14% 15% 19% 36% 29% 32% 40% 10% 9% 15% 9% 7% 10% n/a 7% 7% 11% 8% 16% 7% PME 11% Tecnologias da Informação Consultores Engenheiros (exceto IT) Administrativos / Suporte Logística / Supply Chain Apoio ao Cliente / Contact Center Ciências da Vida / Saúde Comerciais n/a 24% 21% 21% 35% 57% 65% 12% 6% 14% 7% 7% 6% 14% 6% 7% Micro empresa ou Startup 11% Português Castelhano Francês Alemão Italiano Mandarim Holandês Russo Inglês 3% 15% 8% 33% 51% 93% 96% 2% 2% Catalão 2% Each box is 1% 11%Polaco 2% Outros idiomas 1% 93% das empresas valorizam o conhecimento da língua inglesa 2019 2018 2019 2018 2019 2018 2019 2018 IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 24 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 25 11% Proatividade Apetência para trabalhar em equipa Competências técnicas Capacidade de trabalho Ética / valores 54% 57% 59% 50% 57% 44% 57% 49% 38% 50% 11% Orientação para o cliente Experiência Capacidade de adaptação Potencial de crescimento Orientação para objetivos 37% 38% 35% 40% 42% 31% 44% 37% 62% 20% 11% Inteligência emocional Autonomia Resiliência Assertividade Planeamento e organização 35% 35% 54% 44% 35% 31% 36% 33% 30% 33% 11% Lealdade Conhecimento do setor Conhecimento de idiomas Orientação comercial Polivalência 25% 26% 21% 32% 30% 33% 31% 23% 18% 11% 11% Perfil de liderança Capacidade de negociação Flexibilidade de horários Criatividade Formação 16% 17% 20% 13% 18% 34% 21% 15% 16% 25% Atenção ao detalhe Rede de contactos Experiência internacional Diplomacia Disponibilidade para viajar 3% 6% 6% 22% 12% 32% 13% 2% 15% 16% Outro 0% 1% 11% Proatividade Apetência para trabalhar em equipa Competências técnicas Capacidade de trabalho Ética / valores 54% 57% 59% 50% 57% 44% 57% 49% 38% 50% 11% Orientação para o cliente Experiência Capacidade de adaptação Potencial de crescimento Orientação para objetivos 37% 38% 35% 40% 42% 31% 44% 37% 62% 20% 11% Inteligência emocional Autonomia Resiliência Assertividade Planeamento e organização 35% 35% 54% 44% 35% 31% 36% 33% 30% 33% 11% Lealdade Conhecimento do setor Conhecimento de idiomas Orientação comercial Polivalência 25% 26% 21% 32% 30% 33% 31% 23% 18% 11% 11% Perfil de liderança Capacidade de negociação Flexibilidade de horários Criatividade Formação 16% 17% 20% 13% 18% 34% 21% 15% 16% 25% Atenção ao detalhe Rede de contactos Experiência internacional Diplomacia Disponibilidade para viajar 3% 6% 6% 22% 12% 32% 13% 2% 15% 16% Outro 0% 1% Comparação entre competências mais valorizadas pelos empregadores e autoavaliação dos profissionais Empresas que valorizam Autoavaliação dos profissionais Comparação entre competências mais valorizadas pelos empregadores e autoavaliação dos profissionais (Continuação) Proatividade é a competência mais valorizada pelos empregadores em Portugal IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 26 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 27 ATRAIR E RETER TALENTO QUALIFICADO O QUE PROCURAM OS PROFISSIONAIS Perante um mercado de trabalho liderado pelo candidato, compreender as motivações dos profissionais qualificados em Portugal é, mais do que uma vantagem, uma necessidade. Conforme verificado anteriormente, a clivagem entre a oferta e a procura de profissionais continua a aumentar e a dificuldade em identificar talento está a ter um impacto direto na estratégia e resultados das empresas. Procurámos traçar um breve perfil dos profissionais qualificadosem Portugal, considerando fatores como género, faixa etária, localização ou experiência. Género Faixa etária (%) Localização geográfica (%) Experiência profissional (%) Antes de analisar o que leva os profissionais qualificados em Portugal a mudar de emprego, importa perceber o que os leva a permanecer na empresa onde desenvolvem a sua função neste momento. De acordo com os resultados do nosso inquérito, 27% destes profissionais encontram-se na função atual há menos de 1 ano, sendo por isso altamente provável que uma grande parte destes inquiridos tenham mudado de emprego em 2018. Mais de metade dos profissionais inquiridos afirmam possuir um vínculo contratual a tempo indeterminado. Tempo de permanência no emprego atual (%) Vínculo com o empregador (%) 4,2 17,4 28,1 6,3 20,2 23,7 0,2 Até 25 anos Entre 41 e 50 anos