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QUESTOES COMENTADAS - Leis Penais 8

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QUESTÕES – LEIS PENAIS ESPECIAIS 12 
 
1- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA. 
I – Os tipos penais dos arts. 12 e 16 da Lei nº 10.826/2003 tutelam bens jurídicos semelhantes e, 
por essa razão, deve ser aplicado crime único quando apreendidas armas ou munições de uso 
permitido e de uso restrito no mesmo contexto fático. 
II – A abolitio criminis temporária prevista na Lei nº 10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de 
arma de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação 
raspado, suprimido ou adulterado, praticado somente até 23/10/2005. 
III – A conduta de portar granada de gás lacrimogêneo ou granada de gás de pimenta não se 
subsome ao delito previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei nº 10.826/2003, não se 
enquadrando conceito de artefatos explosivos. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
e) Todas estão incorretas 
 
Gabarito: D 
I – INCORRETA – Segundo a jurisprudência: 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. POSSE IRREGULAR DE MUNIÇÕES DE 
USO RESTRITO E DE USO PERMITIDO (ARTS. 12 E 16 DA LEI N. 10.826/03). ALEGADA AUSÊNCIA DE 
POTENCIALIDADE LESIVA. DESNECESSIDADE DE ESTAREM AS MUNIÇÕES ACOMPANHADAS DE 
ARMAMENTO. CRIME DE PERIGO ABSTRATO. CONFIGURAÇÃO. 
Na esteira do entendimento desta Corte Superior, os crimes previstos nos arts. 12 e 16 da Lei n. 
10.826/03 são de perigo abstrato, de modo que a potencialidade lesiva é presumida, não havendo 
necessidade, para a configuração do delito, de estarem as munições acompanhadas de arma de 
fogo. 
DOSIMETRIA. APREENSÃO DE MUNIÇÕES DE DIFERENTES CALIBRES NO MESMO CONTEXTO 
FÁTICO. APLICAÇÃO DA PENA RELATIVA AO CRIME MAIS GRAVE. 
INSURGÊNCIA DESPROVIDA. 
 
1. Este Sodalício já se pronunciou no sentido de que a apreensão de armas ou munições de uso 
permitido e de uso restrito, no mesmo contexto fático, implica na caracterização de crime único 
por atingir apenas um bem jurídico, devendo ser aplicada somente a pena do crime mais grave. 
2. Mais recentemente, porém, esta Corte Superior de Justiça vem entendendo que os tipos penais 
dos arts. 12 e 16, da Lei n. 
10.826/03, tutelam bens jurídicos diversos e que, por tal razão, deve ser aplicado o concurso 
formal quando apreendidas armas ou munições de uso permitido e de uso restrito no mesmo 
contexto fático. 
3. Na espécie, o Tribunal de origem manteve a tese aplicada pelo juízo primevo, no sentido de que 
estaria caracterizado o crime único, tendo em vista que o apelo foi exclusivo da defesa, porém não 
deixou de observar, de maneira acertada, que o acusado foi beneficiado quanto à questão e que 
não seria cabível o pedido de aplicação da pena mais branda. 
4. Agravo regimental improvido. 
(AgRg nos EDcl no AREsp 1122758/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 
24/04/2018, DJe 04/05/2018) 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PORTE ILEGAL DE ARMAS DE FOGO E MUNIÇÕES 
DE USO RESTRITO E PERMITIDO. ARTS. 14 E 16 DA LEI N. 10.826/03. PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO. 
IMPOSSIBILIDADE. BENS JURÍDICOS DISTINTOS. 
I. As condutas de possuir arma de fogo e munições de uso permitido e de uso restrito, apreendidas 
em um mesmo contexto fático, configuram concurso formal de delitos. 
II. O art. 16 do Estatuto do Desarmamento, além da paz e segurança públicas, também protege a 
seriedade dos cadastros do Sistema Nacional de Armas, sendo inviável o reconhecimento de crime 
único, pois há lesão a bens jurídicos diversos. 
III. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no REsp 1619960/MG, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, 
julgado em 27/06/2017, DJe 01/08/2017) 
II – CORRETA – de acordo com a Súmula 513-STJ: A abolitio criminis temporária prevista na Lei nº 
10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de arma de fogo de uso permitido com numeração, 
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado, praticado 
somente até 23/10/2005. 
III – CORRETA – segundo a jurisprudência: 
 RECURSO ESPECIAL. PENAL. ESTATUTO DO DESARMAMENTO. DELITO TIPIFICADO NO ARTIGO 16, 
PARÁGRAFO ÚNICO, III, DA LEI N. 
10.826/2003. PORTE DE ARTEFATO EXPLOSIVO. GRANADA DE GÁS LACRIMOGÊNEO/PIMENTA. 
INADEQUAÇÃO TÍPICA. RECURSO IMPROVIDO. 
1. Explosivo é, em sentido amplo, um material extremamente instável, que pode se decompor 
rapidamente, formando produtos estáveis. Esse processo é denominado de explosão e é 
acompanhado por uma intensa liberação de energia, que pode ser feita sob diversas formas e gera 
uma considerável destruição decorrente da liberação dessa energia. 
 
2. Não será considerado explosivo o artefato que, embora ativado por explosivo, não projete e 
nem disperse fragmentos perigosos como metal, vidro ou plástico quebradiço, não possuindo, 
portanto, considerável potencial de destruição. 
3. Para a adequação típica do delito em questão, exige-se que o objeto material do delito, qual 
seja, o artefato explosivo, seja capaz de gerar alguma destruição, não podendo ser tipificado neste 
crime a posse de granada de gás lacrimogêneo/pimenta, porém, não impedindo eventual 
tipificação em outro crime. 
4. Recurso especial improvido. 
(REsp 1627028/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 
21/02/2017, DJe 03/03/2017) 
 
2- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA. 
I – É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo autorizado a portar ou possuir 
arma de fogo, não observa as imposições legais previstas no Estatuto do Desarmamento, que 
impõem registro das armas no órgão competente. 
II – Se a arma de fogo é encontrada no interior do caminhão dirigido por motorista profissional, 
trata-se de crime de posse de arma de fogo (art. 12 do Estatuto do Desarmamento), uma vez 
que o veículo utilizado profissionalmente pode ser considerado “local de trabalho”. 
III – O simples porte de arma, munição ou acessório de uso permitido, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar, configura o crime previsto no art. 14 da Lei 
nº 10.826/2003, por ser delito de perigo abstrato, de forma a ser irrelevante o fato de a arma 
apreendida estar desacompanhada de munição, porquanto o bem jurídico tutelado é a 
segurança pública e a paz social. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
e) Todas estão incorretas 
 
Gabarito: C 
I – CORRETA – segundo a jurisprudência: 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. POSSE E PORTE ILEGAL DE ARMAS DE FOGO E 
MUNIÇÕES DE USO PERMITIDO. AUSÊNCIA DE CERTIFICADO FEDERAL. 
DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL. IRRELEVÂNCIA. CONDUTA TÍPICA. TRANCAMENTO DO PROCESSO 
IMPOSSIBILIDADE. RECURSO NÃO PROVIDO. 
1. O trancamento do processo em habeas corpus somente é cabível quando ficarem 
demonstradas, de plano, a atipicidade da conduta, a absoluta falta de provas da materialidade do 
crime e de indícios de autoria ou a existência de causa extintiva da punibilidade. 
2. É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, mesmo autorizado a portar ou possuir arma 
de fogo, não observa as imposições legais previstas no estatuto do Desarmamento, que impõem 
registro das armas no órgão competente. 
 
