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Ingrid Klein Hoffmann
 Hoffmanningrid705@gmail.com
	
ESTUDO DIRIGIDO
	DIREITO PENAL
1
1 PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE (“LEX SPECIALIS DEROGAT LEGI GENERALI”)
A norma especial afasta a norma geral, considera-se a norma especial a que contenha todos os elementos da norma geral e outros que melhor a individualizem ao caso concreto.
“Especial é a norma que possui todos os elementos da geral e mais alguns, denominados especializantes, que trazem um minus ou um plus de severidade. É como se tivéssemos duas caixas praticamente iguais, em que uma se diferenciasse da outra em razão de um laço, uma fita ou qualquer outro detalhe que a torne especial. Entre uma e outra, o fato se enquadra naquela que tem o algo a mais”.1
“Pelo princípio da especialidade a lei especial derroga a lei geral. Uma lei é especial em relação a outra quando contém todos os requisitos descritivos típicos da lei geral e mais um ou alguns (chamados requisitos especializantes, que conduzem a uma distinção em abstrato dos injustos penais considerados). Para que se possa aplicar esse princípio deve haver, em suma, relação de gênero e espécie entre as figuras típicas consideradas.”. 2
“O princípio da especialidade será empregado sempre que, entre os tipos aparentemente incidentes, dera-se uma relação de especialidade, isto é, de gênero e espécie”. 3
Aplica-se, sempre que existir entre os tipos penais em conflito uma relação de especialidade.
1 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 90.
2 GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004., p 200.
3 ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 6.
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EXEMPLO: a norma geral dia: matar alguém. A norma especial diz: matar o próprio filho.
Texto da Questão #1: em razão do princípio da especialidade, é incorreto afirmar:
a) denomina-se especializantes, as que trazem um minus ou plus de severidade;
b) especial é a norma que possui todos os elementos da geral e mais alguns;
c) pelo princípio da especialidade a lei especial derroga a lei geral;
d) não há relação de gênero e espécie entre as figuras típicas para aplicação do princípio da especialidade.
Gabarito da Questão #1: incorreta letra D.
Texto da Questão #2: sobre o conceito da norma especial, é correto afirmar:
a) o princípio da especialidade é a interpretação especifica que determina a norma;
b) a norma especial, possui elementos que a tornam especial;
c) não deixa bem claro os elementos que a tornam especial;
d) somente pode ser aplicada pelo poder legislativo. Gabarito da Questão #2: Correta letra B.
2 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE (“LEX PRIMARIA DEROGAT LEGI SUBSIDIARIAE”)
Afasta a norma principal, aplicando a norma subsidiaria, sempre que poder estabelecer graus de lesividade a bens jurídicos distintos.
“O princípio da subsidiariedade, por sua vez, pressupõe que entre as disposições penais conflitantes exista uma relação de subsidiariedade, vale dizer, de continente e conteúdo”.4
“A subsidiariedade (que sempre nos conduz à ideia de que um crime menor está vinculado com um crime maior) pode ser expressa ou tácita: é expressa (ou explícita) quando o legislador explicita que determinado tipo legal só tem aplicação se o fato não constitui crime mais grave”. 5
“subsidiária é aquela que descreve um grau menor de violação de um mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos amplo e menos grave, o qual, embora definido como delito autônomo, encontra- se também compreendido em outro tipo como fase normal de execução de crime mais grave. Define, portanto, como delito independente conduta que funciona como parte de um crime maior”. 6
4 ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 6.
5GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004., p 201.
6 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 90
Afasta a norma principal, julga o réu pelo crime maior, liberando o mesmo dos crimes menores.
EXEMPLO: crime de vias de fato, que a pessoa é agredida, porém não deixa marcas, identifica- se lesão corporal levíssima através da contravenção penal pelo princípio da subsidiariedade.
Texto da Questão #1: Entende-se sobre este princípio que é incorreto:
a) é a que descreve um grau menor de violação de um mesmo bem jurídico;
b) pressupõe que entre as disposições penais conflitantes exista uma relação de subsidiariedade;
c) é compreendida em outro tipo como fase normal de execução de crime mais grave;
d) não importa a gravidade do crime, o réu sempre terá vantagem com o princípio da subsidiariedade.
