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Mudanças Climáticas e Eventos Extremos Profa. Ana Cláudia F. Medeiros Braga ana.braga@academico.ufpb.br Universidade Federal da Paraíba Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Civil e Ambiental Mudanças Climáticas Previsão de Tempo e Clima alguns conceitos Tempo: para as próximas horas até os próximos dias Clima sazonal: para os próximos poucos meses Mudanças climáticas: para os próximos 50 a 100 anos Efeito Estufa Contextualização Introdução As mudanças no clima impactam diretamente as variáveis que formam o ciclo hidrológico: temperatura, precipitação, umidade relativa do ar, escoamento Mudança Climática “A média global das anomalias das temperaturas combinadas das superfícies terrestre e oceânica mostra uma variação de +0,85oC no período de 1850 a 2012; e a taxa de aumento do nível do mar foi maior nesse período (aumento médio global de 0,19 m) do que nos dois milênios anteriores (IPCC, 2014a). Assim, a mudança climática é definida como uma mudança no estado do clima, direta ou indiretamente atribuída a atividades humanas que alteram a composição da atmosfera global e que ocorre em adição à variabilidade climática natural observada em períodos de tempo comparáveis (IPCC, 2014b).” Projeto BR2040 – Resumo Executivo Introdução Importância Por que devemos nos preocupar? As mudanças nas variáveis hidrológicas causam : ◦ alterações nos eventos extremos (enchentes e secas) – alterações de intensidade e frequência ◦ Alterações nos sistemas hídricos (mananciais superficiais e subterrâneos) ◦ Ondas de calor ◦ Furacões, tornados – alterações de intensidade e frequência 2019 Amazônia http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/maior-seca-da-historia-atinge-a-amazonia Seca na Amazônia em 2010 foi a mais severa em 100 anos http://populacaosustentavel.wordpress.com/2011/02/04/pesquisadores-da-revista- science-dizem-que-a-seca-de-2010-na-amazonia-foi-mais-severa-que-a-de-2005-2/ http://mailtonvieira.blogspot.com/2010/10/seca-na- amazonia-02.html http://mais.uol.com.br/view/nf3vf2legzec/ongs-biopirataria--na-amazonia- 040260C08973E6?types=A&fullimage=1 Maiores cheias do Rio Negro •2021 - 30,02 m •2012 - 29,97 m •2009 - 29,77 m •1953 - 29,69 m •2015 - 29,66 m •1976 - 29,61 m •2014 - 29,50 m •1989 - 29,42 m •2019 - 29,42 m •1922 - 29,35 m •2013 - 29,33 m https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2021/06/25/apo s-a-maior-cheia-da-historia-nivel-do-rio-negro-baixa-e-fica- em-30-metros-em-manaus.ghtml Cheias em Pernambuco – Município de Palmares http://www.girope.com.br/noticias.php?id=8249 20112010 http://fotos.sapo.pt/fatimacsoeiro/fotos/cheias-brasil- jan/?uid=A3gHkdKhDjNYwPzm6iMz&aid=18 Olinda 2019 Importância – Recursos Hídricos Alterações nos sistemas hídricos impactam a disponibilidade da água existente nas bacias hidrográficas: ◦ Vazões nos rios ◦ Quantidade das águas subterrâneas ◦ Volumes armazenados nos açudes ◦ Qualidade da água Abastecimento humano Produção de energia Irrigação Indústria Setores Usuários Podem gerar impactos econômicos e sociais relevantes SAE, 2015 Fonte: IPCC, 2007 Fonte: IPCC(2007) Fonte: Miller, 2008 Dióxido de carbono Mudança de temperatura Fim da última era do gelo 160 120 80 40 0 Milhares de anos atrás C o n c e n tr a ç ã o d e d ió x id o d e c a rb o n o n a a tm o s fe ra (p p m ) 180 200 220 240 260 280 300 320 340 360 380 –10.0 –7.5 –5.0 –2.5 0 +2.5 V a ri a ç ã o n a te m p e ra tu ra (˚ C ) c o m b a s e n o n ív e l a tu a l O Clima Passado Os cientistas analisaram as concentrações de gases de efeito estufa, como o CO2 e o CH4, em bolhas presas em várias profundidades no gelo glacial antigo. As mudanças nos níveis de CO2 da troposfera correlacionam-se com as variações da temperatura média global. Principais Gases responsáveis pelo efeito estufa no Brasil e suas respectivas fontes de emissão Cenários Climáticos Recursos Hídricos Setores: Transportes Agricultura Energia Infraestrutura urbana e costeira Temperatura Precipitação Vazão