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CONTABILIDADE 
EMPRESARIAL
Marcelo Thomé
2CONTABILIDADE EMPRESARIAL
SUMÁRIO
CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFTEC
Rua Gustavo Ramos Sehbe n.º 107. 
Caxias do Sul/ RS 
REITOR
Claudino José Meneguzzi Júnior
PRÓ-REITORA ACADÊMICA
Débora Frizzo
PRÓ-REITOR ADMINISTRATIVO
Altair Ruzzarin
DIRETORA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)
Lígia Futterleib
Desenvolvido pela equipe de Criações para o 
ensino a distância (CREAD)
Coordenadora e Designer Instrucional 
Sabrina Maciel
Diagramação, Ilustração e Alteração de Imagem
Igor Zattera, Gabriel Olmiro de Castilhos 
Revisora
Luana Reis
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE E REGIMES 
CONTÁBEIS 3
Introdução a Contabilidade 4
A contabilidade nos tempos atuais 6
Entendendo a contabilidade 7
Conceitos de Contabilidade 15
Funções e áreas de atuação da contabilidade 17
Profissional Contábil 21
A Contabilidade na Administração das 22
Empresas 22
Usuários das Informações Contábeis 23
Síntese 30
NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE 32
Princípios de contabilidade e normas 33
brasileiras de contabilidade 33
Aspectos sobre a estrutura básica da 39
contabilidade 39
Síntese 56
REGISTROS CONTÁBEIS (ESCRITURAÇÃO) 58
ESCRITURAÇÃO 59
Fórmulas de Lançamento 64
Síntese 79
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS E SUAS
ANÁLISES 81
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 82
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO 90
EXERCÍCIO (DRE) 90
Síntese 118
REFERÊNCIAS 120
3CONTABILIDADE EMPRESARIAL
INTRODUÇÃO À 
CONTABILIDADE 
E REGIMES 
CONTÁBEIS
A Contabilidade representa, hoje, uma fonte 
muito importante de conhecimento, dispondo 
de recursos que permitem registrar dados, 
avalia-los e transformá-los em informações 
relevantes para a tomada de decisões no 
âmbito empresarial.
Nesta primeira unidade iremos abordar os principais con-
ceitos sobre a prática da contabilidade. Esses conceitos possi-
bilitarão o entendimento e a compreensão nas questões mais 
práticas que veremos ao longo do curso. Portanto, no decorrer 
dessa unidade, você aprenderá sobre como surgiu a Contabi-
4CONTABILIDADE EMPRESARIAL
lidade, sua história e evolução. Por fim, terá contato com os 
termos contábeis, conhecendo de maneira simples e direta o 
sistema contábil e a base para uma contabilidade eficiente.
Introdução a Contabilidade
Diariamente, estamos tomando decisões. Nos pergunta-
mos: qual roupa iremos vestir? Que horas iremos dormir? O 
que vamos comer? Quais tarefas precisas cumprir hoje? Entre 
outras, mas também temos decisões mais difíceis, por exemplo, 
que profissão escolher? Será que compro um apartamento ou 
um veículo?
Para essas decisões mais importantes precisamos ter um 
cuidado maior. É necessário avaliar bem e analisar todas as 
variáveis, pois essas decisões irão ref letir em toda sua vida, de 
forma positiva ou não.
Nas empresas a situação não é diferente. Com muita fre-
quência os gestores estão tomando decisões importantes para 
o seu negócio. Se eles não tiverem as informações corretas, 
podem de certa forma, comprometer a continuidade do seu 
negócio. Aqui entra a Contabilidade.
A Contabilidade é a grande aliada nesse processo, conforme 
Marion (2012, p.25) “ela coleta os dados econômicos, mensu-
rando-os monetariamente, registrando-os e sumarizando-os 
em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem 
sobremaneira para a tomada de decisões”.
Breve histórico da contabilidade
A Contabilidade é tão antiga quanto a origem da humidade. 
As primeiras manifestações humanas da necessidade social, já 
demonstravam a necessidade de controle patrimonial.
Desde os tempos pré-históricos, dos homens das cavernas, 
já era possível verificar a existência de contabilidade, mesmo 
que de forma bem simples, ao registrarem, através de desenhos, 
5CONTABILIDADE EMPRESARIAL
nas paredes todas as ferramentas de caça e pesca e animais 
disponíveis para o homem primitivo. Tratava-se de um verda-
deiro inventário, no qual era possível visualizar de forma clara 
e simples os recursos (ou patrimônio) de que dispunham os 
habitantes das cavernas para a sua sobrevivência. Nesse período 
o homem das cavernas, por se sentir ameaçado, já fazia uso da 
sua contabilidade para verificar os recursos disponíveis para 
aquele momento.
Posteriormente, com o surgimento das civilizações, as pri-
meiras técnicas de contabilidade começavam a ser desenvolvidas 
em razão da necessidade de comércio. De acordo com Costa, 
(2010, p. 21) pode-se afirmar que muito de nossa história 
somente foi descoberta pelos registros contábeis realizados. 
O frei franciscano Luca Pacioli, que viveu entre os anos 
de 1447 a 1517, é considerado o pai da contabilidade moderna. 
Sua participação e importância se dá devido a um capítulo de-
dicado ao método das partidas dobradas em livro de sua autoria 
intitulado “Summa de arithmetica, geometria, proportioni et 
proportionalita” (Coleção de conhecimentos de aritmética, 
geometria, proporção e proporcionalidade).
O livro publicado em Veneza no ano de 1494, continha 
um capítulo sobre contabilidade expondo o “Particulario de 
Computies et escripturis” que é popularmente conhecido como 
o método das partidas dobradas. Diferentemente do que muitos 
pensam, Luca Pacioli não é o inventor da contabilidade e tão 
pouco inventou os preceitos relacionados as partidas dobradas. 
Tal método já era utilizado na época e apenas ganhou publi-
cidade após ser exposto em sua obra.
Fonte: Link.
http://tipografos.net/historia/lucapacioli.jpg
6CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A contabilidade acompanhou a evolução da humanidade. 
Com as crescentes exigências do mercado econômico, surgiu 
a necessidade da abertura de cursos e escolas de contabilidade 
no Brasil, para assim desenvolver técnicas que acompanhassem 
as mudanças que estavam sendo percebidas, com o propósito 
de formar profissionais da contabilidade que atendessem às 
expectativas dos usuários do início do século passado.
A contabilidade teve ainda como aliado o desenvolvimento 
do mercado de ações e o fortalecimento da sociedade anônima 
como forma de sociedade comercial, passando a ser considerada 
também como um importante instrumento para a sociedade. 
Ficou concebido que os usuários das informações contábeis 
já não eram mais somente os proprietários; outros usuários 
também tinham interesses em saber sobre uma empresa, como, 
sindicatos, governo, bancos, investidores, entre outros.
A contabilidade nos tempos atuais
As constantes mudanças, principalmente aquelas relacio-
nadas ao conhecimento, estende seus efeitos a vários segmentos 
da sociedade. A profissão contábil provavelmente é uma das 
que mais sofrem inf luências do processo de globalização, pois 
cada vez mais há a necessidade de profissionais que avaliem e 
registrem os aspectos econômicos e financeiros das empresas e 
dos investidores, ajudando-o na melhor adequação dos gastos, 
no melhor perfil de endividamento, nos avanços tecnológicos, 
no encurtamento do ciclo de produção, no aumento da quali-
dade e na efetividade do resultado econômico.
A contabilidade como ciência social absorve as diversas in-
fluências sociais, ambientais e tecnológicas, passando a oferecer 
informações com o objetivo de alcançar o interesse da sociedade, 
satisfazendo as exigências dos seus usuários, adaptando-se aos 
novos tempos. Como já é do nosso conhecimento, faz parte do 
seu contexto gerar informações em tempo real para o processo 
7CONTABILIDADE EMPRESARIAL
de controle, planejamento e tomada de decisão, bem como 
informações que atendam a um público cada vez mais amplo. 
Entendendo a contabilidade
Para um melhor entendimento do que é Contabilidade, sua 
finalidade e aplicação, vamos trazer essas definições através de 
uma história ilustrativa adaptada a partir de Ribeiro (2010):
Imagine que você decidiu ser empresário e abrir um ne-
gócio próprio, resolveu constituir uma empresa para compra 
e venda de calçados.
Até o presente momento, você só tem uma vontade, ou 
seja, torna-se um comerciante, a partir daí surgem os primeiros 
questionamentos:
- Eu vou constituir uma empresa com o quê?O que preciso 
ter em mãos para montar um negócio?
Você precisa de um Capital.
- O que é capital?
Capital pode ser uma importância em dinheiro com a qual 
você irá comprar tudo de que precisa para montar o seu negócio.
Suponha então que você possua R$ 50.000,00, importância 
suficiente para iniciar suas atividades comerciais.
Pronto! Esse montante de R$ 50.000,00 é o seu Capital 
Inicial.
- Pois bem, agora que já tenho o dinheiro, qual é o próximo 
passo?
Antes que você comece a comprar alguma coisa, é preciso 
providenciar um local para se instalar.
8CONTABILIDADE EMPRESARIAL
- Local?
Você precisa de um estabelecimento, que pode ser uma 
casa, uma sala, um pavilhão...
Suponha, então, ter assinado um contrato de locação de 
um imóvel situado na sua cidade, em local privilegiado, no 
qual instalará sua empresa. Com a assinatura do contrato de 
locação, você não precisou dispor de nenhum dinheiro hoje, 
mas se comprometeu a pagar a importância de R$ 1.000,00 
de aluguel mensal, e o valor do aluguel referente a esse mês 
será pago no dia 10 do mês seguinte, e assim sucessivamente.
- Está bem, agora já tenho o capital e ponto comercial, e 
agora o que farei?
Agora você precisa procurar um escritório de contabilidade, 
para providenciar a legalização da sua empresa. 
- Legalização da minha empresa?
A legalização consiste no registro da empresa em vários 
órgãos públicos, para que ela adquira personalidade jurídica.
- E o que personalidade jurídica?
Veja bem: você é uma pessoa física, é um pessoal natural, 
quando você nasceu, seus pais fizeram o registro no cartório 
do registro civil. A certidão de nascimento foi o primeiro do-
cumento que comprovou a sua existência perante a sociedade, 
dando-lhe condições de exercer a sua cidadania. As empresas, 
em geral, sob o ponto de vista legal, também são consideradas 
pessoas, não de existência física, mas de existência jurídica. 
Para que as empresas adquiram personalidade jurídica e possam 
exercer as suas atividades mercantis precisam ser registradas 
em vários órgãos públicos.
- Como efetuarei os registros, e em quanto tempo minha 
empresa ficará legalizada?
9CONTABILIDADE EMPRESARIAL
O contador do escritório de Contabilidade que você esco-
lheu redigirá petições, preencherá documentos e formulários, 
recolherá taxas e entregará a documentação exigida em cada 
um desses órgãos. Se a documentação apresentada estiver em 
ordem, dentro de 20 a 30 dias sua empresa estará legalizada e 
você poderá providenciar as primeiras compras.
Suponhamos agora que já se passaram 30 dias desde o 
momento que você decidiu se tornar comerciante. Vamos as-
sumir, também que dos R$ 50.000,00 do seu capital social, 
você pagou R$ 1.000,00 ao escritório de contabilidade que 
providenciou a legalização da sua empresa. 
- Agora que minha empresa está devidamente legalizada, 
qual será o próximo passo que deverei dar?
Imagine que neste momento, você esteja abrindo as portas 
do seu ponto comercial. A sala está vazia, pense nos móveis e 
utensílios que deverá comprar para equipar sua loja.
- Móveis e Utensílios?
Compreendem os bens adquiridos para uso próprio, suponha 
ter adquirido os seguintes bens: Duas vitrinas, quatro balcões, 
cinco prateleiras, uma caixa registradora, dez cadeiras, cinco 
sofás, cinco tapetes e oito espelhos. Por todos esses bens, você 
pagou a importância de R$ 12.000,00. Mandou instalar um 
telefone gastando mais R$ 500,00.
- E os calçados para a venda?
Pois bem, agora sim deverá adquirir as mercadorias.
- E eu não poderia considerar tudo junto, não é a mesma 
coisa?
A palavra “Mercadorias”, serve para representar os bens que 
a empresa compra para revender, neste caso, são os calçados. 
Que irão para o Estoque.
10CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Suponha, então ter adquirido R$ 30.000,00 em Mercado-
rias, sendo R$ 20.000,00 à vista, em dinheiro, e R$ 10.000,00 
a prazo para pagamento em 30 e 60 dias.
Depois disso a empresa está instalada, montada. Você gastou 
parte do seu Capital Inicial, contraiu uma Obrigação (terá de 
pagar R$ 10.000,00 para o fornecedor das Mercadorias, em 
60 dias) e, a partir deste momento, já pode abrir as portas de 
sua loja e começar a trabalhar. 
Vamos supor que durante o processo de legalização de sua 
empresa, você tenha contratado uma empreiteira de obras, que 
efetuou pequenos reparos no imóvel visando adaptá-lo melhor 
ao fim desejado, incluindo parte de hidráulica, elétrica, alve-
naria e pintura, tendo pago a importância de R$ 2.300,00 em 
dinheiro.
No sentido de relembrar todo o processo que trouxemos 
até aqui, tente responder as perguntas abaixo:
1. Qual é o valor do Capital de sua empresa?
2. Quanto, em dinheiro, você gastou até o presente momento 
e qual é o saldo que possui em Caixa?
3. Qual o valor do estoque de Mercadorias da sua empresa?
4. Qual o valor das suas Obrigações?
Acreditamos que não foi difícil, com poucos cálculos você 
deve ter respondido sem dificuldade. Confira as respostas: 
1. O valor do Capital é R$ 50.000,00;
2. Gastou R$ 35.500,00 e o saldo em Caixa é de R$ 
14.500,00;
3. O valor do estoque de Mercadorias é de R$ 30.000,00;
11CONTABILIDADE EMPRESARIAL
4. O valor das Obrigações é de R$ 10.000,00.
 Agora a sua empresa existe, então, você poderá abrir as 
portas e colocá-la em funcionamento. Mas uma pergunta se 
faz necessária nesse momento. Vamos à ela:
- Qual é o principal objetivo do seu negócio?
Você responderá, certamente, que é a obtenção de lucros.
Mas, para obtenção de lucros, a sua empresa precisa vender 
as suas Mercadorias.
Para que as transações comerciais possam acontecer na sua 
empresa, todos os dias vão entrar pessoas com duas finalidades:
a. algumas pessoas entrarão na sua empresa parra lhe vender 
Mercadorias. Essas pessoas são conhecidas nos meios 
comerciais por Fornecedores; logo, você comprará delas, à 
vista ou a prazo. Quando a compra for efetuada a prazo, 
você passará a ter uma Obrigações para o pagamento 
futuro;
b. outras pessoas entrarão na sua empresa para comprar as 
suas Mercadorias. Essas pessoas são conhecidas nos meios 
comerciais por Clientes; logo, você venderá para elas, à 
vista ou a prazo. Quando a venda for efetuada a prazo, 
você passará a ter direito para o recebimento futuro.
- Afinal, é o Fornecedor quem vende para mim ou sou eu 
quem compra do Fornecedor?
As duas coisas acontecem, tendo em vista que estamos 
diante de uma operação de compra e venda. Contudo, o correto, 
sob o ponto na visão contábil, é que você raciocine sempre se 
colocando em lugar da sua empresa. Pense assim: Eu compro 
do Fornecedor, logo, quando a compra for efetuada a prazo, a 
palavra Compras estará ligada à palavra Fornecedores e a palavra 
Fornecedores, por sua vez, estará ligada à palavra Obrigações.
12CONTABILIDADE EMPRESARIAL
- Afinal, é o Cliente quem compra de mim ou sou eu quem 
vende para o Cliente?
Neste caso, o raciocínio, é o mesmo já explicado na relação 
de sua empresa com o Fornecedor. Eu vendo para o Cliente, 
logo, quando a venda for efetuada, a palavra Vendas estará 
ligada à palavra Clientes, e a palavra Clientes, por sua vez, 
estará ligada à palavra Direitos.
Portanto, compra a prazo resulta em Obrigações para pagar 
ao Fornecedor; e a venda a prazo resulta em Direito a receber 
do Cliente.
Observe quantas pessoas estão envolvidas no seu negócio:
a. Você, proprietário, titular da empresa (pessoa física);
b. A sua empresa (pessoa jurídica);
c. Clientes, Fornecedores, bancos, Governo, empregados, 
etc. (pessoas físicas e pessoas jurídicas).
As pessoas, que, direta ou indiretamente, se relacionam 
com sua empresa, como Clientes, Fornecedores, bancos, etc., 
são conhecidas nos meios comerciais, em relação à sua empresa, 
por Terceiros. Esses Terceiros movimentarão o Patrimônio da 
sua empresa por meio de quatro operações principais: Compras, 
Vendas, pagamentos e recebimentos.
É evidente que, além desses acontecimentos, no cotidiano 
das empresas ocorrem outros, como admissão e demissão de 
empregados,o recebimento e o encaminhamento de correspon-
dências, o fornecimento de cotações de preços de Mercadorias 
por telefone, a organização de Mercadorias nas prateleiras e nas 
vitrines, depósitos e saques de dinheiro em estabelecimentos 
bancários etc. A essa movimentação do Patrimônio dá-se o 
nome de Gestão.
13CONTABILIDADE EMPRESARIAL
É importante salientar que esses acontecimentos que dia-
riamente ocorrem na empresa, responsáveis pela gestão do 
Patrimônio, podem ou não interferir no Patrimônio. Por um 
lado, quando os acontecimentos interferem no Patrimônio, 
aumentando-o ou diminuindo-o, eles são classificados como 
Fatos Administrativos, é o caso das Compras, das Vendas, 
dos pagamentos e dos recebimentos. Por outro lado, aqueles 
acontecimentos que não interferem no Patrimônio recebem o 
nome de Atos Administrativos, como é o caso de demissões e 
admissões de empregados, atendimentos de telefonemas, rece-
bimento e encaminhamento de correspondências, assinaturas 
de contratos de locação etc.
Imaginemos dois anos depois da data de constituição de 
sua empresa. Daquela época quando era aquela pequena loja, 
restam apenas lembrança. Durante esse tempo, você ampliou o 
seu negócio. Comprou imóvel e o transformou em um prédio 
de quatro andares; construiu nas dependências do imóvel vários 
galpões para estocar as Mercadorias; diversificou-as; e agora 
vende não só calçados, como também artigos de coura em geral 
(bolsa, cintos, carteiras, luvas, malas etc.), inclusive materiais 
esportivos, os quais você vende no atacado e no varejo; mon-
tou no quarto andar uma lanchonete, para maior conforto da 
clientela; possui cadastrados mais de 10 mil Clientes, oriundos 
não só de sua cidade, como também de todas as cidades da 
região, para os quais vende à vista e a prazo; mantém contato 
com mais de 200 Fornecedores, sendo alguns do exterior, dos 
quais compra Mercadorias; possui mais de 100 empregados 
entre vendedores, gerentes, contadores, escriturários, motoristas 
serventes, faxineiros, vigias etc.; movimenta contas-correntes 
em dez estabelecimentos bancários diferentes. A todo instante 
podemos ver Clientes comprando à vista e a prazo, efetuando 
pagamentos de prestações, preenchendo cadastro etc.
14CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Ao constatar o sucesso de sua empresa, responda as per-
guntas abaixo:
1. Qual o valor do Capital da sua empresa hoje?
2. Quanto você gastou em dinheiro até o presente momento, 
considerando desde o dia em que a constituiu, e qual o 
saldo em Caixa?
3. Qual o valor do estoque de Mercadorias?
4. Quais são os tipos, modelos, marcas, tamanhos, cores, 
etc., da Mercadorias estocadas?
5. Qual montante de dinheiro você tem depositado nesse 
momento, considerando todas as suas contas-correntes 
bancárias?
6. Se parte do seu dinheiro está aplicado no mercado finan-
ceiro, qual o montante dessa aplicação e quais são elas?
7. Enquanto importam as suas Obrigações e quais são os 
nomes dos seus Credores?
8. Quais são as suas Obrigações fiscais, trabalhistas e pre-
videnciárias para os próximos 30 dias?
9. Quanto você deve a seus Fornecedores de Mercadorias e 
quanto terá de desembolsar ainda hoje, amanhã, daqui 
a dez dias e daqui a 30 dias para pagá-los?
10. Quantos Clientes você tem, quantos são pontuais e quan-
tos são inadimplentes?
11. Quanto você tem para receber de seus Clientes ainda 
hoje, amanhã, daqui a dez dias e daqui a 30 dias?
12. Quanto vale o Patrimônio da sua empresa hoje?
15CONTABILIDADE EMPRESARIAL
13. Quanto você apurou de Lucro? Ou será que apurou 
Prejuízo em seu negócio?
Diante desse cenário, as perguntas acima não serão respon-
didas com tanta facilidade como as anteriores, tendo em vista 
que naquele outro cenário, a sua empresa era recém-constituída.
Acho que já deu para você perceber que há necessidade de 
manter um controle do seu Patrimônio, e é exatamente aí que 
a Contabilidade entre em cena.
Mediante o conhecimento e a aplicação das técnicas con-
tábeis, você poderá ter um controle permanente e eficiente da 
gestão do Patrimônio da sua empresa, obtendo informações 
econômicas, financeiras ou de outra natureza, quando precisar. 
Conceitos de Contabilidade
A Contabilidade constitui, como já citado, um dos conhe-
cimentos mais antigos de que se tem notícia. A importância 
desse ramo do conhecimento para o progresso dos negócios é 
indiscutível, pois não se pode imaginar uma entidade, pública 
ou privada, desprovida de contabilidade.
Essa área apresenta termos técnicos que chamamos de ter-
minologia ou nomenclatura, que são essenciais na linguagem 
comercial. É a linguagem que o administrador precisa conhecer 
e se familiarizar. Por isso, muitos autores desenvolvem defini-
ções próprias sobre o que se entende por Contabilidade e, ao 
analisarmos, poderemos formar um enunciado que nos dará a 
noção exata de o que é contabilidade.
A contabilidade estuda e pratica as funções de orientação 
e controle de todos os atos e fatos administrativos, mantendo 
assim um controle permanente do seu patrimônio.
16CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A palavra contabilidade deriva do latim computare (contar, 
computar, calcular). Apesar disso, não se deve confundir con-
tabilidade com matemática, pois o profissional de contabilidade 
não precisa conhecer matemática na sua profundidade, mais 
sim, trabalhar com cálculos e operações básicas da matemática.