3. É incabível a aplicação do princípio da adequação social, segundo o qual, dada a natureza 
subsidiária e fragmentária do direito penal, não se pode reputar como criminosa uma ação ou 
uma omissão aceita e tolerada pela sociedade, ainda que formalmente subsumida a um tipo legal 
incriminador. Possuir armas de fogo e munições, de uso permitido, sem certificados federais e que 
só vieram a ser apreendidas pelo Estado após cumprimento de mandado de busca e apreensão, 
não é uma conduta adequada no plano normativo. 
4. Por fim, sob a ótica do princípio da lesividade, o recorrente não preencheos vetores já 
assinalados pelo Supremo Tribunal Federal para o reconhecimento do princípio da insignificância, 
tais como a mínima ofensividade da conduta, nenhuma periculosidade social da ação, 
reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica 
provocada, ante os armamentos apreendidos (dois revólveres calibre 38 e 48 munições). 
5. Recurso não provido. 
(RHC 70.141/RJ, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 07/02/2017, 
DJe 16/02/2017) 
II – INCORRETA - segundo a jurisprudência: 
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. INTERIOR DE CAMINHÃO. CONFIGURAÇÃO DO DELITO 
TIPIFICADO NO ART. 14 DA LEI 10.826/2003. 
1. Configura delito de porte ilegal de arma de fogo se a arma é apreendida no interior de 
caminhão. 
2. O caminhão não é um ambiente estático, não podendo ser reconhecido como local de trabalho. 
3. Recurso especial provido. 
(REsp 1219901/MG, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 24/04/2012, 
DJe 10/05/2012) 
III – CORRETA - segundo a jurisprudência: 
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DESMUNICIADA. ART. 14 DA LEI N. 10.826/2003. PERIGO 
ABSTRATO. DELITO DE MERA CONDUTA. TIPICIDADE DA CONDUTA. SÚMULA 168/STJ. 
1. Este Superior Tribunal firmou seu entendimento no sentido de que o porte de arma 
desmuniciada se insere no tipo descrito no art. 14 da Lei 10.826/2003, por ser delito de perigo 
abstrato, cujo bem jurídico é a segurança pública e a paz social, sendo irrelevante a demonstração 
de efetivo caráter ofensivo por meio de laudo pericial. 
2. Incidência do disposto na Súmula 168/STJ, in verbis: não cabem embargos de divergência, 
quando a jurisprudência do tribunal se firmou no mesmo sentido do acórdão embargado. 
3. Não houve a realização do necessário cotejo analítico, com a transcrição de trechos que 
demonstrem a similitude fática entre as situações em confronto e a diferente interpretação de 
dispositivo de lei federal, conforme preconiza o art. 266, c/c o art. 255, § 2º, do RISTJ. 
4. O agravo regimental não merece prosperar, porquanto as razões reunidas na insurgência são 
incapazes de infirmar o entendimento assentado na decisão agravada. 
5. Agravo regimental improvido. 
(AgRg nos EAREsp 260.556/SC, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado 
em 26/03/2014, DJe 03/04/2014) 
 
 
 
DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. PORTE ILEGAL DE ARMA. ALEGAÇÃO DE ATIPICIDADE. ARMA 
DESMUNICIADA. CRIME DE MERA CONDUTA. DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. A tese apresentada no 
habeas corpus consiste na alegada atipicidade da conduta de o paciente portar arma de fogo, sem 
autorização e em desacordo com determinação legal e regulamentar, quando se tratar de arma 
desmuniciada. 2. O tipo penal do art. 14, da Lei n° 10.826/03, ao prever as condutas de portar, 
deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, 
emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, 
de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal e regulamentar, 
contempla crime de mera conduta, sendo suficiente a ação de portar ilegalmente a arma de fogo, 
ainda que desmuniciada. 3. O fato de estar desmuniciado o revólver não o desqualifica como arma, 
tendo em vista que a ofensividade de uma arma de fogo não está apenas na sua capacidade de 
disparar projéteis, causando ferimentos graves ou morte, mas também, na grande maioria dos 
casos, no seu potencial de intimidação. 4. Vê-se, assim, que o objetivo do legislador foi antecipar a 
punição de fatos que apresentam potencial lesivo à população - como o porte de arma de fogo em 
desacordo com as balizas legais -, prevenindo a prática de crimes como homicídios, lesões 
corporais, roubos etc. E não se pode negar que uma arma de fogo, transportada pelo agente na 
cintura, ainda que desmuniciada, é propícia, por exemplo, à prática do crime de roubo, diante do 
seu poder de ameaça e de intimidação da vítima. 5. Habeas corpus denegado. 
(HC 95073, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda 
Turma, julgado em 19/03/2013, DJe-066 DIVULG 10-04-2013 PUBLIC 11-04-2013 EMENT VOL-
02687-01 PP-00001) 
 
3- Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA. 
I – O fato de o empregador obrigar seu empregado a portar arma de fogo durante o exercício 
das atribuições de vigia não caracteriza coação moral irresistível capaz de excluir a culpabilidade 
do crime de "porte ilegal de arma de fogo de uso permitido" (art. 14 da Lei nº 10.826/2003) 
atribuído ao empregado que tenha sido flagrado portando, em via pública, arma de fogo, após o 
término do expediente laboral, no percurso entre o trabalho e a sua residência. 
II – O Conselheiro do Tribunal de Contas Estadual que mantém sob sua guarda arma ou munição 
de uso restrito não comete o crime do art. 16 da Lei 10.826/2003. 
III – É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição desacompanhada de 
arma, sendo regra geral a aplicação do princípio da insignificância aos crimes de posse ou porte 
de munição. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
e) Todas estão incorretas 
 
Gabarito: B 
I – CORRETA - segundo a jurisprudência: 
 