superficial Vazão subterrânea Volumes dos reservatórios Como se estuda? Como se estuda? Como são feitas as projeções das mudanças climáticas? Esquema dos modelos atmosféricos globais Possuem resolução de 100 a 300km “Modelos atmosféricos são modelos numéricos que descrevem fenômenos físicos a partir de variáveis como temperatura, pressão, velocidade do vento, dentre outras.” Geração das informações (obtenção dos dados) Avaliação de Erros Sistemáticos/Incertezas Tendências futuras Como se estuda? Cenários de mudanças climáticas Os cenários publicados pelo IPCC até então são: Scientific Assessment (SA90) IPCC Scenarios 92 (IS92) Special Report Emission Scenarios (SRES) Representative Concentration Pathways (RCPs) → mais recentes Cada um deles está associado a um Relatório de Avaliação do IPCC (AR) Cenários do IPCC Cenários do IPCC - SRES Cenários RCPs IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas Entidade criada por iniciativa da ONU e da OMM (Organização Meteorológica Mundial), em 1988 O IPCC foi criado para fornecer aos formuladores de políticas avaliações científicas regulares sobre mudanças climáticas, suas implicações e possíveis riscos futuros, bem como para propor soluções de adaptação e mitigação. O IPCC não produz pesquisa, nem monitora dados ou parâmetros relacionados ao clima. Devido à sua natureza científica e intergovernamental, o IPCC compila informações científicas para tomadores de decisão. Estas informações científicas são o resultado do trabalho de milhares de cientistas em todos os países. O IPCC é formado por três grupos de trabalho: ◦ a) Grupo 1 - avalia os aspectos científicos do sistema climático e de mudança do clima; ◦ b) Grupo 2 - avalia os efeitos das mudanças climáticas sobre a natureza e a sociedade; ◦ c) Grupo 3 - discute as possíveis estratégias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas e seus impactos na sociedade. Principais acordos internacionais Marco inicial: Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), em 1992, que deu início às reuniões da Conferência das Partes (COP, na sigla em inglês). A COP que congrega anualmente os países-parte em conferências mundiais para tomar decisões coletivas e consensuais sobre temas relacionados à mudança do clima. O primeiro grande acordo das COPs foi criado em 1997 e entrou em vigor em 2005: o Protocolo de Quioto. Definiu metas de redução de emissões de GEE para países desenvolvidos. ◦ Durante o primeiro período de compromisso, entre 2008-2012, 37 países comprometeram-se a reduzir 5% das suas emissões em relação à 1990. ◦ No segundo período de compromisso, as Partes se comprometeram a reduzir as emissões em pelo menos 18% abaixo dos níveis de 1990 no período de oito anos, entre 2013-2020. ◦ O Brasil ratificou o documento em 2002. Entre os principais emissores de gases de efeito estufa, somente os Estados Unidos não ratificaram o Protocolo. Principais acordos internacionais ▪Na 21ª reunião da Conferência das Partes (COP 21), em 2015, foi aprovado um novo acordo global, o Acordo de Paris, que contempla metas de redução de emissões de GEE para todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, ▪Além disso, foi determinado um objetivo global para aumentar a capacidade de adaptação, fortalecer a resiliência e reduzir as vulnerabilidades à mudança do clima. ▪Um dos objetivos do Acordo de Paris é estimular que os países desenvolvidos apoiem financeiramente e tecnologicamente aos países subdesenvolvidos ▪A ideia é que essa ajuda colabore na ampliação de ações propostas pelos países subdesenvolvidos ▪Brasil: comprometeu-se a: (a) reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025; (b) reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. ▪Para isso, o paísse comprometeu a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030. Sugestão de leitura Sugestão de Leitura https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/16 043/2/PRArt214085_Aquecimento%20global_compl_P .pdf https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/16043/2/PRArt214085_Aquecimento%20global_compl_P.pdf