Podemos também definir a contabilidade como uma ci-
ência social que tem por objetivo medir, para poder INFOR-
MAR, os aspectos quantitativos e qualitativos do patrimônio 
de quaisquer entidades. Constitui um instrumento para gestão 
e controle das entidades, além de representar um sustentáculo 
da democracia econômica, já que, por seu intermédio, a socie-
dade é informada sobre o resultado da aplicação dos recursos 
conferidos a entidades.
Já, segundo Ribeiro (2010), a contabilidade é uma ciência 
que possibilita, por meio de suas técnicas, o controle perma-
nente do Patrimônio das empresas.
A definição de contabilidade segundo Franco (1997) é: 
“Ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, 
mediante registro, a demonstração expositiva e a interpretação 
dos fatos nela ocorridos, com o fim de oferecer informações 
sobre sua composição e suas variações, bem como resultado 
econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial”.
Para Crepaldi (2004), é o ramo da contabilidade que tem 
por objetivo fornecer instrumentos aos administradores de 
empresas que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada 
para melhorar a utilização dos recursos econômicos da empresa, 
através de um adequado controle de insumos efetuado por um 
sistema de informação gerencial.
A contabilidade é indispensável para que a empresa realize 
negócios e, nesse aspecto, se apresenta como o grande pilar na 
veracidade da informação e, consequentemente, na credibilidade 
da companhia perante o mercado, investidores e pessoas que 
se valem dessas informações para algum fim.
17CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Portanto, podemos dizer o que a contabilidade é a ciência 
que estuda, registra e controla o patrimônio e as mutações que 
nele operam os atos e fatos administrativos, demonstrando no 
final de cada exercício social o resultado obtido e a situação 
econômico-financeira da entidade. (FABRETTI, 1997).
Funções e áreas de atuação da contabilidade
As maiores funções da contabilidade são:
• Função administrativa: controlar o patrimônio
• Função Econômica: nas empresas, consiste em apurar o 
lucro ou prejuízo, ou seja, calcular o resultado econômico 
apresentado em determinado período.
Dentre alguns autores, podemos citar os seguintes conceitos:
Franco (1997, p.19), que a função da contabilidade “é re-
gistrar, classificar, demonstrar, auditar e analisar todos os 
fenômenos que ocorrem no patrimônio das entidades, objeti-
vando fornecer informações, interpretações e orientação sobre 
a composição e as variações do patrimônio, para a tomada de 
decisões de seus administradores”.
Crepaldi (1995, p. 24) porsua vez diz que “a contabili-
dade é um dos principais sistemas de controle e informação 
das empresas. Com a análise do balanço patrimonial e da 
demonstração do resultado do exercício é possível verificar a 
situação da empresa, sob os mais diversos enfoques, tais como: 
análises de estrutura, de evolução, de solvência, de garantia de 
capitais próprios e de terceiros, os bancos, as financeiras, aos 
clientes, etc.”.
Essas informações são indispensáveis à orientação admi-
nistrativa, permitindo maior eficiência na gestão econômica 
e financeira da entidade e no controle de bens patrimoniais.
18CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Favero et All (1997, p. 13) fala da função da contabilidade 
e diz que é “analisar, interpretar e registrar os fenômenos que 
ocorrem no patrimônio das pessoas físicas e jurídicas bus-
ca demonstrar a seus usuários, através de relatórios próprios 
(Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das 
Mutações de Patrimônio Líquido ou Demonstração de Lucros 
ou Prejuízos Acumulados, Balanço Patrimonial, Demonstração 
de Origens e Aplicações de Recursos e outros), as informações 
sobre o comportamento dos negócios para a tomada de decisões”.
Noble (1956, p. 08) fala que é “registrar, analisar e clas-
sificar e sintetizar as atividades e os efeitos dessas atividades 
para cada empreendimento comercial”.
Fundamental é sem dúvida a função de fornecer elemen-
tos para a correta gestão do negócio, permitindo tomada de 
decisões eficazes. (Lembrar a diferença: eficiência é fazer bem 
feito; eficácia é fazer o que tem que ser feito, da forma possível 
e no momento certo). (FABRETTI, 1997)
A partir dos autores citados acima podemos então dizer 
que as principais funções da Contabilidade são: registrar, or-
ganizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações 
do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social 
que a empresa exerce no contexto econômico. De uma forma 
resumida podemos explicar cada função assim:
a. Registrar: todos os fatos que ocorrem e podem ser re-
presentados em valor monetário; 
b. Organizar: um sistema de controle adequado à empresa; 
c. Demonstrar: com base nos registros realizados, expor 
periodicamente por meio de demonstrativos, a situação 
econômica, patrimonial e financeira da empresa; 
d. Analisar: os demonstrativos podem ser analisados com 
a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela 
empresa; 
19CONTABILIDADE EMPRESARIAL
e. Acompanhar: a execução dos planos econômicos da em-
presa, prevendo os pagamentos a serem realizados, as 
quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para 
eventuais problemas. 
A atuação da contabilidade é bem ampla. Para entender 
melhor as áreas de sua atuação seguem abaixo de maneira geral 
onde ela pode atuar:
• Contabilidade Fiscal: auxilia na elaboração de infor-
mações para os órgãos fiscalizadores, do qual depende 
todo o planejamento tributário da entidade, basicamente 
serve para atender a legislação fiscal do país, em todas 
as esferas governamentais, municipal, estadual e federal.
• Contabilidade Pública: é o principal instrumento de 
controle e fiscalização que o governo possui sobre todos 
os seus órgãos. Estes estão obrigados à preparação de 
orçamentos que são aprovados oficialmente, devendo a 
Contabilidade pública registrar as transações em função 
deles, atuando como instrumento de acompanhamento 
dos mesmos. A Lei nº 4.320/64, constituindo-se na carta 
magna da legislação financeira do País, determina nor-
mas gerais para a elaboração e controle dos orçamentos 
e balanços públicos. 
• Contabilidade Gerencial: auxilia a administração na 
otimização dos recursos disponíveis na entidade, através 
de um controle adequado do patrimônio, está voltada para 
o processo de gestão da entidade, municiando os gestores 
com informações e dados relevantes e fundamentais para 
uma adequada tomada de decisões. 
• Contabilidade Financeira: elabora e consolida as de-
monstrações contábeis para disponibilizar informações 
aos usuários externos. 
20CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Contabilidade e Auditoria: compreende o exame de 
documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de 
informações, internas e externas, relacionadas com o 
controle do patrimônio, objetivando mensurar a exati-
dão destes registros e das demonstrações contábeis deles 
decorrentes. 
• Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais 
ou extrajudiciais sobre organizações com problemas fi-
nanceiros causados por erros administrativos. 
• Análise Econômica e Financeira de Projetos: elabora 
análises, através dos relatórios contábeis, que devem de-
monstrar a exata situação patrimonial de uma entidade. 
• Contabilidade Ambiental: informa o impacto do fun-
cionamento da entidade no meio ambiente, avaliando 
os possíveis riscos que suas atividades podem causar na 
qualidade de vida local. 
• Contabilidade Atuarial: especializada na Contabilida-
de de empresas de previdência privada e em fundos de 
pensão. 
• Contabilidade Social: informa sobre a influência do fun-
cionamento da entidade na sociedade, sua contribuição na 
agregação de valores e riquezas, além dos custos sociais.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
A primeira profissão regulamentada no Brasil
A contabilidade foi a primeira profissão regulamentada no Brasil. 
Ela surgiu com a criação do ensino comercial, em 1931, viabilizando 
os negócios e acelerando o desenvolvimento econômico. Porém, 
como não existia o curso superior de ciências contábeis, muitos 
profissionais não tinham conhecimentos teóricos e técnicos 
suficientes para detectar os problemas de uma empresa e 
recomendar suas soluções. Visando a solucionar isso, foi criado em 
1945 o curso de Ciências Contábeis, que disponibilizava à sociedade 
um profissional capaz de compreender as questões técnicas, 
científicas e econômicas que determinavam a resolução de tais 
problemas de forma mais eficaz.
Assim, a contabilidade passou a dar mais respaldo aos gestores e 
profissionais de cargos administrativos para proporcionar a “saúde 
financeira” de seus empreendimentos.
(Fonte: http://www.contabeis.com.br/artigos/827/o-contador. Acesso em 20 nov. 2017).
21CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Profissional Contábil
É o profissional que se dedica à atividade contábil. Esse 
profissional, deve possuir um perfil muito diferente daquele 
que ficou conhecido como “guarda-livros”, que simplesmente 
exercia funções burocráticas e fiscais. 
O profissional contábil para o novo milênio é aquele que 
possui características dinâmicas, ou seja, domine a matéria 
técnica, atualizando-se constantemente; esteja aberto às di-
versidades e mudanças; tenha conhecimento sobre tecnologia 
da informação e microinformática; tenha formação multidis-
ciplinar, além de possuir responsabilidade social e ecológica, 
agindo sempre com ética.
Conforme Santos (2014), o profissional contábil precisa se 
adaptar e assumir o papel de gestor da informação e utilizar seus 
métodos para interferir no processo decisório da empresa. A 
gestão de processos e habilidades é imprescindível ao contador, 
pois além de dominar a economia mundial, deverá conhecer 
profundamente o processo de gestão da empresa, tomando 
decisão em um mundo diversificado e interdependente.
Marion (2012), complementa afirmando que, o profissional 
contábil gerencia todo o sistema de informação, os bancos de 
dados que propiciam tomada de decisões tanto dos usuários 
internos como externos. Toda a sociedade espera transparência 
dos Informes Contábeis, resultados não só de competência 
profissional, mas, simultaneamente, de postura ética.
Hoje o mercado, não busca apenas mais um profissional 
responsável apenas por fazer as contas da empresa ou apurar 
seus impostos, mas sim, querem um profissional que saiba de-
senvolver seu trabalho com raciocínio, lógica, planejamento e 
estratégia. O título contabilista se deve ao fato de a profissão, 
ao ser regulamentado pelo Decreto-lei no. 9.295/46 O profis-
sional tem a formação para exercer a contabilidade.Dentre às 
competências a ele relacionadas, pode escolher ser:
22CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Técnico em Contabilidade – São os contabilistas que se 
formam em nível médio, ou seja, nos cursos técnicos de con-
tabilidade.
Contador – São os contabilistas que se formam em nível 
superior, como bacharel em Ciências Contábeis.
Tanto um quanto o outro só poderão exercer a profissão se 
estiverem devidamente registrados em seu Conselho Regional 
de Contabilidade, sob pena de serem punidos por exercício 
ilegal da profissão.
A Contabilidade na Administração das 
Empresas
A necessidade da utilização de ferramentas eficientes e que 
possam resultar em informações integradas sobre a entidade se 
torna cada vez mais imprescindível para os administradores de 
todas as etapas e processos das atividades organizacionais. Ou 
seja, Lunkes (2007, p. 31) relata que o sistema de informação 
“é uma série de elementos ou componentes inter-relacionados 
que coletam (entradas), registram, armazenam (processo) e 
disseminam (saída) os dados e informações e fornecem um 
mecanismo de retroalimentação”.
A Contabilidade possui um vocabulário específico e prin-
cípios fundamentais para registrar as informações contábeis, 
servindo como um instrumento de análise, gerência e decisão, 
utilizando-se das suas demonstrações para o gerenciamento 
e planejamento estratégico das entidades e para informar aos 
administradores a situação econômica – financeira da empresa, 
de modo a auxiliar na tomada de decisões, detectar as melhores 
oportunidades de negócios, possibilitando a obtenção de maior 
lucro e a redução de despesas desnecessárias.
Através dessa troca de informação, o administrador terá 
as informações necessárias para poder atuar com competência 
na execução da atividade operacional.
23CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Usuários das Informações Contábeis
A Contabilidade pode ser considerada como “sistema de 
informação destinado a prover seus usuários de dados para 
ajuda-los a tomar decisões”. (MARION, 2012, p. 27). O au-
tor a partir disso diz que usuário é “qualquer pessoa (física ou 
jurídica) que tenha interesse em conhecer dados (normalmente 
fornecidos pela contabilidade) de uma entidade”. (MARION, 
2012, p. 27).
A coleta (obtenção), o registro e a sumarização da infor-
mação econômica visam fundamentar o processo decisório de 
todas as pessoas relacionadas com as entidades, tais como os 
administradores, os investidores, o Governo, os empregados, 
os financiadores e toda a sociedade, ou seja, aqueles que cons-
tituem os agentes econômicos internos e externos.
De acordo com o objetivo de cada usuário quanto à decisão 
de investimentos ou financiamentos, distribuição de resultados, 
entre outros, existe uma demanda diferenciada de informações 
contábeis. Por esse motivo, podemos dividir os usuários da 
informação do seguinte modo:
Externamente, os maiores interessados são investidores, 
credores e governo. Para os investidores, os relatórios contá-
beis mostram a situação econômico-financeira da empresa, o 
resultado de um determinado período e outras informações, 
tais como os investimentos efetuados e o que lhes cabe em 
termos de dividendos. Evidentemente, essas e outras informa-
ções lhes possibilitam conhecer as vantagens e desvantagens de 
seu investimento e decidir sobre a conveniência de mantê-lo, 
desfazer-se dele ou aumentá-lo.
O interesse dos credores é evidente. São, também, através 
das demonstrações contábeis que eles decidem sobre a con-
veniência de emprestar ou não recursos para as empresas. As 
demonstrações contábeis dão uma boa ideia da capacidade da 
empresa de gerar recursos suficientes para a liquidação de seus 
compromissos nos prazos estabelecidos.
24CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Geralmente, os usuários são classificados como:
a. Internos: são as pessoas internas à entidade (gerentes, 
diretores, administradores, funcionários em geral). Os 
usuários internos usam a contabilidade para ajudar no 
processo de tomada de decisão. Entre as diferentes situ-
ações em que é possível utilizar a contabilidade, citamos 
a situação na qual o administrador está estudando a 
viabilidade de uma filial. Por meio da mensuração do 
resultado pela contabilidade, será possível determinar o 
fechamento (ou não) dessa filial.
b. Externos: são pessoas externas à empresa (acionistas, 
instituições financeiras, fornecedores, governo, sindicatos) 
que utilizam as informações contábeis para o processo 
decisório. Entretanto, ao contrário dos usuários internos, 
o acesso às informações é mais limitado, por possuir me-
nor possibilidade de obter informações sobre a entidade. 
(SILVA, 2007).
A figura a seguir mostra a contabilidade e seus usuários:
A seguir iremos falar um pouco de tipo e perfil dos prin-
cipais usuários das informações contábeis.
• Acionista controlador, sócios e quotistas: São pessoas com 
interesse na rentabilidade e segurança de seus investi-
mentos, que na maioria das vezes se mantêm afastadas da 
direção das empresas. Esse grupo de usuário irá avaliar 
o retorno do capital comparado com o risco, valorização 
da empresa, lucro e dividendos. O controlador observará 
em quantos anos retornará seu dinheiro investido na 
empresa e o desempenho de toda a gestão.
Fornecedores
Investidores
Funcionários
Concorrentes
Governos Outros
Órgãos de Classe
Sindicatos
Bancos
Fonte: Adaptado de Marion (2012) 
25CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Administradores: são os agentes responsáveis pelas toma-
das de decisões dentro de cada entidade a que pertencem. 
Elas são realizadas através de ferramentas de gestão, no 
sentido de atingir o retorno do capital e dos ativos, oti-
mização dos gastos realizados, otimização das decisões 
futuras, lucratividade do mix de produtos e participação 
nos lucros.
• Financiadores: são os bancos, emprestadores de dinheiro, 
capitalistas que tem como principal finalidade é a ren-
tabilidade e segurança de retorno de seus investimentos. 
Portanto a sua preocupação é com a capacidade de pa-
gamento e grau de endividamento.
• Governo e economistas governamentais: são os usuários 
que exercem o poder de tributar e arrecadar impostos, 
taxas e contribuições, além da formulação de diretrizes 
da política econômica e das atividades do Judiciário e de 
agências reguladoras.
• Acionista minoritário: aquele que se preocupa com o 
f luxo regular de dividendos e valorização da empresa.
• Empregados: são usuários internos e eles sabem se a 
empresa tem capacidade de pagamento seus salários e 
se eles têm perspectivas de crescimento da empresa e 
participação nos lucros.
As informações contábeis para os vários tipos de usuários 
possuem duas finalidades:
1. Controle: Além de uma boa gestão pelas informações, 
o controle é fundamental para evitar fraudes, desvios, 
furtos.
2. Planejamento: Através das informações contábeis extraí-
das das Demonstrações Financeiras e relatórios gerenciais, 
traçar planos para o futuro da organização e garantir o 
retorno desejado pelos acionistas.
26CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Objetivos da contabilidade
A contabilidade auxilia no processo de tomada de decisões 
pela administração através de um fluxo contínuo de informações 
sobre os mais variados aspectos da gestão econômico-financeira 
da empresa. De modo geral, essas informações são geradas 
pelo que se convencionou chamar de contabilidade gerencial.
Seu grande produto é o provimento de informações para 
planejamento e controle, evidenciando informações referentes à 
situação patrimonial, econômica e financeira de uma empresa.
A finalidade principal da contabilidade, segundo Marion 
(2012, p. 28) é “permitir a cada grupo principal de usuários 
(pessoa física ou jurídica) a avaliação da situação econômica e 
financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer 
inferências sobre suas tendências futuras”.
Objeto da contabilidade
O Patrimônio é o objeto da contabilidade. De acordo com 
Carneiro (1960, p. 21), “é o patrimônio, sobre o qual se exerce 
a administração econômica, nosentido da sua permanência e 
produtividade, cujo conjunto constitui a azienda”.
Crepaldi (1995, p. 20) diz também que o objeto da conta-
bilidade “é o patrimônio. Tendo como premissa básica o fato 
de o patrimônio empresarial não ser estático, alterando-se a 
cada operação, e sabendo que o volume de transações requer 
um controle próprio”.
Nesse sentido podemos definir patrimônio como “um 
conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma pessoa, ava-
liado em moeda” (RIBEIRO, 2010, p. 15). É sobre ele que se 
exercem as funções contábeis para o alcance de suas finalidades.
27CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A Resolução 774 de 16 de dezembro de 1994 do Con-
selho Federal de Contabilidade (2000, p.30) estabelece que 
“na Contabilidade, o objeto é sempre o patrimônio de uma 
Entidade, definido como um conjunto de bens, direitos e obri-
gações para com terceiros, pertencente a uma pessoa física, a 
um conjunto de pessoas, como ocorre sociedades informais, 
ou a uma sociedade ou instituição de qualquer natureza, in-
dependentemente da sua finalidade, que pode, ou não, incluir 
lucro”. Na verdade, o patrimônio é estudado em seus aspectos 
qualitativos e quantitativos, e a própria Resolução refere que, 
por aspecto qualitativo do patrimônio, entende-se a natureza 
dos elementos que o compõem, como dinheiro, valores a re-
ceber, ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoques de 
materiais ou de mercadorias, etc.
Regimes contábeis 
Iudícibus (2010), destaca que para se garantir com emba-
samento seguro na tomada de decisões, a contabilidade se vale 
dos chamados Regimes Contábeis.
A Contabilidade, para registrar os fatos contábeis, utiliza-
-se da escrituração, que pode ser processada por dois regimes 
distintos:
• Regime de Caixa
• Regime de Competência
Regime de competência
O regime de competência é adotado pela Contabilidade 
das empresas, visando a dotá-las de uma fiel expressão mo-
netária de todos os seus Bens, Direitos e Obrigações repre-
sentativas da Estrutura Patrimonial. A adoção desse regime é 
consubstanciada na Lei das SAs. Lei 6.404/76, em seu artigo 
177, e no & 1º do artigo 187. Por esse regime, as receitas e os 
rendimentos ganhos no período, independentemente de seu 
28CONTABILIDADE EMPRESARIAL
recebimento, serão lançadas no momento em que incorrem. 
Os custos e despesas independem do seu pagamento, deverão 
ser reconhecidos pelo regime de competência (no dia e mês 
que acontecerem e não pelo seu pagamento).
O Regime de Competência estabelece que as receitas e 
gastos sejam contabilizados como tais no período da ocorrência 
do seu fato gerador, não quando são recebidos ou pagos.
Regime de caixa
O regime de Caixa consiste, assim, em classificar e reco-
nhecer operações de uma pessoa jurídica pelo efetivo Ingresso 
e Desembolso de Bens Numerários. Mais precisamente, sua 
adoção está, a rigor, voltada ao Fluxo Financeiro, ou FLUXO 
DE CAIXA de seu empreendimento.
O princípio da Competência dos Exercícios determina o 
Regime de Competência para escrituração contábil no Brasil. 
Outro princípio, fundamental na gestão é o Princípio da En-
tidade. Esse princípio determina que o Patrimônio da empresa 
não se confunda com o Patrimônio dos sócios.
A revisão dos conceitos apresentados neste capítulo funda-
menta as bases para e entendimento da contabilidade e permite 
ao interessado a compreensão dos próximos capítulos que serão 
apresentados. 
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Para se conhecer o resultado de um exercício, é preciso 
confrontar o total das despesas com o total das receitas 
correspondentes ao respectivo exercício. É o regime contábil 
a ser adotado que definirá que despesas e receitas deverão 
ser consi Assim, são dois os regimes contábeis conhecidos 
que disciplinam a apuração do Resultado do Exercício: 
Regime de Caixa e Regime de Competência.
Regime de Caixa
Na apuração do resultado do Exercício devem ser 
consideradas todas as despesas pagas e as receitas 
recebidas no respectivo exercício, independentemente da 
29CONTABILIDADE EMPRESARIAL
data da ocorrência de seus fatos geradores. Em outras 
palavras, por esse regime somente entrarão na apuração do 
resultado as despesas e as receitas que passaram pelo Caixa.
O Regime de Caixa somente é admissível em entidades sem 
fins lucrativos, em que os conceitos de receita de despesa 
se identificam, algumas vezes, com os de recebimento e 
pagamento.
Regime de Competência
Desse regime decorre o Princípio da Competência de 
Exercícios, e por ele serão consideradas, na apuração do /
resultado do Exercício, as despesas incorridas e as receitas 
realizadas no respectivo exercício, tenham ou não sido pagas 
ou recebidas.
De acordo com esse regime, não importa se as despesas ou 
receitas passaram pelo Caixa (pagas ou recebidas); o que 
vale é a data da ocorrência dos respectivos fatos geradores.