Gabarito da Questão #1: Incorreta letra D, pois a norma principal julga o réu pelo crime maior.
Texto da Questão #2: O que é norma da subsidiariedade:
a) a norma primaria é menor que a subsidiaria;
b) é um conflito aparente das normas sem resolução:
c) é aquela que descreve um grau menor de lesão ao mesmo bem jurídico protegido pela norma primaria
d) prescinde-se do caso concreto para saber qual norma será aplicada. Gabarito da Questão #2: Correta letra C.
2.1 Expressa
A respeito da norma subsidiaria, onde descreve um grau de lesão menor ao mesmo bem jurídico, classifica-se a norma expressa:
“Ocorre sempre que a norma se autoproclama subsidiária, indicando expressamente que só terá aplicação “se o fato não constituir crime mais grave”.7
“a própria norma reconhece expressamente seu caráter subsidiário, admitindo incidir somente se não ficar caracterizado fato de maior gravidade. Exemplos: o tipo penal previsto no art. 132 do Código Penal estabelece sua incidência “se o fato não constitui crime mais grave”; o art. 129, § 3º, do Estatuto Repressivo, ao definir a lesão corporal seguida de morte, afirma incidir se “...as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo”; e o art. 21 da Lei das Contravenções Penais, que prevê as vias de fato, reconhece: “...se o fato não constitui crime”. 8
7 ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 8.
8 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 94.
“Ocorre a subsidiariedade expressa(ou explicita) quando a norma, em seu próprio texto, subordina a sua aplicação de outra, de maior gravidade punitiva”. 9
Um caso de agressão onde não é considerado lesão corporal leve, aplica-se o princípio da subsidiariedade expressa.
EXEMPLO. Uma pessoa é agredida no rosto, mas sem deixar marcas constatado no exame de lesão corporal leve, então este caso pode se enquadrar na vias de fato da norma expressa.
Texto da Questão #1: Na hipótese de subsidiaria expressa, é correto afirmar que:
a) a norma mais grave funciona como elemento do crime;
b) indica expressamente que só terá aplicação se o fato não constituir crime mais grave.
c) o tipo penal especial determina a aplicação da norma;
d) não se faz comparação entre as leis. Gabarito da Questão #1: Correta letra B.
Texto da Questão #2: Sobre o princípio da subsidiariedade, onde o fato não constitui crime mais grave, diz respeito da:
a) tácita;
b) não se aplica o direito penal neste caso; c)expressa;
d) princípio da ampla defesa.
Gabarito da Questão #2: Correta letra C.
2.2 Tácita
Entre o princípio da subsidiariedade, há a norma tácita, quando ocorre um delito menos amplo.
“verifica-se quando um tipo penal é previsto como elementar ou circunstância legal de outro crime.”.10
“a norma nada diz, mas, diante do caso concreto, verifica-se sua subsidiariedade. Exemplo: mediante emprego de violência, a vítima é constrangida a entregar a sua carteira ao autor. Incidem aparentemente o tipo definidor do roubo (norma primária) e o do constrangimento ilegal (norma subsidiária). Da mera comparação entre os tipos, sem que a lei nada diga, resulta, porém, a
9 JESUS, Damásio de. Direito Penal Parte Geral. 32°.ed. Vol. 1 Saraiva, p. 153.
10 ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo:Saraiva, 2020, p. 9.
prevalência do art. 157 sobre o art. 146. Assim, também, no caso da ameaça em relação ao constrangimento ilegal.”. 11
“Quando uma figura típica funciona como elementar ou circunstância legal específica de outra, de maior gravidade punitiva, de forma que esta exclui a simultânea punição da primeira: ubi major minor cessat. Nesse caso, os elementares de um tipo penal estão contidos em outro, como essentialia ou circunstâncias qualificadoras. Diz-se implícita porque a norma subsidiária não determina, expressamente, a sua aplicação à não ocorrência da infração principal”. 12
No próprio caso concreto poderá ser definido se há subsidiariedade tácita analisando o caso concreto.
