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PROJETO TCC TRANSTORNOS ALIMENTARES UMA ANÁLISE SOBRE OS EFEITOS NEGATIVOS EM JOVENS DEPRESSIVOS.

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VALÉRIA PINTO ELIZEU
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TRANSTORNOS ALIMENTARES: UMA ANÁLISE SOBRE OS EFEITOS NEGATIVOS EM JOVENS DEPRESSIVOS. 
Bacabal
2022
VALÉRIA PINTO ELIZEU
TRANSTORNOS ALIMENTARES: UMA ANÁLISE SOBRE OS EFEITOS NEGATIVOS EM JOVENS DEPRESSIVOS. 
Projeto apresentado ao Curso de Bacharelado em Nutrição da Instituição Faculdade Pitágoras.
Orientador: Bruna Eduardo
Bacabal
2022
	SUMÁRIO	
1 INTRODUÇÃO	4
1.1 O PROBLEMA	.5
2 OBJETIVOS	5
2.1 OBJETIVO GERAL OU PRIMÁRIO	5
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS OU SECUNDÁRIOS	5
3 JUSTIFICATIVA	6
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	7
4.1 TRANSTORNOS ALIMENTARES..........................................................................7
4.2 DEPRESSÃO.......................................................................................................10
5 METODOLOGIA	11
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO	12
REFERÊNCIAS	13
1 INTRODUÇÃO 
A depressão é uma doença psicológica, que atinge uma grande parte da população brasileira. Em setembro de 2021, mês marcado no Brasil pela campanha de prevenção ao suicídio, o boletim epidemiológico nº 33, publicado pelo Ministério da Saúde, trouxe dados alarmantes. Entre 2010 e 2019, ocorreram no Brasil 112,2 mil mortes por suicídio, com um aumento de 43% no número anual de mortes, de 9,4 mil em 2010 para 13,5 mil em 2019. O boletim destaca o aumento das taxas de suicídio de adolescentes e jovens no Brasil. Segundo o documento, o suicídio configura a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade. 
O presente estudo busca uma análise acerca de o transtorno alimentar em jovens com quadro depressivo, e como a nutrição pode influenciar tanto na sua prevenção quanto no controle e amenização de sintomas. Buscando a compreensão sobre as vantagens da terapia nutricional aplicada a transtornos depressivos, evidenciando no que consiste essa patologia, e quais seus principais sinais e sintomas. Além dos princípios da alimentação voltada para o enfoque da melhora na qualidade de vida do individuo depressivo, e também na prevenção da doença. 
Ademais, será possível compreender também como a terapia nutricional deve ser aplicada aos pacientes adolescentes deprimidos, quais alimentos e nutrientes devem compor esse tratamento, e como e por que esses nutrientes beneficiam o organismo.
1.1 PROBLEMA
Quais os principais efeitos negativos que os transtornos alimentares apresentam em jovens adolescentes com quadro de depressão?
2 OBJETIVO
 2.1 OBJETIVO GERAL
O presente trabalho tem como objetivo verificar e avaliar os principais efeitos que os transtornos alimentares trazem para os adolescentes e a origem desses problemas. Buscando estabelecer vantagens na utilização da terapia nutricional no controle dos sintomas da depressão.
	
