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PROBLEMAS DE MECÂNICA QUÂNTICA II Filipe Joaquim IST 2017 MECÂNICA QUÂNTICA II Ano lectivo 2017/2018 – Docente : Filipe R. Joaquim Série 0 : Revisões Problema 0.1 – Um sistema quântico tem dois estados próprios |1〉 e 2 de energia 𝐸',) . Além da energia, o sistema é caracterizado por um observável 𝑃, cujo operador 𝑃 actua nos estados próprios de energia do seguinte modo: 𝑃 1 = 2 ; 𝑃 2 = 1 . Assumindo que o sistema está inicialmente no estado próprio + de 𝑃 correspondente a 𝑃 = 1, (a) qual o estado do sistema para qualquer t>0? (b) Qual a probabilidade de encontrar o sistema num estado com 𝑃 = 1 ao fim de um intervalo de tempo Δ𝑡? Respostas: (a) 𝜓 𝑡 = ' ) 𝑒34567/ℏ 1 + 𝑒345:7/ℏ 2 (b) 𝑃(|+〉, 𝑡) =cos2(𝜔𝑡) , 𝜔 = 𝐸) − 𝐸' 2ℏ . Problema 0.2 – Considere uma partícula escalar cuja função de onda é dada por: 𝜓 = 𝐶 2𝑧 + 𝑦 + 𝑥 𝑒3CD , onde 𝑟 = 𝑥) + 𝑦) + 𝑧) e 𝐶, 𝛼 são constantes reais. (a) Qual o momento angular total da partícula. (b) Qual o valor esperado da componente z do momento angular total. (c) Se LZ fosse medido, qual a probabilidade de o resultado dar ℏ. Respostas: (a) 𝐿) = 2 ℏ) (b) 𝐿H = 0 (c) P 𝐿H = ℏ = 1/6 . Problema 0.3– Determine os coeficientes de Clebsch-‐Gordan correspondentes à adição de dois momentos angulares com 𝑗'=1 e 𝑗)=1 e confirme o resultado com os da tabela de Clebsch-‐Gordan. Problema 0.4– As partículas elementares (e também as compostas) são por vezes classificadas por um número quântico denominado isospin 𝐼, cujas propriedades são as mesmas do spin. Considere as reacções: 𝐾3𝑝 → 𝛴3𝜋R , 𝛴R𝜋3 , 𝛴S𝜋S que ocorrem através de ressonâncias com isospin total bem definido. Tendo em conta que o isospin se conserva e que as partículas acima descritas estão distribuídas pelos estados próprios de isospin da seguinte forma: 𝑝 𝑛 , 𝜋R 𝜋S 𝜋3 , 𝛴R 𝛴S 𝛴3 , 𝐾 S 𝐾3 , determine as probabilidades relativas associada a estes processos quando ocorrem através de uma ressonância com 𝐼 = 1. Respostas: P(𝐾3𝑝 → 𝛴3𝜋R, 𝐼 = 1 )=1/2, P(𝐾3𝑝 → 𝛴R𝜋3, 𝐼 = 1 )=1/2, P(𝐾3𝑝 → 𝛴S𝜋S , 𝐼 = 1)=0. Problema 0.5 – Um electrão | ↑ 〉 encontra-‐se no estado 𝜓V'S do átomo de hidrogénio. Se fizermos uma medida de J2 do electrão, quais os valores que poderemos obter e com que probabilidades. Resposta: Pode-‐se obter J2=j(j+1) ℏ) com j=3/2 e j=1/2 com probabilidades P(j=3/2)=2/3, P(j=1/2)=1/3. Problema 0.6 – Um sistema de duas partículas de spin 𝑠' = 3/2 e 𝑠) = 1/2 é descrito pelo Hamiltoniano H = A S1 . S2 , com A constante. Em t=0, o sistema encontra-‐se no estado 𝑠',𝑚Z'〉 |𝑠),𝑚Z) = [ ) , ' ) | ' ) , ' ) 〉. (a) Qual o estado do sistema para t>0? (b) Qual a probabilidade de encontrar o sistema no estado [ ) , [ ) | ' ) , − ' ) 〉 para t>0. Respostas: (a) 𝜓 𝑡 = [ ) 𝑒3[4\7/(]ℏ) 2,1 − ' ) 𝑒3V4\7/(]ℏ) 1,1 , na base dos estados próprios do spin total 𝑆,𝑚_ . (a) P [ ) , [ ) ' ) , − ' ) , 𝑡 = [ ] sin2(𝐴ℏ𝑡) . Problema 0.7 -‐ Suponha que o potencial de Coulomb varia com 𝑟 segundo 1/𝑟'Rb com 𝜖 ≪ 1. Determine o efeito do desvio à interacção de Coulomb nos níveis de energia 2𝑝 e 2𝑠 do átomo de H e obtenha um limite para 𝜖 comparando a diferença de energia induzida entre aqueles dois estados e sabendo que experimentalmente este desvio obedece a: Δ𝐸/ℎ ≤ 10]kHz. Resposta: |𝐸)Z − 𝐸)g| = 𝐸'S𝜖/6 , 𝜖 ≤ 1.8×103j. Problema 0.8 – Um rotor rígido quântico de momento de inércia 𝐼 e momento dipolar eléctrico 𝜇 está constrangido a rodar no plano xy em torno a um eixo perpendicular ao plano de rotação e que passa pelo centro de massa. O Hamiltoniano do sistema é: 𝐻S = − ℏ) 2𝐼 𝜕) 𝜕𝜃) , onde 𝜃 é o ângulo que o rotor faz com o eixo dos xx num determinado instante de tempo. (a) Determine as funções de onda próprias do sistema e correspondentes níveis de energia. Coloca-‐se agora o rotor num campo eléctrico uniforme 𝐸 = 𝐸S𝑢p . Tratando a interacção do dipolo eléctrico com 𝐸 como sendo uma perturbação, (b) encontre as correcções não nulas aos níveis de energia do rotor em ordem mais baixa de teoria de perturbações. Respostas: (a) 𝜓q 𝜃 = ' )r 𝑒4qs , 𝑚 = 0,±1,±2,… , 𝐸q (S) = ℏ :q: )v . (b) 𝐸q ()) = 𝐸q (S) + w :5x:v ℏ: ' ]q:3' Problema 0.9 – Considere um átomo tipo Hidrogénio resultante de um átomo de Alumínio (Z=13,A=27) ao qual se retiraram todos os electrões excepto um. Pretende-‐ se neste problema determinar qual o efeito do tamanho finito do núcleo nos níveis de energia do átomo. Para isso, considere que a carga do núcleo está uniformemente distribuída numa esfera de raio 𝑅 = 1.2×103'[𝐴'/[. Resposta: 𝛥𝐸(') = { |}: )rbx~x� � : V ≃ 1.4 ×103[ eV. Problema 0.10 – Dois protões localizados no eixo dos zz a uma distância 𝑑 um do outro são sujeitos a um campo magnético constante 𝐵 = 𝐵S𝑢H. (a) Considerando apenas a interação do momento magnético de cada protão 𝜇4 = 2𝜇S𝑆4/ℏ (onde 𝜇S é o magnetão de Bohr e 𝑆4 o spin de cada protão) com o campo magnético 𝐻S = − 𝜇' + 𝜇) . 𝐵, determine os estados próprios e energias correspondentes do sistema. (b) Tratando a interacção entre os dipolos magnéticos dos protões: 𝐻g = 1 𝑟[ 𝜇'. 𝜇) − 3 (𝜇'. 𝑟)(𝜇). 