Política Nacional das Mudanças Climáticas São diretrizes da PNMC: I - os compromissos assumidos pelo Brasil na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, no Protocolo de Quioto e nos demais documentos sobre mudança do clima dos quais vier a ser signatário; II - as ações de mitigação da mudança do clima em consonância com o desenvolvimento sustentável, que sejam, sempre que possível, mensuráveis para sua adequada quantificação e verificação a posteriori; III - as medidas de adaptação para reduzir os efeitos adversos da mudança do clima e a vulnerabilidade dos sistemas ambiental, social e econômico; IV - as estratégias integradas de mitigação e adaptação à mudança do clima nos âmbitos local, regional e nacional; V - o estímulo e o apoio à participação dos governos federal, estadual, distrital e municipal, assim como do setor produtivo, do meio acadêmico e da sociedade civil organizada, no desenvolvimento e na execução de políticas, planos, programas e ações relacionados à mudança do clima; VI - a promoção e o desenvolvimento de pesquisas científico-tecnológicas, e a difusão de tecnologias, processos e práticas orientados a: a) mitigar a mudança do clima por meio da redução de emissões antrópicas por fontes e do fortalecimento das remoções antrópicas por sumidouros de gases de efeito estufa; b) reduzir as incertezas nas projeções nacionais e regionais futuras da mudança do clima; c) identificar vulnerabilidades e adotar medidas de adaptação adequadas; VII - a utilização de instrumentos financeiros e econômicos para promover ações de mitigação e adaptação à mudança do clima, observado o disposto no art. 6o; VIII - a identificação, e sua articulação com a Política prevista nesta Lei, de instrumentos de ação governamental já estabelecidos aptos a contribuir para proteger o sistema climático; IX - o apoio e o fomento às atividades que efetivamente reduzam as emissões ou promovam as remoções por sumidouros de gases de efeito estufa; X - a promoção da cooperação internacional no âmbito bilateral, regional e multilateral para o financiamento, a capacitação, o desenvolvimento, a transferência e a difusão de tecnologias e processos para a implementação de ações de mitigação e adaptação, incluindo a pesquisa científica, a observação sistemática e o intercâmbio de informações; XI - o aperfeiçoamento da observação sistemática e precisa do clima e suas manifestações no território nacional e nas áreas oceânicas contíguas; XII - a promoção da disseminação de informações, a educação, a capacitação e a conscientização pública sobre mudança do clima; XIII - o estímulo e o apoio à manutenção e à promoção: a) de práticas, atividades e tecnologias de baixas emissões de gases de efeito estufa; b) de padrões sustentáveis de produção e consumo. Anomalia = Tfut-Tsim Tfut – temperatura simulada pelos modelos para o período futuro Tsim - temperatura simulada pelos modelos para o período atual Anomalia (%)= (Pfut-Psim)/Psim Pfut – precipitação simulada pelos modelos para o período futuro Psim - precipitação simulada pelos modelos para o período atual BR2040 – Medidas de Adaptação (Recursos Hídricos e Energia) Desenvolvimento e implantação de sistema de alerta precoce; Adaptação da drenagem urbana com vista a evitar problemas relativos a inundações; Ajuste da matriz energética frente à possibilidade de redução hídrica nas regiões Norte e Nordeste; Elaboração e implantação de programas de conservação energética; Aumento do aproveitamento e investimento em hidroeletricidade; Aumento da capacidade de armazenamento de água por meio do transporte da água no tempo e espaço por meio da transposição de bacias; Elaboração de planos de contingência específicos para eventos de cheias, os quais deverão estar associados a um planejamento de longo prazo, devendo ser frequentemente atualizados para que sejam orientadores das ações durante a ocorrência desse o extremo climático; Elaboração de planos de gestão de secas, com foco nas bacias hidrográficas, os