EXEMPLO: Uma pessoa por ameaça, é constrangida a entregar um item pessoal, não se caracteriza roubo, por aplica-se o princípio da subsidiariedade tácita, para qualificar como roubo.
Texto da Questão #1 Em relação ao princípio da subsidiariedade tácita, é correto afirmar que:
a) depende, se o caso for contra o bem jurídico;
b) só será aplicado de o delito for considerado grave;
c) verifica-se quando um tipo penal é previsto como elementar de outro crime;
d) só será aplicado se o infrator confessar o delito, ainda que seja considerado leve. Gabarito da Questão #1: Correta letra C.
Texto da Questão #2: Quando um delito menos amplo, e a norma subsidiaria determina sua aplicação à não ocorrência da infração principal, estamos se referindo a:
a) norma subsidiaria tácita;
b) agravante ao delito considerado leve;
c) diante do caso concreto, se não há lesão, não há crime;
d) não será aplicado o direito penal; Gabarito da Questão #2: Correta letra A.
3 PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO (“LEX CONSUMENS DEROGAT LEGI CONSUMPTAE”)
O princípio da consunção analisará e irá comparar os fatos mais graves absorvendo o fato mais
leve.
11 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 94.
12 DE JESUS, Damásio de. Direito penal: parte geral. 32.ed. Vol. 1 São Paulo: Saraiva, p. 154.
“O princípio da consunção ou absorção dá-se sempre que se apresentar, entre os atos praticados pelo agente, a relação consuntiva, isto é, de meio e fim. Tal relação se verificará quando um crime for praticado como meio necessário ou normal na fase de preparação ou de execução de outro.”.13
“à norma penal que retrata de modo total (de forma mais ampla, de forma mais completa) o desvalor do injusto considerado em sua globalidade prepondera sobre a que o contempla só parcialmente.”. 14
“é o princípio segundo o qual um fato mais amplo e mais grave consome, isto é, absorve, outros fatos menos amplos e graves, que funcionam como fase normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento. Costuma-se dizer: “o peixão (fato mais abrangente) engole os peixinhos (fatos que integram aquele como sua parte)”. 15
EXEMPLO: Uma pessoa efetua direção perigosa com veículo automotor e acaba atropelando uma vítima que vem á óbito, o fato será aplicado a norma penal mais grave que é o homicídio culposo, abolindo o delito de direção perigosa.
Texto da Questão #1: Quando há um fato mais amplo e mais grave, absorvendo o fato menos amplo e menos grave, se refere a:
a) princípio da ampla defesa;
b) princípio da subsidiariedade;
c) princípio da consunção;
d) não se aplica o código penal neste caso. Gabarito da Questão #1 Correta letra C.
Texto da Questão #2: Escolha uma das alternativas corretas que se refere ao princípio da consunção:
a) resulta no delito mais gravoso, sem analisar o caso;
b) absorve fatos menos amplos e menos grave;
c) o sujeito é absorvido de todos os delitos;
d) é o resultado de exames que relatam o tipo de lesão. Gabarito da Questão #2: Correta letra A.
13 ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 9
14 GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004., p 203.
15 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 95.
3.1 Crime Progressivo
A análise da sequência dos crimes, onde o agente tem a intenção de praticar o crime mais grave, caracteriza o crime progressivo.