Nas entidades com fins lucrativos – empresas - são 
fundamentais os conceitos de custo e de receita, que 
envolvem o regime de competência, pois a elas não importa 
o que foi pago ou recebido, mas o que foi consumido e 
recuperado para apuração do resultado do exercício.
(Fonte: http://prosgi.com.br/Regimes/Regimes.htm. Acesso em 30 nov. 2017)
30CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Síntese
Nessa unidade entendemos é o que a contabilidade, seu 
conceito, quem a utiliza, de que de forma ela é aplicada no 
nosso dia a dia, seu objeto e objetivo e o papel do contabilis-
ta. Descobrimos que contabilidade é a ciência que estuda e 
controla o patrimônio das empresas, por fim compreendemos 
que existem dois regimes contábeis, o regime de caixa e o de 
competência.
31CONTABILIDADE EMPRESARIAL
ATIVIDADES
1) O que é Contabilidade?
2) Como poderá ser constituído o Capital Inicial de uma 
empresa?
3) Quais são as operações mais comuns que provocam 
movimentação no Patrimônio da empresa?
4) O principal objetivo da empresa é:
( ) prestar serviço à coletividade.
( ) vender Mercadorias.
( ) pagar impostos.
( ) avaliar a situação financeira da entidade.
5) São usuários da Contabilidade:
( ) Fornecedores, Clientes e estoques.
( ) Dinheiro, bancos e Governo.
( ) Mercadorias, Patrimônios e empresas.
( ) Fornecedores, Clientes, bancos, administradores.
6) Uma característica do Regime de Competência é: 
( ) Recebimento de Receita.
( ) Saída de dinheiro do caixa.
( ) Pagamento de Despesa.
( ) Consumo de Despesa.
7) Regime de Competência é aceito: 
( ) Somente pelo fisco.
( ) Somente pelos contabilistas.
( ) Pelo fisco e pelos contabilistas.
( ) É optativo.
8) A empresa vendeu $ 15 milhões, só recebendo $ 5 milhões; 
teve como despesa do resultado $ 12 milhões, só pagando $ 1 
milhão. Os resultados pelos Regimes de Competência e Caixa 
são, respetivamente: 
( ) 3.000.000 e 4.000.000. 
( ) 4.000.000 e 5.000.000. 
( ) 5.000.000 e 6.000.000. 
( ) 5.000.000 e 1.000.000.
32CONTABILIDADE EMPRESARIAL
NORMAS 
BRASILEIRAS DE 
CONTABILIDADE 
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) 
constituem-se num conjunto de regras e 
procedimentos de conduta que devem ser 
observados como requisitos para o exercício 
da profissão contábil, bem como os conceitos 
doutrinários, princípios, estrutura técnica e 
procedimentos a serem aplicados na realização 
dos trabalhos previstos nas normas aprovadas por 
resolução emitidas pelo CFC.
Nesta segunda unidade, serão trabalhados os princípios de 
Contabilidade e Normas Brasileiras, conceituando-as, também 
abordaremos os aspectos da estrutura conceitual básica de 
Contabilidade. Será ampliado o estudo sobre o patrimônio, 
demonstrando como ele é estruturado e avaliado dentro da 
contabilidade.
33CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Princípios de contabilidade e normas 
brasileiras de contabilidade
Os Princípios Contábeis do Brasil foram estabelecidos 
pelo Conselho Federal de Contabilidade pela resolução CFC 
750/93 e aperfeiçoados pela resolução CFF 774/94.
Os Princípios Contábeis são as premissas básicas acerca 
dos fenômenos e eventos contempladospela Contabilidade. O 
principal campo de atuação da Contabilidade é constituído pelas 
empresas e procura captar e evidenciar as variações ocorridas 
na estrutura patrimonial e financeira, em face das decisões da 
administração e também das variações exógenas que escapam 
ao controle e ao poder de decisão da administração. No âmbito 
dessa realidade, o observador analisa as características do siste-
ma e chega a certas conclusões quanto ao seu funcionamento. 
Tais conclusões, se aceitas pela classe contábil, tornam-se os 
princípios, que têm a incumbência de proceder a uma nova 
análise da situação e modificar, adaptar ou mesmo substituir 
os princípios originais.
Um princípio para ser considerado como aceito deverá ser 
considerado praticável e objetivo pelo consenso profissional e 
deve ser considerado útil, ou seja, deverá ter vencido o teste da 
praticabilidade (relação custo x benefício).
O importante é salientar que a observância dos Princípios 
Contábeis é obrigatória no exercício da profissão e constitui 
condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Conta-
bilidade.
Para entendermos melhor os princípios, vamos classificá-los 
em três categorias, os quais são elas:
• Princípios Contábeis: constituem o núcleo central da 
estrutura contábil, delimitam como a profissão irá se 
posicionar diante da realidade social, econômica e ins-
titucional admitida pelos postulados.
• Restrições aos princípios contábeis fundamentais - Con-
venções: determinam certos condicionamentos de apli-
cação, numa ou noutra situação prática.
34CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Postulados ambientais da contabilidade: anunciam con-
dições sociais, econômicas e institucionais dentro das 
quais a Contabilidade atua, embasando-a para assumir 
esta ou aquela postura diante de um fato. Sendo que 
todas as categorias se complementam.
Os Princípios Fundamentais da Contabilidade
Os princípios fundamentais da Contabilidade são:
Princípio da Entidade: Conforme menciona o Artigo 
4º da Resolução 750/93, o Princípio da Entidade reconhece 
o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a au-
tonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um 
Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, 
independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de 
pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou 
finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nessa 
acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus 
sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Ou 
seja, o patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é 
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios não 
resulta em uma nova Entidade, mas numa unidade de natureza 
econômica-contábil.
Reconhece o patrimônio como objetivo da contabilidade.
Princípio da Continuidade: Os procedimentos de conta-
bilização dos fatos que ocorrem nas empresas devem sempre 
considerar a continuação das atividades por período indeter-
minado, exceto se houver evidência em contrário.
Conforme dispõe o Artigo 5º da Resolução 750/93 do 
CFC, a continuidade ou não da Entidade, bem como, sua 
vida definida ou provável, devem ser consideradas quando as 
classificações e avaliação das mutações patrimoniais, quanti-
tativas e qualitativas.
35CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A continuidade inf luencia o valor econômico dos ativos 
e, em muitos casos, o valor ou o vencimento dos passivos, 
especialmente quando a extinção da Entidade tem prazo de-
terminado, previsto ou previsível.
A observância do Princípio da continuidade é indispensável 
à correta aplicação do Princípio da competência, por efeito de 
se relacionar diretamente à quantificação dos componentes 
patrimoniais, à formação do resultado e de constituir dado im-
portante para aferir a capacidade futura de geração de resultado.
São as diferenças as situações pelas quais passam o patri-
mônio. A continuidade da contabilidade é um aspecto a ser 
observado cuidadosamente para que se tenha um controle da 
situação. Mutação do patrimônio quantitativamente ou qua-
litativamente.
Princípio da Oportunidade: Conforme enunciado no Ar-
tigo 6º da Resolução 750/93 do CFC, é a exigência do registro 
e do relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de 
uma empresa quando elas ocorrem. O princípio da Oportuni-
dade é a base indispensável à fidedignidade das informações 
sobre o patrimônio das empresas. Esse princípio se refere si-
multaneamente à tempestividade e à integração do registro do 
patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja 
feito de imediato e com a extensão correta, independentemente 
das causas que as originam.
Princípio da Competência: As receitas e despesas devem 
ser incluídas na apuração de resultado do período em que 
ocorrem, sempre simultaneamente, quando se correlacionam, 
independentemente de recebimento ou pagamento.
As receitas de um exercício são aquelas ganhas nesse pe-
ríodo, não importando se tenham sido recebidas ou não. Os 
gastos de um exercício são aqueles incorridos nesse período, 
não importando se tenham sido pagos ou não. Ou seja, os 
fatos que acontecem na empresa são contabilizados na data 
36CONTABILIDADE EMPRESARIAL
a que se referem, independente do seu efetivo pagamento ou 
recebimento financeiro.
Princípio do Registro pelo Valor Original: Quanto ao 
art. 7º da Resolução 750/93, os componentes do patrimônio 
devem ser registrados pelos fatores originais das transações, 
expressos o valor presente na moeda do País. Isso é, a avalia-
ção dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos 
valores de entrada.
Do Denominar Comum Monetário: está assentado em 
duas disposições básicas:
a. a unidade de medida contábil é a moeda, no caso do Brasil, 
atualmente o Real. Dessa forma, só serão registráveis os 
fatos mensuráveis em valor monetário.
b. a unidade monetária é homogênea no tempo, ou seja, a 
Contabilidade não reconhece, ou só reconhece parcial-
mente, em alguns casos, as variações do poder aquisitivo 
da moeda.
Normas Brasileiras de Contabilidade
Segundo o CFC (Conselho Federal de Contabilidade), as 
normas brasileiras de contabilidade (NBC) e a sua importância 
são de aderir e conhecer o básico das normas nacionais de con-
tabilidade, que é a base para estar em dia e fugir de eventuais 
penalidades fiscais.
Conhecido pela sigla CFC, esse conselho tem o intuito 
de orientar, normatizar e fiscalizar as atividades contábeis, 
associando-se aos conselhos regionais que se ocupam de ques-
tões locais. Essa entidade pública é responsável pelas normas 
nacionais referentes ao tema e também por garantir que os 
padrões brasileiros estejam em consonância com os padrões 
utilizados internacionalmente.
Para que a empresa tenha um desempenho financeiro 
sólido, é preciso estar em dia com as questões contábeis exi-
gidas em cada caso, evitando os problemas burocráticos e as 
37CONTABILIDADE EMPRESARIAL
penalidades associadas – estas podem realmente botar a perder 
todos os bons resultados que você obteve (ou está obtendo) 
na produção ou venda de um produto ou serviço. É claro que 
os pormenores do assunto ficam a cargo de seu contador ou 
da empresa contratada especificamente para a atividade, mas 
convém ter uma noção básica sobre o tema para não ficar no 
escuro nesse quesito.
A contabilidade, ciência social, que se aprofunda no pa-
trimônio de entidades dos diversos tipos, é responsável pelo 
registro de questões econômico-financeiras de sua empresa. 
Com base nesses dados, são feitas as escriturações, demonstra-
ções, auditorias e análises que ajudam a aprimorar e ter maior 
controle sobre o desenvolvimento de suas atividades.
Portanto, as normas brasileiras de contabilidade são um 
conjunto de regras e procedimentos que devem ser observa-
dos no exercício dessa função, além de outras determinações 
e conceitos que devem ser aplicados nos trabalhos previstos, 
conforme estipulado pelo CFC. Alinhadas às normas emitidas 
pelo Conselho Internacional de Padrões de Contabilidade (o 
IASB,na sigla em inglês), elas compreendem ainda as inter-
pretações e comunicados técnicos locais e podem ser aplicadas 
a aspectos profissionais ou técnicos.
Divididas de acordo com as funções contábeis, as normas 
podem ser gerais (válidas a todos os profissionais da área) ou 
destinadas aos diferentes tipos de atuação profissional: auditores 
independentes, auditores internos e peritos contábeis.
As normas, por sua vez, se dividem em completas, simpli-
ficadas ou específicas. As completas são aquelas que se baseiam 
nos documentos do CPC (Comitê de Pronunciamentos Con-
tábeis), numeradas de 00 a 999; as simplificadas se destinam 
às empresas de pequeno e médio porte a partir também dos 
pronunciamentos do CPC e das instruções e comunicados do 
CPC, e são numeradas de 1000 a 1999; enquanto as normas 
específicas se destinam a entidades, atividades e assuntos que 
fogem às regras gerais.
38CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Cada uma das diferentes implicações contábeis também 
conta com normas específicas, atingindo as seguintes ativida-
des: setor público, auditoria de informações históricas, revisão 
de informações, asseguração de informações não históricas, 
serviços correlatos, auditoria interna, perícia e auditorias gover-
namentais. Como é possível verificar, a contabilidade é mesmo 
uma ciência que carrega complexidades bastante pontuais e 
que merece todo o cuidado e estudo por parte de profissionais 
especializados para ser corretamente aplicada à realidade de 
sua empresa.
Interpretações e comunicados técnicos
As interpretações técnicas têm o intuito de esclarecer a 
aplicação das NBC, estabelecendo as regras e procedimentos 
que devem ser seguidos em situações específicas, mas sem 
alterar as disposições das normas. Já os comunicados técnicos 
servem para esclarecer assuntos contábeis e estabelecer também 
as regras e procedimentos pertinentes, levando em conta os in-
teresses da área e as demandas da sociedade à que se destinam. 
A contabilidade é, portanto, uma grande área do conhe-
cimento e, ao mesmo tempo, uma ciência de aplicação prática 
bastante notável. É importante o empreendedor ter essa noção 
para evitar se aventurar, sem o devido preparo e/ou orientação, 
a lidar com as questões contábeis de sua empresa.
39CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Aspectos sobre a estrutura básica da 
contabilidade
 A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade, defini-
da pelo CFC, representa um estudo profundo doutrinário sobre 
a estrutura para elaboração das demonstrações contábeis, elas 
são as bases dos relatórios contábeis que servem de subsídios 
para os contabilistas e gestores tomarem as decisões sobre os 
seus negócios.
 As Demonstrações Contábeis são:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do Resultado do Exercício;
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
• Demonstração do Valor Adicionado;
• Demonstração do Fluxo de Caixa;
• Notas Explicativas e quadros Complementares.
Nas Demonstrações Contábeis não se incluem:
• Relatório da Administração;
• Análises Gerenciais;
• Relatórios do Presidente.
A Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade possui 
características qualitativas das demonstrações contábeis, que 
são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis 
para os usuários, que são:
• Compreensibilidade – entendimento da informação pelo 
usuário;
• Relevância – quando podem influenciar as decisões eco-
nômicas dos usuários;
• Materialidade – é material se sua omissão ou distorção 
puder inf luenciar as decisões econômicas dos usuários 
40CONTABILIDADE EMPRESARIAL
(Estoque agrupado, Contas a Receber);
• Confiabilidade – informação confiável, livre de viés 
(contingências);
• Representação Adequada – a informação deve representar 
adequadamente as transações e outros eventos que 
ela diz representar;
• Primazia da Essência sobre a Forma – as transações e 
eventos devem ser contabilizados e apresentados de acordo 
com a sua substância econômica, e não meramente sua 
forma legal (venda com compromisso de recompra);
• Neutralidade – a informação deve ser imparcial, neutra 
(sem viés);
• Prudência – consiste num certo grau de precaução 
das demonstrações contábeis:
• Ativos e Receitas não são superestimados;
• Passivos e Despesas – Não sejam subestimados;
• Não se permite: criação de reservas ocultas (pro-
visões excessivas); subavaliação de liberada de ativos 
ou receitas, a superavaliação deliberada de passivos ou 
despesas, pois assim as demonstrações deixariam de ser 
neutras e, portanto, não seriam confiáveis.
• Comparabilidade – os usuários podem comparar 
as demonstrações contábeis de uma entidade ao longo 
do tempo, a fim de identificar na sua posição patrimo-
nial e financeira e no seu desempenho, mensuração de 
modo consistente;
• Limitações na Relevância e na Confiabili-
dade das Informações Tempestividade – quando 
há demora na divulgação da informação, é possível 
que ela perca a relevância;
• Equilíbrio entre Custo e Benefício – os benefícios decor-
rentes da informação devem exceder o custo de produzi-la;
41CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Equilíbrio entre Características Qualitativas – é necessá-
rio um balanceamento entre as características qualitativas;
• Visão Verdadeira e Apropriada.
Patrimônio
No capítulo 1 falamos que o objeto da Contabilidade é o 
patrimônio, aqui iremos ampliar esse assunto. Segundo Ribeiro 
(2010), o Patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obri-
gações de uma pessoa física ou jurídica, avaliado em moeda. 
Sendo assim, podemos imaginar o Patrimônio de uma empresa 
ou de uma pessoa física como sendo:
Podemos classificar pessoa física e pessoa jurídica da se-
guinte forma:
Pessoa Física: é o homem em si, a pessoa natural, o cida-
dão, cada um de nós.
Pessoa jurídica: é a empresa, entidade, firma, formada por 
pessoas físicas ou jurídicas, com ou sem fins lucrativos.
Bens
 São todas as coisas suscetíveis de avaliação monetária, que 
têm a qualidade de satisfazer às necessidades humanas. São de 
boa duração e pertencem ao titular do Patrimônio.
Segundo Ribeiro (2000, p. 15), são todas as coisas capazes 
de satisfazer às necessidades humanas e suscetíveis de avaliação 
econômica.
Patrimônio= bens, direitos e obrigações
42CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Os bens podem ser classificados em:
• Tangíveis: têm como característica básica sua própria 
existência como coisa útil, independentemente do meio 
em que se situam. São bens materiais.
Exemplo: veículo pertencente à empresa.
Classificamos também os imóveis, os maquinários, as 
matérias-primas, etc., como bens tangíveis que integram o 
patrimônio de uma pessoa física ou jurídica.
• Intangíveis: a principal característica de um bem in-
tangível é sua existência como coisa, sendo ele um bem 
imaterial, pois ele não possui matéria mais assume um 
valor no contexto do Patrimônio da empresa ou entidade.
Exemplo: Marcas e patentes. (Marca da empresa, Apple)
Direitos
São créditos que o titular do Patrimônio possui perante 
terceiros. São os valores representados por títulos de créditos, 
podendo citar esses direitos como todos os valores que o ti-
tular possui em mãos de terceiros tendo o direito a recebê-los 
posteriormente.
Segundo Ribeiro (2000, p. 17) constituem direitos para 
a empresa todos os valores que ela tem a receber de terceiros 
(clientes e inquilinos).
Exemplo: Duplicatas a receber de clientes.
Nos meios comerciais, são muito usadas tanto a expressão 
Bens materiais como Bens tangíveis (ambas com o mesmo 
significado); o mesmo ocorre para as expressões Bens 
imateriais e Bens intangíveis.
43CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Obrigações
São as dívidas que o titular do Patrimônio possui para 
com terceiros, ou seja, os compromissos assumidos por ele para 
liquidar em determinado período.
Conforme Ribeiro (2010, p. 18), constituem obrigações 
para a empresa todos os valores que ela tem a pagar para ter-
ceiros (fornecedores, proprietários de imóveis, empregados,Governo, bancos e etc.).
Exemplo: duplicatas a pagar a fornecedores.
Assim como qualquer pessoa física, uma pessoa jurídica 
também tem seus bens, direitos e obrigações. A contabilidade, 
em síntese, equaciona esses três fatores de modo a demonstrar 
a posição do patrimônio e das finanças de uma empresa.
A partir dessa equação e considerando que uma empresa 
pode ser caracterizada como um conglomerado de recursos 
econômicos (representados por bens e direitos), obtidos pela 
aplicação de fundos que foram fornecidos por seus proprietá-
rios e por terceiros, poderíamos representá-la graficamente da 
seguinte maneira:
No desempenho de suas atividades, as pessoas jurídicas 
podem contar com recursos provenientes de duas origens ou 
fontes: próprios e de terceiros.
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo + PL
Bens
Máquinas
Veículos
Estoque
Dinheiro
Obrigações
(Capital de Terceiros)
Direitos
Títulos a receber
Depósitos em bancos
Patrimônio Líquido
(Capital Próprio)
44CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Recursos próprios: Trata-se do capital social inicial, que 
representa recursos próprios.
Recursos de Terceiros: A empresa utiliza recursos de ter-
ceiros, oriundos de empréstimos e financiamentos.
Exemplo:
Duas pessoas resolvem constituir uma empresa com Ca-
pital Social de R$ 40.000,00 em dinheiro. Para iniciar suas 
atividades foi necessário investir em bens imobilizados como 
móveis e utensílios no valor de R$ 10.000,00 adquiridos à vista 
e um veículo no valor de R$ 20.000,00, adquirido a prazo.
Com base nos dados acima, podemos elaborar o Balanço 
Patrimonial da empresa:
Assim, a equação patrimonial, que é a base da Contabili-
dade, na linguagem contábil, fica da seguinte forma:
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicação de recursos) PASSIVO (origem dos recursos)
Bens Obrigações (Capital de Terceiros)
Caixa 
30.000,00
Fornecedores
20.000,00
Móveis e Utensílios 
10.000,00
Patrimônio Líquido
(Capital Próprio)
Veiculos 
20.000,00
Capital Social
40.000,00
Direitos
Total do Ativo 
60.000,00
Total do Passivo
60.000,00
(BENS + DIREITOS) = OBRIGAÇÕES
OU
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO
45CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Para medir a riqueza de uma empresa não avaliamos ape-
nas por seus bens (máquinas, mobiliário, prédios, veículos). 
Muitas vezes, essa empresa pode ter dívidas (valores a pagar) 
com fornecedores, bancos, governo e quaisquer outros terceiros 
que superam o valor de seus bens e, nesse caso, não há riqueza 
líquida.
Uma informação fundamental apresentada pela Contabili-
dade é a avaliação do patrimônio da empresa e a quantificação 
de sua variação ao longo dos anos. De forma sintética, pode-se 
dizer que Balanço Patrimonial é formado por três componentes, 
a saber, Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
Segundo Costa (2010, p. 54), o Patrimônio Líquido é a 
diferença algébrica entre o Ativo e o Passivo, e corresponde ao 
montante pertencente aos sócios ou proprietários da empresa. 
Ou seja, a posição financeira é refletida pela relação entre estes. 
O termo Balanço indica o equilíbrio entre eles, como pode ser 
demonstrado pela equação:
Componentes Patrimoniais
Ativo
Entende-se por ATIVO a aplicação de recursos da qual 
se espera a geração de benefícios econômicos futuros. Pode-se 
dizer, também, que o Ativo representa, de forma estática, os 
bens e os direitos da entidade, ou seja, tudo o que a empresa 
possui aplicado de recursos, quer em giro ou em capitais fixos. 
Ou seja, são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, 
avaliáveis em dinheiro, que representam benefícios presentes 
ou futuros para a empresa.
O termo ATIVO significa valores que estão sendo usados 
para aplicações nas atividades da empresa (Bens, Direitos)
ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
ou
ATIVO ( - ) PASSIVO = PATRIMÔNIO LÍQUIDO
46CONTABILIDADE EMPRESARIAL
O Ativo aumenta de valor pelo reconhecimento contábil 
de uma receita, pela obtenção de recursos com terceiros ou 
com sócios da entidade, ou pela venda de um outro ativo com 
lucro. Resumindo, ativo é onde são aplicados os recursos de 
uma empresa.
