Logo Passei Direto
Buscar
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Com Pedido Liminar
CAUSÍDICO, advogado, inscrito na OAB/GO sob o n.º 54.949, com escritório profissional endereço na nota de rodapé, onde recebe intimações, vem com o devido respeito e acatamento a douta presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, incisos LVII e LXVIII ambos da Constituição Federal, artigo 647 e seguintes do Código de Processo Penal e artigo 7º da Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica (1969) – aprovado pelo governo brasileiro através do Decreto Legislativo nº 678/92, nos termos do art. 5º, § 2º da Constituição Federal, impetrar a presente ordem de:
HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR
em favor de XXXXXXXXXXXXXX, filho de Maria José dos Santos Rodrigues, brasileiro, solteiro, cabelereiro, inscrito no CPF/MF sob o nº XXXXXXXXXX, RG XXXXXXX, residente e domiciliado na XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, que se encontra atualmente em liberdade, porém, vem sofrendo violenta coação em sua liberdade, por ato ilegal e abusivo da Autoridade Coatora, o Desembargador XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de XXXXXX, pelos motivos de fato e de direito a seguir delineados:
I – SÍNTESE DOS FATOS NARRADOS NO INQUÉRITO:
Infere-se do Inquérito Policial sob o nº IPI XXX/2020, que no dia 20 de maio de 2020, o Paciente XXXXXXXXXXXX, supostamente havia cometido o crime descrito no art. 217-A do Código Penal, qual seja, estupro de vulnerável.
Com base nesta denunciação caluniosa, a Juíza de Direito da xª Vara dos Crimes Punidos com Reclusão, a Magistrada Drª XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, atendeu ao pedido e decretou a prisão preventiva do Paciente.
A Magistrada fundamentou a necessidade de decretação da prisão preventiva do Paciente visando a conveniência da instrução criminal e da garantia de aplicação da lei penal, porque inexiste nos autos comprovação de residência fixa nesta comarca e labor lícito antes da segregação, (CONFORME DECISÃO EM ANEXO), não sendo, por isso, inapropriado recear que, em liberdade, o mesmo poderá se homiziar para impedir a aplicação da lei penal ou ser estimulado à prática de delitos idênticos, como se nota, ela não especificou quais fatos justificam estas garantias, logo, sem razão.
A par disso, a defesa protocolou pedido de REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, conforme autos sob o nº XXXXXXXXXXXXXXXXXX, com o fundamento de que o decreto prisional do Paciente deve ser caçado, pois o mesmo não respeitou o direito do Paciente e nem mesmo as garantias constitucionais, pois o suposto fato ocorreu no salão de cabeleireiro do Paciente, salão este que fica no mesmo setor em que o Paciente reside a mais de 20 anos, e também sendo omisso quanto a recomendação 62/2020 do CNJ, artigo 282, § 6º e artigo 319, ambos do CPP.
A revogação da prisão foi indeferida, sob a argumentação de mostra-se imprescindível para garantia da ordem pública, tendo em vista, inclusive, a natureza da conduta criminosa supostamente perpetradas pelo Paciente e o fato deste residir e trabalhar bem próximo de onde reside a vítima e seus familiares, como se nota, primeiro de4veria o Paciente ser preso por falta de endereço e trabalho, agora deve ser preso por trabalhar e morar no mesmo setor que a vítima, sem razão tal argumentação.
II - DA NARRATIVA DOS FATOS
De imediato, esclarecemos que o Paciente deseja apresentar-se à Autoridade Policial para ser ouvido sobre a denunciação caluniosa que lhe foi imputada, porém para isso, precisa de um respaldo legal de que poderá retornar para casa, por ser idoso, hipertenso e estar se curando da Covid 19, logo, necessita de cuidados especiais, e ainda ter garantido seu direito constitucional de ser ouvido pela Autoridade Policial sem sofrer constrangimentos, pois até que se prove o contrário, ele é inocente, e preenche os requisitos legais pra se ver livre.
Inconformada com a negativa de revogação da prisão preventiva, a defesa impetrou junto ao Tribunal de Justiça de Goiás, o competente Habeas Corpus sob o nº XXXXXXXXXXXXXXXX, com o fundamento de que a prisão ora decretada não atendia aos requisitos dos arts. 312 e SS do CPP, e que a simples alegação da natureza do suposto fato delituoso e sua hediondez e a citação do trecho da lei acerca das garantias não garante a prisão preventiva, visto que, em nenhum momento ficou demostrado que o Paciente em liberdade atrapalhou as investigações, coagiu testemunhas ou tentou evadir-se do distrito da culpa.
Na análise da liminar do Habeas junto ao Tribunal de Justiça de Goiás, mesmo o Relator entendendo serem relevantes os argumentos da defesa, mediante uma cognição sumária, negou a liminar, por entender que restou satisfeita a fundamentação para a decretação da prisão preventiva, e não se sentiu confortável para analisar sozinho os requisitos liberatório, e mais uma vez, apenas transcreveu trechos da lei, ensejando assim, na sua opinião uma análise de cognição exauriente, sem razão.
Por ocasião da análise no writ mencionado, o novo Relator substituto, pois o primeiro estava de férias, entendeu por não conhecer do mandamus no tocante ao pedido de prisão domiciliar ou de revogação da prisão preventiva, com fundamento na Recomendação nº 62/2020 do CNJ, que aponta as medidas a serem tomadas para a prevenção da disseminação do vírus, isso porque entendeu não constar nos autos informação e comprovação de que o Paciente possua alguma doença que indique suscetibilidade maior de agravamento do estado de saúde a partir do contágio pela COVID-19, ou de que esteja em situação de vulnerabilidade que indique a medida postulada.
Contudo, reconheceu que o Paciente é dotado dos predicados pessoais que alega, logo, por este requisito merece sim a responder o processo em liberdade, porém, a gravidade do suposto fato enseja o encarceramento do mesmo, e assim, conheceu parcialmente da presente impetração e, nessa extensão, denegou a ordem.
Como se nota, para decretar a prisão do Paciente foi arguido que ele não possuiu residência fixa e emprego lícito, então a defesa informou que o mesmo é cabeleireiro profissional, e que possui um salão em sua própria residência onde atende a mais de 20 anos, sendo também este o local apontado como da suposta prática delituosa.
Nota-se que pra indeferir a revogação da prisão, foi reconhecido que o Paciente possui sim endereço fixo nesta comarca, laços familiares e emprego lícito, mas por serem no mesmo setor que o da vítima indeferiu a revogação da prisão, como se vê, a única fundamentação para manter o Paciente encarcerado é a pena em abstrato e a gravidade do suposto fato.