“dá-se o crime progressivo quando o agente para alcançar um resultado mais gravoso passa necessariamente por um de menor entidade. Exemplos: homicídio (para se cometer o homicídio passa-se necessariamente pela lesão corporal); homicídio qualificado pela tortura (para se chegar ao homicídio qualificado pela tortura é preciso passar pelo delito de tortura) etc. De se observar que no crime progressivo o agente só responde por um crime: o maior”.16
“o sujeito, para alcançar um resultado, passa por uma conduta inicial que produz um evento menos grave que aquele. O autor desenvolve fases sucessivas, cada uma constituindo um tipo de infração. Num crime, o comportamento descrito pelo núcleo do tipo é o resultado de condutas que se realizam através da passagem de uma figura criminal menos grave para outra de maior gravidade.”.17
“nessa hipótese, o agente deseja inicialmente produzir um resultado e, após atingi-lo, decide prosseguir e reiniciar sua agressão produzindo uma lesão mais grave. Distingue-se do crime progressivo, porque, enquanto neste há unidade de desígnios (desde logo o agente já quer o resultado mais grave), na progressão criminosa ocorre pluralidade de elemento subjetivo, ou seja, pluralidade de vontades (inicialmente quer um resultado e, após atingi-lo, muda de ideia e resolve provocar outro de maior gravidade)”. 18
Na análise dos fatos em que há um crime grave, entende-se que este deve ser respondido, pela consequência do resultado que os outros crimes causaram.
Uma pessoa deseja matar alguém, e faz a prática de lesão corporal e ameaça, e termina executando seu objetivo, será aplicado o crime mais grave de homicídio, e não responderá pelos crimes anteriores.
Texto da Questão #1: Caracteriza crime progressivo:
a) considerando o crime de menor delito;
b) quando as vias de fato não chegam há um resultado concreto;
c) quando o agente para alcançar um objetivo de um crime mais gravoso, passa por um crime de menor entidade;
d) em situações em que o agente não deixa provas do crime. Gabarito da Questão #1: Correta letra C.
Texto da Questão #2: Em um caso onde o agente tem o objetivo de executar um crime mais grave, cometendo outros crimes leves anteriores, será aplicado a norma:
16 GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004., p 203.
17 DE JESUS, Damásio de. Direito penal: parte geral. 32.ed. Vol. 1 São Paulo: Saraiva, p. 156
18 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 97.
a) princípio da igualdade;
b) analisando os fatos, não será absorvido nenhum delito;
c) não se aplica a lei penal neste caso;
d) crimes progressivos.
Gabarito da Questão #2: Correta letra D.
3.2 Crime Complexo
Quando há uma sequência de crimes pelo mesmo agente, a norma classifica como crime complexo:
“é o que resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstâncias no tipo complexo”.19
“Segundo a dicção legal, crime complexo ou composto, é aquele cujas elementares ou circunstâncias que o integram são fatos que, por si mesmo, constituam crimes (cf. art.101, CP), vulnerando pois, mais de um bem jurídico ”. 20
“É o crime complexo quando há fusão de dois ou mais crimes (fusão de duas ou mais figuras típicas)”. 21
É a soma de dois crimes autônomos, que leva ao tipo complexo.
Crime de latrocínio, é a soma do crime de roubo mais o crime de homicídio.
Texto da Questão #1: São características de crimes complexos:
a) latrocínio;
b) homicídio;
c) porte ilegal de arma de fogo, ameaça e roubo;
d) sequestro;
Gabarito da Questão #1: Correta letra C.
Texto da Questão #2: Em relação a crimes complexos, é correto afirmar:
a) há uma análise da lei mais benéfica para o agente;
b) caracteriza a soma de dois crimes autônomos;
c) aplica-se o princípio da subsidiariedade;
19 CAPEZ, Fernando. Direito penal: partegeral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 96.
20 GUEIROS, Artur; JAPIASSÚ, Carlos Eduardo. Direito penal. Atlas, p.3.
21 GOMES, Luís Flavio. Direito Penal Parte Geral. 2°ed. Vol. 1 São Paulo: Revista dos Tribunais,2004, p. 204.
d) não se caracteriza crime se não á confissão do agente. Gabarito da Questão #2: Correta letra B.