𝑟)𝑟) como perturbação, determine as energias próprias em primeira ordem de teoria de perturbações. Respostas: (a) Os estados próprios são os estados próprios do spin total do sistema, nomeadamente 𝑆,𝑚_ = 1,1 , 1,0 , 1, −1 , 0,0 . As energias são: 𝐸 ',' (S) = −𝐸 ',3' (S) = −2 𝜇S𝐵S , 𝐸 ',S (S) = 𝐸 S,S (S) = 0 . (b) 𝐸 ',' (') = −2 𝜇S𝐵S − )wx: �� , 𝐸 ',3' ' = 2 𝜇S𝐵S − )wx: �� , 𝐸 ',S ' = ]wx : �� , 𝐸 S,S (') = 0 . MECÂNICA QUÂNTICA II Ano lectivo 2017/2018 – Docente : Filipe R. Joaquim 1a Série de problemas : Métodos Variacional e WKB Problema 1.1 – Considere uma partícula sob acção de um potencial unidimensional 𝑉 𝑥 = 𝜆𝑥%. Use o método variacional para encontrar um valor aproximado para a energia do estado fundamental. Compare o resultado com o valor exacto 𝐸' = 1.06ℏ-𝐴//1/(2𝑚), onde 𝐴 = 2𝑚𝜆/ℏ-. Escolha como função teste 𝜓 𝑥 = 2𝛼 𝜋 / % 𝑒;<=>. Resposta: 𝐸' ≃ 1.082 ℏ>A B C -D . O desvio em relação ao resultado exato é de aproximadamente 2%. Problema 1.2 – Se o fotão tivesse massa (𝑚E ≠ 0), a interacção de Coulomb seria substítuida por 𝑉 𝑟 = − 𝑒- 4𝜋𝜀' 𝑒;KL 𝑟 onde 𝜇 = 𝑚E𝑐/ℏ. Usando uma função de onda à sua escolha, estime a energia de ligação de um átomo de Hidrogénio descrito pelo potencial dado em cima (Potencial de Yukawa). Considere o limite 𝜇𝑎 ≪ 1 e dê a sua resposta em ordem 𝜇𝑎 -. Resposta: 𝐸' ≃ 𝐸/ 1 − 2𝜇𝑎 + 1 - 𝜇𝑎 - , onde 𝐸/ = −13.6 eV. Problema 1.3 – Considere um sistema quântico cujos estados próprios do Hamiltoniano 𝐻 são |𝜓U〉 (i=1,2,3,...,n), aos quais correspondem as energias (𝐸' < 𝐸/ < 𝐸- < ⋯ < 𝐸Y). Seja |𝜓〉 um ket normalizado qualquer. Mostre que se 𝜓 𝜓' = 0, então 𝐸/ ≤ 𝜓 𝐻|𝜓 , onde 𝐸/é a energia do primeiro estado excitado. Consegue idealizar uma situação em que este resultado possa ser útil? Resposta: O resultado pode ser usado para estimar a energia do primeiro estado excitado de um sistema. Problema 1.4 – Considere uma partícula de massa 𝑚 e energia 𝐸 sujeita a um potencial unidimensional: 𝑉 𝑥 = ∞ , 𝑥 < 𝑎 𝐴(𝑥 − 𝑎), 𝑥 ≥ 𝑎 com 𝐴 > 0. (a) Esboce o potencial e identifique os pontos de retorno clássico. (b) Determine os níveis de energia da partícula usando a aproximação WKB. Resposta: (a) Ponto de retorno: 𝑥' = 𝑎 + _ A . (b) 𝐸Y = / - 1A D 𝑛 + 1 % ℏ𝜋 -/1 . Problema 1.5 – Recorrendo à aproximação WKB, determine os níveis de energia dos estados 𝑠 de um electão que se encontra ligado a um núcleo de carga 𝑍𝑒 pelo potencial de Coulomb 𝑉 𝑟 = −𝑍𝑒-/(4𝜋𝜖'𝑟). Comente sobre a qualidade da aproximação realizada, comparando o resultado com o resultado exato. Resposta: (b) 𝐸Y = − d>D -ℏ> e> %fgh - / Y> , que coincide com o resultado exato para os níveis de energia de um átomo hidrogenóide. Problema 1.6 (2º Exame CMQ 2011/2013) – Considere o decaimento de um núcleo 𝑋dA (𝑍 ≫ 2) em outro núcleo 𝑌d;-A;% com emissão de uma partícula 𝛼 (um núcleo de Hélio constítuido por dois protões e dois neutrões). A este tipo de decaimento dá-‐se o nome de decaimento 𝛼, e é vulgarmente representado por: 𝑋dA → 𝑌d;-A;% + 𝛼 . Em 1928, G. Gamow e, independentemente, R. W. Gurney e E. U. Condon, propuseram um modelo teórico simples para o decaimento 𝛼, baseado no fenómeno de tunelamento. Pretende-‐ se neste problema que reproduza os resultados obtidos por Gamow, Gurney e Condon. Para isso, considere que antes do decaimento a partícula 𝛼 se encontra dentro do núcleo 𝑋 de raio 𝑅 sujeita a um potencial atractivo constante igual a −𝑉' para 𝑟 < 𝑅. Após o decaimento, a partícula 𝛼 é emitida com uma certa energia 𝐸, encontrado-‐se fora do núcleo (𝑟 > 𝑅) sujeita apenas ao potencial repulsivo de Coulomb: 𝑉 𝑟 = 2 𝑍 − 2 𝑒- 4𝜋𝜖'𝑟 (a) Esboce o potencial a que está sujeita a partícula 𝛼 e identifique os pontos de retorno clássicos para uma energia 𝐸 > 0. (b) De modo a escapar do núcleo, a partícula 𝛼 tem de penetrar a barreira de potencial na região 𝑅 < 𝑟 < 𝑅n. Tratando o problema a uma dimensão, mostre que o coeficiente de transmissão na aproximação WKB para essa barreira de potencial é: 𝑇 = exp 𝑅n sD_ ℏ> 𝑥- − 𝑥% − arccos 𝑥 , 𝑅𝑐 = 2 𝑍−2 𝑒2 4𝜋𝜖0𝐸 . onde 𝑚 é a massa da partícula 𝛼 e 𝑥- ≡ 𝑅/𝑅n. Respostas: (a) Pontos de retorno: 𝑟/ = 𝑅 𝑒 𝑟- = 𝑅n = - d;- e> %fgh_ . Problema 1.7 – Uma partícula de massa 𝑚 está sujeita ao potencial unidimensional: 𝑉 𝑥 = −𝛼𝑥 , 𝑥 ≤ 0𝛽𝑥 , 𝑥 > 0 (a) Se a partícula tiver energia E, quais os pontos de retorno clássicos? (b) Usando a aproximação WKB, estime a energia no estado próprio |𝑛〉. Respostas: (a) Pontos de retorno: 𝑥/ = −𝐸/𝛼 e 𝑥- = 𝐸/𝛽. (b) 𝐸Y = / - 1fℏ<{ D(<|{) 𝑛 + / - -/1 . Problema 1.8 (1º Teste 2012/2013) – O sistema upsilon (Υ) consiste nos estados ligados de um par quark 𝑏 e anti-‐quark 𝑏 (𝑏𝑏). Considere que, para ℓ𝓁 = 0 (estados S) o potencial que descreve o par 𝑏𝑏 é dado por: 𝑉 𝑟 = 𝜅 𝑟 + 𝑉' (𝜅 e 𝑉' são constantes positivas), onde 𝑟 é a distância entre 𝑏 e 𝑏. A cada nível de energia 𝐸Y deste potencial corresponde uma ressonância denominada por Υ(𝑛S) com uma massa igual a 𝐸Y. Tratando o problema como sendo unidimensional: (a) Esboce o potencial e descreva os pontos de retorno clássicos. (b) Use a relação de quantização de energia WKB adequada para determinar os níveis de energia 𝐸Y com 𝑛 = 1,2,3,4, … (c) Sabendo que as massas das ressonâncias Υ(1S)e Υ(2S) são 9.46 GeV e 10.023 GeV, respectivamente, use o resultado da alínea anterior para prever o valor da massa do estado Υ(3S) (o valor experimental é 10.355 GeV). Respostas: (b) 𝑟' = _;�h � . (c) 𝐸Y = 𝑉' + 𝑛 − / % -/1 1�fℏ - -K > C , 𝑛 = 1,2, … ; 𝑚Υ(3S) = 𝐸1 = 10.481 GeV. Problema 1.9 (2º Exame MQII 2011/2012) (a) Use as fórmulas de conexão WKB para mostrar que para um poço de potencial arbitrário unidimensional 𝑉(𝑥) com uma parede rígida em 𝑥 = 𝑥/ (ou seja, 𝑉 𝑥 < 𝑥/ = ∞ ) e um ponto de retorno clássico 𝑥- > 𝑥/ se tem: 𝑝 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑛 + 3 4 𝜋ℏ , 𝑛 = 0,1,2, … => =B . (b) Determine os níveis de energia quânticos de uma partícula de massa 𝑚 sob a acção do campo gravítico terrestre, i.e. 