Entre 26 e 30 anos Entre 31 e 35 anos Entre 36 e 40 anos Entre 51 e 60 anos Mais de 60 anos Norte Sul Centro Ilhas 32 56,8 11 0,2 Questionámos os profissionais relativamente à sua satisfação com o emprego atual em diversos fatores determinantes para o engagement com o projeto que se encontram a desenvolver. À imagem de anos anteriores, estes inquiridos monstraram-se maioritariamente insatisfeitos em fatores fundamentais como as perspetivas de progressão, prémios de desempenho, comunicação interna, pacote salarial e formação. Equilíbrio entre vida pessoal e profissional Perspetivas de progressão Comunicação interna Pacote salarial Formação Cultura empresarial Benefícios Chefia direta Projeto/função Prémios de desempenho 49% 57% 50% 58% 59% 65% 32% 34% 32% 35% Ambiente de trabalho 25% Qualidade das instalações Horários Situação contratual 22% 21% 22% Localização geográfica da empresa 18% 35% 41% 42% 43% 50% 51% 65% 66% 68% 75% 78% 78% 79% 82% 68% 60% Masculino 40% Feminino 2 13 20 6 21 21 2 Mais de 30 anos 15 Menos de 1 ano Entre 11 a 15 anos Entre 1 a 2 anos Entre 3 a 5 anos Entre 6 a 10 anos Entre 16 a 20 anos Entre 21 a 30 anos 1 27 14 26 23 3 6 Menos de 1 ano Entre 11 a 15 anos Entre 1 a 2 anos Entre 3 a 5 anos Entre 6 a 10 anos Entre 16 a 20 anos Entre 21 a 30 anos 3 63 21 Contrato a tempo indeterminado Recibos verdes Contrato de estágio Contrato a termo certo Contrato a termo incerto 1 12 Grau de satisfação com o emprego atual Satisfeito Insatisfeito IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 28 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 29 Numa tentativa de perceber que condicionantes poderão ter influenciado a insatisfação com as perspetivas de progressão e o pacote salarial, questionámos os profissionais relativamente a promoções e aumentos em 2018. Em ambos os fatores verificámos um ligeiro aumento comparativamente ao ano anterior, ainda que mais de metade (58%) dos inquiridos não tenha beneficiado de qualquer aumento ou promoção. No que diz respeito aos prémios de desempenho e à formação, dois indicadores poderão ajudar a justificar a insatisfação dos profisisonais. Questionados sobre o tipo de remuneração variável que compõe o seu pacote salarial, quase metade (47%) dos inquiridos afirma que não beneficia de qualquer tipo de componente que premeie o seu desempenho. Importa ainda referir que a percentagem de profissionais que valoriza os prémios de desempenho (42%) e o plano de formação (39%) está bastante acima da percentagem de empregadores que indicam esses dois elementos como um ponto forte da sua empresa. Os resultados do nosso inquérito indicam também que, ainda que a oferta salarial e o plano de carreira sejam dos elementos mais valorizados pelos profissionais num potencial empregador, apenas 28% e 13% dos empregadores, respetivamente, os consideram um ponto forte da empresa na atração de retenção de talento. Por outro lado, apenas 37% dos profissionais afirmam ter negociado o seu pacote salarial atual. Tipo de remuneração variável incluída no pacote salarial 9% 21% 30% 30%Resultados da empresa Resultados e objetivos individuais Resultados e objetivos de equipa/departamento Comissões de vendas 47%Não tem remuneração variável Comparação entre profissionais que valorizam o plano de formação e empregadores que o consideram um ponto forte da sua empresa Aumentado 38% 35% 34% Promovido 8% 7% 9% 11% Não teve qualquer aumento ou promoção 63% 58% 62% Oferta salarial 28% 85% Plano de carreira 13% 66% 13% 39% Plano de formação Outro dos fatores referidos pelos profissionais qualificados como motivo de insatisfação é a comunicação interna. É importante recordar que apenas 28% dos empregadores indicaram a comunicação interna como um dos principais desafios na gestão de recursos humanos em 2018; em contraste, ascende a 59% a percentagem de profissionais insatisfeitos com este fator. Analisados os fatores de insatisfação, importa perceber até que ponto estão alinhados com as motivações para a procura de emprego. Como verificámos anteriormente, cerca de 70% dos profissionais afirmam ter disponibilidade para mudar de emprego em 2019, o que constituiu exatamente o mesmo valor do ano anterior. Profissionais que valorizam Autoavaliação das empresas