quais devem passar por processos de atualização, a fim de que sejam instrumentos eficientes e aderentes à realidade; Elaboração de planos de gestão de secas para cidades, os quais devem ser atualizados, a fim de que as ações propostas possam ser revisitadas e adequadas para cada situação e/ou estágio de seca; Identificação de novos mananciais, para que possam ser utilizados em situação de escassez hídrica; Entre outros... Projeto BRAMAR Strategies and Technologies for Water Scarcity Mitigation in Northeast of BRAzil: Water Reuse, Managed Aquifer Recharge and Integrated Water Resources Management WP1 - “Cenários Econômicos e de Mudanças Climáticas” Projeto BRAMAR Mudança Climática Impactos Aumento da temperatura • Mudanças nos processos físico-químicos e biológicos dos corpos hídricos • Mudanças nos processos de eutrofização • Aumento da evapotranspiração • Mudanças nas demandas de água • Redução da disponibilidade hídrica • Dificuldade na diluição de esgotos • Interferência nos sistemas de tratamento de água e esgotos • Dificuldade em alcançar os padrões de potabilidade da água e lançamento de efluentes. Diminuição da precipitação • Redução do escoamento • Secas mais intensas • Mudanças na disponibilidade da água com interferência nos volumes acumulados e vazões regularizáveis dos reservatórios • Problemas no atendimento das demandas de água • Redução da confiabilidade na captação de água Projeto BRAMAR Aumento da precipitação e chuvas intensas mais frequentes • Aumento no transporte de sedimentos • Aumento da frequência de cheias • Problemas de poluição e turbidez • Possibilidade de suspensão da operação dos sistemas hídricos • Danos à infraestrutura hídrica • Danos às instalações físicas dos sistemas • Interrupção dos serviços de abastecimento de água Mudanças na precipitação e mudança no regime hidrológico • Mais secas • Mais anos consecutivos secos • Reservatórios secos por mais tempo • Racionamento de água • Inabilidade de recuperar os níveis de água dos reservatórios • Instabilidade no atendimento das demandas de energia • Falhas em atender todas as demandas • Suspensão da operação dos sistemas • Insegurança hídrica • Aumento da competição e conflitos entre usuários. Mudanças Climáticas É preciso planejar!! Adaptação e Mitigação Ações de Mitigação ▪Intervenção humana que visa minimizar as causas das mudanças climáticas para atenuar os impactos da mudança do clima ou abrandar sua magnitude em sistemas humanos e naturais ▪Como? Através de políticas governamentais que utilizam: ▪ instrumentos econômicos: por exemplo, subsídios, taxas, isenção de taxas e crédito ▪ instrumentos regulatórios: por exemplo, padrões de desempenho mínimo, controle de emissão veicular ▪ processos políticos: por exemplo, acordos voluntários; disseminação da informação; planejamento estratégico https://www.mma.gov.br/informma/item/229- mitiga%C3%A7%C3%A3o-da-mudan%C3%A7a-do-clima.html https://www.mma.gov.br/informma/item/229-mitiga%C3%A7%C3%A3o-da-mudan%C3%A7a-do-clima.html ▪ Iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima (PNMC, 2009) ▪ capacidade de um sistema de se ajustar à mudança do clima (inclusive à variabilidade climática e aos eventosextremos de tempo), moderando possíveis danos, tirando vantagem das oportunidades ou lidando com as consequências. Capacidade de Adaptação O que podemos fazer? Capacidade de adaptação ◦ Captação de água de chuva ◦ Técnicas de conservação e armazenamento de água ◦ Alocação de água ◦ Reuso da água ◦ Dessalinização ◦ Eficiência na irrigação ◦ Sistemas de alerta ◦ Gerenciamento de riscos na agricultura ◦ Estratégias de gestão de inundações, secas e gestão costeira ◦ Sistemas de vigilância para doenças. Contudo, a eficácia desses esforços pode ser superada por: ◦ falta de informação básica ◦ falta de sistemas de observação e monitoramento ◦ falta de capacitação e de estruturas políticas, institucionais e tecnológicas adequadas ◦ baixa renda ◦ assentamentos humanos em áreas vulneráveis Brasil e Mudanças Climáticas ▪A economia