 RECURSO ESPECIAL. PENAL. ART. 14, CAPUT, DA LEI 10.826/2003. VIGIA. PORTE ILEGAL DE ARMA 
DE FOGO DE USO PERMITIDO EM VIA PÚBLICA. DETERMINAÇÃO PELO EMPREGADOR. 
INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA POR COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL. EXCLUDENTE DE 
CULPABILIDADE NÃO CARACTERIZADA. RELAÇÃO DE SUBORDINAÇÃO RESTRITA AO LOCAL E 
HORÁRIO DE TRABALHO. 
1. A jurisprudência desta Corte Superior é pacífica em classificar o crime do art. 14 da Lei 
10.826/2003 como de mera conduta e de perigo abstrato. Para realizá-lo, então, basta incorrer 
dolosamente na ação proibida, ou melhor, praticar os verbos que constituem o núcleo do tipo 
somados ao respectivo elemento normativo. Precedentes. 
2. O recorrido foi preso em flagrante enquanto portava ilegalmente arma de fogo de uso 
permitido, municiada, em via pública, no percurso entre o trabalho de "vigia" e sua residência, 
após o término do expediente laboral. 
3. No caso, não parece aceitável admitir que o recorrido estivesse sob influência de coação moral 
irresistível, até porque, quando praticou a conduta proibida, estava fora do horário e de seu 
ambiente de trabalho, livre, portanto, da relação de subordinação que o obrigava a portar arma 
de fogo de modo ilegal, conforme conclusão do Tribunal a quo. Sob esse prisma, não há porque 
supor a indução do comportamento delitivo por força externa determinante, infligida pelo 
empregador do recorrido. A verdade é que não há espaço para aplicação da regra disposta no art. 
22 do CP. 
4. A relação de subordinação, como elemento do contrato de trabalho, não justifica 
comportamento contrário ao Direito fora dos limites do contexto laboral. 
5. A inexigibilidade de conduta diversa somente funciona como causa de exclusão da culpabilidade 
quando proceder de forma contrária à lei se mostrar como única alternativa possível diante de 
determinada situação. 
6. Ademais, não é possível confundir "a atividade exercida pelo réu (vigia) com a de um vigilante 
(profissional contratado por estabelecimentos financeiros ou por empresa especializada em 
prestação de serviços de vigilância e transporte de valores), cuja categoria é regulamentada pela 
Lei nº 7.102/83, ao qual é assegurado o direito de portar armas de fogo, quando em efetivo 
exercício da profissão" (REsp 1221960/SP, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado 
em 22/02/2011, DJe 09/03/2011). 
7. Recurso especial provido para restabelecer a sentença penal condenatória. 
(REsp 1456633/RS, Rel. Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 
05/04/2016, DJe 13/04/2016) 
II – CORRETA - segundo a jurisprudência: 
PENAL.ART. 16 DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO. POSSE DE ARMA DE USO RESTRITO. 
CONSELHEIRO DE TRIBUNAL DE CONTAS EQUIPARADO A DESEMBARGADOR. LEI ORGÂNICA DA 
MAGISTRATURA. DIREITO A PORTE DE ARMA PARA DEFESA PESSOAL. NÃO DISCRIMINAÇÃO NA 
LOMAN ENTRE ARMA DE USO PERMITIDO E DE USO RESTRITO. INVASÃO DE COMPETÊNCIA DE 
NORMAS INFRALEGAIS EM MATÉRIA RELATIVA A DIREITOS E PRERROGATIVAS DA MAGISTRATURA. 
ATIPICIDADE. 
1. O art. 16 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003) é norma penal em branco que delega 
à autoridade executiva definir o que é arma de uso restrito. A norma infralegal não pode, contudo, 
revogar direito previsto no art. 33, V, da Lei Complementar n. 35/1979 - Lei Orgânica da 
Magistratura - e que implique ainda a criminalização da conduta. 
 
2. A prerrogativa constante na LOMAN não faz distinção do direito ao porte de arma e munições 
de uso permitido ou restrito, desde que com finalidade de defesa pessoal dos magistrados. 
Paralelismo entre magistrado de segundo grau e conselheiro de tribunal de contas estaduais 
reconhecido constitucionalmente. 
3. Não se trata de hierarquia entre lei complementar e ordinária, mas de invasão de competência 
reservada àquela por força do art. 93 da Constituição de 1988, que prevê lei complementar para o 
Estatuto da Magistratura. Conflito de normas que se resolve em favor daquela mais benéfica para 
abranger o direito também em relação à arma e munição de uso restrito. 
4. A Portaria do Comando do Exército n. 209/2014 autoriza membro do Ministério Público da 
União ou da magistratura a adquirir até duas armas de uso restrito (ponto 357 Magnum e ponto 
40) sem mencionar pistolas 9mm. É indiferente reconhecer a abolitio criminis por analogia, diante 
de lei própria a conferir direito de porte aos magistrados. 
5. Denúncia julgada improcedente com fundamento no art. 386, III, do CPP. 
(APn 657/PB, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/10/2015, 
DJe 29/10/2015) 
III – INCORRETA – segundo a jurisprudência: 
EMENTA: HABEAS CORPUS. DELITO DO ART. 16, CAPUT, DA LEI N. 10.826/2003. PACIENTE 
PORTANDO MUNIÇÃO. ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA. ORDEM CONCEDIDA. 1. A análise dos documentos pelos quais se instrui pedido 
e dos demais argumentos articulados na inicial demonstra a presença dos requisitos essenciais à 
incidência do princípio da insignificância e a excepcionalidade do caso a justificar a flexibilização 
da jurisprudência deste Supremo Tribunal segundo a qual o delito de porte de munição de uso 
restrito, tipificado no art. 16 da Lei n. 10.826/2003, é crime de mera conduta. 2. A conduta do 
Paciente não resultou em dano ou perigo concreto relevante para a sociedade, de modo a lesionar 
ou colocar em perigo bem jurídico na intensidade reclamada pelo princípio da ofensividade. Não 
se há subestimar a natureza subsidiária, fragmentária do direito penal, que somente deve ser 
acionado quando os outros ramos do direito não forem suficientes para a proteção dos bens 
jurídicos envolvidos. 3. Ordem concedida. 
(HC 133984, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 17/05/2016, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-112 DIVULG 01-06-2016 PUBLIC 02-06-2016) 
 
4- Assinale a alternativa INCORRETA com relação aos crimes do Estatuto do desarmamento (Lei 
10.826/2003). 
a) Demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo e das munições apreendidas, 
deve ser reconhecida a atipicidade da conduta do agente que detinha a posse do referido artefato 
e das aludidas munições de uso proibido, sem autorização e em desacordo com a determinação 
legal. 
b) Os crimes previstos no arts. 12, 14 e 16 da Lei 10.826/2003 são de mera conduta ou de perigo 
abstrato, cujo objeto jurídico imediato é a segurança coletiva. 
c) Se a perícia for realizada na arma e o laudo constatar que a arma não tem nenhuma condição 
de efetuar disparos não haverá crime. 
d) Não está caracterizado o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o instrumento 
apreendido sequer pode ser enquadrado no conceito técnico de arma de fogo, por estar quebrado 
e, de acordo com laudo pericial, totalmente inapto para realizar disparos. 
 
e) Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte é necessário que a arma de fogo tenha 
sido apreendida e periciada. 
 
Gabarito: E 
Segundo a jurisprudência: 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE 
FOGO. FUNDAMENTOS INSUFICIENTES PARA REFORMAR A DECISÃO AGRAVADA. INAPTIDÃO DO 
INSTRUMENTO. LAUDO PERICIAL ATESTANDO A TOTAL IMPROPRIEDADE DO OBJETO PARA 
REALIZAR DISPAROS. PERÍCIA ESTATAL CONCLUSIVA. CONDUTA ATÍPICA. RECURSO IMPROVIDO. 
1. O agravante não apresentou argumentos capazes de infirmar os fundamentos que alicerçaram a 
decisão agravada, razão que enseja a negativa de provimento ao agravo regimental. 
2. É típica a conduta de portar arma de fogo sem autorização ou em desconformidade com 
determinação legal ou regulamentar por se tratar de delito de perigo abstrato, cujo bem jurídico 
protegido é a incolumidade pública, independentemente da existência de qualquer resultado 
naturalístico. 
3. A classificação do crime de porte ilegal de arma de fogo como de perigo abstrato traz, em seu 
arcabouço teórico, a presunção, pelo próprio tipo penal, da probabilidade de vir a ocorrer algum 
dano pelo mau uso da arma. 
4. Flagrado o recorrido portando um objeto eleito como arma de fogo, temos um fato provado - o 
porte do instrumento - e o nascimento de duas presunções, quais sejam, de que o objeto é de fato 
arma de fogo, bem como tem potencial lesivo. 
5. Sendo a tese nuclear da defesa o fato de o objeto não se adequar ao conceito de arma, por 
estar quebrado e, consequentemente, inapto para realização de disparo, circunstância 
devidamente comprovada pela perícia técnica realizada, temos, indubitavelmente, o rompimento 
da ligação lógica entre o fato provado e as mencionadas presunções. Nesse contexto, impossível a 
manutenção do decreto condenatório por porte ilegal de arma de fogo. 
6. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no AREsp 397.473/DF, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 
19/08/2014, DJe 25/08/2014) 
 