Ademais, destacamos que as investigações em nada apontam para que o Paciente cometeu esse ou outro crime, isso porque não há nem de longe prova do comissi delicti, o próprio laudo do IML, nada concluiu pelo delito de estupro, muito pelo contrário, afirma que as únicas evidências colhidas demostram que as pequenas alterações encontradas foram causadas pela evacuação de fezes, vejamos:
Indubitavelmente, em face a análise probatória, a única conclusão a que se tem por ora, é de que não há nenhuma necessidade de prisão, sendo direito do Paciente de estar acobertado pelo manto do contramandado de prisão, pois razão não assiste, nem há base legal para prisão, sendo que ausentes todos os requisitos da prisão preventiva, conforme demostraremos:
III – DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA
3.1 – DA AUSENCIA DOS MOTIVOS ENSEJADORES DA PRISÃO PREVENTIVA
Analisando os autos e o inquérito, bem como a fundamentação, verifica-se que o decreto prisional não contem os motivos que autorizam a prisão preventiva, isso porque num primeiro momento está fundamentada na ausência de endereço fixo nesta comarca, ausência de emprego lícito e gravidade em abstrato da conduta.
Já num segundo momento fundamenta-se no risco que há devido o Paciente possuir residência fixa e emprego no mesmo setor que a suposta vítima, restando sim somente a hediondez do crime e a pena em abstrato, deixando o pedido de prisão carente de fundamentaçãoinsustentável per si, ao ser submetida ao escrutínio da legislação, jurisprudência e da doutrina pátria.
Neste sentido, aponta-se que qualquer demonstração de prisão cautelar mantida pela Autoridade Coatora, somente se valerá de termos genéricos e hipotéticos, logo, não justificam a medida excepcional, não podendo em hipótese alguma ser imposta ao Paciente, isso porque além da decisão ser ilegal, é o Paciente portador de todos os requisitos para responder ao processo em liberdade.
É ressabido que para se decretar a custódia preventiva devem concorrer três ordens de pressupostos: os denominados pressupostos proibitórios (o fumus commisi delicti representado no nosso direito processual pela prova da materialidade do delito) e ainda os pressupostos cautelares (o periculum libertatis, representado na legislação brasileira pelas nominadas finalidades da prisão preventiva, trazidas na parte inicial do art. 312, do CPP), e ainda não verificar os requisitos dos artigos 282, § 6º e 319 ambos do CPP.
O princípio em apreço, que a Autoridade Coatora ora se expressa, que se materializa através dos denominados pressupostos cautelares, chamados comumente na doutrina brasileira de finalidades da prisão cautelar, não se verificam no caso concreto.
Em análise primária, sem entrar no mérito acerca das circunstâncias do fato, NÃO tem-se a materialidade e indícios MÍNIMOS de autoria quanto ao delito, logo, não restaram nem de longe comprovados, principalmente, após o resultado do laudo do IML, que nem de longe consegue afirmar se a vítima foi de fato vítima do crime ora debatido ou de qualquer outro daqueles que ferem a dignidade sexual, não autorizando a prisão preventiva do Paciente:
Ademais, os fundamentos que autorizam a manutenção da ordem de qualquer prisão cautelar não se fazem presentes. Explico: É esse o posicionamento amplamente majoritário da doutrina, nas sábias palavras do eminente doutrinador JULIO FABBRINI MIRABETE, assim já ensinava:
"Havendo prova da materialidade do crime e indícios suficientes da autoria, o juiz pode decretar a prisão preventiva somente quando exista também um dos fundamentos que a autorizam: para garantir a ordem pública por conveniência da instrução criminal; ou para assegurar a aplicação da lei penal. Preocupa-se a lei com o periculum in mora, fundamento de toda medida cautelar". (Código de Processo Penal Interpretado; ed. Atlas; São Paulo; 1996; p. 376).
Como demostramos, não há no nos autos ou no inquérito elementos suficientes para tornar a decisão legal, mesmo se assim, a Autoridade Coatora quisesse, não há ainda, motivos ensejadores da prisão cautelar, preventiva, devendo nesse caso a liberdade ser a regra, sendo caçado decreto prisional.
4.1.1 – DA AUSÊNCIA DE PROVA DA EXISTÊNCIA DO CRIME
Como é do conhecimento de todos, para a concessão da prisão preventiva, exige-se a comprovação plena e imediata de elementos que possam conduzir à conclusão de que o Paciente preenche os todos os requisitos da segregação cautelar, e no caso sob judicie, destacamos que não se verifica provas da existência do crime ou de qualquer outro ato libidinoso que possa a violar a dignidade sexual da suposta vítima.
Essa afirmação se dá, devido a obrigatoriedade de encontrar no inquérito prova inconteste da existência do crime, ou seja, indícios mínimos de provas da materialidade delitiva, não devendo está ser confundida com indícios mínimos de autoria, o que em ambos os casos não se vislumbra, haja visto, que a única prova da materialidade, qual seja, o laudo preliminar do IML não atestou o crime ora imputado, e as testemunhas ouvidas sequer podem afirmar que a vítima foi até o salão do Paciente.
Nesse sentido, também tem entendido a jurisprudência desse tribunal ao enfrentar a matéria, pacificando o tema, no sentido do que busca o Paciente, então vejamos:
“EMENTA: HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DELITO DE USO DE DROGAS ILÍCITAS. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO NOS REQUISITOS DO ART. 312, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. AUSÊNCIA DA PREMENTE NECESSIDADE. PREDICADOS PESSOAIS FAVORÁVEIS. SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS ALTERNATIVAS. 1. O procedimento célere do habeas corpus exige prova pré-constituída, a demonstrar o direito líquido e certo necessário ao deferimento do pedido veiculado, desautorizando análise de teses, não aferíveis de plano, concernentes à subsunção do fato a tipo penal diverso do capitulado na denúncia. 2. Decisões de conteúdo lacônico, quanto às razões determinantes do resultado decisório, que se limitam a enumerar genericamente os requisitos autorizadores da prisão preventiva, caracterizam-se por violar o artigo 312, do Código de Processo Penal, bem como a exigência constitucional de fundamentação das decisões judiciais, constante do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal. 3. Ainda que o crime praticado pela paciente seja alvo de intensa reprovação social e mereça punição, trata-se de conduta cometida sem violência física ou grave ameaça contra a pessoa, aliada à existência de predicados pessoais favoráveis à paciente, impondo-se a revogação da segregação cautelar e facultando a imposição de medidas cautelares menos gravosas, a serem especificadas pelo juízo da instrução. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESSA EXTENSÃO, CONCEDIDA. ACORDAM os integrantes da Primeira Câmara Criminal do egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, acolhido em parte o parecer da Procuradoria-Geral de Justiça, em conhecer parcialmente do pedido e, nesta parte, conceder a ordem impetrada, determinando a expedição de alvará de soltura, pela secretaria da câmara, em favor da paciente, para que seja posta em liberdade, se por outro motivo não deva permanecer presa, recomendando que a autoridade coatora que estabeleça as medidas cautelares menos gravosas que entender adequadas e necessárias, nos termos do voto do Relator”.