𝑉 𝑧 = 𝑚𝑔𝑧, onde 𝑧 é a altura a que a partícula está em relação à superfície terrestre (considere que a partícula não pode penetrar a superfície terrestre e trate o problema como sendo unidimensional). (c) Use o resultado da alínea anterior para determinar a energia do estado fundamental de um eletrão no campo gravitacional terrestre. Respostas: (b) 𝐸Y = DB/C - 3𝑔 𝑛 + 1 % 𝜋ℏ -/1 . (c) 𝐸' = D� B/C - � % 𝑔𝜋ℏ -/1 . Problema 1.10 -‐ Considere uma partícula de massa 𝑚 cuja dinâmica é descrita pelo Hamiltoniano: 𝐻 = 𝑝- 2𝑚 + 1 2 𝑚𝜔-𝑥- + 1 4 𝜆𝑥% . Usando como teste para o estado fundamental do sistema uma combinação linear dos estados próprios do oscilador harmónico |0〉 e |2〉 do tipo 𝜓 = cos 𝜃 |0〉 + sin 𝜃 |2〉, use o método variacional para determinar 𝜓 . Particularize para o caso 𝜆 ≪ 𝜔1𝑚-/ℏ. Notas: 𝑥 = ℏ -D� 𝑎 + 𝑎� , 𝑎 𝑛 = 𝑛 𝑛 − 1 , 𝑎| 𝑛 = 𝑛 + 1 𝑛 + 1 , 𝐸Y = 𝑛 + / - ℏ𝜔 . Respostas: tan 2𝜃 = − 1 - �|s ℏ�� �� ℏ > , para 𝜆 ≪ 𝜔1𝑚-/ℏ tem-‐se: 𝜓 ≃ 0 − 1 - /� �ℏ �CD> |2〉 Problema 1.11 -‐ Considere um eletrão no interior de um metal como estando confinado num poço de potencial com 𝑉 𝑥 = 0 para −𝐿 < 𝑥 < 0 e 𝑉 𝑥 = 𝐸� + W para 𝑥 ≥ 0 e 𝑥 ≤ −𝐿. 𝐸� > 0 é a energia de Fermi e W > 0 é a função trabalho do metal. Aplica-se um campo elétrico constante 𝐸 = −𝐸'𝑢= (𝐸' > 0) à superfície do metal, ou seja, para 𝑥 ≥ 0. Determine, usando a aproximação WKB, o coeficiente de transmissão correspondente à emissão por tunelamento de um eletrão que se encontra no nível de energia de Fermi no interior do metal (a este fenómeno dá-se o nome de emissão por campo ou tunelamento Fowler-Nordheim). Como varia a intensidade de corrente dos eletrões emitidos com 𝐸'? Justifique se o resultado matemático que obteve faz sentido fisicamente. Sugestão: Fazer esquemas de antes e depois de o campo ser aplicado pode ajudar... Resposta: 𝑇 ≃ exp − % 1ℏ 2𝑚� C/> e_h MECÂNICA QUÂNTICA II Ano lectivo 2017/2018 – Docente : Filipe R. Joaquim 2a Série de problemas : Simetrias em MQ Problema 2.1 – Mostre que o gerador das translações no tempo é dado por −𝐻/ℏ, onde 𝐻 é o Hamiltoniano. Problema 2.2 – Considere uma partícula de massa m que se move num poço de potencial infinito (-‐L < x < L). No instante t=0, o estado da partícula é descrito pela seguinte função de onda: 𝜓(𝑥) = * √, sin 01 3 4, 5. Qual a probabilidade de encontrar a partícula num estado de paridade +1 para qualquer instante de tempo t>0. Resposta: A probabilidade é zero já que o Hamiltoniano do sistema é invariante debaixo de 𝜋7. Logo, a paridade conserva-‐se pelo que nunca poderá ser positiva para t>0 se for negativa para t=0. Problema 2.3 – Considere os estados próprios do momento angular |ℓ𝓁𝑚〉. Mostre que Π= |ℓ𝓁𝑚〉 = (−1)ℓ𝓁 |ℓ𝓁𝑚〉, onde Π= é o operador paridade. Problema 2.4 (Regras de selecção de paridade) – Suponha que |𝛼〉 e |𝛽〉 são estados próprios de paridade 𝜀C e 𝜀D, respectivamente: Π=|𝛼〉 = 𝜀C |𝛼〉 , Π=|𝛽〉 = 𝜀D |𝛽〉 . Seja 𝐴F um operador Hermítico. Mostre que: (a) Se [𝐴F, Π=] = 0, então 〈𝛼 |𝐴F|𝛽〉 ≠ 0 se 𝜀C𝜀D = 1. (b) Se {𝐴F, Π=} = 0, então 〈𝛼 |𝐴F|𝛽〉 ≠ 0 se 𝜀C𝜀D = −1. Problema 2.5 – Por vezes a transformação de paridade podem estar relacionada com rotações no espaço. No entanto, isto não acontece como regra geral. Dê um exemplo de um potencial V(x,y,z) que seja invariante debaixo de transformações de paridade mas que não seja invariante debaixo de rotações. Resposta: Por exemplo 𝑉(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 𝑥4 + 𝑦4 + 𝑥𝑧. Problema 2.6 – Mostre que os elementos de matriz 〈ℓ𝓁S𝑚S|𝑧|ℓ𝓁𝑚〉 só não se anulam entre estados com 𝑚S = 𝑚 e ℓ𝓁S + ℓ𝓁 = 2𝑘 + 1, 𝑘 = 0,1,… Problema 2.7 – Considere os estados próprios do momento angular orbital |ℓ𝓁,𝑚 〉. Mostre que 𝑇X |ℓ𝓁,𝑚 〉 = 𝑖4Z |ℓ𝓁,−𝑚 〉 , onde 𝑇X é o operador reflexão temporal. Problema 2.8 – Considere um sistema quântico descrito por um Hamiltoniano 𝐻= invariante debaixo da transformação 𝑡 → −𝑡. Mostre que se |𝑛〉 for um estado próprio não degenerado de energia 𝐸_, então a função de onda correspondente é real (a menos de uma fase constante). Problema 2.9 – Considere um sistema cujo Hamiltoniano é invariante debaixo de um grupo de transformações contínuas 𝑈=. Mostre que se |𝑛〉 é um estado próprio de energia 𝐸_ e 𝑈=|𝑛〉 ≠ |𝑛〉 então o estado |𝑛〉 é degenerado com todos os estados 𝑈=|𝑛〉. Problema 2.10 – Determine a paridade do estado próprio |𝑛〉 de um oscilador harmónico a uma dimensão. Resposta: 𝜋7|𝑛〉 = (−1)_|𝑛〉. Logo, a paridade do estado |𝑛〉 é (−1)_ . Problema 2.11 – Considere a𝐻=, 𝜋7b = 0 num sistema com um estado próprio degenerado |𝑛〉. Mostre que |𝑛〉 pode não ser um estado próprio de paridade. Problema 2.12 – Considere que uma partícula de spin zero se encontra sob a acção de um potencial central 𝑉(𝑟) tão assimétrico que não existem estados próprios de energia degenerados. Considerando que o Hamiltoniano é invariante debaixo da transformação 𝑡 → −𝑡, prove que 〈 𝑛 | 𝐿e⃗ | 𝑛 〉 = 0 onde 𝐿e⃗ é o momento angular orbital e | 𝑛 〉 é um estado próprio de 𝐻= qualquer. Problema 2.13 – O Hamiltoniano de um sistema com spin 1 é dado por 𝐻= = 𝐴𝑆Fh4 + 𝐵 ( 𝑆F34 − 𝑆Fj4 ), com A e B reais. (a) Determine os estados próprios normalizados deste sistema e os respectivos valores próprios. (b) Verifique se o Hamiltoniano é invariante debaixo de reflexão temporal. (c) Determine os estados próprios transformados por 𝑇X. Respostas: (a) Valores próprios: 𝐸* = 0, 𝐸4 = (𝐴 + 𝐵)ℏ4,𝐸k = (𝐴 − 𝐵)ℏ4. Estados próprios:|1〉 = |1,0〉, |2〉 = (|1,1〉 + |1, −1〉)/√2, |3〉 = (|1,1〉 − |1, −1〉)/√2, escritos na base dos estados próprios de 𝑆m. (b) O Hamiltoniano é invariante debaixo de 𝑇X. (c) 𝑇X|1〉 = |1〉, 𝑇X|2〉 = −|2〉, 𝑇X|3〉 = |3〉. MECÂNICA QUÂNTICA II Ano lectivo 2017/2018 – Docente : Filipe R. Joaquim 3a Série de problemas : Rotações, momento angular e Teorema de Wigner-Eckart Problema 3.1 – Determine a matriz de rotação 𝑑(1)(𝛽) sabendo que: Resposta: Problema 3.2 – Usando o resultado do problema anterior para 𝑑(1)(𝛽) e a forma de 𝑑(1/2)(𝛽) obtida nas aulas teóricas, determine 𝑑3 2 , 3 2 (3/2) (𝛽), 𝑑3 2 ,− 1 2 (3/2) (𝛽) e 𝑑1 2 , 1 2 (3/2) (𝛽) . Resposta: Problema 3.3 (a) Mostre como se transforma o operador vetorial 𝐽 debaixo de uma rotação finita em torno do eixo dos z’s e segundo um ângulo 𝛼. (b) Mostre como se transforma um operador vetorial �̂� debaixo de uma rotação em torno do eixo dos y’s, segundo um ângulo 𝛼. (c) Mostre que: . Relações úteis: Respostas: (a) (b) Problema 3.4 – Use o teorema de Wigner-Eckart para mostrar que para um operador vetorial �̂�, os elementos de matriz do operador 𝐽. �̂� (onde 𝐽 é o operador momento angular total) são dados por: ⟨𝑗, 𝑚| 𝐽 . 