Profissionais que valorizam Autoavaliação das empresas Comparação entre expetativas dos profissionais e autoavaliação das empresas Percentagem de profissionais que foram aumentados 63% dos profissionais qualificados não negociaram o seu pacote salarial atual Disponibilidade para mudar de emprego Comparação entre profissionais que valorizam os prémios de desempenho e empregadores que os consideram um ponto forte da sua empresa 22% 42% Prémios de desempenho Profissionais que valorizam Autoavaliação das empresas 78% 2011 77% 2012 78% 2013 83% 2014 75% 2015 74% 2016 71% 2017 70% 2018 70% 2019 2018 2017 2016 No entanto, o nível de disponibilidade muda consoante a área de atuação dos profissionais, sendo bastante mais acentuada entre os perfis de Office Support, Engenharia e Contabilidade e Finanças, e menos relevante para perfis de Life Sciences, Turismo e Lazer e Recursos Humanos. IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 30 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 31 Quando questionados relativamente às principais motivações para uma eventual mudança de emprego, o pacote salarial, as perspetivas de progressão de carreira e a procura por projetos mais interessantes são os fatores mais referidos, apresentando-se muito em linha com alguns dos principais motivos de insatisfação referidos anteriormente. Seguem-se a insatisfação com a empresa e com a chefia direta, bem como o stress constante ou o receio de burnout – este último é referido por cerca de 1 em cada 10 inquiridos. 2015 2016 2017 2018 2019 Contabilidade e Finanças 79% 75% 76% 70% 73% Banca e Seguros 78% 74% 75% 71% 71% Recursos Humanos 71% 78% 67% 67% 64% Legal n/a n/a 72% 77% 72% Engenharia 76% 76% 74% 73% 74% Tecnologias da Informação 68% 67% 68% 67% 69% Marketing e Comunicação 84% 75% 72% 75% 71% Comercial 78% 74% 70% 66% 71% Retalho 77% 74% 77% 73% 66% Life Sciences 70% 78% 71% 68% 63% Turismo e Lazer 74% 68% 64% 67% 63% Office Support 61% 76% 70% 73% 75% Independentemente do interesse manifestado numa eventual mudança de emprego, é importante perceber até que ponto os profissionais terão, de facto, intenção de concretizar essa mudança. Comecemos por analisar os factos do ano anterior. Quando questionados sobre o tempo de permanência no seu emprego atual, 27% dos profissionais afirmam que é inferior a 1 ano, conforme verificado anteriormente, pelo que podemos assumir que uma grande parte destes profissionais mudaram de entidade empregadora ao longo do ano 2018. 21% 16% 54% 58% 62%Pacote salarial Procura de projetos mais interessantes Insatisfação com a empresa Insatisfação com a chefia diretaPerspetivas de progressão de carreira 6% 6% 8% 11% 13%Stress constante/receio de burnout Mau ambiente de trabalho Instabilidade financeira da empresa Situação contratual instável Incompatibilidade entre vida pessoal e profissional 3% 4% 4% 6%Interesse em viver noutra cidade/ região do país Fim do atual contrato de trabalho Interesse em abrir negócio próprio Vontade de sair de Portugal Tempo de permanência no emprego atual (%) Por outro lado, 52% dos inquiridos indicam que recusaram ofertas de emprego em 2018. Trata-se de uma percentagem consideravelmente superior à do ano anterior (46%) e que reflete o dinamismo do mercado de emprego em Portugal. 64% destes profissionais afirmam mesmo que recusaram ofertas de emprego já em fase de apresentação de proposta. Verificamos também um aumento na percentagem de profissionais que recusaram 2 ou mais ofertas de emprego, ascendendo já a 59% dos inquiridos. O salário oferecido destaca-se claramente como principal motivo de recusa de uma oferta de emprego, com 51% das respostas. Seguem-se a falta de interesse no projeto (33%) e as condições contratuais oferecidas (22%). 