 
 
RECURSO ESPECIAL. PENAL E PROCESSO PENAL. POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO E MUNIÇÕES DE 
USO PROIBIDO. ART. 16, CAPUT, DA LEI Nº 10.826/2003. INEFICÁCIA DA ARMA DE FOGO 
ATESTADA POR LAUDO PERICIAL. 
MUNIÇÕES DEFLAGRADAS E PERCUTIDAS. AUSÊNCIA DE POTENCIALIDADE LESIVA. ATIPICIDADE 
DA CONDUTA. ABSOLVIÇÃO MANTIDA. 
1. A Terceira Seção desta Corte pacificou entendimento no sentido de que o tipo penal de posse 
ou porte ilegal de arma de fogo cuida-se de delito de mera conduta ou de perigo abstrato, sendo 
irrelevante a demonstração de seu efetivo caráter ofensivo. 
2. Na hipótese, contudo, em que demonstrada por laudo pericial a total ineficácia da arma de fogo 
(inapta a disparar) e das munições apreendidas (deflagradas e percutidas), deve ser reconhecida a 
 
atipicidade da conduta perpetrada, diante da ausência de afetação do bem jurídico incolumidade 
pública, tratando-se de crime impossível pela ineficácia absoluta do meio. 
3. Recurso especial improvido. 
(REsp 1451397/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 
15/09/2015, DJe 01/10/2015) 
 
5- Assinale a alternativa INCORRETA de acordo com a jurisprudência. 
a) É atípica a conduta daquele que porta, na forma de pingente, munição desacompanhada de 
arma. 
b) Em regra, a jurisprudência não aplica o princípio da insignificância aos crimes de posse ou porte 
de arma ou munição. 
c) O porte de arma de fogo a que têm direito os policiais civis se estende aos policiais aposentados. 
d) Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo a conduta do agente que mantém sob 
guarda, no interior de sua residência, arma de fogo de uso permitido com registro vencido. 
e) Para que haja condenação pelo crime de posse ou porte é desnecessário que a arma de fogo 
tenhasido apreendida e periciada. 
 
Gabarito: C 
a) e b) Corretas, segundo a jurisprudência: 
EMENTA: HABEAS CORPUS. DELITO DO ART. 16, CAPUT, DA LEI N. 10.826/2003. PACIENTE 
PORTANDO MUNIÇÃO. ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA. ORDEM CONCEDIDA. 1. A análise dos documentos pelos quais se instrui pedido 
e dos demais argumentos articulados na inicial demonstra a presença dos requisitos essenciais à 
incidência do princípio da insignificância e a excepcionalidade do caso a justificar a flexibilização 
da jurisprudência deste Supremo Tribunal segundo a qual o delito de porte de munição de uso 
restrito, tipificado no art. 16 da Lei n. 10.826/2003, é crime de mera conduta. 2. A conduta do 
Paciente não resultou em dano ou perigo concreto relevante para a sociedade, de modo a lesionar 
ou colocar em perigo bem jurídico na intensidade reclamada pelo princípio da ofensividade. Não 
se há subestimar a natureza subsidiária, fragmentária do direito penal, que somente deve ser 
acionado quando os outros ramos do direito não forem suficientes para a proteção dos bens 
jurídicos envolvidos. 3. Ordem concedida. 
(HC 133984, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Segunda Turma, julgado em 17/05/2016, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-112 DIVULG 01-06-2016 PUBLIC 02-06-2016) 
c) Incorreta, segundo a jurisprudência, o porte de arma de fogo a que têm direito os policiais civis 
não se estende aos policiais aposentados. 
 
HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO ORIGINÁRIA. SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO ESPECIAL CABÍVEL. 
IMPOSSIBILIDADE. RESPEITO AO SISTEMA RECURSAL PREVISTO NA CARTA MAGNA. NÃO 
CONHECIMENTO. 
1. Com o intuito de homenagear o sistema criado pelo Poder Constituinte Originário para a 
impugnação das decisões judiciais, necessária a racionalização da utilização do habeas corpus, que 
 
não deve ser admitido para contestar decisão contra a qual exista previsão de recurso específico 
no ordenamento jurídico. 
2. Tendo em vista que a impetração aponta como ato coator acórdão proferido por ocasião do 
julgamento de apelação criminal, contra o qual foi interposto recurso especial - não admitido -, 
depara-se com flagrante utilização inadequada da via eleita, circunstância que impede o seu 
conhecimento. 
3. O constrangimento apontado na inicial será analisado, a fim de que se verifique a existência de 
flagrante ilegalidade que justifique a atuação de ofício por este Superior Tribunal de Justiça. 
PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO E DE USO RESTRITO. 
INÉPCIA DA DENÚNCIA. PEÇA INAUGURAL QUE ATENDE AOS REQUISITOS LEGAIS EXIGIDOS E 
DESCREVE CRIME EM TESE. AMPLA DEFESA GARANTIDA. EIVA NÃO EVIDENCIADA. 
1. Não pode ser acoimada de inepta a denúncia formulada em obediência aos requisitos traçados 
no artigo 41 do Código de Processo Penal, descrevendo perfeitamente as condutas típicas, cuja 
autoria é atribuída ao recorrente devidamente qualificado, circunstâncias que permitem o 
exercício da ampla defesa no seio da persecução penal, na qual se observará o devido processo 
legal. 
ARMAMENTO APREENDIDO FISICAMENTE DISTANTE DO CORPO DO ACUSADO. 
IRRELEVÂNCIA. DESCRIÇÃO DE CONDUTAS QUE SE ENQUADRAM NOS TIPOS PREVISTOS NOS 
ARTIGOS 14 E 16 DA LEI 10.826/2003. INEXISTÊNCIA DE ABOLITIO CRIMINIS TEMPORÁRIA. 
INCIDÊNCIA SOMENTE PARA POSSE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO 
CARACTERIZADO. 
1. Os tipos penais cuja violação se atribui ao paciente são mistos alternativos, motivo pelo qual o 
fato de as armas haverem sido apreendidas fisicamente longe do seu corpo não impede a 
configuração dos crimes em questão, já que neles também se prevê as condutas de deter, 
transportar e ter em depósito, todas elas devidamente narradas na denúncia. 
2. Revelando-se inviável a desclassificação pretendida pela impetrante, é impossível o exame da 
aventada ocorrência de abolitio criminis prevista nos artigos 30, 31 e 32 da Lei 10.826/2003, já 
que é entendimento desta Corte Superior de Justiça que somente as condutas delituosas 
relacionadas à posse de arma de fogo foram por ela abarcadas, não sendo possível estender o 
benefício para o crime de porte ilegal de arma de fogo, seja de uso permitido, seja de uso restrito. 
BUSCA E APREENSÃO SEM PRÉVIA ORDEM JUDICIAL. CRIMES DE NATUREZA PERMANENTE. 
DESNECESSIDADE. MÁCULA INEXISTENTE. 
1. É dispensável o mandado de busca e apreensão quando se trata de flagrante de crime 
permanente, podendo-se realizar a prisão sem que se fale em ilicitude das provas obtidas. 
Doutrina e jurisprudência. 
POLICIAL CIVIL APOSENTADO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO AO PORTE DE ARMA. 
INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 36 DO DECRETO FEDERAL 5.123/2004. AUSÊNCIA DE PROVAS DE QUE O 
PACIENTE ESTARIA AUTORIZADO A PORTAR ARMAMENTO FORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO 
SUL. COAÇÃO ILEGAL NÃO EVIDENCIADA. 
1. De acordo com o artigo 33 do Decreto Federal 5.123/2004, que regulamentou o artigo 6º da Lei 
10.826/2003, o porte de arma de fogo está condicionado ao efetivo exercício das funções 
institucionais por parte dos policiais, motivo pelo qual não se estende aos aposentados. 
2. Habeas corpus não conhecido. 
 