𝐴| 𝑗, 𝑚⟩ = ℏ [𝑚 ⟨𝑗, 1; 𝑚, 0|𝑗, 𝑚⟩ − 1 √2 ⟨𝑗, 1; 𝑚, 1|𝑗, 𝑚 + 1⟩ √𝑗(𝑗 + 1) − 𝑚(𝑚 + 1) + 1 √2 ⟨𝑗, 1; 𝑚, −1|𝑗, 𝑚 − 1⟩ √𝑗(𝑗 + 1) − 𝑚(𝑚 − 1)] 〈 𝑗 ∥ 𝐴 ∥ 𝑗〉 Tendo em conta a expressão para os elementos de matriz de um operador vetorial dada pelo teorema de Wigner-Eckart, mostre que se pode escrever a relação: e use este resultado para mostrar que Problema 3.5 (a) Mostre que o elemento de matriz 〈2,0|𝑌10|1,0〉 é: (b) Use o resultado da alínea anterior e o teorema de Wigner-Eckart para provar que: Problema 3.6 – Usando o teorema de Wigner-Eckart e a expressão geral que permite calcular o integral de três harmónicos esféricos Mostre que os elementos de matrix reduzidos do harmónico esférico 𝑌𝑞𝑘(𝜃, 𝜑) são dados por: Problema 3.7 (a) Mostre que se 𝑋𝑞1 (𝑘1) e 𝑍𝑞2 (𝑘2) forem dois tensores esféricos irredutíveis de ordem 𝑘1 e 𝑘2, respetivamente, então 𝑇𝑞 (𝑘) = ∑ 〈𝑘1, 𝑘2; 𝑞1, 𝑞2 | 𝑘, 𝑞〉 𝑞1,𝑞2 𝑋𝑞1 (𝑘1)𝑍𝑞2 (𝑘2) , é um tensor esférico irredutível de ordem 𝑘. (b) Construa um tensor esférico de ordem 1 a partir de dois vetores �⃗⃗⃗� = (𝑈𝑥 , 𝑈𝑦 , 𝑈𝑧) e �⃗⃗� = (𝑉𝑥, 𝑉𝑦 , 𝑉𝑧). (c) Determine um tensor esférico irredutível de ordem 2 a partir de dois vetores �⃗⃗⃗� = (𝑈𝑥, 𝑈𝑦 , 𝑈𝑧) e �⃗⃗� = (𝑉𝑥, 𝑉𝑦 , 𝑉𝑧). Respostas: (b) 𝑇+1 (1) = − 1 2 (𝑈𝑥 + 𝑖𝑈𝑦)𝑉𝑧 + 1 2 𝑈𝑧(𝑉𝑥 + 𝑖𝑉𝑦) ; 𝑇0 (1) = 𝑖 2 (𝑈𝑥𝑉𝑦 − 𝑉𝑦𝑈𝑥) ; 𝑇−1 (1) = − 1 2 (𝑈𝑥 − 𝑖𝑈𝑦)𝑉𝑧 + 1 2 (𝑉𝑥 − 𝑖𝑉𝑦)𝑈𝑧 (c) 𝑇+2 (2) = 1 2 (𝑈𝑥 + 𝑖𝑈𝑦)(𝑉𝑥 + 𝑖𝑉𝑦) ; 𝑇+1 (2) = − 1 2 (𝑈𝑧𝑉𝑥 + 𝑈𝑥𝑉𝑧 + 𝑖𝑈𝑧𝑉𝑦 + 𝑖𝑈𝑦𝑉𝑧) ; 𝑇−1 (2) = 1 2 (𝑈𝑧𝑉𝑥 + 𝑈𝑥𝑉𝑧 − 𝑖𝑈𝑧𝑉𝑦 − 𝑖𝑈𝑦𝑉𝑧) ; 𝑇−2 (2) = 1 2 (𝑈𝑥𝑉𝑥 − 𝑈𝑦𝑉𝑦 − 𝑖𝑈𝑥𝑉𝑦 − 𝑖𝑈𝑦𝑉𝑥) Problema 3.8 – Determine ∑ 𝑚 |𝑑 𝑚𝑚′ (𝑗) (𝛽)| 2 𝑚=𝑗 𝑚=−𝑗 , para qualquer 𝑗. Verifique o resultado para 𝑚′ = ±1/2 (tenha em conta a forma de 𝑑 𝑚𝑚′ (1/2)(𝛽) obtida nas aulas teóricas). Problema 3.9 (a) Escreva 𝑥𝑦, 𝑥𝑧 e (𝑥2 − 𝑦2) como componentes de um tensor esférico irredutível de ordem 2 (use o resultado do problema 3.7.c com �⃗⃗⃗� = �⃗⃗� = 𝑟 = (𝑥, 𝑦, 𝑧). (b) A quantidade 𝑄 = 𝑒 〈𝛼; 𝑗, 𝑚 = 𝑗 | (3𝑧2 − 𝑟2)| 𝛼; 𝑗, 𝑚 = 𝑗 〉 , é chamada momento quadripolar. Calcule 𝑒 〈𝛼; 𝑗, 𝑚′ | (𝑥2 − 𝑦2)| 𝛼; 𝑗, 𝑚 = 𝑗 〉 em termos de 𝑄 e de coeficientes de Clebsch-Gordan adequados. Respostas: (a) 𝑥2 − 𝑦2 = 𝑇+2 (2) + 𝑇−2 (2) ; 𝑥𝑦 = (𝑇+2 (2)−𝑇−2 (2)) 2𝑖 ; 𝑥𝑧 = (𝑇−1 (2)−𝑇+1 (2)) 2 (b) 𝑄 √6 〈𝑗,2;𝑗,−2|𝑗,𝑗−2〉 〈𝑗,2;𝑗,0|𝑗,𝑗〉 Problema 3.10 – Considere o protão e o neutrão (|𝑝〉 e |𝑛〉) como dois estados de isospin diferentes do nucleão, i.e., |𝑝〉 = | 1 2 , 1 2 〉 e |𝑛〉 = | 1 2 , − 1 2 〉. (a) Encontre os estados possíveis de dois nucleões. (b) Considere o operador �̂� = 𝑒(�̂�3 + 1/2) e determine �̂�|𝑝〉 e �̂�|𝑛〉, Qual o significado físico do operador �̂�. Resposta: (a) (b) �̂�|𝑝〉 = 𝑒 |𝑝〉 ; �̂�|𝑛〉 = 0. O operador �̂� representa a carga elétrica. Problema 3.11 – As interações fortes conservam o isospin. Explique então porque razão a reação 𝑑 + 𝑑 → 𝛼 + 𝜋0 não se observa, tendo em conta que 𝑇(𝑑) = 𝑇(𝛼) = 0 e 𝑇(𝜋) = 1. Resposta: 𝑇(𝑑 + 𝑑) = 0 ≠ 𝑇(𝛼 + 𝜋0) = 1 , logo a reação é proíbida porque o isospin não se conserva. Problema 3.12 – O sistema (𝜋−, 𝜋0, 𝜋+) pode ser visto como três estados de isospin distintos. Determine os estados possíveis de isospin total do sistema pião-nucleão. Resposta: Problema 3.13 – As interações fortes conservam o isospin, ou seja, 𝑇2 e 𝑇3 permanecem constantes. Dito de outra forma, pode dizer-se que as interações fortes são invariantes debaixo de rotações no espaço do isospin. Tendo em conta que a probabilidade de ocorrência de um decaimento controlado pela interação forte é proporcional a |〈𝑓 |𝑉|𝑖 〉|2 onde 𝑉 representa o potencial responsável pela interação, determine as probabilidades relativas dos decaimentos Δ+ → 𝑝𝜋0 e Δ+ → 𝑛𝜋+, sabendo que para o Δ+, 𝑇 = 3/2 e 𝑇3 = 1/2. Resposta: MECÂNICA QUÂNTICA II .Ano lectivo 2017/2018.-.Docente : Filipe R. Joaquim 4a Série de problemas : Sistemas de N partículas Problema 4.1-‐ Considere um sistema de três partículas que não interagem entre si e que estão confinadas a um poço de potencial infinito de largura 𝑎 ( V(x)=0, 0 < x < 𝑎 e V(x)=∞, x<0, x > 𝑎). Determine a energia e a função de onda do estado fundamental e do primeiro estado excitado do sistema nos seguintes casos: (a) Partículas escalares com 𝑚% < 𝑚' < 𝑚(. (b) Bosões idênticos de spin 0. (c) Partículas de spin ½ com 𝑚% < 𝑚' < 𝑚(. (d) Electrões no estado | ↑ 〉. Problema 4.2-‐ Determine os níveis de energia e as funções de onda dos três primeiros estados de um átomo com dois electrões (considere que a única interacção existente é a interacção de Coulomb entre o núcleo do átomo e cada um dos electrões). Problema 4.3-‐ Determine a energia e a função de onda do estado fundamental e do primeiro estado excitado de duas partículas independentes movendo-‐se sob a acção de um oscilador harmónico comum no caso de: (a) duas partículas idênticas de spin 1 sem momento angular orbital. (b) duas partículas idênticas de spin ½. Problema 4.4-‐ Duas partículas idênticas de spin 1/2 encontram-‐se confinadas numa caixa com duas paredes