Buscar

Trabalho de empresarial

Prévia do material em texto

Aluna: Kemily Naiely Jesus de Oliveira	Matrícula: 19000046
Matéria: DIREITO EMPRESARIAL
ABUSO DO PODER ECONOMICO POR PARTE DAS EMPRESAS BRASILEIRAS QUANTO AFIRMAÇÃO DE CONCORRENCIA DESLEAL POR PARTE DE APLICATIVOS DE COMÉRCIO VIRTUAL
“O poder econômico não é punido por si. O que o direito coíbe é o abuso do poder econômico que ameaça ou pode ameaçar a livre concorrência.” (Livro Curso de Direito Comercial, por Fábio Ulhoa Coelho, Pág. 220)
O abuso de poder econômico ocorre quando aquele que se encontra em posição dominante em atividade empresarial infringir os princípios da livre concorrência de modo a impedir que seus concorrentes diretos ou indiretos exerçam atividade empresarial.
A cartilha do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) define o abuso do poder econômico como:
“[...] é o comportamento de uma empresa ou grupo de empresas que utiliza seu poder de mercado para prejudicar a livre concorrência, por meio de condutas anticompetitivas. A existência de poder de mercado por si só não é considerada infração à ordem econômica.”
Assim entra a estrutura estatal ao qual avalia se há abuso de poder, assim havendo a intervenção estatal, para que a competição de mercado seja justa e lícita, assim beneficiando os consumidores.
No dispositivo sobre a lei de propriedade industrial – Lei nº 9.279/1996 – em seu Capítulo VI, art. 195, há uma série de incisos que indicam quando se comete a concorrência desleal, tais como:
a) Divulgar falsa informação sobre o concorrente de modo a obter vantagens;
b) Empregar meio fraudulento para desviar a clientela de outrem;
c) Utilizar expressões ou propagandas alheias de modo a criar confusão entre produtos ou estabelecimentos;
Ao qual não são cometidos por tais aplicativos citados. No caso do abuso de poder econômico, implica com a destruição da concorrência (no caso em tela, a cobrança de pedir tributos, aumentando o valor na hora da compra aos consumidores), assim levando o consumidor a ver reduzido seu leque de opções.
Segue a seguir uma jurisprudência do STJ sobre o assunto:
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÂO. AÇÂO DECLARATÒRIA DE ABUSO DE PODER ECONOMICO E CONCORRENCIA DESLEAL C|C INDENIZAÇÂO. RECONVENÇÃO. ALEGAÇÃO DE ABUSO DO PODER ECONOMICO E CONCORRENCIA DESLEAL. NÃO OCORRENCIA. DEVER DE INDENIZAR NÃO CONFICURADO. FALTA DE IMPUGNAÇÃO AOS FUNDAMENTOS DA SENTENÇA REFERENTES AO PEDIDO RECONVENCIAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. APELO DESPROVIDO. Á UNANIMIDADE
DE VOTOS. 1. Conquanto o princípio da livre concorrência conceda ao empresário liberdade no acesso ao mercado de sua escolha, disputando com os demais integrantes do segmento econômico, convém ao Estado estabelecer limites econômico, convém ao Estado estabelecer limites de conduta e comportamento adequados no sentido de garantir uma convivência pautada na lealdade empresarial entre os participantes. 2. A concorrência, por si só, é aspecto natural e salutar principalmente sob a ótica do consumidor que, diante da disputa entre os fornecedores, é beneficiado com a oferta de produtos e serviços em melhores condições de aquisição. 3. No entanto, mister se faz observar se os meios empregados pelo competidor para atingir o resultado de desviar a clientela do adversário caracterizam deslealdade concorrencial e impõe risco á boa convivência no mercado. 4. No caso em apreço, o apelante manteve relações comerciais com as editoras apeladas a partir de 1997 para fins de revenda de livros didáticos e paradidáticos produzidos pelas recorridas nas cidades de Petrolina/PE e Juazeiro/ BA. 5. A apelante atribui o declínio de
suas vendas no ano de 2002 a prática de concorrência desleal e abuso de poder econômico por parte das apeladas que passaram a negociar diretamente com as escolas e consumidores a venda dos referidos livros, gerando profunda queda no faturamento de sua livraria. 6. As alegações de boicote, discriminações e perseguição atribuídas as apeladas, conforme descritas na exordial, não ficaram efetivamente demonstradas nos autos e tampouco se a opção das recorridas de comercializar os seus livros diretamente ao consumidor pode ter, por algum modo ilícito, resultado em insucesso ou prejuízo da atuação empresarial desempenhada pelo recorrente. 7. O ordenamento jurídico não exige que as editoras comercializem os seus livros somente por intermédio das livrarias, nada constando também quanto á proibição de atuar no setor de venda direta aos consumidores e ás instituições de ensino. 8. Com efeito, o ingresso da apelada no mesmo ramo de negócio e praças de comercialização do apelante não caracteriza concorrência desleal. Antes deve ser compreendido como uma conduta típica de empresas que buscam ampliar os seus negócios, redefinindo estratégias de distribuição e criando alternativa para incrementar o resultado de sua atividade. 9. Ademais, a alegação de que as condições diferenciadas oferecidas para a venda direta e a exclusão das livrarias, em especial da apelante, das campanhas promocionais das editoras objetivam afastar o recorrente do mercado não reflete a leitura mais adequado dos fatos, visto que não leva em consideração as particularidades de cada vínculo comercial e a autonômica das editoras no relacionamento com os seus parceiros. 10. A fixação de preços e a forma de pagamento, inclusive eventual linha de crédito concedida pelas editoras apeladas aos consumidores, depende de fatores como a capacidade econômica do adquirente, o volume de compra, risco de inadimplência, o tipo do produto, entre outros aspectos adotados. 11. Outrossim, não restou demonstrado emprego de artificio ou meio fraudulento por parte das apeladas com vista a desviar a clientela da livraria do apelante ou mesmo que as recorridas agiram movida pelo intuito predatório ou mediante abuso de poder econômico, no sentido de dominar o mercado ou de eliminar a concorrência. 12. De fato, a inserção de editoras nesse nicho mercadológico de venda de livros ao consumidor, sem a participação das livrarias, não leva á dedução de que houve concorrência desleal, nem configura violação a qualquer dispositivo da Lei nº 8.994/1994, pois, a rigor, apenas