(HC 267.058/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/12/2014, DJe 
15/12/2014) 
d) Correta, segundo a jurisprudência: 
PENAL. ART. 12 DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO. GUARDA DE ARMA EM RESIDÊNCIA COM 
REGISTRO VENCIDO. CONDUTA ATÍPICA. AUSÊNCIA DE DOLO. 
ART. 16 DO MESMO ESTATUTO. POSSE E GUARDA DE MUNIÇÃO DE USO RESTRITO. CONSELHEIRO 
EQUIPARADO A DESEMBARGADOR. LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA E DIREITO A PORTE DE 
ARMA PARA DEFESA PESSOAL. NÃO DISCRIMINAÇÃO NA LOMAN ENTRE MUNIÇÃO DE USO 
PERMITIDO E DE USO RESTRITO. ATIPICIDADE RECONHECIDA. 
1. Os objetos jurídicos dos tipos previstos nos arts. 12 (guarda de arma de uso permitido em 
residência) e 16 (posse de munição de uso restrito) da Lei n. 10.826/2003 - Estatuto do 
Desarmamento - são a administração pública e, reflexamente, a segurança, incolumidade e paz 
pública (crime de perigo abstrato). No primeiro caso, para se exercer controle rigoroso do trânsito 
de armas e permitir a atribuição de responsabilidade pelo artefato; no segundo, para evitar a 
existência de armas irregulares circulando livremente em mãos impróprias, colocando em risco a 
população. 
2. Se o agente já procedeu ao registro da arma, a expiração do prazo é mera irregularidade 
administrativa que autoriza a apreensão do artefato e aplicação de multa. A conduta, no entanto, 
não caracteriza ilícito penal. 
3. Art. 16 do Estatuto do Desarmamento é norma penal em branco que delega à autoridade 
executiva definir o que é arma de uso restrito. 
A norma infralegal não pode, contudo, revogar direito previsto no art. 33, V, da Lei Complementar 
n. 35/1979 - Lei Orgânica da Magistratura - e que implique ainda a criminalização da própria 
conduta. A referida prerrogativa não faz distinção do direito ao porte de arma e munições de uso 
permitido ou restrito, desde que com finalidade de defesa pessoal. 
4. Não se trata de hierarquia entre lei complementar e ordinária, mas de invasão de competência 
reservada àquela por força do art. 93 da Constituição de 1988, que prevê lei complementar para o 
Estatuto da Magistratura (art. 93). Conflito de normas que se resolve em favor da interpretação 
mais benéfica à abrangência da prerrogativa também em relação à munição de uso restrito. 
5. A Portaria do Comando do Exército n. 209/2014 autoriza membro do Ministério Público da 
União ou da magistratura a adquirir até duas armas de uso restrito (357 Magnum e ponto 40) sem 
mencionar armas e munições 9mm. É indiferente reconhecer abolitio criminis por analogia, diante 
de lei própria a conferir direito de porte aos magistrados. 
6. Denúncia julgada improcedente com fundamento no art. 386, III, do CPP. 
(APn 686/AP, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 21/10/2015, 
DJe 29/10/2015) 
 
 
HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO PREVISTO NO ORDENAMENTO 
JURÍDICO. 1. NÃO CABIMENTO. MODIFICAÇÃO DE ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL.RESTRIÇÃO 
DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. EXAME EXCEPCIONAL QUE VISA PRIVILEGIAR A AMPLA DEFESA E 
O DEVIDO PROCESSO LEGAL. 2. ART. 12 DA LEI N. 10.826/2003. POSSE DE ARMA DE FOGO DE USO 
PERMITIDO COM O REGISTRO VENCIDO. ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. SUBSIDIARIEDADE 
 
DO DIREITO PENAL. PUNIÇÃO ADMINISTRATIVA QUE SE MOSTRA SUFICIENTE. 3. ORDEM NÃO 
CONHECIDA. HABEAS CORPUS CONCEDIDO DE OFÍCIO. 
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, buscando a racionalidade do ordenamento 
jurídico e a funcionalidade do sistema recursal, vinha se firmando, mais recentemente, no sentido 
de ser imperiosa a restrição do cabimento do remédio constitucional às hipóteses previstas na 
Constituição Federal e no Código de Processo Penal. Nessa linha de evolução hermenêutica, o 
Supremo Tribunal Federal passou a não mais admitir habeas corpus que tenha por objetivo 
substituir o recurso ordinariamente cabível para a espécie. 
Precedentes. Contudo, devem ser analisadas as questões suscitadas na inicial no intuito de 
verificar a existência de constrangimento ilegal evidente - a ser sanado mediante a concessão de 
habeas corpus de ofício -, evitando-se prejuízos à ampla defesa e ao devido processo legal. 
2. O trancamento de ação penal na via estreita do writ configura medida de exceção, somente 
cabível nas hipóteses em que se demonstrar, à luz da evidência, a atipicidade da conduta, a 
extinção da punibilidade ou outras situações comprováveis de plano, suficientes ao prematuro 
encerramento da persecução penal. Na espécie, o paciente foi denunciado pela suposta prática da 
conduta descrita no art. 12 da Lei n. 10.826/2003, por possuir irregularmente um revólver marca 
Taurus, calibre 38, número QK 591720, além de dezoito cartuchos de munição do mesmo calibre. 
3. Todavia, no caso, a questão não pode extrapolar a esfera administrativa, uma vez que ausente a 
imprescindível tipicidade material, pois, constatado que o paciente detinha o devido registro da 
arma de fogo de uso permitido encontrada em sua residência - de forma que o Poder Público 
tinha completo conhecimento da posse do artefato em questão, podendo rastreá-lo se necessário 
-, inexiste ofensividade na conduta. A mera inobservância da exigência de recadastramento 
periódico não pode conduzir à estigmatizadora e automática incriminação penal. Cabe ao Estado 
apreender a arma e aplicar a punição administrativa pertinente, não estando em consonância com 
o Direito Penal moderno deflagrar uma ação penal para a imposição de pena tão somente porque 
o indivíduo - devidamente autorizado a possuir a arma pelo Poder Público, diga-se de passagem - 
deixou de ir de tempos em tempos efetuar o recadastramento do artefato. Portanto, até mesmo 
por questões de política criminal, não há como submeter o paciente às agruras de uma 
condenação penal por uma conduta que não apresentou nenhuma lesividade relevante aos bens 
jurídicos tutelados pela Lei n. 
10.826/2003, não incrementou o risco e pode ser resolvida na via administrativa. 
4. Ordem não conhecida. Habeas corpus concedido, de ofício, para extinguir a Ação Penal n. 
0008206-42.2013.8.26.0068 movida em desfavor do paciente, ante a evidente falta de justa causa. 
(HC 294.078/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 26/08/2014, 
DJe 04/09/2014. 
e) Correta, segundo a jurisprudência: 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO. ARTIGO 
14 DA LEI N. 10.826/2003. PERÍCIA DA ARMA. 
COMPROVAÇÃO DE SUA POTENCIALIDADE LESIVA. DESNECESSIDADE. CRIME DE PERIGO 
ABSTRATO. 
1. A Terceira Seção deste Sodalício consolidou o entendimento de que o crime previsto no art. 14 
da Lei 10.826/03 é de perigo abstrato, cujo objeto jurídico imediato é a segurança coletiva. 
2. É irrelevante, portanto, a realização de exame pericial para a comprovação da potencialidade 
lesiva do artefato, pois basta o simples porte de arma de fogo, ainda que desmuniciada (como no 
 