rígidas colocadas em 𝑥 = 0 e 𝑥 = 𝐿. Sabendo que as partículas se encontram num estado de tripleto de spin, determine a energia, as funções de onda e as degenerescências dos três primeiros estados. Problema 4.5-‐ Considere um sistema de duas partículas idênticas de spin ½ que não interagem entre si e que estão confinadas a um poço de potencial infinito delargura 𝐿 ( V(x)=0, 0 < x < 𝐿 e V(x)=∞, x<0, x > 𝐿). Se o estado do sistema for descrito pela função de onda: Ψ 𝑥%, 𝑥', 𝑠%, 𝑠' = 2 𝐿 sin 2𝜋𝑥% 𝐿 sin 5𝜋𝑥' 𝐿 + sin 2𝜋𝑥' 𝐿 sin 5𝜋𝑥% 𝐿 𝜒(𝑠%, 𝑠') onde 𝑥% e 𝑥' são as coordenadas das duas partículas e 𝜒(𝑠%, 𝑠') é a função de onda de spin. (a) 𝜒(𝑠%, 𝑠') é um estado de singleto ou tripleto? (b) Determine a energia do sistema. Problema 4.6 -‐ Considere um sistema de duas partículas indistinguíveis de spin ½ que estão sob acção de um oscilador harmónico comum. Assuma que o estado do sistema é descrito pela função de onda Ψ 𝑥%, 𝑥', 𝑠%, 𝑠' = 2 𝑥=' 𝜋 𝑥' − 𝑥% exp − 𝑥%' + 𝑥'' 2𝑥=' 𝜒(𝑠%, 𝑠') (a) 𝜒(𝑠%, 𝑠') é um estado de singleto ou tripleto? (b) Determine a energia do sistema. Problema 4.7 (1º Teste MQII 2011/2012) – O deuterão (𝑑) é um núcleo de carga +1 composto por um protão e um neutrão (𝑛). O spin e paridade do deuterão são, respectivamente, 𝑠D = 1 e 𝑃D = 1. Um pião negativo (𝜋G) de carga -‐1 e spin 𝑠HI = 0 pode ser capturado por um deuterão formando um estado ligado 𝑆%( 𝜋G + 𝑑 que decai em dois neutrões, ou seja, 𝑆%( 𝜋G + 𝑑 → 𝑛 + 𝑛 . Sabendo que os dois neutrões são fermiões de spin ½, determine a paridade intrínseca do pião, tendo em conta que o momento angular total e a paridade se conservam no decaimento acima indicado. Problema 4.8 (1º Exame MQII 2011/2012) – Considere uma partícula sujeita a um determinado poço de potencial unidimensional cujos auto-‐estados de energia 𝐸M são descritos pelas funções próprias: 𝜙% 𝑥 , 𝜙' 𝑥 , 𝜙( 𝑥 , … com 𝐸% < 𝐸' < 𝐸( < ⋯. Considere agora duas dessas partículas (sem interação mútua) nesse poço de potencial. Determine a energia total, o grau de degenerescência e as funções de onda possíveis para os dois estados de menor energia do sistema se as duas partículas forem: (a) Idênticas de spin 1/2. (b) Idênticas de spin 1. Problema 4.9 (2º Exame MQII 2011/2012) – A porfirina é uma molécula presente na clorofila, hemoglobina, e outros compostos orgânicos importantes. Alguns dos aspetos associados à Física das propriedades desta molécula podem ser estudados considerando um modelo simples em que 18 electrões estão constrangidos a mover-‐se num anel de raio 𝑅 = 1 Å. Para cada um dos electrões, o Hamiltoniano livre é dado por: 𝐻M = − ℏ' 2𝑚U𝑅' 𝜕' 𝜕𝜃M' . Despreze a interação entre os electrões. (a) Determine as funções de onda próprias 𝜓Z 𝜃M normalizadas para um dos eletrões no anel de porfirina e as respectivas energias. (b) Quantos electrões existem em cada nível de energia quando a molécula se encontra no estado fundamental? (c) Qual a energia de excitação mais baixa desta molécula e o comprimento de onda da radiação necessária para provocar tal excitação? (d) Considere agora um sistema com as mesmas características do anterior mas apenas com 2 eletrões. Determine as possíveis funções de onda próprias 𝜓% 𝜃%, 𝜃' |𝑆,𝑚[〉 e a energia do 1º estado excitado deste sistema (𝑆 é o spin total dos dois electrões). Problema 4.10 (1º Exame MQII 2012/2013) – Duas partículas idênticas de massa 𝑚 e spin 1 encontram-‐se sob a ação de um oscilador harmónico comum de frequência 𝜔. Assuma que no instante 𝑡 = 𝑡= o estado do sistema é descrito pela função de onda Ψ 𝑥%, 𝑥', 𝑠%, 𝑠' = 1 𝑥=' 𝜋 𝑥' − 𝑥% exp − 𝑥%' + 𝑥'' 2𝑥=' 𝜒 𝑠%,𝑚^_, 𝑠',𝑚^` . (c) Em que estados de spin 𝜒 𝑠%,𝑚^_, 𝑠',𝑚^` podemos encontrar o sistema? (d) Determine a energia do sistema. Qual a probabilidade de se encontrar o sistema num estado próprio de paridade +1 para 𝑡 > 𝑡=. (e) Repita a alínea anterior no caso em que as partículas interagem entre si segundo uma interação spin-‐spin do tipo 𝑆%. 𝑆'. Notas: Oscilador harmónico: 𝜓= 𝑥 = 𝜋G%/c𝑥= G%/' exp − 𝑥' 2𝑥=' , 𝜓% 𝑥 = 2 𝜋G%/c𝑥= G(/'𝑥 exp − 𝑥' 2𝑥=' , 𝑥= = ℏ 𝑚𝜔 𝐸Z = 𝑛 + % ' ℏ𝜔 Problema 4.11 (2º Exame MQII 2012/2013) – Um átomo de Hélio é constituído por um núcleo com 2 protões (Z=2) e dois neutrões e por dois eletrões ligados ao núcleo pela força de Coulomb. Considerando apenas a interação de Coulomb entre cada um dos eletrões e o núcleo: (a) Descreva, justificando, as funções de onda possíveis 𝜓 𝑟%, 𝑟', 𝑠%,𝑚^_, 𝑠',𝑚^` para o estado fundamental do átomo de Hélio (𝑟% e 𝑟' referem-‐se à posição de cada um dos eletrões num referencial com origem no núcleo e 𝑠%,𝑚^_, 𝑠',𝑚^` são os respetivos números quânticos de spin). Qual a energia e o grau de degenerescência deste estado? (b) Considere agora a configuração 1𝑠 % 2𝑠 % do átomo de Hélio. Descreva as funções de onda 𝜓 𝑟%, 𝑟', 𝑠%,𝑚^_, 𝑠',𝑚^` com spin total bem definido para este estado. Qual a energia e o grau de degenerescência do estado 1𝑠 % 2𝑠 %? Tenha agora em conta efeito de repulsão entre os dois eletrões. (c) Mostre que, em primeira ordem de teoria de perturbações, a energia do estado fundamental do átomo de Hélio é dada por 𝐸% ≃ 2 𝑍' − gh i 𝐸=, onde 𝐸= é a energia do estado fundamental do átomo de Hidrogénio. Comente este resultado comparando-‐o com o resultado obtido na alínea (a). (d) Sem efectuar cálculos, diga justificando quais as configurações do spin total dos dois eletrões que correspondem ao estado 1𝑠 % 2𝑠 % com energia mais baixa. (e) Mostre que, em primeira ordem de teoria de perturbações, a diferença de energia 𝛥𝐸 entre os estados 1𝑠 % 2𝑠 % com spin total igual a 0 e 1é dada por: 𝛥𝐸 = 𝑒' 2𝜋𝜀= 4𝜋 ' 