1 27 14 Menos de 1 ano Entre 11 a 15 anos Entre 1 a 2 anos Entre 3 a 5 anos 26 Entre 6 a 10 anos Entre 16 a 20 anos Entre 21 a 30 anos 23 3 6 Percentagem de profissionais que recusaram ofertas de emprego Número de ofertas de emprego recusadas pelos profissionais 2017 46% 54% 2018 52% 48% 1 44% 41% 2 34% 36% 3 13% 12% 4 3% 4% 5 1% 1% Mais de 5 4% 6% Sim Não 2018 2017 Principais motivações para uma mudança de emprego Disponibilidade para mudar de emprego – por área IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 32 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 33 Percentagem de profissionais que recusaram ofertas de emprego em fase de apresentação de proposta (%) Principais motivos de recusa das ofertas de emprego Voltando à análise dos profissionais que demonstram interesse em mudar de emprego em 2019, verificamos que 60% se encontram já à procura de um novo projeto e 28% estão neste momento num processo de recrutamento. No entanto, 55% não pretendem procurar emprego de forma proativa, ainda que estejam abertos a ouvir propostas. 54% dos profissionais afirmam que aceitariam ouvir uma contraproposta do seu atual empregador, enquanto 19% admitem a possibilidade de se despedirem antes de encontrarem uma nova oportunidade. 11% O salário oferecido não era o pretendido As condições contratuais não eram as pretendidas A oferta não se adequava à experiência ou área de formação Não tinha interesse em mudar de emprego O projeto não era interessante 16% 28% 22% 33% 35% 51% 49% 16% 18% 17% 11% A oferta era noutra cidade/região do país A oferta era para o estrangeiro Não oferecia perspetivas de progressão Receio de mudar de emprego Os horários não eram os pretendidos 10% 10% 9% 9% 10% 15% 14% 9% 11% 8% A empresa tinha má reputação no mercado Outros motivos O empregador atual apresentou uma contraproposta 8% 8% 6% 4% 9% 9% Sim Não 36 64 Profissionais que pretendem mudar de emprego afirmam que… 11% Já se encontram à procura de um novo projeto Aceitariam ouvir uma contraproposta do seu atual empregador Estão atualmente num processo de recrutamento Admitem a possibilidade de se despedirem antes de encontrarem um novo projeto Estão abertos a novos projetos, mas não vão procurar de forma proativa 28% 65% 54% 55% 46% 60% 78% 19% 28% 19% Questionámos a totalidade dos profissionais no ativo que participaram no nosso inquérito sobre o que mais valorizam num potencial empregador e comparámos como a avaliação que os empregadores fazem dos pontos fortes da sua empresa para a atração e retenção de talento. Identificámos algumas discrepâncias interessantes. Elementos como a oferta salarial, plano de carreira, plano de formação, prémios de desempenho e cultura empresarial apresentam uma percentagem de referências de candidatos muito superior à dos empregadores. Por outro lado, os empregadores referem fatores como prestígio no mercado, dimensão da empresa e ambiente familiar, que parecem ser pouco valorizados pela maioria dos profissionais. 65% dos profissionais aceitariam ouvir uma contraproposta do seu atual empregador 2018 2017 2019 2018 IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 34 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 35 Detetámos discrepâncias semelhantes na importância dada a alguns benefícios oferecidos pelas empresas em Portugal. Benefícios como dias de férias extra, seguro de saúde, possibilidade de trabalhar a partir de casa, formação, flexibilidade de horários e ausência remunerada no dia de aniversário são mais referidos pelos profissionais qualificados do que pelos empregadores. Por outro lado, o cartão/tickets de refeição, telemóvel para uso pessoal, espaço para refeições, portátil para uso pessoal, lugar de estacionamento e descontos em produtos e serviços reúnem mais respostas do lado dos empregadores do que interesse dos profissionais inquiridos. Comparação entre profissionais que valorizam os seguintes fatores e empregadores que os consideram um ponto forte da sua empresa 11% Oferta salarial Plano de carreira Cultura empresarial Qualidade dos projetos Bom ambiente de trabalho 59% 66% 13% 66% 77% 28% 85% 49% 39% 33% 11% Localização geográfica Prémios de desempenho Plano de formação Benefícios Solidez financeira 39% 42% 22% 58% 46% 28% 46% 36% 13% 26% Ambiente multinacional Inovação tecnológica Prestígio no mercado 26% 21% 44% 27% 31% 32% 11% Dimensão da empresa Qualidade das instalações 25% 23% 37% 25% Mobilidade internacional Outro Ambiente familiar 2% 1% 22% 11% 15% 16% Comparação entre benefícios mais valorizados pelos profissionais e benefícios que as empresas oferecem 11% Seguro de saúde Flexibilidade de horários Automóvel para uso pessoal Possibilidade de trabalhar a partir de casa Formação / certificações 48% 62% 50% 56% 68% 64% 78% 44% 49% 31% 