caso em apreço), em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para a incidência do 
tipo penal. 
3. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no REsp 1294551/GO, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 07/08/2014, 
DJe 19/08/2014) 
 
6- Sobre os crimes contra a ordem tributária, assinale a alternativa INCORRETA: 
a) Nos crimes contra a ordem tributária o bem jurídico protegido é a ordem tributária, entendida 
como o interesse do Estado na arrecadação dos tributos, para a consecução de seus fins. Contudo, 
a Administração Pública, a fé pública, o trabalho e a livreconcorrência também são protegidos. 
b) O mero inadimplemento por si só, não constitui crime, dessa forma se o contribuinte declara 
todos os fatos geradores à repartição fazendária, de acordo com a periodicidade exigida em lei, 
cumpre todas as obrigações tributárias acessórias e tem escrita contábil regular, mas não paga o 
tributo, não há crime. 
c) Nos crimes contra a ordem tributária, a responsabilidade penal é sempre objetiva, de modo que, 
em caso de crime praticado no âmbito de uma pessoa jurídica, responderá pelo crime aquele que 
detinha, de fato, o poder de gestão. 
d) O Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da competência para 
exigir o seu cumprimento. 
e) Os crimes contra a ordem tributária são espécie de crimes econômicos, ao lado dos crimes 
contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra o consumidor e as 
relações de consumo e contra a ordem econômica. 
 
Gabarito: C 
a) CORRETA, segundo a doutrina: 
O bem jurídico protegido é a ordem tributária, entendida como o interesse do Estado na 
arrecadação dos tributos, para a consecução de seus fins. Cuida-se de bem macrossocial, coletivo. 
Secundariamente, protegem-se a Administração Pública, a fé pública, o trabalho e a 
livreconcorrência, consagrada pela CF como um dos princípios da ordem econômica (art. 170, IV), 
uma vez que os agentes econômicos que não recolhem regularmente os tributos poderão ter 
preços melhores do que aquele que recolhe seus tributos, caracterizando uma verdadeira 
concorrência desleal. 
b) CORRETA, segundo a doutrina: 
O mero inadimplemento, ou seja, o fato de deixar de pagar tributo, por si só, não constitui crime. 
Assim, se o contribuinte declara todos os fatos geradores à repartição fazendária, de acordo com a 
periodicidade exigida em lei, cumpre todas as obrigações tributárias acessórias e tem escrita 
contábil regular, mas não paga o tributo, não há crime algum. 
c) INCORRETA, segundo a doutrina: 
 A responsabilidade penal é sempre subjetiva, de modo que, em caso de crime praticado no 
âmbito de uma pessoa jurídica, responderá pelo crime aquele que detinha, de fato, o poder de 
gestão. 
 
d) CORRETA, segundo o art. 119 do CTN: “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito 
público titular da competência para exigir o seu cumprimento”. 
e) CORRETA, segundo a doutrina: 
Os crimes contra a ordem tributária são espécie de crimes econômicos, ao lado dos crimes contra a 
economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra o consumidor e as relações de 
consumo e contra a ordem econômica. 
Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial esquematizado. Victor Eduardo Rios 
Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017, p. 649/652. 
 
7- Assinale a alternativa INCORRETA: 
a) Os crimes contra a ordem tributária são considerados comuns, uma vez que não é exigida a 
qualidade de contribuinte ou responsável do sujeito ativo do delito. 
b) O objeto da sonegação é o tributo e a contribuição, não incluindo os acessórios. 
c) Quando os crimes contra a ordem tributária são cometidos por meio de pessoas jurídicas não é 
possível a sua penalização em razão desses crimes, pois a única hipótese de responsabilização 
direta da pessoa jurídica prevista em lei se dá em relação aos crimes ambientais. 
d) É possível a tributação sobre a renda proveniente de atividades ilícitas, demodo que há crime 
contra a ordem tributária na hipótese, uma vez que se tributa a renda, e não o crime. 
e) O sujeito passivo dos crimes contra a ordem tributária é a pessoa jurídica titular do direito de 
cobrar o respectivo tributo, podendo ser a União, o Estado ou o Município. 
 
Gabarito: B 
a) CORRETA, segundo a doutrina: 
Os crimes contra a ordem tributária são considerados comuns, uma vez que não é exigida a 
qualidade de contribuinte ou responsável (CTN, art. 121) do sujeito ativo do delito. 
b) INCORRETA, segundo a doutrina: 
O objeto da sonegação é o tributo, contribuição ou qualquer acessório. A expressão tributo, a 
rigor, abrangeria as contribuições sociais, que são espécies de tributos. Como já houve discussão 
sobre a natureza tributária das contribuições, o legislador incluiu expressamente as contribuições 
sociais como objeto do delito, de modo a evitar qualquer dúvida sobre o tema. 
c) CORRETA, segundo a doutrina: 
Em muitos casos, o crime é cometido por meio de pessoa jurídica, mas não é possível penalizá-la 
em razão desses crimes, uma vez que, não obstante a autorização constitucional para tanto (CF, 
art. 173, § 5º), a única hipótese de responsabilização direta da pessoa jurídica prevista em lei se dá 
em relação aos crimes ambientais. 
d) CORRETA, segundo a doutrina: 
É possível a tributação sobre a renda proveniente de atividades ilícitas, de modo que há crime 
contra a ordem tributária na hipótese, uma vez que se tributa a renda, e não o crime, e levando em 
conta, ainda, que não seria razoável deixar de tributar quem aufere renda ilicitamente, enquanto 
está obrigado a contribuir quem o faz de forma lícita. 
 
e) CORRETA, segundo a doutrina: 
É a pessoa jurídica titular do direito de cobrar o respectivo tributo, podendo ser a União, o Estado 
ou o Município. Se for a União ou Autarquia Federal, a competência será da JF. Nos termos do art. 
119 do CTN: “Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público titular da 
competência para exigir o seu cumprimento”. 
Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial esquematizado. Victor Eduardo Rios 
Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017, p. 651/653. 
 