1 |𝑟% − 𝑟'| 𝑅%= 𝑟% 𝑅%= 𝑟' 𝑅'= 𝑟% 𝑅'= 𝑟' 𝑑(𝑟%𝑑(𝑟' . Notas: 𝑥Z𝑒G n o 𝑑𝑥 = 𝑎Zp%𝑛!pr = , 𝑅%= 𝑟 = 2 h st u ` 𝑒G vw ot , 𝑅'= 𝑟 = % ' ' h st u ` 2 − hx st 𝑒G vw ` ot , 𝐸Z = yt h` Z` 𝑒𝑉 , 𝐸= = − U` iH{tst = −14.6 eV , U I~w` x_Gx̀ 𝑑(𝑟' = 4𝜋 'GUI~w_ 'p�x_ �ux_ . Problema 4.12 – Os quarks, constituintes dos bariões e mesões, existem na natureza em três estados diferentes de um número quântico denominado côr. Cada tipo de quark existe em três estados distintos de côr 𝑟 , |𝑔〉 e 𝑏 (red, green e blue) que, para efeitos práticos, podem ser vistos como as três projeções possíveis de um spin de côr (que nada tem a ver com o spin das partículas). Considere agora um barião constituído por três quarks |𝑞%𝑞'𝑞(〉 ligados pela força forte (que trata todos os quarks de igual modo). Determine a parte da função de onda de côr deste barião, e determine as suas propriedades debaixo de simetria de troca, sabendo que os estados compostos de quarks são sempre singletos de côr. Problema 4.13 – O protão é uma partícula de spin ½ constituída por dois quarks up (𝑢) e um quark down (𝑑). Considerando o número quântico de isospin 𝐼, os quarks 𝑢 e 𝑑 podem ser vistos como sendo as projeções distintas 𝐼( de 𝐼 (tal como um eletrão com spin up/down corresponde às duas projeções distintas do spin do eletrão em z). É usual dizer-‐se que quarks com 𝐼( diferente têm sabor diferente. Tendo em conta que os quarks 𝑢𝑢𝑑 estão ligados no protão pela força forte (para a qual os quarks são todos idênticos independentemente do seu sabor, spin ou côr) e que o protão tem isospin total 𝐼 = 𝐼(=1/2 (a) Determine a parte da função de onda do protão com 𝑠� = 1/2 correspondente ao isospin e ao spin, 𝜓^s��x𝜓^�MZ (considere a aproximação em que a função de onda espacial não tem qualquer dependência no momento angular orbital dos quarks constituintes). Lembre-‐se que os quarks têm côr ! (b) Considerando que o momento magnético do protão é a soma do momento magnético dos quarks constituintes e que 𝜇�,D = 𝜇�,D𝑆� com (𝑠� = ±ℏ/2), determine o momento magnético do protão 𝜇� em função de 𝜇�,D = 𝑞�,D𝑒ℏ/(2𝑚). Tendo em conta que 𝑞� = 2/3, 𝑞D = −1/3 (𝑒 > 0), , determine o valor de 𝜇� em unidades do magnetão nuclear 𝜇� = Uℏ '�� = 3.15×10G%cMeV/T (o valor experimental é 𝜇� = 2.793𝜇�). Use os seguintes valores para as massas constituintes dos quarks up e down: 𝑚� = 336 MeV/c2 e 𝑚D = 340 MeV/c2. Use 𝑚� = 938 MeV/c2. MECÂNICA QUÂNTICA II Ano lectivo 2017/2018 – Docente : Filipe R. Joaquim 5a Série de problemas : Teoria de perturbações dependentes do tempo (TPDT) Problema 5.1 – Considere uma partícula no estado fundamental de um poço de potencial infinito. Em t=0, perturba-se o sistema de tal modo que o potencial passa a ser: 𝑉 𝑥 = 𝑉$ se 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎/2 0 se 𝑎/2 ≤ 𝑥 ≤ 𝑎 ∞ otherwise onde 𝑉$ ≪ 𝐸6. Depois de um intervalo de tempo T, a energia da partícula é medida. Qual a probabilidade (em primeira ordem de TPDT) de o resultado dessa medida ser 𝐸7. Problema 5.2 – Considere um oscilador harmónico a uma dimensão com frequência angular 𝜔 e carga eléctrica 𝑞. No instante de tempo t=0, o oscilador encontra-se no estado fundamental. Um campo eléctrico de intensidade constante é aplicado durante um intervalo de tempo 𝑇. Caracterize as transições possíveis em primeira ordem de teoria de perturbações e determine as respectivas probabilidades. Problema 5.3 – Um oscilador harmónico encontra-se no estado fundamental para t<0. Para 𝑡 ≥ 0, aplica-se ao sistema uma perturbação do tipo 𝑉 𝑥, 𝑡 = 𝑉$𝑥?𝑒AB/C. (a) Para que estados pode o sistema transitar após um intervalo de tempo Δ𝑡, em primeira ordem de TPDT. (b) Calcule a probabilidade de o oscilador transitar para cada um dos estados identificados na alínea anterior após um intervalo de tempo suficientemente longo (𝑡 → ∞). (c) Em segunda ordem de teoria de perturbações as transições possíveis continuam a ser as que identificou na alínea (a)? Justifique a sua resposta por palavras usando, no máximo, uma equação (pode nem usar nenhuma). Problema 5.4 – Considere um sistema composto por duas partículas de spin 1/2. Para t<0, o Hamiltoniano não depende dos spins e pode ser considerado como nulo (ajustando convenientemente os níveis de energia). Para t>0, o Hamiltoniano é dado por: 𝐻 = 4Δ ℏ7 𝑺𝟏. 𝑺𝟐 Suponha que o sistema está no estado | ↑↓ 〉 para 𝑡 ≤ 0. Determine a probabilidade (em função do tempo) de o sistema se encontrar nos estados ↑↑ , ↑↓ , ↓↑ e | ↓↓〉: (a) Resolvendo o problema exactamente. (b) Usando TPDT em primeira ordem. Comente o resultado. Problema 5.5 – Um oscilador harmónico encontra-se no estado fundamental para t<0. Para 𝑡 ≥ 0, aplica-se uma força espacialmente uniforme 𝐹 𝑡 = 𝐹$𝑒AB/C (a) Use TPDT em primeira ordem para determinar a probabilidade de o oscilador se encontrar no primeiro estado excitado para t>0. Mostre que para 𝑡 → ∞, esta probabilidade é constante. (b) Podemos encontrar o sistema em estados com 𝑛 ≥ 2? Problema 5.6 – Considere um oscilador harmónico unidimensional de carga q e frequência 𝜔$ num estado excitado 𝑛 > 0. (a) Qual a taxa de decaimento por emissão espontânea do estado excitado 𝑛 para o estado fundamental e a potência média radiada por este oscilador. (b) Obtenha uma estimativa da taxa de decaimento determinada na alínea anterior e o tempo de vida do estado |𝑛〉 para um electrão a oscilar à frequência 𝜔$ = 3×106Wrad/s. (c) Verifique a validade da aproximação dipolar para o caso do electrão da alínea anterior. Problema 5.7 – Um átomo de Hidrogénio encontra-se no estado 2𝑝. Determine a taxa de transição associada às transições 2𝑝 → 1𝑠 (Lyman-α) e o tempo de vida médio do estado 2𝑝. Problema 5.8 – A aproximação dipolar consiste em desprezar a variação espacial do campo eléctrico de uma onda electromagnética, i.e. exp 𝑖 𝑘. 