3.3 Progressão Criminosa
O princípio da consunção tem relevância na progressão criminosa:
“ocorre quando o agente, objetivando, desde o início, produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico. Há uma única conduta comandada por uma só vontade, mas compreendida por diversos atos (crime plurissubsistente). O último ato, causador do resultado inicialmente pretendido, absorve todos os anteriores, que acarretaram violações em menor grau”.22
“A progressão criminosa necessariamente desdobra-se em dois atos. Primeiro o agente quer praticar o crime menor, e o pratica; depois resolve efetuar a consumar a afetação jurídica mais gravosa ”. 23
“Dá-se progressão criminosa quando o agente inicia o iter criminis com o objetivo de provocar determinada lesão ao bem jurídico”. 24
Conclui-se que quando o agente tem a intensão de causar um grau maior ao bem jurídico.
O agente agride a vítima causando lesões em seu corpo, e depois mata a vítima. Responde o agente só pelo crime mais grave.
Texto da Questão #1: Caracteriza-se como progressão criminosa:
a) o fato que antecede o crime não tem relação com o delito;
b) quando o agente tem o objetivo desde o início produzir o resultado mais grave;
c) analisa-se se o agente tem consciência do fato;
d) não se aplica o código penal. Gabarito da Questão #1: Correta letra B.
Texto da Questão #2: Quando o agente tem a intenção de causar um ato mais grave á vítima, caracteriza-se:
a) princípio da subsidiariedade;
22 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 96.
23 GOMES, Luís Flavio. Direito Penal Parte Geral. 2°ed. Vol. 1 São Paulo: Revista dos Tribunais,2004, p. 203, 204,.
24 ESTEFAN, André. GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito penal Parte Geral Esquematizado.9°ed: Saraiva,2020,
p.9.
b) presunção de inocência;
c) progressão criminosa;
d) analise da via de fatos.
Gabarito da Questão #2: Correta letra B.
3.3.1 Progressão Criminoso em Sentido Estrito
Progressão criminoso é a evolução da vontade do agente, no sentido estrito segue algumas citações.
“Nessa hipótese, o agente deseja inicialmente produzir um resultado e, após atingi-lo, decide prosseguir e reiniciar sua agressão produzindo uma lesão mais grave. Distingue-se do crime progressivo, porque, enquanto neste há unidade de desígnios (desde logo o agente já quer o resultado mais grave), na progressão criminosa ocorre pluralidade de elemento subjetivo, ou seja, pluralidade de vontades (inicialmente quer um resultado e, após atingi-lo, muda de ideia e resolve provocar outro de maior gravidade).”.25
“No sentido estrito, o sujeito modifica seu intento durante a execução do fato, isto é, inicia-se com um objetivo determinado, alterando-o durante seu cometimento”. 26
“Na progressão, a intenção inicial era a lesão, que evoluiu para o homicídio ”. 27
Progressão criminosa em sentido estrito, é a mudança de comportamento durante a execução de um fato.
Um sujeito tem a intenção de invadir e violar um domicilio alheio, durante o momento da invasão, ele decide furtar um objeto de valor.
Texto da Questão #1: O que caracteriza a evolução da vontade do agente é:
a) somente progressão criminoso;
b) progressão criminoso ante factum impunível;
c) progressão criminoso no sentido estrito;
d) progressão criminosa fatum impunível. Gabarito da Questão #1: Correta letra C.
Texto da Questão #2: Quando um agente muda de ideia durante a execução de um fato, onde era para ser um roubo e acaba virando homicídio, caracteriza-se:
p. 10.
25CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 97.
26 ESTEFAN, André. GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito penal Parte Geral Esquematizado.9°ed: Saraiva,2020,
27 NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal Parte Geral. Vol. 1 Rio de Janeiro: Forense, 2017, p.408.
a) progressão criminoso no sentido estrito;
b) é a proximidade do agente com a vítima;
c) significa que o delito não saiu como planejado;
d) não se aplica o código penal neste caso. Gabarito da Questão #2: Correta letra A.
3.3.2 Ante Factum impunível
Na progressão criminoso, classifica-se ante factum impunível:
“sempre que um fato anterior menos grave for praticado como meio necessário para a realização de outro mais grave, ficará por este absorvido. Note que o fato anterior que integra a fase de preparação ou de execução somente será absorvido se for de menor gravidade (somente o “peixinho” é engolido pelo “peixão”, e não o contrário)”.28
“ Também é resolvido pelo princípio da consumação. O fato precedente que se coloca necessariamente na linha de desdobramento da afetação (principal) do bem jurídico fica (por ele) absorvido ”. 29
“Ocorre quando o agente realiza uma conduta criminosa, visando praticar outra, em que a primeira esgotará toda sua potencialidade lesiva”. 30
O fato anterior é uma preparação para o fato mais grave que ira proceder.