brasileira tem forte dependência de recursos naturais renováveis: ◦ Agricultura ◦ Hidroeletricidade ◦ Biocombustíveis ◦ Energia eólica ◦ entre outros ▪Potencialmente vulnerável a mudanças climáticas que possam eventualmente diminuir a utilização de recursos naturais renováveis ▪Deve-se destacar que as mudanças climáticas acentuam a vulnerabilidade social dos mais pobres, pelo simples fato de que estes têm dificuldades estruturais de fazer frente a elas e aumentar sua capacidade de adaptação. Eventos Extremos Definição Grandes desvios de um estado climático moderado que ocorrem em escalas que podem variar desde dias até milênios. Os eventos climáticos e meteorológicos extremos também são um aspecto integrante da variabilidade climática, e sua frequência e intensidade podem variar de acordo com a mudança climática. (Marengo,20__) http://agencia.fapesp.br/gerenciament o-dos-impactos-dos-eventos-climaticos- extremos-e-debatido-em-sao- paulo/16047/ Ponte sobre o rio Branco, em Boa Vista Fonte: https://www.oeco.org.br/reportagens/onu- liga-eventos-extremos-a-aquecimento/ http://agencia.fapesp.br/gerenciamento-dos-impactos-dos-eventos-climaticos-extremos-e-debatido-em-sao-paulo/16047/ https://www.oeco.org.br/reportagens/onu-liga-eventos-extremos-a-aquecimento/ Contextualização Em geral, os eventos extremos fazem parte de um padrão global. Por exemplo, os fenômenos El niño e la niña são os mais conhecidos causadores de extremos climáticos. O evento de El Niño ocorre quando existe um aquecimento das águas superficiais do oceano Pacífico tropical: causa chuvas no sul do Brasil e secas no Norte e Nordeste O evento La Niña está associado a um resfriamento acentuado do oceano Pacífico tropical e também tem consequências globais: Sudeste tem extremo frio, e a parte mais ao norte das regiões norte e nordeste tem extremo chuvoso (Dias, 2014) Contextualização Desastres: Ocorrência do evento na natureza (que é a ameaça natural: chuva forte, seca, ciclone) + Ocorrência de populações expostas em condições de vulnerabilidade Classificação Brasileira de Desastres Desastres Naturais: 1. Geológicos: terremotos, emanação vulcânica, movimento de massa, erosão 2. Hidrológicos: inundações enxurradas, alagamentos 3. Meteorológicos: tempestades, temperaturas extremas, sistemas de larga escala/escala regional (ciclones) 4. Climatológicos: estiagem, seca, incêndio florestal, baixa umidade do ar 5. Biológico: epidemias, infestações/pragas ▪Os padrões de distribuição das chuvas variam naturalmente e apresentam eventos extremos (excesso ou escassez) ▪Estiagens, secas, enxurradas e inundações são a maioria odos desastres naturais ocorridos no Brasil Eventos Extremos Eventos Extremos ▪Os padrões de distribuição das chuvas variam naturalmente e apresentam eventos extremos (excesso ou escassez) ▪Estiagens, secas, enxurradas e inundações são a maioria odos desastres naturais ocorridos no Brasil ANA (2020) – Relatório Conjuntura http://conjuntura.ana.gov.br/static/media/conjuntura-completo.23309814.pdf Paraíba Fonte: Defesa Civil (2013) Chuvas João Pessoa 2019 Secas e Estiagens Eventos Extremos Desastres Naturais Climatológicos Estiagem – está relacionada a uma diminuição dos índices pluviométricos abaixo da média histórica, atraso dos períodos chuvosos ou ausência das chuvas previstas para a temporada, em que a perda de umidade do solo é superior à sua reposição (CASTRO, 2003). Seca - forma crônica do fenômeno estiagem, sendo analisada como um dos desastres naturais de maior ocorrência e impacto no mundo, fato que pode ser explicado, principalmente, porque ela ocorre durante longos períodos de tempo, afetando grandes extensões territoriais A estiagem, apesar de menor magnitude, produz reflexos sobre as reservas hidrológicas locais e afeta diretamente a agricultura de sequeiro em função da restrição hídrica e sua espacialização pode afetar mais as áreas de maior potencial agrícola. Eventos Extremos Categorização das Secas Tipo Descrição Seca meteorológica Caracterizada por um déficit de umidade que