𝑟 = 1 + 𝑖 𝑘. 𝑟 + ⋯ ≃ 1. (Eq. 1) Suponha que consideramos agora o termo de primeira ordem na expansão acima. A presença deste termo dá origem a transições vulgarmente denominadas de proíbidas (ou de dipolo magnético e quadrupólo eléctrico). (a) Mostre que a taxa de transição por emissão espontânea para as transições proíbidas é dada por: 𝑅c→d = 𝑞7𝜔e 𝜋𝜖$ℏ𝑐e 𝑎 𝑛. 𝑟 𝑛i. 𝑟 𝑏 7 onde 𝑛 e 𝑛i são as direcções do campo eléctrico e de propagação, respectivamente. (Não se preocupe em fazer a média nos estados de polarização e nas direcções de propagação). (b) Mostre (fazendo agora as médias convenientes) que para um oscilador harmónico unidimensional as transiçõesproíbidas dão-se entre os níveis 𝑛 e 𝑛 − 2 com uma taxa de transição dada por 𝑅 = ℏ𝑞7𝜔?𝑛(𝑛 − 1) 15𝜋𝜖$𝑚7𝑐e (c) Mostre que as transições 2𝑠 → 1𝑠 no átomo de Hidrogénio (que não ocorrem na aproximação dipolar) continuam a não ser permitidas quando se considera a aproximação dada na eq. (1). Problema 5.9 – Um átomo de Hidrogénio no estado fundamental é sujeito a um campo eléctrico oscilante 𝐸opq 𝑡 = ℰ$ sin 𝜔𝑡 . Calcule a probabilidade por unidade de tempo de o átomo ser ionizado (taxa de ionização) com eletrões emitidos na direção zz. Problema 5.10 – Um átomo de Hidrogénio no estado fundamental é sujeito a um potencial 𝑉 𝑟, 𝑡 = 𝑉$ cos(𝑘𝑧 − 𝜔𝑡). Use teoria de perturbações dependentes do tempo para obter uma expressão para a taxa à qual o electrão é emitido com momento 𝑝. Qual a distribuição angular do electrão ejectado. Problema 5.11 – Suponha que devido a uma pequena força violadora de paridade, o nível 22S1/2 tem uma pequena mistura do nível 22P1/2. Descreva os elementos de matriz que correspondem à desexcitação deste estado na aproximação dipolar? O que acontece se o estado inicial for o estado 22S1/2 puro? Problema 5.12 – Uma partícula encontra-se no estado fundamental de um poço de potencial infinito com paredes em 𝑥 = 0 e 𝑥 = 𝐿. Esta última parede é repentinamente deslocada para 𝑥 = 2𝐿. (a) Calcule a probabilidade de encontrar a partícula no estado fundamental do novo poço de potencial. (b) Suponha que as paredes do poço inicial [0, 𝐿] são retiradas e que a partícula se encontrava no estado fundamental. Qual a distribuição de probabilidades para o momento da partícula após ser libertada. Problema 5.13 – O número atómico de um núcleo muda repentinamente de Z para Z+1 por decaimento 𝛽. Qual a probabilidade de um electrão no estado n=1 do núcleo pai se encontrar no estado n=1 do núcleo filho após o decaimento 𝛽? (Despreze qualquer interacção que não seja a atracção entre o electrão e o núcleo). Problema 5.14 – Considere um neutrão sujeito a um campo magnético de intensidade constante 𝐵$ e direcção segundo um angulo 𝜃 com o eixo dos zz. O vértice do campo magnético descreve uma circunferência 𝐶 na superfície esférica de raio 𝐵$. Calcule explicitamente o potencial de Berry 𝐴 para o estado próprio do sistema com spin up, e encontre o valor da fase de Berry para este exemplo específico de caminho fechado 𝐶. Problema 5.15 (1º Exame MQII 2012/2013) – Um sistema quântico é descrito pelo Hamiltoniano 𝐻, cuja dependência temporal é controlada por um conjunto de parâmetros 𝑅 𝑡 = [𝑅6 𝑡 , 𝑅7 𝑡 , … , 𝑅� 𝑡 ], Suponha que inicialmente o sistema se encontra no estado próprio |𝛼 〉 de 𝐻 e que posteriormente se submete o sistema a uma transformação adiabática durante a qual 𝑅 𝑡 descreve um caminho fechado 𝛤 no seu espaço 𝑛-dimensional. Mostre que se a função de onda 𝜓� for real, então a fase de Berry 𝛾�(𝑡) associada à transformação adiabática atrás referida é nula. Problema 5.16 (2º Exame MQII 2012/2013) – Um sistema quântico é descrito pelo Hamiltoniano 𝐻, cuja dependência temporal é controlada por um conjunto de parâmetros 𝑅 𝑡 = [𝑅6 𝑡 , 𝑅7 𝑡 , … , 𝑅� 𝑡 ]. Suponha que o sistema evolui adiabáticamente de 𝑡 = 0 a 𝑡 = 𝑇 enquanto 𝑅 varia de 𝑅(0)a 𝑅(𝑇) descrevendo um caminho 𝛤 (não necessáriamente fechado) no seu espaço 𝑛-dimensional. Considere que a base dos estados próprios ortonormais de 𝐻(𝑅) é constítuida pelos estados |𝑛 𝑅 〉. (a) Mostre que a fase geométrica 𝛾�(𝛤) adquirida pelo sistema durante o processo adiabático acima descrito é sempre real. (b) Considere agora que se transforma o estado |𝑛 𝑅 〉 segundo uma transformação de gauge 𝑛 𝑅 → 𝑒��(�) 𝑛 𝑅 , onde 𝛼(𝑅) é uma função real de 𝑅 e únicamente definida para cada 𝑅. Como se transforma o “potencial-vetor” 𝐴� = 𝑛 𝑅 𝛻�𝑛 𝑅 〉 debaixo desta transformação e qual o efeito na fase geométrica 𝛾�(𝛤) se 𝛤 for aberto? Comente sobre a relevância física de 𝛾�(𝛤) neste caso. Se 𝛤 for um caminho fechado qual o efeito da transformação em 𝛾�(𝛤)? Comente de novo. Problema 5.17 (2º Exame MQII 2012/2013) – Considere um sistema composto por duas partículas de spin 1/2. Para 𝑡 < 0, o Hamiltoniano não depende dos spins e pode ser considerado como nulo (ajustando convenientemente os níveis de energia). Para 𝑡 ≥ 0, o Hamiltoniano é dado por: 𝐻 = W� ℏ� 𝑆�7 + 𝑆�7 , onde 𝑆 é o spin total do sistema. Suponha que para 𝑡 ≤ 0 o sistema está no estado | ↓↑ 〉. Determine a probabilidade (em função do tempo) de o sistema se encontrar nos estados ↑↑ , ↑↓ , ↓↑ e | ↓↓〉 num instante 𝑡 > 0, usando teoria de perturbações em primeira ordem. MECÂNICA QUÂNTICA II Ano lectivo 2017/2018 – Docente : Filipe R. Joaquim 6a Série de problemas : Scattering Problema 6.1 – Considere o scattering de uma partícula de massa µ e momento 𝑝 = ℏ𝑘&⃗ por um potencial