11% Dias de férias extra Refeitório / espaço para refeições Ausência remunerada no dia de aniversário Lugar de estacionamento Seguro de vida 26% 27% 59% 29% 27% 19% 35% 24% 15% 45% Telemóvel para uso pessoal Portátil para uso pessoal Cartão / Tickets refeição 19% 48% 68% 20% 61% 24% 11% Subsídio de transporte / deslocação PPR 19% 17% 16% 13% Acesso à internet para uso pessoal Serviços / produtos gratuitos no escritório Descontos em produtos ou serviços 11% 15% 34% 15% 51% 15% 11% Stock options Cheques / Tickets educação 9% 7% 5% 17% Outros benefícios Nenhum Outros tickets 1% 1% 2% 1% 3% 1% Profissionais que valorizam Autoavaliação das empresas Profissionais que valorizam Empregadores que disponibilizam IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 36 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 37 ABERTURA A NOVAS REALIDADES LABORAIS INTERIM MANAGEMENT Num mercado laboral em constante processo de evolução e adaptação e com dificuldades óbvias no que respeita a escassez de profissionais qualificados, procurámos avaliar qual o nível de abertura de profissionais e empregadores a novas realidades laborais. A saída de milhares de jovens profissionais qualificados para o estrangeiro durante o período mais crítico da crise, associada à dificuldade do país em voltar a atrair estes talentos que, como veremos mais à frente, demonstram interesse em regressar mas não parecem estar preparados para as inevitáveis quebras a nível salarial e de benefícios, tem gerado uma necessidade de procura de outras soluções no mercado nacional. Este facto, associado à ascensão da gig economy e à decadência do antigo conceito de “emprego para a vida”, tem conduzido a uma discussão em torno davalorização de profissionais mais séniores que se demonstram disponíveis para uma carreira mais fluída e com um maior nível de plasticidade, composta por diversas experiências distintas. Referimo-nos a Interim Management, uma realidade bastante comum em países com economias e mercados de trabalho mais maduros, mas que em Portugal começa apenas a criar as primeiras raízes. Esta solução pressupõe o planeamento e implementação de objetivos de gestão de um ou vários departamentos de uma empresa por um período de tempo determinado, por parte de profissionais com experiência consolidada e um perfil de liderança. Numa tentativa de avaliar a margem de crescimento desta realidade em Portugal, questionámos profissionais qualificados com maior nível de experiência e empregadores sobre a sua disponibilidade e conhecimento deste tipo de solução de gestão. Apesar do conceito não estar ainda muito desenvolvido em território nacional, 39% dos profissionais no ativo indicam que se encontram disponíveis para assumir projetos de Interim Management. 47% indicam, no entanto, que não estão familiarizados com o assunto. Entre os profissionais no desemprego, verificamos uma maior percentagem de disponibilidade, mas também uma maior percentagem de desconhecimento do conceito. Disponibilidade dos profissionais no ativo para projetos de Interim Management (%) Disponibilidade dos profissionais desempregados para projetos de Interim Management (%) Colocando a mesma questão a profissionais portugueses que se encontram neste momento no estrangeiro, verificamos que aumenta para 50% a percentagem de inquiridos que se encontram disponíveis para projetos de Interim Management, descendo para apenas 9% os que não demonstram essa disponibilidade e para 41% os que afirmam desconhecer o conceito. 47 39 14 Sim Não Não estou familiarizado com o conceito 50 45 5 Sim Não Não estou familiarizado com o conceito Disponibilidade dos profissionais no estrangeiro para projetos de Interim Management (%) Surpreendentemente, do lado dos empregadores a abertura a este conceito parece ser menor. Apenas 15% afirmam que considerariam recrutar colaboradores em regime de Interim Management, com 32% a indicarem que desconhecem o conceito. Deste modo, verifica-se um maior interesse por parte dos profissionais qualificados em Portugal do que por parte das empresas. Note-se, no entanto, que a aceitação dos empregadores varia ligeiramente a nível regional. Enquanto os empregadores a Norte registam a maior percentagem de desconhecimento do assunto, no Centro e Sul a percentagem de interesse em recrutar colaboradores neste regime é superior à média nacional. 