2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO 
· Descrever os principais efeitos dos transtornos alimentares;
· Verificar fatores psicológicos que geram os problemas; 
· Realizar uma pesquisa bibliográfica dos transtornos alimentares, destacando sua evolução histórica, sintomas e comportamentos favoráveis ao seu desenvolvimento;
· Analisar vantagens na utilização da terapia nutricional no controle dos sintomas da depressão.
3 JUSTIFICATIVA
Os transtornos alimentares são seguidos de várias alterações relacionadas ao estado nutricional. Essas alterações ocorrem muitas vezes devidas a atos compensatórios inadequados para o controle do peso. São realizados através da indução de vômitos, uso de diuréticos e laxativos de forma excessiva e prolongada. Diversas alterações aparecem em decorrência de diagnóstico e início do tratamento tardio, pois, muitos pacientes ocultam os sintomas e/ou recusam o tratamento (ASSUMPÇÃO; CABRAL, 2002).
Sendo uma doença de alta prevalência atualmente, a depressão é um tema que deve ser tratado de forma detalhada, com indicações claras e concisas de sintomas comuns e métodos de controle eficazes. Muitas pessoas não entendem a relação entre nutrição e desequilíbrio psicológico, sendo assim, abordar o tema com uma explicação clara e uma boa idéia de como funciona a terapia alimentar é de extrema importância. Portanto, é importante compreender inicialmente o papel da alimentação nesse tratamento para que possam aderir ao regime nutricional e seus benefícios.
Diante disso, o presente trabalho permitiu verificar atrás de pesquisas bibliográficas como o transtorno alimentar tem ligação direta com os estados depressivos, em especial em adolescentes, e como o tratamento através da alimentação pode se tornar eficaz. 
	Espera-se contribuir de forma teórica com o assunto e apresentar como a utilização da terapia alimentar contribui para resultados satisfatórios.
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera a adolescência como o período compreendido dos 10 aos 19 anos. Na legislação brasileira a adolescência corresponde à idade de 12 anos aos 18 anos de idade completos (ECA, 2022).
Apesar de a adolescência ser uma construção social, sendo uma época presente somente em sociedades pós industriais, é nesse período que ocorrem as maiores mudanças físicas (CALIGARIS, 2000; PAPALIA & FELDMAN, 2013). Durante a adolescência, o corpo sofre alterações em um curto período de tempo devido à puberdade (BERGER, 2003). Durante a puberdade, o hipotálamo libera uma grande quantidade de gonadotrofina (GnRH), o que resulta na liberação de dois hormônios reprodutivos: hormônio luteinizante (LH) e hormônio folículo-estimulante (FSH). 
Em geral, os perfis das pessoas com transtornos alimentares são: adolescentes do sexo feminino, brancas e de alto nível socioeconômico e cultural. O que se observou, no entanto, foi uma crescente heterogeneidade desse grupo, diagnosticado em adolescentes do sexo masculino, negros, pré-púberes e pacientes com baixo nível socioeconômico cultural.
Diante das mudanças físicas, da pressão psicológica imposta pelo grupo e da tentação imposta pela mídia, os adolescentes se vêem em busca de seus padrões ideais de beleza. Como resultado, a adolescência torna-se uma época de fácil insatisfação com o próprio corpo. E despreparados para enfrentar as próprias mudanças físicas e mentais, os adolescentes podem desenvolver comportamentos patológicos como transtornos alimentares, principalmente anorexia e bulimia nervosa (FORTES et al., 2013).
 4.1 TRANSTORNOS ALIMENTARES
Os transtornos alimentares são doenças psiquiátricas caracterizados por alterações graves no comportamento alimentar. Geralmente aparecem pela primeira vez na infância e adolescência. Dentro dessas faixas etárias, a doença pode ser dividida em dois grupos. Aqueles que ocorrem na primeira infância e representam mudanças na relação da criança com a comida incluem: pica (ingestão de não nutrientes) e transtorno de ruminação (regurgitação recorrente que não pode ser explicada por nenhuma condição médica). O segundo grupo são os principais transtornos alimentares: anorexia e bulimia. Ao contrário dos distúrbios de pica e ruminação, estes estão associados a um foco excessivo no peso e/ou na forma do corpo. Parte das síndromes de anorexia, bulimia e compulsão alimentar ainda fazem parte dos transtornos alimentares (GONÇALVES et al., 2013).
Figura1: Transtornos Alimentares
 Fonte: O Autor(2022)
O termo Bulimia Nervosa é originado do grego (boi) e limos (fome), ou seja, “fome de boi”, refere-se a uma doença caracterizada por um apetite insaciável por um período muito curto de tempo. Para diagnosticar alguém com Bulimia Nervosa, o indivíduo deve apresentar as seguintes características: “episódios recorrentes de ingestão rápida de grande quantidade de comida em um curto espaço de tempo, sentimento de falta de controle sobre a conduta alimentar (compulsão), ações para prevenir o aumento de peso e preocupação persistente com o corpo e o peso” (FRÁGUAS, 2009, p.336).