Caso Vossa Excelência entenda que a jurisprudência acima não guarda nenhuma relação com o caso em análise, que seja demostrado o que diverge entre ambos, sob pena de nulidade da decisão que prega o art. 315, § 2, do CPP.
Conquanto, no caso em apreço, a única prova idônea colhida quanto ao cometimento do crime, que é o laudo preliminar do IML nada disse, se baseando a Autoridade Coatora em elementos genéricos e abstratos para indeferir a medida liminar, tais como, poderá o Paciente interferir nas investigações, poderá coagir testemunhas, poderá fugir, a natureza lesiva do suposto crime, a idade da suposta vítima e a hediondez do suposto delito, devendo por isso, ser deferida a medida liminar caçando a decisão que negou a liberdade do Paciente, e deve ainda, ser a mesma confirmada por ocasião da análise do mérito, por flagrante ausência de prova do crime.
4.1.2 - DA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA
Qualquer espécie de prisão antes do édito condenatório tem natureza de medida cautelar, somente sendo admissível tal restrição de liberdade se devidamente justificada a medida extrema.
No presente caso, a liberdade do Paciente em momento algum afetou ou afetará a garantia da ordem pública, razões pelas quais não se deve invocar tal fundamento, pois não há fatos que serviriam de arrimo para decretar a prisão preventiva, não se verificando tal necessidade, ficando assim totalmente descabida, desproporcional e até mesmo ilegal a decretação da prisão preventiva.
É sabido por todos que a liberdade não pode ser tirada com base apenas na gravidade da ação delituosa ora imputada, e ainda alegar que as evidencias, a periculosidade social e o desvio de personalidade do Paciente por si só colocam em risco a ordem pública, uma afirmação desta é a total banalização das garantias constitucionais, ademais, corrobora uma explícita confusão entre direito e moral, onde aquele no que diz respeito a legislação penal sobressai a este.
A jurisprudência tem entendido que somente será admissível a medida cautelar quando devidamente justificada a medida extrema, então vejamos:
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - HOMICÍDIO. INSURGÊNCIA CONTRA A DECISÃO QUE REVOGOU A PRISÃOPREVENTIVA - DESAPARECIMENTO DOS MOTIVOS ENSEJADORES DA DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA - IRRESIGNAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - DESCABIMENTO DA CONSTRIÇÃO CAUTELAR. PRISÃO PREVENTIVA SUBSTITUÍDA POR MEDIDAS CAUTELARES PREVISTAS NO ART. 319, DO CPP - RECURSO DESPROVIDO EM CONSONÂNCIA COM O PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO GRADUADO. - Qualquer espécie de prisão antes do édito condenatório tem natureza de medida cautelar, somente sendo admissível tal restrição de liberdade se devidamente justificada a medida extrema - Deve prevalecer a decisão que revogou a prisão preventiva do recorrido, quando não há nos autos qualquer informação de risco à ordem pública e à aplicação da lei penal, ou ainda dificultando a instrução criminal. (TJ-RR - RSE: 0000160013934 0000.16.001393-4, Relator: Des., Data de Publicação: DJe 06/10/2018, p. 32).
“O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento do HC n.º 84.078/MG, Rel. Min. EROS GRAU, concluiu, definitivamente, que a decretação ou a manutenção do encarceramento processual (entenda-se qualquer prisão antes de condenação transitada em julgado) depende da de Processo Penal. Para isso o Julgador deve consignar, expressamente, elementos substanciais indicadores de que o indiciado ou Paciente, solto, colocará em risco a ordem pública ou econômica, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal. “Sem o que se dá a inversão da lógica elementar da Constituição, segundo a qual a presunção de não-culpabilidade é de prevalecer até o momento do trânsito em julgado da sentença penal condenatória” (STF, HC 101.705/BA, 2.ª Turma, Rel. Min. AYRES BRITTO, DJe de 03/09/2010). Não tem base empírica idônea o decreto prisional em que o Magistrado limita-se tão somente a mencionar a gravidade abstrata do delito ou cuja fundamentação é dissociada de qualquer elemento concreto e individualizado, sem ressaltar a necessidade real da medida excepcional. (…)” (RHC 43.442/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 03/04/2014, DJe 14/04/2014).
Caso Vossa Excelência entenda que a jurisprudência acima não guarda nenhuma relação com o caso em análise, que seja demostrado o que diverge entre ambos, sob pena da nulidade da decisão que prega o art. 315, § 2, do CPP.
Conquanto, o ordenamento jurídico pátrio não mais comporta decisões genéricas, como a prolatada no caso, afirmando que poderá ser o Paciente um risco potencial à ordem pública, sem nenhuma condenação ou processo em trâmite que justifique tal característica, portanto deve ser afastado o risco à ordem pública, pois não há fundamentação idôneo para um decreto prisional fundado nesse requisito.
4.1.3 – DA GARANTIA DA ORDEM ECONÔMICA
Como é entendido, a garantia da ordem econômica foi inserida no artigo 312 do CPP pela Lei 8.884/94, cujos tipos cuidaram de indicar as condutas ofensivas à ordem econômica - repetidas ou assemelhadas aos tipos penais Lei 8.137/90.
No caso em apreço, nem de longe deve-se afirmar que o Paciente em liberdade irá ofender a ordem econômica, para tanto vale dizer, que a necessidade concreta da prisão preventiva para garantia da ordem econômica deve ser obtida por meio de raciocínio silogístico que tem como premissa maior e essencial, a imputação de condutas ofensivas à ordem econômica (por imperativo lógico).
O Paciente é trabalhador, cabeleireiro autônomo, não integra nenhum grupo ou atividade criminosa, vive de seu ofício a mais de 20 anos, com ótimos serviços prestados à comunidade que sempre o procuram, vivendo ele dentro do padrão de vida que sua profissão lhe proporciona.
Portanto, face a esse requisito legal, e por ausência total dos demais requisitos objetivos da prisão deverá ser revogada a prisão preventiva imposta ao Paciente, com a consequente expedição de contramando de prisão.