41 50 9 Sim Não Não estou familiarizado com o conceito Percentagem de empregadores que considerariam recrutar colaboradores em regime de Interim Management (%) 32 15 53 Sim Não Não estou familiarizado com o conceito Percentagem de empregadores que considerariam contratar colaboradores em regime de Interim Management-por região (%) Nacional Centro Norte 18% 21% 37% 45% Sul 26% 57% 17% 9% 21% 42% 49% 15% 21% 32% 53% Sim Não Desconheço o conceito IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 38 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 39 FUGA DE TALENTO RETRATO DA EMIGRAÇÃO QUALIFICADA A estabilização da economia portuguesa e o consequente efeito positivo no mercado de trabalho parece estar a contribuir para um abrandamento muito significativo nas tendências de fuga de talento para o estrangeiro nos últimos dois anos. De acordo com os resultados do nosso inquérito, apenas 37% dos profissionais revelam interesse em trabalhar no estrangeiro, valor esse que, no período mais crítico da crise, chegou a atingir os 80%. Contrariamente ao verificado em 2017, Banca e Seguros destaca-se como sendo o setor com mais profissionais dispostos a trabalhar no estrangeiro. O setor de Turismo e Lazer apresenta uma descida abrupta de 18 pontos percentuais em relação a 2017, passando do topo da tabela para o 12º lugar, com 30% dos inquiridos a apresentar disponibilidade para trabalhar no estrangeiro. Este resultado pode dever-se aos sinais de crescimento bastante positivos que se têm sentido neste setor em Portugal, com uma maior atratividade e capacidade de contratação por parte das empresas. Disponibilidade para trabalhar no estrangeiro (%) Disponibilidade para trabalhar no estrangeiro, por área 2015 2016 2017 20182010 2011 2012 2014 74 75 76 79 72 69 37 37 80 2013 11% Banca e seguros Construção e Imobiliário Retalho Marketing Life Sciences Tecnologias da Informação Contabilidade e Finanças Indústria e Logística Legal 38% 41% 41% 42% 46% 46% 56% 37% 37% Comercial 33% Each box is 1% 11%Engenharia 2% Turismo e Lazer 1% 11%Engenharia 32% Turismo e Lazer 30% 11%Recursos Humanos 26% O ce Support 26% Espanha é o país que lidera as preferências de 48% dos inquiridos em Portugal como destino de emigração mais desejado. Apesar da eminência da saída do Reino Unido da União Europeia, este mantém-se como um destino de eleição para 41% dos inquiridos portugueses. São ainda considerados como destinos mais desejados para emigrar a Suíça, os Estados Unidos da América e a Alemanha, que ocupam pela mesma ordem de preferência os lugares deste ranking. Destinos de emigração mais desejados 11% Espanha Suíça Estados Unidos da América Alemanha Holanda Dinamarca Suécia Itália Reino Unido 25% 29% 26% 29% 29% 41% 48% 24% 22% Austrália 21% Each box is 1% 11%Noruega 2% Irlanda 1% 11%20% 20% 11%Canadá 19% França 18% 11%Luxemburgo 17% Bélgica 15% 11%Finlândia 2% Nova Zelândia 1% 11%15% 13% 11%Islândia 11% Áustria 11% Top 20 de países preferidos para emigrar 29% Alemanha 41% Reino Unido 29% Suíça 29% Estados Unidos da América 48% Espanha IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 40 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 41 Analisemos agora o perfil dos profissionais qualificados que estão a trabalhar no estrangeiro, de forma a compreender quais as mudanças sentidas e os principais fatores que levaram os mesmos a sair do país. 70% dos inquiridos são do género masculino, o que representa uma descida de 5 pontos percentuais face ao ano passado. De realçar ainda que mais de metade dos inquiridos encontra-se na faixa etária entre os 36 e os 50 anos, sendo as suas principais áreas de atuação, Engenharia, Tecnologias de Informação, e Contabilidade e Finanças. Faixa etária (%) Principais áreas de atuação dos profissionais que se encontram no estrangeiro Há quanto tempo saíram do país (%) Género 70% Masculino 5 30 18 Menos de 1 ano Há mais de 10 anos Entre 1 a 2 anos Entre 3 a 5 anos 22 Entre 6 a 10 anos 25 30% Feminino Engenharia (exceto TI’s) Contabilidade e Finanças Marketing e Comunicação Turismo & Lazer/Restauração Tecnologias da Informação & Telcos 7% 7% 9% 15% 16% Each box is 1% 6 35 18 15 