O pronunciamento Conceitual básico divulgado pelo Co-
mitê de Pronunciamentos Contábeis tem a seguinte definição 
para ATIVO:
“ATIVO é um recurso controlado pela entidade como re-
sultado de eventos passados e do qual se espera que resultem 
futuros benefícios econômicos para a entidade. Repare-se que 
a figura do controle (e não da propriedade formal) e a dos 
futuros benefícios econômicos esperados são essenciais para o 
reconhecimento de um ativo. Se não houver a expectativa de 
contribuição futura, direta ou indireta, ao caixa da empresa, 
não existe o ativo”.
Passivo
Passivo é uma obrigação presente da decorridos, cuja liqui-
dação se espera que resulte em benefícios econômicos. Entidade, 
derivada de eventos já saída de recursos capazes de gerar em 
benefícios econômicos.
Entende-se por Passivo a origem de recursos financiados 
por terceiros, além das obrigações assumidas pela entidade 
que exigirão desembolso de recursos no futuro, ou seja, contas 
a pagar, salários a pagar, impostos a pagar, entre outros. São 
as dívidas da empresa para com terceiros (Fornecedores). A 
maioria das contas do Passivo é identificada pela expressão: 
“a pagar” ou “a recolher”.
O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, quando a dívida 
vencer será exigida (reclamada) a sua liquidação. Por isso, é mais 
adequado denominá-la de Passivo Exigível. As dívidas são de 
curto prazo (até 12 meses) e longo prazo (acima de 12 meses).
47CONTABILIDADE EMPRESARIAL
O lado do Passivo, tanto Capital de Terceiros (Passivo Exi-
gível) como Capital Próprio (Patrimônio Líquido), representa 
toda a fonte de recursos, toda a origem de capital. Nenhum 
recurso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio 
Líquido.
O Passivo aumenta de valor pela captação de um empréstimo 
ou financiamento, pela compra a prazo de um ativo ou pelo 
reconhecimento contábil de uma despesa ainda não paga. Por 
outro lado, o Passivo diminui de valor pelo efetivo pagamento 
ou pelo reconhecimento contábil de uma receita que havia sido 
recebida antecipadamente, como um adiantamento de clientes.
Do confronto entre o total do ativo e o total do passivo, 
surge o patrimônio líquido, igualando os valores dos dois lados 
do gráfico patrimonial, ou seja, demonstra a diferença entre 
os valores do Ativo (bens e direitos) e do Passivo (obrigações). 
O Patrimônio Líquido aparece no Balanço Patrimonial como 
parte integrante do passivo e indica o valor líquido da empre-
sa. O Patrimônio Líquido é o valor dos recursos próprios da 
empresa, que poderia ser exigido apenas pelos sócios, porém 
sendo estes os proprietários do empreendimento.
Situações líquidas patrimoniais
O Patrimônio Líquido é também chamado de Situação 
Líquida Patrimonial e representa a verdadeira riqueza patrimo-
nial. Pode ser modificada com o aumento de capital ou com a 
incorporação de lucros ou prejuízos no exercício. Logicamente, 
se houver prejuízo, a situação líquida diminuirá, podendo ficar 
até negativa.
A estática patrimonial é representada pelo Balanço Pa-
trimonial, cuja definição será vista adiante e que agrega o 
conjunto de bens, direitos e obrigações de uma empresa em 
determinada data.
48CONTABILIDADE EMPRESARIAL
O Balanço Patrimonial mostra uma situação de equilíbrio 
onde:
O total do ATIVO é igual ao total do PASSIVO (ou 
Passivo + Patrimônio Líquido). Temos, por conseguinte, três 
conceitos envolvidos na Estática Patrimonial:
a. ATIVO – onde são aplicados os recursos econômicos/
financeiros da empresa, em Bens e Direitos;
b. PASSIVO (PASSIVO) – origem de recursos de terceiros 
aplicados no ATIVO. Esses recursos assumem o caráter 
de obrigações (dívidas), pois são exigidos por terceiros 
nas datas de vencimento.
c. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - origem de recursos dos 
proprietários, sócios ou acionistas, aplicados no ATIVO. 
Compreendea parcela não exigível do PASSIVO (ou 
parcela de recursos próprios da empresa).
A Estática Patrimonial pode, então, assumir três situações 
distintas:
1. se ATIVO > OBRIGAÇÕES, então PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO > 0;
2. se ATIVO < OBRIGAÇÕES, então PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO < 0;
3. se ATIVO = OBRIGAÇÕES, então PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO = 0
Evidentemente, uma empresa operando em condições nor-
mais, deverá se apresentar, em termos de patrimônio, na situação 
da equação “1” e, na medida que se aproxima da situação “3”, 
mostra evidência de deterioração da sua capacidade econômica, 
financeira e patrimonial. A posição “2” coloca a empresa em 
condição falimentar ou pré-falimentar.
49CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Contas: conceito e classificação das contas
O registro contábil tem por finalidade “guardar memória” 
do fenômeno patrimonial que aconteceu ou que poderá aconte-
cer. Ou seja, registra o dia a dia, separando os fatos em contas 
que os reúnem (bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido) 
e em elementos de resultado (despesas e receitas).
Contas
Ribeiro (2010, p. 47) define contas dizendo que “é o nome 
técnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, 
Obrigações e Patrimônio Líquido) e aos componentes do re-
sultado (Despesas e Receitas).” A finalidade é facilitar a escri-
turação, uniformizando os fatos contábeis da mesma natureza 
em um só título. Classificam-se em Contas Patrimoniais e 
Contas de Resultado.
50CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Contas Patrimoniais
Dividem-se em Ativas e Passivas e são elas que representam o Patrimônio da empresa e a situação líquida (Patrimônio Lí-
quido) num dado momento, através do Balanço Patrimonial. Até agora nos referimos aos componentes patrimoniais, utilizando 
a expressão ‘elementos’. Agora esses elementos terão títulos próprios e serão chamados de contas. Assim, por exemplo:
Elementos patrimoniais Nome da conta (título a ser utilizado
Dinheiro Caixa
Valores a receber referentes a vendas a prazo. Duplicatas a Receber ou Clientes.
Valores a receber referentes a empréstimos concedidos. Empréstimos a Receber.
Carros, motos, caminhões Veículos
Valores a pagar referentes a compras a prazo. Duplicatas a Pagar ou Fornecedores.
Valores a receber referentes a empréstimos obtidos de pessoas físicas 
ou bancos. Empréstimos a Pagar ou Empréstimos Bancários.
Depósitos bancários Bancos C/ Movimento.
Capital Capital Social
Mercadorias para venda. Estoque de Mercadorias, Mercadorias em Estoque, Estoque ou Mercadorias.
Impostos e contribuições a serem pagos. Impostos a Recolher (ICMS a Recolher, FGTS a recolher, INSS a recolher etc.).
51CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Contas de Resultado
As contas de resultado se dividem em Contas de Despesas 
e Contas de Receitas. As Contas de Resultado não aparecem 
no Balanço Patrimonial, mas são elas que permitem apurar o 
resultado do exercício social (um ano de atividade da empresa), 
que pode ser lucro ou prejuízo.
O resultado deriva do confronto das receitas com as des-
pesas e, consequentemente, poderá ser positivo (Lucro), se as 
receitas forem maiores que as despesas, ou negativo, prejuízo, 
se as receitas forem menores do que as despesas. No caso de 
lucro, representa a riqueza gerada pela empresa durante de-
terminado período de tempo, que pertence aos acionistas da 
entidade. Quando uma empresa incorre em prejuízo, ocorre 
uma destruição da riqueza dos acionistas.
Os conceitos de Criação de Valor ao Acionista ou Des-
truição de Valor ao Acionista devem estar bem presentes na 
gestão de qualquer empresa.
Durante a Apuração do Resultado do Exercício (ARE), as 
contas de resultado vão encerrando seus saldos, o que significa 
que as contas de despesas e de receitas ‘aparecem’ durante o 
exercício social e ‘encerram-se’ na apuração do resultado. Essa 
apuração será vista logo adiante.
52CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Contas de Despesas
São todos os gastos ou perdas da empresa, desde que não se 
refiram à aquisição de Bens e nem a pagamento de Obrigações 
já registradas no Balanço Patrimonial. As despesas fazem di-
minuir o lucro da empresa (ou aumentar o seu prejuízo, se for o 
caso). As despesas têm, por finalidade, a obtenção de receitas.
Pelo título dado à conta, identifica-se o tipo de despesa. 
Exemplos:
• Água e Esgoto
• Aluguéis Pagos ou Despesas com Alugueis
• Café e Lanches
• Descontos Concedidos
• Salários
• Material de Escritório (ou Material de Expediente)
• Despesas Bancárias
• Impostos
• Custo das Mercadorias Vendidas
As despesas estão divididas em operacionais e não ope-
racionais.
a. Despesas Operacionais
Representam os gastos ou perdas da empresa devido às 
suas operações normais, conforme o ramo de atividade. As 
despesas operacionais se classificam como Administrativas, 
de Vendas e Financeiras.
• Despesas Administrativas: são os gastos ou perdas re-
ferentes às operações da administração (aluguel, água, 
luz, telefone, salários, impostos, encargos sociais etc.).
53CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Despesas de Vendas (ou comerciais): são aqueles refe-
rentes às operações efetuadas para alavancar as vendas 
e fazer com que a mercadoria seja colocada nas mãos do 
cliente (propaganda, despesas de viagens e comissões 
dos vendedores são as mais comuns).
• Despesas Financeiras: São aqueles referentes aos juros 
pagos, descontos concedidos e às despesas bancárias 
(tarifas diversas).
b. Despesas não operacionais
São os gastos ou perdas que não decorrem das operações 
normais da empresa (como por exemplo, perda na venda de 
bens de uso).
Contas de Receitas
São todos os ganhos da empresa, desde que não se refiram a 
recebimentos de Direitos já registrados no Balanço Patrimonial 
e nem da venda dos Bens pelo preço de custo. As receitas fazem 
aumentar o lucro da empresa (ou diminuir seu prejuízo, se for 
o caso). Existem em menor número que as despesas, sendo as 
mais comuns representadas pelas seguintes contas:
• Vendas de Mercadorias
• Receitas de Serviços
• Aluguéis Recebidos ou Receitas de Aluguéis (ou ainda 
Aluguéis Ativos*)
• Descontos Obtidos
• Juros Recebidos ou Receitas de Juros (ou ainda Juros 
Ativos*)
• Lucro na Venda de Bens de Uso etc.
54CONTABILIDADE EMPRESARIAL
*Observação importante: Os termos Ativos, no caso das 
receitas, significa qualidade de ser positivo para a empresa e 
não que pertence ao Ativo do Balanço Patrimonial.
As receitas também se dividem em operacionais e não 
operacionais.
A. Receitas Operacionais
Representam os ganhos da empresa devido às suas opera-
ções normais, conforme o ramo de atividade.
B. Receitas Não Operacionais
Representam os ganhos da empresa que não são inerentes 
às suas operações normais. Exemplos: aluguel recebido de 
imóvel ocioso, pertencente a um comércio de móveis; lucro na 
venda de bens de uso.
Plano de contas 
Definições
O Plano de Contas é a estrutura sobre a qual se constrói e 
elabora a escrituração, com a finalidade de mantê-la ordenada de 
forma a obter, de maneira clara e objetiva, os dois instrumentos 
informativos mais importantes da contabilidade: O Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício. Em 
outras palavras, o plano de contas deve ser planejado com a 
mesma estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração 
do Resultado do Exercício.
De acordo com Ribeiro (2010, p. 57) o “Plano de Contas 
é um conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplina as 
tarefas do Setor de Contabilidade, objetivando a uniformização 
dos registros contábeis”.
O Plano de Contas deve ser tão detalhado quanto seja o 
interesse da empresa em informações detalhadas; inexistem 
regras que estabeleçam o número máximo ou o número mínimo 
55CONTABILIDADE EMPRESARIAL
de contas que deve conter um plano de contas. É preciso que se 
saiba, todavia, que o plano de contas deve ser suficientemente 
elástico a fim de permitir a inclusão de novas contas, sempre que 
elas se fizerem necessárias. Repetimos, o grau de detalhamento 
do plano de contas varia segundo o interesse do contador e da 
empresa,levando em consideração, sempre, a necessidade de 
registrar todas as ocorrências na vida de uma empresa.
1 ATIVO 2 PASSIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 CIRCULANTE
1.1.1 Caixa 2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher
1.1.1.01 Caixa Geral 2.1.1.01 Simples a Recolher
1.1.2 Bancos C/Movimento 2.1.1.02 INSS
1.1.2.01 Banco Alfa 2.1.1.03 FGTS
1.1.3 Contas a Receber 2.1.2 Contas a Pagar
1.1.3.01 Clientes 2.1.2.01 Fornecedores
1.1.3.02 Outras Contas a Receber 2.1.2.02 Outras Contas
1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 2.1.3 Empréstimos Bancários
1.1.4 Estoques 2.1.3.01 Banco A - Operação X
1.1.4.01 Mercadorias
1.1.4.02 Produtos Acabados 2.2 NÃO CIRCULANTE
1.1.4.03 Insumos 2.2.1 Empréstimos Bancários
1.1.4.04 Outros 2.2.1.01 Banco A - Operação X
1.2 NÃO CIRCULANTE 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
1.2.1 Contas a Receber 2.3.1 Capital Social
1.2.1.01 Clientes 2.3.2.01 Capital Social Subscrito
1.2.1.02 Outras Contas 2.3.2.02 Capital Social a Realizar
1.2.2 INVESTIMENTOS 2.3.2. Reservas
1.2.2.01 Participações Societárias 2.3.2.01 Reservas de Capital
1.2.3 IMOBILIZADO 2.3.2.02 Reservas de Lucros
1.2.3.01 Terrenos 2.3.3 Prejuízos Acumulados
1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios 
1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual
1.2.3.04 Veículos
1.2.3.05 Móveis
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada
1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada
1.2.4 INTANGÍVEL
1.2.4.01 Marcas
1.2.4.02 Softwares
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada
3 CUSTOS E DESPESAS 4 RECEITAS
3.1 Custos dos Produtos Vendidos 4.1 Receita Líquida
3.1.1 Custos dos Materiais 4.1.1 Receita Bruta de Vendas
3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 4.1.1.01 De Mercadorias
3.1.2 Custos da Mão-de-Obra 4.1.1.02 De Produtos
3.1.2.01 Salários 4.1.1.03 De Serviços Prestados
3.1.2.02 Encargos Sociais 4.1.2 Deduções da Receita Bruta
4.1.2.01 Devoluções
3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 4.1.2.02 Serviços Cancelados
3.2.1 Custo das Mercadorias
3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 4.2 Outras Receitas Operacionais
4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes
3.3 Custo dos Serviços Prestados 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos
3.3.1 Custo dos Serviços 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado
3.3.1.01 Materiais Aplicados
3.3.1.02 Mão-de-Obra
3.3.1.03 Encargos Sociais
3.4 Despesas Operacionais
3.4.1 Despesas Gerais
3. 4.1.01 Mão-de-Obra
3.4.1.02 Encargos Sociais
3.4.1.03 Aluguéis
MODELO PLANO DE CONTAS
1 ATIVO 2 PASSIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 CIRCULANTE
1.1.1 Caixa 2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher
1.1.1.01 Caixa Geral 2.1.1.01 Simples a Recolher
1.1.2 Bancos C/Movimento 2.1.1.02 INSS
1.1.2.01 Banco Alfa 2.1.1.03 FGTS
1.1.3 Contas a Receber 2.1.2 Contas a Pagar
1.1.3.01 Clientes 2.1.2.01 Fornecedores
1.1.3.02 Outras Contas a Receber 2.1.2.02 Outras Contas
1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 2.1.3 Empréstimos Bancários
1.1.4 Estoques 2.1.3.01 Banco A - Operação X
1.1.4.01 Mercadorias
1.1.4.02 Produtos Acabados 2.2 NÃO CIRCULANTE
1.1.4.03 Insumos 2.2.1 Empréstimos Bancários
1.1.4.04 Outros 2.2.1.01 Banco A - Operação X
1.2 NÃO CIRCULANTE 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
1.2.1 Contas a Receber 2.3.1 Capital Social
1.2.1.01 Clientes 2.3.2.01 Capital Social Subscrito
1.2.1.02 Outras Contas 2.3.2.02 Capital Social a Realizar
1.2.2 INVESTIMENTOS 2.3.2. Reservas
1.2.2.01 Participações Societárias 2.3.2.01 Reservas de Capital
1.2.3 IMOBILIZADO 2.3.2.02 Reservas de Lucros
1.2.3.01 Terrenos 2.3.3 Prejuízos Acumulados
1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios 
1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual
1.2.3.04 Veículos
1.2.3.05 Móveis
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada
1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada
1.2.4 INTANGÍVEL
1.2.4.01 Marcas
1.2.4.02 Softwares
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada
3 CUSTOS E DESPESAS 4 RECEITAS
3.1 Custos dos Produtos Vendidos 4.1 Receita Líquida
3.1.1 Custos dos Materiais 4.1.1 Receita Bruta de Vendas
3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 4.1.1.01 De Mercadorias
3.1.2 Custos da Mão-de-Obra 4.1.1.02 De Produtos
3.1.2.01 Salários 4.1.1.03 De Serviços Prestados
3.1.2.02 Encargos Sociais 4.1.2 Deduções da Receita Bruta
4.1.2.01 Devoluções
3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 4.1.2.02 Serviços Cancelados
3.2.1 Custo das Mercadorias
3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 4.2 Outras Receitas Operacionais
4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes
3.3 Custo dos Serviços Prestados 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos
3.3.1 Custo dos Serviços 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado
3.3.1.01 Materiais Aplicados
3.3.1.02 Mão-de-Obra
3.3.1.03 Encargos Sociais
3.4 Despesas Operacionais
3.4.1 Despesas Gerais
3. 4.1.01 Mão-de-Obra
3.4.1.02 Encargos Sociais
3.4.1.03 Aluguéis
MODELO PLANO DE CONTAS
1 ATIVO 2 PASSIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE 2.1 CIRCULANTE
1.1.1 Caixa 2.1.1 Impostos e Contribuições a Recolher
1.1.1.01 Caixa Geral 2.1.1.01 Simples a Recolher
1.1.2 Bancos C/Movimento 2.1.1.02 INSS
1.1.2.01 Banco Alfa 2.1.1.03 FGTS
1.1.3 Contas a Receber 2.1.2 Contas a Pagar
1.1.3.01 Clientes 2.1.2.01 Fornecedores
1.1.3.02 Outras Contas a Receber 2.1.2.02 Outras Contas
1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 2.1.3 Empréstimos Bancários
1.1.4 Estoques 2.1.3.01 Banco A - Operação X
1.1.4.01 Mercadorias
1.1.4.02 Produtos Acabados 2.2 NÃO CIRCULANTE
1.1.4.03 Insumos 2.2.1 Empréstimos Bancários
1.1.4.04 Outros 2.2.1.01 Banco A - Operação X
1.2 NÃO CIRCULANTE 2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
1.2.1 Contas a Receber 2.3.1 Capital Social
1.2.1.01 Clientes 2.3.2.01 Capital Social Subscrito
1.2.1.02 Outras Contas 2.3.2.02 Capital Social a Realizar
1.2.2 INVESTIMENTOS 2.3.2. Reservas
1.2.2.01 Participações Societárias 2.3.2.01 Reservas de Capital
1.2.3 IMOBILIZADO 2.3.2.02 Reservas de Lucros
1.2.3.01 Terrenos 2.3.3 Prejuízos Acumulados
1.2.3.02 Construções e Benfeitorias 2.3.3.01 Prejuízos Acumulados de Exercícios 
1.2.3.03 Máquinas e Ferramentas 2.3.3.02 Prejuízos do Exercício Atual
1.2.3.04 Veículos
1.2.3.05 Móveis
1.2.3.98 (-) Depreciação Acumulada
1.2.3.99 (-) Amortização Acumulada
1.2.4 INTANGÍVEL
1.2.4.01 Marcas
1.2.4.02 Softwares
1.2.4.99 (-) Amortização Acumulada
3 CUSTOS E DESPESAS 4 RECEITAS
3.1 Custos dos Produtos Vendidos 4.1 Receita Líquida
3.1.1 Custos dos Materiais 4.1.1 Receita Bruta de Vendas
3.1.1.01 Custos dos Materiais Aplicados 4.1.1.01 De Mercadorias
3.1.2 Custos da Mão-de-Obra 4.1.1.02 De Produtos
3.1.2.01 Salários 4.1.1.03 De Serviços Prestados
3.1.2.02 Encargos Sociais 4.1.2 Deduções da Receita Bruta
4.1.2.01 Devoluções
3.2 Custo das Mercadorias Vendidas 4.1.2.02 Serviços Cancelados
3.2.1 Custo das Mercadorias
3.2.1.01 Custo das Mercadorias Vendidas 4.2 Outras Receitas Operacionais
4.2.1 Vendas de Ativos Não Circulantes
3.3 Custo dos Serviços Prestados 4.2.1.01 Receitas de Alienação de Investimentos
3.3.1 Custo dos Serviços 4.2.1.02 Receitas de Alienação do Imobilizado
3.3.1.01 Materiais Aplicados
3.3.1.02 Mão-de-Obra
3.3.1.03 Encargos Sociais
3.4 Despesas Operacionais
3.4.1 Despesas Gerais
3. 4.1.01 Mão-de-Obra
3.4.1.02 Encargos Sociais
3.4.1.03 Aluguéis
MODELO PLANO DE CONTAS
56CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Síntese
Nessa unidade aprendemos os princípios de Contabilidade 
e Normas Brasileiras, onde podemos entender uma a uma, 
também falamos sobre os aspectos da estrutura conceitual 
básica de Contabilidade. Logo após, retomamos conceito do 
patrimônio lembrando que ele é o objeto de estudo da conta-
bilidade, e representa o conjunto de bens, direitos e obrigações 
vinculados a uma entidade.
57CONTABILIDADE EMPRESARIAL
ATIVIDADES
1. O que é patrimônio?
2. Do ponto de vista contábil, o que são bens?
3. O que são direitos? Cite três exemplos.
4. O que são bens imateriais? Cite dois exemplos
5. O que são obrigações? Cite três exemplos.
6. O que é Plano de Contas?
7. Existe um Plano de Contas que deve ser usado por todo e 
qualquer tipo de empresa?
8. O reconhecimento da Receita deverá ser (de acordo com 
o Princípio de Realização da Receita): 
( ) Na emissão da Nota Fiscal.