4.2.4 - DA GARANTIA DE FUTURA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
A garantia de futura aplicação da lei penal, tem que residir, de maneira indispensável, e ficar comprovado sem nenhuma mácula que tal garantia está ameaçada, o que não se verifica no caso em análise. A jurisprudência tem entendido que somente será admissível a medida cautelar quando devidamente justificada a medida extrema, então vejamos:
TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA CONVERTIDA. O decreto de prisão não indicou dados ou fatos pertinentes ao caso concreto dos autos, limitando-se à gravidade abstrata do crime e suposta necessidade para assegurar a aplicação da lei penal e conveniência da instrução criminal. Ademais, a quantidade de droga apreendida (23 gramas de crack), por si só, não tem o condão de autorizar a prisão preventiva para garantia da ordem pública. HABEAS CORPUS DEFERIDO, COM EXTENSÃO À COINVESTIGADA. ACORDA o Tribunal de Justiça de Goiás, pela Segunda Câmara Criminal, por maioria, desacolhendo o parecer ministerial, conhecer do pedido e conceder a ordem, determinando a expedição de alvará de soltura, em favor do paciente e da investigada, nos termos do voto do relator, que a este se incorpora. Sem custas.
Caso Vossa Excelência entenda que a jurisprudência acima não guarda nenhuma relação com o caso em análise, que seja demostrado o que diverge entre ambos, sob pena da nulidade da decisão que prega o art. 315, § 2, do CPP.
Ainda, destacamos que o Paciente possui residência fixa, qual seja, Rua Cristalino, Qd. 13, Lt. 09, Conjunto Aruanã I, Goiânia – Goiás, CEP: 74740545, e é morador do setor, conhecido por todos, onde tem seu salão e exerce sua profissão, ademais, nesse momento, como está acometido por essas doenças, nem mesmo se ele quisesse poderia fugir.
Devemos mais uma vez informar que o Paciente quer se apresentar voluntariamente, e destacamos novamente, que depois do suposto fato, ele permaneceu por 14 dias internado no hospital de campanha, onde poderia perfeitamente ser encontrado, não se atentando a essa informação o Magistrado no momento da decretação da prisão sendo tal informações de suma importância.
Essa alegação é aplicável em situações especiais, a Réus que não possuem domicílio definido, não residem na comarca onde se deram os fatos típicos, ou não possui laços familiares, o que não é o caso do Paciente que já provou de forma inequívoca possui residência fixa, conforme se vê nos autos e laços familiares nesta comarca, registro atual, e ainda testou positivo para Covid 19 e faz tratamento específico no mesmo local do suposto fato, ou seja nem se ele quiser poderia sair desta comarca, e sendo ele hipertenso, portanto deve ser afastada a prisão preventiva em nada ataca a garantia de aplicação da lei penal.
4.2.5 – DA GARANTIA DA CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL
No presente writ, infere-se dos fatos que o Paciente está em liberdade desde de que saiu do hospital em 14/06/2020, ou seja, já há quase 2 meses, sem que se tenha notícia de ter cometido qualquer outro delito ou que tenha intimidado por qualquer meio as testemunhas, ou qualquer outra medida afim.
Assim, qualquer medida mantida, data máxima vênia, será extremada e desnecessária, uma vez que o Paciente permaneceu em sua residência e em nenhum momento mostrou inclinação à fuga do distrito da culpa e não há qualquer indício que ao exercer o seu sagrado direito de defesa em liberdade colocou em risco a integridade física das testemunhas ou traga qualquer prejuízo à instrução criminal, sendo ainda seus predicados favoráveis.
No caso em tela, o Paciente possui residência fixa (CONFORME DOCUMENTO EM ANEXO, ARQUIVO 2) e somando-se a isso, nunca se ausentou do distrito da culpa, devendo ser concedido a este o direito de responder todo o processo em liberdade. Esse também tem sido o entendimento majoritário da jurisprudência deste tribunal:
TJMS – ROUBO – INDEFERIMENTO LIBERDADE PROVISÓRIA – SEGREGAÇÃO CAUTELAR FUNDAMENTADA NA ORDEM PÚBLICA E CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL – AUSÊNCIA DE ELEMENTOS CONCRETOS A ENSEJAR A CUSTÓDIA CAUTELAR- CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS - ORDEM CONCEDIDA. A segregação cautelar é medida excepcional e somente se justifica quando presentes os requisitos do art. 312 do CPP, desde que fundada em elementos concretos que evidenciem a real necessidadeda prisão. A gravidade abstrata do delito, o clamor público e a invocação de resposta enérgica do Poder Judiciário, sem qualquer motivo concretamente apontado nos autos, não são elementos idôneos a justificar a prisão cautelar do paciente, ainda mais quando o mesmo possui condições pessoais favoráveis. (HC 34489 MS. Rel. Juiz Manoel Mendes Carli. 2ª Turma. Publicação em 05.02.2010).
Caso Vossa Excelência entenda que a jurisprudência acima não guarda nenhuma relação com o caso em análise, que seja demostrado o que diverge entre ambos, sob pena de nulidade da decisão que prega o art. 315, § 2, do CPP.
No caso concreto, não há nos autos nenhum indício de que o Paciente integra alguma organização ou grupo criminoso, coagiu testemunha, destruiu provas, cogitou fugir ou ofereceu risco às investigações, ao contrário disso, é que quer colaborar para o deslinde da questão, e se apresentar espontaneamente.
Igualmente, cumpre ressaltar que manter o Paciente em liberdade, mediante ausência de pressupostos supramencionados, não constitui faculdade do magistrado, mas direito processual subjetivo do Paciente, qualquer decisão em sentido contrário poderá ser perfeitamente tipificada na conduta de abuso de autoridade, por ser enquadrar perfeitamente nos predicados legais.
No ordenamento constitucional vigente, A LIBERDADE É REGRA, excetuada apenas quando concretamente se comprovar, em relação ao Réu, a existência de periculum libertatis, o que não acontece no caso em tela.
Portanto, não é cabível a determinação de prisão preventiva baseado na possibilidade de fuga, ou pra garantir futura execução penal, pois não estão preenchidos os requisitos exigidos pelos arts. 312 e 316, ambos do CPP, como bem sinalizou a Autoridade Policial. Nesse sentido, segue a sedimentada jurisprudência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF):
“Ementa: HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO A RECURSO ORDINÁRIO. TRÁFICO DE ENTORPECENTE (“MACONHA”). INADEQUAÇÃO DA VIA PROCESSUAL. PRISÃO EMBASADA PARA GARANTIR FUTURA EXECUÇÃO DA PENA. CONCESSÃO DA ORDEM DE OFÍCIO. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento de que “a prisão cautelar para garantia da ordem pública, para a conveniência da instrução criminal e para garantir a futura execução da pena é ilegítima quando fundamentada, como no caso sub examine, tão somente para garantir a gravidade in abstracto, ínsite ao crime” (HC 115.558, Rel. Min. Luiz Fux). 2. O Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da vedação legal à concessão de liberdade provisória para réu preso em flagrante por tráfico de entorpecentes, enunciada no art. 44 da Lei 11.343/2006 (HC 104.339, Rel. Min. Gilmar Mendes). 3. A prisão cautelar do paciente não está embasada em dados objetivos reveladores da individualizados que evidenciem risco efetivo de reiteração delitiva. 4. Habeas Corpus extinto por inadequação da via processual. 5. Ordem concedida de ofício para permitir que o Paciente aguarde em liberdade o julgamento do processo-crime, salvo se por outro motivo o encarceramento se fizer necessário; ressalvada a possibilidade de adoção das medidas cautelares descritas no art. 319, do CPP. (HC 115434, Relator: Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 10/12/2013, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-031 DIVULG 13-02-2014 PUBLIC 14-02-2014).