24 2 Ate 25 anos Entre 36 e 40 anos Entre 26 e 30 anos Entre 41 e 50 anos Entre 31 e 35 anos Entre 51 e 60 anos Os que saíram de Portugal – perfil dos profissionais qualificados no estrangeiro Zona onde os profissionais residiam antes de emigrar Mais de metade dos nossos inquiridos no estrangeiro saíram de Portugal nos últimos 5 anos, sendo que o destino de eleição foi o Reino Unido, logo seguido de Angola. Verifica-se ainda que as principais regiões de onde emigraram mais de 60% profissionais qualificados portugueses foram Lisboa e Porto. Os principais destinos de emigração para profissionais qualificados 6% 7% 11% 11% 19%Reino Unido Espanha Suíça Moçambique Angola Motivos de saída de Portugal Quando questionados se sentem que lhes foram reconhecidos no estrangeiro potencial, capacidades ou conhecimentos que não eram valorizados em Portugal, 89% dos profissionais noestrangeiro responderam afirmativamente. Estes dados sugerem que será necessária uma maior valorização das capacidades e competências dos profissionais portugueses, de forma a inverter este cenário. 84% dos profissionais no estrangeiro não se arrependem da sua decisão de ter saído de Portugal. Quando questionados sobre os principais motivos de saída, referem sobretudo o facto de terem recebido uma oferta melhor noutro país, ou de não terem encontrado oportunidades de emprego adequadas ao seu perfil em Portugal. A ambição de desenvolver uma carreira internacional é outro fator bastante referido, neste caso por 22% dos inquiridos. Na perspetiva dos profissionais inquiridos a situação económica, o mercado de trabalho e a imagem de Portugal no país onde residem atualmente não sofreram alterações significativas em 2018, sentindo-se um ligeiro aumento relativamente à situação económica em comparação com os restantes fatores mencionados. 6% 6% 7% 26% 41%Lisboa Braga Aveiro Setúbal Porto Já trabalhava em Portugal, mas tive uma oferta melhor no estrangeiro Ambicionava desenvolver uma carreira internacional Recebi propostas em Portugal, mas tive uma oferta melhor no estrangeiro O meu empregador ofereceu-me um novo projeto numa filial no estrangeiro Não encontrei oportunidades de emprego em Portugal 13% 5% 22% 22% 27% Por outros motivos de ordem pessoal Para acompanhar o cônjuge ou familiares 5% 6% Evolução dos seguintes fatores em 2018, segundo a opinião dos profissionais no estrangeiro Situação económica em Portugal 46% 14% 40% Mercado de trabalho português 22% 31% 47% 11% Imagem de Portugal no país onde reside atualmente 35% 21%54% 10% Melhorou Piorou Mantém-se IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 42 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 43 Percentagem de profissionais que se arrependeram da decisão de sair de Portugal (%) Sim Não 84 16 O desejo de voltar a trabalhar em Portugal é referido por 78% dos profissionais, sendo que 43% deseja fazê-lo já nos próximos 2 anos. O fator que mais influenciaria esse regresso e que ocupa este ano o primeiro lugar prende-se com questões salariais mais atrativas. Referido por 72% dos profissionais, este fator espelha uma crescente preocupação relativamente à oferta salarial enquanto principal fator influenciador nessa decisão, seguido de outros motivos de cariz pessoal ou familiar e ainda a vontade de viver em Portugal. 2015 2016 2017 20182014 75 82 76 78 78 Percentagem de profissionais no estrangeiro que pretendem voltar a trabalhar em Portugal (%) Quando pretendem os profissionais no estrangeiro regressar a Portugal (%) Fatores que mais influenciariam o regresso a Portugal À luz das recentes notícias de uma possível redução do IRS para profissionais no estrangeiro que pretendam regressar a Portugal, questionámos os nossos inquiridos relativamente ao impacto dessa medida na sua decisão. Os resultados do nosso inquérito indicam que a medida terá pouco ou nenhum impacto para a esmagadora maioria dos profissionais. 