marca um período de estiagem e está relacionado à precipitação, em especial quando comparada aos padrões normais. Seca agrícola Marcada pelos efeitos na produção agrícola de uma região, ocorre pela insuficiência da precipitação ou pela sua distribuição irregular que reduz a umidade do solo disponível para as plantas; está relacionada aos períodos de estiagem. Existe ainda outro tipo de seca também relacionada à seca agrícola, que é ocasionada por períodos curtos de estiagem dentro do período chuvoso (veranicos). A vegetação fica verde, mas as plantações não se desenvolvem, é conhecida como “seca verde”; Seca hidrológica Causada pelo efeito dos baixos valores de precipitação sobre o escoamento superficial, decorrente de secas meteorológicas de longa duração. Esta seca é extremamente danosa visto que afeta os mananciais e os diversos usos dos recursos hídricos; Seca socieconômica Caracterizada pelos impactos socioeconômicos causados pelas secas meteorológica, hidrológica e agrícola. Tem forte relação com a questão de oferta e demanda dos recursos hídricos, pois existe uma diminuição na oferta de água, que traz consequências como fome, migração, entre outras. Fonte: Wilhite e Glantz (1985) Décadas Século XVI Século XVII Século XVIII Século XIX Século XX Século XXI 00 1603 1707 1804 1900 2001 1608 1808/ 1809 1903 2003 2005 2007 10 1614 1710/ 1711 1814 1915 2010 1919 2012 20 1721/ 1722 1920 1723/ 1724 1824/ 1825 1725/ 1726 1829 1727 30 1730 1830 1931 19321736/ 1737 1833 40 1645 1744/ 1745 1844/ 1845 1942 1746/ 1747 50 1652 1751 1754 1951 1952 1953 1958 60 1760 1966 1766 70 1771/1772 1777/1778 1870 1877/ 1878 1879 1970 1972 1976 1979 80 1583 1587 1783/ 1784 1888/ 1889 1980 1981 1982 1983 1987 90 1692 1791/ 1792 1793 1898 1991 1992 1993 1997 1998 1999 1877-1879 1998-1999 1888-1889 R eg is tr o d as o co rr ên ci as d e se ca s n o N o rd es te . Fo n te : P R H -P A ( 2 0 1 7 ) http://monitordesecas.ana.gov.br/mapa?mes=7&ano=2021 Síntese do Monitor de Secas http://ana-monitor-secas.s3- website-sa-east- 1.amazonaws.com/uploads/map as/Monitor_Secas_Sintese_0720 21.pdf Representação de produtos utilizados no traçado do Mapa do Monitor de Secas, indicadores e produtos auxiliares baseados em sensoriamento remoto. Fonte: Martins et al. (2016) Níveis de desertificação do estado da Paraíba Fonte: PAE-PB (2011) Alocação de Água Fonte: ANA, 2018 Fonte: ANA, 2020 ANA (2020) – Relatório Conjuntura http://conjuntura.ana.gov.br/static/media/conjuntura-completo.23309814.pdf Cheias e Inundações Inundações ▪Podem ocorrer devido à alteração do uso do solo, como a impermeabilização (fatores antrópicos) ▪Podem ocorrer com o fenômenos naturais nos cursos d’água, resultado da variabilidade da vazão ao longo do tempo (chuvas intensas) Eventos Extremos Tipo de Desastre Definição Inundações Submersão de áreas fora dos limites normais de um curso de água em zonas que normalmente não se encontram submersas.O transbordamento ocorre de modo gradual, geralmente ocasionado por chuvas prolongadas na bacia hidrográfica. Enxurradas Escoamento superficial concentrado e com alta energia de transporte, que pode estar ou não associado ao domínio fluvial (do rio). Provocado por chuvas intensas e concentradas, normalmente em pequenas bacias de relevo acidentado. Apresenta grande potencial destrutivo. Alagamentos Extrapolação da capacidade de escoamento de sistemas de drenagem urbana e consequente acúmulo de água em áreas rebaixadas atingindo ruas, calçadas ou outras infraestruturas urbanas, em decorrência de precipitações intensas. Fonte: DOU (2013) Desastres hidrológicos. Fonte: Costa et al. (2018) Setores de risco a desastres em João Pessoa Fonte: CPRM (2013) Medidas importantes Monitoramento das chuvas Previsão Planos de controle de cheia Sistemas de alerta Operação de barragens de controle de cheias Limpeza e desobstrução de canais Recomposição da cobertura vegetal Para refletir Precisamos diminuir as vulnerabilidade e aumentar a resiliência das populações. Para quem quiser se aprofundar no assunto