de Yukawa: 𝑉(𝑟) = 𝑉+𝑎 𝑒/0/2 𝑟 onde 𝑉+ e 𝑎 são constantes reais e positivas. (a) Calcule a secção eficaz diferencial em primeira aproximação de Born. (b) Obtenha a secção eficaz total. Problema 6.2 – Considere o scattering de um nucleão por um núcleo pesado de raio 𝑅. O efeito do núcleo pesado pode ser representado pelo potencial: 𝑉(𝑟) = 4−𝑉+ , 𝑟 < 𝑅0, 𝑟 > 𝑅 (a) Calcule a secção eficaz diferencial em primeira aproximação de Born. (b) Explique como poderia usar o resultado da alínea anterior para medir 𝑅. Problema 6.3 – Considere o scattering de uma partícula de massa 𝑚 pelo potencial 𝑉(𝑟 ) = 𝑉+𝑒/0/2 (a) Determine a secção eficaz diferencial na primeira aproximação de Born. (b) Esboce a dependência angular da secção eficaz diferencial para 𝑘𝑎 = 0 e 𝑘𝑎 = 1. Para que valores aproximados de 𝑘 o scattering começa a ser significativamente anisotrópico. (c) Discuta a validade da primeira aproximação de Born nos limites de alto e baixo 𝑘. Qual dos limites é mais restringente no que respeita ao valor do potencial? Problema 6.4 – A amplitude de scattering neutrão-protão pode escrever-se como: 𝑓(𝜃) = 〈𝜒@ A 𝐴 + 𝐵�⃗�F. �⃗�H | 𝜒J 〉 onde 𝐴 e 𝐵 são constantes e | 𝜒 〉J,@ representam os estados finais do spin do protão e do neutrão. (a) Determine a amplitude de scattering para todas as combinações de estados iniciais e finais do sistema protão-neutrão. (b) Determine a secção eficaz diferencial para o scattering |+ 〉H → |+ 〉H e |+ 〉H → |− 〉H quando o spin do protão emergente não é medido pelo detector. (c) Determine a secção eficaz |Singleto〉 →|Singleto〉, |Tripleto〉 →|Tripleto〉 e |Singleto〉 → |Tripleto〉. Problema 6.5 – Considere um caso de difusão a baixas energias pelo potencial 𝑉(𝑟) = 𝛼𝛿(𝑟 − 𝑎) (a) Determine a amplitude de scattering e as secções eficazes diferencial e total na 1ª aproximação de Born de baixas energias. (b) Repita a alínea (a) considerando energias arbitrárias e compare o resultado com o obtido anteriormente. Problema 6.6 – Considere o problema de difusão por um potencial do tipo esfera rígida: 𝑉(𝑟) = 4 ∞ , 𝑟 < 𝑟+ 0, 𝑟 > 𝑟+ a baixas energias (𝑘+𝑟+ ≪ 1). (a) Usando o método das ondas parciais, determine o desvio de fase, a amplitude de scattering, e as secções eficazes diferencial e total para ondas 𝑠 (𝑙 = 0). (b) Escreva a equação radial de Schrödinger com (𝑙 = 1) e determine a solução da mesma para scattering de ondas 𝑝. (c) Determine o desvio de fase das ondas 𝑝 e obtenha o limite a baixas energias. Problema 6.7 – Considere um poço de potencial quadrado 𝑉(𝑟) = 4−𝑉+ , 𝑟 < 𝑎0, 𝑟 > 𝑎 (a) Calcule os desvios de fase para difusão de ondas 𝑠 e 𝑝 a baixas energias. (b) Determine a condição de ressonância para as ondas 𝑠 e 𝑝. (c) Calcule a secção eficaz total fora da ressonância para 𝑘𝑎 ≪1 e 𝛿S ≪ 𝛿+. Problema 6.8 – Considereo scattering de partículas pelo potencial V(r)=g/r2, onde g é uma constante positiva. (a) Determine os desvios de fase das ondas parciais. (b) Qual a dependência da secção eficaz diferencial na energia das partículas incidentes. (c) Considere TUV ℏW ≪ 1. Determine os desvios de fase neste limite e a secção eficaz diferencial. Problema 6.9 – Use a aproximação de Born para exprimir a secção eficaz diferencial de Coulomb de uma carga pontual por uma distribuição de carga do tipo: 𝜌(𝑟) = 1 𝜋Z/T𝑅Z 𝑒 /0W/[W como o produto da secção eficaz diferencial de Rutherford e o quadrado do factor de forma 𝐹(𝑞). Problema 6.10 – Considere o scattering de neutrões com energia E = 1 MeV por um alvo. Sabendo que a distribuição angular dos neutrões no centro massa é isotrópica e que a secção eficaz total medida é de 0.1 𝑏, determine o desvio de fase das ondas parciais envolvidas. Problema 6.11 – Uma partícula sem spin 𝑃S encontra-se num estado ligado esféricamente simétrico cuja função de onda é 𝜓S = (𝜋𝑎)/Z/Texp (−𝑟T/𝑎T), onde 𝑎 é o “tamanho do estado ligado”. Se uma partícula sem spin 𝑃T interagir com 𝑃S segundo o potencial 𝑉(𝒓 − 𝒓e) = 𝑉+𝑏Z𝛿Z(𝒓 − 𝒓e): (a) Calcule, em primeira aproximação de Born, a amplitude de scattering elástico de 𝑃T por 𝑃S (não de preocupe com a normalização). (b) Como varia a distribuição com a energia das partículas incidentes e como poderia usar a distribuição para determinar o “tamanho” do estado ligado 𝑃S. Problema 6.12 – Considere o scattering de um feixe de partículas de spin 1/2 e massa m por um alvo constituído por núcleos pesados, também de spin 1/2. A interacção de uma das partículas incidentes com um núcleo pode ser descrita como 𝑉(𝑟S, 𝑟T, 𝑆S, 𝑆T) = 𝑐 𝑆S. 𝑆T 𝛿(Z)(𝑟S − 𝑟T), onde 𝑐 é uma constante pequena e 𝑟S, 𝑟T definem a posição das partículas incidentes e do núcleo, respectivamente. Calcule a secção eficaz total, fazendo a média nos estados iniciais de spin. Problema 6.13 – Duas partículas idênticas de spin ½ e massa m interagem segundo o potencial 𝑉(𝑟) = 𝑒T exp(−𝜆𝑟) /𝑟. Considere o scattering entre duas destas partículas de energia E no centro de massa (assuma que a energia é alta). (a) Calcule (no centro de massa) a secção diferencial para partículas emergentes segundo um ângulo 𝜃 relativamente ao eixo da direcção das partículas incidentes. (b) Assumindo que as partículas são observadas segundo um ângulo 𝜃 relativamente ao eixo do feixe, qual a probabilidade de, após o scattering, as duas partículas serem detectadas num estado de spin total S=1? E num estado em que ambas as partículas têm 𝑆i = +1/2? Problema 6.14 – Mostre que a secção eficaz para o espalhamento de um electrão rápido por um átomo de Hidrogénio no estado fundamental é dada por: 𝑑𝜎 𝑑Ω = 4 𝑎+T𝑞n 41 − 16 [4 + (𝑞𝑎+)T]T r T onde 𝑎+ é o raio de Bohr. MECÂNICA QUÂNTICA II