Quando um agente falsifica uma folha de cheque, apresenta um documento falso, e realiza uma compra.
Texto da Questão #1: É característica do Ante Factum impunível:
a) quando o agente não se caracteriza como criminoso;
b) também pode ser resolvido pelo princípio da consumação;
c) onde se coloca as provas destruídas;
d) de qualquer maneira, o agente será punido. Gabarito da Questão #1: Correta letra B.
Texto da Questão #2: Quando o agente comete um ato leve, que procede e liga para um fato mais grave, caracteriza-se como:
a) sentido estrito;
28 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 97.
29 GOMES, Luís Flavio. Direito Penal Parte Geral. 2°ed. Vol. 1 São Paulo: Revista dos Tribunais,2004, p. 205.
30 ESTEFAN, André. GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito penal Parte Geral Esquematizado.9°ed: Saraiva,2020
p.4.
b) crime complexo;
c) ante factum impunível;
d) não há recurso para este caso. Gabarito da Questão #2: Correta letra C.
3.3.3 Post Factum impunível
Na progressão criminoso, caracteriza-se também post factum impunível, segundo as citações:
“ocorre quando, após realizada a conduta, o agente pratica novo ataque contra o mesmo bem jurídico, visando apenas tirar proveito da prática anterior. O fato posterior é tomado como mero exaurimento. Exemplo: após o furto, o agente vende ou destrói a coisa.”.31
“Ocorre quando o agente incrementa uma lesão precedente ao mesmo bem jurídico(já lesado ou posto em perigo)”. 32
“Após a consumação realiza-se nova conduta contra o mesmo bem jurídico, incapaz, porém, de agravar a lesividade do comportamento anterior”. 33
Conclui-se que toda parte maléfica contra o bem jurídico já ocorreu e não sofre acréscimo com a nova ação.
Um agente comete o crime de furto, e depois ele vende o objeto furtado.
Texto da Questão #1: Quando um agente incrementa uma lesão, precedente ao mesmo bem jurídico, caracteriza-se de:
a) progressão criminosa;
b) factum punível;
c) post factum impunível;
d) sentido estrito.
Gabarito da Questão #1: Correta letra C.
Texto da Questão #2: Os dois crimes protegem o mesmo bem jurídico é característica de:
a) progressão criminosa;
b) progressão criminosa sem estrito;
c) post factum impunível;
31 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 98.
32 GOMES, Luís Flavio. Direito Penal Parte Geral. 2°ed. Vol. 1 São Paulo: Revista dos Tribunais,2004, p. 205.
33 ESTEFAN, André. GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito penal Parte Geral Esquematizado.9°ed: Saraiva,2020,
p.33.
d) ant factum punível.
Gabarito da Questão #2: Correta letra C.
4 Princípio da Alternatividade
Dentre a incidência de fatores para a análise de fatos, esclarece o princípio da alternatividade.
“ocorrequando a norma descreve várias formas de realização da figura típica, em que a realização de uma ou de todas configura um único crime. São os chamados tipos mistos alternativos, os quais descrevem crimes de ação múltipla ou de conteúdo variado. Exemplo: o art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006 (Lei de Drogas), que descreve dezoito formas de prática do tráfico ilícito de drogas, mas tanto a realização de uma quanto a de várias modalidades configurará sempre um único crime”.34
“O princípio da alternatividade tem validade e aplicação prática nos chamados crimes de conteúdo múltiplo ou variado, que são os que contam com vários verbos como núcleos do tipo (cf. art. 12 da Lei de Tóxicos - Lei 6.368/76, art. 10 da Lei das Armas de Fogo - Lei 9.437/97 etc.). Seu significado prático: quando o sujeito, no mesmo contexto fático, realiza condutas correspondentes a vários verbos, comete um só crime, não vários. É que os verbos nucleares do delito, quando estamos diante de um único contexto fático, devem ser entendidos como alternativos (o tipo, portanto, é alternativo).”. 35
“Sem embargo dessas objeções, justifica-se o princípio da alternatividade. Até mesmo serve como prova de exação dos resultados, a que se chega no emprego dos demais princípios reitores da aparente concorrência de normas penais”. 36
Conclui-se que diante do conflito aparente de normas, o princípio da alternatividade será aplicado para resolver o conflito.