( ) No recebimento do Adiantamento.( ) No recebimento da Receita. 
( ) Na transferência do Produto. 
9. Devedores Duvidosos são constituídos em virtude do 
Princípio: 
( ) Realização da Receita. 
( ) Entidade. 
( ) Custo Histórico como Base de Valor. 
( ) Confrontação de Despesa.
10. Gastos que beneficiarão o próximo exercício serão 
classificados em: 
( ) Ativo Circulantes. 
( ) Ativo Realizável a LP. 
( ) Dependendo do caso: Intangível. 
( ) Despesa.
58CONTABILIDADE EMPRESARIAL
REGISTROS 
CONTÁBEIS 
(ESCRITURAÇÃO) 
Para que o controle do patrimônio seja eficaz, 
a Contabilidade precisa registrar todos os 
fatos que ocorrem na empresa. Esse registro 
é feito por meio da “escrituração”. 
Nessa terceira unidade, iremos falar sobre os registros 
contábeis, que é a parte prática da contabilidade, apresentando 
a você as principais atividades realizadas por um profissional 
contábil na sua atividade diária. E, também, aprenderá sobre 
a escrituração contábil, ou seja, os lançamentos propriamente 
ditos e os relatórios decorrentes desses lançamentos. Conhecerá 
os livros, e a utilidade do balancete de verificação.
59CONTABILIDADE EMPRESARIAL
ESCRITURAÇÃO
Podemos dividir a Contabilidade em duas partes, uma 
teórica e outra prática. A parte teórica é identificação dos 
princípios contábeis e de fixação de normas, de análise e in-
terpretação de fatos, de esclarecimentos de relações de causa 
e efeito e de previsão para futuros acontecimentos. A parte 
prática, de execução do registro de fenômenos patrimoniais, é 
a técnica através da qual a Contabilidade atinge seu objetivo, 
que é estudar e controlar o patrimônio, fornecendo informações 
e orientação sobre o estado patrimonial e suas variações. Esta 
técnica se chama escrituração.
Escrituração
A escrituração contábil consiste na confecção de lançamen-
tos que traduzem e registram os fatos administrativos. Já os 
atos administrativos não são passíveis de lançamento contábil, 
por não representarem uma alteração no Patrimônio.
A escrituração começa pelo livro Diário. Neste livro, são 
escriturados (registrados) todos os fatos que ocorrem no dia 
a dia da empresa, e que são responsáveis pela gestão do seu 
patrimônio. O registro dos fatos é feito em forma contábil, por 
meio do lançamento. 
Para registrar os fatos contábeis por meio de lançamentos, 
a Contabilidade utiliza as contas.
A escrituração, uma das técnicas utilizadas pela 
Contabilidade, consiste em registrar nos livros próprios 
(Diário, Razão, Caixa, Contas-correntes, etc.) todos os fatos 
que provocam modificação no patrimônio da empresa.
60CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Contas
O que é conta?
É por meio das contas que a Contabilidade consegue de-
sempenhar seu papel. Todos os acontecimentos que ocorrem 
na empresa, tais como compras, vendas, pagamentos e recebi-
mentos, são registrados nos livros por meio das contas.
Classificação das Contas
As contas são divididas em 2 grupos: Contas Patrimoniais 
(Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) e nas Contas de Resul-
tados (Receitas e Despesas).
• Contas Patrimoniais: são as contas que representam o 
patrimônio da empresa (balanço patrimonial), e que já 
abordamos na unidade 2. Dividem-se em dois grandes 
grupos: Ativo e Passivo.
Relembrando:
• Contas de Resultado: são as contas do DRE – Demons-
tração do Resultado do Exercício. Dividem-se em contas 
de Despesas e contas de Receitas.
• Despesas: caracterizam-se pelo consumo de bens e pela 
utilização de serviços.
Conta é o nome técnico dado aos componentes 
patrimoniais (bens, direitos, obrigações e Patrimônio 
Líquido) e aos elementos de resultado (Despesas e 
Receitas).
PATRIMÔNIO
Ativo Passivo
Bens
• Caixa
• Veículos
Obrigações 
• Fornecedores
• Impostos à Pagar
Direitos
Duplicatas a receber
Patrimônio Líquido 
Capital Social
61CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Exemplo: Água e Esgoto; Energia Elétrica; Material de 
Limpeza; Salários.
• Receitas: Decorrem da venda de bens ou da prestação 
de serviços.
Exemplo: Venda de Mercadorias; Venda de Produtos; Re-
ceita de Serviços.
Método de Escrituração
Método de escrituração é o modo de registro dos Fatos 
Administrativos.
São dois os Métodos de Escrituração conhecidos: Métodos 
de Partidas Simples e Método de Partidas Dobradas.
a. Método de Partidas Simples:
Consiste no registro de operações especificas envolvendo o 
controle de um só elemento. No Livro Caixa, por exemplo, os 
eventos são registrados visando apenas ao controle do dinheiro.
** Esse método é deficiente e incompleto, pois não permite 
o controle global do Patrimônio. 
b. Método de Partidas Dobradas:
De uso universal, esse método, como citado na unidade 1, 
foi apresentado pela primeira vez pelo frade franciscano pelo 
Frei Luca Pacioli e que apresentou uma forma mais adequada 
para utilizar esse método. Importante salientar que ele não é 
o inventor, apenas conseguiu aprimorá-lo. Sua adoção permite 
o controle de todos os componentes patrimoniais, bem como 
das variações do Patrimônio Líquido, que poderão resultar em 
lucro ou prejuízo. 
62CONTABILIDADE EMPRESARIAL
O princípio fundamental do método é o de que não há 
devedor sem que haja um credor, correspondendo a cada débito 
um crédito de igual valor.
Mecanismo de débito e crédito
O método do Débito e Crédito é uma técnica utilizada na 
confecção dos lançamentos contábeis. Na contabilidade, para 
todo Débito existe um Crédito, de forma que a soma dos valo-
res debitados seja sempre igual à soma dos valores creditados, 
mantendo sempre o equilíbrio. Essa igualdade entre débitos e 
créditos que é o Método das Partidas Dobradas. 
Ou seja:
Para qualquer operação há sempre:
• Um débito e um crédito de igual valor; ou
• Um débito e vários créditos de igual valor; ou
• Vários débitos e um crédito de igual valor.
Debitar significa:
a. Registrar a integração ou incorporação de um valor ao 
PATRIMÔNIO TOTAL (ATIVO).
b. Mostrar a utilização ou consumo de valor no PATRI-
MÔNIO TOTAL.
c. Baixar um valor anteriormente creditado ao PATRI-
MÔNIO.
Não há débitos sem créditos correspondentes.
63CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Creditar significa:
a. Mostrar a fonte ou origem dos recursos que serão utili-
zados na atividade empresarial.
b. Registrar a incorporação de uma OBRIGAÇÃO (Re-
cursos de Terceiros) ao PATRIMÔNIO TOTAL.
c. Baixar um valor anteriormente debitado ao PATRIMÔ-
NIO TOTAL.
O quadro a seguir nos fornece todas as possibilidades de 
Débito e Crédito que podem ocorrer em uma empresa. 
Para realizar um Lançamento Contábil, é preciso contar 
com cinco informações relevantes:
1. Local e data – É preciso informar corretamente qual 
o local da empresa e o dia, mês e ano da ocorrência do 
registro.
2. Conta devedora – É a conta debitada, que vem sempre 
em primeiro lugar.
3. Conta credora – É a conta creditada, que vem acompa-
nhada da preposição acidental “a”.
4. Histórico – É a narração do fato ocorrido, a qual deve 
ser resumida, mas identificando bem a operação.
5. Importância ou quantia – É o valor das operações ex-
presso em unidades monetárias.
A seguir serão apresentados alguns exemplos de lança-
mentos contábeis com o objetivo de verificar a funcionalidade 
da técnica.
Grupo de Contas Natureza Efeitos dos Lançamentos na Conta
Ativo Devedora D Aumenta C Diminui
Passivo Credora D Diminui C Aumenta
Patrimônio 
Líquido Credora D Diminui C Aumenta
Receitas Credora C Aumenta
Despesas Devedora D Aumenta
64CONTABILIDADE EMPRESARIAL
 Exemplo: Compra de uma Máquina, marca XY, da Casa 
de Máquinas Teste Ltda, conforme nota fiscal nr. 5.390, no 
valor de R$ 5.000,00, à vista, no dia 01/03/201x.
1. Local e data da ocorrência do fato: 01/03/201x
2. Conta a ser debitada: Máquina
3. Conta a ser creditada: Caixa
4. Histórico: Aquisição de uma máquina marca XY confor-
me nota fiscal nr. 5.390 da Casa de Máquinas Teste Ltda. 
5. Valor da operação: R$ 5.000,00.
Fórmulasde Lançamento
Primeira fórmula: lançamento com uma conta a débito 
(D) e uma no crédito (C).
Exemplo: Aquisição de um veículo marca Fiat conforme 
nota fiscal nr. 23.450 da Bt Ltda. no valor de R$ 35.000,00.
Data D/C Contas Histórico Valor
01/03/201x D
Máquina 
(Ativo 
Circulante)
Aquisição de uma máquina 
marca XY conforme nota 
fiscal nr. 5.390 da Casa de 
Maquinas Teste Ltda.
5.000,00
01/03/201x C Caixa (Ativo Circulante) 5.000,00
Data D/C Contas Histórico Valor
D
Veiculo 
(Ativo 
Circulante)
Aquisição de um veículo marca 
Fiat conforme nota fiscal nr. 
23.450 da Bt. Ltda.
35.000,00
C Caixa (Ativo Circulante) 35.000,00
65CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Segunda fórmula: constam, no lançamento uma só conta 
no débito e mais de uma no crédito.
Exemplo: Compra de mercadoria no valor de 8.000,00 
cfe nf.0500 de AB Ltda, sendo 3.000,00 através de depósito 
bancário e 5.000,00 para pagamento a prazo.
Terceira fórmula: constam, no lançamento mais de uma 
conta no débito e uma só no crédito.
Exemplo: Recebimento do cliente DEF ref. a venda da NF 
002 no valor de 12.000,00, sendo 4.000,00 em transferência 
bancária, e 8.000,00 pago em dinheiro.
Data D/C Contas Histórico Valor
D
Mercadoria 
(Ativo 
Circulante)
Compra de mercadoria no valor 
de 8.000,00 cfe nf.0500 de AB 
Ltda
8.000,00
C
Banco cta. 
Mov. (Ativo 
Circulante)
3.000,00
C
Fornecedores 
(Passivo 
Circulante)
5.000,00
Data D/C Contas Histórico Valor
D Caixa (Ativo Circulante)
Recebimento do cliente DEF 
ref. a venda da NF 002 no 
valor de 12.000,00
8.000,00
D
Banco cta. 
Mov. (Ativo 
Circulante)
4.000,00
C Cliente (Ativo Circulante) 12.000,00
66CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Quarta fórmula: constam, no lançamento, mais de uma 
conta no débito e mais de uma no crédito.
Exemplo: Pagamento da Água no valor de 2.000,00 e 
Energia elétrica no valor de 2.300,00, sendo a 2.150,00 paga 
em dinheiro e 2.150,00 paga no banco.
Exemplos de Lançamento
A seguir serão apresentados alguns exemplos de lança-
mentos contábeis com o objetivo de verificar a funcionalidade 
da técnica.
Aquisição de ativo imobilizado a prazo
• Quando a empresa adquire um bem a prazo, que será 
pago posteriormente. 
Ex: Aquisição de uma máquina no valor de R$ 50.000,00, 
a prazo. Debita (D) “máquinas e equipamentos”, porque está 
aumentado o seu valor, e Credita (C) Fornecedor.
Data D/C Contas Histórico Valor
D
Água à Pagar 
(Passivo 
Circulante)
Pagamento da Água no valor 
de 2.000,00 e Energia elétrica 
no valor de 2.300,00, sendo a 
2.150,00 paga em dinheiro e 
2.150,00 pago no banco.
2.000,00
D
Energia Elétrica 
a Pagar (Passivo 
Circulante)
2.300,00
C Banco cta. Mov. (Ativo Circulante) 2.150,00
C Caixa (Ativo Circulante) 2.150,00
D/C Contas Valor
D Máquinas e Equipamentos 50.000,00
C Fornecedor 50.000,00
67CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Aquisição de estoque
Quando a empresa adquire mercadorias que serão reven-
didas ou matéria-prima que serão utilizadas na fabricação de 
um produto. 
Debita (D) Mercadorias e Credita (C) Caixa (sempre que sai 
dinheiro do caixa o lançamento é a CRÉDITO).Ex: Compra 
de mercadorias no valor de R$ 10.000,00, à vista.
Ex: Compra de mercadorias no valor de R$ 6.000,00, a 
prazo.
Depósito em conta corrente
Quando a empresa efetua depósito em dinheiro em conta 
bancária. Ex: Depósito no Banco do Brasil S/A no valor de 
R$ 1.000,00.
Depreciação de bens imobilizados
Desgaste sofrido pelo bem em função do uso. Ex: Depre-
ciação da máquina ref. Ao mês xx no valor de R$ 235,50.
D/C Contas Valor
D Mercadorias para Revenda 10.000,00
C Caixa ou Bco cta. Movimento 10.000,00
D/C Contas Valor
D Mercadorias para Revenda 6.000,00
C Fornecedor 6.000,00
D/C Contas Valor
D Bco cta. Movimento Banco do Brasil S/A 1.000,00
C Caixa 10.000,00
D/C Contas Valor
D Depreciação (Despesa) 235,50
C Depreciação Acumulada de Máquinas 235,50
68CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Pagamento das despesas
Pagamento da obrigação referente à despesa. Ex: Pagamento 
fatura da água no valor de R$ 800,00.
Venda de mercadoria
Quando a empresa efetua a venda de mercadorias. Ex: 
Venda de mercadorias no valor de R$ 20.000,00, à vista.
Ex: Baixa do Estoque
Ex: Venda de mercadorias no valor de R$ 12.000,00, a 
prazo.
Ex: Baixa do Estoque
D/C Contas Valor
D Água a Pagar 800,00
C Caixa 800,00
D/C Contas Valor
D Caixa 20.000,00
C Venda de Mercadorias 20.000,00
D/C Contas Valor
D CMV
C Mercadorias para Revenda
D/C Contas Valor
D Clientes 12.000,00
C Venda de Mercadorias 12.000,00
D/C Contas Valor
D CMV
C Mercadorias para Revenda
69CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Lançamentos de Abertura da empresa
Na constituição do capital de qualquer tipo de empresa, 
seja ela individual (empresário) ou sociedade, a conta Capital 
Social será sempre creditada. Por outro lado, será debitada a 
conta Caixa ou várias outras contas que representem os ele-
mentos entregues pelo titular ou pelos sócios para constituição 
do respectivo capital.
Assim, afirmamos que a contabilização da constituição do 
capital de qualquer que seja a empresa é muito simples, pois 
o lançamento no Diário conterá, no débito, a conta Caixa ou 
diversas contas do Ativo e no crédito a conta de Capital Social.
Na constituição do capital, dois momentos precisar ficar 
bem definidos:
• Constituição ou subscrição;
• Realização ou integralização.
Constituição ou Subscrição:
A subscrição do capital em uma sociedade compreende o 
momento em que os sócios reunidos assumem o compromisso 
de investir, na entidade, o valor da parte do capital social que 
cabe a cada um deles, em dinheiro, ou em diversos elementos. 
Normalmente a subscrição ocorre na assinatura do contrato 
social (sociedades em geral) ou do estatuto (sociedade por ações).
Exemplo:
Histórico: Pela constituição do capital da empresa XX, no 
valor de 100.000,00, conforme contrato social sob o número 
do Nire: XXX, registrada pela junta comercial de XX.
Data D/C Contas Valor
D Capital Social a Realizar ou a Integralizar (Patrimônio Líquido) 100.000,00
C Capital Social Subscrito (Patrimônio Líquido) 100.000,00
70CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Realização ou Integralização:
Corresponde ao momento em que os sócios entregam para a 
empresa os valores em dinheiro, ou em outros elementos, pelos 
quais se comprometeram no momento da subscrição do capital. 
Exemplo:
Histórico: Pela realização do capital, neste momento o 
sócio A, integraliza o valor de R$ XX,XX, conforme contra-
to social sob o número do Nire: XXX, registrada pela junta 
comercial de XX.
Razão
O Razão, é um somatório de fichas específicas de deter-
minadas contas. A palavra ou termo razão decorre do sentido 
implícito de memória de cálculo ou inteligência dos registros 
que o mesmo contém. 
Toda conta, por conter a história da sua existência, envol-
vendo os valores aumentados e diminuídos ao longo de um 
determinado período, precisa de um esquema de controle com 
vistas a, em qualquer tempo, podermos apurar-lhe o saldo, bem 
como recorrer aos seus registros e valores com o objetivo de 
promover as mais variadas análises.
Seguindo a objetividade do nosso curso, não estudaremos 
aqui o “lançamento” do fato administrativo (ou da Variação 
Patrimonial) em sua forma literal; não escreveremos o lança-
mento, mas sim procuraremos analisar a “transação”, identi-
ficando a sua “origem” e a sua “aplicação”, para que façamos 
Data D/C Contas Valor
D Caixa (Ativo Circulante) 100.000,00
C Capital Social a Realizar ou a Integralizar (Patrimônio Líquido) 100.000,00
71CONTABILIDADE EMPRESARIAL
os lançamentos nas fichas de “Razão”, doravante, tratadas por 
“Contas T”. O lançamento em conta “T” consiste em alocar o 
valor monetário no lugar correspondente.
Observa-se que o crédito e o débito têm lados distintos 
na conta “T”. O lado esquerdo é dedicado aos débitos ou às 
aplicações de recursos, e o lado direito é reservado aos créditos 
ou origens de recursos.
Razonete - conta “T”
Para o analista financeiro, de nada vale saber apenas es-
crituraros registros contábeis. É preciso dominar a inter-
pretação dos registros e a análise dos dados que constam nos 
demonstrativos de resultados e quadros de origens e aplicações 
de recursos etc. Faz-se da maior relevância ressaltar que todo 
lançamento contábil, obrigatoriamente, deverá ser lastreado 
pelo documento hábil que deu origem ao mesmo. Se a empresa 
pagou o aluguel de um imóvel que utiliza para as suas atividades 
operacionais, há de haver um documento que comprove que 
essa despesa efetivamente ocorreu (recibo do proprietário ou 
recibo da locadora de imóveis). A conta “T”, que resumimos 
abaixo, poderia ser apresentada numa ficha de Razão, utilizada 
nos modernos sistemas mecanizados do nosso século.
Observamos que a ficha específica da conta contém dados 
bem detalhados para uma análise de qualquer lançamento, mas 
que suas três últimas colunas verticais se resumem na nossa 
simples conta “T”, isto é, débito, crédito e saldo.
Também denominado Gráfico em T ou Conta T, o razonete 
nada mais é do que uma versão simplificada do livro razão. Por 
meio dele é possível controlar, separadamente, o movimento 
de todas as contas e facilitar a visualização do movimento de 
débito e de crédito nele lançados.
Ficha de Razão
Ano Nome da Conta
Data Código Histórico Débito Crédito Saldo
72CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Devem ser utilizados tantos Razonetes em T quantas forem 
às contas utilizadas na escrituração do Diário.
Exemplo de lançamentos: 
a. Integralização de Capital Social em dinheiro de R$ 
45.000,00
b. Compra de um veículo a vista no valor de R$ 30.000,00.
c. Depósito efetuado no Banco do Brasil S/A R$ 5.000,00
Livros contábeis
Os livros contábeis destinam-se à escrituração contábil dos 
atos e fatos administrativos que ocorrem na empresa. Os livros 
e toda a escrituração deverão ser conservados em local seguro e 
adequado enquanto não prescreverem as ações que lhe possam 
ser relativas. Entre os vários livros presentes em contabilidade, 
destacaremos os dois livros considerados os mais importantes: 
Livro Diário e o Livro Razão.
Caixa
Débito Crédito
Capital Social
45.000
45.000
Caixa
45.000 30.000
 5.000
10.000
Veículo
30.000
30.000
Bco do Brasil c/ 
Mov
5.000
5.000
73CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Livro Diário
O livro Diário é obrigatório e sua exigência é por lei em 
todas as empresas. Como o próprio nome sugere, o livro diário 
é responsável pelo registro de todos os fatos contábeis que ocor-
rem em uma empresa, inclusive, os de natureza aleatória que 
possam provocar alterações no patrimônio da empresa. Deve 
ser escriturado em partidas dobradas e em ordem rigorosamente 
cronológica de dia, mês e ano. Atendendo a esses requisitos, 
você poderá realizar a escrituração das seguintes maneiras:
1. A escrituração do livro por meio de partidas mensais.
2. A escrituração resumida ou sintética, com valores totais 
que não excedam a operações de um mês, desde que haja 
escrituração analítica lançada em registros auxiliares.
3. No caso de a entidade adotar para sua escrituração con-
tábil o processo eletrônico, os formulários contínuos, 
numerados mecânica ou tipograficamente, serão desta-
cados e encadernados em forma de livro. O contabilista 
menos experiente poderá ter algumas dificuldades para 
realizar a escrituração do Livro Diário, uma vez que, 
por ser obrigatório seguir uma ordem cronológica, as 
contas a serem lançadas acabam ficando todas mistu-
radas, podendo gerar certa dificuldade no momento de 
interpretá-las individualmente.
Livro Razão
Trata-se de um livro indispensável no processamento das 
informações contábeis. É o livro que organiza os valores de 
contas de mesma natureza e de maneira racional, ou seja, a 
escrituração é feita por conta e não de forma cronológica, pro-
porcionando mais praticidade para analisá-las numa eventual 
necessidade.
De acordo com Marion (2012, p. 26) o livro razão é “hoje 
obrigatório. É indispensável em qualquer tipo de empresa: é um 
74CONTABILIDADE EMPRESARIAL
instrumento mais valioso para o desempenho da contabilidade”. 
Ele é realizado em contas individualizadas, pois consiste no 
agrupamento de valores em contas de mesma natureza e de 
forma racional.