Para Espíndola e Blay (2006) as pessoas com Bulimia Nervosa geralmente apresentam uma história pessoal de sobrepeso, ou experiências traumáticas no passado. Algumas pessoas utilizam a compulsão parao manejo de emoções negativas ou positivas, podendo usar o alimento como calmante, anestésico, conforto para momentos de solidão e satisfação de outras necessidades que não a fome fisiológica, como uma forma de compensação. Normalmente, as relações interpessoais desses sujeitos são marcadas pela evitação de proximidade e intimidade, o que leva a relações distantes e superficiais, além do sentimento de rejeição atribuído à má forma física. As relações familiares também são seriamente comprometidas neste tipo de transtorno, devido ao aumento de desentendimentos, diminuição da comunicação e rivalidade entre irmãos, segundo os autores (ESPINDOLA E BLAY 2006, apud RIBEIRO e NOGUEIRA, 2014).
O diagnóstico de anorexia nervosa é baseado em observações do paciente. O baixo peso corporal pode ser um critério para o autodiagnóstico, conforme descrito no DSM-5 da American Psychiatric Association. Uma definição mais específica disso relaciona-se à idade, sexo, estágio de desenvolvimento e saúde física de uma pessoa. Também pode ser vivenciado: medo significativo de ganhar peso ou gordura ou interferência ostensiva no ganho de peso, mesmo com peso significativamente baixo, bem como unir influência indevida na autoavaliação ou falha persistente no reconhecimento em relação ao seu baixo peso corporal atual apesar interferência persistente na identificação do peso.
O DSM-V (CORDIOLI, 2012-2013, p.338-339) estabelece os seguintes critérios para o diagnóstico da anorexia nervosa: 
A - A restrição da ingestão de energia levando a um significante baixo peso corporal no contexto de idade, sexo, trajetória de desenvolvimento e saúde física. Significante baixo peso é definido como menor do que o minimamente normal ou, para crianças e adolescentes, menor do que minimamente esperado. 
B - Medo intenso do ganho de peso ou de se tornar gordo, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso mesmo com peso inferior.
 C - Perturbação no modo de vivenciar o peso, tamanho ou forma corporais; excessiva influência do peso ou forma corporal na autoavaliação; ou persistente falta de reconhecimento da seriedade do atual baixo peso corporal (CORDIOLI, 2012-2013).
A PICA é caracterizada pela ingestão de substâncias sem conteúdo nutricional persistentemente por pelo menos um As substâncias ingeridas tendem a variar com a disponibilidade de idade e podem ser as mais diversas; e o comportamento não pode ser explicado por uma cultura aceita ou pela exploração de objetos ingeridos acidentalmente com a boca. Além disso, geralmente não há aversão à comida em geral, e o comportamento pode estar relacionado a outros transtornos mentais.
O transtorno de ruminação inclui refluxo repetido (ou "remastigação") que não pode ser explicado por nenhuma condição médica. As principais complicações médicas podem ser desnutrição, perda de peso, alterações no equilíbrio hidroeletrolítico, desidratação e morte. O tratamento inclui acompanhamento clínico para complicações e terapia comportamental.
 4. 2 DEPRESSÃO
Os transtornos alimentares são de origem multifatorial e geralmente aparecem na infância e adolescência. Os fatores que predispõem ao seu aparecimento incluem alguns como: traços de personalidade, o risco de desenvolver obesidade e a prática de dietas restritivas. Além disso, são influenciados por fatores individuais, familiares, hereditários e socioculturais, como a imposição de padrões estéticos corporais
As relações com pessoas com transtornos mentais refletem claramente o isolamento social e as inseguranças. Portanto, sabe-se que as emoções fazem parte das necessidades humanas básicas, por isso é compreensível que a depressão esteja diretamente relacionada ao estado emocional de um indivíduo, produzindo alterações fisiológicas e prejudicando o sistema neurológico. (OLIVEIRA; BATISTA, 2015). 
Diante da depressão, os tratamentos que têm se mostrado eficazes no manejo dos sintomas incluem, além da medicação e acompanhamento psicológico, a terapia nutricional. A ingestão adequada de nutrientes não só ajuda a controlar a doença, mas também a prevenir seus efeitos, além de ajudar a aumentar a eficácia de alguns dos medicamentos utilizados no tratamento e potencializar seus efeitos, pois o consumo regular de frutas, verduras e legumes podem ajudar para garantir uma nutrição adequada. 
5 METODOLOGIA 
O tipo de pesquisa realizada neste trabalho foi uma revisão bibliográfica, com características tanto descritivas quanto qualitativas, para analisar a importância das intervenções nutricionais frente aos transtornos psicológicos em adolescentes, principalmente a depressão. As pesquisas são baseadas em livros, sites de banco de dados e artigos acadêmicos sobre tópicos relevantes para o contexto do projeto de pesquisa.
Inicialmente, desenvolve-se um levantamento bibliográfico para o embasamento teórico do projeto de pesquisa. Em um segundo momento será desenvolvido um estudo sobre os principais efeitos que os transtornos alimentares trazem para os adolescentes e a origem desses problemas, onde buscará estabelecer vantagens na utilização da terapia nutricional no controle dos sintomas da depressão. 
6 CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
	ATIVIDADES
	2022/2
	2023/1
	