Para tanto, não custando salientar que expressões do tipo “poderá influenciar testemunhas”, “poderá fugir”, “poderá interferir em investigações” consubstanciam, em si mesmas, mero exercício de conjectura, enunciações da íntima convicção do magistrado, repudiadas no Estado Democrático de Direito, que consagra o princípio do livre convencimento motivado, devendo ser afastada qualquer possibilidade de prisão preventiva imposta ao Paciente, como medida da mais justiça!
A convivência do Paciente em liberdade é a única medida que se impõe ao caso, assim também vem decidindo a este tribunal, seguindo o entendimento da jurisprudência amplamente majoritária, vejamos:
EMENTA: HABEAS CORPUS. ROUBOS MAJORADOS PELO CONCURSO DE PESSOAS E EMPREGO DE ARMA E CORRUPÇÃO DE MENORES. NEGATIVA DO DIREITO DE RECORRER EM LIBERDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. OCORRÊNCIA. I – Não se encontrando devidamente fundamentada a necessidade da constrição cautelar, tratando-se de réu primário, o qual respondeu toda a ação penal em liberdade, sem a ocorrência de fatos novos, imperativa a concessão da ordem para recorrer em liberdade. II – ORDEM CONHECIDA E CONCEDIDA. Vistos, relatados e discutidos estes autos, ACORDAM, os integrantes da Segunda Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, por unanimidade de votos, desacolher o parecer da Procuradoria de Justiça, conheço do writ e conceder a ordem impetrada, outorgando ao paciente Vitor Gabriel Luiz da Silva o benefício de recorrer em liberdade, devendo expedir Salvo Conduto em favor do paciente, nos termos do voto da Relatora. Sem custas. VOTARAM, além da Relatora, os eminentes Desembargadores Leandro Crispim, que presidiu a sessão, Luiz Cláudio Veiga Braga, Dra. Lília Mônica de Castro Borges Escher (Juíza subst. do Desembargador Edison Miguel da Silva JR) e Dr. Fábio Cristovão de Campos Faria (Juiz subst. do Desembargador João Waldeck Félix de Sousa). Esteve presente à sessão de julgamento, o (a) nobre Procurador (a) de Justiça, Dr (a). Luiz Gonzaga Pereira da Cunha. Goiânia, 23 de agosto de 2018. Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira Desembargadora Relatora.
Caso Vossa Excelência entenda que a jurisprudência acima não guarda nenhuma relação com o caso sob judicie, que seja demostrada a divergência entre ambos, sob pena de nulidade que prega o art. art. 315, § 2, do CPP, e a norma penal aplicada ao caso.
Destarte, a liberdade é a única possibilidade que se pode impor ao Paciente, devendo ser deferido o competente contramandado em favor dele, uma vez que o mesmo possui residência fixa e forneceu elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade.
V - A PANDEMIA COVID-19 E A RELAÇÃO DE HOMOGENEIDADE
Conforme é de conhecimento geral, no dia 11 de março do corrente ano a Organização Mundial de Saúde classificou como pandemia a disseminação da contaminação pela COVID-19, doença causada pelo novo coronavírus3
.
No Brasil a situação é mais grave porque há claro aumento exponencial da doença, denotando quadro de profunda preocupação a exigir medidas governamentais e sociais de prevenção das mais variadas naturezas.
Não por outra razão foi declarada Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN), materializada na Portaria n. 188/2020 do Ministro de Estado da Saúde, e no Estado de Goiás o Governador, por meio do Decreto Estadual n. 9.633, de 13 de março de 2020, reconheceu tal situação e adotou medidas temporárias e emergenciais de prevenção de contágio, dentre elas a suspensão de aulas e eventos, evitando-se a aglomeração de pessoas.
Mais recentemente, no último dia 30/6/2020, considerando o crescente número de infectados pela Covid-19 e, por consequência, do quase esgotamento das vagas para internação nas unidades hospitalares reservadas ao tratamento da doença no Estado de Goiás, o chefe do Poder Executivo estadual expediu decreto determinando o fechamento de atividades não essenciais por 14 dias, a serem intercalados com igual período de funcionamento.
Esse é, de maneira abrangente, um espelho do que ocorre em todo o Estado de Goiás. Relativamente às unidades prisionais do Estado de Goiás é certo a existência de condição favorável à proliferação de doenças infectocontagiosas.
Apenas a título de reforço, vale advertir que a Central de Triagem, cuja capacidade foi pensada para abrigar 200 presos, atualmente comporta mais de 700 pessoas encarceradas.
Já a Casa de Prisão Provisória, com capacidade para segregar provisoriamente 800 presos, apresenta atualmente uma população carcerária de mais de 2.800 pessoas. Por fim, a Penitenciária Odenir Guimarães também apresenta superpopulação carcerária, segregando mais de 2.400 presos definitivos.
Como é de se concluir, também pela razões invocadas no presentetópico a manutenção da prisão do Paciente induvidosamente contribui para a disseminação da COVID-19, afinal, todas as instalações acima nomeadas reúne inúmeras condições propagadoras da doença, tais como a pouca ventilação, o compartilhamento de bens de uso comum, a dificuldade de higienização pessoal e coletiva e a concentração de várias pessoas em um único local.
A situação se agrava pela inexistência de equipe de saúde instalada de modo permanente nas unidades supramencionadas, não havendo, ainda assim, instalações específicas para o isolamento seguro de alguém idoso, hipertenso, recém curado da Covid 19, logo, é doente, isso porque ninguém pode afirmar se uma pessoa já contaminada e curada pode novamente contrair a doença.
Indiscutível, portanto, que a decretação da preventiva do Paciente, além de não encontrar amparo na Lei Processual Penal, ainda poderá contribuir para a propagação da doença interna e externamente.