Nesse livro, cada conta terá sua própria página, e os lança-
mentos deverão ser realizados na ordem em que forem acon-
tecendo. É importante ressaltar que este livro possui duas 
maneiras de serem escriturados. Ou seja, quando a conta for 
genérica, podemos chamá-lo de Razão Sintético e, quando 
houver desdobramento, ou seja, quando especificar cada uma 
das contas para realizar um controle mais efetivo, se chamará 
Razão Analítico. Observe abaixo a diferença entre eles:
Como dissemos, durante a escrituração, não poderão existir 
rasuras, borrões ou qualquer outro sinal de erro, por isso, há 
cuidados específicos que devem ser adotados para corrigir num 
erro. Vejamos algumas dicas:
Erros de redação: É comum o contabilista inverter lan-
çamentos, ou seja, lançar crédito como débito e vice-versa. 
Nesse caso, a saída mais adequada é utilizar o Estorno para 
corrigir o erro.
Razão Sintético Razão Analítico
Estoques
Estoque de mercadorias Estoque de 
produtos acabados Estoque de matéria 
prima
Duplicatas a Receber Cia. nacional de siderurgia Lojas Felicidades Depósito Santa-fé
Bancos Conta Movimento Banco do Brasil Banco Bradesco Banco Real
Fornecedores
Comércio de ferragens Santa Luzia 
Pedreira São Mateus Castor & Andrade 
Ltda.
Empréstimos à Pagar Banco do Brasil Financeira Credial. Banco Unioeste.
75CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Borrões, rasuras, registros nas entrelinhas: Quando ocorrer 
esse tipo de acidente, o contabilista deverá ressalvar datas e 
assinar a ressalva na própria escrituração.
Salto de linhas ou de páginas: Assim como os erros de 
redação, o contabilista pode se distrair e pular linhas. Nesse 
caso, deverá preencher os espaços vazios com traços horizon-
tais, ressalvando com data e assinatura. Se pular uma página 
inteira, o traço deverá ser na diagonal da página, cruzando-a 
de cima a baixo.
Valores lançados a maior: O contabilista poderá realizar 
um lançamento de retificação com a diferença ou anular e 
lançar os valores novamente.
Valores lançados a menor: Da mesma forma que os valo-
res lançados a maior, o contabilista pode fazer um estorno e 
lançar novamente o valor correto ou realizar um lançamento 
complementar.
Troca de uma conta por outra: Também um erro padrão, 
muito comum na contabilidade. Para solucionar o problema, 
basta fazer o estorno do valor na conta errada e realizar o lan-
çamento na conta correta.
Omissão de lançamentos: Quando o contabilista se esquece 
de realizar o lançamento na data correta, deverá proceder ao 
registro do fato no dia em que verificou a omissão, mencio-
nando, no histórico, o motivo e a data correta do evento.
Lançamento em duplicata: Quando notada tal ocorrência, 
basta que se proceda ao estorno do lançamento que estiver a 
mais.
76CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Balancete de Verificação
De acordo com o método das partidas dobradas, cada 
lançamento a débito deve corresponder a um lançamento a 
crédito de igual valor. Portanto, infere-se que o somatório dos 
saldos das contas devedoras deverá ser igual ao dos saldos das 
contas credoras. Com o objetivo de constatar essa igualdade, 
é usual antes do levantamento das demonstrações financeiras, 
que as contas do ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e 
despesas sejam arroladas num relatório denominado balancete.
Mensalmente, a Contabilidade deve fornecer aos admi-
nistradores ou gerentes um Balancete que mostre os saldos 
das contas até aquele momento. Como dezembro é o mês de 
apurar os lucros e demonstrar o patrimônio, o último Balancete 
merece muitos cuidados, como preliminar para o fechamento 
do exercício.
Após determinado período de movimentação do patrimô-
nio, temos necessidade de verificar a posição dos seus elementos 
constitutivos. Para tanto, a contabilidade apura preliminarmente 
o saldo de cada uma dascontas do LIVRO RAZÃO.
Após apuração dos saldos de todas as contas patrimoniais 
e de resultados, estes serão relacionados em um quadro de-
monstrativo, separando de acordo com a sua natureza: DE-
VEDORA ou CREDORA. A esse relatório, damos o nome 
de BALANCETE DE VERIFICAÇÃO.
O BALANCETE DE VERIFICAÇÃO tem por sua 
finalidade demonstrar a exatidão dos lançamentos efetuados 
nas fichas ou livro razão. Isso, porque a contabilidade utiliza 
o método das partidas dobradas, isto é, não há devedor sem 
credor e vice-versa. Um mesmo valor é lançado a débito de 
uma conta e a crédito de outra. Assim sendo, dizemos que o 
balancete está “fechado, batido” quando a soma da coluna de 
saldos devedores é igual à soma da coluna dos saldos credores.
Se porventura, ocorrer uma diferença entre os débitos e 
créditos no balancete e, sabendo-se que SOMA das duas co-
77CONTABILIDADE EMPRESARIAL
lunas está correta, deduzimos que pode ter ocorrido uma das 
seguintes situações:
Fato contábil debitado e não creditado ou vice-versa.
Fato contábil debitado por um valor e creditado por outro 
valor. Fato contábil debitado ou creditado em duplicidade.
O Balancete de Verificação compreende uma listagem de 
contas com sua titulação prevista no Plano de Contas e que 
tenham registro inicial e posterior de valores monetários corres-
pondentes ao movimento do mês ou acumulado dos meses, total 
de débito e de crédito, e respectivo saldo, devedor ou credor.
Elaboração do balancete de verificação
O formato dos Balancetes varia de empresa para empresa, 
de acordo com as necessidades de cada uma.
Balancete é uma relação de contas extraídas do Livro Razão 
(ou Razonetes), com seus saldos devedores e credores.
Os Balancetes podem diferir uns dos outros em relação ao 
número de colunas. Há Balancetes que poderão conter apenas 
duas colunas – uma destinada ao saldo devedor, e outra, ao 
saldo credor de cada conta; outros poderão apresentar colunas 
destinadas ao movimento de cada conta, aos ajustes efetuados 
para apuração do resultado, aos saldos, etc.
Veja um modelo de Balancete com duas colunas, sendo 
uma destinada ao saldo devedor, e outra, ao saldo credor de 
cada conta:
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO
CONTA (Descrição) DÉBITO CRÉDITO
TOTAL (exemplo) 45.000,00 45.000,00
78CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Para a elaboração do Balancete, cada conta será transferida 
do Razonete para o Balancete; com o respectivo saldo. Assim, 
se a conta no Razonete apontar saldo devedor, este saldo será 
transportado para a coluna do saldo devedor do Balancete; 
se conta apresentar no Razonete saldo credor, este saldo será 
transportado para a coluna do saldo credor no Balancete.
Balancete Sintético
Apresenta apenas uma relação das contas, com as colunas 
indicativas dos débitos e créditos, com os respectivos saldos.
Balancete Analítico
Apresenta as contas já classificadas em grupos e subgrupos 
para confecção das demonstrações contábeis, com os respecti-
vos saldos nas colunas de débito ou crédito, conforme o caso.
79CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Síntese
Na unidade 3 aprendemos a escrituração que é a parte 
prática da contabilidade. A escrituração são os lançamentos 
contábeis, e esses lançamentos são feitos através do mecanis-
mo de crédito e débito, que geram os razonetes (contas “T”) 
e consequentemente os livros contábeis, razão e diário. Essa é 
atividade diária do contabilista.
80CONTABILIDADE EMPRESARIAL
ATIVIDADES
1. Em que consiste a Escrituração?
2. Quando se inicia o processo da Escrituração?
3. Cite três documentos usados como suporte para os 
registros contábeis.
4. Escolha a alternativa correta:
A Escrituração começa pelo livro:
( ) Registro de Inventário.
( ) Contabilidade.
( ) Caixa.
( ) Diário.
5. Coloque V se a afirmativa for verdadeira e F se for falsa:
( ) A Escrituração no livro Diário poderá ser feita sem 
que haja documentos comprobatórios.
( ) A Escrituração no livro Diário poderá ser feita 
mediante qualquer comprovante.
( ) Não se pode escriturar nada nos livros contábeis 
sem que haja documentos idôneos que comprovem a 
veracidade do registro.
( ) O Capital Inicial de uma empresa só poderá ser 
constituído por dinheiro.
( ) O Capital Inicial de uma empresa não poderá ser 
constituído por dinheiro.
( ) O Capital Inicial de uma empresa não será 
necessariamente constituído apenas por dinheiro.
6. Indique a natureza das contas, colocando as seguintes 
letras de referência:
D = Devedora
C = Credora
( ) Caixa ( ) Bancos conta Movimento
( ) Estoque de Mercadorias ( ) Duplicatas a Receber
( ) Fornecedores ( ) Capital
( ) Veículos ( ) Juros Passivos
( ) Receitas de Serviços ( ) Impostos
( ) Fretes e Carretos ( )Móveis e Utensílios
( ) Impostos a Pagar
81CONTABILIDADE EMPRESARIAL
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS E 
SUAS ANÁLISES
O relatório contábil é a exposição resumida 
e ordenada de dados colhidos pela 
contabilidade. Também conhecido como 
informes contábeis. O objetivo é relatar 
às pessoas (usuários da contabilidade) os 
principais fatos registrados pela contabilidade 
em determinado período, através das 
demonstrações contábeis. 
Na quarta unidade, conheceremos os diferentes tipos de 
demonstrações contábeis exigidos por lei, suas formas básicas 
e de que maneira são utilizados para a análise dos gestores das 
companhias.
82CONTABILIDADE EMPRESARIAL
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
O objetivo principal da Contabilidade é coletar, registrar, 
resumir, analisar e relatar, em termos monetários, informações 
acerca dos negócios das empresas.
As demonstrações contábeis têm a finalidade de fornecer 
informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desem-
penho e as mudanças na posição financeira da entidade, que 
sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações 
e tomadas de decisão econômica. Ela também apresenta os 
resultados da atuação da Administração na gestão da entidade 
e sua capacitação na prestação de contas quanto aos recursos 
que lhe foram confiados.
Os Relatórios Contábeis/Demonstrações Contábeis são 
uma exposição resumida dos dados coletados pela contabili-
dade. Esses relatórios têm por objetivo relatar aos usuários da 
contabilidade (pessoas que utilizam à contabilidade) os fatos 
ocorridos na entidade em determinado período.
Também conhecidos como Informes Contábeis, os mais 
importantes são as demonstrações financeiras (terminologia 
utilizada pela Lei das Sociedades Anônimas – Lei 6.404/76) 
ou demonstrações contábeis (terminologia preferida pelos con-
tadores).
De acordo com o artigo 176 da Lei 6404/76, ao fim de cada 
exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escritu-
ração mercantil da Companhia, as seguintes demonstrações 
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do 
Patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
1. Balanço Patrimonial;
2. Demonstração de Resultado do Exercício – DRE;
3. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados;
4. Demonstração dos Fluxos de Caixa (Lei 11.638/2007), 
substituindo o DOAR;
83CONTABILIDADE EMPRESARIAL
5. Demonstração do Valor Adicionado, para as Companhias 
Abertas;
Em substituição à Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados, as empresas podem elaborar a Demonstração de 
Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
As Empresas conhecidas como Sociedades Anônimas de 
Capital Aberto (S.A) que negociam títulos no mercado de 
capitais, são obrigadas a publicar seus resultados anualmente 
nos jornais de maior circulação do país, e trimestralmente para 
a CVM (comissão de valores mobiliários). Acompanham as 
Demonstrações Financeiras: Notas Explicativas, Relatório de 
Diretoria e Parecer dos Auditores Independentes.
Balanço Patrimonial
O objetivo do balanço patrimonial é apresentar, de uma 
forma ordenada e padronizada, a situação econômica e finan-
ceira de uma empresa num determinado período.
Para Ribeiro (2010, p. 340) o Balanço Patrimonial é a 
“Demonstração Financeiraque evidências, resumidamente, 
o Patrimônio da empresa, quantitativa e quantitativamente”.
De acordo com Iudícibus (2010, p. 161) o Balanço Patri-
monial “é a demonstração que encerra a sequência dos pro-
cedimentos contábeis, apresentando de forma ordenada os 
três elementos componentes do patrimônio: Ativo, Passivo e 
Patrimônio Líquido”. 
É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos 
da empresa, assim como as obrigações em determinada data. 
A diferença entre o Ativo e Passivo é chamado de Patrimônio 
Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da 
empresa, quer através de recursos trazidos de fora da empresa, 
quer gerados por esta em suas operações e retidos internamente.
84CONTABILIDADE EMPRESARIAL
A grande importância do Balanço Patrimonial reside na 
visão de que ele dá das aplicações de recursos feitas pela em-
presa (Ativos) e quantos desses recursos são devidos a terceiros 
(Passivos). Evidencia o nível de endividamento, a liquidez da 
empresa, a proporção do capital próprio (Patrimônio Líquido) 
e outras análises. A visão de dois balanços consecutivos mostra 
facilmente a movimentação ocorrida e como a estrutura patri-
monial e financeira se modificou no período.
É uma palavra grega composta de duas partes: “bi” e “lan-
cis”. “Bi” significa dois e “lancis” é traduzido por pratos de 
balança., de onde vem o equilíbrio patrimonial. Mostra a po-
sição financeira de uma empresa em um momento específico 
e informa a capacidade de geração dos f luxos futuros de caixa. 
É a fotografia da empresa numa determinada data.
Estrutura resumida do Balanço patrimonial:
Principais grupos do ativo
É a parte positiva da posição patrimonial e identifica onde 
os recursos foram aplicados. Representa os benefícios presentes 
e futuros para a empresa.
Deve ser compreendido como o conjunto de recursos finan-
ceiros e econômicos que são administrados de forma a gerarem 
mais recursos financeiros e econômicos. A finalidade de uma 
empresa é o lucro, e o Ativo é a aplicação de bens e direitos de 
modo a produzir lucro.
CONTEÚDO DO BALANÇO
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo não circulante (dividido em): Passivo não circulante
 - Realizável a Longo Prazo Patrimônio Líquido
 - Investimentos
 - Ativo Imobilizado
 - Ativo Intangível
85CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Para que algo possa ser considerado um ativo, é necessário 
que ele cumpra quatro requisitos: constituir bem ou direito 
para a empresa, ser de propriedade, posse ou controle da so-
ciedade, ser mensurável monetariamente e trazer benefícios 
(ou expectativa de benefícios) para a empresa. O dinheiro é o 
ativo por excelência, pois é o meio de troca da economia e sua 
liquidez é plena.
As contas do ativo devem ser dispostas em ordem decres-
cente de liquidez e classificadas nos seguintes grupos:
Ativo circulante
Os principais grupos são Disponível, Clientes, Estoques.
São todos os direitos que a empresa irá receber até um 
prazo de 12 meses.
Ativo não circulante
Com a publicação da Medida Provisória 449 /2008 foi 
criado o Ativo Não Circulante, composto pelos grupos Rea-
lizável a Longo Prazo, Investimento, Imobilizado e Intangí-
vel. A Medida Provisória 449/2008 foi transformada na Lei 
11941/2009.
É composto por ativo realizável a longo prazo, investimen-
tos, imobilizado e intangível. 
Ativo realizável a longo prazo: Direitos realizáveis após o 
prazo de 12 meses. Direitos derivados de adiantamentos ou 
empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, diretores, 
acionistas ou participantes no lucro da companhia. Exemplos 
de contas: Depósitos Judiciais, Impostos a Recuperar.
Investimentos: Participações permanentes no capital social 
de outras sociedades e outros direitos permanentes que não se 
destinam à manutenção das atividades da sociedade. Exemplo: 
Investimento em ações, obras de arte.
O CPC 26 (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) inclui 
como sugestão para o disponível, o uso da conta caixa e 
equivalente de caixa. É o grupo conhecido como Capital de 
Giro da Empresa.
86CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Imobilizado: Direitos que tenham por objeto bens corpó-
reos destinados à manutenção das atividades da companhia ou 
exercidos com essa finalidade e os decorrentes de operações que 
transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses 
bens. Exemplo: Terrenos, edifícios, máquinas e equipamentos.
Intangível: Grupo novo previsto com a Lei 11638/2007. 
Direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à 
manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, 
inclusive o fundo de comércio adquirido.
Principais grupos do passivo
São obrigações da empresa, contraídas junto à outra (s) 
pessoa (s) físicas ou Jurídicas. São as origens que financiam a 
empresa, podendo ser de curto prazo ou longo prazo. Eviden-
cia toda a obrigação, dívida, que a empresa tem com terceiros; 
contas a pagar, fornecedores, impostos a pagar, financiamentos. 
O Passivo é uma obrigação exigível, isto é, quando a dívida 
vencer, será reclamada a liquidação. Por isso, é mais adequado 
chamá-lo de passivo exigível.
As contas do Passivo devem ser dispostas em ordem cres-
cente de exigibilidade e classificadas nos seguintes grupos:
• Passivo Circulante
No Passivo Circulante, é esperada sua liquidação dentro 
dos 12 meses seguintes à data final do Balanço. São as obri-
gações com: Terceiros, Tributárias, Trabalhistas e Previdenci-
árias e Outras Obrigações. Exemplos de contas: fornecedores, 
empréstimos, impostos a pagar, encargos sociais a recolher, 
salários a pagar. 
• Passivo Não Circulante
O Passivo Não Circulante é composto por obrigações com 
vencimento após o término do exercício social seguinte, ou 
seja, no prazo superior a 12 meses seguintes à data do Balanço: 
Com as alterações feitas pela Lei 11638/2007, Medida 
Provisória 449/2008, Lei 11941/2009 e Resolução 1157 do CFC 
fica criado a seguinte estrutura para o Passivo: Passivo 
Circulante, Passivo Não Circulante e o Patrimônio Líquido.
87CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Fornecedores de Longo Prazo. As antigas contas do Grupo 
Resultado de Exercícios Futuros serão classificadas nesse grupo.
• Patrimônio Líquido
Evidências recursos dos proprietários aplicados no em-
preendimento. O investimento inicial dos proprietários é de-
nominado de Capital. Se houver outras aplicações por parte 
dos proprietários e acionistas, teremos acréscimo ao Capital. 
Aumenta pelos lucros gerados ao longo dos anos, por novas 
integralizações dos acionistas e reduz com os prejuízos gerados 
ao longo. É conhecido como o capital próprio da empresa. 
Exemplos das contas do Patrimônio Líquido: Capital Social, 
Reservas de Capital, Reservas de Lucros e Lucros ou Prejuízos 
Acumulados. 
Exemplos de Balanço Patrimonial:
Há duas formas de se apresentar o Balanço Patrimonial:
Horizontal, o passivo ao lado do ativo.
Vertical, o passivo abaixo do ativo.
Os exemplos a seguir serão demonstrados na forma hori-
zontal. Observe o Balanço Patrimonial a seguir e suas prin-
cipais contas.
Dica: Todos os balanços das Companhias Abertas estão 
disponíveis no site: 
http://www.cvm.gov.br.
88CONTABILIDADE EMPRESARIAL
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
DISPONIBILIDADES OBRIGAÇÕES FINANCEIRAS
Caixa e bancos
Aplicações financeiras de Liquidez imediata
Duplicatas a pagar
Empréstimos e financiamentos a pagar
CLIENTES OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
Duplicatas a receber 
(-) Duplicatas descontadas
(-) Provisão para créditos de Liquidação Duvidosa
Impostos, taxas e contribuições a recolher
Provisão para IRPJ e CSLL
OUTROS CRÉDITOS OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS
Adiantamentos a fornecedores
Ordenados e salários a pagar
Encargos sobre salários a pagar
Provisão para 13º salário com encargos
Provisão para férias e encargos
TRIBUTOS A RECUPERAR OUTRAS OBRIGAÇÕES
Impostos e contribuições a recuperar Contas a pagar
INVESTIMENTOS TEMPORÁRIOS A CURTO PRAZO PARTICIPAÇÕES E DESTINAÇÕES DO LUCRO LÍQUIDO
Ações deoutras empresas
Participações de empregados a pagar
Dividendos a pagar
ESTOQUES
Estoques matérias-primas/Mercadorias
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
Prêmios de seguros a vencer
TOTAL ATIVO CIRCULANTE TOTAL PASSIVO NÃO CIRCULANTE
Ativo não-circulante
Ativo realizável a longo prazo
Passivo não-circulante
Passivo exigível a longo prazo
89CONTABILIDADE EMPRESARIAL
CLIENTES OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS
Duplicatas a receber
Duplicatas a pagar
Empréstimos e financiamentos a pagar
Empréstimos a pagar para pessoas ligadas
CRÉDITOS COM PESSOAS LIGADAS RECEITAS DIFERIDAS
Empréstimos a diretores Receitas recebidas antecipadamente(-) Custos, despesas ou encargos
TOTAL REALIZÁVEL A LONGO PRAZO TOTAL PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Investimentos Capital Social
Participação em outras empresas Imóveis de renda Outros investimentos Capital social subscrito(-) Capital social a realizar
Imobilizado Reservas de Capital
Prédios
Terrenos
Veículos
Mobiliários e Utensílios
(-) depreciação acumulada
Equipamentos de escritório
Reserva de agio na emissão de ações/quotas
INTANGÍVEL RESERVAS DE LUCROS
Marcas e patentes
Fundo de comércio
(-) amortização acumulada
Reserva legal
Reserva estatuária
Reserva de lucros a realizar
(-) Ações em tesouraria
(-) Prejuízos acumulados
TOTAL DO ATIVO PERMANENTE TOTAL DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVO
90CONTABILIDADE EMPRESARIAL
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO 
EXERCÍCIO (DRE)
Relatório contábil destinado a evidenciar a composição do 
resultado formado em um determinado período de operações 
da entidade. Evidencia os vários níveis de resultados mediante 
confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despe-
sas. Evidencia também o resultado econômico, isto é, o lucro 
ou o prejuízo apurado pela empresa no desenvolvimento de 
suas atividades durante determinado período, que geralmente 
é igual a um ano.
As receitas e despesas de uma empresa representam, res-
pectivamente, acréscimo e diminuição de seu patrimônio lí-
quido. Essas receitas e despesas são controladas em contas 
específicas que, em geral, são de grande volume, chamadas 
contas de resultado.
Ao final de cada exercício, é necessário que essas contas 
sejam encerradas para que possam ser conhecidos os resultados 
do exercício; esses resultados possam ser apresentados de modo 
ordenado e de fácil entendimento.
A empresa deve informar, como foi obtido o resultado do 
exercício que foi transferido para a conta “Lucros ou prejuízos 
acumulados”. Essa informação é dada, em maior parte, através 
da demonstração do resultado do exercício, que nada mais é do 
que uma apresentação das contas de receitas e despesas feitas 
de modo ordenado. Tal ordenação se baseia, principalmen-
te, na divisão de receitas e despesas entre operacionais e não 
operacionais e em sua apresentação na forma indicada pela 
legislação vigente.