8 - Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA. 
I – Os crimes de falso somente são absorvidos pelo crime de sonegação fiscal quando constitui 
meio/caminho necessário para a sua consumação. 
II – Fraudar a fiscalização, inserindo elementos inexatos, é uma forma omissiva, porque o agente 
elabora o documento ou livro, apesar de incluir dados inexatos. 
III – Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da 
Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
e) Todas estão incorretas 
 
Gabarito: C 
I – CORRETA, segundo a jurisprudência: 
STJ. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. FALSIFICAÇÃO DE SELO OU SINAL PÚBLICO. 
USO DE DOCUMENTO FALSO. AUTORIA. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. ÓBICE DA 
SÚMULA N. 7/STJ. 1. O Tribunal de origem, após a análise dos elementos colhidos no curso da 
ação penal, concluiu que o caderno processual ostenta provas aptas para condenar o recorrente 
pelos crimes de falsificação de selo ou sinal público e uso de documento falso que lhe foram 
imputados pela denúncia, destacando que a materialidade e autoria do denunciado ficou 
demonstrada pelas provas dos autos. 2. A desconstituição do julgado para se operar a absolvição 
pretendida pela defesa demandaria o revolvimento do material probante dos autos, providência 
exclusiva das instâncias ordinárias e vedada a este Sodalício no âmbito do recurso especial, 
conforme entendimento expresso no Enunciado n. 7 da Súmula do STJ. OCORRÊNCIA DE BIS IN 
IDEM NA CONDENAÇÃO. APLICAÇÃO DAS SUMULAS 7 DO STJ E 283 DO STF. 1. A Corte a quo 
afastou a ocorrência de bis in idem, sob o fundamento de que as condutas imputadas ao 
recorrente na denúncia não foram julgadas na ação que o condenou pelo crime de sonegação de 
tributos. 2. Nesse aspecto, o apelo especial não se presta a desconstituir o julgado e operar a 
absolvição pretendida, dada a necessidade de revolvimento do material probante, procedimento 
de análise exclusiva das instâncias ordinárias e vedado ao Superior Tribunal de Justiça, a teor do 
óbice constante do Enunciado n.º 7 da Súmula desta Corte. 3. O recorrente não refutou todas as 
razões de decidir adotadas no acórdão objurgado, especialmente quanto à tese de que, na ação 
que o condenou pelo crime de sonegação de tributos, não lhe foram imputados os crimes de uso 
 
de documentos falsos no âmbito do Ministério Público Federal, bem como não há qualquer 
menção às procurações supostamente falsas no âmbito da sentença proferida naquela ação penal. 
4. Remanescendo no julgado objurgado fundamento suficiente para a manutenção da sua 
conclusão e contra o qual não se insurgiu o recorrente, afigura-se inviável o processamento do 
recurso especial ante a incidência, por analogia, do óbice constante do Enunciado n. 283 da 
Súmula do Supremo Tribunal Federal. CONSUNÇÃO ENTRE OS CRIMES DE SONEGAÇÃO FISCAL E 
DE FALSIFICAÇÃO E USO DE DOCUMENTO FALSO. DELITOS AUTÔNOMOS. PRINCÍPIOS DA 
ABSORÇÃO OU DA ESPECIALIDADE. INAPLICABILIDADE. 1. Os crimes de falso somente são 
absorvidos pelo crime de sonegação fiscal quando constitui meio/caminho necessário para a sua 
consumação. 2. No caso, a apresentação posterior do documento falso, com o fim de se 
assegurar a impunidade do crime de sonegação fiscal, denota a autonomia das condutas. 3. 
Afastada a aplicação do princípio da consunção ou da especialidade. DOSIMETRIA. PENA-BASE 
FIXADA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL. MAJORAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 1. A ponderação 
das circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal não é uma operação aritmética, mas sim, 
um exercício de discricionariedade vinculada, devendo o magistrado eleger a sanção que melhor 
servirá para a prevenção e repressão do fato-crime praticado, exatamente como realizado na 
espécie. 2. Na hipótese em testilha, a reprimenda-base restou fixada acima do patamar mínimo 
legal, com fulcro em elementos concretos do crime, a denotar elevada culpabilidade do agente, 
cujas condutas foram dotadas de um grau de censurabilidade que transpassa a normalidade, eis 
que, com o escopo de afastar sua responsabilidade pela gestão da empresa sonegadora e atribui-
la a terceiro estranho à sua direção, o qual exercia a função inferior de carregador, apresentou ao 
Ministério Público Federal procuração com falso reconhecimento de firma. 3. Agravo regimental 
desprovido. (AgRg no REsp 1717036/PE, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 
23/08/2018, DJe 31/08/2018) 
II – INCORRETA. De acordo com a doutrina: 
Fraudar a fiscalização, inserindo elementos inexatos, é uma forma comissiva, porque o agente 
elabora o documento ou livro, mas com dados inexatos. Omitir operação de qualquer natureza é, 
por exemplo, omitir operação de compra e venda ou de prestação de serviço. Se algumas dessas 
operações são escrituradas e outras não, em documento ou livro exigido pela lei fiscal, o agente 
incide no crime pelas operações que não escriturou, embora devesse fazê-lo. 
Gonçalves, Victor Eduardo Rios. Legislação penal especial esquematizado. Victor Eduardo Rios 
Gonçalves e José Paulo Baltazar Junior. – 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2017, p. 655. 
III – CORRETA, nos termos da Súmula Vinculante 24. Não se tipifica crime material contra a ordem 
tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do 
tributo. 
 
9 - Analise as assertivas abaixo e assinale a alternativa CORRETA. 
I – Se o contribuinte deixa de apresentar declaração ao Fisco com o fim de obter a redução ou 
supressão de tributo e consegue atingir o resultado almejado, tal conduta consubstancia crimede sonegação fiscal, na modalidade do inciso I do art. 1º da Lei nº 8.137/90. 
II – O reconhecimento de prescrição tributária em execução fiscal não é capaz de justificar o 
trancamento de ação penal referente aos crimes contra a ordem tributária previstos nos incisos 
I a IV do art. 1º da Lei nº 8.137/90. 
III – Segundo entendimento do STJ, a omissão na entrega da antiga Declaração de Informações 
Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), consubstancia conduta apta a firmar a tipicidade do 
 
crime de sonegação fiscal previsto no art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90, ainda que o Fisco disponha de 
outros meios para a constituição do crédito tributário. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
e) Todas estão incorretas 
 