representa uma inovação ao formato tradicional de distribuição desses produtos, visando minimizar custos do fornecedor e, por consequência, beneficiar o destinatário final da cadeia de consumo. 13. Sendo assim, porque inexiste prova cabal a confirmar a tese recursal, não se pode atribuir eventual insucesso do apelante na sua atividade empresarial de venda de livro no varejo a alguma prática realizada com abuso de poder econômico, nociva á livre concorrência. Nesse contexto, não há que se falar em dano material ou moral sofrido pelo recorrente a ser indenizado na situação em tela. 14. À ausência de impugnação específica na apelação do capítulo da sentença que acolheu os pedidos formulados nas reconvenções, não é de se rever o decisum sob esse aspecto. 15. Apelação desprovida. Decisão unanime. (GRIFO NOSSO)
(TJ-PE – APL: 3568214 PE, Relator: Josué Antônio Fonseca de Sena, Data de Julgamento: 13/06/2017, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 19/06/2017)
Entre concorrências que oferecem produtos, qualidades e entre outros fatores iguais, fica a escolha do consumidor ver o que será custo e benefício a ele, sabendo do livre arbítrio entre optar por qualquer concorrência.
Grandes empresas podem ampliar sua influência sobre a economia e aumentar seus ganhos às custas de outros empreendimentos, consumidores, trabalhadores e da sociedade como um todo. Infelizmente empresas como Havan podem não ser acessíveis para muitos na sociedade, sendo uma forma mais econômica de comprar algo que necessite.
Como dito no Livro de Fabio Ulhoa Coelho, “[...] Como as motivações e os efeitos da concorrência leal e da desleal são idênticos, a diferença entre elas se encontra no meio empregado para conquistar a preferência dos consumidores.”. Portanto não se pode alegar concorrência desleal ao fato que sua concorrência vende mais barato para obter lucros de forma legal, com custos baixos esuas programações, é a sua forma de buscar se expandir no mercado.
A grande concentração do seu poder econômico é preocupante por conta do aumento de preços para seus consumidores em plena condição pandêmica ao qual o acesso a produtos se reduzira por conta da alta nos valores por empresas
nacionais, ao passo que buscam dificultar para os concorrentes se manterem ativos no mercado de trabalho, é considerada uma concentração de riqueza e aumento da desigualdade por não ter mais opções pelo lado do consumidor em suas escolhas, ao marco de encarecem todos os produtos e os consumidores perdem o poder de compra, assim dificultando o acesso deles.
Deixa claro o artigo 173 da Constituição Federal/88:
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 4º A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.
O governo pretende cobrar os valores diretamente das plataformas, que pagariam impostos relativos à transação no momento da compra. A pedido de uma das partes conhecida como Luciano Hang, responsável pela presidência da Havan, ao qual denomina os marketplaces como Shopee e AliExpress de serem um "camelódromo digital".
Por coincidência Luciano Hang, foi o empresário que manteve por quase vinte anos uma empresa em um paraíso fiscal, no valor de 112,6 milhões de dólares, conforme constava em um extrato de outubro de 2018 (cerca de 416 milhões de reais na época). Por todo esse tempo, Hang não havia comunicado ao Governo brasileiro sobre a existência de sua empresa, o que configura crime de sonegação fiscal.
Ora, não se deve ignorar tal atitude de um empresário qual sonega impostos requerer cobrar impostos de plataformas digitais de comércios com o fim de ser igualitário. Sendo que, infelizmente sua real intenção seria acabar com concorrências quais dão a sociedade de comprar de forma custosa e com
benefícios, fazendo as cumprir e serem obrigadas a pagar algo que elas mesmas não pagaram.
Tendo em vista que a sonegação de impostos pode ser considerado concorrência desleal, ao fato de ser um desrespeito ao direito vigente, sendo uma forma ilícita de crescer ao mercado com baixos custos, sendo desrespeito aos direitos do consumidor também.
Finalizo com um trecho do texto do autor Juan Ferrer em seu livro Princípios de Regularização Econômica na União Europeia (Traduzido): “[...] donde tem concorrência, a produção é maior, o uso dos recursos é mais eficiente. Os empresários preocupam-se por reduzir custos e de produzir aquilo que os consumidores desejam mais”.
Portanto, não há de se falar em concorrência desleal ao passo que as normas de regularização não foram executadas pelos próprios reclamantes da ação, ao qual buscaram com sonegação de impostos, ou buscaram aumentar os valores de seus produtos tendo em vista a falta de acesso por parte do consumidor. Deixando claro o fato de se sentirem ameaçados com a concorrência, e buscarem colocar tributos em sites de venda online com a finalidade do consumidor não comprar, infelizmente quem se prejudica é o consumidor com decisões de empresários que focam em suas riquezas pessoais.

Mais conteúdos dessa disciplina