Aliás, a precariedade das condições das unidades prisionais de todo o Brasil foi a razão que levou o STF, ao julgar o pedido de Medida Cautelar na ADPF n.º 347, a concluir que “deve o sistema penitenciário nacional ser caraterizado como ‘estado de coisas inconstitucional’. Especialmente sobre as delegacias, a decisão dispõe o seguinte:
“Consta, na representação da Clínica UERJ Direitos, que, nos presídios e delegacias, por todo o país, as celas são abarrotadas de presos, que convivem espremidos, dormem sem camas ou colchões, em redes suspensas no teto, “dentro” das paredes, em pé, em banheiros, corredores, pátios, barracos ou contêineres. Muitas vezes, precisam se revezar para dormir. Os presídios e delegacias NÃO OFERECEM, além de espaço, CONDIÇÕES SALUBRES MÍNIMAS. Segundo relatórios do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, os presídios não possuem instalações adequadas à existência humana. Estruturas hidráulicas, sanitárias e elétricas precárias e celas imundas, sem iluminação e ventilação representam perigo constante e risco à saúde, ante a exposição a agentes causadores de infecções diversas. As áreas de banho e sol dividem o espaço com esgotos abertos, nos quais escorrem urina e fezes. Os presos não têm acesso a água, para banho e hidratação, ou a alimentação de mínima qualidade, que, muitas vezes, chega a eles azeda ou estragada. Em alguns casos, comem com as mãos ou em sacos plásticos. Também não recebem material de higiene básica, como papel higiênico, escova de dentes ou, para as mulheres, absorvente íntimo. A Clínica UERJ Direitos informa que, em cadeia pública feminina em São Paulo, as detentas utilizam miolos de pão para a contenção do fluxo menstrual”
Portanto, a falta de condições dignas das unidades prisionais, em particular do Estado de Goiás, e a inadequação dos estabelecimento relativamente às necessidades de higiene e salubridade para impedir a contaminação e disseminação da doença (COVID-19), revelam a desproporcionalidade da prisão em situações como a dos presentes autos, e fazem com que o cárcere extrapole os limites constitucionais da intervenção do poder sobre o indivíduo (art. 5.º, inciso XLVII, alínea a e XLIX da Constituição Federal).
Não por outra razão o CNJ, no dia 17/3/20, resolveu editar a Recomendação nº 62/20, a qual indica o caminho a ser seguido em casos análogos. Confira-se, a propósito, os seguintes comandos da norma em referência:
“Art. 4º Recomendar aos magistrados com competência para a fase de conhecimento criminal que, com vistas à redução dos riscos epidemiológicos e em observância ao contexto local de disseminação do vírus, considerem as seguintes medidas: I – a reavaliação das prisões provisórias, nos termos do art. 316, do Código de Processo Penal, priorizando-se: a) mulheres gestantes, lactantes, mães ou pessoas responsáveis por criança de até doze anos ou por pessoa com deficiência, assim como idosos, indígenas, pessoas com deficiência ou que se enquadrem no grupo de risco; b) pessoas presas em estabelecimentos penais que estejam com ocupação superior à capacidade, que não disponham de equipe de saúde lotada no estabelecimento, que estejam sob ordem de interdição, com medidas cautelares determinadas por órgão do sistema de jurisdição internacional, ou que disponham de instalações que favoreçam a propagação do novo corona vírus; c) prisões preventivas que tenham excedido o prazo de 90 (noventa) dias ou que estejam relacionadas a crimes praticados sem violência ou grave ameaça;”
Como é de se concluir, a prisão preventiva do Paciente, além de não encontrar amparo na Ordem Jurídica, se mostra desproporcional. Aliás, quanto ao princípio da proporcionalidade, vale dar destaque ao voto proferido pelo Min. Gilmar Mendes no IF. n. 2.915:
“O princípio da proporcionalidade, também denominado princípio do devido processo legal em sentido substantivo, ou ainda, princípio da proibição do excesso, constitui uma exigência positiva e material relacionada ao conteúdo de atos restritivos de direitos fundamentais, de modo a estabelecer um “limite do limite” ou uma “proibição de excesso” na restrição de tais direitos. A máxima da proporcionalidade, na expressão de Alexy, coincide igualmente com o chamado núcleo essencial dos direitos fundamentais concebido de modo relativo – tal como o defende o próprio Alexy. Nesse sentido, o princípio ou máxima da proporcionalidade determina o limite último da possibilidade de restrição legítima de determinado direito fundamental. A par dessa vinculação aos direitos fundamentais, o princípio da proporcionalidade alcança as denominadas colisões de bens, valores ou princípios constitucionais. Nesse contexto, as exigências do princípio da proporcionalidade representam um método geral para a solução de conflitos entre princípios, isto é, um conflito entre normas que, ao contrário do conflito entre regras, é resolvido não pela revogação ou redução teleológica de uma das normas conflitantes nem pela explicitação de distinto campo de aplicação entre as normas, mas antes e tão-somente pela ponderação do peso relativo de cada uma das normas em tese aplicáveis e aptas a fundamentar decisões em sentidos opostos. Nessa última hipótese, aplica-se o princípio da proporcionalidade para estabelecer ponderações entre distintos bens constitucionais. Em síntese, a aplicação do princípio da proporcionalidade se dá quando verificada restrição a determinado direito fundamental ou um conflito entre distintos princípios constitucionais de modo a exigir que se estabeleça o peso relativo de cada um dos direitos por meio da aplicação das máximas que integram o mencionado princípio da proporcionalidade. São três as máximas parciais do princípio da proporcionalidade: a adequação, a necessidade e a proporcionalidade em sentido estrito. Tal como já sustentei em estudo sobre a proporcionalidade na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal1, há de perquirir-se, na aplicação do princípio da proporcionalidade, se em face do conflito entre dois bens constitucionais contrapostos, o ato impugnado afigura-se adequado (isto é, apto para produzir o resultado desejado), necessário (isto é, insubstituível por outro meio menos gravoso e igualmente eficaz) e proporcional em sentido estrito (ou seja, se estabelece uma relação ponderada entre o grau de restrição de um princípio e o grau de realização do princípio contraposto).
Registre-se, por oportuno, que o princípio da proporcionalidade aplicasse a todas as espécies de atos dos poderes públicos, de modo que vincula o legislador, a administração e o judiciário, tal como lembra Canotilho2”
Ou seja, para que seja decretada a prisão preventiva, ainda que haja motivos concretos para tanto, é necessário fazer um juízo de valor, ponderar entre a conduta que embasa a prisão e o resultado que o encarceramento presente e eventual, em razão de condenação, trará. Essa valoração leva, no caso, ao afastamento do cárcere.
Portanto, trata-se aqui da verificação da relação de homogeneidade entre a providência de direito material que será eventualmente aplicada na sentença (o bem jurídico que se restringirá do condenado), coma extensão e profundidade da própria medida cautelar, que, por ser instrumental, acessória e provisória, não pode tirar da pessoa presa mais do que ela deverá perder em virtude da condenação, devendo assim, ser deferida liminar em favor do Paciente.