Resumindo: O Balanço Patrimonial sempre é uma 
demonstração que informa a posição econômico-financeira 
da empresa na data em que for elaborado.
A demonstração de Resultado do Exercício é uma forma 
estruturada de se evidenciar a composição do resultado 
econômico da entidade, ou seja, é um critério de se 
organizarem as receitas auferidas e as despesas incorridas 
no período.
91CONTABILIDADE EMPRESARIAL
É uma demonstração que evidencia o resultado econômico 
da empresa, pois a transformação do Lucro em Fluxo de Caixa 
irá depender do ciclo financeiro da empresa (Prazo de Giro 
dos Estoques, Prazo Médio de Recebimento e Prazo Médio 
de Pagamento dos Fornecedores).
A Demonstração de Resultados do Exercício é o relatório 
que evidências de forma ordenada, o resumo das receitas e 
despesas ocorridas em determinado período. É apresentada 
de forma vertical, partindo das receitas e as devidas deduções, 
obtendo no final o resultado líquido (lucro ou prejuízo).
Estrutura da DRE
Segundo Ribeiro (2010 p.345) “Essa demonstração evi-
dencia o Resultado que a empresa obteve (lucro ou prejuízo) no 
desenvolvimento de suas atividades durante um determinado 
período, geralmente igual a um ano”.
Um princípio contábil que norteia todo o Demonstrativo 
de Resultado e demais Demonstrações Financeiras é a apli-
cação do regime de competência para apropriação de receitas 
e despesas, independente do pagamento ou recebimento, os 
lançamentos dentro do período m que incorrerem (já comen-
tamos na unidade 1).
Antes de abordarmos mais detalhadamente seus compo-
nentes, cabe destacar dois aspectos fundamentais que devem 
nortear a contabilidade das empresas no reconhecimento con-
tábil das receitas, custos e despesas, aspectos esses expressos 
nos § 1º do art. 187 da referida Lei, como segue:
“§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão 
computados:
As receitas e os rendimentos ganhos no período, indepen-
dentemente da sua realização em moeda; e
92CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos e incorridos, 
correspondentes a essas receitas e rendimentos”.
Essas conceituações da Lei representam basicamente um 
dos pressupostos básicos, presente no Pronunciamento Con-
ceitual Básico - Estrutura Conceitual, denominado Regime 
de Competência, que, por sua vez, pressupõe a confrontação 
entre receitas e despesas, conforme descrito no item 95 do 
Pronunciamento Técnico do CPC supracitado:
“95. As despesas são reconhecidas na demonstração do 
resultado, com base na associação direta entre elas e os corres-
pondentes itens de receita. Esse processo, usualmente chamado 
de confrontação entre despesas e receitas (Regime de Compe-
tência), envolve o reconhecimento simultâneo ou combinado 
das receitas e despesas que resultem diretamente das mesmas 
transações ou outros eventos; (...)”.
É, por decorrência desse pressuposto, que, por exemplo:
• A receita de venda é contabilizada por ocasião da venda 
e não quando de seu recebimento.
• A despesa de pessoal (salários e seus encargos) é reconhe-
cida no mês em que se recebeu tal prestação de serviços, 
mesmo sendo paga no mês seguinte.
• Uma compra de matéria-prima é contabilizada quando 
do recebimento da mercadoria e não do seu pagamento.
• Despesa do Imposto de Renda é registrada no mesmo 
período dos lucros a que se refere e, não no exercício 
seguinte, quando for declarada e paga.
93CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Apresentação - DRE
O objetivo da Demonstração do Resultado do Exercício 
é fornecer aos usuários das demonstrações financeiras da em-
presa, os dados básicos e essenciais da formação do resultado 
(lucro ou prejuízo) do exercício.
O art. 187 da Lei das Sociedades por Ações disciplina 
a apresentação dessa Demonstração, visando a atender a tal 
objetivo, pois, resumindo, a Demonstração é iniciada com o 
valor total da receita apurada em suas operações de vendas, da 
qual é deduzido o custo total correspondente a essas vendas, 
apurando-se a margem bruta, ou seja, o lucro bruto.
São, então, apresentadas as despesas operacionais segregadas 
por subtotais, conforme sua função, quais sejam:
• Despesas com vendas;
• Despesas financeiras deduzidas das receitas financeiras;
• Despesas gerais e administrativas;
• Outras despesas e receitas operacionais.
• Assim, deduzindo-se as despesas operacionais totais do 
lucro bruto, apresenta-se o lucro operacional, outro dado 
importante na análise das operações da empresa.
Após o lucro operacional, apresentam-se as outras receitas 
e despesas, apurando-se então o resultado antes dos tributos 
(imposto de renda e contribuição social sobre o lucro).
Deduz-se, a seguir, imposto de renda e contribuição social a 
pagar e, finalmente, as participações de terceiros, não na forma 
de acionistas, calculáveis sobre o lucro, tais como empregados, 
chegando-se, assim, ao lucro ou prejuízo líquido do exercício, 
que é o valor final da Demonstração
94CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Modelo de DRE
 A seguir apresentaremos o modelo básico de DRE:
Receita Bruta Todas as receitas de vendas ocorridas no período.
(-) Deduções Neste grupo encontram-se asdevoluções de mercadorias ocorridas e os impostos, incidentes sobre as vendas. (ICMS, PIS, ISS e COFINS)
(=) Receita Operacional Líquida-ROL A diferença entre a Receita Bruta e as Deduções
(-) Custo do Produto São os custos de fabricação dos produtos (CPV) ou comercializados (CMV) ou Custo dos Serviços Prestados (CSP)
(=) Lucro Bruto
A diferença entre a Receita Líquida e o Custo do Produto Vendido ou Serviço Prestado. Este valor constitui a 
Margem de Contribuição.
(-) Despesas com Vendas Despesas referentes a comercialização dos produtos, diretamente vinculadas à venda Exemplo: Propaganda, Comissões de vendas, Representantes, Fretes, etc.
(-) Despesas Administrativas São as despesas incorridas para administrar a empresa, geralmente fixas. Exemplo: Despesas de pessoal da administração, Material de Expediente, Aluguel, alimentação, etc
(+ /-) Equivalência Patrimonial Despesa ou Receita com o do Resultado da Equivalência Patrimonial
(+ /-) Outras Receitas/Despesas A diferença entre as receitas e as despesas que não são da atividade operacional da empresa. Exemplo: Venda de Imobilizado e Outras Despesas/Receitas Operacionais
(=) Lucro Operacional Lucro Bruto, deduzido das despesas operacionais e resultado da Equivalência Patrimonial
(+ /-) Despesas/Receitas Financeiras São as receitas obtidas através de juros, (aplicações financeiras, juros cobrados), deduzido das despesas de juros incorridos de empréstimos bancários.
(=) Resultado antes dos Tributos sobre o lucro Diferença entre o Resultado Antes das Receitas e Despesas Financeiras e as Despesas Financeiras Líquidas
(-) Imposto de Renda / Contribuição Social Impostos calculados sobre o Lucro
(-) Participações de Empregados e 
administradores Valores Pagos a Empregados e Administradores que não se caracterizam como Despesas
(=) Lucro Líquido Resultado final
95CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Receita Bruta: é o somatório das receitas de exploração 
das atividades que constam no objetivo da empresa, ou seja, 
são as geradas pelas atividades às quais a empresa se dedica.
Deduções da Receita Bruta: representa o somatório das 
deduções da Receita Bruta que são representadas por três gru-
pos: devoluções de vendas, abatimentos sobre vendas e impos-
tos e contribuições sobre vendas (ICMS, ISS, P IS sobre o 
faturamento e o COFINS). Quanto ao IPI, este não deve ser 
considera do neste título, pois o mesmo deverá ser deduzido 
diretamente na rubrica Venda de Produtos.
Receita Líquida: é a receita real da empresa, pois os im-
postos e abatimentos acabam aumentando a conta de receita 
bruta, sendo que esses valores são repassados para o governo.
Custo dos Produtos e/ou Mercadorias Vendidos (CPV 
/ CMV) e dos Serviços Prestados (CSP): refere-se ao custo 
da empresa para produzir ou vender um produto e/ou ainda 
para prestar um serviço. Os custos de produção (ou da merca-
doria vendida) são obtidos por baixas nas contas de estoques 
determinadas por vendas realizadas, e o critério de avaliação 
adotado (PEPS, UEPS, preço médio ponderado, etc.), produz 
alterações em seus valores.
Lucro Bruto: é a diferença entre a receita líquida e seus 
custos para poder obtê-la.
Despesas Operacionais: Gastos para administrar a empresa 
como um todo. Não se relacionam diretamente ao produto, 
mas são necessárias para vendê-los, administrar a empresa e 
financiar as operações, ou seja, relacionam-se diretamente com 
o objeto do negócio da empresa.
Despesas Administrativas: decorrem das atividades desen-
volvidas na área administrativa. Gastos com pessoal e demais 
gastos necessários à administração da empresa compõem este 
grupo.
96CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Despesas de Vendas ou Comerciais: todas aquelas que 
ocorrem na área comercial da empresa. Englobam tantos gastos 
com pessoal como os demais, necessários ao desenvolvimento 
das atividades comerciais da empresa.
Despesas e Receitas Financeiras: as despesas são apresen-
tadas segregadas das receitas, evidenciando a diferença entre 
elas. Representam os juros pagos ou recebidos nas operações 
comerciais ou financeiras realizadas pela empresa.
Outras Despesas Operacionais: se incluem aqui todas as 
despesas operacionais que não se enquadrem nos demais grupos 
de contas de despesas operacionais.
Outras Receitas Operacionais: demais receitas, exceto 
financeiras, como aluguéis, variação monetária ativa, receitas 
de participações societárias, receitas eventuais, etc.
Lucro ou Prejuízo Operacional: lucro corresponde ao 
lucro obtido no confronto entre o Lucro Bruto acrescido das 
demais Receitas Operacionais e deduzido das demais Despesas 
Operacionais. Quando o total dos Custos Operacionais mais 
as Despesas Operacionais forem superiores ao total da Receita 
Operacional Líquida mais as demais Receitas Operacionais, 
esse resultado corresponderá a prejuízo chamado de Prejuízo 
Operacional.
Outras Receitas e Outras Despesas: aqui devem ser consi-
deradas aquelas anteriormente chamadas de não operacionais. 
São raras, extraordinárias, incomuns e alheias à vida normal 
da empresa, ou seja, baixa de investimentos, ganhos ou perdas 
nas vendas de bens do ativo imobilizado ou intangível.
Provisão para Contribuição Social e Imposto de Ren-
da: calculadas sobre o Lucro Real que é o Lucro Líquido do 
Exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações 
prescritas ou autorizadas pela legislação. Sempre é importante 
consultar a legislação em vigor para verificar os critérios de 
cálculo dessas provisões.
97CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Resultado do Exercício após o Imposto de Renda (ou após 
a Tributação, ou após as Deduções): É obtido após as dedu-
ções das participações e contribuições do lucro remanescente 
depois de deduzida a provisão para imposto de renda. Essas 
deduções referem-se às participações de debêntures, de empre-
gados, de administradores e partes beneficiárias, assim como, 
às contribuições para instituições ou fundos de assistência ou 
previdência de empregados.
Reversão de Juros sobre o Capital Próprio: é uma norma 
que deve ser observada pelas sociedades anônimas de capital 
aberto sempre que optarem por contabilizar juros remunera-
tórios do capital próprio como despesas financeiras.
Exemplo prático de elaboração do DRE: Com base na 
relação de contas a seguir, extraída do livro Razão da empresa 
Indústria Exemplo S.A, em 31/12/X1, na qual constam contas 
já encerradas (Contas de Resultado) e abertas (Contas Patri-
moniais), elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício.
Conta Valor em R$
Vendas 1.929.975,00
Impostos e Contribuições sobre 
Vendas 496.000,00
Custo das Mercadorias Vendidas 
(CVM) 336.500,00
Fretes e Carretos 30.000,00
Despesas com Créditos de 
Liquidação Duvidosa 6.000,00
Juros Passivos 5.000,00
Juros Ativos 45.000,00
Aluguéis Passivos 139.000,00
Depreciação 237.175,00
Encargos Sociais 71.000,00
Material de Expediente 25.000,00
Prêmios de Seguros 15.000,00
Salários 200.000,00
Provisão para a Contribuição 
Social s/L.Líquido 37.663,00
Provisão para Imposto de Renda 94.159,00
98CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Para elaborar a Demonstração do Resultado do Exercício, 
devemos reunir as Contas de Despesas e de Receitas em seus 
respectivos grupos, conforme consta na próxima Demonstra-
ção. Veja como agruparemos as referidas contas para a solução 
deste exemplo:
Após essa separação, podemos elaborar de forma simplifi-
cada o nosso DRE, seguindo o modelo apresentado anterior-
mente, lembrando sempre que a última linha é resultado final, 
onde apuraremos o lucro ou prejuízo.
Despesas com Vendas
Fretes e Carretos 30.000,00 
Despesas com Créditos de L. Duvidosa 6.000,00 
Total 36.000,00 
Despesas Financeiras
Juros Passivos 5.000,00 
Receitas Financeiras
Juros Ativos 45.000,00 
Despesas Gerais e Administrativas
Aluguéis Passivos 139.000,00 
Encargos Sociais 71.000,00 
Material de Expediente 25.000,00 
Prêmios de Seguros 15.000,00 
Salários 200.000,00 
Depreciação 237.175,17 
TOTAL 687.175,17 
Resumindo: A DRE é nada mais é que adiferença do que 
foi vendido menos o que foi gasto em um determinado 
período (1 mês, 1 ano), obtendo dessa forma o lucro ou 
prejuízo.
99CONTABILIDADE EMPRESARIAL
DRE – Demonstrativo do Resultado do Exercício
(+) Receita Operacional Bruta 1.929.975
Venda de Produtos, Mercadoria e/ou Prestação de Serviços 1.929.975
(-) Deduções da Receita Bruta 496.000
Impostos e Contribuições sobre Vendas 496.000
(=) Receita Operacional Líquida 1.433.975
(-) Custos dos Produtos, Mercadorias e Serviços Vendidos 336.500
CPV, CMV ou CSP. 336.500
(=) LOB – Lucro Operacional Bruto 1.097.475
(-) Despesas Operacionais 723.175
(-) Despesas c/ Vendas 36.000
Fretes e Carretos 30.000
Despesas c/ crédito duvidoso 6.000
(-) Despesas Administrativas 687.175
Aluguéis 139.000
Encargos Sociais 71.000
Material de Expediente 25.000
Prêmio de Seguros 15.000
Salários 200.000
Depreciações 225.250
Amortizações 11.925
(=) Lucro Operacional antes do resultado financeiro 374.300
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados 
(DLPA) é um relatório contábil que tem por finalidade eviden-
ciar o saldo inicial da conta Prejuízos Acumulados, os ajustes de 
Exercícios anteriores, as recessões de reservas, o Lucro líquido 
do Exercício e a sua destinação. 
Sua obrigatoriedade é apenas para empresas com sociedades 
limitadas, enquanto outros tipos de empresa podem optar por 
incluir essa demonstração das mutações do patrimônio líquido 
(DMPL) e lucros ou prejuízos acumulados.
(+/-) Resultado Financeiro 40.000
(+) Receita Financeira 45.000
Juros Ativos 45.000
(-) Despesas financeiras 5.000
Juros Passivos 5.000
(=) Resultado (Lucro ou Prejuízo) antes do IRPJ e CSLL 414.300
(-) Provisão para CSLL 37.663
(-) Provisão para IRPJ 94.159
(=) Resultado Líquido (Lucro ou Prejuízo) do Exercício. 282.478
100CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Vejamos o que dispõe o artigo 186 da Lei nº 6.404/76:
A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados dis-
criminará:
I. O saldo do início do período, os ajustes de exercícios 
anteriores e a correção monetária do saldo inicial;
II. As reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III. As transferências para reservas, os dividendos, a par-
cela dos lucros incorporada ao capital e o saldo ao fim 
do período.
§ 1º - Como ajustes de exercícios anteriores serão conside-
rados apenas os decorrentes de efeitos de mudança de critério 
contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado 
exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos 
subsequentes.
§ 2º - A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados 
deverá indicar o montante do dividendo por ação do capital 
social e poderá ser incluída na demonstração das mutações do 
patrimônio líquido, se elaborada e publicada pela companhia.
Na DLPA, é calculado e definido o lucro ou prejuízo anual 
da empresa, que é transferido para o relatório e conta de lucros 
acumulados. Com base nessas informações, é possível observar 
as variações de caixa da empresa, os períodos em que houve 
maior lucro e também maior prejuízo, assim como a extensão 
de crescimento possível da empresa.
Conhecer com detalhes suas reservas significa conhecer 
as perspectivas da empresa para o futuro. Dessa forma, sua 
diretoria e contabilidade sabem com detalhes seu capital de 
giro, suas possibilidades de expansão, se há como investir em 
novos produtos, instalações ou até mesmo em outras filiais.
101CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Demonstração do Fluxo de Caixa
É o Relatório contábil que tem por fim evidenciar as tran-
sações ocorridas em um determinado período e que provocaram 
modificações no saldo da conta Caixa. E, ainda, é a demons-
tração sintetizada dos fatos administrativos que envolvem os 
f luxos de dinheiro ocorridos durante determinado período na 
conta Caixa. Fluxos de caixa compreendem entradas e saídas 
de dinheiro na empresa.
A Lei 11.638/07 tornou obrigatória a evidenciação da 
Demonstração dos Fluxos de Caixa. O Comitê de Pronun-
ciamentos Contábeis emitiu o Pronunciamento Técnico nº 03 
apresentando as normas para sua elaboração.
A demonstração dos Fluxos de Caixa mostra as origens e 
aplicações de caixa e seus equivalentes, que é a base para ava-
liação da situação financeira da empresa e sua capacidade de 
pagamento das obrigações. Essa demonstração auxilia a res-
ponder a perguntas vitais, como: “Onde foi obtido o dinheiro?” 
e “Onde o dinheiro foi aplicado e com que objetivo?”.
O caixa é vital para o bom funcionamento de qualquer 
empresa, e o modo como os f luxos de caixa são administra-
dos poderá determinar o sucesso ou fracasso de uma empresa. 
As contas devem ser pagas em seu vencimento, e o dinheiro 
excedente poderá ser aplicado na compra de estoque, de equi-
pamentos ou na geração de rendimentos financeiros.
A DFC (Demonstração do Fluxo de caixa) é relativamente 
parecida com a DOAR e, pela nova Lei, vem em substituição 
a esta. Enquanto o DOAR trabalha com a variação do Capital 
Circulante Líquido (CCL), a DFC trabalha com a variação do 
Caixa e Equivalente à Caixa (Variação do saldo do Caixa no 
Final e no início de um período).
Caixa compreende numerário em espécie e depósitos 
bancários disponíveis. Equivalentes de caixa são aplicações 
financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são 
conversíveis em dinheiro e têm um grau de risco baixo 
em função de mudança de valor. Abrangem investimentos 
resgatáveis em até três meses e que tenham altíssima 
liquidez.
102CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Exemplo de Demonstração do Fluxo de Caixa:
Custos e Despesas que reflete no fluxo de Caixa
É fundamental que o gestor administrativo conheça toda a 
estrutura de custos e despesas da empresa, para buscar receitas 
que maximizem os resultados de suas operações. Através das 
técnicas de análises das demonstrações contábeis que serão 
tratadas, no próximo capítulo, o gestor encontrará subsídios 
que irão lhe assegurar a conhecer a situação de uma empresa.
Fluxo de Caixa - Método Indireto Ano Atual Ano Anterior
Fluxos operacionais
Resultado líquido
(+) Depreciações e amortizações
(Aumento) Redução de Clientes
(Aumento) Redução de Impostos a Recuperar
(Aumento) Redução de Estoques
(Aumento) Redução de Despesa pagas antecipadamente
Aumento (Redução) em Fornecedores
Aumento (Redução) de Obrigações Sociais e Trabalhistas
Aumento (Redução) de Obrigações Tributárias
Aumento (Redução) de Adiantamentos
Aumento (Redução) de Outras Obrigações
Caixa líquido das atividades operacionais (1)
Fluxos de investimentos
(-)Compra de ativo imobilizado
(+)Recebimento da venda de imobilizado
(+)Juros recebidos
(+)Dividendos recebidos
Caixa líquido das atividades de investimentos (2)
Fluxos de financiamentos
(+)Integralização de aumento de capital
(-)Pagamento de empréstimos e financiamentos
Novos empréstimos e financiamentos
Caixa líquido das atividades de financiamentos (3)
Aumento / redução de caixa (1+2+3)
Saldo inicial de caixa
Saldo final de caixa
103CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Demonstração do Valor Adicionado
A DVA (Demonstração do Valor Adicionado) foi inserida 
pela Lei nº 11.638/2007, (artigo 176, inciso V), no conjunto de 
demonstrações financeiras que as companhias abertas devem 
apresentar ao final de cada exercício social, estando, portanto, 
sujeita a todas as regras de aprovação.
O artigo 188, inciso II da Lei das S/A, informa que a De-
monstração do Valor Adicionado indicará: o valor da riqueza 
gerada pela companhia, a sua distribuição entre os elementos 
que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empre-
gados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a 
parcela da riqueza não distribuída. O valor adicionado de uma 
empresa, elaborado na forma contábil, representa o quanto de 
valor ela agrega aos insumos que adquire num determinado 
período, sendo obtido, de forma geral, pela diferença entre 
vendas e o total dos insumos adquiridos de terceiros. Esse valor 
terá também o significado de toda a remuneraçãodos esforços 
aplicados na atividade da empresa.
Sob uma abordagem mais ampla, a Contabilidade utiliza a 
Demonstração do Valor Adicionado para identificar e divulgar 
quanto a atividade da empresa gera de recursos adicionais para 
a economia local, como e para quem os distribui.
A Demonstração do Valor Adicionado, que também pode 
integrar o Balanço Social, constitui desse modo, uma importante 
fonte de informações, à medida que apresenta esse conjunto de 
elementos que permitem a análise do desempenho econômico 
da empresa, evidenciando a geração de riqueza, assim como 
dos efeitos sociais produzidos pela distribuição dessa riqueza.
Além das informações contidas nos grupos relacionados 
no modelo da Demonstração do Valor Adicionado, a entidade 
deve acrescentar ou detalhar outras linhas na Demonstração 
do Valor Adicionado quando o montante e a natureza de um 
item ou o somatório de itens similares forem de tal magnitude 
que a apresentação em separado ajuda na apresentação mais 
adequada da Demonstração do Valor Adicionado.