11% 38% 57% 49% 58% 60% 72% 29% 22% 20% Um pacote salarial atrativo Vontade de viver em Portugal Um projeto interessante ou inovador Condições contratuais vantajosas Motivos de ordem pessoal ou familiar Um cargo importante Melhoria da conjuntura económica portuguesa O facto de ser uma empresa prestigiada Outros A localização geográfica da empresa 7% 22 4 43 Nos próximos 2 anos Não sabe/ não responde Dentro de 2 a 5 anos Dentro de 5 a 10 anos 22 Daqui a mais de 10 anos 9 Em que medida uma redução do IRS poderá influenciar o regresso de profissionais a Portugal 7% 51% 36% 6%Muito Pouco Nada Desconhecem o assunto IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 44 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 45 Verifica-se também que, dos profissionais que não pretendem regressar a Portugal, 88% referem como principal fator as ofertas salariais inferiores praticadas em Portugal e 70% referem que as perspetivas de evolução de carreira são menores e as condições de trabalho piores comparativamente ao país onde trabalham atualmente. Fatores que levam os profissionais a não querer regressar a Portugal Procurámos avaliar também qual o grau de satisfação dos profissionais no estrangeiro relativamente ao seu emprego atual. Verificámos que todos os fatores analisados apresentam um elevado grau de satisfação, destacando-se o pacote salarial, a qualidades das instalações, o ambiente de trabalho, a situação contratual e o projeto ou função desenvolvidos. Grau de satisfação com o emprego atual 11% 33% 61% 39% 70% 70% 88% 30% Valores salariais inferiores Piores condições de trabalho Menor qualidade de vida Gosto de viver no país onde estou Menores perspetivas de evolução de carreira Não há emprego na minha área 24%Outros 6%A minha família não pode/não quer regressar a Portugal Menor qualidade dos projetos Equilíbrio entre vida pessoal e profissional Perspetivas de progressão Comunicação interna Pacote salarial Formação Cultura empresarial Benefícios Chefia direta Projeto/função Prémios de desempenho 49% 57% 50% 58% 59% 65% 32% 34% 32% 35% Ambiente de trabalho 25% Qualidade das instalações Horários Situação contratual 22% 21% 22% Localização geográfica da empresa 18% 35% 41% 42% 43% 50% 51% 65% 66% 68% 75% 78% 78% 79% 82% 68% Comparando o nível de satisfação entre profissionais no estrangeiro e em Portugal, verificam-se disparidades muito relevantes em fatores como o pacote salarial, perspetivas de progressão e prémios de desempenho. A satisfação dos profissionais no estrangeiro parece, aliás, ser mais elevada em todos os fatores analisados, à exceção da localização geográfica, onde Portugal apresenta resultados ligeiramente superiores. Níveis de satisfação com emprego atual – comparação entre profissionais no estrangeiro e profissionais em Portugal Perspetivas de Progressão Comunicação interna Pacote salarial Formação Prémios de desempenho 41% 73% 74% 35% 73% 32% 42% 89% 11%43% 66% Cultura empresarial Chefia direta Projeto / função Equilíbrio entre vida pessoal e profissional Benefícios 65% 82% 81% 51% 83% 50% 66% 87% 11%68% 69% Ambiente de trabalho Situação contratual Horários 78% 85% 78% 78% 88% 75% Qualidade das instalações Localização geográfica da empresa 79% 89% 11%82% 80% Satisfeito Insatisfeito Em Portugal No estrangeiro IN Q U ÉR IT O A P RO FI SS IO N A IS E E M PR EG A D O R ES 46 Guia do Mercado Laboral 2019 Guia do Mercado Laboral 2019 47 DESEMPREGO ENTRE PROFISSIONAIS QUALIFICADOS O perfil típico do profissional qualificado em situação de desemprego tem-se mantido relativamente inalterado nos últimos anos. Os resultados do nosso inquérito indicam que 55% dos inquiridos são do género masculino e 45% são do género feminino, sendo que a maioria destes profissionais se encontra na faixa etária entre os 36 e os 50 anos. De acordo com os resultados ao nosso inquérito sobre o mercado de trabalho, as principais áreas de atuação dos profissionais qualificados no desemprego são a área de Comercial/Vendas, Engenharia, e a área Administrativa/Suporte, respetivamente. Género Faixa etária (%) Áreas de atuação dos profissionais qualificados no desemprego – Top 10 O termo do contrato profissional é o principal motivo para o desemprego, seguido da reestruturação da empresa e o facto do profissional se ter despedido. Importa realçar que todos os motivos apresentaram uma descida percentual comparativamente ao ano anterior, com a exceção dos profissionais que se despediram. 55% Masculino 45% Feminino 11% 8% 9% 8% 11% 11% 12% 6% 6% 4% Comercial / vendas Administrativa / Suporte Marketing e Comunicação Contabilidade e Finanças