IV – DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO QUANTO A RECOMENDAÇÃO 62/2020 DO CNJ
Novamente destacamos que o CNJ, no dia 17/3/20, editou a Recomendação nº 62/20, a qual indica o caminho a ser seguido em casos análogos. Confira-se, a propósito, os seguintes comandos da norma em referência:
“Art. 4º Recomendar aos magistrados com competência para a fase de conhecimento criminal que, com vistas à redução dos riscos epidemiológicos e em observância ao contexto local de disseminação do vírus, considerem as seguintes medidas: I – a reavaliação das prisões provisórias, nos termos do art. 316, do Código de Processo Penal, priorizando-se:
a) mulheres gestantes, lactantes, mães ou pessoas responsáveis por criança de até doze anos ou por pessoa com deficiência, assim como idosos, indígenas, pessoas com deficiência ou que se enquadrem no grupo de risco;
b) pessoas presas em estabelecimentos penais que estejam com ocupação superior à capacidade, que não disponham de equipe de saúde lotada no estabelecimento, que estejam sob ordem de interdição, com medidas cautelares determinadas por órgão do sistema de jurisdição internacional, ou que disponham de instalações que favoreçam a propagação do novo corona vírus;
c) prisões preventivas que tenham excedido o prazo de 90 (noventa) dias ou que estejam relacionadas a crimes praticados sem violência ou grave ameaça;”
E mais uma vez reafirmamos que a prisão preventiva do Paciente, além de não encontrar amparo na Ordem Jurídica, se mostra desproporcional, e omissa quanto a sua fundamentação no que se refere a recomendação 62/2020 do CNJ, devendo ser enfrentada por este juízo.
V – DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO QUANTO AO ATIGO 282 § 6º CPP
Narra o art. 282, § 6º, do Código de Processo Penal, que a prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 do mesmo código, e o não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada.
No caso em análise, a decretação da prisão se deu somente pela gravidade do fato, hediondez e a pena em abstrato, não podendo ser considerada a decisão fundamentada, principalmente por não enfrentar as teses dispostas nos dispositivos legais acima citados.
Portanto, pede-se a este juízo a liberdade do Paciente pois ausentes os motivos que ensejam o decreto prisional, a luz do art. 282, § 6º, do Código de Processo Penal (incluído pela lei nº 13.964/2019), sob pena de nulidade da decisão.
VI – DO CONSTRAGIMENTO ILEGAL
Em linhas de exposição fática, os fundamentos do pretenso requerimento do presente writ repousam no constrangimento ilegal, uma vez que a Autoridade Coatora já manteve a prisão preventiva do Paciente, sendo assim, há possibilidade real de perda das liberdades de locomoção do Paciente.
Conforme consta do inquérito policial epigrafado, o Paciente poderá ser preso a qualquer momento, em decorrência de prisão preventiva, controversos pela infração ao tipo descrito no art. 217-A, do CPB, falsamente imputada ao Paciente, o que hora se reserva a questionar qualquer fundamentação futura que possa alicerçar tal decreto de prisão. A jurisprudência assim também tem decidido, então vejamos:
“PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA DO DECRETO PRISIONAL. RECURSO ORDINÁRIO PROVIDO. I - A segregação cautelar deve demonstrada sua real indispensabilidade para assegurar a ordem pública, a instrução criminal ou a aplicação da lei penal, ex vi do art. 312 do CPP. II - Na hipótese, o decreto que impôs a prisão preventiva ao recorrente, fundamento na garantia da ordem pública. Precedentes. Recurso ordinário provido para revogar a prisão preventiva decretada em desfavor do recorrente, mediante a imposição de medidas cautelares diversas da prisão, previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, a critério do d. juízo de primeiro grau, salvo se por outro motivo estiver preso, e sem prejuízo da decretação de nova prisão, desde que prisão preventiva ao recorrente, preso em flagrante com 22 g de maconha, não apresenta a devida fundamentação a devida fundamentação. (STJ - RHC: 109136 CE 2019/0065541-9, Relator: Ministro FELIX FISCHER, Data de Julgamento: 07/05/2019, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 20/05/2019)”.
Por oportuno, lembremos que existem pessoas, cuja liberdade lhe foi subtraída e com o fito de alicerçar o quanto requerido neste Remédio Jurídico, é de bom alvitre esclarecer que contra o Paciente não constam antecedentes, o mesmo exerce profissão legal, haja vista ser Cabeleireiro Autônomo, exercendo sua atividade no seu domicílio a mais de 20 anos no mesmo endereço.
Ademais, há que se lembrar que toda espécie de custódia provisória é a exceção. O direito do Paciente de responder ao processo em liberdade é a regra, inclusive recentemente confirmado pelo Supremo Tribunal Federal.
No presente processo, o Paciente não representa perigo algum à sociedade, a ordem econômica, nem a ordem pública e nem mesmo pode prejudicar a instrução criminal ou dificultar a aplicação da lei penal, nem tão pouco há elementos mínimos de autoria ou prova da materialidade, pois é sabido que tais requisitos não podem ser presumidos, mas sim claramente comprovados.
VI – DA NOVA PRINCIPIOLOGIA DAS CAUTELARES NO PROCESSO PENAL
Por fim, ressalta-se que a Lei 12.403/2011 trouxe novas disposições processuais sobre a prisão, instituindo no artigo 319 do Código de Processo Penal as medidas cautelares alternativas à prisão, e recentemente confirmadas pela Lei nº 13.964/2019, o pacote anticrime, que alterou o art. 282 do CPP, principalmente no que diz respeito a prisão cautelar, em seus requisitos..
Com a entrada em vigor das referidas leis, a prisão preventiva passou a ser a “extrema ratio da última ratio”, ou seja, só caberá a prisão preventiva se não for o caso de relaxamento da prisão em flagrante, de concessão de liberdade provisória, revogação da preventiva, ou as medidas cautelares diversas da prisão se mostrarem insuficientes, o que não ficou comprovado.
Ressalta-se ainda, quando as medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, não se mostrarem adequadas à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou Paciente, devendo ser a prisão cautelar afastada, como prega a Convenção Americana de Direitos Humanos e demais dispositivos legais.
A Lei 12.403/2011 introduziu as medidas cautelares diversas da prisão, a fim de se atingir a mesma finalidade da prisão cautelar, entretanto, com um grau de lesividade menor ao Paciente, pois uma vez comprovado que o fato não ocorreu, que é o que mais se aproxima as investigações até a presente data, poderá o Estado estar causando um prejuízo de difícil reparação ao Paciente.