Gabarito: A 
I – CORRETA, segundo a jurisprudência: 
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA Tipicidade da omissão na apresentação de declaração ao 
Fisco. Se o contribuinte deixa de apresentar declaração ao Fisco com o fim de obter a redução ou 
supressão de tributo e consegue atingir o resultado almejado, tal conduta consubstancia crime de 
sonegação fiscal, na modalidade do inciso I do art. 1º da Lei nº 8.137/90. A constituição do crédito 
tributário, por vezes, depende de uma obrigação acessória do contribuinte, como a declaração do 
fato gerador da obrigação tributária (lançamento por declaração). Se o contribuinte não realiza tal 
ato com vistas a não pagar o tributo devido ou a reduzir o seu valor, comete o mesmo crime 
daquele que presta informação incompleta. A circunstância de o Fisco dispor de outros meios para 
constituir o crédito tributário, ante a omissão do contribuinte em declarar o fato gerador, não 
afasta a tipicidade da conduta; o arbitramento efetivado é uma medida adotada pelo Fisco para 
reparar a evasão decorrente da omissão e uma evidência de que a conduta omissiva foi apta a 
gerar a supressão ou, ao menos, a redução do tributo na apuração. Assim, segundo entendeu o 
STJ, a omissão na entrega da antiga Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa 
Jurídica (DIPJ) consubstanciava conduta apta a firmar a tipicidade do crime de sonegação fiscal 
previsto no art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90, ainda que o Fisco dispusesse de outros meios para a 
constituição do crédito tributário. Obs: a DIPJ foi substituída pela Escrituração Contábil Fiscal (ECF). 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.561.442-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 23/2/2016. 
II – CORRETA, segundo a jurisprudência: 
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. A extinção do crédito tributário pela prescrição não 
influencia na ação penal por crime contra a ordem tributária. O reconhecimento de prescrição 
tributária em execução fiscal não é capaz de justificar o trancamento de ação penal referente aos 
crimes contra a ordem tributária previstos nos incisos I a IV do art. 1º da Lei nº 8.137/90. A 
constituição regular e definitiva do crédito tributário é suficiente para tipificar as condutas 
previstas no art. 1º, I a IV, da Lei nº 8.137/90, não influenciando em nada, para fins penais, o fato 
de ter sido reconhecida a prescrição tributária. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 202.617/DF, Rel. Min. 
Campos Marques (Des. Conv. do TJ/PR), julgado em 11/04/2013. STJ. 6ª Turma. RHC 67.771-MG, 
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 10/3/2016 (Info 579) 
III – CORRETA, segundo a jurisprudência: 
CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA Tipicidade da omissão na apresentação de declaração ao 
Fisco. Se o contribuinte deixa de apresentar declaração ao Fisco com o fim de obter a redução ou 
supressão de tributo e consegue atingir o resultado almejado, tal conduta consubstancia crime de 
sonegação fiscal, na modalidade do inciso I do art. 1º da Lei nº 8.137/90. A constituição do crédito 
tributário, por vezes, depende de uma obrigação acessória do contribuinte, como a declaração do 
fato gerador da obrigação tributária (lançamento por declaração). Se o contribuinte não realiza tal 
 
ato com vistas a não pagar o tributo devido ou a reduzir o seu valor, comete o mesmo crime 
daquele que presta informação incompleta. A circunstância de o Fisco dispor de outros meios para 
constituir o crédito tributário, ante a omissão do contribuinte em declarar o fato gerador, não 
afasta a tipicidade da conduta; o arbitramento efetivado é uma medida adotada pelo Fisco para 
reparar a evasão decorrente da omissão e uma evidência de que a conduta omissiva foi apta a 
gerar a supressão ou, ao menos, a redução do tributo na apuração. Assim, segundo entendeu o STJ, 
a omissão na entrega da antiga Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica 
(DIPJ) consubstanciava conduta apta a firmar a tipicidade do crime de sonegação fiscal previsto no 
art. 1º, I, da Lei nº 8.137/90, ainda que o Fisco dispusesse de outros meios para a constituição do 
crédito tributário. Obs: a DIPJ foi substituída pela Escrituração Contábil Fiscal (ECF). STJ. 6ª Turma. 
REsp 1.561.442-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 23/2/2016. 
Informativo de Jurisprudência do STJ, 579. 
 
10 – Quando aos crimes contra a ordem tributária, assinale a alternativa CORRETA. 
I – Segundo o STJ, com a extinção do BTN – índice previsto na Lei 8.137/90 para cálculo dos dia-
multa - deve-se calculá-los em salários mínimos, aplicando-se a regra geral do Código Penal. 
II – Em face do princípio da especialidade, fica afastada a incidência da lei geral, que tipifica os 
crimes dos arts. 171, § 3º, 299 e 304 do Código Penal, aplicando-se a conduta tipificada pelo art. 
1º, IV, da Lei 8.137/90. 
III – Para atender a situação econômica do condenado o valor da multa pode ser aumentado até 
o décuplo ou reduzida até um décimo da pena imposta. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas I e II estão corretas. 
c) Apenas I e III estão corretas. 
d) Apenas II e III estão corretas. 
e) Todas estão incorretas 
 
Gabarito: A 
I – CORRETA, segundo a jurisprudência: 
STJ - PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL.VIOLAÇÃO AO ART. 
8º DA LEI Nº 8.137/90. OCORRÊNCIA. PENA PECUNIÁRIA. EXTINÇÃO DO ÍNDICE BTN. ART. 49, § 1º, 
DO CÓDIGO PENAL. MULTA. ADEQUAÇÃO LEGAL. RESTABELECIMENTO DA MULTA. AGRAVO 
REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O entendimento deste Tribunal Superior é no 
sentido de que a extinção da BTN, a que faz referência o artigo 8º, parágrafo único, da Lei n° 
8.137/90, não conduz à inaplicabilidade da pena de multa, pois tratando-se dos crimes contra a 
ordem tributária, aplica-se, subsidiariamente, a regra geral contida no artigo 49, § 1º do Código 
Penal. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp 1531334/DF, Rel. Ministra 
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 01/10/2015, DJe 23/10/2015) 
II – CORRETA, segundo a jurisprudência: 
STJ - PENAL E PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. JULGAMENTO 
MONOCRÁTICO. PREVISÃO LEGAL. REAPRECIAÇÃO DA MATÉRIA PELO ÓRGÃO COLEGIADO. 
RESTITUIÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA MEDIANTE FRAUDE. CONDUTA QUE SE SUBSUME NO TIPO 
 
PENAL PREVISTO NO ART. 1º DA LEI N.º 8.137/90. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. AGRAVO 
REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. A negativa de seguimento monocrático de recurso especial encontra 
previsão nos arts. 557, caput, do CPC - aplicável à matéria criminal nos termos do art. 3º do CPP -, 
e 34, XVIII, do RISTJ, sendo certo que a interposição de agravo regimental remete, ao órgão 
colegiado competente, a reapreciação da matéria. 2. Segundo a pacífica jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça, o art. 1º, IV, da Lei 8.137/90 prevê, como conduta típica contra a ordem 
tributária, suprimir ou reduzir tributo, mediante elaboração de documento falso ou uso do 
documento contrafeito, pelo que, em face do princípio da especialidade, fica afastada a incidência 
da lei geral, que tipifica os crimes dos arts. 171, § 3º, 299 e 304 do Código Penal (AgRg no REsp 
1.154.371/MG, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEXTA TURMA, julgado em 3/12/2003, DJe 
3/2/2014).3. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 980.334/RS, Rel. Ministro NEFI 
CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 03/02/2015) 
III – CORRETA, nos termos do art. 10. Lei nº 8.137/90: Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a 
situação econômica do réu, verifique a insuficiência ou excessiva onerosidade das penas 
pecuniárias previstas nesta lei, poderá diminuí-las até a décima parte ou elevá-las ao décuplo.

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