104CONTABILIDADE EMPRESARIAL
De acordo com a chamada “Nova Lei Contábil”, a Lei nº 
11.638/2007 de 28/12/2007 que a altera a Lei nº 6.404/776 as 
empresas S/A de Capital Aberto, ou seja, aquelas que movi-
mentam ações no mercado de capitais, bem como as empresas 
Ltda. denominadas de “Grande Porte” com faturamento anual 
superior a R$ 240.000.000,00 estão obrigadas a publicar a 
Demonstração do Valor Adicionado.
Na Demonstração do Resultado do Exercício, a parte de 
terceiros (capitalistas, empregados, governo) é considerada 
como despesas ou custos, porque, do ponto de vistas dos pro-
prietários, esses valores distribuídos representam redução do 
lucro e, consequentemente, redução da parcela que cabe a cada 
proprietário.
Como se pode observar, a Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE) e a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 
têm enfoques bem diferentes e objetivam fornecer informações 
sob distintos pontos de vista, o que torna eficaz a necessidade 
que os usuários possuem de informações adicionais.
A DVA indica, de forma clara e precisa, a parte da riqueza 
que pertence aos sócios ou acionistas; a que pertence aos 
demais capitalistas que financiam; e a parte que fica com o 
governo.
105CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Introdução à Análise das Demonstrações Contábeis
Uma das principais finalidades da contabilidade é mos-
trar periodicamente a situação patrimonial, financeira e de 
rentabilidade das empresas. Isso é feito com base no nos dois 
principais demonstrativos: Balanço patrimonial e a Demons-
tração do Resultado do Exercício.
Conforme (Ching, Marques e Prado, 2010) ao examinar 
essas demonstrações financeiras você estaria apto a:
• Interpretar a situação econômico-financeira da empresa;
• Identificar seus pontos fortes e fracos;
• Medir sua capacidade de gerar lucro;
• Identificar sua eficiência em gerenciar seus ativos;
• Verificar maneiras de aumentar a rentabilidade do ne-
gócio.
A análise financeira de balanços é uma ferramenta pode-
rosa à disposição das pessoas físicas e jurídicas relacionadas à 
empresa, como acionistas, dirigentes, bancos e fornecedores. 
A análise de Balanços objetiva extrair informações das De-
monstrações Financeiras para a tomada de decisões.
O montante de uma conta ou de um grupo patrimonial 
quando tratado isoladamente não retrata adequadamente a 
importância do valor apresentado e muito menos seu compor-
tamento ao longo do tempo. Por exemplo, o total dos custos de 
produção, por si só, representa pouco para o analista, mas, se 
comparado com o montante das vendas ou com o valor desses 
mesmos custos levantados em outros exercícios sociais, refletirá 
com maior clareza sua posição.
Assim, a comparação dos valores entre si e com outros 
de diferentes períodos oferecerá um aspecto mais dinâmico 
e elucidativo à posição estática das demonstrações contábeis. 
Esse processo de comparação, indispensável ao conhecimento 
106CONTABILIDADE EMPRESARIAL
da situação de uma empresa, é representado pelas análises 
horizontal, análise vertical e análise por índices. A análise 
financeira de balanços propicia as avaliações do patrimônio da 
empresa e das decisões tomadas, tanto em relação ao passado, 
retratado nas demonstrações financeiras, como em relação ao 
futuro, espelhado no orçamento financeiro.
As duas principais características de análise de uma em-
presa são a comparação dos valores obtidos em determinado 
período com aqueles levantados em períodos anteriores e o 
relacionamento desses valores com outros afins. Dessa maneira, 
pode-se afirmar que o critério básico que norteia a análise de 
balanços é a comparação.
O processo de análise é direcionado conforme o interesse 
do usuário da informação contábil e financeira.
O produto final da análise serão os relatórios escritos em 
linguagem objetiva e suportados por gráficos, tabelas ou pla-
nilhas de forma gerencial de acordo com as necessidades do 
usuário ou padrões utilizados pela área de Controladoria.
Visão Histórica
Para uma compreensão da evolução das análises dos de-
monstrativos, a seguir detalhamos uma visão cronológica do 
processo:
• No final do século XIX, banqueiros americanos pas-
saram a solicitar balanços das empresas tomadoras de 
empréstimos.
• Em 9 de fevereiro de 1895, o Conselho Executivo da 
Associação de Bancos de Nova York recomendou a seus 
membros que solicitassem balanços aos tomadores de 
empréstimos.
Relembrando que podemos dividir os usuários em dois 
grandes grupos: Internos Administração da empresa, 
sócios e funcionários E, Externos: Credores, fornecedores, 
bancos, governo, clientes, sociedade, etc.
107CONTABILIDADE EMPRESARIAL
• Em 1900, a associação divulgou um formulário de pro-
posta de crédito que inclua espaço para balanço.
• Em 1919, Alexander Wall (considerado o pai da análise de 
balanços) desenvolveu um modelo de análises de índices;
• Em 1925, Stephen Gilman propôs a análise horizontal.
• Em 1930, surgiu na DuPont, um modelo de análise de 
rentabilidade Roi (Return on Investiment, ou Retorno 
sobre o Investimento) que apresentava o retorno em 
margem e giro.
• Em 193l, a Dun & Bradstreet passou a elaborar e a 
divulgar índices padrões para os diversos ramos de ati-
vidades dos EUA;
• No Brasil, em 1968, foi criada a SERASA e surgiu a me-
todologia de análise e de construção de índices - padrão.
O processo de análise
O processo de análise das demonstrações contábeis é com-
posto dos seguintes procedimentos:
Estrutura das demonstrações financeiras
Para estruturar as demonstrações, é necessário padronizá-
-las. As demonstrações contábeis costumam evidenciar deta-
lhamentos que precisam sofrer condensação e críticas através 
de uma padronização, que é feita pelos seguintes motivos:
• Simplificação: quanto maior o volume de contas mais 
difícil fica a visualização e a compreensão do todo.
• Comparabilidade: como cada empresa possui o seu pró-
prio plano de contas e diferenciado de outras empresas, 
Extração dos 
índices das 
demonstrações 
contábeis
Comparação 
dos índices 
calculados com 
o padrão
Ponderação 
das 
informações
Elaboração 
dos 
diagnósticos
Tomada 
de 
decisões
108CONTABILIDADE EMPRESARIAL
tornam-se necessário agregar contas a fim de que os 
balanços se tornem comparáveis.
• Adequação aos objetivos da análise: conforme o objetivo 
a que se propõe a análise, deve-se montar um modelo 
padrão que permita identificar os fatores importantes.
• Precisão na classificação das contas: o analista poderá 
modificar as classificações que forem falhas, como, por 
exemplo, certos investimentos de caráter permanente que 
aparecem no ativo circulante, despesas do próprio Exer-
cício que figuram como despesas do exercício seguinte, 
gastos, indevidamente lançados, como ativo diferido 
quando deveriam fazer parte das despesas ou perdas do 
exercício. 
• Descoberta de erros: A padronização possibilita melhor 
análise e descoberta de erros, tais como: estoques finais 
ou iniciaisque não coincidem; provisão para devedores 
duvidosos do balanço que não coincide com a que foi 
constituída na demonstração de resultado do exercício; 
e não-conciliação do patrimônio líquido final com os 
resultados do exercício mais o patrimônio líquido inicial.
• Intimidade do analista com as demonstrações contábeis: 
A padronização obriga o analista a pensar em cada conta 
e a decidir sobre sua consistência com as demais contas, 
enquanto faz a transcrição para o modelo predefinido 
de demonstração.
Objetivos da análise econômico-financeira
O objetivo básico é a elaboração de informações úteis a 
diversos interessados que estarão preocupados em:
• ler e interpretar a situação dos negócios;
• avaliar o desempenho da empresa e de seus gestores;
• diagnosticar problemas; e
• vislumbrar perspectivas e tendências futuras.
109CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Para atender a esses objetivos, faz-se necessária a preparação 
dos dados para a análise, eliminando-se as distorções inf lacio-
nárias para que seja feita a reclassificação das demonstrações 
contábeis quando necessárias.
Metodologia de análise
A metodologia tradicional adotada para análise poderia 
ser assim dividida:
• Análise vertical e horizontal;
• Análise através de índices econômico-financeiros;
• Análise das necessidades de capital de giro;
Análise Vertical
É um processo comparativo, expresso em percentagem, 
aplicado quando se relacionar uma conta ou grupo de contas 
com um valor afim ou relacionável, identificado no mesmo 
demonstrativo. Essa análise das contas das demonstrações 
contábeis mostra a sua composição percentual e a participa-
ção de cada conta em relação a um valor adotado como base 
(100%). Além disso, é importante para avaliar a estrutura de 
composição de itens e sua evolução no tempo.
Essa análise, em períodos sucessivos, pode fornecer uma 
base para a projeção de uma demonstração de resultados. Porém, 
essa projeção apresenta algumas limitações, principalmente, 
porque não leva em conta as mudanças no processo tecnoló-
gico e / ou nos custos dos insumos e / ou nos preços de venda. 
Qualquer projeção baseada em dados históricos requer muito 
cuidado.
Dessa forma, dispondo-se dos valores absolutos em forma 
vertical, pode se apurar facilmente a participação relativa de 
cada item contábil no Ativo, no Passivo ou na Demonstração 
de Resultado.
110CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Veja o exemplo a seguir, inicialmente partimos de um balanço final de 31.12.x1, posteriormente inserimos uma coluna para 
o cálculo da análise vertical (AV): 
No Ativo, a comparação é cada conta em relação ao total do ativo, que mostrará quanto % representa cada aplicação em relação ao total das 
aplicações.
No Passivo, mostrará quanto % é cada origem em relação ao total das origens.
No Demonstrativo de Resultado, mostrará quanto % das contas lançadas no DRE (Receitas e Despesas em relação à Receita Operacional 
Líquida-ROL).
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO 31.12.X1 PASSIVO 31.12.X1
CIRCULANTE 
Disponível 2.800
Duplicatas a receber 6.200
Estoque 10.000
CIRCULANTE
Fornecedores 6.000
Salários a pagar 2.000
Impostos a pagar 1.000
Encargos a pagar 2.800
Empréstimos a pagar 3.200
TOTAL DO CIRCULANTE 19.000 TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 30.000
Não circulante realizável a longo prazo Não circulante
Títulos a receber 6.000 Financiamentos 30.000
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 15.000
Permanente Patrimônio Líquido
Investimentos 
Ações outras cias. 5.000
Terrenos para expansão 10.000 
Imobilizado 
Prédios 50.000 
Veículos 12.000 
Móveis e utensílios 8.000
Capital 50.000
Lucros Acumulados 15.000
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 91.000 TOTAL DO PATR. LÍQUIDO 65.000
Total do Ativo 110.000 Total do passivo + PL 110.000
111CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Exemplo 1: Conta Caixa R$ 2.800,00 / R$ 110.000,00 
(Total do Ativo) x 100. Significado: 2,50% das aplicações do 
Ativo estão na conta Caixa
Exemplo 2: Fornecedores: R$ 6.000,00 / R$ 110.000,00 
(Total do Passivo) x 100. Significado: 5,50% das Origens que 
financiam a empresa são de Fornecedores.
BALANÇO PATRIMONIAL - ANÁLISE VERTICAL
ATIVO 31.12.X1 AV PASSIVO 31.12.X1 AV
Circulante
 Disponível
 Duplicatas a receber
 Estoque 
TOTAL DO CIRCULANTE
2.800
6.200
10.000
19.000
2,5%
5,6%
9,1%
17,3%
Circulante
 Fornecedores 
 Salários a pagar
 Impostos a pagar
 Encargos a pagar
 Empréstimos a pagar
TOTAL DO CIRCULANTE
6.000
2.000
1.000
2.800
3.200
15.000
5,5%
1,8%
0,9%
2,5%
2,9%
13,6% 
Não Circulante - Realizável a Longo
Prazo
 Títulos a receber 
PERMANENTE
 Investimentos
 - Ações outras cias. 
 - Terrenos para expansão
 Imobilizado
 - Prédios
 - Veículos
 - Móveis e utensílios
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE
6.000
5.000
10.000
50.000
12.000
8.000
91.000
5,5%
4,5%
9,1%
45,5%
10,9%
7,3%
82,7%
Não circulante
 Financiamentos
TOTAL DO NÃO
Patrimônio Líquido
 Capital
 Lucros acumulados
TOTAL DO PATR. LÍQUIDO
30.000
30.000
50.000
15.000
65.000
27,3%
45,5%
13,6%
59,1%
Total do ativo 110.000 100% Total do Passivo + PL 110.000 100%
112CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Análise Horizontal
É a comparação que se faz entre os valores de uma mesma 
conta ou grupo de contas, em diferentes exercícios sociais.
A análise horizontal das contas das demonstrações finan-
ceiras mostra as variações que ocorreram nos valores monetá-
rios ou em valores relativos (% ou índices) num determinado 
período de tempo.
A análise horizontal enfatiza a modificações ou evoluções 
em cada conta das demonstrações financeiras em relação a uma 
demonstração básica, geralmente a mais antiga da série, a fim 
de caracterizar tendências.
É, basicamente, um processo de análise temporal (evolução 
de um ano para o outro), desenvolvido por meio de números 
índices, sendo seus cálculos processados de acordo com a se-
guinte expressão:
Por exemplo, vamos analisar o balanço do ano 20x2 com-
parando com 20x1, simplesmente nós dividimos a diferença 
pelo ano de 20x1 e multiplicamos por 100 %, ou depois que 
tiver o resultado da divisão, soma 1 (para a base 100) e depois 
multiplica por 100.
Número índice = 1) Valor da data atual / Valor ano anterior 
(mês) x 100 
 2) Valor data atual / Valor ano anterior (mês) -1 x 100
113CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Tomando-se como base o ano de X1:
Exemplo 1: Conta Caixa - diferença R$ 800,00 / R$ 2.000,00 (ano 20x1) x 100, (40%) 
Ou Conta Caixa- diferença R$ 800,00 / R$ 2.000,00 (ano 20x1) +1 x 100 (140%)
Significado: o caixa aumentou em 40% do 20x2 comparando com ano 20x1
BALANÇO PATRIMONIAL - ANÁLISE HORIZONTAL
Ativo 20x2 20x1 Diferença AH AH AV
Circulante 
 -Disponível
 -Duplicatas a receber
 -Estoque
TOTAL DO CIRCULANTE
2.800
6.200
10.00
19.000
2.000
4.000
12.000
18.000
800
2.200
-2.000
1000
140,0%
155,0%
83,3%
105,6%
40,0%
55,0%
-16,7%
5,6%
2,5%
5,6%
9,1%
17,3%
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 91.000 82.000 9.000 111,0% 10,0% 100%
Total do Ativo 110.000 100.000 10.000 110,0% 10,0% 100%
PASSIVO
TOTAL DO CIRCULANTE 15.000 12.000 3.000 125,0% 25,0% 13,6%
TOTAL DO NÃO CIRCULANTE 30.000 23.000 7.000 130,4% 30,4% 27,3%
TOTAL DO PATR. LÍQUIDO 65.000 65.000 0 100,0% 0,0% 59,1%
Total do Passivo + PL 110.000100.000 10.000 110,0% 10,0% 100,0%
114CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Exemplo 2: Conta Estoque - diferença R$ 2.000,00/R$ 
12.000,00 x 100, (-16,7%) 
 Ou Conta Estoque diferença R$ 2.00,00 / R$ 12.000,00 
(ano 20x1) +1 x 100 (83,3%)
Significado: o estoque diminui em 16,7% do 20x2 com-
parando com ano 20x1, ou o estoque de 20x2 significa 83,3% 
do ano 20x1.
Análise de Índices Econômicos – financeiros
Índices ou quocientes é a relação entre contas ou grupo de 
contas das Demonstrações Financeiras, que visa a evidenciar 
determinado aspecto da situação econômica ou financeira 
de uma empresa. A característica fundamental dos índices é 
fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da 
empresa.
Aspectos revelados pelos índices
Os índices são divididos em 2 grupos, aqueles que eviden-
ciam aspectos da situação financeira, e aqueles que eviden-
ciam aspectos da situação econômica. Os índices da situação 
financeira, por sua vez, são divididos em índices de liquidez e 
estrutura de capital e os da situação econômica são os índices 
de rentabilidade.
Os índices servem de medida dos diversos aspectos econô-
micos e financeiros das empresas. Assim como um médico usa 
Tanto a análise Vertical como a Horizontal dependem de 
uma boa escrituração contábil que tenha padrões em todos 
os anos para que não se perca o poder da comparação e a 
evolução correta dos saldos.
115CONTABILIDADE EMPRESARIAL
certos indicadores, como pressão e temperatura, para elaborar 
o quadro clínico do paciente, os índices financeiros permitem 
construir um quadro de avaliação da empresa.
Os índices sinalizam a situação em que a empresa apre-
senta um endividamento elevado, sabe-se do perigo em ter 
negociações com esse tipo de empresa, no que diz respeito a 
sua liquidez. Entretanto, mesmo estando à beira de insolvên-
cia, a empresa pode ter vida longa e operar indefinidamente, 
pois entram em jogo outros fatores como: prestígio da empresa 
junto ao governo, relacionamento com seus fornecedores, com o 
mercado financeiro, uma boa carteira de clientes, etc... Porém, 
o índice financeiro é um alerta.
A quantidade de índices para uma boa análise
O importante não é o cálculo de muitos índices, mas de 
um conjunto que permita conhecer a situação da empresa, 
segundo o grau de profundidade desejada da análise. Ou seja, 
essa profundidade da análise é variável de usuário para usuário: 
imagine um fornecedor que irá buscar informações rápidas sobre 
a empresa, nos índices de liquidez e rentabilidade, mas imagine 
uma instituição financeira para fornecer um empréstimo, fará 
uma análise muito mais profunda.
Indicadores de Liquidez
Os indicadores de liquidez evidenciam a situação financeira 
de uma empresa frente a aos diversos compromissos financeiros 
com terceiros. Além do Capital Circulante Líquido (Ativo Cir-
culante (-) Passivo Circulante), o estudo da liquidez mostra a 
saúde financeira da empresa e sua capacidade de saldar dívidas.
Visam medir a capacidade de pagamento (folga financeira) 
de uma empresa, ou seja, sua habilidade em cumprir correta-
mente as obrigações passivas. 
116CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Liquidez corrente: relação entre o ativo circulante e o pas-
sivo circulante. Se a liquidez corrente for superior a 1, indica 
a existência de uma capital circulante (capital de giro) líquido 
positivo; se igual a 1, pressupõe sua inexistência e, inferior a 1 
capital de giro negativo.
Liquidez seca: o índice indica o percentual das dívidas de 
curto prazo que pode ser resgatado mediante o uso de ativos 
circulantes de maior liquidez.
Liquidez geral: esse indicador retrata a saúde financeira a 
longo prazo da empresa. Porém a importância desse índice para 
análise pode ser prejudicada se os prazos dos ativos e passivos, 
considerados em seu cálculo, forem muito diferentes.
Indicadores de Estrutura 
São utilizados para aferir a composição das fontes passivas 
de recursos de uma empresa. Ilustram a forma pela qual os 
recursos de terceiros são usados pela empresa e sua partici-
pação relativa em relação ao capital próprio. Fornecem, ainda 
elementos para avaliar o grau de comprometimento financeiro 
de uma empresa perante seus credores.
Relação capital de terceiros/passivo total (quantidade): 
mede a porcentagem dos recursos totais da empresa que se 
encontra financiada por capital de terceiros. Ou seja, para cada 
unidade monetária de recursos captada pela empresa, mede 
quanto provém de fontes de financiamento não próprias.
 Relação dívidas de curto prazo / capital de terceiros 
(qualidade): Esta medida revela o nível de endividamento 
117CONTABILIDADE EMPRESARIAL
(dependência) da empresa das dívidas de curto prazo (passivo 
circulante) em relação ao seu capital de terceiros.
Indicadores de Rentabilidade
Visam avaliar os resultados auferidos por uma empresa em 
relação a determinados parâmetros que melhor revelem suas 
dimensões. Refletem o potencial econômico da empresa.
Retorno sobre o Patrimônio líquido (ROE): este índice 
mensura o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus 
proprietários. Em outras palavras, para cada unidade monetária 
de recursos próprios investido na empresa, medem-se quanto 
os proprietários auferem de lucro.
Retorno sobre o ativo (ROA): revela o retorno produzido 
pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em seus 
ativos. (Independentemente se são recursos próprios ou de 
terceiros).
Rentabilidade das vendas: mede a eficiência de uma em-
presa em produzir lucro por meio de suas vendas. É a margem 
efetiva que a empresa em relação as suas vendas.
Esses índices apresentados, são apenas parte dos grupos 
de índices das demonstrações contábeis, pois depende muito 
da estrutura da empresa e da necessidade de quem analisa as 
informações, portanto quem tiver interessante em ampliar 
esse estudo, atualmente dispomos de vasta bibliografia sobre 
o assunto. 
118CONTABILIDADE EMPRESARIAL
Síntese
Nessa quarta e última unidade aprendemos um pouco 
mais sobre os principais demonstrativos contábeis, entendendo 
a sua estrutura e importância. Lembrando que os principais 
são: Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do 
Exercício. Também tivemos uma breve introdução à Análise 
dos Demonstrativos Financeiros, destacando a sua relevância 
no processo de tomada de decisão
119CONTABILIDADE EMPRESARIAL
ATIVIDADES
1. Qual a finalidade das demonstrações contábeis?
2. Quais os 2 principais demonstrativos contábeis?
3. Qual o principal objetivo do Balanço patrimonial?
4. Qual o principal objetivo da Demonstração do Resultado 
do Exercício?
5. Quais são os principais grupos de indicadores de análise 
das demonstrações contábeis? 
6. Resolva:
Relacione os itens da primeira lista com os itens da segunda:
a. Ativo Circulante
b. Ativo Não Circulante
c. Passivo Circulante
d. Patrimônio Líquido
e. Despesas Operacionais
f. Receitas Operacionais
( ) Fornecedores ( ) Capital
( ) Caixa ( ) Veículos
( ) Imóveis ( ) Fretes e Carretos
( ) Água e Esgoto ( ) Reserva Legal
( ) Receitas de Serviços ( ) Salários
( ) Clientes ( ) Salários a Pagar
( ) Juros Ativos
( ) Imposta e Taxas a Recolher
( ) Estoque de Mercadorias
120CONTABILIDADE EMPRESARIAL
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