Art. 122 do código penal, auxiliar, instigar e induzir alguém ao suicídio.
Texto da Questão #1: É característica do princípio da alternatividade:
a) fato que ocorre antes do crime;
b) na hipótese de crimes de ação múltipla;
c) aplica-se no fato em que o tempo do crime é anterior a consequência;
d) este princípio não corresponde a norma penal. Gabarito da Questão #1: Correta letra B.
Texto da Questão #2: Não caracteriza o conflito aparente da norma o princípio:
34 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 99.
35 GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p 207.
36 NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal. Vol. 1 Rio de Janeiro: Forense, 2017, p343.
a) especialidade;
b) consunção;
c) da ampla defesa;
d) alternatividade.
Gabarito da Questão #2: Correta letra D.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA
1CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 90.
2 GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004., p 200.
3 ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 6.
4ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 6.
5GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004., p 201.
6 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 90
7 ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 8. 8CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 94. 9JESUS, Damásio de. Direito Penal Parte Geral. 32°.ed. Vol. 1 Saraiva, p. 153.
10ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 9.
11 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 94. 12 DE JESUS, Damásio de. Direito penal: parte geral. 32.ed. Vol. 1 São Paulo: Saraiva, p. 154. 13 ESTEFAM, André. Direito Penal: parte geral. 9.ed. São Paulo: Saraiva, 2020, p. 9
14 GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004., p 203.
15 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 95.
16 GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004., p 203. 17DE JESUS, Damásio de. Direito penal: parte geral. 32.ed. Vol. 1 São Paulo: Saraiva, p. 156 18CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 97.
19CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 96.
20 GUEIROS, Artur; JAPIASSÚ, Carlos Eduardo. Direito penal. Atlas, p.3.
21 GOMES, Luís Flavio. Direito Penal Parte Geral. 2°ed. Vol. 1 São Paulo: Revista dos Tribunais,2004, p. 204.
22CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 96.
23GOMES, Luís Flavio. Direito Penal Parte Geral. 2°ed. Vol. 1 São Paulo: Revista dos Tribunais,2004, p. 203, 204,.
24ESTEFAN, André. GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito penal Parte Geral Esquematizado.9°ed: Saraiva,2020, p.9.
25CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 97.
26ESTEFAN, André. GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito penal Parte Geral Esquematizado.9°ed: Saraiva,2020, p. 10.
27 NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal Parte Geral. Vol. 1 Rio de Janeiro: Forense, 2017, p.408
28 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 97.
29 GOMES, Luís Flavio. Direito Penal Parte Geral. 2°ed. Vol. 1 São Paulo: Revista dos Tribunais,2004, p. 205.
30ESTEFAN, André. GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito penal Parte Geral Esquematizado.9°ed: Saraiva,2020 p.4.
31 CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 98.
32GOMES, Luís Flavio. Direito Penal Parte Geral. 2°ed. Vol. 1 São Paulo: Revista dos Tribunais,2004, p. 205.
33 ESTEFAN, André. GONÇALVES, Vitor Eduardo Rios. Direito penal Parte Geral Esquematizado.9°ed: Saraiva,2020, p.33.
34CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. 15.ed. Vol. I São Paulo: Saraiva, 2010, p. 99.
35 GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal: parte geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p 207.
36 NUCCI, Guilherme. Curso de Direito Penal. Vol. 1 Rio de Janeiro: Forense, 2017, p343.

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