	JUL
	AGO
	SET
	OUT
	NOV
	DEZ
	JAN
	FEV
	MAR
	ABR
	MAI
	JUN
	Escolha do tema. Definição do problema de pesquisa
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	Definição dos objetivos, justificativa.
	X
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	Pesquisa bibliográfica e elaboração da fundamentação teórica.
	
	
	
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	Definição da metodologia.
	
	
	
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	Entrega da primeira versão do projeto.
	
	
	
	
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	Entrega da versão final do projeto.
	
	
	
	
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	Revisão das referências para elaboração do TCC.
	
	
	
	
	
	
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	Elaboração da Introdução
	
	
	
	
	
	
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	Revisão e reestruturação da Introdução e elaboração do Desenvolvimento
	
	
	
	
	
	
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	Revisão e reestruturação do Desenvolvimento
	
	
	
	
	
	
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	Elaboração das considerações finais,
	
	
	
	
	
	
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	Reestruturação e revisão de todo o texto. Verificação das referências utilizadas.
	
	
	
	
	
	
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	X
	Elaboração de todos os elementos pré e pós-textuais.
	
	
	
	
	
	
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	Entrega do TCC
	
	
	
	
	
	
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	X
	Defesa do TCC
	
	
	
	
	
	
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	X
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 Fonte: O Autor(2022).
REFERÊNCIAS
APPOLINÁRIO, José Carlos e; CLAUDINO, Angélica M. Transtornos alimentares. Rio de Janeiro: Scielo, 2001. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbp/a/P6XZkzr5nTjmdVBTYyJV ZPD/?form at=html. Acesso em: 25 set. 2022.
ASSUMPCAO, C. L.; CABRAL, M. D. Complicações clínicas da anorexia nervosa e bulimia nervosa. Revista Brasileira Psiquiatria. São Paulo, v.24, n.3, p. 29-33, 2002.
BRASIL. Lei 8.069, de 13 de Julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília: Ministério da Justiça, 1990.
CORDIOLI, Aristides Volpato (coord.). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.DSM-5, American Psychiatric Association, Artmed, 5ª edição, 2012-2013.
FRÁGUAS, Adriana Mattos. Famílias e transtornos alimentares. In: OSORIO, Luiz Carlos; VALLE, Maria Elizabeth Pascual do (Org.). Manual de terapia familiar. Porto Alegre: Artmed, 2009, 488 p.
FORTES, L. S. et al. Internalização do ideal de magreza e insatisfação com a imagem corporal em meninas adolescentes. Psico, v. 44, n. 3, p. 432-438, 2013.
GONÇALVES, A.J. et al. Transtornos alimentares na infância e na adolescência. Revista Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 96-103, 2013.
INSTITUTO DE ESTUDOS PARA POLÍTICAS DE SAÚDE. Depressão entre jovens de 18 a 24 anos aumentou para 11,1% em 2019, segundo pesquisador do IEPS, 2019. Disponível em: https://ieps.org.br/depressao-entre-jovens-de-18-e-24-aumentou-para-111-em-2019-segundo-pesquisador-do-ieps%EF%BF%BC/. Acesso em: 25 set. 2022.
OLIVEIRA, L. L. (2004). Padrões disfuncionais de interação em famílias de adolescentes com anorexia nervosa. Dissertaçãode Mestrado. Programa de Pós-Graduação Em Psicologia do Desenvolvimento. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS.

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