Ante o exposto, requer caso este juízo entenda que a revogação da prisão com a liberdade total do Paciente é prejudicial, pede-se que imponha ao Paciente uma das medidas constantes nos incisos I, IV e V do artigo 319 do CPP, por serem as mesmas menos gravosas, quais sejam:
_ comparecimento periódico em juízo - proibição de ausentar-se da comarca e recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga - pela suficiência e adequação das referidas medidas ao presente caso.
VII – DA CONCESSÃO DA MEDIDA LIMINARMENTE
A fim de evitar maiores prejuízos ao Paciente, necessário se torna a concessão de medida liminar para que possam caçar a decisão ora atacada, e suspender os efeitos da decisão que decretou a prisão cautelar do Paciente.
Conquanto, a determinação de que o Paciente aguarde em liberdade o processamento e julgamento da ação penal em primeira instância, é o que se espera, já numaanálise de cognição sumária, pois está é a regra, e deverá ser aplicada ao caso concreto, como bem decidiu o a Suprema Corte ao enfrentar a questão no julgamento da possibilidade de prisão em segunda instância, autorizando a prisão somente após o trânsito em julgado.
7.1 – DA PLAUSIBILIDADE DO DIREITO (FUMUS BONI IURIS)
A plausibilidade do direito invocado está consubstanciada na inexistência de requisitos para qualquer uma das prisões cautelares, uma vez que tais medidas se mostram desarrazoadas e desproporcionais, e diante no narrado, mostra-se que a liberdade até o trânsito em julgado é um direito do Paciente.
Esclarecemos ainda que é o Paciente é portador de bons antecedentes, Réu primário, possui residência fixa e própria nesta comarca (CONFORME DOCUMENTO EM ANEXO, ARQUICO 2), ou seja, todas as circunstancias judicias reclamadas lhe são favoráveis, e ainda é ele um cidadão de bem, e que goza de boa reputação perante a sociedade, e principalmente perante a comunidade que o cerca, tanto é, que o próprio padrasto da criança que o levou para cortar o cabelo o deixou aos cuidados do Paciente, tamanha a confiança.
7.2 – DO PERIGO NA DEMORA (PERICULUM IN MORA)
O periculum in mora é notório e decorre do fato de poder ser o Paciente preso por uma decisão sem amparo legal e sem necessidade, visto que, o próprio Paciente deseja se apresentar voluntariamente perante a Autoridade Policial.
Ainda, a condição de saúde do Paciente, sendo ele idoso hipertenso (CONFORME DOCUMENTO EM ANEXO) e soro positivo para a COVID 19, logo, não é das melhores, além de encarcerado não ter um tratamento adequado, ele também poderá expor toda a população carcerária bem como os agentes de segurança pública a tal vírus.
Portanto, evidente o risco de lesão, consubstanciado na possibilidade do Paciente experimentar prejuízo irreparável ou de difícil reparação, qual seja, perder a liberdade de forma arbitrária, e desarrazoada, além de poder contaminar outras pessoas, ou até mesmo ocorrer sua morte, com o cerceamento de sua liberdade e de um tratamento médico adequado, em virtude da decisão manifestamente inconstitucional/ilegal que foi mantida pelo magistrado de segunda instância.
O que se observa no caso, é que está sendo ferido de morte os direitos e garantias constitucionais e ainda refutará a presunção de inocência e liberdade, que prega a constituição federal, o Pacto de São José da Costa Rica, no qual o Brasil é signatário e se comprometeu a cumprir, além de várias outras normas aplicadas ao caso sob judicie.
Portanto, como claramente demostrado o bom direito do Paciente, que é Réu primário, portador de bons predicados criminais, possuiu residência fixa e laços familiares, possui profissão lícita e não integra grupo criminoso, assim, a medida liminar é a única medida que se impõe ao caso concreto, pois mais uma vez afirmamos, que nem se ele quiser poderá fugir, pois necessita de tratamento médico adequado.
VIII – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Ante ao exposto, à luz dos fatos e do direito, requer a Vossa Excelência, que seja processada a presente ação, mediante as cautelas legais de estilo, em harmonia com os reiterados e recentes julgados deste Egrégio Tribunal, julgando procedente o pedido, consoante o que se requer abaixo:
1. - requer a concessão de LIMINAR para que de imediato possa caçar a decisão ilegal que manteve a prisão preventiva, com a consequente revogação do decreto prisional, e a expedição do competente CONTRAMANDADO DE PRISÃO em benefício do Paciente XXXXXXXXXXXXX, por ausência dos requisitos autorizadores da prisão preventiva, de forma individualizada, para que ele possa apresentar-se à Autoridade Policial, e responder ao processo em liberdade até o julgamento em definitivo do presente remédio constitucional;
1. – - alternativamente, caso Vossa Excelência entenda por não acolher o pleito acima, que seja a prisão preventiva substituída, aplicando-se uma ou mais dentre as medidas cautelares previstas no artigo 319, do Código de Processo Penal, com preferência para a prisão domiciliar, com ou sem monitoramento eletrônico, como entender este juízo;
1. - no mérito, requer a concessão da ordem em definitivo, do competente CONTRAMANDADO DE PRISÃO em benefício do Paciente XXXXXXXXXXXXXXXXX, a fim de que seja revogado a prisão preventiva em definitivo, e que possa o mesmo responder ao processo em liberdade até o trânsito em julgado da sentença;
1. – Caso na análise deste, já restou cumprido o mandado de prisão preventiva, que seja de ofício convertido por este juízo o contramandado de prisão em Alvará de soltura em benefício do Paciente XXXXXXXXXXXXX, com a consequente expedição do mesmo, tanto em sede liminar como em definitivo, pelas razões fáticas e jurídicas já expostas, caso não substituída a prisão por domiciliar;
Caso Vossa Excelência julgue necessário, requer a expedição de ofício, a fim de que a Autoridade Coatora acima preste as informações de estilo e, após o recebimento destas e do respeitável parecer da douta Procuradoria de Justiça, conceda esta Suprema Corte a ordem de HABEAS CORPUS DEFINITIVA, ratificando a disposição constitucional da presunção de inocência, expedindo-se, consequentemente o competente e necessário CONTRAMANDADO DE PRISÃO em favor do ora Paciente XXXXXXXXXXXXXXXXX, para que ele responda todo o processo em liberdade, até trânsito o em julgado do processo.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Goiânia – Goiás, 11 de agosto de 2020
(Assinado Eletronicamente)
CAUSÍDICO OAB/GO n.º 54.949
DRº RENATO CARDOSO DE SÁ
ADVOGADO CRIMINALISTA
CONTATO: (62) 999699381
e-mail: renatocardosoadvogado@gmail.com

Mais conteúdos dessa disciplina

Mais conteúdos dessa disciplina